Este ano

EUA cortam fundos a agência da ONU por considerarem que apoia aborto forçado

A administração de Donald Trump anunciou na segunda-feira que vai cortar o financiamento à agência da ONU para a saúde reprodutiva, acusando-a de apoiar programas de controlo de população na China, incluindo aborto coercivo.

Ao suspender a assistência dos Estados Unidos ao Fundo da População da ONU, a administração de Trump está a cumprir a sua promessa de deixar as políticas conservadoras determinarem a forma como o país se posiciona no mundo, escreve a Associated Press.

Apesar de a decisão estar justificada com questões relacionadas com o aborto forçado, a invocação da emenda “Kemp-Kasten” será certamente entendida como sinal positivo por ativistas antiaborto e outros conservadores.

O Fundo da ONU vai perder 32,5 milhões em financiamento do orçamento de 2017, informou o Departamento de Estado, com os fundos desviados para programas semelhantes da Agência para o Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos.

Ao abrigo de uma lei com 30 anos, os Estados Unidos são impedidos de financiar organizações que apoiem ou participem em abortos forçados por esterilização involuntária. Fica ao critério de cada Administração determinar que organizações o realizam. O Fundo da População da ONU recebe tipicamente cortes durante governos republicanos e volta a ser financiado quando os democratas controlam a Casa Branca.

O Comité do Senado para as Relações Exteriores foi notificado da decisão pelo Departamento de Estado numa carta recebida na segunda-feira. A carta seguiu uma designação formal de que o fundo “apoia ou participa na gestão de um programa de abortos coercivos ou esterilizações involuntárias”.

Num memorando obtido pela agência Associated Press, o Departamento de Estado afirma que o fundo da ONU faz parceria com a Comissão Nacional para a Saúde e Planeamento Familiar da China, responsável por monitorizar a política que fixa o limite de dois filhos por casal, que se seguiu à política do filho único (1979 – 2015).

No entanto, o documento reconhece que não há provas de que a ONU apoie abortos forçados ou esterilizações na China.

O Fundo da População da ONU, conhecido como UNFPA, lamenta a decisão dos Estados Unidos, considerando ser “erróneo” sugerir que era cúmplice das políticas da China.

“O UNFPA rejeita esta afirmação, já que todo o seu trabalho promove os direitos humanos dos indivíduos e casais que queiram tomar as suas próprias decisões, livres de coerção ou discriminação”, afirmou a agência em comunicado.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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