Universidade de Boston
Bebidas adocicadas artificialmente, como o refrigerante diet, podem aumentar o risco de acidente vascular cerebral e demência,...

Tomar pelo menos uma lata de refrigerante diet por dia aumenta três vezes o risco de sofrer um acidente vascular cerebral ou desenvolver demência.

O estudo ressalta ainda que a versão "normal" das bebidas, adoçadas com açúcar, não está associada ao risco de desenvolver nenhuma das duas condições, contrariando estudos preliminares.

"Não foi uma surpresa descobrir que a ingestão de refrigerante diet está associada a um maior risco de acidente vascular cerebral e demência. O que me surpreendeu foi que a ingestão de bebidas adocicadas com açúcar não está associada a esses riscos, porque as bebidas com açúcar são conhecidas por não serem saudáveis", disse Matthew Pase, coordenador do estudo em entrevista à CNN.

Os investigadores admitem, no entanto, que não conseguiram provar uma relação direta de causa e efeito entre a ingestão de bebidas com adoçante artificial e o aumento do risco de AVC e demência. Segundo eles, trata-se apenas de uma associação, já que o estudo está baseado em observações e dados recolhidos através de um questionário sobre hábitos alimentares.

Segundo a BBC, o estudo teve como fonte dados de 4 mil pessoas que participaram no estudo "Framingham Heart Study", um projeto da Universidade de Boston.

Contracetivos orais
Um novo estudo publicado na revista “Fertility and Sterility” demonstrou que os contracetivos orais exercem um impacto negativo...

O estudo liderado por Angelica Lindén Hirschberg e Niklas Zethraeus, do Instituto Karolinska, Anna Dreber Almenberg, da Escola de Economia de Estocolmo, ambos na Suécia, e Eva Ranehill da Universidade de Zurique, na Suíça, concluiu também que apesar destes efeitos negativos, os contracetivos orais combinados - de levonorgestrel e etinilestradiol - não provocam sintomas depressivos.

Para o estudo, os investigadores contaram com a participação de 340 mulheres saudáveis, com idades entre os 18 e os 35 anos, que foram divididas em dois grupos aleatoriamente.

Um grupo foi tratado, durante um período de três meses, com uma pílula composta por levonorgestrel e etinilestradiol, um fármaco prescrito em muitos países por ser considerado mais seguro por oferecer menos riscos de trombose. O outro grupo recebeu um placebo. Nenhum dos autores principais do estudo sabia que tratamento tinha recebido cada mulher.

Os resultados revelaram que as mulheres que tinham recebido as pílulas contracetivas consideravam ter uma qualidade de vida significativamente inferior às que tinham tomado os placebos. Segundo o estudo, a qualidade de vida em geral, os níveis de energia, o estado de humor, a sensação de bem-estar e o autocontrolo tinham sido afetados negativamente devido à toma dos contracetivos orais.

"Apesar de 100 milhões de mulheres em todo o mundo tomarem pílulas contracetivas, notavelmente sabemos muito pouco sobre o efeito desta na saúde da mulher", comentou Angelica Lindén Hirschberg, numa nota emitida pelo consórcio de investigadores.

Ciência
Investigadores portugueses demonstraram a forma de evoluir do gene que permite às bactérias resistirem aos medicamentos,...

O trabalho, do Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier, da Universidade Nova, mostra como o gene evoluiu, os mecanismos envolvidos e o número de vezes que a resistência emergiu de forma independente, explica o organismo em comunicado.

O Instituto lembra a capacidade de as bactérias se tornarem resistentes aos antibióticos, o que acontece pela aquisição de um gene, o mecA, que evoluiu de um gene inofensivo e “cuja presença permite às bactérias continuarem a multiplicar-se mesmo na presença deste antibiótico”.

O trabalho “demonstra que o uso de antibióticos no tratamento de infeções e como aditivos na alimentação de animais de produção para consumo humano” foi o que mais contribuiu “para a evolução do gene inofensivo para a versão que permite resistir aos antibióticos”.

“O objetivo deste estudo foi o de identificar os passos do processo de evolução que permitiram que um gene inofensivo em bactérias as tornasse resistentes aos antibióticos da família das penicilinas”, disse Maria Miragaia, a investigadora responsável pelo projeto e que, citada no comunicado, sublinha a importância do controlo no uso de antibióticos para limitar e prevenir novos genes de resistência.

O trabalho foi feito em colaboração entre a Nova e instituições suíças, dinamarquesas, inglesas e norte-americanas.

Malária
A Organização Mundial de Saúde (OMS) desafiou hoje os países a acelerarem e a ampliarem os esforços para prevenir a malária e...

"Hoje instamos os países e os parceiros para acelerarem o ritmo das suas ações, especialmente nos países de baixos rendimentos com grande carga da malária", afirmou o diretor do Programa Global contra a Malária da OMS, Pedro Alonso, numa cerimónia em Nairobi, na véspera do Dia Mundial da Malária.

Na África subsaariana, que suporta 90% da carga global da malária, foram evitados mais de 663 milhões de casos desde 2001, um facto atribuído principalmente ao uso de mosquiteiros tratados com inseticidas, refere a OMS em comunicado.

Além do diagnóstico e tratamento, a OMS recomenda uma série de intervenções preventivas, entre as quais se encontram os mosquiteiros tratados com inseticida, a pulverização das paredes internas das casas com inseticida e o tratamento profilático dos grupos mais vulneráveis: grávidas, lactentes e menores de cinco anos.

"Os instrumentos recomendados pela OMS têm sido um grande avanço na luta mundial contra o paludismo", afirma a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, no comunicado.

Contudo, salientou Margaret Chan, “a prevenção requer um impulso muito maior, especialmente em África, que suporta a maior parte da carga de doença”.

O último relatório da OMS destaca as deficiências cruciais na cobertura de prevenção, especialmente na África subsaariana.

Segundo as estimativas, 43% das pessoas em risco de contrair malária nesta região ainda não estavam protegidas em 2015 por medidas preventivas, como os mosquiteiros, e cerca de 69% das grávidas de 20 países africanos nem tiveram acesso a três ou mais doses de tratamento profilático.

Apesar de alguns países terem incorporado nas suas políticas estas medidas preventivas, “a sua aplicação tem sido lenta”, refere a OMS.

Por exemplo, os tratamentos profilático para os recém-nascidos, “que são seguros, eficazes e bem aceites pelos profissionais de saúde e pela população”, apenas são aplicados atualmente na Serra Leoa, sublinha

No Sahel, onde a maioria dos casos de paludismo e mortes de crianças por esta causa ocorre durante a estação chuvosa, a OMS recomenda quimioprofilaxia sazonal, um tratamento preventivo que reduz em cerca de 75% os novos casos de malária grave em crianças pequenas.

