Direção-Geral da Saúde
Portugal tem 25 casos de sarampo confirmados até ao momento, 64% em maiores de 18 anos, anunciou o diretor-geral da Saúde no...

Os dados mais atualizados sobre o atual surto de sarampo em Portugal indicam ainda que quase metade das situações (48%) da doença se verificaram em profissionais de saúde.

O diretor-geral da Saúde, que foi ouvido ontem na comissão parlamentar de Saúde a pedido do PCP, afirmou aos deputados que cerca de 60% dos casos de sarampo ocorreram em não vacinados.

Francisco George declarou também que o sarampo não é especialmente preocupante entre crianças em idade escolar, destacando que os casos têm atingido sobretudo não vacinado maiores e maiores de idade.

Dos 25 casos confirmados até ao momento houve 12 que motivaram internamento hospitalar.

Segundo o mais recente balanço, houve 95 notificações de sarampo desde início do ano mas até agora só 25 foram confirmados.

Estudo
Um novo medicamento contra a malária foi anunciado como eficaz contra estirpes resistentes e em todo o ciclo do parasita, com...

Num artigo ontem publicado explica-se que o MMV390048 (ou MMV048) é o resultado de investigação conduzida pelo “Drug Discovery and Development Center” (H3D) da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, e da fundação Medicines for Malaria Venture (MMV, Suíça), em colaboração com uma equipa de investigadores internacionais.

“A capacidade do MMV048 bloquear todas as fases do ciclo de vida do parasita da malária, oferecer proteção contra a infeção, bem como potencialmente bloquear a transmissão do parasita de pessoa para pessoa, sugere que o composto pode contribuir para a erradicação da malária”, disse Kelly Chiabale, que liderou a investigação.

Em 2014, o MMV048 tornou-se o primeiro medicamento contra a malária a entrar na fase I de estudos em humanos em África. Atualmente está a ser preparada a fase II em humanos.

“Este composto tem um enorme potencial”, disse David Reddy, diretor da MMV, salientando o facto de poder ser administrado em dose única, o que pode revolucionar o tratamento da doença.

Apesar dos avanços na luta contra a malária, da pulverização e do uso de redes mosquiteiras, quase 430.000 pessoas morreram de malária em 2015, especialmente em África, segundo a Organização Mundial de Saúde.

A malária, ou paludismo, é uma doença infeciosa transmitida por mosquitos e que afeta principalmente países da África subsaariana, América do Sul e Ásia.

Serviço Nacional de Saúde
O Sindicato Independente dos Médicos pediu hoje ao diretor-geral da Saúde para livrar os médicos de família da tarefa de passar...

“A pouco mais de 15 dias da obrigatoriedade da emissão eletrónica dos atestados para as cartas de condução mantêm-se fundadas dúvidas sobre a sua exequibilidade no contexto do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, refere uma carta aberta ao diretor-geral da Saúde, que o sindicato divulgou no seu site.

O sindicato argumenta que as condições de trabalho no SNS não permitem aplicar na realidade as exigências para avaliação da aptidão para emitir um atestado médico.

“Podem contar-se pelos dedos o número de gabinetes onde se pode encontrar o equipamento médico” referido na orientação da direção-geral da saúde como necessário para efetuar exames com vista ao atestado para a carta de condução.

Martelo de reflexos, escala de avaliação visual e testes de visão cromática são alguns dos exemplos de materiais em escassez nos consultórios dos médicos de família dados pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM).

“Será que se pretende com esta medida que nos horários dos médicos de família (…) surja um novo componente chamado cartas de condução, que não é uma necessidade de saúde mas sim social?”, questiona o SIM.

Estes médicos consideram que os condutores devem ser todos avaliados com o mesmo rigor e sem perturbar o acesso às consultas do SNS nem a relação médico-doente, sugerindo que todos os candidatos a atestado sejam avaliados nos Centros de Avaliação Médica e Psicológica (CAMP).

Estes CAMP, ainda em criação, passarão a avaliar a aptidão física e mental dos candidatos a condutores do grupo 2 (como condutores de ambulância ou de veículos pesados), devido a necessidade de avaliação mais específica.

Todos os outros condutores ou candidatos a condutores devem ser avaliados por médicos no exercício da sua profissão segundo requisitos que foram definidos.

O Governo adiou para 15 de maio a obrigatoriedade de emissão dos atestados médicos informaticamente para cartas de condução, que chegou a estar marcada para abril.

A própria Ordem dos Médicos chegou a apelar ao Ministério da Saúde que os atestados médicos passem para a alçada dos CAMP.

De 2 a 15 de maio
Arranca no próximo dia 2 e decorre até 15 de maio o período de candidaturas para o programa “EDP Solidária 2017”, na área de...

No total, desde o seu lançamento em 2004, o programa EDP Solidária – a maior linha privada de investimento social em Portugal - garantiu a continuidade e sustentabilidade de 350 projetos em todo o país, num investimento global superior a 11 milhões de euros.

Em 2017 volta a disponibilizar 2,1 milhões de euros destinados a apoiar três grandes programas: Saúde, Inclusão Social e Educação.

“O programa EDP Solidária tem sido, desde a sua génese, um motor de desenvolvimento de centenas de projetos ligados à área social em todo o país. Privilegiamos o apoio a instituições cujo trabalho se destaca na melhoria de situações de emergência social nas comunidades onde estas estão inseridas. Este ano atribuímos novamente uma verba superior a 2 milhões de euros que, certamente, terá um papel fulcral na diminuição de assimetrias sociais, ao criar os alicerces para uma sociedade mais equitativa e sustentável”, refere Miguel Coutinho administrador e diretor geral da Fundação EDP.

Recorde-se que, só em 2016, o Programa apoiou 30 projetos de inclusão social e atribuiu 12 bolsas a alunos universitários de mérito, em situação de carência social. No campo da Saúde, foram financiados 17 projetos na área dos Cuidados Paliativos de adultos.

As candidaturas para a área da Saúde, dedicada este ano à melhoria da implementação e da disseminação em todo o país da Via Verde do Acidente Vascular Cerebral (AVC) e da Via Verde Coronária – que continuam a ser as principais causas de morte em Portugal -, estão previstas para a primeira quinzena de julho.

Regulamento 2017: http://bit.ly/2pkBwpz

UNICEF
Entre 2000 e 2015, graças à vacinação, as mortes de menores de cinco anos devido ao sarampo diminuíram 85% e as devido ao...

