Estudo
Investigadores da Universidade de Bona, na Alemanha, descobriram que a canábis atrasa o processo de envelhecimento do cérebro e...

Cientistas do Instituto de Psiquiatria Molecular da Universidade de Bona, na Alemanha, descobriram que uma pequena dose do principal componente ativo da canábis, o THC (tetraidocanabinol), melhora o desempenho cerebral, segundo um estudo publicado agora na revista Nature Medicine.

É mais um ponto a favor da cannabis sativa, escreve o Sapo, uma planta até há pouco tempo era marginalizada, mas que já é vendida em farmácias em alguns países do mundo.

Andreas Zimmer, diretor do Instituto de Psiquiatria Molecular de Bona, acredita que os resultados obtidos em ratos de laboratório sejam aplicáveis aos seres humanos pela semelhança das estruturas cerebrais de ambas as espécies.

Dessa forma, os cientistas pretendem agora avançar para uma nova fase de investigação para perceber se o THC pode influenciar positivamente o funcionamento do cérebro em pessoas com demência.

Em laboratório, os cientistas mostraram que, antes da administração de canábis, as cobaias idosas tinham dificuldade em reconhecer companheiros da mesma espécie, reagindo com agressividade e confusão, descreve Andreas Zimmer à radiotelevisão alemã Deutsche Welle.

No entanto, os ratos jovens com melhor memória reagiam de forma relaxada perante a presença de animais da sua espécie.

Após a administração do THC, os ratos velhos passaram a agir da mesma forma na presença de um animal conhecido.

Comissão Parlamentar de Saúde
O grupo de trabalho sobre tabaco, da comissão parlamentar de Saúde, votou ontem a proposta do Governo de alterações à lei do...

As votações são apenas indiciárias, sendo as propostas de alteração à proposta do Governo votadas na Comissão Parlamentar de Saúde, provavelmente na próxima semana.

A proposta governamental tem duas alterações fundamentais à atual lei. Uma a equiparar os novos produtos de tabaco aos cigarros tradicionais, nomeadamente em termos de restrições de locais de consumo, e outra a proibir que se fume em locais ao ar livre perto de escolas ou hospitais (menos de cinco metros).

Os deputados do grupo de trabalho votaram contra esta alteração mas a favor da equiparação de novos produtos, algo com que a deputada pelo PS Isabel Moreira discorda profundamente, considerando a aprovação (ainda indiciária) como "um erro trágico para a liberdade e saúde pública, além de inconstitucional".

Referindo-se aos cigarros eletrónicos e ao tabaco aquecido, a deputada salientou que sendo produtos menos prejudiciais não deviam ser equiparados aos cigarros ditos normais, acrescentando que espera uma posição diferente dos deputados em sede de Comissão de Saúde e no plenário da Assembleia da República.

É que, disse após a reunião do grupo, equiparar produtos que são "muito menos prejudiciais" é inconstitucional à luz do princípio da proporcionalidade e uma "restrição da liberdade" porque não há (com os novos produtos) prejuízos para terceiros.

Aprovar a lei assim é "prejudicar a saúde pública que a lei diz que quer salvaguardar" e diabolizar produtos menos nocivos equiparando-os aos mais nocivos.

A proposta de lei do Governo, sobre normas para a proteção dos cidadãos à exposição involuntária ao fumo de tabaco e medidas de redução da procura, revê a lei de 2007 e justifica a equiparação de novos produtos referindo que são utilizados pela indústria como sendo produtos de "risco potencialmente reduzido" mas não são conhecidos, de forma cientificamente comprovada, todos os efeitos que podem resultar do seu consumo continuado.

A proposta altera também as coimas, obrigações de comunicação de aditivos, a publicidade ou rotulagem dos produtos de tabaco. São ao todo alterações em 24 artigos da lei de 2007, entre locais onde é proibido fumar e as exceções, ingredientes do tabaco, medição de emissões, a aparência dos produtos a venda ou a prevenção.