Segundo o Relatório Mundial da Malária 2016, a taxa de novos casos de malária no mundo diminuiu 21% entre 2010 e 2015, enquanto a taxa de mortalidade diminuiu 29%.

No mesmo período, os novos casos de malária na África Subsaariana baixaram 21% e a mortalidade diminuiu 31%-

Outras regiões têm feito progressos consideráveis ​​na luta contra a malária, mas a doença continua a constituir uma grande ameaça para a saúde pública.

Em 2015 registaram-se 429.000 mortes por paludismo e 212 milhões de novos casos, sendo que a cada dois minutos uma criança morre devido a esta doença transmitida por mosquitos.

"Toda a morte por malária é simplesmente inaceitável, uma vez que é uma doença evitável e tratável", salienta Pedro Alonso.

Noventa e um países informaram que, em 2015, ainda tinham a transmissão da malária, estando todos a trabalhar para reduzir a sua carga através da distribuição e utilização de ferramentas preventivas, diagnósticos e terapêuticas recomendadas pela OMS.

A OMS anunciou hoje que a mais avançada vacina contra a malária, mas que tem eficácia limitada, vai ser testada em grande escala no Quénia, no Gana e no Malaui, sendo o objetivo vacinar pelo menos 360.000 crianças, entre 2018 e 2020.

Papel dos nutricionista
A Direção Geral de Saúde (DGS) defendeu hoje que a atuação dos nutricionistas nas farmácias deve ser feita de forma ...

“Nas farmácias, que também são locais de venda de medicamentos e suplementos, os nutricionistas terão de estar muito atentos às questões da independência e da sua capacidade ética e deontológica de prescreverem ou recomendarem, independentemente de qualquer pressão externa”, afirmou Pedro Graça, diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da DGS.

O responsável falava em declarações à Lusa no âmbito do Encontro Nacional dos Nutricionistas que se realiza hoje no Porto para debater a atuação dos nutricionistas nas farmácias comunitárias, bem como discutir a regulamentação e normas orientadoras necessárias para a prática.

“A DGS vê com bons olhos a utilização da farmácia para promover estilos de vida saudável. Neste momento, ainda estamos em fase de discussão sobre a possibilidade de nutricionistas usarem as farmácias para ajudar a fazer educação alimentar. Consideramos que os profissionais devem situar-se nesta questão de forma independente e credível”, explicou Pedro Graça, que participou na sessão de abertura do encontro em representação do diretor-geral de Saúde, Francisco George.

Para Pedro Graça, existem duas questões a ter em conta nesta matéria: por um lado, “a oportunidade das farmácias serem veículos de promoção da saúde e mudança de estilos de vida” e, por outro lado, “a segurança que tem de haver por parte do profissional”.

Segundo o responsável, o nutricionista “tem de ser o mais independente possível e tem de ter condições para exercer essa independência”.

“A preocupação que existe, por parte da DGS, é que os profissionais de saúde que atuam nestes espaços tenham compromissos de orientação profissional, ética e deontológica que lhes permita salvaguardar a independência e a capacidade de recomendar e prescrever, independentemente do local onde estão”, vincou.

Para a DGS, deve aproveitar-se a “dispersão geográfica” das farmácias, bem como o relacionamento que conseguem ter com as pessoas, para as usar “como espaços de educação e de prestação de informação de qualidade aos cidadãos”.

“Sabemos, hoje, que a educação e a informação têm um papel muito importante na tomada de decisão dos cidadãos. Devemos incentivar a utilização das farmácias como espaços de informação de qualidade”, acrescentou Pedro Graça.

Também presente na sessão, Nuno Castro Marques, do Conselho de Administração da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), destacou que aquele organismo “não tem nada a favor nem contra a prestação de cuidados de saúde nas farmácias”, recomendando apenas que sejam estipuladas “condições mínimas” para que os mesmos possam ser prestados em segurança.

“Trata-se de uma nova realidade que nos compete regular e acompanhar”, observou.

De acordo com o responsável, a ERS tem “25 mil estabelecimentos registados como prestadores de cuidados de saúde”, dois mil dos quais com atividades “na área da nutrição”.

Destes, “775 admitem que estão a prestar esses cuidados em espaços coincidentes com as farmácias”, indicou.

Paulo Cleto Duarte, presidente da Associação Nacional de Farmácias, reconheceu que “muito foi feito nos últimos dez anos para permitir a atividade dos nutricionistas nas farmácias”, defendendo a necessidade de “limar pequenas arestas que não estão a permitir a consolidação do projeto”.

“Temos de nos preocupar, essencialmente, com o que os doentes querem de nós”, disse.

Alexandra Bento, Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, destacou que “o interesse maior” de colocar o projeto em prática “é o da saúde da população portuguesa”.

De acordo com Luís Costa, da Ordem dos Farmacêuticos, “o aconselhamento não farmacológico para prevenir situações futuras de saúde vai reduzir a despesa a curto e médio prazo”.

O responsável vincou que o papel dos nutricionistas nas farmácias “é crucial”, uma vez que estes profissionais podem fazer “com maior dedicação” o acompanhamento a um doente inserido num programa nutricional.

Para Luís Costa, “era importante definir regras” para a atuação dos nutricionistas nas farmácias, de forma que o doente “encontre um profissional a atuar da melhor forma e não tenha reservas em relação à sua atuação”.

Prevenção
O comissário europeu para a Saúde, Vytenis Andriukaitis, reiterou hoje que as vacinas são uma das vias mais seguras para...

“As vacinas são uma das formas mais seguras e economicamente mais eficazes de assegurar a saúde pública e de prevenir doenças evitáveis”, disse Andriukaitis, num comunicado divulgado no âmbito da Semana Europeia da Imunização.

A declaração, assinada conjuntamente com a diretora para a Europa da Organização Mundial de Saúde (OMS), Zsuzsanna Jakab, sublinha que “os mitos antivacinação e a falta de conhecimento podem levar as pessoas a recusar as vacinas, o que, por sua vez, pode abrir a porta para surtos de doenças”, sustentando que “a diminuição da confiança pública na imunização é uma ameaça séria que não pode ser ignorada”.

Um dos exemplos apresentados é o do sarampo, que matou cerca de 2,6 milhões de pessoas por ano até à larga difusão da vacinação, em 1980.

“Após um número recorde baixo de casos de sarampo relatados na Europa em 2016, um aumento nos contágios relatados até agora, em 2017, está a afetar bebés muito jovens que são demasiado novos para serem vacinados, bem como adultos de todas as idades e trabalhadores de saúde que nunca foram imunizados”.

