Direção-Geral da Saúde
O número de casos de hepatite A notificados desde o início do ano, em Portugal, subiu para 160, revelou o diretor-geral da Saúde.

Em declarações aos jornalistas, Francisco George adiantou ainda que a vacinação para a hepatite A vai ser alargada, deixando de ser exclusivamente feita num único centro em Lisboa.

Haverá cinco pontos de vacinação, abrangendo as várias regiões de Portugal continental, e um ponto na Região Autónoma dos Açores e outro na Região Autónoma da Madeira.

O diretor-geral da Saúde lembrou que a vacinação é feita mediante prescrição médica e através de critérios que estão definidos pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

As autoridades estão a finalizar uma nova norma sobre o surto de hepatite A, que definirá nomeadamente os locais de vacinação e a quem deve ser administrada a vacina.

Sobre os casos de sarampo que têm sido recentemente detetados em Portugal, Francisco George confirmou que há seis casos da doença confirmados e que está a ser ainda investigado de que forma estas seis pessoas apanharam a doença.

O sarampo é uma das doenças infeciosas mais contagiosas, podendo provocar doença grave ou mesmo a morte. É evitável pela vacinação e está, há vários anos, controlada em Portugal.

O diretor-geral da Saúde recordou que as autoridades receberam recentemente informação da Organização Mundial da Saúde sobre surtos de sarampo na Europa, muito devido a “bolsas de pais e de mães” que decidem não vacinar os seus filhos.

Os seis casos para já existentes em Portugal ainda estão sob investigação, no sentido de se perceber se o vírus foi adquirido no estrangeiro ou por contactos com estrangeiros. A maioria dos casos é em crianças não vacinadas que ainda não tinham idade para ser vacinadas ou já teriam mas não tinham ainda levado a vacina.

A vacina do sarampo é, de acordo com o Programa Nacional de Vacinação, administrada pela primeira vez aos 12 meses.

Francisco George considera que os portugueses não têm motivo para se preocupar com o sarampo, uma vez que existe uma grande cobertura vacinal na população.

Consideram-se já protegidas contra o sarampo as pessoas que tiveram a doença ou que têm duas doses da vacina, no caso dos menores de 18, e uma dose quando se trata de adultos.

A DGS tem aconselhado a vacina a todas as pessoas que vão viajar ou participar em eventos internacionais. As vacinas são dadas gratuitamente no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de 500 casos de sarampo foram reportados só este ano na Europa, afetando pelo menos sete países.

Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde, distinguiu, hoje, a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra com a Medalha de Serviços Distintos Grau ...

A entrega do galardão decorreu no Teatro Thalia, em Lisboa, no âmbito da celebração do Dia Mundial da Saúde, cujas comemorações, em 2017, se subordinaram ao tema “Depressão. Vamos falar!” (Depression: Let’s talk).

Para receber a medalha, das mãos do ministro Adalberto Campos Fernandes, que se fez acompanhar pelos secretários de Estado Fernando Araújo e Manuel Delgado, esteve a vice-presidente da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), professora doutora Aida Cruz Mendes.

Na fundamentação apresentada pela Administração Regional de Saúde do Centro para a proposta de atribuição da medalha de ouro à ESEnfC, é referido que a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, cuja tradição formativa remonta a 1881 (ano da criação da Escola de Enfermeiros de Coimbra, primeira escola para enfermeiros em Portugal), “realiza a formação em parceria com instituições de saúde e de ensino superior nacionais e internacionais de referência”, estando “orientada para as novas necessidades sociodemográficas, as exigências do mercado global de trabalho e a formação ao longo da vida”.

Instituto Nacional de Estatística
A oferta de carne de aves ultrapassou pela primeira vez a dos suínos, segundo a Balança Alimentar Portuguesa, hoje divulgada...

Neste período, verificou-se “um aumento sustentado das disponibilidades de carne de animais de capoeira (16,1%), assim como das disponibilidades de carne de bovino (8,6%)”, refere o documento do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Em 2016, a oferta de carne de aves fixou-se em 85,2 gramas diárias por habitante (31,1 quilogramas por pessoa por ano), o que se traduziu em mais 11,8 gramas por dia face a 2012, equivalente a mais 4,3 quilogramas por ano.

O consumo de carne de bovino para o mesmo ano foi 47,9 gramas diários por habitante, mais 3,8 gramas face a 2012.

Já a quantidade disponível de carne de suíno em 2016 foi a menor desde 1998, abaixo do valor registado em 2012, salienta o INE.

A Balança Alimentar Portuguesa (BAP) comparou o período 2012-2016 com o período 2008-2011, tendo verificado que a “carne de animais de capoeira” passou “da segunda mais importante”, com 32,6% das disponibilidades médias em 2008-2011, para primeiro lugar no quinquénio seguinte, com 36,7% (mais 4,1 pontos percentuais).

A oferta desta carne ultrapassou a de suíno que, no período 2012-2016, representou 31,5% das disponibilidades médias totais - menos 1,4 pontos percentuais (pp) face ao período anterior.

A perda de importância face ao total das disponibilidades médias entre estes períodos estendeu-se às restantes espécies, tendo a carne de bovino, que manteve a terceira posição, perdido 1,2 pp.

Quanto à oferta de pescado, os dados indicam que recuperou, entre 2014 e 2016, tendo aumentado 11,8% neste período.

Relativamente ao consumo de bebidas em Portugal, o INE refere que, em 2016, cada residente tinha disponível 580,3 mililitros (ml) por dia de bebidas não alcoólicas (em média, 547,7 ml/hab/dia no período 2012-2016).

Já as quantidades diárias disponíveis de bebidas alcoólicas por habitante situaram-se, no ano passado, em 276,1 mililitros.

O estudo verificou uma redução das disponibilidades de todas as bebidas alcoólicas entre 2012 e 2016 relativamente à média das disponibilidades do período 2008-2011.

A cerveja continuou a ser a bebida alcoólica com maior quantidade disponível para consumo, correspondendo a 50,5% das quantidades totais disponíveis para consumo das bebidas alcoólicas em 2016 (139,5 ml/hab/dia).

A BAP destaca ainda que o Índice Adesão à Dieta Mediterrânica decresceu 4% entre 2012 e 2014.

A partir de 2014 e até 2016, o índice aumentou 2,8%, revelando uma recuperação face ao padrão desta dieta.

Entrevista
À margem do Congresso Português de Hepatologia, organizado pela Associação Portuguesa para o Estudo

Atlas da Saúde – O que é a Colangite Biliar Primária e qual a sua incidência?

