Estudo
A frequência do aparecimento de cancro em crianças é 13% mais alta nos anos 2000 do que nos anos 1980, segundo um estudo da...

Entre 2001 e 2010, a incidência do cancro entre os menores de 14 anos foi de 140 casos em um milhão por ano, indica este estudo internacional coordenado pelo Centro Internacional de Pesquisa contra o Cancro, uma agência da Organização Mundial de Saúde (OMS) especializada nesta doença.

O cancro mais frequente nesta faixa etária é a leucemia (quase um terço dos casos), seguido dos tumores do sistema nervoso central (20%) e dos linfomas, afirma o estudo, que analisou 300.000 casos diagnosticados em 62 países. "Uma parte deste aumento deve-se, talvez, a uma melhor deteção precoce", afirma o centro, sem precisar proporções.

Mas o aumento da incidência do cancro pediátrico pode ter sido influenciado por "fatores externos, como infeções ou certas substâncias contaminantes presentes em certos ambientes", acrescenta a agência.

Entre os adolescentes (15 a 19 anos), a frequência está estimada em 185 casos por um milhão, indica o estudo, publicado na revista britânica The Lancet Oncology. O linfoma é o mais frequente (23% dos casos), à frente dos carcinomas e dos melanomas (21%), escreve o Sapo.

"O cancro é uma causa significativa de morte em crianças e adolescentes, apesar de raramente ocorrerem antes dos 20 anos", destacou Christopher Wild, diretor do centro de pesquisa. Wild espera que os dados deste estudo ajudem a "sensibilizar, compreender melhor e combater este setor pouco atendido da saúde".

Não obstante, as cifras observadas estão provavelmente subestimadas, em particular nos países com menos recursos, já que nem todos os casos são declarados, afirma o centro.

Programa Nacional de Reformas
Mais de 170 mil dadores de sangue, de células, tecidos e órgãos e bombeiros foram dispensados de pagar taxas moderadoras nas...

O dado consta do Programa Nacional de Reformas, enviado ao Conselho Económico e Social, para emissão de parecer, segundo o qual entre abril e dezembro do ano passado foram dispensados do pagamento dadores de sangue (140.796), dadores vivos de células, tecidos e órgãos (1.960) e bombeiros (33.307).

O anterior ministro da Saúde, Paulo Macedo, tinha terminado com a isenção do pagamento de taxa moderadora destes utentes nas urgências hospitalares, no âmbito do programa de assistência económica e financeira que estava em vigor em Portugal.

O mesmo documento refere que, segundo o Sapo, 1.119.439 utentes foram, no mesmo período, dispensados do pagamento de taxas moderadoras nas urgências hospitalares por serem referenciados por outros serviços (INEM, médico de família ou Linha de Saúde).

Em 2016 foi ainda reposto o direito a transporte de doentes não urgentes, de acordo com as condições clínicas e económicas, o que conduziu, segundo o documento a mais 57.074 transportes em 2016 do que em 2015, num total de 2.347.550.

Em 2017, está previsto um crescimento de 6,5% deste transporte.

Postos de Emergência Médica
O INEM apresenta hoje o novo modelo de constituição de Postos de Emergência Médica que prevê, para este ano, a colocação de 20...

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) vai também dar hoje a conhecer a renovação da sua frotanum prazo de cinco anos, que inclui a substituição de 41 ambulâncias ainda este ano.

“Com este novo modelo de constituição de Postos de Emergência Médica (PEM) e de renovação da frota de ambulâncias, o INEM pretender reforçar o relacionamento com os seus parceiros do Sistema Integrado de Emergência Médica, designadamente os corpos de bombeiros. Tornando mais expedita a abertura de novos PEM e a renovação da frota de ambulâncias, irá melhorar-se a prestação de cuidados de saúde às vítimas de acidente e doença súbita”, refere o INEM, em comunicado.

Para tal, vai ser hoje assinado um memorando de entendimento entre a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) e o INEM para renovação das ambulâncias em Postos de Emergência Médica em corpos de bombeiros e abertura de novos PEM.

Na mesma cerimónia serão também assinados o contrato-programa entre o INEM e a Escola Nacional de Bombeiros (ENB) para formação e recertificação de tripulantes de ambulância de socorro e o memorando de entendimento entre o INEM, LBP e a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) que possibilita a acumulação de funções de trabalhadores do INEM para o exercício de funções nos quadros de comando de corpos de bombeiros.

A cerimónia vai ser presidida pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, e conta também com a presença do secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes.

Veterinários disponíveis
A Ordem dos Médicos Veterinários disponibilizou-se para apoiar os municípios na implementação da lei que proíbe o abate de...

Segundo o jornal Negócios, o Governo quer conhecer o estado dos canis até junho, através de um levantamento, para regulamentar a lei que proíbe o abate de animais.

Depois de identificadas as necessidades, o executivo vai lançar um programa de requalificação ou construção de instalações.

A lei que proíbe o abate de animais dos canis e gatis municipais entrou em vigor em 2016, mas a proibição só tem efeitos práticos a partir de 22 de setembro de 2018. A Direção-Geral de Veterinária e os municípios devem criar até lá condições para efetuarem a esterilização dos animais.

Em declarações, o Bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV), Jorge Cid, congratulou-se com esta lei, sublinhando que os canis “estão lotados" e que “era preciso fazer alguma coisa com urgência”.

O Bastonário ressalvou que haverá municípios que poderão ter mais dificuldades em implementar a lei e que para “facilitar este processo” os veterinários “estão totalmente disponíveis” para os apoiar.

“Sabemos que o período para a implementação da lei irá variar de município para município. Entretanto, nós apresentamos um projeto de protocolo à ANMP (Associação Nacional de Municípios Portugueses) para que se possa ajudar de alguma forma a aliviar os encargos e a ter uma aplicabilidade da lei mais facilitada”, afirmou o Bastonário.

Jorge Cid explicou que a OMV pretende, através da mobilização de todos os centros médico veterinários do país, realizar tratamentos gratuitos de vacinação, esterilização e desparasitação a animais de estimação de famílias carenciadas e a animais errantes.