A Comissão Europeia e a OMS salientam ainda que “os benefícios das vacinas são uma questão de facto e não de opinião”.

“Temos que acabar com o ceticismo crescente face à imunização, que ameaça reverter os progressos alcançados na saúde pública”, sublinha o comunicado.

Dezoito países europeus foram incluídos numa lista de regiões com transmissão endémica de sarampo, divulgou hoje a Direção-Geral de Saúde (DGS), com base em informações transmitidas pelo Centro Europeu para Prevenção e Controlo de Doenças.

Na informação anterior, divulgada no passado domingo, o registo era de 14 países com surto da doença, com a Roménia a liderar, ao indicar mais quatro mil doentes em seis meses, desde meados do ano passado.

Continuando a ter a Roménia como líder, a lista mais recente inclui ainda Alemanha, França, Itália, Áustria, Bélgica, Polónia, Roménia, Suíça, Rússia, Turquia, Ucrânia, Irlanda, Bósnia e Herzegovina, Geórgia, Cazaquistão, Quirguistão, Sérvia e Macedónia.

Na lista divulgada no domingo, a Roménia continua a protagonizar o maior surto na Europa, com 4.793 casos confirmados e 21 mortes, sendo a faixa dos 0-14 anos a mais atingida (82,1%). Dos casos registados entre janeiro de 2016 e abril de 2017 reportavam a 96% pessoas não vacinadas.

Em Portugal, até quarta-feira, foram notificados “46 casos de sarampo, dos quais 21 confirmados e 15 em investigação” e uma morte, tendo a dez casos sido excluído o diagnóstico de sarampo, segundo a DGS.

Nos primeiros quatro meses do ano houve mais casos de sarampo em Portugal do que na última década anterior.

Semana Europeia da Vacinação
Na Semana Europeia da Vacinação nasce um alerta nacional para a prevenção em idade adulta. Médicos apoiam esta sensibilização

Foi uma viagem à Ásia que levou Rui Ribeiro, 36 anos, a tomar a vacina contra o tétano recomendada a adultos em Portugal. Julgava que era necessário tomar vacinação específica, contra a malária, mas estava enganado. "Na Consulta do Viajante, no Porto, disseram-me que não era preciso mas verificaram que tinha a vacina do tétano em atraso. E foi assim que acabei por me vacinar", contou ao DN. Rui é um caso de um adulto que se esqueceu das recomendações, apesar de confiar no sistema de vacinas.

Esta é a situação que mais se aplica aos portugueses em geral, em que a vacina do tétano e difteria é recomendada para os adultos, com a situação a atingir também os grupos de risco e as suas vacinas. Por isso, nesta Semana Europeia da Vacinação, que decorre entre hoje e sexta-feira, sob o lema "Vaccines work" (As vacinas funcionam), a Associação Respira juntou-se à Fundação Portuguesa do Pulmão e ao GRESP - Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar para lançar o Movimento Doentes pela Vacinação. O objetivo é "alertar, informar e orientar os interessados sobre o tema", sabendo que em Portugal nove em cada dez adultos com mais de 50 anos não estão vacinados contra a pneumonia.

Os dados são de um estudo de 2016 sobre a pneumonia em adultos mais velhos. Desde 2015, uma norma da Direção-Geral da Saúde recomenda a vacinação de grupos de adultos com risco acrescido de contrair doença invasiva pneumocócica mas, diz a Associação Respira, muitos doentes não têm conhecimento disso. A Respira agrupa pessoas com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica e outros problemas respiratórios. São eles que agora partem para a sensibilização da população. "As pessoas não atribuem uma grande importância à prevenção que é feita com vacinas. Há certos grupos, como o nosso de doentes com problemas respiratórios, que são vulneráveis. A vacina pode fazer a diferença", explicou ao DN Isabel Saraiva, vice-presidente da Respira e fundadora do Movimento Doentes pela Vacinação.

A vacina antipneumocócica não tem custos para pessoas que o médico considere essencial que sejam imunizadas. Além dos doentes respiratórios, grupos de alto risco como portadores de HIV, pessoas com linfomas, ou que tenham retirado o baço, estão entre os que têm direito à vacinação sem custos. "Todas as pessoas podem tomar a vacina, terá custos mas é comparticipada", diz Isabel Saraiva.

Os médicos aprovam a aposta dos doentes em alertar a sociedade, mas pedem a validação pelo profissional. "A vacina previne a doença. As pessoas devem sempre dirigir-se ao médico que indicará se deve vacinar-se", afirma António Araújo, presidente da Pulmonale - Associação Portuguesa de Luta contra o Cancro do Pulmão. O médico, que preside à secção Norte da Ordem dos Médicos, aplaude a iniciativa da Respirar e considera que a vacinação dos adultos perdeu força com o desenvolvimento da medicina. "As doenças infecciosas foram diminuindo de prevalência e as pessoas acabam por descurar. Muitos adultos falham a vacina do tétano por esquecimento mas ela é importante e previne doenças fatais. Nos grupos de risco, como é o caso dos vulneráveis à pneumonia, a vacina previne internamentos e problemas graves", diz o professor no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar.

António Araújo realça que "é fundamental vacinar", consciente do movimento que existe, a nível internacional, a defender a não vacinação - esta foi uma questão que ganhou relevo nas últimas semanas devido ao surto de sarampo que atingiu a Europa [em Portugal há 21 casos confirmados e 15 em investigação, e uma morte] e em que uma elevada percentagem de quem apanhou a doença não estava vacinado.

"Deve-se ao facto da diminuição de incidência de certas doenças e de se basearem em argumentos não científicos. Tomam a decisão de não se vacinar e isso tem riscos. Acabam por surgir surtos de doenças", considera, apontando que a mobilidade no mundo faz aumentar o risco.

Mobilidade gera desafios

Por isso, Ricardo Mexia, especialista em saúde pública no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, afirma que "não podemos baixar a guarda, é preciso manter um sistema de vigilância proativo" no campo da vacinação. "Os vírus e agentes patológicos não têm fronteiras. A mobilidade hoje é rápida e mais fácil, colocando desafios relevantes", aponta o médico, sem querer, por agora, entrar na discussão da obrigatoriedade da vacinação, equacionada por alguns com o surto de sarampo que causou a morte de uma jovem. "Não é o momento para discutir a obrigatoriedade. É preciso serenidade e olhar para as evidências . A Roménia tem vacinas obrigatórias e está a lidar com mais de quatro mil casos de sarampo. Em França criaram-se subsídios para mais vacinação mas veio a comprovar-se que esse sistema prejudicava as classes mais baixas", justifica.