Prof. Albert Parés – A Colangite Biliar Primária é uma doença do fígado que afeta geralmente mulheres de meia idade e que produz uma inflamação das vias biliares microscópicas.

Quando a doença progride pode dar origem a uma cirrose, se bem que esta situação é, atualmente, pouco frequente. Este foi, aliás, o motivo pelo qual se trocou o nome da doença substituindo cirrose por colangite.

Não há dados exatos sobre a sua incidência mas sabe-se que é pouco frequente, sendo considerada como uma doença rara. Em Espanha, estimava-se que a prevalência seria de 30 casos em 1 milhão de habitantes mas, provavelmente, esta seria uma estimativa baixa, uma vez que atualmente se conhece melhor a doença e se diagnosticam mais casos.

A.S – Sabe-se que a doença afeta principalmente o sexo feminino? Existe alguma explicação?

Prof. Albert Parés - Este é um dado muito curioso e desconhecemos a razão. Em todos os países a doença é predominante no sexo feminino, rondando 90% dos casos. Tem-se especulado que este aspecto se deve a diferenças hormonais entre homens e mulheres, no entanto não foi possível estabeler nenhuma associação. Na verdade, os doentes do sexo masculino não apresentam nenhum transtorno hormonal.

A.S. – Quais são os principais sintomas da Colangite Biliar Primária?

Prof. Albert Parés - Hoje em dia, mais de 60% dos casos são assintomáticos. A doença é diagnosticada mediante alterações em análises laboratoriais que são realizadas por outras razões, incluindo em check-up de rotina.

Quando há sintomas, o mais frequente é o prurido, uma sensação de pele a picar. No entanto, também se tem considerado o cansaço como um sintoma próprio da doença. Se a Colangite Biliar Primária for diagnosticada numa fase mais avançada, o doente pode apresentar sintomas como icterícia ou urina escura.

A.S – A partir de que idade pode surgir?

Prof. Albert Parés - É frequente surgir entre os 40 e os 60 anos dia idade, no entanto, pode aparecer em pessoas mais novas ou diagnosticar-se em idosos. Um aspeto curioso é que a Colangite Biliar Primária nunca surge na infância.

A.S – Quais são as causas desta doença?

Prof. Albert Parés - As causas não são conhecidas. A Colangite Biliar Primária está incluída no grupo de doenças autoimunes. Ou seja, supõe-se que exista algum fator que modifique o sistema imunitário do doente afetando as células dos pequenos ductos biliares.

Entre os fatores desencadeantes pensa-se que estarão alguns agentes bacterianos ou víricos, no entanto, ainda não foi possível estabelecer esta relação.

Por outro lado, há uma teoria que supõe a ação de algum agente químico ambiental. Esta hipótese tem-se baseado em estudos epidemológicos que têm relacionado o verniz das unhas ou a coloração para cabelo com a doença.

De qualquer forma, o que sabemos é que desconhecemos a verdadeira causa da Colangite Biliar Primária, tal como acontece com a maioria das doenças de origem autoimune.

A.S. – Como é feito o seu diagnóstico? São necessários exames laboratoriais específicos?

Prof. Albert Parés - O diagnóstico é feito mediante a presença de uma alteração analítica que revela  dificuldade na eliminação da bilis, desde que se tenha confirmado, por meio de ecografia, que não existem anomalias nos grandes ductos, e pela presença de anticorpos antimitocondriais.

Quando estes dois elementos estão presentes, é possível confirmar-se o diagnóstico. No entanto, se faltar algum destes indicadores é necessário recorrer a uma biópsia hepática que mostre as lesões próprias da doença.

A.S. – Tendo em conta que nem sempre é fácil chegar a este diagnóstico, a que sintomas devemos estar atentos?

Prof. Albert Parés - O diagnóstico não é difícil se o médico estiver atento à possibilidade do doente poder sofrer de Colangite Biliar Primária, e, como referi anteriormente, a maioria dos doentes não apresenta sintomas.

Nos pacientes sintomáticos, a presença de prurido, sobretudo nos braços e pernas, mas também de modo generalizado e intenso, ao ponto de impedir o doente de dormir, é um aspeto a ter em atenção.

É muito comum o doente consultar primeiro um dermatologista por achar que a causa do prurido será uma doença de pele.

A.S. – Qual o prognóstico da doença?

Prof. Albert Parés - Hoje em dia, a maioria dos doentes apresenta um bom prognóstico uma vez que raramente a doença evolui para cirrose. Este foi, aliás, o motivo que levou a mudar o nome da patologia.

No entanto, existe um número considerável de doentes para o quem o tratamento standard não é suficiente e estes são os casos que apresentam pior prognóstico uma vez que a doença é progressiva.

A.S. – Qual é o tratamento mais utilizado? Que opções terapêuticas existem?

Prof. Albert Parés - Há mais de 30 anos que se utiliza o ácido ursodeoxicólico. Este tratamento é muito eficaz e deve ser prescrito em todos os casos, já que é expectável que seja eficaz em 60% dos doentes.

Quando o doente responde ao tratamento tem grande probabilidade de viver com se não tivesse a doença.

O que problema é que há doentes que não respondem adequadamente ao ácido ursodeoxicólico.

Para estes casos estão a ser testados diferentes medicamentos, alguns com eficácia demonstrada como é o caso do ácido obeticólico que está indicado a pacientes com resposta insuficiente ao tratamento standard.

O ácido obeticólico é administrado em associação ao ácido ursodeoxicólico, embora tenha demonstrado eficácia quando tomado isoladamente.

A.S. – O tratamento promove a cura ou é utilizado para impedir a progressão da doença?

Prof. Albert Parés – Os fármacos impedem que a doença progrida. Não proporcionam a cura uma vez que não atuam sobre a causa da doença que desconhecemos.

De qualquer forma, se o doente responde ao tratamento deve fazê-lo de forma continuada. Caso contrário, voltará  a apresentar alterações analíticas próprias da doença e, como consequência, ela irá progredir.

A.S – Quais são as principais complicações da doença?

Prof. Albert Parés – Se a doença estiver controlada, com o tratamento habitual ou com os novos fármacos, não devem existir complicações secundárias. No entanto, quando a dificuldade em eliminar a bílis é muito intensa e persistente pode ocorrer um défice vitamínico ou desenvolvimento de osteoporose, que é uma doença que se caracteriza por debilidade dos ossos e que favorece o aparecimento de fraturas.

Secura nos olhos, diminuição da produção de saliva e mau funcionamento da glândula tiroideia são alguns dos efeitos frequentes.