“Iremos lançar este cheque veterinário com o objetivo de atuar preventivamente nos cuidados destes animais e também na disseminação de doenças que coloquem em causa a saúde pública. Estamos convictos de que este contributo irá ajudar a diminuir os investimentos brutais que os municípios têm para aplicar a lei”, atestou.

Sobre esta questão, a Associação Nacional de Municípios Portugueses alertou hoje para a falta veterinários, o que impede as autarquias de avançarem com esterilizações e cumprirem a lei que proíbe o abate de animais nos canis municipais.

Por outro lado, o partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) considerou que existe dinheiro para construir os Centros de Recolha Oficial de Animais e implementar as políticas de bem estar animal, mas que “não existe vontade política municipal” para o fazer.

Espanha
Dois catedráticos da Universidade das Ilhas Baleares e três dos seus colaboradores foram detidos e acusados de fraude por...

O grupo vendia o medicamento e angariava o dinheiro através de uma fundação sem fins lucrativos que tinha constituído.

A Polícia Nacional espanhola informou que os dois professores de Biologia Celular, sócios na empresa Lipopharma, foram detidos na semana passada, interrogados e postos em liberdade (com medidas de coação) à espera de declarar perante um juiz de instrução de Palma de Maiorca.

Os detidos foram acusados de fornecer a doentes um medicamento que patentearam com a designação "Minerval" e que se encontra em fase de estudo clínico. Ou seja, a sua comercialização constitui fraude porque ainda não tem autorização para ser prescrito, como exige a Agência Espanhola do Medicamento.

A polícia espanhola recolheu testemunhos de familiares de doentes oncológicos que teriam chegado a pagar até 25.600 euros por um fármaco cujos efeitos anticancerígenos não estão comprovados.

Para receberem os pagamentos, os detidos serviam-se de uma fundação para a investigação à qual os doentes faziam "donativos".

Os investigadores afirmam que o medicamento não só era fabricado nos laboratórios da UIB, como alguns doentes recolhiam as doses do Minerval no próprio "campus" universitário, a partir de onde também se enviava para outros lugares de Espanha.

Segundo a polícia, o produto que a Lipopharma vendia tem como princípio ativo a molécula ácido 2-hidroxioleico, criada pelo Grupo de Investigação de Biomedicina Molecular e Celular da Universidade das Ilhas Baleares (UIB).

A empresa que patenteou esta molécula realça na sua página na Internet que esta demonstrou eficácia no tratamento de alguns tipos de tumores cerebrais e que obteve bons resultados num ensaio clínico com 54 doentes.

Fontes da tutela da saúde do governo regional das Ilhas Baleares indicaram à agência EFE que a fase de verificação dos efeitos do medicamento em humanos ainda não está concluída.

Themis Bioscience
A empresa austríaca Themis Bioscience anunciou que desenvolveu com sucesso uma vacina contra o vírus Zika e já lançou um estudo...

Em comunicado citado pela Efe, a companhia explicou que a nova vacina é baseada numa tecnologia já aplicada com sucesso em outra vacina contra a Chikungunya.

Segundo a empresa, na nova vacina foi aplicada a tecnologia do ácido desoxirribonucleico (DNA) recombinado e "promete uma resposta imunológica rápida e eficaz".

O programa de vacinação "está baseado numa vacina com o vírus vivo atenuado", lê-se no c0municado, que acrescenta que a técnica é um tipo de imunização que já é empregado na pólio, na rubéola e no sarampo, e que consiste em inocular no indivíduo o mesmo vírus que provoca a doença, mas manipulado para diminuir sua periculosidade e para que estimule às defesas do organismo a combatê-lo.

Na primeira fase do estudo clínico, 48 voluntários vão testar três tratamentos com diversas doses e o objetivo é identificar a mais idónea quanto ao efeito protetor e a tolerância.

O estudo será realizado no Departamento de Farmacologia Clínica e no Instituto de Profilaxias Específica e Medicina Tropical da Universidade de Viena.

Espera-se que os primeiros resultados sejam divulgados dentro de seis meses.

Esse é o "primeiro estudo mundial de uma vacina viva atenuada de DNA recombinado contra o Zika", afirmou no comunicado o presidente e fundador da Themis Bioscience, Erich Tauber.

"As vacinas atenuadas são consideradas superiores porque induzem uma ativação mais rápida e mais completa do sistema imunológico, com uma imunidade duradoura", acrescentou.

Estudo
Um estudo do Instituto de Saúde Pública da UPorto concluiu que sintomas depressivos como a tristeza, o cansaço, a...

“À primeira vista, esta relação parece paradoxal porque as componentes da depressão incluem a autoculpabilização e o cansaço e, portanto, parte-se do princípio de que a pessoa estará demasiado apática para a agressão”, explicou a investigadora do Instituto de Saúde Pública da UPorto (ISPUP) Sílvia Fraga.

Contudo, segundo indica, existem outros fatores associados aos comportamentos agressivos que estão também presentes em casos de depressão, como a irritabilidade.

Neste projeto, desenvolvido pela Unidade de Investigação em Epidemiologia (EPIUnit) do ISPUP, foram avaliados 1.380 jovens (743 raparigas e 637 rapazes), nascidos em 1990, a frequentar escolas públicas e privadas do Porto.

As avaliações deram-se em dois momentos, quando os jovens tinham 13 e 17 anos, tendo sido analisado o nível dos sintomas associados à depressão dos adolescentes nestes dois períodos e o envolvimento em lutas físicas somente no segundo.

As conclusões deste trabalho, no qual participaram também os investigadores do ISPUP Elisabete Ramos e Henrique Barros, mostram que os rapazes se envolviam mais frequentemente em comportamentos violentos aos 17 anos de idade quando apresentavam sintomas depressivos relevantes nos dois momentos da avaliação.

Já nas raparigas, verificou-se que as agressões eram mais frequentes entre aquelas que tinham sintomas de depressão aos 17 anos de idade, independentemente de possuírem, ou não, estes sintomas na avaliação anterior.