A lei devia ter entrado em vigor em janeiro deste ano mas como só hoje os deputados fizeram as votações indiciárias será proposta em sede de Comissão de Saúde a data de entrada em vigor.

Estudo
Os tumores difíceis de tratar com quimioterapia podem vir a ser atacados com sucesso com um novo tratamento que combina ondas...

As nanopartículas (partículas microscópicas artificiais) podem ser portadoras eficazes de fármacos até ao local exato do tumor através da corrente sanguínea, reduzindo os efeitos secundários tóxicos associados à quimioterapia tradicional e aumentando a eficácia dos tratamentos, refere o estudo realizado por investigadores da Universidade de Turim, Itália, e divulgado na publicação especializada Endocrine-Related Cancer.

No entanto, em alguns cancros, a administração de fármacos pode ser comprometida devido à interrupção do fluxo sanguíneo do tumor.

Para resolver esse problema, os investigadores associaram às nanopartículas ondas de choque extracorporais (ESW na denominação em inglês), ondas sonoras que podem ser concentradas e apontadas com alta precisão, de modo a que as células cancerígenas absorvam facilmente os medicamentos.

As nanopartículas criadas para o novo tratamento, que se encontra em ensaios pré-clínicos, são descritas como "bolhas" que contém os fármacos a libertar com precisão nas células alvo.

Os investigadores testaram o tratamento em ratos com carcinoma anaplásico da tiroide (CAT), um tipo de cancro muito agressivo, raro e difícil de tratar.

O carcinoma anaplásico da tiroide é um dos cancros mais letais. Após o diagnóstico, a taxa média de sobrevivência é de apenas cinco meses.

Até agora, não existe um terapia padrão para o CAT não existe e o único fármaco aprovado, a doxorrubicina (utilizada na quimioterapia), tem efeitos secundários graves e é benéfico em menos de 22% dos casos.

Os investigadores da Universidade de Turim mediram o volume do tumor uma vez por semana durante 21 dias, e verificaram que a doxorrubicina ministrada com o novo tratamento reduziu significativamente o volume tumoral, em comparação com tratamentos tradicionais e tratamentos com recurso a nanopartículas mas sem ondas de choque.

O tratamento combinado resultou também num maior teor de doxorrubicina ministrado diretamente nas células cancerígenas.

Os efeitos secundários mais frequentes do tratamento com doxorrubicina são os danos nos tecidos cardíacos, que foram significativamente menores nos animais tratados com nanopartículas, em relação aos verificados com os tratamentos tradicionais.

"Esta poderia ser uma estratégia viável para o tratamento deste e outros tumores sólidos agressivos em que a quimioterapia padrão permanece como única opção", disse Maria Graziella Catalano, que liderou a equipa de investigadores.

"Dados os resultados promissores deste estudo pré-clínico e a falta de uma terapia padrão para o CAT, o próximo passo será a realização de ensaios clínicos com a esperança de melhorar o tratamento do cancro e qualidade de vida dos pacientes", acrescentou.

Este estudo relatou a primeira vez em que esta terapia combinada foi testada em animais vivos.

Estudo
O Estudo PASSPORT caracterizou as espondiloartrites, como a artrite psoriática (AP) e a espondilite anquilosante (EA) em...

Os doentes com Espondilite Anquilosante (EA) ou Artrite Psoriática (AP) têm o diagnóstico da doença mais de dez anos depois do aparecimento dos primeiros sintomas. As espondiloartrites, patologias inflamatórias crónicas, afetam 1,6% da população – ou seja, cerca de 160 mil portugueses por cada 100 mil habitantes – sendo que a EA tem uma prevalência de 0,5% (50 mil doentes) e a AP de 0.3% (30 mil doentes). O estudo PAASPORT, uma sub-análise do estudo EpiREumaPt, vem agora confirmar a carga destas doenças em Portugal e o seu impacto significativo na qualidade de vida dos doentes, nos sistemas de saúde e na sociedade.