A.S. – Nas últimas décadas não têm existido qualquer inovação no tratamento farmacológico desta doença. O que representa a introdução do ácido obeticólico e quais as suas vantagens em relação a outros fármacos?

Prof. Albert Parés – Este novo fármaco representa a possibilidade de melhorar e impedir a progressão da Colangite Biliar Primária no doente que apresenta uma resposta inadequada ao tratamento convencional.

No que respeita às suas vantagens, apenas posso dizer não temos evidências suficientemente claras sobre a eficácia e segurança em relação a outros farmácos que estão a ser desenvolvidos. 

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Instituto Nacional de Estatística
A quantidade de alimentos disponíveis para cada adulto em Portugal é quase duas vezes o consumo recomendado, uma oferta...

“As disponibilidades alimentares para consumo no período 2012-2016, continuam a evidenciar uma oferta alimentar excessiva e desequilibrada que tem vindo a afastar-se progressivamente do padrão alimentar mediterrânico, ainda que na última década se tenham observado algumas melhorias”, refere o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Neste período, que “ficou marcado pelo último ciclo recessivo, com epicentro em 2012”, o que levou a que a generalidade dos grupos alimentares apresentasse disponibilidades inferiores às do período 2008-2011, estavam disponíveis para consumo 8,6 milhões de toneladas de alimentos brutos, exceto bebidas.

“A sua conversão em calorias revela um aporte calórico médio de 3.834 kcal (3.938 kcal no período 2008-2011), com um mínimo de 3.811 Kcal em 2012 (o nível mais baixo desde 2005) e um máximo de 3.895 kcal em 2016”, refere a Balança Alimentar Portuguesa (BAP).

O valor recomendado por cada adulto é de cerca de duas mil calorias diárias.

Em média, cada português tinha disponível diariamente para consumo 213,3 gramas de carne, 54,3 gramas de pescado, meio ovo, 332,7 gramas de leite e produtos lácteos, 338,7 gramas de cereais, 217,1 gramas de batata, 288,2 gramas de hortícolas, 222,2 gramas de frutos, 8,0 gramas de leguminosas secas, 102,9 gramas de óleos e gorduras, 73,6 gramas de açúcar, 23,7 gramas de produtos estimulantes, 547,7 mililitros de bebidas não alcoólicas e 266,7 mililitros de bebidas alcoólicas.

Quando comparada com o padrão alimentar recomendado pela Roda dos Alimentos, há “excesso de oferta de produtos alimentares dos grupos da “carne, pescado e ovos”, com 11,5 p.p. acima do consumo recomendado, e dos “óleos e Gorduras”, resultados que já se verificavam em edições anteriores da BAP.

Já a oferta disponível para os grupos de hortícolas, frutos e leguminosas secas é deficitária, com disponibilidades de -7,3 pontos percentuais e -6,8 pontos percentuais, respetivamente, adianta a BAP, que analisa a oferta de alimentos, enquadrando as disponibilidades alimentares e a respetiva evolução em Portugal, em termos de produtos, nutrientes e calorias.

O INE destaca ainda o “desvio negativo” do grupo leite e produtos lácteos de menos 0,7 pontos percentuais, quando em 2012 apresentava um desvio positivo de mais 1,6 p.p. face à Roda dos Alimentos.

Tendo em conta os valores de referência diários de vitaminas e minerais para um adulto, verificou-se que “as disponibilidades diárias ‘per capita’ destes microconstituintes estão acima destes limiares”.

Analisando o quinquénio 2012-2016, o INE refere que foram “várias as ocorrências com impacto nas disponibilidades alimentares”, nomeadamente o período recessivo da economia (2011-2013), a extinção do regime de quotas leiteiras, o embargo da Rússia à carne europeia, a aplicação da Diretiva Bem-Estar Animal, as ações de sensibilização para hábitos de alimentação mais saudável.

“A alteração de hábitos alimentares e a extinção do regime de quotas leiteiras agravaram a redução do consumo aparente de leite, a situação de seca em 2012 reduziu ainda mais as disponibilidades de carne e os limites à captura de sardinha impostos no quadro das medidas de gestão adotadas para este recurso tiveram forte impacto na evolução das capturas de pescado”, sublinha a BAP.

Governo Regional
A deslocação de doentes e acompanhantes das seis ilhas sem hospital nos Açores para as três unidades hospitalares do Serviço...

“O custo registado no ano de 2016, com a deslocação de doentes e acompanhantes (…) totalizou 4,334.600,00 euros”, refere o Governo Regional em resposta ao requerimento do Bloco de Esquerda, apresentado em março, que pretendia saber quais os custos anuais relativos às deslocações de utentes do Serviço Regional de Saúde para consultas de especialidade em ilhas sem hospital.

No arquipélago apenas as ilhas de São Miguel, Terceira e Faial têm hospital.

Nas restantes seis ilhas, os utentes, quando não têm resposta pública na medicina de especialidade e na realização de exames, são encaminhados pelos respetivos médicos de família para as ilhas com hospital.

De acordo com o executivo regional socialista, o valor mencionado são “dados estimados, uma vez que ainda decorre o fecho definitivo das contas de gerência das Unidades de Saúde de Ilha” e incluem a realização de consultas, mas também meios complementares de diagnóstico.

Quanto à despesa com a deslocação de acompanhantes no último ano, o Governo Regional explica na resposta que esta “não é individualizada contabilisticamente, atendendo a que se tratam de processos de deslocação referenciados ao doente, onde a existência de acompanhantes depende de critérios clínicos ou decorre da legislação aplicável”.

Em março o secretário regional da Saúde, Rui Luís, anunciou a criação nos Açores da figura do gestor da deslocação do doente, para centralizar as marcações dos atos clínicos, e fazer o levantamento dos equipamentos do sistema de saúde, com vista à sua otimização.

Na mesma altura, o governante afirmou que “já foi efetuado o levantamento das necessidades de consultas e exames em cada uma dessas ilhas e com objetivos devidamente quantificados”.

António Costa
O primeiro-ministro afirmou hoje que o Governo vai criar num ano mais 300 vagas em unidades de cuidados integrados continuados...

António Costa falava após ter inaugurado uma unidade de cuidados continuados integrados de saúde mental numa residência do Restelo, em Lisboa, numa cerimónia em que também discursaram os ministros da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, e da Solidariedade Social, Vieira da Silva.