Nos rapazes, "é necessário que estes sentimentos estejam presentes há mais tempo" para que "os exteriorizem ou reajam, envolvendo-se em lutas físicas. Nas raparigas não encontramos esta relação, talvez porque lidam com a persistência destes sentimentos de outra forma", referiu Sílvia Fraga.

"Tanto a depressão como a violência são dois fatores que merecem toda a atenção, especialmente entre os mais jovens", indicou a investigadora, acrescentando que "o envolvimento em lutas é um comportamento frequente nas escolas e, por isso, muitas vezes ignorado".

Para a especialista, a saúde mental dos adolescentes e o envolvimento em comportamentos violentos são questões prioritárias na área da Saúde Pública e estes resultados chamam a atenção para a necessidade de se estar atento a comportamentos agressivos em contexto escolar, pois podem representar um primeiro indicador de alterações que frequentemente não ser percebidas.

Fizeram parte deste estudo adolescentes nascidos em 1990 e recrutados em 2003 para o projeto EPITeen, que tem como objetivo acompanhá-los até à fase adulta, avaliando-os de quatro em quatro anos.

Deste projeto, no qual esteve também envolvida a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), resultou o artigo "Depressive Symptoms and Involvement in Physical Fighting among Portuguese Adolescents" ("Sintomas Depressivos e Envolvimento em Combate Físico entre Adolescentes Portugueses"), publicado recentemente na revista "Health & Social Work".

Universidade do Porto
Investigadores do Porto identificaram como determinadas células do sistema nervoso captam a vitamina C, um antioxidante que...

Este projeto internacional, liderado pelo Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto, visava definir alguns mecanismos que regulam a função das células da microglia (células de defesa que residem no sistema nervoso) no cérebro adulto e deu origem a um estudo publicado recentemente na revista científica "Science Signaling".

"As células da microglia são responsáveis por várias funções de monitorização neuronal, pela resposta do cérebro ao trauma e à doença" e são estas que captam a vitamina C, através de um transportador que têm na sua superfície, designado SVCT2, explicou o coordenador do projeto, João Bettencourt Relvas.

Através dessa monitorização, as células da microglia detetam alterações patológicas, iniciadas após infeção por bactérias ou vírus, ou decorrentes de doenças neurodegenerativas, como o Parkinson, o Alzheimer e a esclerose múltipla.

Dessa forma, "qualquer agressão ao cérebro é prontamente identificada" por essas células que, ao serem "ativadas", "desencadeiam uma resposta inflamatória local que ajuda a restabelecer o normal funcionamento do cérebro", indicou o investigador.

Contudo, como refere João Relvas, "se por um lado a inflamação moderada ajuda nos processos regenerativos e de cicatrização, quando se torna crónica pode, ela mesma, levar à destruição das células e à morte dos tecidos, com efeitos dramáticos no caso do cérebro, que estão na base de várias doenças neurodegenerativas".

Para o investigador, embora seja "difícil" definir o momento em que a inflamação passa a crónica, existem sinais que identificam essa passagem, como é o caso da permanência da neuroinflamação por períodos de tempo prolongados e, sobretudo, a existência de perdas neuronais e cognitivas associadas.

No artigo publicado, cuja primeira autora é a investigadora do i3S Camila Portugal, os especialistas indicam também que para uma boa resposta anti-inflamatória é necessário que a vitamina C já esteja presente quando se inicia inflamação.

Quando não se verifica essa situação, o transportador SVCT2 é "recolhido" pela célula, não adiantando "ingerir mais" vitamina C.

Esta vitamina "é o antioxidante natural mais importante do nosso organismo" mas, ao contrário do que acontece com outros animais que a produzem, nos seres humanos ela é "inteiramente proveniente da dieta" e a sua carência pode provocar escorbuto (caracterizado por sangramento, inflamação gengival e perda de dentes, inflamação e dor nas articulações, queda de cabelo, anemia e hemorragia).

Ao compreenderem "melhor" a regulação e a função deste transportador na superfície das células, em situações normais e em situações patológicas, os investigadores esperam criar ferramentas que permitam modular a quantidade do SVCT2 e, assim, controlar o processo neuroinflamatório de forma mais eficaz.

Para além do i3S, participaram neste estudo investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) e do Instituto de Imagens Biomédicas e Ciências da Vida (IBILI) da Universidade de Coimbra, da Universidade Federal Fluminense (Rio de Janeiro, Brasil), dos departamentos de neurologia das universidades de Munster e Aachen (Alemanha) e da Universidade do Illinois (Chicago, Estados Unidos).

União Europeia
A GS1, organização internacional de Standards, enaltece a adoção do novo Regulamento da União Europeia para dispositivos...

O sistema UDI (Unique Device identification) permite o desenvolvimento de uma estrutura global e harmonizada para a identificação de dispositivos médicos de forma a melhorar a qualidade dos cuidados e a segurança do doente, bem como simplificar os processos de negócio. O Regulamento da União Europeia (UE) para Dispositivos Médicos e o Regulamento de Diagnóstico In Vitro (IVDR), adotados na passada quarta-feira, 5 de abril de 2017, definem os requisitos para o sistema UDI na UE.

A GS1 aplaude e dá as boas-vindas à adoção do novo regulamento para dispositivos médicos pelo Parlamento Europeu. Este voto constitui uma conquista significativa e é o culminar de mais de quatro anos de trabalho intenso do Conselho, do Parlamento Europeu e da Comissão Europeia, com o apoio ativo da comunidade empresarial, da sociedade civil e de outras partes interessadas.

O Sistema GS1 é a combinação de standards globais que fornecem uma identificação única e global a produtos, doentes, ativos, serviços e locais. Os Standards GS1, incluindo o Global Trade Item Number® (GTIN®), são já amplamente utilizados pelos principais fabricantes de produtos de saúde. O GTIN® é aceite em todo o setor de saúde global como um identificador único para produtos médicos e cirúrgicos em todos os níveis de embalagem. Desde 2013, a GS1 encontra-se credenciada como o organismo emissor da UDI pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA.