A propósito da Semana Mundial da Imunização, que decorre até sexta-feira, a UNICEF estima ter imunizado quase metade das crianças menores de cinco anos, tendo adquirido em cem países cerca de 2,5 mil milhões de doses de vacinas, tornando o organismo da ONU o maior comprador de vacinas para crianças do mundo.

Num comunicado, a UNICEF salienta que “atende a quase metade das crianças do mundo com vacinas que salvam vidas” e diz que apesar do progresso “milhões de crianças ainda não são abrangidas pela vacinação que protege as suas vidas”.

“O acesso à vacinação levou a uma diminuição impressionante das mortes de crianças menores de cinco anos por causa de doenças que se podem prevenir mediante a imunização e trouxe o mundo mais perto do objetivo de se erradicar a poliomielite”, diz a UNICEF.

E se diminuíram drasticamente as mortes por sarampo e tétano, baixaram também para quase metade as mortes por pneumonia e para mais de metade as mortes por diarreia, no mesmo período (2000 a 2015) e em consequência das vacinas.

Ainda assim, salienta a organização das Nações Unidas, todos os anos cerca de 19,4 milhões de crianças não recebem vacinas completas em todo o mundo, a maior parte (dois terços) delas a viver em países afetados por conflitos.

“Sistemas de saúde precários, pobreza e desigualdades sociais também significam que uma em cada cinco crianças menores de cinco anos ainda não é atingida com vacinas que poderiam salvar sua vida”, diz a UNICEF.

E citando o chefe da área da imunização da UNICEF, Robin Nandy, acrescenta o comunicado: “Todas as crianças, independentemente de onde vivam ou quais sejam suas circunstâncias, têm o direito de sobreviver e prosperar, e a estar protegidas contra as doenças mortais".

Desde 1990, ainda de acordo com o mesmo responsável, a imunização tem sido “uma das principais razões para o decréscimo considerável da mortalidade infantil”, apesar de “1,5 milhões de crianças ainda morrerem cada ano devido a doenças que se podem prevenir com uma vacina".

Health System Review
O Health System Review é apresentado a 27 de abril pelas 10 horas no Instituto de Higiene e Medicina Tropical e dará a conhecer...

A “performance do sistema de saúde português”, a “comparação internacional” e o “sistema de saúde português visto de uma perspetiva internacional” são alguns dos temas em análise.

O Health System Review (HIT) revela que um dos resultados mais preocupantes reside no facto das despesas de saúde das famílias portuguesas estarem entre as mais elevadas da União Europeia, representando 27,6% do PIB em 2015. (dados provisórios).

A procura crescente por seguros de saúde levou a um aumento da oferta, um fenómeno que se deve em parte aos tempos de espera para consultas e cirurgias no Serviço Nacional de Saúde (SNS), pelo que a sustentabilidade do SNS é um dos maiores desafios que o governo enfrenta.

O HIT revela ainda que nos últimos 40 anos Portugal fez progressos significativos na redução da mortalidade e no aumento da esperança média de vida à nascença que em 2014 era de 81,3, um pouco superior à da União Europeia, que registava 80,9 anos (Eurostat2016b).

A mortalidade infantil em Portugal -2,9 óbitos em 100.000 -, apresenta uma taxa inferior à média da União Europeia -3,7/100.000 nados vivos.

Porém as estimativas da esperança de vida são bastante diferentes entre homens e mulheres, sendo que as mulheres portuguesas vivem em média mais 6,4 anos que os homens, valor também superior, quando comparada com os 5,5 anos contabilizados na União Europeia. 

As mulheres vivem, portanto, mais do que os homens, sendo, no entanto, mais afetadas por perturbações músculo-esqueléticas, depressão e obesidade, têm também mais propensão para baixas médicas e para sofrerem de dor lombar crónica.

Ainda segundo o HIT, existem estudos que concluem que um baixo nível educacional está associado a um pior estado de saúde. A evidência sugere que os grupos mais vulneráveis em Portugal incluem idosos e crianças em situação de pobreza, pessoas pobres que habitam em áreas rurais, minorias étnicas, migrantes e desempregados de longa duração. Estes grupos têm maior propensão para ter problemas de saúde quando atravessam períodos prolongados de pobreza, desemprego e exclusão social.

Também existem diferenças significativas de riqueza e de indicadores de saúde, entre as áreas de Lisboa e Porto e as regiões do interior. Muitos dos que residem em áreas rurais ainda continuam a viver numa relativa pobreza e enfrentam barreiras (particularmente de distância geográfica) de acesso a serviços de saúde de qualidade.

As disparidades geográficas são apontadas no relatório como importantes uma vez que, excluindo médicos em formação, a área de Lisboa concentra 250 médicos do SNS por 100 mil habitantes, contra 100 médicos no Alentejo pelos mesmos 100 mil.

Semana Europeia da Vacinação
A Pneumonia mata. Embora seja recomendada pela Direção-Geral da Saúde a grupos de adultos com risco acrescido de a contrair,...

Mais do que uma questão de acesso, as baixas taxas de imunização na idade adulta prendem-se, sobretudo, com a falta informação ou de prescrição. Para divulgar recomendações, estatutos e direitos, e sensibilizar a população, profissionais de saúde e governantes para este problema, a Associação Respira juntou-se à Fundação Portuguesa do Pulmão e ao GRESP – Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar para lançar o Movimento Doentes pela Vacinação. Um Movimento que esperam vir a agregar outras associações, sociedades científicas e população em geral, com o objetivo comum de “alertar, informar e orientar todos os interessados sobre o tema”.

Segundo um estudo recente, 9 em cada 10 adultos com mais de 50 anos não estão vacinados contra a pneumonia1. De acordo com o mesmo estudo, a falta de indicação médica é a principal razão para que estes adultos ainda não estejam imunizados. Isso apesar de existir, desde 2015, uma Norma da Direção-Geral da Saúde (011/2015) que recomenda a vacinação de grupos de adultos com risco acrescido de contrair doença invasiva pneumocócica (DIP). A prevenção contra a Pneumonia, a forma mais comum da DIP nesta faixa etária, é, assim, recomendada, a quem está mais fragilizado, como é o caso dos membros de uma das entidades fundadoras, a Respira - Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Doenças Respiratórias Crónicas.