Tendo a escutá-lo os diretores gerais de Saúde, Francisco George, e do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependência, João Goulão, o primeiro-ministro defendeu o modelo de cuidados continuados integrados, particularmente em termos de trabalho em rede e de parceria entre os ministérios da Saúde e da Solidariedade Social como fator de "gestão mais eficiente" ao nível do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Neste ponto, porém, António Costa citou uma frase atribuída a Jorge Sampaio, segundo a qual "há mais vida para além do défice", para sustentar que o mais importante é a qualidade do tratamento e, no caso da saúde mental, da integração e da progressiva autonomia dos doentes.

"Mais importante do que a eficiência na alocação de recursos é que esta forma de abordagem de enquadramento das pessoas que continuadamente sofrem de saúde mental permite melhores resultados no tratamento, na reinserção e autonomização dos doentes. Por isso, nos próximos 12 meses, o objetivo do Governo é criar 300 novas camas para cuidados continuados integrados na área da saúde mental", disse.

Antes, o ministro da Saúde tinha elogiado as vantagens do "casamento" entre os ministérios da Saúde e da Solidariedade Social ao nível dos cuidados continuados integrados.

No fim da cerimónia, António Costa dirigiu-se a Vieira da Silva e Adalberto Campos Fernandes e, numa nota de humor, disse-lhes: "Felicidades no vosso casamento".

Estudo
O consumo de cafeína é eficaz tanto na prevenção como no tratamento da depressão, revela um estudo internacional que contou com...

Ao longo de seis anos, uma equipa de 14 investigadores da Alemanha, Brasil, Estados Unidos da América e Portugal, coordenados por Rodrigo Cunha, do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) e da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), efetuou um conjunto de estudos e experiências em modelos animais (ratinhos) para avaliar em que medida a cafeína interfere na Depressão, a doença com maiores custos socioeconómicos do mundo ocidental.

A equipa começou por sujeitar dois grupos de ratinhos a situações de Stress Crónico Imprevisível, isto é, a sucessivas situações negativas e por vezes extremas (privação de água, exposição a baixas temperaturas, etc.), durante três semanas. A um dos grupos foi administrada cafeína diariamente, escreve o Sapo.

No final da experiência observou-se que os animais que consumiam cafeína, em doses equivalentes a quatro / cinco chávenas de café por dia em humanos, "apesar de todas as situações negativas a que foram sujeitos, apresentavam menos sintomas em relação ao outro grupo, que registou as cinco alterações comportamentais típicas da depressão: imobilidade (os ratinhos deixaram de reagir), ansiedade, anedonia (perda de prazer), menos interações sociais e deterioração da memória", explica o coordenador do estudo.

A segunda fase da pesquisa consistiu em identificar o alvo molecular responsável pelas modificações observadas, tendo os investigadores concluído que os recetores A2A para a adenosina (que detetam a presença de adenosina, uma molécula que sinaliza perigo no cérebro) são os protagonistas de todo o processo.

Considerando um estudo anterior realizado nos EUA, no qual Rodrigo Cunha havia participado como consultor científico, em que doentes de Parkinson tratados com istradefilina – um novo fármaco da família da cafeína antagonista dos recetores A2A (fármaco que inibe a atuação dos A2A) - mostraram melhorias significativas, a equipa decidiu aplicar este medicamento nos ratinhos deprimidos.

Estudo
Um vírus comum na infância pode provocar intolerância permanente ao glúten e desencadear doença celíaca, um transtorno...

A doença celíaca ocorre quando o corpo tem uma resposta imune inadequada - muito parecida com uma alergia - ao glúten, uma proteína presente no trigo, no centeio e na cevada.

A doença danifica o revestimento do intestino delgado e não tem cura - os sintomas só podem ser evitados com a eliminação do glúten da dieta, escreve o Sapo.

Se o estudo publicado na revista Science, baseado em experiências em ratos, for confirmado em investigações com humanos, uma vacina poderá prevenir a doença celíaca, dizem os investigadores citados pela agência de notícias France Presse.

"O estudo mostra claramente que um vírus que ainda é clinicamente assintomático pode afetar o sistema imunitário e preparar o cenário para um transtorno autoimune, e para a doença celíaca em particular", disse Bana Jabri, autora principal do estudo e diretora no Centro de Doença Celíaca da Universidade de Chicago.

O estudo descobriu que vírus intestinais chamados reovírus podem fazer o sistema imunitário reagir exageradamente ao glúten, uma proteína que já é difícil de digerir.

Segundo o estudo, o vírus provoca um aumento de anticorpos que podem deixar uma "marca permanente no sistema imunitário que gera uma resposta autoimune ao glúten".

A maioria das crianças começa a comer cereais com glúten por volta dos seis meses.

EUA
Afirma um grupo de pesquisa que a solução para um problema que afeta a maioria dos adolescentes parece ter sido descoberta e...

Uma equipa de cientistas da Universidade da Califórnia, em San Diego, nos Estados Unidos, desenvolveu uma vacina que promete erradicar o acne. E vai estar disponível dentro de apenas alguns anos.

Eric C. Huang, líder do projeto de pesquisa, revelou à revista Allure que próximo passo antes da comercialização é testar a vacina em humanos. O grupo já elaborou testes em peles com acne, recolhidas em biópsias, escreve o Observador.

Porém, os cientistas depararam-se com algumas dificuldades. É que eliminar a bactéria que causa o acne não poderia ser a solução. “O acne é causado, em parte, pela bactéria P. acnes que está nas pessoas durante a toda a vida e nós não poderíamos criar uma vacina para a bactéria porque, em algumas formas, a P. acnes é boa para as pessoas.”, revela Eric C. Huang, líder do projeto de pesquisa. Daí que o objetivo da vacina seja controlar e reduzir os sintomas da bactéria do acne na pele.

A futura vacina, explica o mesmo artigo, conseguirá bloquear os efeitos negativos da bactéria do acne sem a eliminar. “Descobrimos um anticorpo contra uma proteína tóxica que as bactérias P. acnes segregam na pele. A proteína está associada à inflamação que leva ao acne”, explica Eric C. Huang.

Esta descoberta poderá alterar a vida de milhões de pessoas e pode representar um negócio mundial. Segundo a Academia Americana de Dermatologia, mais de 50 milhões de americanos sofrem de acne.

Direção-Geral da Saúde
A demora média de internamento hospitalar para as doenças mentais é o dobro das restantes patologias e fixou-se em 16,7 dias em...

Os dados divulgados hoje, quando se assinala o Dia Mundial da Saúde, que tem como tema a depressão, indicam que a demora média de internamento para as doenças do foro mental baixou 0,2 dias em Portugal entre 2005 e 2014.

