Ordem dos Médicos Dentistas
Mais de 180 equipas de profissionais de saúde oral candidataram-se à segunda fase do concurso para estender a 50 centros de...

O bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas disse que se apresentaram 187 candidaturas à segunda fase das experiências que têm colocado dentistas nas unidades de cuidados de saúde primários em Portugal.

Orlando Monteiro da Silva manifestou-se ainda satisfeito com a criação do grupo de trabalho para enquadrar a atividade dos médicos dentistas nos cuidados primários do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

No ano passado começaram treze experiência-piloto com médicos dentistas em centros de saúde, que vão ser alargadas a cerca de 50 unidades de saúde dos cuidados primários das cinco regiões do país.

É para este alargamento que se candidataram 187 equipas, devendo o Ministério da Saúde estar neste momento a analisar as propostas.

O Ministério da Saúde tem assumido que é necessário enquadrar os profissionais de saúde oral no SNS e admite criar uma carreira que regulamente esta atividade dos médicos dentistas.

Segundo um despacho hoje publicado em Dário da República, o grupo de trabalho agora criado tem de definir o conteúdo das funções da atividade do médico dentista e a especificidade do seu vínculo de emprego público e a forma de integrar os profissionais na carreira da administração pública.

De acordo com Orlando Monteiro da Silva, trata-se de definir de “forma adequada” e estável a integração dos médicos dentistas na administração pública, estando em causa mais de 50 profissionais, não apenas os que integram as experiências-piloto, mas os que já trabalhavam nos centros de saúde.

“Pretende-se estabelecer as bases técnico-científicas e jurídicas para a criação de algo inovador e que definitivamente consagre os médicos dentistas como profissionais de elevado valor no SNS, nomeadamente nos cuidados primários”, refere o despacho hoje publicado.

O grupo integra um elemento da Ordem dos Médicos Dentistas, outro da Direção-geral da Saúde, um representante da coordenação nacional para a reforma do SNS e outro da Administração Central do Sistema de Saúde.

Estudo
O tema há muito que tem sido alvo de debate, com os adoçantes com baixo teor calórico a serem acusados de desempenhar um papel...

Os resultados, apresentados pela primeira vez no simpósio da Associação Internacional de Adoçantes (ISA), que se realiza no âmbito do 24.º Congresso Europeu de Obesidade (ECO), no Porto, vão ao encontro das conclusões de anteriores revisões e meta-análises de ensaios clínicos randomizados, já apresentadas publicamente por John Sievenpiper, professor associado do Departamento de Ciências da Nutrição da Universidade de Toronto, no Canadá. De facto, aquilo que este especialista mostrou confirma que os adoçantes com baixo teor calórico ajudam a reduzir as calorias ingeridas, melhoram o peso corporal e têm influência nos fatores de risco cardiometabólicos. “Contrariando algumas preocupações, todas as indicações provenientes das provas de ensaios randomizados de mais alta qualidade apontam para um benefício”, enfatizou Sievenpiper nas suas conclusões finais.

Já não é novidade para a comunidade científica que substituir o consumo de alimentos e bebidas açucaradas por alternativas com adoçantes de baixas calorias pode ajudar a reduzir o consumo de açúcar e a ingestão calórica em geral. Mas ainda assim, este continua a ser um tópico de controvérsia. É para eliminar quaisquer dúvidas nesta área que surgem agora os dados de um trabalho de Marc Fantino, fisiologista da nutrição francês, e da sua equipa. O ensaio clínico randomizado, que contou com a participação de 164 homens e mulheres saudáveis e com peso considerado normal, que ou eram consumidores regulares de bebidas dietéticas ou não consumiam bebidas com adoçantes, revelou “que tanto o consumo reduzido como o elevado de bebidas com adoçantes de baixas calorias (consumo diário de 660ml/dia por um período de quatro semanas) não estimula o consumo de alimentos nem aumenta a ingestão de calorias, quando comparado com a água, que é sugerida como o substituto preferido para as bebidas açucaradas”.

Charlotte A. Hardman junta a estes os resultados preliminares de uma pesquisa, que ainda decorre, realizada pela Universidade de Liverpool (Reino Unido), que analisa os fatores fisiológicos que levam os consumidores a ingerir bebidas baixas em calorias. E Charlotte A. Hardman observa que, com base nos resultados do estudo, “as preocupações com o peso corporal e as crenças positivas sobre a palatabilidade [aquilo que é agradável ao paladar] e o controlo do apetite são fatores determinantes para o consumo de bebidas com adoçantes de baixas calorias”. Ao olhar para outros comportamentos sobre o uso destes adoçantes em consumidores frequentes e não frequentes, os resultados iniciais revelam que o consumo de bebidas dietéticas pelos consumidores frequentes é uma estratégia eficaz no combate ao desejo de alimentos doces e proporciona uma redução bem-sucedida da ingestão de energia quando surgem esses desejos, comparando com os não consumidores.

Na discussão final do painel, presidida pela Professora Maria Hassapidou, os especialistas concordaram que: “Todos estes dados, em conjunto, adicionam mais evidências em defesa do argumento convincente que indica o benefício dos adoçantes de baixo teor calórico na redução das calorias em geral, e no controlo do peso, e argumentam contra o papel destes adoçantes na promoção da obesidade e da diabetes. Para colmatar eventuais incertezas mantém-se a necessidade de ensaios clínicos randomizados com mais gente, de maior duração e de grande qualidade”.

Artigo de Opinião
O médico de Família compromete-se com a pessoa, e não com um conjunto de conhecimentos, técnicas esp

Desde que me recordo que sempre quis ser médico. Ou melhor, o meu sonho era ajudar os outros, e foi com esse objetivo que entrei no curso de Medicina. Quando chegou a altura de decidir a especialidade, primeiro pensei em Pediatria, e ainda equacionei Psiquiatria ou Oncologia. Mas descobri, nessa altura, que poderia ser tudo isso na Medicina Geral e Familiar. Optei então por ser Médico de Família. O médico que vai a casa, o que faz urgências, o que faz de “psicólogo”, o que tem de saber ouvir e saber falar, dar a mão na altura certa, o que sabe muito sobre muitas doenças, o que partilha os doentes com outros colegas, o que está sempre a falar de prevenção e promoção de saúde.

Há um conjunto de princípios que, não sendo exclusivos da medicina familiar, representam uma visão global, um sistema e uma abordagem de valores que a tornam diferente das outras especialidades médicas. O Médico de Família tem de trabalhar por vocação. Já não somos o “Médico da Caixa”, não somos só o “Clínico Geral”. Somos o especialista na consulta, na pessoa e na sua família.