"Os sistemas UDI baseados nos Standards GS1 vão beneficiar os doentes, o sistema de saúde e a indústria de dispositivos médicos. Os Standards GS1 ajudam as organizações de saúde em todo o mundo a identificar, de forma rápida e eficiente, os dispositivos médicos no caso de recall (devoluções). Promovem e estruturam uma cadeia de distribuição global e segura, mais exata e eficaz. Oferecem também uma maneira clara de documentar o uso de dispositivos médicos nos registos de saúde e sistemas de informação", afirmou Miguel Lopera, CEO da GS1 Global.

Bruno Aceto, presidente da GS1 Europa, disse que "a UE tornou a segurança e a integridade da cadeia de valor de cuidados de saúde uma prioridade estratégica ao adotar uma legislação para a Identificação Única de Dispositivos Médicos. A implementação bem-sucedida do sistema UDI por todos os agentes do setor, dos fabricantes aos prestadores de cuidados de saúde, vai depender de vários fatores, incluindo um sistema globalmente padronizado e harmonizado. As 47 organizações nacionais que compõem a GS1 Europa estão disponíveis para ajudar as empresas a implementar os Standards GS1 para responder aos requisitos regulamentares.”

A GS1 já começou a trabalhar para garantir que os fabricantes de cuidados de saúde de todo o mundo possam criar e manter números UDI seguindo os regulamentos da UE e as especificações gerais da GS1. De acordo com os regulamentos, um número UDI deve ser aplicado no rótulo do dispositivo médico, na embalagem e, em alguns casos, no próprio dispositivo. Os dados de produtos requeridos devem ser enviados à Eudamed, a base de dados europeia. Os sistemas globais de identificação e codificação da GS1 estão em conformidade com as normas ISO internacionais.

Falsas urgências
No ano passado os hospitais do SNS realizaram 6,4 milhões de urgências, o valor mais alto desde 2012. O problema maior é que 40...

Desde 2013 que a percentagem de falsas urgências se mantém estável, a rondar os 40%. O retrato está visível nos dados disponíveis no site da Administração Central do Sistema de Saúde, que mostra igualmente que é na região de Lisboa e Vale do Tejo que esta realidade tem mais peso. Nos últimos anos o peso das falsas urgências nesta região tem estado sempre acima dos 45%, quando as restantes dificilmente chegam aos 40%.

As prioridades no atendimento da urgência são feitos com base na triagem de Manchester, escreve o Diário de Notícias. Aos casos considerados urgentes, que precisam de cuidados hospitalares são atribuídas pulseiras vermelha (emergente, que deve ser atendido de imediato), laranja (muito urgente, com um tempo máximo de espera até 10 minutos) e amarela (urgente, com atendimento até 60 minutos). As pulseiras verdes são considerados pouco urgentes, em que o atendimento deve ser feito até 120 minutos, e as azuis não urgentes, que podem esperar até 240 minutos. As pulseiras brancas são dadas por razões administrativas, por exemplo alguém que tem um exame marcado e que dá entrada para o fazer através da urgência.

Razões culturais
Entre as várias razões que levam os casos menos urgentes aos hospitais estão também motivos culturais, afirma Rui Nogueira, presidente da Associação dos Médicos de Família: "A sobreutilização das urgências é também um problema cultural que não se resolve de um dia para o outro. Ainda temos pessoas que pensam que recorrer ao médico é ir às urgências." Miguel Guimarães, bastonário dos médicos, lembra um inquérito feito há seis anos pela secção norte da Ordem a 200 a 300 utilizadores, sobre os fatores que as levaram às urgências. "Apesar de saberem que teriam de esperar mais tempo para serem atendidos, sabiam que eram vistos por um médico da especialidade e que fariam exames".

Região de Lisboa
Em 2015, mais de 44 mil doentes da região de Lisboa foram mais de quatro vezes às urgências hospitalares. Os utilizadores...

O retrato preliminar da região está traçado. Em 2015, cerca de 45% das urgências foram pulseiras verdes, azuis e brancas (falsas urgências) e 44 283 utilizadores (4,5%), de um universo de 988 mil, foram mais de quatro vezes a este serviço hospitalar, o que os torna utilizadores frequentes. Ainda não é possível apurar por quantos episódios de urgência foram responsáveis e qual a percentagem que justificaria ou não a ida ao hospital.

Nesse ano, segundo dados da Administração Central do Sistema de Saúde, os hospitais de Lisboa e Vale do Tejo realizaram 2,2 milhões de urgências. Esta é a segunda maior região de saúde do país, com 3,6 milhões de utentes inscritos nos centros de saúde. Tem 15 agrupamentos de centros de saúde e 21 hospitais, é uma das que mais falta tem de médicos de família e a que nos últimos anos tem registado a percentagem mais alta de falsas urgências.

"A população está a envelhecer e é essa a população mais debilitada, que geralmente fica internada, com mais doenças. Ainda somos a região mais carenciada de médicos de família, embora estejamos a melhorar substancialmente. No ano passado contratámos 140 médicos de família e 80 clínicos reformados, o que permitiu aumentar a cobertura para que não existam falhas. Quem precisar, tem um médico para lhe prestar assistência nos cuidados de saúde primários", diz ao Diário de Notícias Rosa Matos, presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT).

Cerca de um terço dos utilizadores frequentes tem mais de 70 anos. Os principais motivos que os levaram às urgências foram situações de descompensação de doença cardiovascular, respiratória, psiquiátrica, neurológica e do âmbito do apoio social. "Muitos dos nossos idosos vivem sozinhos, esquecem-se de fazer a medicação, outros desconhecem o que têm de fazer. Há também a questão económica, em que não têm dinheiro para levar todos os medicamentos. Pode haver situações em que o doente não tem o seguimento que deveria no centro de saúde, que espero que seja uma percentagem mínima. É um conjunto de fatores que pode levar à descompensação", refere.

Quanto aos casos de cariz social, Rosa Matos lembra que é um reflexo da solidão. "A noite é terrível e mesmo não tendo um problema de saúde, as pessoas precisam de apoio e procuram carinho. Qual o sítio que está aberto 24 horas por dia e é quente? Temos de fazer a ligação entre a saúde e os serviços sociais, paróquias, autarquias", diz.