Segundo o boletim informativo semanal do Plano Nacional de Saúde, no sentido oposto variou a demora média de internamento por todas as patologias nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que no mesmo período cresceu 0,4 dias.

No documento, a DGS sublinha que “a demora média é duplicada (2X) para doenças do foro mental em relação à média para todas as patologias [7,8 dias em 2014]”.

A demora média de internamento por diagnóstico é calculada dividindo o número total de dias de internamento hospitalar, em todos os hospitais, contados a partir da data de admissão até a data de alta, pelo número total de altas (incluindo óbitos) num determinado ano.

Em Portugal, especialistas têm estimado que a depressão possa afetar anualmente cerca de 400 mil pessoas.

“A depressão afeta pessoas de todas as idades, de todas as esferas da vida, em todos os países. Provoca angústia e tem impacto na capacidade de as pessoas realizarem até mesmo tarefas diárias mais simples, com consequências às vezes devastadoras para o relacionamento com a família e amigos e a capacidade de ganhar a vida”, referem as autoridades de saúde portuguesas num texto colocado no portal do Serviço Nacional de Saúde a assinalar o Dia Mundial da Saúde.

Em Portugal, as perturbações mentais e do comportamento mantêm um peso significativo no total de anos de vida saudável perdidos e representam 20,55% do total de anos vividos com incapacidade (mais do que as doenças respiratórias ou a diabetes).

Num documento da DGS a propósito do Dia Mundial da Saúde, os especialistas recordam que as perturbações depressivas são condições de saúde diagnosticáveis e distintas dos sentimentos de tristeza, tensão ou medo que qualquer pessoa pode experienciar ao longo da vida.

Um dos dados que preocupa os especialistas é o intervalo que medeia entre o início de sintomas da depressão e o tratamento médico, que, em 2014, era em média de cinco anos. Só 35% das pessoas com depressão acedeu a cuidados médicos no primeiro ano de surgimento dos sintomas.

Portugal mantém-se há anos como o país da Europa com maior consumo de benzodiazepinas, o grupo dos ansiolíticos e tranquilizantes mais prescritos no SNS, apesar de serem medicamentos que frequentemente induzem dependência e tolerância (necessidade de aumento progressivo da dose para obter resultados).

Organização Mundial da Saúde
Mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de depressão, doença que segundo a Organização Mundial da Saúde mais...

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelados este mês, estima-se que em 2015 a depressão tenha atingido mais de 300 milhões de pessoas, 4,4% da população mundial, registando-se número quase igual de pessoas que sofrem de alguma perturbação de ansiedade (havendo pessoas que acumulam as duas condições).

Em Portugal, especialistas têm estimado que a depressão possa afetar anualmente cerca de 400 mil pessoas.

“A depressão afeta pessoas de todas as idades, de todas as esferas da vida, em todos os países. Provoca angústia e tem impacto na capacidade de as pessoas realizarem até mesmo tarefas diárias mais simples, com consequências às vezes devastadoras para o relacionamento com a família e amigos e a capacidade de ganhar a vida”, referem as autoridades de saúde portuguesas num texto colocado no portal do Serviço Nacional de Saúde a assinalar o Dia Mundial da Saúde, que hoje se assinala e que tem como tema a depressão.

A depressão é ainda a causa que mais contribui para as mortes por suicídio, que chegam a 800 mil por ano em todo o mundo. Em termos mundiais, o suicídio é mesmo já a segunda principal causa de morte entre os 15 e os 29 anos.

Mas, em Portugal, o suicídio é mais comum entre pessoas mais idosas, nomeadamente que tenham doenças crónicas incapacitantes e que vivam sós.

Em Portugal, as perturbações mentais e do comportamento mantêm um peso significativo no total de anos de vida saudável perdidos e representam 20,55% do total de anos vividos com incapacidade (mais do que as doenças respiratórias ou a diabetes).

Num documento da Direção-Geral da Saúde (DGS) a propósito do Dia Mundial da Saúde, os especialistas recordam que as perturbações depressivas são condições de saúde diagnosticáveis e distintas dos sentimentos de tristeza, tensão ou medo que qualquer pessoa pode experienciar ao longo da vida.

Mas a depressão pode ser prevenida e deve tratada, sendo esta uma das mensagens chave da OMS para o Dia Mundial da Saúde:

“Uma melhor compreensão do que a depressão é e como pode ser prevenida e tratada ajudará a reduzir o estigma (ou carga negativa, comum a toda a doença mental) associado e levar a que mais pessoas procurem ajuda”.

Em Portugal, um dos dados que preocupa os especialistas é o intervalo que medeia entre o início de sintomas da depressão e o tratamento médico, que, em 2014, era em média de cinco anos. Só 35% das pessoas com depressão acedeu a cuidados médicos no primeiro ano de surgimento dos sintomas.

Em termos de tratamento, as normas de orientação clínica recomendam, em primeira linha, a psicoterapia para pessoas com perturbações mentais comuns.

Mas a própria DGS reconhece que esta orientação com vista à psicoterapia é inviabilizada pela escassez de psicólogos clínicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), bem como pelo facto de nem todos os que existem terem formação específica para essas intervenções.

Também por isso, Portugal mantém-se há anos como o país da Europa com maior consumo de benzodiazepinas, o grupo dos ansiolíticos e tranquilizantes mais prescritos no SNS, apesar de serem medicamentos que frequentemente induzem dependência e tolerância (necessidade de aumento progressivo da dose para obter resultados).

A evidência científica tem mostrado efeitos preocupantes na toma prolongada desta espécie de ansiolíticos.

Ao contrário, a toxicidade que era comum nos antidepressivos praticamente desapareceu na geração mais recente deste tipo de medicamentos.

No documento elaborado pela DGS, alerta-se que as perturbações depressivas necessitam de uma “adequada avaliação psicológica”, com encaminhado para eventual psicoterapia complementada com medicação antidepressiva quando é necessário.

No Dia Mundial da Saúde, o primeiro-ministro marca presença na inauguração da primeira Unidade de Cuidados Continuados em Saúde Mental, no Restelo, em Lisboa.

As comemorações do Dia Mundial da Saúde decorrem este ano no Teatro Thalia, em Lisboa, com uma sessão dedicada à depressão, que incluirá uma mesa-redonda sobre a doença e a atribuição do Grande Colar do Prémio Nacional de Saúde ao médico Gentil Martins.

A sessão prossegue com a atribuição de Medalhas de Distinção do Ministério da Saúde.

À tarde, será inaugurado pelo Presidente da República o futuro espaço-sede do Museu da Saúde, no Hospital de Santo António dos Capuchos.