Tive a sorte de ter feito a especialidade com uma médica orientadora, a Drª Gabriela Fernandes, entretanto já reformada, que me ensinou a paixão inexplicável por esta especialidade única e tão recompensadora a nível profissional e pessoal.

O médico de família compromete-se com a pessoa, e não com um conjunto de conhecimentos, técnicas especiais ou grupo de doenças. Este compromisso tem duas vertentes: o médico está disponível para qualquer problema de saúde, em qualquer pessoa, de qualquer idade ou sexo, sem se limitar a um problema definido. E este compromisso não tem prazo: não termina com a cura da doença ou o fim do tratamento.

O meu compromisso com os meus pacientes é assumido quando a pessoa vem pela primeira vez à minha consulta. E aqui quero reforçar uma ideia: os médicos de família não são só para pessoas idosas, não são só para quando estamos doentes. Um médico de família é para todos e durante todo o percurso de vida.

Na primeira consulta gosto de conhecer os meus pacientes. De saber a sua história, onde trabalham ou trabalharam, como é o seu dia a dia, as suas alegrias e preocupações. Com os meus pacientes crio uma ligação duradoura, e acredito cada vez mais que esta relação médico/doente é particularmente importante na medicina familiar. Doenças benignas e muito frequentes tornam-se «interessantes» porque ocorrem numa determinada pessoa conhecida, da qual já conheço o seu histórico, o seu corpo, a forma como reage a cada problema.

Depois de exercer durante alguns anos, comecei a sentir na pele o que já me tinham dito alguns médicos com bastante mais experiência: o médico de família interessa-se pelos seus doentes de um modo que transcende a doença de que eles possam sofrer.

Como médico de família, procuro entender o contexto da doença. Muitas das patologias observadas em medicina geral e familiar não podem ser entendidas se não forem vistas no seu contexto pessoal, familiar e social. A importância do contexto pode ser comparada à peça do puzzle que só tem significado quando encaixada no seu lugar próprio... Quando o doente é internado num hospital, grande parte do contexto da doença desaparece. A atenção de quem o cuida está focada principalmente no que acontece e não tanto nas circunstâncias em que aconteceu. A consequência, muitas vezes, é uma visão limitada do problema.

Gosto de encarar o contacto com os meus doentes como uma oportunidade de educar na saúde e para a prevenção. O meu maior empenho, todos os dias, é manter os meus doentes o mais saudáveis possível e conscientes da sua doença, e transmitir-lhes de que forma podem alimentar-se, mexer-se, tomar conta de si, para que a doença não lhes venha bater à porta.

O perfil profissional do médico de família coloca-o numa posição-chave na prevenção das doenças cardiovasculares, psiquiátricas, oncológicas e outras. Ao não ter um foco exclusivo na doença, o médico de família cria um espaço de intervenção propício à promoção da saúde e à prevenção de patologias.

Eu vejo o médico de família como a base de uma rede comunitária de centros de apoio e prestação de cuidados de saúde. Todas as comunidades têm uma estrutura de apoios sociais, estatais e não-estatais, formais e informais. A palavra estrutura sugere um sistema coordenado, mas infelizmente não é esse o caso; muito frequentemente os profissionais dos serviços de cuidados de saúde e sociais, incluindo os médicos, trabalham em compartimentos estanques sem qualquer noção do sistema na sua totalidade. Quando os médicos de família conhecem e conseguem gerir todos os recursos da comunidade em benefício dos seus doentes, podem ser muito eficazes. Podem fazer a diferença. 

*João Carlos Ramos, especialista em Medicina Geral e Familiar, conhecido pela rubrica “Médico de Família” no programa da Rtp ‘Agora Nós’, estreou a 6 de Fevereiro de 2016 o seu próprio programa ‘Diga Doutor’.

É ainda autor do livro ‘Um Médico para toda a Família’ e prepara-se para lançar, ainda este ano, um novo título. 

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
IPMA
As temperaturas máximas vão subir no sábado entre 5 e 10 graus Celsius em Portugal continental, prevendo-se que em algumas...

“No sábado vamos ter uma subida significativa dos valores da temperatura máxima da ordem dos 05 a 10 graus e no domingo esta subida estende-se às mínimas na ordem dos 4 a 10 graus, com exceção do Algarve”, adiantou a especialista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

De acordo com Maria João Frada, no fim de semana e na generalidade do território as temperaturas vão variar entre os 30 e os 34/35 graus, com exceção da zona da Serra da Estrela e do Algarve.

“Vamos ter este fim de semana o instalar de uma corrente de leste que dá origem a um transporte de massa de ar quente e seca do interior da Península Ibérica e até de norte de África que podem dar origem a algumas poeiras para a região do Algarve com intensificação de vento”, disse.

Segundo a meteorologista do IPMA, no domingo o vento vai soprar moderado a forte no Algarve com rajadas da ordem dos 70 quilómetros por hora e, por esse motivo, está previsto um episódio de levante, ou seja, ondas de sueste com 2 a 3 metros na costa sul.

“Na segunda-feira, vamos ter uma ligeira descida das temperaturas, mas é temporário, porque na terça-feira voltam a subir devendo-se manter as máximas elevadas pelo menos até quarta-feira”, disse.

Governo
O Governo criou um grupo de trabalho para enquadrar a atividade dos médicos dentistas nos cuidados primários do Serviço...

Segundo um despacho hoje publicado em Diário da República, os peritos vão ter de analisar "o enquadramento da atividade do médico dentista no âmbito do Serviço Nacional de Saúde".

No ano passado começaram treze experiência-piloto com médicos dentistas em centros de saúde, iniciativas que vão ser alargadas a cerca de 50 unidades de saúde dos cuidados primários das cinco regiões do país.

O Ministério da Saúde assume que é necessário enquadrar estes profissionais de saúde oral no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e admite criar uma carreira que regulamente esta atividade dos médicos dentistas.

“Pretende-se estabelecer as bases técnico-científicas e jurídicas para a criação de algo inovador e que definitivamente consagre os médicos dentistas como profissionais de elevado valor no SNS, nomeadamente nos cuidados primários”, refere o despacho hoje publicado e assinado pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo.

O grupo de trabalho agora criado tem de definir o conteúdo das funções da atividade do médico dentista e a especificidade do seu vínculo de emprego público e a forma de integrar os profissionais na carreira da administração pública.

O grupo integra um elemento da Ordem dos Médicos Dentistas, outro da Direção-Geral da Saúde, um representante da coordenação nacional para a reforma do SNS e outro da Administração Central do Sistema de Saúde.

ASAE
Uma tonelada e meia de alimentos estragados, entre os quais 700 quilos de carne, foram apreendidos pela Autoridade de Segurança...