A Professora Doutora Helena Canhão, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia e co investigadora principal do estudo refere que “os resultados do EpiReumaPt enfatizam e confirmam a carga das espondiloartrites em Portugal, sobretudo no que se refere à pior qualidade de vida dos doentes, aos níveis de reforma antecipada e também ao consumo dos recursos de saúde. Conhecendo melhor esta realidade, é clara a necessidade de aumentar a sensibilização para estas patologias, ajustando as políticas de saúde associadas com a alocação de recursos que permitam uma intervenção mais precoce”.

Tanto a EA como a AP têm um maior impacto na qualidade de vida do doente quando comparadas com outras doenças reumáticas, reportando piores resultados nas dimensões: dor corporal, saúde geral, vitalidade, função social, desempenho emocional e saúde mental. As perturbações psiquiátricas são uma das co morbilidades mais frequentes nestes doentes, 13% dos doentes reportam sintomas de ansiedade/depressão.

A esfera profissional é também muito afetada, apesar da maioria dos doentes se encontrar numa idade com vida profissional ativa, 13% referem ter faltado ao trabalho nos últimos 12 meses. De salientar que os doentes com artrite psoriática reformam-se ainda mais cedo: 11% dos doentes com EA e AP tiveram que se reformar devido à doença e 20% dos doentes com AP tiveram que o fazer antecipadamente.

Os doentes com EA apresentam um maior consumo de recursos de saúde do que os doentes com AP, sendo que 9,4% estiveram hospitalizados nos últimos 12 meses, face a 4,1% dos doentes com AP. Mais doentes com EA necessitaram também de cuidados domiciliários no último ano (3,5%).

Sobre o Estudo PAASPORT

O Estudo PAASPORT é uma sub-análise do estudo EpiReumaPt, desenvolvida com o objetivo de estimar a prevalência de EA e AP em Portugal, assim como para fazer uma caracterização clínica dos doentes portugueses e avaliar o impacto das doenças na sua qualidade de vida. Este estudo foi realizado em parceria com a Novartis.

Grupo de Estudo EpiREumaPt

O Grupo de Estudo EpiReumaPt implementado em 2011, resulta do esforço conjunto da Sociedade Portuguesa de Reumatologia juntamente com a NOVA Medical School, Direção Geral da Saúde e CESOP-UCP. Tem como objetivo desenvolver o primeiro estudo de base populacional de epidemiologia das doenças reumáticas e músculo-esqueléticas. O EpiREumaPt é um estudo transversal da população adulta portuguesa que envolveu mais de 10 mil doentes, entre setembro de 2011 e dezembro de 2013, e que pretendeu estimar a prevalência de 12 doenças reumáticas e músculo-esqueléticas, assim como o seu impacto na capacidade, qualidade de vida, saúde mental e utilização de recursos de saúde. 

 

Estudo
O Estudo PASSPORT caracterizou as espondiloartrites, como a artrite psoriática (AP) e a espondilite anquilosante (EA) em...

Os doentes com Espondilite Anquilosante (EA) ou Artrite Psoriática (AP) têm o diagnóstico da doença mais de dez anos depois do aparecimento dos primeiros sintomas. As espondiloartrites, patologias inflamatórias crónicas, afetam 1,6% da população – ou seja, cerca de 160 mil portugueses por cada 100 mil habitantes – sendo que a EA tem uma prevalência de 0,5% (50 mil doentes) e a AP de 0.3% (30 mil doentes). O estudo PAASPORT, uma sub-análise do estudo EpiREumaPt, vem agora confirmar a carga destas doenças em Portugal e o seu impacto significativo na qualidade de vida dos doentes, nos sistemas de saúde e na sociedade.