Para o Movimento Doentes pela Vacinação, o mais importante é chegar às pessoas. "O que se pretende é levar informação às pessoas. Isto será o início, queremos juntar mais instituições e fomentar a participação dos médicos. As pessoas estão pouco informadas. Mesmo no caso de quem está recomendado e pertence aos grupos de alto risco, logo, com acesso gratuito à vacina, as taxas de vacinação são extremamente baixas", diz Isabel Saraiva.

Na Semana Europeia da Vacinação, a OMS refere que a vacinação deve ser ao longo de toda a vida, entre a infância, adolescência e idade adulta. O objetivo é afirmar que as vacinas funcionam e têm salvado milhões de vidas.

Parceria com Fundação Portuguesa de Cardiologia
A Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC), em parceria com a Sociedade Portuguesa de Cardiologia e a associação...

O primeiro é da responsabilidade da Fundação Portuguesa de Cardiologia, estando já aberto o período de candidaturas à bolsa de investigação no valor de 5 mil euros até ao dia 30 de junho de 2017. Já o prémio a ser atribuído na área da morte súbita no desporto será da responsabilidade da Sociedade Portuguesa de Cardiologia.

“Estamos muito orgulhosos por estarmos associados a este projeto inédito de âmbito nacional. Atualmente as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em Portugal, sendo que a educação para a prevenção se torna cada vez mais urgente” refere o Prof. Doutor Manuel Oliveira Carrageta, Presidente da Fundação. “Neste contexto, o lançamento dos Prémios de Investigação Eusébio da Silva Ferreira ganha particular importância”, conclui o especialista.

De acordo com o Dr. Miguel Mendes, Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, “os prémios Eusébio da Silva Ferreira são uma mais-valia para estimular a investigação no campo da Cardiologia do Desporto e para chamar a atenção para a necessidade da avaliação prévia e acompanhamento médico dos desportistas mesmo após terminarem a fase competitiva da sua carreira”.

OMS
A mais avançada vacina contra a malária, mas que tem eficácia limitada, vai ser testada em grande escala no Quénia, no Gana e...

Em comunicado divulgado na véspera do Dia Mundial da Malária, a OMS adianta que o objetivo é vacinar pelo menos 360.000 crianças, entre 2018 e 2020.

A África é, de longe, o continente mais afetado pela malária, totalizando 92% das 429.000 mortes registadas em todo o mundo em 2015, devido a esta doença transmitida por mosquitos, referem dados da OMS.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, as crianças com menos de cinco anos representam mais de dois terços dessas mortes.

Desenvolvida pela farmacêutica britânica GlaxoSmithKline (GSK), em parceria com a organização não-governamental Path Malaria, a vacina Mosquirix (também chamada RTS,S) foi desenvolvida para crianças entre as seis semanas e os 17 meses.

"Esta vacina poderá salvar dezenas de milhares de vidas em África", disse à agência France Presse (AFP) a diretora regional da Organização Mundial de Saúde para África, Matshidiso Moeti,

O projeto-piloto deverá avaliar a eficácia da vacina "no contexto de um uso rotineiro", assim como eventuais obstáculos logísticos, diz Matshidiso Moeti.

Segundo a responsável, o projeto-piloto irá sensibilizar os pais para um novo ciclo de vacinação que não corresponde ao tradicional programa de vacinação (DTP, sarampo, etc.).

De acordo com um estudo realizado ao longo de vários anos, publicado em abril de 2015, a "RTS,S" tem uma eficácia modesta e baixa ao longo do tempo, mas é atualmente a vacina experimental mais promissora contra o paludismo, que mata, em média e todos os dias, 1.200 crianças na África subsaariana.

"Com base nos resultados do estudo realizado, o CHMP (Comissão dos medicamentos para uso humano da EMA) concluiu que, apesar da eficácia limitada, a relação benefício-risco da 'Mosquirix' é favorável nos dois grupos de idade estudados", acrescentou.

Estudo
As grávidas que utilizam o telemóvel com muita frequência têm uma probabilidade maior de gerar um filho com hiperatividade e...

Segundo a investigação, a utilização do telemóvel com frequência média ou alta durante a gravidez aumenta as hipóteses da criança desenvolver problemas de conduta, especialmente hiperatividade, falta de atenção e dificuldades emocionais.

Por outro lado, o estudo conclui que as mães que não usaram o aparelho durante a gravidez tiveram filhos com menos problemas gerais de conduta e sociabilidade.

Quase 84 mil mães e filhos de Espanha, Dinamarca, Coreia do Sul, Holanda e Noruega participaram neste estudo que adianta que 29% das mães usaram pouco o telemóvel, 27% usaram-no com frequência média e 5,7% foram classificadas como utilizadoras de frequência alta.

Laura Birks, investigadora do ISGlobal e principal autora do estudo, destaca que os resultados mostram "uma evidência consistente do risco de problemas de hiperatividade e falta de atenção pelo uso médio e alto do telemóvel por parte das mulheres durante a gravidez".

De todos as crianças analisadas, 6,6% tiveram dificuldades gerais de conduta, 8,3% foram diagnosticadas com hiperatividade e falta de atenção e 12% apresentaram problemas emocionais.

Segundo Martine Vrijheid, coordenadora da investigação, será útil estudar no futuro "de que maneira a exposição às radiofrequências dos telemóveis afeta o feto".

Doenças Cardiovasculares
O presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC), João Morais, cuja direção toma hoje posse, disse à agência Lusa que...

João Morais, que também é diretor do serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar de Leiria, tem como objetivo para os dois próximos anos criar uma agenda própria, debater com a tutela alguns dos problemas que afetam os portuguesas e colocar no centro da discussão algumas doenças.

"A SPC tem de estar na rua e ter uma agenda para a saúde cardiovascular em Portugal. Vamos tentar identificar quais os grandes problemas da saúde cardiovascular dos portugueses e tentar debatê-los com a tutela", referiu o especialista.

Segundo João Morais, há duas grandes prioridades: "Uma, que já foi identificada e que nestes últimos dois anos trabalhou-se muito, é a prevenção da morte súbita". E outra a "insuficiência cardíaca”.

O presidente da SPC admitiu que a morte súbita é "muito mediática" quando sucede no desporto e em jovens, mas alertou que não sucede só com estas pessoas, revelando que "hoje a cardiologia tem ferramentas, não só para identificar os doentes em risco de morte súbita, como para prevenir essa mesma morte súbita".

Aliás, este responsável considerou que "há um longo caminho a percorrer" e que "Portugal está a léguas de distância dos países mais desenvolvidos da Europa" nesta área.