Em declarações, o inspetor-geral da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), Pedro Portugal Gaspar, disse que nesta operação, que terminou pelas 04:30 de hoje, foram fiscalizados 1.663 veículos e apreendidas 1,5 toneladas de alimentos, entre os quais carne, moluscos/bivalves, caracóis e fruta de cinco transportadoras.

“O objetivo era fiscalizar este transporte de forma a salvaguardar o consumidor quando os produtos chegam ao ponto de venda”, disse Pedro Portugal Gaspar, explicando que, além da carne, a operação resultou na apreensão de 200 quilos de bivalves que não tinham a indicação de terem passado pelo tratamento na depuradora e de 200 quilos de caracóis que não cumpriam as condições higiossanitárias.

Os restantes alimentos apreendidos (fruta) tinham problemas de rotulagem.

A apreensão da carne resultou na instauração de um processo-crime. Foram igualmente passadas 35 contraordenações.

A operação, que decorreu em todo o território nacional, de Bragança a Faro, envolveu 150 inspetores em 45 pontos diferentes do país.

“Estas quantidades foram detetadas em apenas quatro ou cinco transportadores”, sublinhou o inspetor-geral da ASAE, lembrando que a carne foi apreendida maioritariamente no norte do país e os bivalves e caracóis na região da Grande Lisboa.

“Foram encontrados nestas regiões, mas numa fiscalização de transporte, o que não quer dizer que, por exemplo, os bivalves, tenham sido apanhados na mesma região. Há uma grande probabilidade, mas não é certo”, explicou.

A ASAE apreendeu ainda quatro cavalos, no valor de 12.000 euros, que se destinavam a atividades equestres e as identificações apresentadas não correspondiam, e um veículo para controlo meteorológico, no valor de 30.000 euros.

Solidariedade
Uma viagem à Lapónia, visitas à Disney e à ‘Legoland’ e conhecer Cristiano Ronaldo foram alguns dos mais de 625 sonhos...

A 01 de junho de 2007, Dia Mundial da Criança, a associação de solidariedade sem fins lucrativos iniciava a sua missão de transformar em realidade sonhos quase impossíveis de crianças e jovens doentes ou institucionalizados e idosos.

Dez anos depois, o objetivo mantém-se: “Queremos continuar a cumprir a nossa missão que é muito focada na promoção da saúde emocional” junto do nosso público de missão, disse em entrevista à agência Lusa a diretora executiva da Associação Terra dos Sonhos, Mara Santos.

“Já realizámos mais de 625 sonhos e queremos realizar muitos mais”, mas têm que ser sonhos que “na cabeça daquela criança, jovem ou idoso seja a coisa mais impossível de realizar, que não estão mesmo à espera, para que tenha um impacto muito grande”, adiantou Mara Santos.

O que se pretende – explicou - “é desbloquear as impossibilidades, demonstrar que não há impossíveis e promover o bem-estar emocional, retirando o foco só da saúde física”.

Ao longo do tempo a associação, que começou com o projeto “Fábrica dos Sonhos”, foi alargando a sua área de atuação para “novos públicos”.

“Como a Terra dos Sonhos sempre se foi desafiando muito, percebeu que queria ir um pouco mais longe” e até mudou o lema de “Um sorriso vale tudo”, para “Sonhar não chega. É preciso mais”.

Foi neste contexto que nasceu há dois anos a UCIF - Unidade de Felicidade, a primeira unidade de saúde emocional a nível europeu, e a Casa dos Sonhos, um espaço que está aberto ao público com várias dinâmicas, como festas de aniversário, “conversas inspiradoras” e outros eventos.

Para celebrar o 10.º aniversário, a associação vai realizar o espetáculo “Terra dos Sonhos: O Musical”, entre 08 e 11 de junho no teatro Tivoli BBVA.

Criado e encenado por Matilde Trocado, o musical conta a história de Marta e Daniel, dois meninos que procuram a terra dos sonhos numa sala de espera de um hospital, num enredo que incide na busca pela esperança depositada nos sonhos e como vale a pena fazê-la.

A Terra dos Sonhos tem vindo a fazer parcerias com hospitais, instituições de acolhimento, que vão referenciando os seus utentes para a realização de sonhos, mas também com empresas e outras entidades que possibilitam a sua missão.

Este ano é “muito desafiante”, porque queremos renovar parcerias e angariar” novos parceiros, disse a responsável.

Desafiada a lembrar-se de alguns sonhos que a tenham marcado, Mara Santos lembrou uma festa de aniversário, na Casa dos Sonhos, de uma idosa que fazia 101 anos e que tinha o desejo de ir ao programa da Fátima Lopes, da TVI, e foi concretizado.

Segundo a diretora da associação, a grande maioria dos pedidos que chega para a realização de um sonho é concretizada.

“Nós acreditamos que os afetos que se trocam, a atenção que se dá e os sorrisos já fazem parte do caminho para a realização do sonho”, rematou Mara Santos.

Unidade de Felicidade
Alegria, autoestima e coragem são alguns dos “medicamentos” dados na Unidade de Felicidade para ajudar crianças, jovens e...

Deste então já capacitou 2.400 pessoas para terem uma melhor qualidade de vida, através de um modelo de intervenção terapêutica assente em quatro pilares: autoestima, gestão das emoções, comunicação positiva e a aceitação da mudança.

“Estes quatro pilares trabalham-se com o objetivo de fornecer ferramentas e proporcionar ao nosso público de missão uma vida mais feliz, independentemente das suas circunstâncias e limitações emocionais ou físicas”, disse a coordenadora da Unidade de Felicidade (UCIF), Ângela Rodrigues.

Ângela Rodrigues contou que a unidade da felicidade foi criada pela Terra dos Sonhos, com base em investigações em psicologia e neurologia, para prolongar a felicidade gerada pela concretização de sonhos.

“Percebemos que a realização dos sonhos tinha muito impacto, mas que esse impacto era a curto e a médio prazo”, disse Ângela Rodrigues.

Por isso, foi preciso “pensar em algo que tivesse impacto nas pessoas, mas a longo prazo, e assim nasceu a unidade de felicidade”, que funciona num edifício do século XVIII cedido pela Fundação D. Pedro IV.

Dois anos após a sua abertura, o balanço é “muito positivo”: “além do programa, conseguimos ter 93 formatos de felicidade e ajudar gratuitamente 2.400 pessoas”, disse a responsável.

Para este ano, os desafios são a revisão do modelo, a criação de “mais formatos de felicidade”, para responder às necessidades do público de missão, a formação de mais psicólogos e um rastreio para avaliar a saúde emocional dos portugueses e “passar a mensagem” que “é tão importante como a saúde física”.