Portugal
O diretor-geral da Saúde, Francisco George, disse que existe "uma grande preocupação" com os cinco casos de sarampo...

“Estamos realmente preocupados, porque o sarampo estava eliminado e tínhamos sido, até aqui, um país livre da doença, devido ao programa de vacinação, sobretudo das crianças, com uma vacina que deve ser administrada aos 12 meses de idade”, disse Francisco George, em Albufeira, no Algarve, onde participava num encontro promovido pelo Rotary local.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) revelou ontem que Portugal regista desde o início do ano cinco casos de sarampo, um no norte e quatro no Algarve, estes últimos detetados no mês de março.

De acordo com o diretor-geral de Saúde, os casos estão a ser investigados, porque é preciso perceber como é que as crianças, que não estavam vacinadas, adquiriram a doença.

Francisco George referiu que Portugal estava avisado para o surgimento de eventuais casos de sarampo, “depois de a Organização Mundial da Saúde ter comunicado que havia esse risco, quando identificou bolsas importantes da população que não vacinavam os seus filhos”.

“Apesar da pouca expressão de crianças não vacinadas em Portugal, estávamos avisados e numa posição muito atenta, com o reforço da vigilância”, sublinhou.

Segundo o diretor-geral da Saúde, a vacina é para ser administrada aos doze meses de idade, com um reforço aos cinco anos, sendo muito eficaz na proteção do sarampo.

“O nosso apelo é para que todas as crianças destas idades tenham a vacina em dia e que os pais e mães não deixem de vacinar as crianças, porque não podem dispor do destino da saúde dos seus filhos, as crianças não podem ter a sua saúde exposta a riscos, porque não têm poder de decisão”, destacou.

Francisco George alertou ainda para o perigo que o sarampo representa, “sendo uma infeções virais mais contagiosas, cuja transmissão é feita à distância, por via aérea através de gotículas ou aerossóis”.

“Uma criança que tenha sarampo, antes mesmo de surgir a expressão cutânea, uma vermelhidão [as manchas vermelhas] que designamos por exantema, são manchas que acompanham um quadro respiratório catarral, o muco nasal, expetoração e outros sintomas como os olhos pegados”, indicou.

Na opinião do diretor-geral da Saúde, “são poucos os médicos, principalmente os mais novos, que não conhecem a doença”.

“A vacinação do sarampo começou há cerca de 35 anos e, portanto, são poucos os médicos que conhecem o sarampo. É, por isso, que estamos preocupados. Estamos a falar de uma doença que tinha um diagnóstico fácil quando era frequente”, concluiu.

ARS do Norte e Centro
O ministro da Saúde anunciou a contratação de 31 novos psicólogos para o Serviço Nacional de Saúde, aos quais podem ainda vir a...

“Até ao final do corrente mês serão contratados mais 31 psicólogos para as ARS do Norte e Centro, e que adicionalmente continuamos a trabalhar com o Ministério das Finanças para poder viabilizar ainda durante o ano de 2017 a contratação adicional de 55 novos psicólogos para reforçar a oferta ao nível dos cuidados de saúde primários”, disse o ministro Adalberto Campos Fernandes.

O ministro da Saúde falava numa conferência promovida pela comissão parlamentar de saúde e pela Ordem dos Psicólogos, dedicada à depressão, tema do Dia Mundial da Saúde que se assinala na sexta-feira, e no âmbito da qual a ordem profissional apresentou a sua proposta para um Plano Nacional de Prevenção da Depressão.

“São pequenos passos num quadro de dificuldades orçamentais que vamos tendo, mas representam um sinal”, disse o ministro.

Segundo o bastonário da Ordem dos Psicólogos, Francisco Miranda Rodrigues, faltam ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) cerca de 500 psicólogos para dar resposta e encaminhamento aos casos que chegam aos serviços, que nem sempre precisam de ser medicados ou internados.

“Se temos hoje uma situação em que recorremos em primeira linha aos psicofármacos como resposta às queixas dos utentes que se apresentam com sinais de um quadro depressivo e não temos forma de fazer uma avaliação que permita um diagnóstico precoce e uma correta avaliação e encaminhamento para o tipo de apoio que aquele utente realmente precisa, logo aqui nós estamos a começar muito mal”, disse o bastonário.

Francisco Miranda Rodrigues referiu o “peso excessivo” que o consumo de medicamentos para tratar a depressão representa nos custos do SNS, e a causar “uma dependência sem resolução das questões de base que levam à depressão”.

A existência de psicólogos “numa primeira linha” de atendimento aos pacientes permitiria, em muitos casos, segundo o bastonário, orientar os doentes para situações de autoajuda, que não precisa de medicação e que pode ser “resolvida de uma forma muito rápida, com uma pequena intervenção”.

O plano pretende que o atendimento e tratamento destes casos obedeça a uma intervenção faseada, em que só em último caso se faz a referenciação dos doentes para os serviços de saúde mental nos hospitais.

Em traços genéricos, a Ordem dos Psicólogos pretende que o plano nacional represente “uma estratégia e um conjunto de ações planeadas e calendarizadas” sobre o que fazer, quando fazer e com que recursos, “com objetivos que vão desde o aumento da literacia em saúde dos portugueses até às situações que têm que ver com a intervenção nos momentos certos, e com a intervenção certa”.

Durante a sua intervenção na sessão de abertura da conferência, o ministro da Saúde referiu-se à depressão como “a mais subtil e injusta das epidemias silenciosas”, e afirmou que “se tivesse um poder mágico” para uma medida de combate à depressão seria “trabalhar muito nas políticas de felicidade”.

Adalberto Campos Fernandes atribuiu ao desemprego, às dificuldades em assegurar uma educação aos filhos e outros fatores sociais e económicos decorrentes da conjuntura de crise a responsabilidade por muitos casos de depressão, dizendo ser necessário criar “condições de contexto para que as pessoas possam ver afastadas essas limitações”.

José Matos Rosa, deputado do PSD, que preside à comissão parlamentar de saúde, referiu a depressão como “uma condição do nosso tempo” para a qual têm que ser encontradas “respostas políticas”, lembrando que Portugal é dos países onde os pacientes mais tempo demoram a procurar ajuda médica.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 300 milhões de pessoas sofrem de depressão em todo o mundo, e que leva ao suicídio de cerca de 800 mil pessoas todos os anos.

Em Portugal a depressão é a terceira causa mais comum para recorrer a uma consulta ao nível dos cuidados de saúde primários.