Conscientes de que o acesso à informação é a base de uma boa prevenção, e de que, por falta de informação, ou de prescrição, ainda são poucos os adultos vacinados, a Respira, a Fundação Portuguesa do Pulmão e o GRESP juntaram-se no Movimento Doentes pela Vacinação. Lançada no dia 26 de abril, no âmbito da Semana Europeia da Vacinação, a iniciativa tem como principal objetivo sensibilizar doentes, profissionais de saúde, governantes e a população em geral, para a importância da vacinação antipneumocócica na idade adulta.

O Movimento Doentes pela Vacinação pretende derrubar as barreiras que existem à vacinação na idade adulta, transformando a informação disponível em consciência. Considera a vacinação antipneumocócica um direito fundamental e lamenta que ainda estejam tantos por vacinar por falta de informação: mais que o acesso económico, o principal entrave à vacinação antipneumocócica é a falta de conhecimento.

As celebrações da Semana Europeia da Vacinação (24 a 26 de abril), sob o tema "Vaccines work"/”As vacinas funcionam”, servem de mote para o arranque deste Movimento que começará com a Respira, a FPP e o GRESP, mas que em breve se estenderá a outras entidades e associações de doentes. Será essa uma das missões para as próximas semanas, a par de uma campanha de sensibilização a implementar junto de Juntas de Freguesia, Centros de Dia, Lares e outros locais frequentados por doentes de risco.

“É necessário dotar a população e os profissionais de saúde de consciência sobre o problema, e para isso, nada como ir ao seu encontro. Começaremos pelas Juntas de Freguesia, pelos Centros de Dia, pelos Lares e outros locais que frequentam”, explica Isabel Saraiva, vice-Presidente da Respira, e fundadora do Movimento Doentes pela Vacinação. “Queremos consciencializar estas pessoas dos riscos que correm. Risco desnecessários porque, felizmente, há prevenção. No fundo, queremos que ponham a vacinação na equação, explicar que a Vacinação é um Direito e que a partilha de Informação sobre recomendações, aconselhamento e direitos, é uma obrigação dos Profissionais de Saúde. Será missão deste Movimento contribuir para o esclarecimento e para divulgação desta temática, para que doentes, profissionais de saúde e até governantes façam as suas escolhas em plena consciência”, acrescenta.

1PneuVUE®: Uma Nova Visão em relação à Pneumonia Entre Adultos Mais Velhos. Disponível em https://www.ipsos-apeme.com.

Bastonário
O bastonário da Ordem dos Médicos defende que a redução dos tempos de espera na saúde será mais fácil nas consultas do que nos...

“A situação será mais complicada nos meios complementares de diagnóstico [exames], pois estes dependem de capital humano, mas também da capacidade da estrutura física (…), sobretudo de equipamentos mais pesados”, afirmou Miguel Guimarães.

O bastonário reagia ao facto de, numa entrevista ao jornal Público, o secretário de Estado da Saúde, Fernando Araújo, ter anunciado que o Governo se prepara para reduzir os tempos de espera nas consultas de especialidade e nos meios complementares de diagnóstico.

Segundo o governante, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) vai pagar mais a médicos e enfermeiros para reduzir os tempos de espera para primeiras consultas de especialidade e exames.

O tempo máximo que um doente pode esperar por uma consulta da especialidade vai baixar dos atuais cinco meses para quatro e, no caso das doenças cardíacas, haverá uma equiparação aos doentes oncológicos, que atualmente são tratados como casos prioritários.

“É preciso ver se há estrutura física e espaço para que esta oferta acrescida possa ser realizada. Na consulta externa será possível nalguns hospitais, mas noutros será difícil”, lembrou Miguel Guimarães, dando o exemplo do Hospital S. João, no Porto, onde trabalha, que tem a consulta externa "sempre sobrelotada".

“Eventualmente pode ser durante o fim de semana”, afirmou o responsável, lembrando que, apesar de o valor apontado para pagamento aos médicos pelas consultas extra (entre 12 e 19 euros) ser “claramente inferior ao que seria justo para consulta externa”, alguns poderão estar interessados.

De acordo com o bastonário, “se for durante a semana, fora do horário de trabalho, e se houver estrutura física, existem vários hospitais, mais periféricos, que têm essa possibilidade pois têm uma deficiência grave de capital humanos [médicos]".

A situação mais complicada, segundo Miguel Guimarães, será nos meios complementares de disgnóstico.

“São exames que se fazem muito frequentemente em muitos hospitais e em equipamentos já fora do prazo e que precisam de ser renovados, não só na sua versão mais recente, com melhor acuidade diagnóstica, mas também na capacidade de resposta dos equipamentos. Aí, não sei como o Ministério das Saúde vai fazer”, disse.

O bastonário sublinha a necessidade de renovação de muitos equipamentos hospitalares e de espaço para os ter, lembrando que no ano passado foram gastos pelo Governo mais de 400 milhões de euros em exames contratualizados fora do SNS por falta de capacidade.

“Nesta fase, não renovando as estruturas físicas e equipamentos, será muito difícil que o SNS, sozinho, consiga dar resposta. Vai haver uma situação mista, o que for possível dentro do SNS faz-se e o que não for será no exterior”, concluiu.

Apifarma
A dívida dos hospitais públicos à indústria farmacêutica continua a aumentar, atingindo os 892 milhões de euros em março, tendo...

João Almeida Lopes falava aos deputados da Comissão parlamentar da Saúde, onde hoje são ouvidos vários representantes do setor sobre as dívidas do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

De acordo com a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), em março deste ano a dívida dos hospitais públicos a estas empresas ascendia a 891,5 milhões de euros.

Este valor representa um aumento de 46,9 milhões de euros em relação ao mês anterior, crescendo assim a dívida a um ritmo de 1,5 milhões de euros por dia.

Os mesmos dados hoje entregues aos deputados apontam para um valor que é o maior desde pelo menos dezembro de 2014, quando o mesmo era de 783,2 milhões de euros.

Na sua exposição, o presidente da Apifarma recordou que, “durante o período de assistência financeira, as empresas farmacêuticas foram reconhecidas como principais contribuintes para o ajustamento realizado ao nível da saúde”.

Entre 2011 e 2014, a despesa com medicamentos caiu 629 milhões de euros, uma descida que se terá devido a “um conjunto alargado de medidas com o objetivo de reduzir o défice público e de reduzir a despesa do setor da saúde, centrando-se sobretudo na afetação da cadeia de valor do medicamento”.