Quem entra na “Casa dos Sonhos” encontra um espaço mágico, onde reinam as nuvens, as cores alegres, um trono e um “túnel altamente criativo (TAC)” que desafiam as crianças a sonhar e a viajar pelas emoções.

Um dos desafios passa pela criança entrar no TAC, um “túnel” decorado com pequenas nuvens com imagens e frases positivas, como “sou bonito”, “aprendo com a minha experiência” ou “sou capaz de tudo”.

Mas antes entrar no túnel, a criança tem de escrever numa pequena nuvem de papel uma tristeza, uma preocupação ou um medo que a atormenta, refletir sobre ele a guardá-lo numa caixinha.

A ideia - explicou Ângela Rodrigues - é que as crianças troquem o seu medo ou preocupação por um pensamento positivo.

As nuvens que caracterizam a Terra dos Sonhos e que ilustram as paredes da casa também constituem um desafio para as crianças e idosos que, com tudo escuro, são levados a passear por elas e a refletir “sobre pensamentos bons e maus”.

“Nem todos veem coisas bonitas, não podemos estar aqui a romancear”, disse a coordenadora.

O trono branco também assume um papel de destaque na casa. Nele, as crianças falam de si e dos seus receios.

“Na gestão de emoções fala-se muito dos medos, muitos deles não se acham bonitos, competentes ou capazes” e o nosso objetivo é trabalham a sua autoestima, explicou.

No final, as crianças e os jovens descobrem o “segredo da felicidade” que está bem guardado numa “caixa dourada”: Um espelho onde se veem refletidos e descobrem que a felicidade está neles.

Em Coimbra
Um em cada cinco reclusos do Estabelecimento Prisional de Coimbra sofre de Perturbação da Hiperatividade e Défice de Atenção,...

"Os dados confirmam estudos internacionais que sugerem que a população prisional tem mais patologia psiquiatra do que a população em geral, o que pode explicar as razões porque cometeram alguns crimes", explicou hoje Joaquim Cerejeira, coordenador do trabalho e professor de psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (UC).

O estudo foi realizado durante cerca de um ano por psiquiatras e alunos da Faculdade de Medicina da UC e envolveu 101 reclusos, com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos, com inteligência normal (QI superior a 85), sem qualquer outra doença psiquiátrica.

Segundo o psiquiatra, que preside à Associação Cérebro & Mente, a investigação indica ainda maior "comorbilidade psiquiátrica (mais do que um transtorno) entre os reclusos com Perturbação da Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA), patente nos altos níveis de perturbação obsessiva-compulsiva, depressão, ansiedade e sintomas de paranoia, bem como início precoce da criminalidade e reincidência".

"Temos de atender à possibilidade de haver muitas pessoas que estão presas que poderiam melhorar o seu comportamento se fossem tratadas, porque nesta doença as pessoas são mais impulsivas e têm comportamentos fora das regras", acrescentou.

O estudo revelou ainda que o grupo de reclusos com PHDA apresenta "mais experiências adversas na infância, maior consumo de estupefacientes previamente à reclusão, maior taxa de reincidência criminal e níveis mais elevados de psicopatologia atual e traços psicopáticos".

De acordo com Joaquim Cerejeira, também clínico no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), os dados obtidos realçam a necessidade de diagnóstico e tratamento atempado, bem como a necessidade de intervenções psicossociais nos reclusos.

"O acompanhamento médico seria uma grande vantagem para o doente e para a sociedade, uma vez que o paciente teria menos probabilidades de se meter em problemas", frisou.

O coordenador do estudo considera que "os delinquentes adultos com PHDA são frequentemente mal diagnosticados ou nunca foram devidamente rastreados, o que torna difícil o seu encaminhamento para os serviços de saúde mental".

Para Joaquim Cerejeira, se o Serviço Nacional de Saúde (SNS) estivesse preparado para o diagnóstico atempado da PHDA "muitas pessoas não cometeriam crimes".

"O ideal seria, no futuro, o reconhecimento da doença na infância, quando os sintomas começam, e iniciar o seu tratamento", sublinhou o psiquiatra, referindo que o SNS desvaloriza a doença e não há "muitos médicos e serviços a tratar desta patologia".

As conclusões do estudo indicam que o correto diagnóstico e tratamento (farmacológico e não farmacológico) de PHDA na infância ou mesmo na idade adulto podem ter efeito benéfico sobre os caminhos para o comportamento delinquente, prevenindo a criminalidade.

A PHDA é uma doença neuropsiquiátrica crónica que se caracteriza pelo excesso de atividade motora, impulsividade e/ou desatenção, em maior frequência e gravidade do que habitual, perturbando negativamente a capacidade para estudar, trabalhar ou ter relacionamentos familiares e sociais.

Adexo
A Associação de Doentes Obesos e ex Obesos junta-se, este ano, à Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade para assinalar...

Este ano, o Dia Europeu e Nacional da Luta Contra a Obesidade – que coincide com o término do Congresso Europeu de Obesidade 2017 – terá como tema “Juntos Combatemos a Obesidade”. O objetivo da iniciativa é juntar sociedades médicas e associações de doentes de diversos países para reforçar, junto dos decisores políticos, a necessidade de medidas concretas para combater a obesidade em Portugal e na Europa.

A prevalência da obesidade tem aumentado significativamente em todo o mundo, tendo já alcançado proporções de pandemia. Com mais de 1,9 mil milhões de adultos (acima dos 18 anos) com excesso de peso, estima-se que, em 2025, mais de 50% da população mundial venha a ser obesa caso não sejam adotadas medidas de controlo.

Em Portugal, o número de pessoas com excesso de peso já chegou aos três milhões - das quais 1,5 milhões são obesas e 350.000 são super-obesas - o que faz de Portugal um dos países com maior taxa de obesidade na União Europeia.

Carlos Oliveira, Presidente da Associação de Doentes Obesos e ex Obesos (Adexo) alerta que “Embora tenha sido o primeiro país europeu a reconhecer a obesidade como doença, a mortalidade está em cerca de 1.500 pessoas por ano, e os custos com o tratamento destes doentes, em conjunto com a mortalidade associada, continuam a aumentar. É importante sensibilizar a população para a importância de hábitos de vida saudáveis como forma de prevenir e também para as várias opções de tratamento desta doença que tem um grande impacto a nível físico, psicológico, social e económico”.

Entre as 9h30 e as 13h00 serão várias a decorrer na Alfândega do Porto, desde aconselhamento nutricional, rastreios, treino funcional e aulas de ginástica.