A ARSLVT já está a analisar os números de 2016, de modo a ter um retrato global continuado, ao mesmo tempo que, com os dados de 2015, está a estudar o perfil de utilizadores de cada um dos hospitais da região. "As populações de cada zona são diferentes e posso ter características diferentes que precisem de respostas direcionadas."

Para já, têm o perfil de um grande hospital que mostrou que 4,4% são utilizadores frequentes e que realizaram 16% das urgências. Em média foram 5,4 vezes a este serviço e fizeram 6,5 consultas no centro de saúde no mesmo período e 84% tem médico de família atribuído. "O que vemos neste caso é que os grandes utilizadores das urgências são também grandes consumidores de cuidados de saúde primários e têm assistência. É este grupo que temos de trabalhar", diz.

Estão já a ser implementadas medidas como o reforço da articulação entre as equipas dos hospitais e as dos centros de saúde, reforçar a comunicação interna entre os médicos com envio diário de informação por parte das urgências aos centros de saúde, dados sobre quem foi internado, quem terá altas nas 72 horas seguintes e que cuidados vai precisar. A aposta passa também pela ligação mais próxima com serviços sociais e instituições de solidariedade, lares, autarquias e rede de cuidados continuados e ainda formação dos utentes para que saibam lidar melhor com a sua doença. "Este é um trabalho conjunto que já está a ser feito, primeiro nas zonas onde a situação é mais prioritária", explica.

Mudanças são precisas
Os motivos de descompensação podem ser vários, diz Miguel Guimarães, bastonário dos médicos, desde faltar às consultas ou não fazer a medicação: "Não tem que ver com os médicos de família. Um dos grandes problemas é que a estrutura familiar é mais pequena, mais fraca". A Ordem tem feito várias propostas para melhorar as urgências. "Temos de ter mais médicos de família, centros de saúde abertos até mais tarde, com capacidade de pedirem exames simples. Mas mesmo isto só funciona se existir um grande programa de informação e educação para que as pessoas percebam em que situações devem ir aos centros de saúde e quais são urgências", aponta o responsável, que considera que a organização das urgências é fundamental. Uma das propostas é a criação de equipas dedicadas e maior articulação com lares e cuidados continuados.

Rui Nogueira, presidente da Associação dos Médicos de Família, explica que muitas vezes é o médico de família que encaminha o doente em descompensação para o hospital. As urgências acabam por ser a porta de entrada. "Uma consulta de especialidade prioritária tem de ter resposta em 30 dias. Para uma descompensação é muito tempo. Deveria haver um mecanismo para uma consulta rápida, em dois ou três dias", diz, sugerindo que nas grandes cidades existem urgências básicas, que permitam drenar casos que não precisam de urgências tão especializadas como as dos grandes hospitais.

Medidas implementadas em Lisboa e Vale do Tejo

Hospitais e centros de saúde mais próximos
Nas consultas de teledermatologia estão envolvidos quatro hospitais e nove agrupamentos de centros de saúde. Desde o início de 2016 é possível fazer diagnóstico precoce de cancro da pele num centro de saúde, que envia a imagem ou faz a consulta em direto com um médico especialista de um hospital. Foi também possível reduzir os tempos de espera com este método. A teledermatologia representa já 6% do total das primeiras consultas da especialidade.

Obesidade: [email protected]
Este é um projeto de identificação, prevenção e controlo da obesidade infantil no concelho das Caldas da Rainha. Os promotores do projeto são a Câmara Municipal, o agrupamento de centros de saúde Oeste Norte e a Associação nacional de Animação e Educação. A iniciativa passa por rastrear as crianças do primeiro ano do 1.º ciclo para identificar as que têm excesso de peso e obesidade e fornecer consultas especializadas de nutrição para reduzir a prevalência.

"Saúde a seu lado" em Odivelas
Este é o nome da unidade de cuidados na comunidade do agrupamento de centros de saúde Loures-Odivelas. Uma equipa multidisciplinar com áreas prioritárias de intervenção tendo em conta as características da população local. Fazem intervenção junto de pessoas dependentes e dos cuidadores, junto de grupos em risco de exclusão social, de pobreza, de violência ou de negligência, e aposta em ações para promoção da saúde.

Doença afeta cerca de 20 mil portugueses
Tratando-se de uma doença sem cura, estima-se que entre sete a 10 milhões de pessoas, em todo o mund

A doença de Parkinson, descrita pela primeira vez há 200 anos, é a segunda doença neurodegenerativa mais frequente, sendo uma causa importante de incapacidade. Além dos sintomas motores clássicos, é cada vez mais reconhecida a presença de manifestações não motoras da doença.

Os sintomas motores são a bradicinesia (movimentos lentos), rigidez e tremor. Para o diagnóstico é necessária a presença de bradicinesia e pelo menos um dos outros sintomas, tremor ou rigidez.

Os sintomas não motores são frequentes e englobam alterações cognitivas, do sono, neuropsiquiátricas, sensitivas e autonómicas.

No momento de fazer o diagnóstico, é necessário separar a doença de Parkinson do tremor essencial, uma doença frequente em que o principal sintoma é um tremor de ação.

Tem também que ser considerada a possibilidade de se tratar de uma das outras síndromes parkinsónicas mais raras e com prognóstico diferente.

O tratamento da doença tem como objetivo manter a independência e a qualidade de vida dos doentes. A doença é heterogénea, e a seleção do tratamento é individualizada, tendo em consideração a idade, os sintomas presentes e a sua severidade, a ocupação e estilo de vida, o estado cognitivo, comportamental e psiquiátrico, e as comorbilidades médicas.

Existem variadas opções de tratamento com fármacos, que são utilizadas de acordo com os sintomas motores e não motores.

É importante manter atividade física regular e a fisioterapia é útil. Com estas opções terapêuticas, a maioria dos doentes tem bom controlo dos sintomas durante bastante tempo.

Quando os sintomas motores se tornam difíceis de controlar com a medicação oral, tratamentos mais invasivos, como a administração subcutânea ou intra-intestinal de fármacos, e o tratamento cirúrgico, são úteis.