Segundo a Apifarma, que cita dados do organismo que regula o setor do medicamento (Infarmed), as revisões de preços entre 2012 e 2016 permitiram uma poupança ao Estado de 300 milhões de euros.

“Em consequência destas medidas, foram manifestos os problemas de abastecimento do mercado, com 46% dos utentes a reportar falhas no acesso ao medicamento”, prossegue a Apifarma.

Sarampo
Mais de 10.500 pessoas assinaram a petição pública que defende a vacinação obrigatória no caso das vacinas do Programa Nacional...

Segundo texto da petição, divulgado no 'site' Petição Pública, os signatários, entre os quais médicos e outros profissionais de saúde, defendem que "é cada vez mais importante alertar as pessoas para a necessidade de vacinar as crianças”, depois de na semana passada ter sido conhecida em Portugal a primeira morte por sarampo, de uma jovem de 17 anos que não estava vacinada.

“Por uma questão de saúde pública, não queremos que exista um retrocesso civilizacional no que à evolução médica diz respeito”, recordam os signatários da petição, que até às 08:45 de hoje tinha recolhido 10.515 assinaturas, algumas de médicos e outros profissionais de saúde.

Para defender a obrigatoriedade das vacinas incluídas no Programa Nacional de Vacinação (PNV), os signatários da petição, lançada há uma semana, lembram que “estas mesmas crianças não vacinadas (…) podem ser foco de infeção para quem tem um sistema imunitário fraco ou para quem não pode ser, de todo, vacinado”, mas reconhecem que “muitos dos casos que agora surgem de doenças para as quais já há vacinas não se prendem, diretamente, com os movimentos antivacinação”.

“Porque não queremos voltar a temer doenças como a tuberculose, o sarampo, a escarlatina ou a tosse convulsa (…), vimos pedir que seja pensada a obrigatoriedade da vacinação de todas as crianças – e apenas das vacinas que constam do Plano Nacional de Vacinação, que sabemos ser um dos mais robustos da Europa”, defende a petição.

Depois de ter sido conhecida a morte de uma jovem de 17 anos infetada com sarampo, a Direção-Geral da Saúde (DGS) aconselhou as escolas a afastarem dos estabelecimentos de ensino por um período de 21 dias qualquer membro da comunidade escolar que, depois de exposto ao vírus do sarampo, recuse ser vacinado.

“Os delegados de saúde verificam a existência de contacto com um doente em fase de contágio e sugerem, quando indicada, a vacinação. Nestes casos, e perante a recusa da vacinação de qualquer membro da comunidade escolar, em situação de pós-exposição, aconselha-se a não frequência da instituição durante 21 dias após o contacto”, refere a orientação da DGS.

Referindo que a imunidade de grupo protege toda a comunidade, incluindo “as poucas crianças que, por circunstâncias específicas, não estão vacinadas”, a orientação às escolas sublinha, ainda assim, que é “importante que todas as crianças sejam vacinadas, para benefício próprio e da população em geral”.

Na segunda-feira começou a Semana Europeia da Imunização, sob o lema "Vaciones Work" (vacinas funcionam) e, no seguimento desta campanha, a Associação Respira aliou-se à Fundação Portuguesa do Pulmão e ao Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar para lançar hoje o Movimento de Doentes pela Vacinação.

O comissário europeu para a Saúde, Vytenis Andriukaitis, reiterou na segunda-feira que as vacinas são uma das vias mais seguras para prevenir doenças e que a descrença na imunização é “uma ameaça que não pode ser ignorada”.

“As vacinas são uma das formas mais seguras e economicamente mais eficazes de assegurar a saúde pública e de prevenir doenças evitáveis”, disse Andriukaitis, num comunicado divulgado no âmbito da Semana Europeia da Imunização.

A declaração, assinada conjuntamente com a diretora para a Europa da Organização Mundial de Saúde (OMS), Zsuzsanna Jakab, sublinha que “os mitos antivacinação e a falta de conhecimento podem levar as pessoas a recusar as vacinas, o que, por sua vez, pode abrir a porta para surtos de doenças”, sustentando que “a diminuição da confiança pública na imunização é uma ameaça séria que não pode ser ignorada”.

Um dos exemplos apresentados é o do sarampo, que matou cerca de 2,6 milhões de pessoas por ano até à larga difusão da vacinação, em 1980.

Segundo uma informação divulgada na segunda-feira pela DGS, em Portugal foram notificados este ano 87 casos de sarampo, dos quais 24 confirmados e outros 12 estão ainda em investigação.

O sarampo é uma doença altamente contagiosa, geralmente benigna mas que pode desencadear complicações e até ser fatal. Pode ser prevenida pela vacinação, que em Portugal é gratuita.

Dezoito países europeus foram incluídos numa lista de regiões com transmissão endémica de sarampo, segundo os dados do Centro Europeu para Prevenção e Controlo de Doenças.

Opinião
Todos os anos são registados mais de 12 mil casos de cancro digestivo.

Com uma incidência de mais de 12 mil novos casos anuais e uma mortalidade que ronda os 1.700 óbitos em Portugal, o cancro digestivo continua subdiagnosticado. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados em 2015, morreram aproximadamente 4.000 portugueses com cancro colorretal, 2.300 com cancro do estômago e 1.400 com cancro do pâncreas.

São números preocupantes e que, no nosso entender, continuam sem solução à vista.

Em 2016 foi anunciado que o rastreio de base populacional iria arrancar nesse mesmo ano. Depois disso, foi ainda publicado um despacho que determinava que as ARS deveriam desenvolver iniciativas que visassem melhorar a taxa de adesão aos rastreios, garantir a sustentabilidade da sua execução, bem como informar os cidadãos da importância dos mesmos para a deteção precoce da doença.

Um ano depois, o Plano Estratégico para a implementação dos rastreios oncológicos de base populacional do Cancro do Intestino continua por aplicar.

Aquilo que sabemos é que apenas a ARS Norte implementou um projeto Piloto do cancro colorretal, abrangendo 3.000 pessoas, entre algumas faixas etárias dos 50 e 75 anos, em alguns centros de saúde das regiões de Valongo, Maia, Póvoa de Varzim e Vila do Conde, com a aplicação de dois métodos diferentes.