O encontro contará com a presença da Associação Europeia para o Estudo da Obesidade (EASO), sociedades médicas de 32 países e o Conselho Europeu de Pacientes, que reúne associações de doentes de 20 países e onde se inclui a Adexo, que será responsável pela dinamização de diversas atividades lúdicas e desportivas gratuitas, destinadas a todos os visitantes. 

31 de maio - Dia Mundial Sem Tabaco
No Dia Mundial Sem Tabaco, a Associação RESPIRA alerta a população para os malefícios do tabaco na saúda da mulher,...

Para assinalar a data, a RESPIRA desafia ainda a população a partilhar uma fotografia, através das redes sociais, que retrate um estilo de vida saudável, utilizando o hastag #vidasemfumo.

O consumo de tabaco está a aumentar em Portugal, sobretudo entre as mulheres. Segundo um Estudo do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (2013), existe uma clara evidência da subida da prevalência de hábitos tabágicos, tanto na Região de Lisboa e Vale do Tejo, como na Região Centro.

“Fumar é a primeira causa evitável de doença e morte prematura nos países desenvolvidos. O tabagismo é um grave problema de saúde pública, representa elevados gastos para o serviço nacional de saúde e é responsável pela diminuição da qualidade e duração de vida do fumador e de todos aqueles que se encontram expostos ao fumo passivo. Aproveitamos esta data para reforçar os malefícios do tabaco, sobretudo nas mulheres, que, dado a sua condição natural, acabam por sofrer consequências mais devastadoras do que a população masculina. Relembramos que, por exemplo, aproximadamente 90% dos casos de DPOC entre as mulheres é atribuída ao tabagismo, tal como 53% dos casos de cancro do pulmão”, explica Isabel Saraiva, vice-presidente da RESPIRA.

A Associação alerta para alguns factos sobre os efeitos nocivos do tabaco na mulher, tais como:

- O tabagismo durante a gestação implica uma menor quantidade de nutrientes e oxigénio para o bebe, causando assim um maior risco de nascer com um peso inferior ao normal e ainda prematuridade;

- É recomendável que as mulheres parem de fumar, não apenas durante a gravidez, mas também durante a amamentação, pois este hábito prejudica a produção de leite materno;

- Têm um risco maior de desenvolver uma doença cardiovascular, incluindo a Doença Arterial Coronária (DAC) ou Acidente Vascular Cerebral Isquémico;

- O uso de contracetivos orais juntamente com o hábito tabágico aumentam significativamente a possibilidade de desenvolver uma doença do foro cardíaco;

- Têm um risco acentuado de desenvolver DPOC, que inclui Bronquite Crónica e Enfisema Pulmonar;

- Existe uma maior probabilidade de desenvolver vários tipos de cancro, incluindo o cancro do pulmão, boca, faringe, esófago, laringe, rim e colo do útero.

ESEnfC
Iniciativa organizada pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra durante o fim de semana de 20 e 21 de maio.

“10 evidências sobre exercício físico e saúde mental”, “10 certezas sobre sono, exercício e saúde mental”, “10 achados sobre exercício físico e imunologia”, “10 indícios de exercício físico, estigma e saúde mental” e “10 segredos sobre treino, motivação, coaching e exercício físico”.

Estes são alguns temas do seminário “10 km pela Saúde Mental” que, amanhã (a partir das 15h30), se realiza na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) – auditório António Arnaut (instalações do Polo B, junto ao Hospital dos Covões) – e para o qual se espera a participação, entre outros, do atleta olímpico Ricardo Ribas (Sport Lisboa e Benfica) e do atleta paralímpico medalhado Manuel Mendes (Vitória de Guimarães).

Os dois vão proferir, respetivamente, as comunicações “10 dicas sobre corrida” (às 17h00) e “10 dicas sobre perseverança e desporto” (às 17h15).

Professores da ESEnfC, profissionais de saúde e de educação física vão, também, dar informações, opiniões e testemunhos «de quem acredita, e quer motivar outros a acreditar, que o exercício físico proporciona quilómetros de bem-estar mental a quem o pratica», refere a organização do evento, da responsabilidade do VII curso de pós-licenciatura de especialização e do V curso de mestrado em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria, ministrados na ESEnfC.

“10 km pela Saúde Mental” é, igualmente, o título de uma caminhada no dia seguinte (domingo), que começa pelas 10h00, com partida também no Polo B da Escola, onde os participantes regressarão após um percurso que inclui a passagem pelas ruas de S. Martinho do Bispo, pela Escola Superior Agrária e pelas paisagens da mata do Choupal – por motivos externos à organização, a corrida inicialmente prevista não irá realizar-se.

Seminário e caminhada visam sensibilizar a população para a importância do exercício físico na promoção e manutenção da saúde mental, assim como para a diminuição do estigma associado à “doença mental”.

Segundo a organização, este evento pretende ter, igualmente, um cariz solidário, sendo que cada participante na caminhada poderá entregar à organização um alimento ou uma peça de roupa para doar a organizações carenciadas da região. 

ESEnfC
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra inicia, hoje, um projeto quer visa diminuir a ansiedade sentida pelas crianças dos 3...

Enfermagem dos Pequenitos e da Bonecada é o nome deste projeto, que pretende, igualmente, através de jogos e de brincadeiras, levar os futuros profissionais de saúde a utilizarem os conhecimentos adquiridos durante a licenciatura para ajudarem os mais novos a perderem o medo que, muitas vezes, está associado à deslocação ao centro de saúde.

A sessão experimental do projeto tem início a partir das 10h00, nos laboratórios do campus B da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), em S. Martinho do Bispo, e os utentes são crianças do Jardim Infantil da Cumeeira, em Poiares.

A cada criança é pedido que traga um boneco que esteja doente, ou que simplesmente vá a uma consulta de vigilância de saúde.

Os mais novos vão tocar e manipular os diferentes materiais que são comuns em cuidados de saúde primários.

Divididas em pequenos grupos, as crianças vão poder participar nas atividades “O que faz um enfermeiro?” (questões referentes à profissão de Enfermagem), “Dentes saudáveis, sorriso feliz” (sobre a importância de uma boa saúde oral, com recurso ao modelo dentário e escova), “Comer bem dá saúde e faz crescer” (a importância de uma alimentação saudável, com recurso a uma roda dos alimentos) e “O meu boneco vai à consulta” (simulação dos procedimentos inerentes a uma consulta de Enfermagem).

Enfermagem dos Pequenitos e da Bonecada é um projeto organizado pela Unidade Científico-Pedagógica de Enfermagem de Saúde Pública, Familiar e Comunitária, da ESEnfC, em parceria com a Associação de Estudantes da instituição e com o projeto de Divulgação da Escola e Escola Aberta: Ver para Querer.