Quanto à insuficiência cardíaca, disse que Portugal teve um "progresso notável, nos últimos 20 anos, no tratamento do enfarte do miocárdio", o que levou à "redução da mortalidade", mas "se os doentes não morrem de enfarte do miocárdio, vão viver mais anos, mas, parte deles vai ser com um coração deteriorado".

João Morais acrescentou que, deste modo, aumenta o número de idosos que "vai ter problemas cardiovasculares", nomeadamente a insuficiência cardíaca, ou seja, "o coração não consegue executar as tarefas que lhe são exigidas de uma forma perfeita".

"Estamos a falar de centenas de milhares de doentes em Portugal. Metade dos serviços de medicina interna estão cheios de doentes idosos e metade sofre de insuficiência cardíaca. Quase um quarto dos doentes que vai às urgências em Portugal é por insuficiência cardíaca. É um assunto que tem sido tabu - o Plano Nacional de Saúde nem fala dela - e eu espero ser capaz de a poder trazer para a tal agenda", frisou.

Reforçando que Portugal trata o enfarte miocárdio como qualquer "país do mundo desenvolvido", o cardiologista considerou, contudo, que é preciso melhor organização.

"Muito do que tem sido feito é por iniciativa dos próprios médicos, sem alguém acima a coordenar. Eu faço no meu hospital o melhor que posso e o hospital a 50 quilómetros faz também o melhor que pode, mas não nos articulamos", constatou, ao considerar que a cardiologia portuguesa poderia "melhorar" se houvesse organização.

"Depois falta-nos identificar os grandes problemas e a capacidade de se juntar à volta de uma mesa os decisores e os especialistas na área para definir planos e planificação".

E aqui, João Morais quer chamar à discussão a tutela, mas também os profissionais.

Outra das suas prioridades é a parte interna da SPC. "Os grandes objetivos são melhorar a qualidade da educação médica, unir e modernizar a sociedade e dar-lhe toda a estrutura que precisa para o futuro. A cardiologia é hoje uma das maiores sociedades em Portugal, muito prestigiada na Europa e um dos desafios que se coloca é adaptá-la aos tempos modernos".

Diretor-geral da Saúde
O diretor-geral da Saúde esclareceu ontem que a irmã da jovem que morreu na quarta-feira com sarampo apenas foi internada como...

Francisco George falava à agência Lusa depois de visitar a jovem no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, onde na quarta-feira morreu a irmã de 17 anos, com sarampo.

“A situação de atividade epidemiológica do sarampo não tem alterações significativas”, disse o diretor-geral da Saúde, referindo que o estado clínico da jovem internada no Hospital Dona Estefânia “não inspira cuidados”.

A rapariga, irmã mais nova da jovem de 17 anos, “só está internada como medida de precaução especial”, adiantou, referindo que a paciente está a ser submetida a exames.

De acordo com fonte do Hospital Dona Estefânia, só na segunda-feira é que serão conhecidos os resultados dos exames que irão determinar se a jovem está infetada com o vírus do sarampo.

Segundo Francisco George, mantêm-se os 21 casos de sarampo diagnosticados em Portugal, encontrando-se 15 ainda em investigação.

Esta segunda-feira deverá ser emitido um novo boletim epidémico sobre a doença, disse.

Sarampo
Uma irmã da jovem de 17 anos que morreu na quarta-feira com sarampo em Lisboa está internada no Hospital D. Estefânia, mas só...

Segundo a fonte do Centro Hospitalar Lisboa Central, a que pertence o Hospital D. Estefânia, o estado de saúde da jovem é estável.

Na segunda-feira serão conhecidos exames para averiguar a presença ou não do vírus do sarampo, doença que causou um surto epidémico em Portugal. Vinte e uma pessoas foram já infetadas em Portugal, entre as quais a jovem de 17 anos que morreu.

Segundo o ‘site’ do jornal Expresso, a menina tem 12 anos e foi internada com “uma infeção que terá sido transmitida pela irmã que morreu na quarta-feira”.

De acordo com informação divulgada na quarta-feira pelo Centro Hospitalar de Lisboa Central, a jovem morreu “na sequência de uma situação clínica infeciosa com pneumonia bilateral – sarampo”.

Em 2016, Portugal recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) um diploma que oficializava o país como estando livre de sarampo, até porque os poucos casos registados nos últimos anos tinham sido contraídos noutros países.

Com a vacinação gratuita das crianças, a partir de 1974, e sobretudo com a introdução de uma segunda dose de vacina em 1990, o sarampo acabou por se tornar quase uma doença esquecida ou invisível.

Mas entre 1987 e 1989 tinham sido notificados em Portugal 12 mil casos, contabilizando-se 30 mortes.

O sarampo é uma das infeções virais mais contagiosas e, apesar de habitualmente ser benigna, pode ser grave e até levar à morte, avisa a Direção-geral da Saúde (DGS).

A doença manifesta-se pelo aparecimento de pequenos pontos brancos na mucosa oral cerca de um ou dois dias antes de surgirem erupções cutâneas, que inicialmente surgem no rosto.

Balanço
Dezoito países europeus foram incluídos numa lista de regiões com transmissão endémica de sarampo, divulgou hoje a Direção...

Na informação anterior, divulgada no passado domingo, o registo era de 14 países com surto da doença, com a Roménia a liderar, ao indicar mais quatro mil doentes em seis meses, desde meados do ano passado.

Continuando a ter a Roménia como líder, a lista mais recente inclui ainda Alemanha, França, Itália, Áustria, Bélgica, Polónia, Roménia, Suíça, Rússia, Turquia, Ucrânia, Irlanda, Bósnia e Herzegovina, Geórgia, Cazaquistão, Quirguistão, Sérvia e Macedónia.

Na lista divulgada hoje, a Roménia continua a protagonizar o maior surto na Europa, com 4.793 casos confirmados e 21 mortes, sendo a faixa dos 0-14 anos a mais atingida (82,1%). Dos casos registados entre janeiro de 2016 e abril de 2017 reportavam a 96% pessoas não vacinadas.

Em Portugal, até quarta-feira, foram notificados “46 casos de sarampo, dos quais 21 confirmados e 15 em investigação”, tendo a dez casos sido excluído o diagnóstico de sarampo, segundo a DGS.

Nos primeiros quatro meses do ano houve mais casos de sarampo em Portugal do que na última década anterior.

De acordo com os vários relatórios sobre doenças de declaração obrigatória, entre elas o sarampo, entre 2006 e 2014 Portugal registou 19 casos de sarampo – quase todos importados - quando desde janeiro deste ano até hoje já houve 23 casos notificados.