Esse mesmo projeto, após alguma reflexão, faz-nos levantar três grandes questões:

1º Continuamos preocupados a testar o melhor método para a aplicação dos rastreios de base populacional, quando o mesmo já foi encontrado à custa de várias iniciativas privadas promovidas pelas Associações de doentes e instituições como a Europacolon e as Farmácias Holon, por exemplo,  bem como na generalidades dos países europeus, respetivamente. O desafio que se impõe é tão simples como a sua aplicação a nível nacional;

2º Um dos modelos de captação que está a ser utilizado – é o envio de carta convite e kit de captação de amostras de fezes para casa dos utentes. Este modelo assume-se, segundo o nosso ponto de vista, como impessoal, redutor  e pouco incisivo. Dever-se-ia, pelo contrário, apostar numa maior abordagem e aproximação por parte dos profissionais de saúde nos cuidados de saúde primários, por forma a aumentar o diagnóstico precoce e a sensibilização para a importância da prevenção;

3º O projeto piloto esta a ser aplicado no norte do país, contudo o cancro do colon apresenta-se com maior incidência (2.563) nas regiões de Lisboa, Vale do Tejo, Alentejo e Algarve, segundo dados do Registo Oncológico Regional – Sul, e este tipo de rastreio tem de abranger toda a área geográfica do nosso país.

Concluímos que, infelizmente, em Portugal continuamos a privilegiar a vertente curativa em detrimento de políticas de prevenção e a fomentar a iniquidade que se regista ao nível da acessibilidade ao rastreio e tratamentos!

Por outro lado, e não menos preocupante, temos a questão da realização das colonoscopias de seguimento ou diagnóstico sobretudo  na Grande Lisboa. Após vários anos de alerta continua a situação, com algumas melhorias, mas a ser insuficiente a resposta à concretização daqueles exames dado que, com a implementação do rastreio de base populacional a procura aumentará significativamente. Pesquisa de sangue nas fezes positiva exige que se faça colonoscopia de imediato….

Ao contrário do que acontece na maioria dos demais países europeus, em Portugal ainda não se encontra implementado um rastreio de base populacional tendo como alvo o cancro colorretal (CCR) que é, de entre as doenças oncológicas, a mais rastreável, aquela em que o rastreio apresenta a melhor relação custo/benefício.

Esta lacuna coloca o nosso país na cauda da Europa no que toca, quer à incidência, quer à mortalidade.

Recordamos que o cancro colorretal é o tipo de cancro em que o custo/benefício na implementação de medidas preventivas é mais positivo, o que implica que qualquer investimento nesta área trará uma poupança exponencial nos custos em saúde na área oncológica, para o tratamento de casos de estadios mais avançados e que requerem tratamento muito dispendioso.

A Europacolon foi fundada há uma década, ao longo da qual já morreram mais de 40 mil pessoas por cancro do intestino e outras tantas foram afetadas por tratamentos muito duros e com elevados custos sociais. Desenvolve atividades de sensibilização, junto da população, tentando aumentar a literacia em saúde em Portugal de forma a podermos dotar as pessoas de ferramentas que permitam ter atitudes que permitam  aumentar os níveis de prevenção e de diagnóstico precoce, e assim reduzir drasticamente os números da incidência e mortalidade através do conhecimento dos sintomas, da necessidade de rastreio, entre outras.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
No Algarve
Cerca de 2.500 especialistas reuniram-se este fim de semana no Algarve, na 38.ª edição do Congresso Português e Cardiologia,...

Em declarações, o presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, João Morais considerou que este foi um congresso "muito abrangente do ponto de vista temático”, que passou “em revista múltiplas áreas".

O presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia adiantou ainda que "Portugal acompanha o que se passa um pouco pelo mundo" e destacou os "500 trabalhos originais", que foram apresentados por jovens, "a maior parte deles internos, que vêm de vários serviços de diferentes pontos do país".

"Tivemos sessões só a debater e a discutir casos clínicos, sessões práticas e sessões com médicos de família, que trouxeram os seus casos clínicos mais complexos para debater. É um congresso muito rico do ponto de vista científico muito variado e diversificado", revelou.

O cardiologista destacou ainda a intervenção de Petter Libby, na sessão de abertura, "um cientista de nível mundial que se deslocou a Portugal para o congresso" e informou que se registaram também "momentos de medicina pura e dura", onde o 'chefe' Henrique Sá Pessoa falou sobre a dieta mediterrânea.

Durante o congresso – que decorreu sob o tema "Olhar o Coração: Conhecimento, Inovação e Arte" - foram ainda apresentadas novas tecnologias e produtos que estão a ser testados. "O congresso é afirmação da cardiologia como a grande especialidade médica em Portugal e evidencia a sua vitalidade. Gostamos de mostrar à tutela a força da Sociedade Portuguesa de Cardiologia", rematou.

Proteção contra a Radiação
A Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra é, quinta-feira, designada Centro Colaborador da OMS para a Proteção contra...

A designação faz com que a Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra (ESTeSC) seja “a primeira escola de tecnologia de saúde do mundo a ser nomeada centro colaborador da OMS [Organização Mundial de Saúde] e também o único centro colaborador na área da radiação médica num país de língua oficial portuguesa”, afirma uma nota do estabelecimento.

Para Jorge Conde, presidente da ESTeSC, a nomeação pela OMS representa o corolário do trabalho de ligação internacional feito pela Escola nos últimos anos, com a integração em várias redes internacionais e com o estabelecimento de parcerias de investigação com instituições de todo o mundo.

“A ESTeSC apostou em ser uma instituição global, que cria valor e que se movimenta de forma a poder ter uma intervenção que se constitua como um parceiro inquestionável nas mais diversas questões ligadas à saúde”, afirma o responsável.

O novo centro, liderado por Graciano Paulo e Joana Santos, do Departamento de Imagem Médica e Radioterapia (DIMR) da ESTeSC, tem como missão providenciar aconselhamento técnico à OMS, para a identificação de prioridades na pesquisa científica na área da proteção contra a radiação, e apoiar no desenvolvimento e revisão de ferramentas de comunicação sobre os riscos da radiação.

O Centro Colaborador deve também desenvolver metodologias de trabalho, traduzidas em normas orientadoras, manuais e plataformas online, sobretudo para países de expressão portuguesa, com vista à harmonização de procedimentos em imagem médica e radioterapia.

O impacto negativo da utilização da radiação para fins médicos em pacientes e profissionais de saúde é um tema que, de acordo com a ESTeSC, tem motivado cada vez mais interesse junto da comunidade científica.