“O brincar terapêutico constitui uma excelente forma de ajudar as crianças a libertarem o seu medo e receio de enfrentarem um ambiente que não lhes é familiar”, afirma a organização do projeto. 

Oncologia
O oncologista pediátrico Ximo Duarte, do IPO de Lisboa, defendeu hoje a necessidade de uma estrutura com meios humanos e...

Em declarações, Ximo Duarte sublinhou as dificuldades encontradas para aumentar a participação da oncologia pediátrica em ensaios clínicos, sobretudo a falta de meios humanos e de financiamento.

“Além da burocracia, pois é uma matéria muito delicada que envolve muitas questões a que se deve obedecer a nível nacional e internacional, são precisos meios humanos, técnicos para coordenar os estudos, introduzir e monitorizar dados e reportar toxicidades, e financiamento”, sublinhou.

Ximo Duarte afirmou que na oncologia pediátrica o medicamento mais vantajoso é sempre “o que é ao mesmo tempo mais curativo mas com menor toxicidade para as crianças” e lembrou que, hoje em dia, as crianças com doença oncológica são tratadas com medicamentos que na grande maioria não foram testados para elas, mas sim para adultos.

“Temos anos de experiência com medicamentos que usamos nos esquemas terapêuticos para as crianças, mas que de origem foram testados em adultos. Tradicionalmente sempre se desenvolveram para o adulto, pois a regulamentação é menos restrita do que para as crianças”, afirmou.

O especialista sublinhou ainda que esta situação dificulta a investigação clinica porque quando se usam em ensaios pediátricos medicamentos testado em adultos considera-se que o medicamento é experimental do ponto de vista regulamentar.

Neste momento, disse, Portugal participa em cinco ensaios clínicos com crianças (três deles internacionais,), com cerca de uma dúzia de doentes, e está a ser preparada a documentação para participar noutros quatro ensaios, que ainda não podem ser submetidos a nível nacional, envolvendo mais 70 crianças por ano.

Todos os ensaios são de Fase 3, em que os medicamentos já demonstraram a sua eficácia e o que se pretende é saber se o efeito/eficácia é superior ao que já hoje existe para tratar estas crianças.

O oncologista pediátrico do IPO Lisboa defende que era vantajoso ter mais crianças a participar em ensaios clínicos, frisando que neste regime os doentes estão “muito mais vigiados”: “É mais seguro tratar no âmbito de um ensaio clinico. Há mais olhos postos em cima do que se está a fazer”.

Deu como exemplo um estudo nos EUA que mostrou que a grande melhoria nos resultados dos tratamentos de crianças com doença oncológica aconteceu quando estas começaram a ser tratadas maioritariamente em ensaios clínicos.

Contudo, para que mais crianças pudessem em Portugal participar em ensaios clínicos o especialista defende que seriam precisos mais meios humanos e mais financiamento.

“A maior parte destas crianças são tratadas em unidades de oncologia de hospitais do Sistema Nacional Saúde, que têm recursos financeiros muitos controlados e limitados”, lembrou.

O especialista recorda ainda que a investigação clinica em pediatria é iniciativa dos investigadores – na base de estudos académicos – e que a indústria farmacêutica investe em investigações desenvolvidas mais para o adulto.

“Quando há interesse em testar um medicamento a indústria farmacêutica investe onde a doença é mais frequente, que é nos adultos. Na área da oncologia pediátrica somos nós, os médicos, que organizamos a investigação e acabamos por não ter o respaldo humano nem financeiro”.

O especialista diz que o processo de participação num ensaio clinico é 'muito pesado': “Há imensa regulamentação, é preciso estar atento a todos os parâmetros, verificar dados, ver se o que está a ser reportado está correto, fazer a ponte com as autoridades regulamentares, verificar as adendas que surgem aos protocolos. É uma carga burocrática muito grande, para além do trabalho clínico das equipas multidisciplinares, com médicos, farmacêuticos, enfermeiros e outros profissionais".

Além disso, frisou, os médicos são peritos no apoio clínico, em tratar doentes. Quando se passa às questões de monitorização, inserção de informações em formulários para poder depois comparar resultados, farmacovigilância ou questões regulamentares, “os médicos não tem a formação específica e isto dificulta o processo”.

O oncologista pediátrico dá o exemplo de outros países, onde as sociedades científicas têm uma estrutura capaz de financiar e dotar de recursos humanos estas investigações.

O ideal, defende, era que existisse uma estrutura que trabalhasse em conjunto com a comunidade médica, que tivesse uma parte científica, com clínicos que identificam os ensaios que podem responder às necessidades de tratamento existentes, outra parte de coordenação e condução de ensaios, com pessoas que pudessem recolher os dados, coordenar o estudo e fazer a ponte com as autoridades, e uma área de angariação de fundos.

Infarmed
O Infarmed registou nos últimos quatro anos mais de 170 suspeitas de reações adversas graves inesperadas em ensaios clínicos a...

De acordo a autoridade que regula o setor, no ano passado foram recebidos 51 casos de suspeitas de reações adversas graves inesperadas, mais do que em 2015, quando este valor não ultrapassou os 46 casos. Em 2014 foram 36 os casos deste género e em 2013 não ultrapassaram os 40.

Estes casos correspondem a suspeitas de reações adversas em que uma relação causal entre estas e a administração do medicamento não é excluída, são consideradas graves pois cumprem critérios de se tratar de uma caso associado a um desfecho fatal, risco de vida, hospitalização ou o seu prolongamento, incapacidade (para o participante no ensaio) ou ainda a situações "clinicamente relevantes no entender do investigador". São classificadas de inesperadas por não se encontrarem descritas na informação de segurança de referência do medicamento.

No primeiro trimestre deste ano, o Infarmed recebeu 28 pedidos para ensaios clínicos e autorizou 24. O tempo médio de decisão foi de 44 dias. Durante o ano de 2016 foram submetidos 142 pedidos e autorizados 144.

A indústria farmacêutica continua a ser o principal promotor de ensaios clínicos. Dos 28 autorizados no primeiro trimestre deste ano, 26 são promovidos pela indústria e os restantes dois de nível académico para fins não comerciais.

Um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública divulgado no ano passado indicava que a reduzida dimensão dos ensaios clínicos em Portugal se devia à falta de incentivos e à pouca valorização profissional do investigador.

Na opinião da equipa de investigação responsável pelo estudo, o facto de a gestão hospitalar não estar orientada para a investigação clínica e de os prazos legais de aprovação dos ensaios clínicos serem frequentemente ultrapassados contribuem para a dificuldade da realização dos ensaios clínicos em Portugal.

Outros constrangimentos identificados prendem-se com a reduzida visibilidade e a falta de uma plataforma de divulgação dos ensaios clínicos.