Direção-Geral da Saúde
Portugal regista desde o início do ano cinco casos de sarampo, estando a sua origem a ser investigada, disse fonte da Direção...

De acordo com Teresa Fernandes, da Direção de Serviços de Prevenção da Doença e Promoção da Saúde da Direção-Geral da Saúde (DGS), um dos casos situa-se no norte e quatro no Algarve, estes últimos detetados no mês de março.

A mesma fonte adiantou que um dos casos teve origem na Venezuela, estando a origem dos outros ainda a ser investigada.

A evolução dos doentes, maioritariamente crianças que ainda não tinham sido vacinadas contra o sarampo, está a ser positiva.

Teresa Fernandes reiterou a necessidade das crianças e adultos serem vacinados nos prazos previstos do Plano Nacional de Vacinação.

“Não deve haver atrasos na vacinação. A primeira dose é aos 12 meses e tem de ser administrada aos 12 meses. A segunda dose é aos cinco anos e é aos cinco anos que deve ser administrada”, afirmou.

Gilead Génese 2016
A criação de um gel que previna a transmissão do vírus da sida pelo reto foi um dos 12 projetos distinguidos pelo programa...

Os projetos contemplados com estes apoios financeiros - seis científicos e seis de iniciativa comunitária - foram divulgados numa cerimónia em Lisboa.

O Instituto Nacional de Engenharia Biomédica da Universidade do Porto propõe-se criar um produto capaz de proteger homens e mulheres contra a transmissão do VIH por via retal e evitar a sua disseminação pelo corpo.

Uma equipa de investigadores, liderada por José das Neves, irá usar partículas com um diâmetro dez mil vezes inferior a um milímetro para direcionar um medicamento contra o VIH para as células suscetíveis de serem infetadas pelo vírus.

As nanopartículas, que funcionarão como um invólucro do fármaco, ajudam o medicamento a "atravessar a camada de muco que cobre os tecidos" e a aumentar a permanência da substância ativa nas células, explicou o coordenador da equipa, José das Neves.

O microbicida (substância que destrói bactérias e vírus) a desenvolver, em gel, é para ser administrado, antes e após um ato de sexo anal.

Na lista de projetos selecionados pelo programa Gilead Génese incluem-se a prevenção de infeções sexualmente transmissíveis em jovens e o rastreio e promoção da qualidade de vida de idosos seropositivos da região de Coimbra, estes de iniciativa comunitária.

Criado em 2013, o programa Gilead Génese destina-se a financiar a investigação e as boas práticas de acompanhamento de doentes, no cancro e linfomas, no VIH/sida e nas hepatites B e C.

À edição de 2016, que voltou a contar com o patrocínio do Presidente da República, candidataram-se cerca de 30 projetos nacionais, apresentados por entidades científicas, académicas e da sociedade civil.

A farmacêutica, presente em Portugal desde 2001, produz medicamentos de uso hospitalar para o tratamento da infeção pelo vírus da sida, das hepatites B e C, de infeções fúngicas, da fibrose quística, da leucemia linfocítica crónica e do linfoma folicular.

Dia Mundial da Saúde
Amar e respeitar os idosos é acreditar e reconhecer que estão preparados para harmonizar os valores

Todos sabemos o quanto é precioso para um País e para o Mundo garantir o bem-estar, a dignidade e a respeitabilidade das pessoas que conseguiram ultrapassar com sucesso a faixa etária dos sessenta e cinco anos.

Importa, pois referir a importância da Geriatria que é uma ciência cada vez mais necessária para sustentar os pilares de decisão e de intervenção personalizada, fundamentando e solidificando os critérios e os modelos a adotar para conseguir manter um envelhecimento ativo tão carente de estabilidade e de segurança.

Os idosos são úteis, são capazes e fazem falta à sociedade. Os Censos de 2011, revelam que em Portugal existem 2,023 milhões de pessoas com 65 anos ou mais, correspondendo a cerca de 19 por cento da população total. Nos últimos dez anos este grupo etário aumentou cerca de 19%.

Os dados estatísticos apontam que em 2030 a percentagem de idosos será de 62%, sendo que o grupo da faixa etária dos jovens sofrerá uma redução de 18.8% nessa mesma época.

Prevê -se que em 2050 o número de idosos duplicará (35,7%) e haverá um decréscimo da população juvenil de 0.5 % (14.4%).

Unir as gerações deveria ser uma prioridade para a Nação, pois não conseguiremos conciliar e partilhar o mundo sem que esta simbiose seja conseguida.

No Japão é normal um idoso chegar aos 100 anos, sendo uma mais-valia e uma inquestionável honra por parte da sociedade conseguir obter este privilégio. Respeitar o idoso é uma obrigação social, que dignifica e valoriza a humanidade. Devemos proporcionar as condições e criar os meios necessários para que o envelhecimento ativo seja uma realidade, que proteja o idoso e o ajude a desenvolver hábitos e estilos de vida saudáveis.

Envelhecer não é sinónimo de encargo social, bem pelo contrário é usufruir da experiência e do conhecimento vivenciado por pessoas que representam a pérola de um grupo social que já demonstrou que tinha, tem e terá capacidade para nos ensinar e para enobrecer os padrões de cidadania. O seu percurso simboliza a nobreza de quem trabalhou e alguns ainda trabalham para construir uma sociedade exemplar cujo alicerce é sustentado na pérola de uma vida dedicada à família ao trabalho e ao enriquecimento do País. Quem tenta encarar o envelhecimento como um "fardo " irá de certeza receber uma enorme surpresa quando atingir essa idade porque a experiência vivenciada pelas pessoas que compõem esta faixa etária é de um valor incalculável e insubstituível.

Os idosos representam o pilar de uma história, de uma vida vivida com sucesso e de uma felicidade indiscritível. Só quem não acredita na humanidade é que tenta passar a mensagem de inaptidão dos idosos ou de sobrecarga económica para um País. O envelhecimento não é algo pejorativo, mas sim a demonstração clara de uma geração que ajudou e continua a ajudar o mundo a crescer e a enriquecer.

 Os idosos representam um ciclo natural da existência como é o ciclo das crianças, dos adolescentes e dos adultos. Então porque é que há cada vez mais casos de maus tratos e humilhação nas pessoas que demonstraram claramente serem capazes de enriquecerem a família, as empresas, a sociedade e o mundo?