“Estudos internacionais em utentes e profissionais de saúde, expostos sucessivamente a radiação para fins médicos, demonstram maior incidência de patologia radioinduzida em relação a indivíduos que não sofrem essa exposição”, sublinha a Escola.

Perante estes resultados, “assiste-se a um grande investimento a nível mundial na investigação do tema, tendo inclusivamente a Comissão Europeia aberto uma linha de investigação para financiar um projeto de dez milhões de euros”, integrando o DIMR da ESTeSC um dos consórcios concorrentes a este financiamento.

A cerimónia de designação do DIMR da ESTeSC como Centro Colaborador da OMS para a Proteção contra as Radiações e Saúde vai realizar-se, com a presença do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, quinta-feira, 27 de abril, às 16:00, no Auditório António Arnaut, na Escola, em Coimbra.

A sessão é precedida por uma conferência sobre “Desafios atuais da proteção contra as radiações em saúde”, com início agendado para as 14:00, com a participação de responsáveis de entidades governamentais do Reino Unido, Alemanha, França e Suíça, ligadas a esta temática.

Estudo
Investigadores criaram, nos Estados Unidos, um dispositivo tecnológico que recria o ambiente uterino, permitindo reduzir a...

O dispositivo, criado por uma equipa do Hospital Pediátrico de Filadélfia, foi testado em fetos de cordeiros, cujo desenvolvimento do pulmão, na fase fetal, é muito semelhante ao dos humanos.

O sistema, alternativo às atuais incubadoras, utiliza um recipiente com líquido amniótico que está ligado a máquinas que fornecem suporte básico de vida.

Os fetos de cordeiro crescem num ambiente quase estéril, controlado pela temperatura, respirando o líquido amniótico - produzido em laboratório - como fazem normalmente no útero materno.

Os corações dos fetos bombeiam o sangue através do cordão umbilical para uma máquina que substitui a placenta materna na troca de oxigénio e dióxido de carbono. Monitores eletrónicos medem sinais vitais, fluxo sanguíneo e outras funções cruciais.

A ideia dos cientistas é aplicar o dispositivo extrauterino a humanos, no suporte vital de bebés prematuros, com 23 a 28 semanas de gestação.

"Se desenvolvermos um sistema extrauterino para apoiar o crescimento e a maturação de órgãos por apenas algumas semanas, poderemos melhorar drasticamente os resultados para bebés extremamente prematuros", sustentou o autor principal do estudo, Alan W. Flake, citado num comunicado do Hospital Pediátrico de Filadélfia.

No estudo, os investigadores descrevem a evolução do dispositivo ao longo de mais de três anos, a partir de uma série de quatro protótipos, começando com uma incubadora de vidro até chegar ao sistema atual.

Os seis cordeiros prematuros testados com o mais recente protótipo eram fisiologicamente equivalentes a um feto humano de 23 ou 24 semanas de gestação.

"Os pulmões dos fetos são gerados para funcionar em fluidos, e nós simulamos esse ambiente aqui [no dispositivo tecnológico], permitindo que os pulmões e outros órgãos se desenvolvam", assinalou outro dos autores do estudo, Marcus G. Davey.

Cientistas estudaram anteriormente a aplicação de várias versões de uma placenta artificial em modelos animais, mas os sistemas para bombear o sangue duravam o máximo de 60 horas e os animais acabavam por ter lesões no cérebro.

O novo dispositivo funcionou durante 28 dias com alguns animais, que se mantiveram saudáveis. Os cordeiros apresentaram respiração normal, deglutição, abriram os olhos, tornaram-se mais ativos, tiveram função neurológica e os órgãos cresceram.

A equipa do Hospital Pediátrico de Filadélfia pretende aperfeiçoar o dispositivo e adaptá-lo a bebés, que têm um terço do tamanho dos cordeiros usados no estudo.

Operação da Interpol
Mais de 300 mil latas de conserva de peixe foram apreendidas em Portugal numa operação da Interpol e Europol que visou comida e...

A operação conjunta da Interpol e da Europol a nível global permitiu encontrar 230 milhões de euros de alimentos e bebidas contrafeitos, anunciou a organização internacional de polícia criminal.

Em Portugal, foram apreendidas 311 mil latas de conserva de peixe que foram introduzidas numa fábrica de transformação que tinha a sua licença revogada por recondicionamento fraudulento das suas embalagens, refere a agência France Presse.

Esta operação da Interpol e Europol desenvolveu-se em 61 países, de dezembro de 2016 a março de 2917. Levou à apreensão de perto de 26 milhões de litros de álcool adulterado, mais de 9.800 toneladas de alimentos e 26,4 milhões de litros de produtos perigosos.

A operação implicou o envolvimento de polícia, alfândegas e serviços inspetivos e foi conduzida em lojas, mercados, aeroportos, portos e zonas industriais.

Associação Zero
Apenas cinco municípios portugueses têm planos de redução de ruído, apesar de ser uma exigência legal, segundo a associação...

Na véspera do Dia Internacional da Sensibilização para o Ruído, que se assinala hoje, a associação Zero disse que ainda há 140 municípios em Portugal Continental sem mapas de ruído respeitando os requisitos necessários.

Além disso, só quatro municípios têm planos de redução de ruído: Alvaiázere, Póvoa do Varzim, Sernancelhe e Vila Franca de Xira. A estes junta-se Lisboa, que estando abrangida por legislação europeia, tem mesmo um plano de ação de ruído.

Segundo Francisco Ferreira, da Zero, há seis municípios que deviam ter um plano de ação por exigência das leis europeias, estando assim em falta Amadora, Odivelas, Oeiras, Matosinhos e Porto.

Para este levantamento, a Zero consultou os dados disponibilizados pela Agência Portuguesa do Ambiente.

“A Zero considera que é fundamental ultrapassar as dificuldades legais que aparentemente não permitem penalizar fortemente os autarcas e as empresas, públicas ou privadas, responsáveis pelas infraestruturas rodoviárias, ferroviárias ou aeroportuárias, que não efetuaram o diagnóstico ou identificaram ações para reduzir o ruído excessivo”, referiu a associação.

O ruído é considerado um grande problema ambiental na Europa. O tráfego rodoviário é a fonte dominante de problemas de ruído, afetando cerca de 100 milhões de pessoas.