O tratamento cirúrgico mais utilizado consiste na estimulação elétrica de estruturas cerebrais, os núcleos subtalâmicos. O efeito da estimulação é semelhante ao efeito obtido com a medicação, mas com melhoria das complicações motoras, flutuações motoras e discinesias.

Os doentes com flutuações motoras alternam ao longo do mesmo dia entre períodos em que os sintomas estão bem controlados e períodos em que os sintomas reaparecem e provocam incapacidade. As discinesias correspondem a movimentos anormais involuntários que surgem nos períodos em que a medicação faz efeito, e que podem interferir com as tarefas motoras. A estimulação cerebral, ainda que não altere a progressão da doença, controla essas complicações motoras, permite reduzir a medicação, e melhora a autonomia e a qualidade de vida dos doentes.

O tratamento cirúrgico tem indicação para uma pequena parte dos doentes (10 a 20%). Devem ter menos de 70 anos, manter boa resposta à medicação, ter incapacidade provocada sobretudo pelas complicações motoras, estarem cognitivamente bem, não terem contra-indicações médicas ou neurorradiológicas, e estarem motivados.

A cirurgia tem riscos, sendo o principal o de hemorragia cerebral, que ocorre em cerca de 2% dos doentes, e pode deixar sequelas. Para os doentes com incapacidade devida às complicações motoras, que não possam ser submetidos a cirurgia por não cumprirem os critérios ou por não estarem motivados para esse tratamento, a administração subcutânea ou intra-intestinal de fármacos permite melhoria importante das complicações motoras.

Existe intensa investigação no desenvolvimento de novos fármacos para o tratamento da doença de Parkinson. Os fármacos existentes e os que estarão em breve disponíveis, têm efeito sintomático.

Existe também muita investigação sobre os mecanismos da doença e sobre formas de alterar a sua progressão, que esperamos possam vir a existir num futuro não muito distante.

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Inquérito revela
Ir ao ginásio e fazer marcha ou caminhada são as atividades físicas preferidas dos portugueses com 15 ou mais anos, indicam os...

Da amostra total, e quando questionados sobre o exercício físico que fazem regularmente, 11% optam pelo ginásio e 11% fazem marcha ou caminhada. Estas são as atividades preferidas dos inquiridos (amostra de 2256 pessoas), bem mais do que o futebol (4%) ou do que o uso da bicicleta ou ciclismo (3%).

Em terceiro lugar nesta lista de preferências, segundo o jornal Público, surge a corrida/atletismo (7%) e, em quarto, a hidroginástica/natação, com 4%, a par do futebol/futsal e da ginástica. A percentagem de pessoas que afirma usar a bicicleta várias vezes por semana é semelhante à que afirma dançar com regularidade.

As atividades de mar, natureza e aventura são preferidas por apenas 1% do total. A corrida, o futebol e o uso da bicicleta são atividades com grande predominância no sexo masculino, enquanto a ginástica (por exemplo, em idosos), a marcha e a dança predominam no sexo feminino.

Estudo
Investigadores da Universidade de Medicina em Shenyang estudaram a associação entre os sintomas de insónia e a incidência de...

A partir de uma meta-análise, os cientistas analisaram informações provenientes de 15 estudos com dados de 160.867 pessoas. Segundo os investigadores, foram encontradas diferenças significativas entre a dificuldade em adormecer, a dificuldade em manter o sono e o sono não reparador e o risco de doença cardíaca.

Concretamente, escreve o Sapo, foi encontrado um aumento de 27%, 11%, e 18%, respetivamente, naqueles riscos, em comparação com quem não tinha qualquer sintoma de insónia.

"Dormir é importante para a recuperação biológica e ocupa cerca de um terço da nossa vida, mas, na sociedade moderna há cada vez mais pessoas a queixarem-se de distúrbios do sono", comenta a autora principal do estudo, Qiao He, numa nota de imprensa daquela instituição de ensino.

"Estudos anteriores demonstraram que a insónia pode fazer alterar o metabolismo e a função endócrina, aumentar a ativação simpática, subir a pressão arterial e elevar os níveis citoquinas pro-inflamatórias e inflamatórias – todas são fatores de risco para a doença cardiovascular e AVC", explica ainda.

Estudo
Um estudo apresentado no congresso da Associação Americana para o Estudo do Cancro estabeleceu uma associação entre a falta de...

Para o estudo, os investigadores conduzidos por Susan Gapstur, da Sociedade Americana do Cancro, trataram dados de 823.000 homens residentes nos Estados Unidos. No início do estudo, segundo o Sapo, nenhum dos homens acompanhados tinha sido diagnosticado com cancro. No final da investigação, cerca de 10 mil morreram vítimas de tumor maligno da próstata.

Segundo os cientistas, os homens com menos de 65 anos que dormiam apenas três a cinco horas por noite apresentavam maior propensão (55%) para desenvolver cancro da próstata fatal em comparação com os que dormiam pelo menos sete horas de sono por dia.

Os homens que dormiam seis horas por noite apresentavam um risco de morte por cancro da próstata 29% maior comparativamente a quem dormia sete horas. Já os homens com 65 anos ou mais de idade não demonstraram qualquer diferença no risco de morte por cancro independentemente das horas de sono.

“Estas descobertas poderão contribuir para a evidência existente que sugere a importância de se obter um sono adequado para uma melhor saúde”, comentou a autora principal do estudo, numa nota emitida pela universidade.

A investigadora salienta ainda que a falta de sono afeta a produção de melatonina, uma hormona que regula os ciclos de sono e cuja inibição pode levar ao aumento de alterações genéticas nocivas.

Estudo
As terras frias sub-árticas, que retêm gases nocivos e bactérias adormecidas, são mais suscetíveis ao aquecimento global do que...

Um novo estudo conclui que mesmo que se estabilize o aumento da temperatura global em dois graus Celsius - o objetivo dos Acordos de Paris - cerca de 40% do permafrost pode derreter, uma estimativa acima das previsões anteriores.

O permafrost é um conjunto de camadas de gelo que retêm metano e que está situado nas latitudes altas, escreve o Sapo. O alerta é de um estudo publicado na revista "Nature Climate Change". Esse processo tanto pode demorar séculos, como pode ser intensificando pelo aquecimento global, lê-se na investigação.