É necessário criar e fomentar o culto das qualidades e do valor dos idosos. Somar anos a vida não é vergonha mas sim sabedoria. As políticas sociais de integração dos idosos, devem ser incentivadas, valorizando o envelhecimento ativo e reforçando o seu contributo para solidificar a estrutura familiar, a sociedade e o País. Amar e respeitar os idosos é acreditar e reconhecer que estão preparados para harmonizar os valores inquestionáveis de uma sociedade mais acolhedora, mais culta, mais produtiva e mais experiente. Devemos ser inteligentes e não céticos na defesa destes princípios.

Em todas as carreiras profissionais existem pessoas capazes de construir e partilhar experiencias e não é por terem mais idade que devem ser consideradas inválidas, muitas delas ainda estão em condições de exercer e executar as suas tarefas profissionais com um excelente desempenho.

Uma boa parte dos idosos ativos estão motivados e desejosos que lhes sejam criadas  condições para poderem colaborar e para ajudarem a ultrapassar a crise de valores e a crise económica que se vivem atualmente. Este acréscimo de sabedoria irá naturalmente ser extremamente útil e recuperador de um bom setor da economia. Os mais experientes serão capazes de obter meios suficientes para impedirem que os seus filhos ou os seus netos emigrem para outros países, minimizando o desconforto e as consequências que a emigração tem, designadamente o isolamento, o abandono e a desintegração da Família, bem como o receio gerado pelo desafio de entrar num outro mercado de trabalho por vezes até incompatível com a sua competência e motivação profissional.

Esta necessidade vivenciada pelos jovens está a crescer abruptamente, sendo obrigados a emigrar para suprir as graves carências económicas e a falta de emprego instalada no nosso País.

Tudo isto seria mais simples e menos oneroso se em vez de  “acusarmos os idosos”, os acolhêssemos como parceiros sociais preciosos e imprescindíveis para a recuperação económica. Resta ainda acrescentar que o idoso precisa é de ser amado, respeitado e acarinhado. Devemos ser pacientes, compreensivos para os nossos familiares, amigos e conhecidos que tiveram a sorte de atingir uma idade respeitável dando-lhes o conforto que anseiam e que nós temos o dever de lhes fazer sentir, amando-os e proporcionando-lhes o afeto que necessitam.

São os frutos dos nossos atos diários que colheremos no futuro. Envelhecer é viver, é saborear as experiências vivenciadas é recordar é descobrir os momentos felizes que a vida nos proporcionou.

É sorrir, é presentear a família, os amigos, a sociedade com a sua sabedoria, é amadurecer feliz com a certeza de que a missão foi cumprida e que ainda existem recursos disponíveis e que muito têm ainda para oferecer, como grandes conselheiros nos vários setores profissionais experienciados nos longos anos de trabalho que tiveram.

O idoso não é um "peso social " mas sim é um tesouro que nos presenteia diariamente e que nos ajuda a enriquecer. Não podemos no século XXI abandonar este importante grupo etário.

"Nascer é uma virtude, viver é uma arte e sobreviver é um privilégio "

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Liga Portuguesa Contra o Cancro
A Liga Portuguesa Contra o Cancro entregou o Prémio Nacional de Oncologia da LPCC, Manuel Sobrinho Simões, ao médico cirurgião...

Com 86 anos de vida e 63 de carreira, o cirurgião pediátrico Gentil Martins coleciona no seu currículo mais de 12 mil cirurgias, muitas delas com recurso a métodos de tratamento inovadores. Durante a sua carreira, dividiu-se entre a cirurgia pediátrica e a plástica, e desdobrou-se entre o Hospital D. Estefânia, o Instituto Português de Oncologia e a clínica privada. Além do trabalho desenvolvido na área de medicina, foi ainda Presidente da LPCC, entre 1995 e 1997, e foi responsável pela criação do primeiro serviço de oncologia pediátrica do mundo, no IPO, onde, mesmo reformado, continua como consultor sénior.

Patrocinado pela Multicare, o Prémio Manuel Sobrinho Simões tem como propósito reconhecer individualidades, cujo contributo no campo da medicina, investigação ou ação social tenha tido um impacto significativo na área de oncologia. As oito candidaturas a concurso foram avaliadas pelo júri, composto por sete elementos com experiência comprovada na área, e o vencedor escolhido por unanimidade.

Durante a Cerimónia, a LPCC entregou ainda o Prémio de Jornalismo, promovido em parceria com a Merck Sharp & Dhome Lda. (MSD), que premeia os melhores trabalhos jornalísticos na área de oncologia, divulgados em 2016.

Conselho de Ministros
O Conselho de Ministros aprovou hoje uma proposta de lei que estabelece o regime da identidade de género, nomeadamente no que...

Na reunião de hoje do Conselho de Ministros (CM) foi ainda aprovado o quadro legislativo relativo às pessoas transexuais e transgénero, suprimindo as discriminações subsistentes na lei, como forma de proteção e promoção dos direitos fundamentais destas pessoas.

"A presente lei pretende tornar Portugal num país mais respeitador dos direitos humanos das pessoas transexuais e transgénero, assim como das pessoas intersexuais, estabelecendo procedimentos que garantam uma maior qualidade de vida e uma maior inclusão de um grupo social que é frequentemente alvo de discriminação, estigma e violência", segundo comunicado do CM.

A proposta de lei aprovada será agora discutida em sede parlamentar.

No início de março, a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Catarina Marcelino, disse em Coimbra que a lei prevê a "autodeterminação de identidade de género, que nada tem a ver com operações" para mudança de sexo, deixando de ser preciso um relatório médico para a mudança no registo civil, bem como alarga a possibilidade do pedido a pessoas a partir dos 16 anos (atualmente a idade mínima é de 18 anos).

A lei aborda também "questões de existência de protocolos médicos na saúde para pessoas intersexo [pessoa que nasce com uma anatomia reprodutiva ou sexual que não se encaixa na definição típica de sexo feminino ou masculino]" e a possibilidade de "crianças ‘trans’ poderem usar na escola o nome com que se identificam", referiu.

Boletim polínico
Os níveis de pólen vão estar muito elevados nos próximos dias em Portugal continental, informa hoje o Boletim Polínico da...

Para a semana de 07 a 13 de abril, preveem-se concentrações muito elevadas de pólen atmosférico em todas as regiões do continente, enquanto para o arquipélago dos Açores e da Madeira são esperados níveis baixos.

O alerta da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) vai particularmente para os pólenes de árvores como o pinheiro, plátano, carvalho, bétula e cipreste, bem como de gramíneas e das ervas urtiga e parietária.

O Boletim Polínico faz a divulgação semanal sobre os níveis de pólenes existentes no ar, obtidos através da leitura de vários postos que fazem uma recolha contínua dos pólenes, em várias regiões do país.

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