Identificados estes problemas, o grupo de peritos apresentou um conjunto de propostas e soluções que passam por criar centros de ensaio com uma gestão e infraestruturas orientadas para apoiar e conduzir ensaios clínicos, bem como definir estratégias para melhorar a taxa de recrutamento e retenção.

Questionado, o Infarmed diz que têm sido tomadas várias medidas, dando como exemplo a entrada em vigor da Lei da Investigação Clínica, que inclui o regime jurídico de realização de ensaios clínicos com medicamentos, revendo o respetivo processo de aprovação, e expande o âmbito de regulação a toda a investigação clínica, prevendo a dinamização do sistema de comissões de ética competentes e a criação de um sistema de registo e divulgação de estudos clínicos.

Este sistema de registo e divulgação, que entrou em funcionamento no final do ano passado, é uma plataforma tecnológica desenvolvida pelo Infarmed em colaboração com a Comissão de Ética para a Investigação Clínica e visa "potenciar o desenvolvimento e aumentar a transparência sobre a investigação clínica em Portugal".

Infarmed
Mais de 382 ensaios clínicos estão atualmente a decorrer em Portugal, envolvendo cerca de 13.000 voluntários, e quase metade...

Numa informação disponibilizada à agência Lusa, a autoridade que regula o setor adianta que 43% dos ensaios a decorrer em Portugal são da área das doenças oncológicas, 10% abrangem as doenças do sistema nervoso e 8% da área da reumatologia.

O Infarmed explica também que os cerca de 13.000 voluntários são uma previsão que foi notificada aquando do pedido de autorização para os ensaios, pelo que pode não ser exatamente o valor de participantes.

“A maioria destes ensaios clínicos decorrem paralelamente em centros de ensaio nacionais e em centros de ensaios de outros estados membros, uma vez que são, frequentemente, estudos multicêntricos internacionais”, acrescenta o Infarmed, no dia em que acolhe uma conferência sobre o tema no âmbito ao Dia Internacional dos Ensaios Clínicos, que se assinala no sábado.

Dos ensaios a decorrer, 7% são em doenças infeciosas, 5% em indicações cardiovasculares, 4% em doenças congénitas ou genéticas, 4% em oftalmologia, 4% em doenças respiratórias, 4% em doenças do sistema digestivo, 3% em patologias renais e 3% em doenças metabólicas.

De acordo com o Infarmed, as instituições com uma contribuição mais relevante em Portugal na área dos ensaios clínicos são o Centro Hospitalar de Lisboa Norte, Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, IPO – Porto, Centro Hospitalar de São João e Centro Hospitalar do Porto. Várias outras unidades de saúde públicas ou privadas participam também em ensaios clínicos, mas em menor proporção.

Os 382 ensaios clínicos a decorrer em Portugal envolvem cerca de 830 Investigadores principais, de 88 centros distintos. Mas a equipa de profissionais envolvida nos centros de ensaio inclui outros profissionais para além dos investigadores principais, tais como subinvestigadores, enfermeiros e farmacêuticos.

Cerca de 5% dos ensaios clínicos a decorrer em Portugal são de fase I, 16% de fase II, 71% de fase III e 7% de fase IV.

Os ensaios clínicos em fase I são os primeiros estudos a serem conduzidos em seres humanos, desenvolvem-se normalmente em voluntários saudáveis, mas podem também envolver doentes com patologias graves (doença oncológica), e pretendem fazer uma avaliação inicial da segurança e tolerabilidade de um novo medicamento.

Na fase II o objetivo é avaliar a eficácia terapêutica do medicamento em doentes com a doença em estudo, avaliando simultaneamente a sua segurança. São de um modo geral realizados num número limitado de doentes. Através destes ensaios confirma-se se o novo medicamento tem um efeito terapêutico e avalia-se a toxicidade, permitindo selecionar a dosagem e a frequência de administração do medicamento para os ensaios de Fase III.

Na fase III já se fazem estudos comparativos, necessários para demonstrar a segurança, eficácia e benefício terapêutico de um novo medicamento por comparação com um medicamento padrão e/ou placebo. Estes estudos são necessários para a submissão às autoridades regulamentares do pedido de Autorização de Introdução no Mercado.

Os ensaios clínicos de fase I a III são essenciais para a aprovação do novo medicamento pelas autoridades competentes.

No ensaio clinico de fase IV os estudos decorrem já depois da Autorização de Introdução no Mercado e estão relacionados com a indicação aprovada. Servem para aprofundar conhecimentos sobre a utilização do medicamento que incluem, entre outras, a avaliação de interações com outros fármacos e a deteção de reações adversas previamente desconhecidas.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Todas as regiões de Portugal continental e do arquipélago da Madeira apresentam hoje risco ‘muito elevado’ de exposição à...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), as regiões de Beja, Viana do Castelo, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Penhas Douradas, Leiria, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal, Sines, Vila Real, Viseu, Aveiro, Porto, Funchal e Porto Santo (Madeira) estão hoje em risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação ultravioleta (UV).

A exceção vai para Ponta Delgada (ilha de São Miguel, nos Açores), Angra do Heroísmo (Terceira) e Horta (Faial) com ‘risco elevado’ e Santa Cruz das Flores (ilha das Flores) com nível ‘moderado’.

Para as regiões com risco 'muito elevado' e 'elevado', o Instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade na região Norte e no litoral da região Centro até ao início da tarde, vento fraco a moderado do quadrante norte, soprando moderado no litoral oeste, em especial durante a tarde, e nas terras altas e pequena descida da temperatura mínima e subida da máxima.

Em Lisboa as temperaturas vão oscilar entre 12 e 22 graus celsius, no Porto entre 09 e 19, em Vila Real, Bragança e Viseu entre 05 e 19, na Guarda entre 04 e 17, em Coimbra entre 08 e 20, em Castelo Branco entre 07 e 23, em Santarém entre 10 e 24, em Évora entre 08 e 25, em Beja entre 08 e 27 e em Faro entre 13 e 28.

Associação Zero
Somente 12 em cada cem portugueses deixa as embalagens vazias e restos de medicamentos no local adequado, nas farmácias,...

"A generalidade dos portugueses continua a não encaminhar corretamente os resíduos das embalagens e restos de medicamentos adquiridos", refere um comunicado dos ambientalistas, realçando temer que "grande parte dos resíduos que não são entregues nas farmácias acabe em aterros ou, mais grave, nas redes de drenagem das águas residuais".

No entanto, a Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero, não deixa de realçar que Portugal é um dos poucos países da União Europeia com uma entidade gestora responsável pelo tratamento deste tipo de resíduos.