A Professora Doutora Helena Canhão, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia e co investigadora principal do estudo refere que “os resultados do EpiReumaPt enfatizam e confirmam a carga das espondiloartrites em Portugal, sobretudo no que se refere à pior qualidade de vida dos doentes, aos níveis de reforma antecipada e também ao consumo dos recursos de saúde. Conhecendo melhor esta realidade, é clara a necessidade de aumentar a sensibilização para estas patologias, ajustando as políticas de saúde associadas com a alocação de recursos que permitam uma intervenção mais precoce”.

Tanto a EA como a AP têm um maior impacto na qualidade de vida do doente quando comparadas com outras doenças reumáticas, reportando piores resultados nas dimensões: dor corporal, saúde geral, vitalidade, função social, desempenho emocional e saúde mental. As perturbações psiquiátricas são uma das co morbilidades mais frequentes nestes doentes, 13% dos doentes reportam sintomas de ansiedade/depressão.

A esfera profissional é também muito afetada, apesar da maioria dos doentes se encontrar numa idade com vida profissional ativa, 13% referem ter faltado ao trabalho nos últimos 12 meses. De salientar que os doentes com artrite psoriática reformam-se ainda mais cedo: 11% dos doentes com EA e AP tiveram que se reformar devido à doença e 20% dos doentes com AP tiveram que o fazer antecipadamente.

Os doentes com EA apresentam um maior consumo de recursos de saúde do que os doentes com AP, sendo que 9,4% estiveram hospitalizados nos últimos 12 meses, face a 4,1% dos doentes com AP. Mais doentes com EA necessitaram também de cuidados domiciliários no último ano (3,5%).

Sobre o Estudo PAASPORT

O Estudo PAASPORT é uma sub-análise do estudo EpiReumaPt, desenvolvida com o objetivo de estimar a prevalência de EA e AP em Portugal, assim como para fazer uma caracterização clínica dos doentes portugueses e avaliar o impacto das doenças na sua qualidade de vida. Este estudo foi realizado em parceria com a Novartis.

Grupo de Estudo EpiREumaPt

O Grupo de Estudo EpiReumaPt implementado em 2011, resulta do esforço conjunto da Sociedade Portuguesa de Reumatologia juntamente com a NOVA Medical School, Direção Geral da Saúde e CESOP-UCP. Tem como objetivo desenvolver o primeiro estudo de base populacional de epidemiologia das doenças reumáticas e músculo-esqueléticas. O EpiREumaPt é um estudo transversal da população adulta portuguesa que envolveu mais de 10 mil doentes, entre setembro de 2011 e dezembro de 2013, e que pretendeu estimar a prevalência de 12 doenças reumáticas e músculo-esqueléticas, assim como o seu impacto na capacidade, qualidade de vida, saúde mental e utilização de recursos de saúde. 

 

Angola
As autoridades angolanas informaram hoje que o país tem à volta de 19.000 crianças com VIH/Sida, entre um total de cerca de 300...

A informação foi transmitida hoje à imprensa, em Luanda, pela diretora do Instituto Nacional de Luta contra a Sida de Angola, Lúcia Furtado, à margem de um seminário para organizações da sociedade civil em Angola, organizado pela Rede Angolana das Organizações de Serviços de Sida (Anaso).

"A prevalência estimada nos últimos anos é de 2,1%, estima-se que cerca de 300.000 pessoas estejam a viver com o VIH entre homens, mulheres e crianças. Nós estimamos que cerca de 19.000 crianças estejam infetadas com VIH a nível do país", adiantou, aludindo nomeadamente a um estudo a grávidas em consulta pré-natal.

Em março, o secretário executivo da Anaso, António Coelho, disse à Lusa que Angola tem cerca de 30.000 crianças infetadas pela doença e que dessas apenas 3.000 estão a ser acompanhadas e fazem terapia, sendo que a epidemia afetou já meio milhão de pessoas. Deste total, apenas 215.000 estarão a ser acompanhadas, mas apenas 78.000 "estão a beneficiar de terapia antirretroviral", de acordo com António Coelho.