Considerados a bomba-relógio das mudanças climáticas, os 15 milhões de quilómetros quadrados do hemisfério norte contêm aproximadamente o dobro de carbono - principalmente na forma de metano e dióxido de carbono (CO2) - do que a atmosfera terrestre. Atualmente, a atmosfera contém cerca de 400 partes por milhão de CO2, 30% a mais do que no século XIX.

"Calculamos que quatro milhões de quilómetros quadrados (do permafrost) desaparecerão para cada grau adicional de aquecimento", cerca de 20% a mais do as estimativas anteriores, disse à agência de notícias France Presse um dos autores do estudo, Sebastian Westermann, professor na Universidade de Oslo.

O permafrost retém vírus e bactérias que são considerados um mistério para os cientistas.

O aquecimento global causado pelo homem já aumentou em um grau Celsius a temperatura do planeta e deverá incrementá-la mais dois graus até ao final do século, caso as emissões de gases com efeito de estufa não sejam reduzidas nas próximas décadas, segundo dados da ONU.

Estudo
Um novo estudo garante que existem alguns sintomas que indicam se está a beber água demais. Afinal, parece que até a água tem o...

Hidratação excessiva: é possível? Um novo estudo garante que sim e identifica até os sinais e sintomas de quem bebe demasiada água e dos problemas que tal excesso pode causar, a começar pelos rins. A regra de beber um mínimo de dois litros de água por dia já tinha sido contestada, mas, afinal, como sabemos qual o limite de consumo de água? A resposta está na sede, explica o El País.

Os sinais estão sinalizados no estudo e indicam os sintomas que mostram quando estamos a beber demasiada água, escreve o Observador. “As pessoas que bebem menos água do que deveriam ainda é muito maior do que a população que excede o seu consumo. Porém, é curioso que nos últimos anos se tem observado que cada vez mais cresce o fenómeno de pessoas que têm um estilo de vida saudável andem com a sua garrafa para todo o lado”, explica o investigador Lluís Serra-Majem.

“Não é verdade que consumir mais água do que o recomendado ajuda a perder peso ou a melhorar a saúde. Há, no entanto, uma medida específica de litros a consumir: tudo depende de algo tão simples como a sede. Os seres humanos têm sobrevivido a partir dos primatas até agora pela sede. Porque antes bebia-se apenas quando se tinha necessidade. Agora, bebemos porque temos mais acesso à informação e pensamos constantemente no número de copos que bebemos por dia”, diz o professor Lluís Serra-Majem.

Mais, acrescenta, “de um ponto de vista tanto cardiovascular como metabólico, beber mais copos de água do que o recomendado não deveria supor um problema grave, porque o corpo filtra e elimina essa água. Não conheço nenhuma patologia para o excesso de hidratação, salvo casos graves em atletas e desportistas de elite que, se bebem em excesso, muito mais do que o corpo pode assimilar, podem sofrer fracasso cardiovascular”, conclui.

Um outro estudo da Universidade de Monash, Austrália, demonstrou que o cérebro tem um mecanismo de defesa que se ativa quando vê que está a receber mais líquidos do que aquilo que deveria. Para avaliar os dados, a equipa registava, através de uma ressonância magnética, a atividade cerebral e o esforço que implicava beber água em duas situações: com sede, depois de fazer exercício físico intenso, e sem sede, depois de ter consumido muita água.

Os resultados obtidos concluíam que, nos casos de consumo excessivo de água, criava-se uma sensação de que a garganta se estava a ‘fechar’ e custava até três vezes mais ao beber o líquido. O que acontece é que muitas pessoas não prestam atenção a este sinal de que já se está satisfeito e continuam a beber água por acreditarem que têm de beber aquela quantidade por dia.

Foi nos anos 80, segundo o El País, que se começaram a detetar casos de morte (em atletas) por excesso de hidratação, durante competições de grande duração. Esta situação é conhecida como sendo uma “hiponatremia associada ao exercício físico”. Neste caso, o excesso de hidratação provoca um desequilíbrio hidroeletrónico e aumenta a pressão no crânio, náuseas, vómitos, confusão mental e pode até mesmo chegar a convulsões, coma e morte. Se detetada a tempo, pode-se dar ao doente uma solução salina que volta a equilibrar os níveis.

Numa atualização deste mesmo estudo realizada pela universidade de Oakland, algumas conclusões pertinentes foram atualizadas. Dos 80 casos de hidratação excessiva verificados, os principais afetados foram atletas de elite, como os praticantes de triatlo, escalada, maratonas, treinos militares e até aulas de ioga.

“A minha recomendação é beber apenas quando se tem sede, nem demais nem de menos. E se pretendemos competir neste tipo de provas, devemos treinar com profissionais que nos ensinem a regular os níveis de sódio e a medir a nossa própria hidratação. Não basta ler informação na internet sobre quanta água devemos beber, porque cada corpo é diferente e, nestes casos, o acompanhamento profissional é imprescindível, porque está em jogo a própria saúde”, conclui José Antonio López Calbet, professor de Fisiologia do Exercício da Universidade das Palmas, Grande Canária.

Curso de Medicina
A Cooperativa de Ensino Superior, Politécnico e Universitário, sediada em Paredes, disse que vai apresentar uma queixa-crime...

Esta posição surge depois de António Araújo ter acusado o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), em Vila Real, de “dar cobertura” a um “falso” Curso de Medicina da Cooperativa de Ensino Superior, Politécnico e Universitário (CESPU).

“A CESPU lamenta que a Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, que nunca contactou a instituição para obtenção de esclarecimentos adicionais sobre a matéria, venha publicamente, na pessoa do seu presidente António Araújo, proferir juízos falsos sobre as instituições envolvidas. Face à gravidade das afirmações proferidas, a CESPU irá agir judicialmente contra os responsáveis”, referiu em comunicado.