A Zero analisou os dados da Valormed, a entidade gestora dos resíduos de embalagens vazias e medicamentos fora de uso, e concluiu que, no ano passado, a indústria farmacêutica colocou 315 milhões de unidades de embalagens de venda no mercado, a que corresponde um potencial de resíduos gerado (embalagens e medicamentos) de 7.462 toneladas.

"Os portugueses apenas entregaram cerca de 902 toneladas nas farmácias, ou seja, 12% dos resíduos potencialmente gerados", incluindo embalagens, restos de medicamentos e outros materiais fora do âmbito do Sistema de Gestão de Resíduos de Embalagens e Medicamentos (SIGREM).

Tendo em conta apenas a taxa de recolha de embalagens, explicam os ambientalistas, esta situou-se em 8%, "muito aquém da meta de 10% prevista para 2016".

Segundo as estimativas apontadas, cerca de 368 toneladas de restos de medicamentos, ou seja, mais de metade do total, não são entregues nas farmácias para terem tratamento adequado, havendo a preocupação de que "uma parte das substâncias contidas possa ser introduzida em meio natural", nos rios ou no mar, através dos esgotos.

Parte destes resíduos pode ir parar aos contentores de lixo urbano indiferenciado, o que tem "implicações para o ambiente e para a saúde pública", insiste a associação de defesa do ambiente.

"Num sistema que está fortemente dependente da colaboração dos cidadãos, estes números mostram-nos que há muito trabalho a fazer pela Valormed", em articulação com as farmácias, para cumprir a meta de 20% de recolha de embalagens definida para 2020, refere a Zero, defendendo a necessidade de ações de sensibilização.

Por isso, a Zero e a Valormed decidiram unir esforços para consciencializar os cidadãos da necessidade de entregarem os resíduos de embalagens e de medicamentos nas farmácias e estabeleceram uma parceria.

Governo
Os médicos de família sugerem que o Governo passe a criar um número mínimo de unidades de saúde familiar que devem abrir por...

O presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), Rui Nogueira, considera que “subsiste um princípio incrível” de definir um limite máximo para as unidades de saúde familiar (USF) que podem abrir durante um ano.

Em declarações a propósito do Dia Mundial do Médico de Família, que hoje se assinala, o responsável considerou que se devia inverter a lógica e fixar antes um patamar mínimo para as USF a abrir.

Criadas em 2005, as USF foram fundadas como uma forma alternativa ao habitual centro de saúde, prestando também cuidados primários de saúde, mas com autonomia de funcionamento e sujeitas a regras de financiamento próprias, baseados também em incentivos financeiros a profissionais e à própria organização.

“As USF são mais efetivas, têm melhor organização, mais recursos, não só humanos, mas também técnicos e materiais”, indica Rui Nogueira, lamentando que se esteja a prolongar a assimetria quanto a estas unidades.

Isto porque atualmente metade da população tem acesso às USF, mas a outra metade continua a estar inscrita nos centros de saúde tradicionais, mais antigos.

Os médicos de família defendem ainda que mais USF das que já estão criadas deviam passar a modelo B, que é uma forma mais evoluída de organização.

O modelo B está definido como aquele em que equipas com maior amadurecimento organizacional e maiores exigências de contratualização garantem maior disponibilidade para atingir níveis avançados de acesso para os utentes, elevado desempenho clínico e eficiência económica.

Sobre o panorama global dos médicos de família em Portugal, o presidente da APMGF admite que atualmente o número de profissionais é “bastante razoável”, havendo cerca de 5.500 a exercer e cerca de dois mil em formação.

A quantidade de profissionais em formação na especialidade é considerada por Rui Nogueira como confortável, se bem que o médico preveja que em 2020 e 2021 haja um novo ‘boom’ de clínicos a aposentar-se.

Ainda assim, Portugal tem cerca de 8% da população sem médico de família, o que significa menos de 800 mil utentes, estando a maior parte (600 mil) concentrados na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Além destas assimetrias regionais, há diferenças dentro das várias unidades de algumas zonas, chegando a haver centros de saúde em que 20% dos utentes permanecem sem médico de família.

Estudo
Um estudo da Universidade do Minho mostra que a exposição de crianças a mensagens de comportamentos alimentares saudáveis em...

Partindo da visualização da série de desenhos animados "Nutri Ventures", na RTP 2 e no canal Panda, um grupo de investigadores daquela universidade, coordenado por Ana Vaz, realizou em 2015 um estudo que envolveu 142 crianças da região de Braga.

As conclusões foram apresentadas no 24.º Congresso Internacional de Obesidade, que decorre até sábado no Porto, tendo Ana Vaz explicado que o estudo versou "alunos do pré-escolar e escolar com idades entre os quatro e oito anos".

Na comunicação lê-se que “os autores quiseram explorar se um desenho animado com mensagens de comportamentos alimentares saudáveis poderia ter um efeito positivo nas preferências e escolhas alimentares das crianças".

"As crianças foram distribuídas de forma aleatória em dois grupos: um de controlo em que era exposto a desenhos animados sem qualquer referência a mensagens alimentares ou nutricionais e outro experimental, exposto a desenhos animados com mensagens de comportamentos alimentares saudáveis", prossegue o documento a que a Lusa teve acesso.

Cada grupo esteve exposto durante 20 minutos, "sendo dada a oportunidade a cada criança de comer durante 10 minutos, de forma livre, os alimentos de uma pequena seleção: dois produtos saudáveis (cenouras bebé e uvas) e dois produtos não saudáveis (chocolates e batatas fritas)", explicou Ana Vaz.

Nesse período "foram registadas as medidas de fome, reconhecimento e apreciação do desenho animado, atitudes relativamente à alimentação saudável e preferências alimentares", prossegue a comunicação.

Segundo a investigadora, os resultados mostraram que "as crianças expostas a desenhos animados com mensagens de comportamentos alimentares saudáveis escolhiam alimentos significativamente mais saudáveis do que as crianças do grupo de controlo".

Estes comportamentos levaram os autores a concluir: "Estes resultados são promissores e podem ser importantes para o desenvolvimento de campanhas de promoção da saúde para crianças."

Ana Vaz deu ainda conta de uma segunda fase, em que "foi desenvolvido um programa educacional baseado em desenhos animados e está atualmente a ser testado em crianças entre os seis e oito anos".

"O objetivo é testar a utilidade e a eficácia do uso de personagens de desenhos animados com comportamentos alimentares saudáveis nas suas escolhas e preferências alimentares", acrescentou.

Caso a eficácia seja comprovada, Ana Vaz admitiu levar o projeto ao Ministério da Educação para que possa "ser implementado a nível nacional nas escolas".

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