Questionada sobre os números da Anaso, Lúcia Furtado, disse desconhecer a fonte utilizada por aquela organização não-governamental, mas admitiu que a instituição pública que dirige ainda trabalha com dados provisórios e estimativas.

"Nós, infelizmente, ainda trabalhamos com estimativa. Temos problemas dos dados e para ter uma estimativa que é calculada graças a um programa, temos que ter os dados reais que são introduzidos nesse programa e aí dá-nos a estimativa", sustentou.

A diretora do Instituto Angolano de Luta contra a Sida informou também que em Angola não há nenhuma rotura de antirretrovirais admitindo no entanto problemas pontuais nas unidades hospitalares, mas sublinhando ser um "problema de gestão a vários níveis" e que já foi identificado.

"Como sabe é uma cadeia de abastecimento, não ficamos felizes por ter antirretrovirais no armazém central quando a população na unidade de saúde as vezes tem falta de um ou outro antirretroviral. Então, estamos a trabalhar sobre isso e já foram identificados alguns constrangimentos de vária ordem e temos estado a trabalhar para que se resolvam ou minimizem esses problemas", explicou.

Em relação as alegadas cobranças de antirretrovirais e da medição da carga viral em algumas unidades hospitalares públicas, também denunciadas recentemente pela Anaso, a responsável disse desconhecer, aguardando que os alegados casos sejam denunciados, tendo em conta que os referidos serviços são de distribuição gratuita.

"São gratuitos e nenhum hospital público ou privado tem o direito de cobrar o que seja para ceder antirretroviral ou medir a carga viral de uma pessoa portadora do VIH. Por isso aguardamos por denúncias fundamentadas, para podermos pôr cobro a situação", rematou.

Ainda de acordo com Lúcia Furtado, Angola pretende alcançar até 2020 a denominada meta 90/90/90, equivalente a 90% de testes na população, 90% de tratamento das pessoas com o vírus e 90% de supervisão viral.

7º Congresso Internacional IVI sobre Medicina Reprodutiva
Calcula-se que 1% das mulheres tenham falência ovárica prematura – ou menopausa precoce – e que, apesar da juventude, terão...

Nas últimas décadas, são muitos os fatores que contribuíram para que se tenha filhos cada vez mais tarde: sociais, laborais, económicos, etc. Porém, a biologia não acompanhou esta tendência, e de facto, o melhor momento reprodutivo da mulher ocorre na década dos vinte, quando uma grande parte delas não planeia ser mãe. É nessa idade que se libertam os melhores óvulos, tendo em vista aumentar as possibilidades de uma gravidez sem complicações e que origine um bebé saudável. Não obstante, calcula-se que 1% das mulheres tenham falência ovárica prematura – ou menopausa precoce – e que, apesar da juventude, terão problemas para engravidar.   

Num estudo feito em colaboração com o hospital La Fe de Valencia, o IVI demonstra que conseguiu quatro gravidezes em pacientes que tinham falência ovárica precoce mediante o rejuvenescimento do ovárico. Esta é precisamente uma das linhas de investigação desenvolvidas pelo IVI e que dirige o Prof. Antonio Pellicer, copresidente e fundador do grupo: “Estamos a contemplar métodos inovadores para ativar folículos que de outra forma não se desenvolvem e os resultados estão a ser prometedores. Este tratamento abre uma porta de esperança a pacientes que de outra forma não teriam oportunidade de engravidar com os seus próprios óvulos, explica.”

O rejuvenescimento ovárico foi um dos temas tratados no workshop prévio ao 7º Congresso Internacional IVI sobre Medicina Reprodutiva, que ocorreu hoje em Bilbao, e reuniu investigadores de renome Antonio Pellicer, Sonia Herraiz, Mónica Romeu, César Díaz y Konstantinos Pantos. Entretanto, uma das sessões do Prof. Pellicer de amanhã, também irá abordar esta inovadora linha de investigação.