Em 2016, Portugal recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS), um diploma que oficializava o país como estando livre de sarampo, até porque os poucos casos registados nos últimos anos tinham sido contraídos noutros países.

O sarampo é uma das infeções virais mais contagiosas, habitualmente é benigna mas pode ser grave e até levar à morte.

A vacinação é a principal medida de prevenção contra o sarampo e a vacina é gratuita e está incluída no Programa Nacional de Vacinação (PNV). As crianças devem ser vacinadas aos 12 meses e repetir a vacina aos cinco anos.

Atendimento
Mais de 2,5 milhões de portugueses foram atendidos pela Linha Saúde 24 nos seus dez anos de funcionamento, representando cerca...

Este é um balanço genérico feito pelo coordenador da Linha Saúde 24, o enfermeiro Sérgio Gomes, que recorda que na génese desta linha esteve o Dói Dói Trim Trim, uma serviço telefónico que começou em 1998 e era destinado a pais e cuidadores de crianças.

Em 2002 surgiu depois a linha de saúde pública, essencialmente para informar, ajudar e esclarecer a população sobre questões de saúde pública. E foi a conjugação destes dois serviços que acabou por estar na origem da atual Linha Saúde 24.

“Com o Saúde 24, no dia 25 de abril de 2007 inicia-se uma nova era na resposta de oferta de cuidados de saúde. Primeiro porque é realizada por telefone e depois porque permite articulação com os serviços de saúde”, declarou Sérgio Gomes, em entrevista à agência Lusa.

O responsável da Direção-geral da Saúde (DGS) refere que a satisfação dos utentes com o atendimento se tem mantido, enquanto ao longo dos anos se verifica um “aumento sustentado” de cerca de 150 mil contactos por ano para o 808 24 24 24.

O tempo médio de atendimento situa-se nos 11 minutos e tem vindo a descer, uma diminuição atribuída à experiência da equipa de 450 enfermeiros desta Linha, até porque 30% está na equipa desde o início de atividade, há dez anos.

Sobre o papel da Linha Saúde 24 como uma triagem que evite idas desnecessárias às urgências, Sérgio Gomes não tem dúvidas de que tem tido um efeito positivo, que podia ser superior se o volume de telefonemas aumentasse.

“Nós fazemos estudos e, no ano passado de julho a setembro, mostram que 76% das pessoas que não tiveram indicação para ir à urgência mas tinham essa intenção antes do contacto não foram mesmo ao serviço de urgência”, indicou.

Da mesma forma, o enfermeiro adianta que, de todos os contactos efetuados, apenas 22% representam situações que são encaminhadas para as urgências. Em 37% dos casos há indicação para se dirigir a um centro de saúde e noutros 30% para cuidados em casa ou situações para enfermagem.

Há depois um número residual de chamadas que é passada diretamente ao Instituto Nacional de Emergência Médica e outras que são apenas para dar informações genéricas sobre prestadores de cuidados de saúde ou sobre farmácias.

Ao longo de uma década de funcionamento, foi mudando o perfil de quem mais procura este tipo de atendimento telefónico. No princípio a maioria de atendimentos era na faixa etária pediátrica, mas foi havendo um desvio para o adulto e para os mais idosos.

No primeiro ano de funcionamento da linha, 65% das chamadas eram para as crianças, quando atualmente representam cerca de 35%. Já os idosos passaram de 9% para 13% dos contactos nos últimos três anos.

A Saúde 24 chegou a ter um atendimento mais específico para os idosos, que depois foi abandonado, mas que vai ser recuperado no futuro contrato deste centro de atendimento do Serviço Nacional de Saúde.

Este novo formato do centro de atendimento vai ter outros canais de comunicação, mas mantendo sempre a Linha Saúde 24, que passará por exemplo a poder marcar consultas e meios complementares de diagnóstico, numa articulação com os centros de saúde.

O acompanhamento mais próximo aos idosos vai fazer parte dos telecuidados que serão criados, que servirão também para acompanhar pessoas submetidas a cirurgia ambulatória, mas sempre sob orientação dos serviços hospitalares.

Segundo Sérgio Gomes, o concurso público para esta nova linha (que manterá sempre o mesmo número telefónico) está concluído e a partir de junho prevê-se que seja possível começar a implementar o novo centro de contacto.

A dispensa de taxa moderadora a quem antes liga para a Saúde 24 e é encaminhado para uma urgência, bem como a possibilidade de passar à frente dos que têm a mesma cor de prioridade, são medidas que vieram reforçar o papel da Linha, mas não terão tido um impacto muito significativo no aumento de chamadas.

“Estávamos a atender em média por dia 2.000 chamadas, passámos para 2.150/2.200. Depois este aumento foi estabilizando em 2.300 ou 2.400. Creio que não houve um impacto tão grande quanto eventualmente se pudesse estimar”, afirmou Sérgio Gomes.

Para a história da Linha Saúde 24 entraram casos como a Gripe A, que correspondeu ao período de tempo em que mais chamadas houve, com 1,5 milhões de telefonemas só para a situação da pandemia em 2009.

Do passado mais recente, outros casos corresponderam a picos de contactos, como o vírus Ébola, o dengue na Madeira ou o caso de ‘legionella’ em Vila Franca de Xira.

Medicamentos
O Infarmed, a Direção-Geral de Saúde (DGS) e o Instituto Ricardo Jorge (INSA) vão avançar com uma avaliação "firme e...

"Dados recolhidos pelo Infarmed mostram uma duplicação dos encargos entre 2015 e 2016, valor esse que quintuplica em dois anos, passando de 1,1 milhões de euros para 5,7 milhões [de euros], incluindo medicamentos com e sem comparticipação", revelou hoje em comunicado a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed).

Já o financiamento no Serviço Nacional de Saúde (SNS) aumentou de 779 mil euros para 2,1 milhões num ano, segundo a mesma entidade.

"Estes valores, só por si, não permitem concluir que há um sobretratamento do défice de Vitamina D", sublinhou o Infarmed, acrescentando que "a discrepância de valores nos resultados publicados em dois estudos diferentes justifica uma avaliação profunda e esclarecedora nesta área".

Assim, o Infarmed, em colaboração com a DGS e o INSA, está a averiguar quais as razões que justificam este "aumento anormal" da utilização de medicamentos contendo vitamina D.

Segundo o Infarmed, esta investigação está a ser efectuada em diversas vertentes, desde logo, relativamente às metodologias utilizadas na determinação dos níveis sanguíneos de vitamina D, à racionalidade clínica na prescrição de medicamentos com vitamina D, e às práticas promocionais daqueles medicamentos por parte das empresas farmacêuticas.