Na Europa, 32 milhões de pessoas são expostos a níveis muito elevados todos os anos e registam-se cerca de 10 mil mortes prematuras (decorrentes de stresse devido a exposição a ruído, que desencadeia problemas de hipertensão e cardiovasculares), segundo dados da Organização Mundial da Saúde e da Agência Europeia de Ambiente.

Aliás, 900 mil casos de hipertensão por ano são provocados por ruído ambiental. A poluição sonora causa ainda cerca de 43 mil admissões hospitalares por ano na Europa.

Estudo
Cientistas dos Institutos Gladstone, nos Estados Unidos, criaram, a partir de células estaminais, um tipo especial de neurónio...

Estas células, interneurónios (que se ligam a outro neurónios) 'V2a', transmitem sinais na espinal medula para ajudar a controlar os movimentos. Quando os investigadores transplantaram essas células na espinal medula de ratos os interneurónios integraram-se nas células existentes.

Os interneurónios 'V2a' retransmitem sinais do cérebro para a espinal medula, onde se ligam a neurónios motores que se projetam para os braços e pernas. Assim, dizem os responsáveis do estudo, publicado hoje na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, os interneurónios percorrem longas distancias, subindo e descendo a espinal medula para iniciar e coordenar movimentos musculares, bem como a respiração.

Danos nos interneurónios 'V2a' podem interromper as ligações entre o cérebro e os membros, o que contribui para a paralisia após lesões na espinal medula.

“Os interneurónios podem redirecionar-se após lesões na espinal medula, o que os torna um alvo terapêutico promissor”, disse um dos autores da investigação, Todd McDevitt.

“O nosso objetivo é reformular os circuitos afetados, substituindo interneurónios danificados para criar novos caminhos para a transmissão do sinal em torno do local da lesão”, adiantou o investigador.

Segundo o estudo agora publicado os investigadores produziram pela primeira vez interneurónios 'V2a' a partir de células estaminais humanas, criando substâncias químicas, e mais tarde ajustando-as, que gradualmente levavam as células base a desenvolverem os interneurónios.

Jessica Butts, primeira autora do estudo, explicou que o objetivo foi encontrar a forma de levar à produção de interneurónios 'V2a' em vez de outro tipo de células neuronais, como neurónios motores.

Nas suas experiências, os cientistas implantaram interneurónios na espinal medula de ratos saudáveis e verificaram que estes se integraram com as outras células. O próximo passo é, segundo os cientistas, transplantar células em ratos com lesões na espinal medula, para ver se os interneurónios V2a se ajustam para restaurar os movimentos afetados pela lesão.

Os Institutos Gladstone são uma organização não-governamental dos Estados Unidos dedicada à investigação na área da saúde e ligada especialmente a doenças cardiovasculares, virais e neurológicas.

Estudo
Investigadores da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, desenvolveram uma nanovacina (vacina administrada através de...

As nanovacinas consistem em proteínas do tumor que podem ser reconhecidas pelo sistema imunitário e que estão no interior de uma nanopartícula de polímero sintético.

As minúsculas partículas são direcionadas para o alvo, estimulando o sistema imunitário a desencadear uma resposta contra agentes agressores como tumores. A ideia é ajudar o organismo a combater o cancro com a suas próprias defesas.

No estudo, publicado na edição digital da revista Nature Nanotechnology, e divulgado num comunicado da universidade norte-americana, os cientistas examinaram uma variedade de tumores associados aos cancros da pele, do cólon, do reto, do útero, da cabeça e do pescoço.

Na maioria dos casos, a nanovacina abrandou o crescimento do tumor e prolongou a vida dos animais.

A nanovacina experimental ativou a proteína adaptadora STING, permitindo a estimulação da defesa imunitária do organismo dos roedores contra o cancro.

Outras tecnologias de produção de vacinas têm sido usadas na imunoterapia contra cancros, mas têm custos de produção mais elevados e são mais complexas, por implicarem bactérias vivas ou múltiplos estimulantes biológicos, assinala a Universidade do Texas.

A equipa de cientistas está a trabalhar com médicos para administrar a nanovacina a doentes oncológicos.

Segundo os investigadores, a combinação de nanovacinas com radioterapia ou outras imunoterapias pode aumentar, no futuro, a eficácia dos tratamentos contra o cancro.

Metade da população do planeta em risco de contrair a doença
Comemorar o Dia Mundial da Malária pretende sensibilizar-nos para a importância de uma doença devast

O dia mundial pretende assim contribuir para eliminar a malária nos locais onde ela ainda existe, prevenir a sua reaparição em locais onde ela já foi eliminada e diminuir as taxas de mortalidade pela doença, reduzindo o número de pessoas em risco e tratando melhor as pessoas afectadas pela doença.

Mas o que é a Malária?

A malária e uma doença muito grave provocada por um grupo de parasitas do género Plasmodium que infectam alguns tipos de mosquitos e podem, através da picada destes insectos, ser transmitidos aos humanos, causando doença.

A forma mais grave é provocada pelo Plasmodium falciparum que pode rapidamente levar à morte e afectar múltiplos orgãos e sistemas.

A maior parte destes casos acontece em África.

Em Portugal os casos registados estão habitualmente associados a pessoas que viajam para destinos onde a doença é frequente, por exemplo alguns dos países africanos onde se fala português, ou a imigrantes vindos das regiões do mundo mais afectadas.

Qual a importância da malária no mundo?

De acordo com as estimativas da OMS, cerca de metade da população do planeta está em risco de contrair a doença, existindo cerca de 200 milhões de casos de malária por ano.  

O número de mortes está perto das 500 000 por ano, a esmagadora maioria em África.

A malária pode ocorrer em cerca de 100 países que envolvem, entre outras, regiões importantes de África, especialmente Subsaariana, regiões do sul e sudeste da Ásia, Oceânia / Pacífico Sul, Médio Oriente e partes significativas da América Central e do Sul.

A malária aproveita as condições de pobreza e a inexistêcia de sistemas de saúde consistentes para criar uma espiral negativa, de doença e de pobreza, que comprometem o desenvolvimento económico dos países onde é mais comum.


Dados OMS - zonas endémicas

Como se transmite a doença?

Qualquer pessoa pode ter malária desde que viva em países afectados pela doença ou viaje para esses locais.

A malária é habitualmente trasmitida através da picada de um mosquito, a fêmea do mosquito Anopheles, que tem uma certa predilecção por picar no período noturno, entre o pôr do sol e  o nascer do dia.