Para esclarecer a situação e demonstrar as “evidentes falsidades”, a instituição de ensino vai solicitar a intervenção dos ministérios da Saúde e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

A CESPU adiantou que através dos seus estabelecimentos de ensino “nunca” submeteu à Agência de Acreditação do Ensino Superior (A3ES) um Curso de Medicina em colaboração com uma universidade espanhola como, diz, é do conhecimento das entidades competentes.

“Os licenciados em Ciências Biomédicas que continuam os seus estudos numa outra universidade, portuguesa, espanhola ou de qualquer outro país, passam a ser alunos dessa universidade. Como acontece com os licenciados de qualquer outra instituição quando ingressam num dos cursos de Medicina das universidades, portuguesas através de concurso especial para licenciados”, sustentou.

A cooperativa revelou ainda que “há muito é sabido” o seu interesse em lecionar o Mestrado Integrado em Medicina, sendo atualmente a única instituição com uma candidatura em avaliação pela A3ES.

Aos alunos do Curso de Ciências Biomédicas é-lhes proporcionado, à semelhança de outras licenciaturas, ensino em ambiente real de trabalho, dado ser uma “mais-valia”, podendo posteriormente prosseguir a sua formação em mestrados integrados, mestrados ou doutoramentos quer em Portugal, quer noutros países.

A CESPU, constituída em 1982, é uma instituição privada, sem fins lucrativos, que tutela administrativamente o Instituto Universitário de Ciências da Saúde e o Instituto Politécnico de Saúde do Norte, que integra a Escola Superior de Saúde do Vale do Ave e a Escola Superior de Saúde do Vale do Sousa.

Estudo
Um estudo da Fundação Calouste Gulbenkian conclui que o setor da saúde é "de longe" a principal área de aplicação de...

O estudo "Portugal no Centro", da Iniciativa Cidades da Calouste Gulbenkian, destaca o peso do setor de saúde quando se aborda a criação de projetos de inovação na região Centro, emergindo como a área que "reúne um maior leque de organizações que aí direcionam os seus esforços".

Os restantes setores que se destacam pela aplicação de processos de inovação são, por ordem decrescente, as máquinas industriais, a indústria agroalimentar, a construção, os transportes e logística e a energia.

No entanto, é impossível olhar para a região como uma zona que se possa organizar em torno de um só ‘cluster', disse um dos investigadores do estudo, José Manuel Félix Ribeiro, classificando o Centro como "um mosaico" com diferentes atividades económicas relevantes.

O estudo elenca como ‘megaclusters' da região a cerâmica e materiais de construção, a alimentação e bebidas, o setor automóvel e a mecânica, material elétrico e automação.

Já como ‘protoclusters' (conjunto que desempenha um papel na emergência de atividades inovadoras), surgem as indústrias e serviços de saúde, as telecomunicações, as tecnologias de informação e aplicações industriais e móveis da automação e robótica.

O estudo "Portugal no Centro", que é apresentado em Coimbra na quarta-feira, destaca também que a estrutura de inovação económica desta zona do país privilegia "as relações de maior proximidade territorial dentro da região Centro, mas que se estende para além do subsistema, sobretudo para o noroeste".

"O Centro é muito importante na articulação do país", estabelecendo "relações estreitas com o norte e com a Área Metropolitana de Lisboa, indo do litoral até à fronteira de Espanha", notou José Manuel Félix Ribeiro, sublinhando a importância da região "para a coesão territorial".

Face ao seu território extenso e assente num pequeno conjunto de "cidades médias", a região acaba por potenciar "múltiplas geometrias de relacionamento territorial".

"Aveiro liga-se a Viseu e Coimbra, e articula-se com a metrópole do Porto", Leiria relaciona-se com Coimbra, com o Oeste e Vale do Tejo, e com a metrópole de Lisboa, "Castelo Branco tende cada vez mais para o litoral e para a metrópole de Lisboa", enquanto a Guarda pende para ocidente e interliga-se com o Douro e Espanha. Viseu é uma polaridade de intermediação entre o litoral e o interior", refere o estudo.

A apresentação do estudo, editado em livro, vai decorrer na quarta-feira, a partir das 16:00, na Sala do Senado da Universidade de Coimbra, estando prevista a presença do reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, e do presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Artur Santos Silva.

Ordem dos Médicos
O presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos acusou hoje o centro hospitalar sediado em Vila Real de “dar...

António Araújo disse que o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) mantém atualmente a estagiar nos seus serviços clínicos alunos da Licenciatura de Ciências Biomédicas da Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (CESPU), tendo como objetivo a sua preparação para continuarem uma Licenciatura de Medicina numa universidade espanhola, o que rotula de “ilegal”.

Repudiando “por completo” esta situação, o responsável exige que as entidades competentes encerrem o Curso de Ciências Biomédicas, por “má-fé e atitude fraudulenta” da CESPU, e que o Conselho de Administração do CHTMAD denuncie “ainda hoje” o contrato de colaboração com esta instituição e proíba nas suas instalações a realização destes estágios.

“Não é admissível que a CESPU, após lhe ter sido recusado pelas instâncias competentes, por duas vezes, a pretensão de abrir um Curso de Medicina em colaboração com uma universidade espanhola, por demonstrada falta de competência e de capacidade formativa nesta área, tente manter o seu projeto de uma forma encapotada e tente contornar as decisões legais”, referiu.

António Araújo frisou que não é igualmente aceitável que o Conselho de Administração do CHTMAD tenha admitido alunos de um curso que sabia de antemão ser ilegal.

“Assim como não é admissível que o CHTMAD e o seu corpo clínico recebam alunos de um curso que não de um Mestrado Integrado em Medicina, permitindo-lhes assistir e participar em atividade assistencial, o que levanta graves questões de ética e de sigilo profissional”, vincou.

O presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos disse que estes estágios decorrem desde o mês de março, pelas informações que obteve, não podendo garantir de que o CHTMAD seja a única unidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) a acolher estes alunos.

“Aguardo pelo esclarecimento de toda esta situação e consequente tomada de posição por parte dos ministérios implicados, de forma a que se reponha a legalidade, se puna as entidades infratoras e se evitem que situações destas aconteçam”, salientou.

Contactado, o CHTMAD e a CESPU remeteram explicações para mais tarde.

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