O Infarmed alerta que os medicamentos com vitamina D, como qualquer medicamento, não são isentos de efeitos adversos e devem ser utilizados apenas quando existe clara indicação clínica.

Investigação
O Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentável do Produto (CDRSP), do Instituto Politécnico de Leiria, é um dos parceiros...

Integrado no projeto HydroZONES, um dos maiores projetos europeus na área da engenharia de tecidos, o CDRSP contribuiu, através de impressoras, para o desenvolvimento de substitutos inteligentes de cartilagem, que imitam a complexidade do tecido natural com base na compreensão da distribuição zonal da cartilagem natural.

Um dos investigadores, Pedro Morouço, explicou à agência Lusa que, por vezes, as cartilagens têm determinado defeito. Como têm diferentes espessuras e especificidades de pessoa para pessoa, "tenta-se compreender a cartilagem daquela pessoa para conseguir mimetizá-la na impressora".

"Essa mimetização leva um polímero, que é uma estrutura para dar suporte. Depois, fazemos diferentes camadas, com diferentes hidrogéis, que têm a capacidade de levar diferentes tipos de células. A ideia é tentar mimetizar a cartilagem daquela pessoa para depois voltar a implantar", acrescentou Pedro Morouço.

Este projeto surgiu em 2013, no âmbito de um consórcio de várias instituições europeias, que "tiveram a ideia de avançar com um projeto que pretendia mimetizar a cartilagem humana e as suas diferentes camadas que têm de ser distintas a nível do biomaterial".

"Precisavam para isso de uma impressora costumizada, que conseguissem fazer essa mimetização da cartilagem, uma vez que ela é muito complexa. A ideia era tentar perceber se se conseguia desenvolver um sistema que conseguisse imprimir um polímero e vários hidrogéis no mesmo 'scaffold' [estrutura que permite vários encaixes]", explicou o investigador.

Quatro anos depois, essa mimetização já foi realizada em ratos e porcos pequeninos. "Fomos selecionando os resultados mais satisfatórios até chegarmos agora aos cavalos. Três impressoras do CDRSP estão agora em duas instituições europeias do consórcio, e uma na Austrália".

Pedro Morouço adiantou que a intervenção em humanos ainda não é possível. "Teríamos de falar em ensaios clínicos e todas as regras que daí advêm. Estamos numa série de projetos a nível de regeneração e este é muito promissor para chegar a um ensaio pré-clínico".

Por acreditar no futuro deste projeto, que teve um investimento de 13,2 milhões de euros e um financiamento de 9,7 milhões de euros, a auditora da Comissão Europeia "disse que poderia haver um Hydrozone 2.0" e aí "estariam reunidas todas as condições para entrar num ensaio pré-clínico".

Pedro Morouço salientou que, segundo os últimos dados, os problemas de cartilagem afetam cerca de 250 milhões de pessoas em todo o mundo e estão fortemente associados à obesidade. "Como estamos numa sociedade mais obesa e mais envelhecida, temos todos os fatores a favor para aumentarem o número de problemas crónicos de osteoartrose".

Por isso, o investigador submeteu, em janeiro, outro projeto no âmbito do H2020 na área da regeneração dos tecidos. "Há fatores de prevenção que podem ser trabalhados e o projeto, a que chamei ‘4D bioprinting’, tem como objetivo chegar à bioimpressão 4D. Conto com um consórcio de dez instituições europeias, mais seis parceiros, em que pretendemos desenvolver desde os biomateriais às máquinas/equipamentos, aos testes in vitro e in vivo para diferentes tipos de tecido", revelou.

Neste projeto, Pedro Morouço propôs que fosse o IPLeiria a liderar a candidatura, cujo resultado só será conhecido no verão.

O investigador foi também desafiado recentemente por uma médica italiana para um projeto de regeneração do osso em 4D. A neuropediatra pretende um tipo de implante que tenha "capacidade de resposta a estímulos e que permita crescer ao mesmo tempo".

"O desafio é colocar essa plasticidade na 'scaffold', permitindo que tenha a capacidade de crescer com o crescimento do crânio da criança e ao mesmo tempo não perca a robustez. A ideia é avançar ao nível dos biocerâmicos na própria 'scaffold', com uma que já tenha condutividade elétrica. Se conseguir ter o biocerâmico e ter a propriedade elétrica consigo dar-lhe estímulo para ela ter capacidade plástica de expansão", informou.

Papa Francisco
Dez hospitais têm atualmente uma reserva de sangue para sete dias, capaz de responder a eventuais necessidades com origem nas...

Em entrevista à agência Lusa, a diretora técnica do Centro de Sangue e Transplantação de Lisboa, Ana Paula Sousa, afirmou que os hospitais envolvidos têm de assegurar uma reserva de sangue para sete dias, o que está a acontecer.

De acordo com o Plano de Contingência do Ministério da Saúde para as Comemorações do Centenário das Aparições de Fátima, a emergência pré-hospitalar irá garantir um primeiro eixo de resposta.

Um segundo eixo hospitalar (em maior proximidade geográfica e para situações de menor gravidade) será composto pelo Hospital Distrital de Santarém, Centro Hospitalar do Médio Tejo, Centro Hospitalar do Oeste e o Centro Hospitalar de Leiria.

Existirá ainda um terceiro eixo constituído por unidades hospitalares com serviços de urgência polivalentes e maior capacidade para doentes críticos: Centro Hospitalar do Porto, Centro Hospitalar São João, Centro Hospitalar de Lisboa Central, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e Centro Hospitalar Lisboa Norte.

Os hospitais do segundo e terceiro eixo são os que têm de assegurar esta reserva de sangue para sete dias, segundo Ana Paula Sousa, que representa o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) na Comissão de Gestão do Plano de Contingência do Ministério da Saúde para as Comemorações do Centenário das Aparições de Fátima, a 12 e 13 de maio.

Desde fevereiro que o IPST tem trabalhado no sentido das unidades hospitalares de segundo e terceiro eixo terem constituído as reservas de sangue adequadas face ao potencial do evento.

“Os hospitais têm de ter a reserva adequada todos os dias. É evidente que vai haver uma atenção mais especial face ao evento de 12 e 13 de maio, mas os hospitais - e dando cumprimento aquilo que é também a missão do IPST, que é garantir a regularidade da dádiva mas também que os hospitais tenham uma reserva adequada de sangue - devem ter essa prática diária”, disse.