Duas técnicas, o mesmo objetivo

Para alcançar o rejuvenescimento ovárico – que ative o crescimento dos folículos em estados precoces, independentemente da ação das gonadotrofinas – o IVI investiga duas técnicas: a fragmentação do tecido ovárico  (OFFA, cujas siglas em inglês significam Ovarian Fragmentation for Follicular Activation) e a infusão de células mãe na artéria ovárica. Ambas conseguem que o ovário, o órgão responsável pela ovulação, reverta parcialmente o seu processo de envelhecimento e ative os folículos adormecidos, que de outra forma permaneceriam no ovário sem desenvolver-se, nem sequer mediante a toma de medicação.

A primeira técnica, atualmente é aplicada no IVI Valencia em pacientes com falência ovárica precoce, como última opção antes de se submeterem a um tratamento com doação de óvulos. Mediante laparoscopia obtém-se uma amostra do córtex ovárico, fragmenta-se e volta-se a implantar. Este procedimento é simples e as pacientes têm alta no próprio dia.

Outro método de rejuvenescimento ovárico consiste na infusão de células da médula óssea (BMDSC, cujas siglas em inglês significam Bone Marrow-Derived Stem Cells) na artéria ovárica. Este procedimento faz parte de um estudo piloto levado a cabo pelo Prof. Antonio Pellicer e a sua colaboradora a Dra. Sonia Herraiz conjuntamente com o hospital La Fe de Valencia. Esta técnica oferece também resultados prometedores, dado que inclusivamente ocorreram gravidezes espontâneas em mulheres com baixa reserva ovárica depois de se submeterem a um transplante de medula óssea.

Durante a primeira jornada do 7th IVI Congress, que tem lugar amanhã e reunirá mais de 1.400 especialistas em medicina reprodutiva, o Prof Antonio Pellicer e o Dr. César Díaz, apresentarão os resultados de ambas as técnicas. Na mesma sessão participará também o Dr. Aeron Hsueh, que irá apresentar uma nova técnica de visualização do desenvolvimento dos folículos semelhante aos infravermelhos e que permite observar o sue tamanho, localização e forma. 

Doença Autoimune
Cláudia Barata tinha 14 anos quando foi diagnosticada com Lúpus Eritematoso Sistémico, uma doença se

Aos 14 anos Cláudia foi diagnosticada com Lúpus, uma doença crónica da qual nunca tinha ouvido falar. Fragilizada com a situação, Cláudia teve a sorte ser acompanhada por um especialista que a ajudou a desmistificar a doença.

“Na altura, (este diagnóstico) era totalmente desconhecido por nós, até mesmo no seio da medicina ainda pouco se sabia sobre a doença”, começa por contar Cláudia que encontrou no médico assistente um aliado para a vida. “No entanto, graças ao profissionalismo, estudo e sucesso do meu médico fomos muito bem esclarecidos e muito bem acompanhados para que tudo corresse pelo melhor”, acrescenta admitindo que, ainda que tenha chegado a pensar que a doença lhe iria roubar a adolescência, contou com um importante apoio familiar que a ajudou a superar todas as adversidades.

“Eu tinha 14 anos quando me foi diagnosticada a doença. Iniciei com uma alopécia, depois seguiram-se edemas ligeiros das mãos e pés, eritema palmar e facial, úlceras orais, análises com velocidade de sedimentação elevada, febre e dor torácica”, recorda.

Evitar a exposição solar, ter cuidado com a alimentação, controlar o stress e não falhar a medicação são as principais medidas que lhe permitem, desde essa altura, o controlo da doença. “A primeira e grande alteração no meu dia-a-dia foi deixar de apanhar sol, eu que adorava ficar um dia inteiro na praia!”, conta referindo que usa sempre proteção solar – fator 50+ no Inverno e fator 100 no Verão – , chapéu, óculos escuros e roupas frescas, para além de evitar a exposição a luzes fluorescentes uma vez que sofre de fotossensibilidade extrema.