Como o parasita se instala nos glóbulos rubros das pessoas afectadas a doença pode também ser transmitida pelas transfusões de sangue, pela partilha de seringas, pela transplantação de orgãos ou mesmo ser transmitida aos bebés durante a gravidez ou durante o parto.

A malária não se transmite por via respiratória ou nos contactos sociais entre pessoas.

Quais são as pessoas com maior risco de doença e das suas complicações?

Os grupos de maior risco incluem os lactentes e as crianças com menos de 5 anos, as grávidas, os imunodeprimidos e as pessoas que regressam a locais com risco elevado de infeção após um período prolongado de ausência.

A complicação mais devastadora é a morte.

O facto de se utilizarem os meios disponíveis de proteção (repelentes, ar condicionado, redes mosquiteiras) ou de prevenção (como as “profilaxias medicamentosas”) diminuem significativamente o grau de risco.

A existência de meios de diagnóstico e de tratamento nos locais afetados são fatores que também diminuem o risco de complicações graves e / ou a possibilidade de morte.

Quais são os principais sintomas de doença?

Malária a grande simuladora!

Ao contrário do que todos gostaríamos que acontecesse não há nenhum sinal ou sintoma de doença que permita, de forma categórica, fazer o diagnóstico imediato de malária.

Para além disso a febre que classicamente se associa à malária pode não existir, ser variável ou ser apenas tardia.

Na verdade os sintomas que caracterizam a fase inicial da doença são comuns a muitas outras doenças e semelhantes aos que ocorrem, por exemplo,  numa gripe vulgar: mal estar geral, fadiga, dores musculares, cefaleias... Podem também estar presentes outros sintomas inespecíficos como a naúsea, vómitos ou diarreia.

Ignorar a doença nesta fase é perder a possibilidade de a controlar e abrir a porta a múltiplas complicações, que podem instalar-se de forma rápida e súbita.

Por isso há uma “regra de ouro” que obriga - ao contrário do que acontece em países sem malária - a valorizar de forma imediata qualquer sintoma ou alteração do estado de saúde e fazer o teste rápido de despiste da malária. Este teste deverá repetir-se, mesmo que o teste inicial seja negativo, se os sintomas se mantiverem ou agravarem.

A malária ou a suspeita de malária são uma emergência médica.

Quando aparecem os sintomas?

Os sintomas de malária aparecem depois de um período mínimo de “incubação” de 7 dias mas podem aparecer até anos depois da picada/infeção.

Deve manter-se um elevado índice de suspeição pelo menos nos primeiros 3 meses após a saída da zona de risco pois é neste período que os casos mais graves geralmente se manifestam.

Como se faz o diagnóstico?

O diagnóstico de malária pode ser feito através de testes rápidos que detetam a infeção ou da observação de uma “gota espessa” de sangue que permite, através do microscópio, a identificação direta dos parasitas, bem como quantificar a gravidade da infeção.

A malária é tratável? 

Sim, a malária é facilmente tratável se o diagnóstico for precoce e o tratamento for pronto e adequado. Os tratamentos tardios ou com fármacos / doses inadequados podem não evitar as complicações da doença ou prevenir a morte.

A malária pode também ser prevenida. Como fazer?

- Minimizar o contacto com os mosquitos e tomar precauções (roupa, uso de repelentes) que evitem as picadas, nomeadamente nos períodos de maior risco (durante a noite, do “por do sol” ao “nascer do dia”);

- Dormir em ambientes controladas, com ar condicionado ou redes mosquiteiras (de preferência impregnadas com inseticidas de longa duração)

- Efetuar a medicação preventiva que evita o aparecimento da doença;

- Utilizar inseticidas residuais nas habitações para reduzir o risco de transmissão da doença.

Ao contrário de outras doenças as vacinas não são ainda eficazes na prevenção da malária. O parasita que provoca a doença tem um ciclo de vida muito complexo, pelo que o nosso organismo tem dificuldade em montar uma resposta imunológica eficaz e duradoura. 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Terapia complementar
A cura reconectiva, uma terapia complementar que utiliza a energia como tratamento, pode ser implementada no Serviço Nacional...

De acordo com esta médica, que integra também a Unidade de Imunologia Clínica desse hospital, caso esta terapêutica ajude o paciente a obter uma melhoria mais rápida, seria "ótimo" que fosse utilizada em áreas como a oncologia e a neurologia e no tratamento da dor crónica e das doenças autoimunes.

"Sei que este tipo de terapia já está presente noutros hospitais da Europa", existindo, em Portugal, o caso do IPO-Porto, que utiliza o Reiki como terapêutica complementar aos tratamentos tradicionais, acrescentou.

Estas declarações foram prestadas à Lusa durante a apresentação do livro "A Reconexão", de Eric Pearl, que decorreu hoje no auditório do Hospital de Santo António, num evento organizado pela sua Unidade de Imunologia Clínica e pelo Centro de Reconectividade do Porto.

Eric Pearl trabalha na área da Cura Reconectiva, uma terapia que, segundo o próprio, é reconhecida e apoiada pela ciência e não tem a intenção de diagnosticar nem substituir os tratamentos tradicionais, sendo sim um suporte para que estes se tornem mais poderosos, englobando energia, informação e luz.

"A cura é o regresso ao equilíbrio", defendeu o criador desta medicina complementar durante o evento, explicando que ela ajuda os pacientes a desbloquear os seus problemas, promovendo assim um "regresso ao seu equilíbrio e à sua essência".

Segundo um documento do Centro de Reconectividade entregue aos presentes durante a apresentação, o Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia publicou um estudo no qual foi comparada esta terapia com o Reiki, com a cura xamânica e com a fisioterapia, em pacientes com dor no ombro.

Os resultados mostraram que uma sessão de dez minutos de Cura Reconectiva foi duas vezes mais eficaz do que a fisioterapia, aumentando a amplitude do movimento em 26 graus, enquanto esta última conduziu a uma melhoria de 12 graus e o Reiki de 20 graus.

Essa restauração da mobilidade "vai além do efeito placebo", refere o texto, visto que os pacientes que se submeteram à cura xamânica, embora não tenham relatado melhoria na amplitude do movimento, sentiram uma redução da dor, quando comparados aos que não receberam nenhum tratamento.

"Isto sugere que, embora a redução da dor possa ser atribuída a um efeito placebo, o aumento da amplitude de movimentos não pode, ou os pacientes tratados com cura xamânica teriam apresentado resultados semelhantes", lê-se ainda documento.

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