Segundo Ana Paula Sousa, “é fundamental que os hospitais tenham desde sempre uma reserva entre cinco a sete dias, de forma a que, face um evento, seja ele o que se aproxima, que é um evento previsível, ou um imprevisível, que não tem data marcada, os hospitais tenham capacidade de resposta”.

Em relação ao centenário das "aparições" de Fátima, com o papa Francisco, a 12 e 13 de maio, a especialista disse que, da experiência em outros países, o consumo de sangue não deve ultrapassar as reservas que existem nas instituições.

Lembrando o que disse o presidente da Comissão, António Marques da Silva, na apresentação do Plano de Contingência, “as reservas têm de ser vistas de uma forma séria e adequada”.

Segundo Ana Paula Sousa, “este evento terá de ter uma tradução muito mais além de Fátima, que é a constituição de uma reserva nacional capaz de dar resposta a qualquer evento, seja ele previsível ou imprevisível”.

“Esta vinda do papa é de extrema importância, mas o que está previsto em termos de planeamento de sessões de colheita e aquilo que os hospitais envolvidos no segundo e terceiro eixo têm em termos de planeamento de colheitas é o adequado”, disse.

Para Ana Paula Sousa, “não há necessidade de qualquer alarme, pois é a colheita adequada para que esta reserva a sete dias seja constituída”.

O papa Francisco estará em Fátima para assinalar o centenário das “aparições” a 12 e 13 de maio e canonizar os dois pastorinhos Jacinta e Francisco.

Encontro Nacional
No próximo dia 24 de abril, segunda feira, a partir das 10h00, o Auditório da Biblioteca Almeida Garrett (Jardins do Palácio de...

Consideradas cada vez mais importantes no âmbito da saúde pública, as farmácias comunitárias podem representar espaços de prestação de cuidados de saúde na área da prevenção e da terapêutica, onde os nutricionistas poderão ter um importante papel a desempenhar. Este Encontro Nacional vem refletir as preocupações da Ordem dos Nutricionistas quanto ao exercício da profissão de nutricionista nestes espaços pela falta de regulamentação, o que motivou a Ordem na produção de normas orientadoras para os nutricionistas.

O programa promove um alargado debate em torno da atuação dos nutricionistas nas farmácias. O ponto de partida é uma conferência que pretende explicar o porquê da existência dos serviços de promoção de saúde nas farmácias, proferida pelo Professor Doutor Constantino Sakellarides.

As questões legais, éticas e deontológicas também fazem parte do programa, com a análise ao regime jurídico das farmácias e aos desafios deontológicos que se colocam aos profissionais. O serviço de nutrição nas farmácias vai estar em análise no segundo painel: quais os ganhos em saúde e qual a importância da existência de normas de atuação são as questões a desenvolver. A última discussão do dia comenta, em diferentes perspetivas, o exercício da profissão de nutricionista na farmácia.

O Encontro Nacional dos Nutricionistas irá decorrer ao longo de todo o dia 24 de abril, entre as 10h00 e as 18h00, reunindo nutricionistas de todo o país.

Daiichi Sankyo
“Anticoagulação 360º” é um espaço de partilha de informação sobre anticoagulação, apoiado pela Daiichi Sankyo Portugal, alojado...

Trata-se de uma plataforma de comunicação ao serviço dos médicos portugueses de todas as especialidades, nos moldes de uma rede social, que conta já com mais de 6000 utilizadores. Conforme explica o Prof. Doutor Carlos Martins, responsável pelo projeto, “neste espaço os colegas podem efetuar vários tipos de partilhas: um simples pensamento, artigos e documentos, um link interessante ou mesmo um vídeo. Além das partilhas, no Dr. Share desenvolvemos múltiplas atividades de formação médica contínua, sempre com um elevado sentido prático e orientadas para as necessidades reais dos colegas”, acrescenta.

O especialista de Medicina Geral e Familiar esclarece que os canais na secção “InfoShare” são desenvolvidos em parceria com outras entidades que possam contribuir com informação útil para os utilizadores da plataforma. Neste caso, os conteúdos carregados são da responsabilidade da entidade parceira, havendo uma separação entre estes conteúdos e as partilhas efetuadas por médicos na timeline do Dr. Share. “Os canais InfoShare constituem uma excelente oportunidade de comunicação para os nossos parceiros num ambiente de acesso restrito a médicos. Essa comunicação pode envolver a transmissão de conteúdos de desenvolvimento profissional contínuo, com relevância para os médicos de todas as especialidades”, considera o Prof. Doutor Carlos Martins.

Relativamente ao tema escolhido para este canal, Bruno Fidalgo Dias, Medical Manager da Daiichi Sankyo Portugal, explica que “dada a importância crescente desta área terapêutica e a constante atualização da evidência científica, um canal apenas dedicado à anticoagulação será uma excelente ferramenta de suporte à formação médica continuada”. O Medical Manager recorda que “a anticoagulação oral tem permitido uma prevenção primária e secundária efetiva do tromboembolismo arterial e venoso e os anticoagulantes orais diretos têm demonstrado ser bastante equilibrados entre o benefício da prevenção de eventos tromboembólicos e o risco de complicações hemorrágicas, o qual representa o maior desafio da anticoagulação. Para isso, tem existido um grande investimento em investigação nesta área terapêutica, de forma a melhor estudar este benefício/risco em diferentes entidades clínicas e subpopulações de risco”, acrescenta.

Ativo desde finais de março, o canal “Anticoagulação 360º” conta já com conteúdos de natureza diversificada, atualizados semanalmente: vídeos com opiniões de especialistas enquadradas em sessões relacionadas com anticoagulação em congressos nacionais e internacionais das diferentes especialidades implicadas, anúncios-convites para eventos da área terapêutica, bem como hiperligações diretas para facilitar a consulta de plataformas ou documentos de apoio, com informação adicional de eventual interesse para os visitantes do “Infoshare”.

Na semana em que começa o Congresso Português de Cardiologia – CPC2017 – agendado para os dias 22 a 25 de abril, no Algarve, os profissionais de saúde podem encontrar no canal alguns destaques do programa científico com sessões, simpósios e momentos de debate sobre as mais recentes atualizações na terapêutica anticoagulante. Para aceder a estes conteúdos basta entrar na secção “Infoshare” da rede social para profissionais de saúde “Dr. Share” (ou registar-se, caso ainda não possua conta de utilizador), e consultar o canal “Anticoagulação 360º”.

O Prof. Doutor Carlos Martins deixa um último apelo para registo de novos utilizadores nesta plataforma, salientando que “o objetivo é fomentar o diálogo entre médicos, o espírito de solidariedade e entreajuda, contribuindo para uma cultura de melhoria contínua da qualidade da Medicina em Portugal”.

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