“Ao nível da alimentação tento ter muito cuidado com o sal e fazer uma alimentação mais saudável e tomo religiosamente a medicação (entre eles imunossupressores e corticóides)”, acrescenta destacando a importância de descansar sempre que necessário. “Tenho de ouvir o meu corpo, respeitá-lo acima de tudo. Se me pede descanso, dou-lhe!”, diz.

Atualmente, “a caminho dos 40, a famosa idade da ternura”, Cláudia sente-se agradecida por a doença se manter controlada. “Para aquilo que passei, digamos que recuperei muito bem. Agradeço todos os dias pelo meu bem-estar”, afirma consciente de que a sua postura continua a ser parte importante na luta diária contra a doença. “Acima de tudo devemos ser conscientes da doença e devemos ter um papel de «bons doentes» cumpridores e positivos, pois torna tudo mais fácil”, afiança.

A par do acompanhamento especializado e familiar, Claúdia destaca ainda a importância da existência de uma organização como a Associação de Doentes com Lúpus, que é “um porto de abrigo a todos aqueles que necessitam de apoio e esclarecimento sobre o LES”, lutanto pelos direitos e causas dos doentes.

“Não nos podemos esquecer que se trata de uma Organização sem Fins Lucrativos, com escassos recursos” que trabalha em prol dos doentes de Lúpus Eritematoso Sistémico e seus familiares. “São a nossa Voz”, termina.

LES, uma doença crónica e sem causa conhecida

Também conhecido como lúpus eritematoso sistémico (LES), o Lúpus é uma doença autoimune que pode afetar qualquer órgão ou sistema.

“O lúpus é uma doença autoimune que pode afetar múltiplos órgãos e sistemas, em especial pele, articulações, superfícies serosas, coração, pulmões, rins, sistema nervoso central, entre outros”, explica Luís Afonso Dutschmann, presidente da Associação de Doentes com Lúpus.

Estima-se que a incidência desta patologia seja de 500 casos por milhão, registando-se cerca de  “50 a 70 novos casos por ano e por milhão de habitantes”.

A patologia surge quando o sistema imunitário ataca as próprias células e tecidos do corpo. “Há uma formação de auto anticorpos que reagem com antigénios formando imuno complexos que se depositam nos tecidos com o consequente processo inflamatório que daí resulta”, refere o médico.

“A  causa da doença é desconhecida, e provavelmente para ela contribuem fatores genéticos, metabólicos, ambientais e endócrinos”, acrescenta o especialista em Medicina Interna.

Apesar de não haver certezas quanto à sua origem sabe-se que pode surgir em qualquer idade da vida e em ambos os sexos.

No entanto, maior número de casos tem sido diagnosticado em mulheres, em idade fértil, entre os 14 e os 30 anos, intervalo etário em que o rácio de prevalência se cifra em nove mulheres para um homem. “Em criança ou idosos a proporção é idêntica”, afirma

De acordo com Luís Afonso Dutschmann, a doença “pode manifestar-se inicialmente por lesões cutâneas, dores articulares, derrame pleura, entre outras, acompanhadas ou não por sinais gerais”.

Quanto ao tratamento, o especialista explica que este engloba dois tipos de medidas: “as medidas gerais com educação do doente, suporte emocional do mesmo, cuidados a ter com a exposição solar e repouso, e medidas específicas  como corticosteroides locais (lesão cutânea) e sistémicos, antimaláricos, analgésicos não esteróides, imunossupressores e pontualmente, em alguns casos, terapêutica com agentes biológicos”, exemplifica.

Em todo o caso, nunca é demais relembrar que o tratamento é determinado, em grande parte, “mais pelas manifestações individuais da doença, do que pelo diagnóstico primário”.

“A intensidade da terapêutica deve basear-se na gravidade da doença e deve ser administrada por um período de tempo mais curto, com as doses mais baixas que for possível, de forma a evitar a toxicidade dos fármacos”, adverta o especialista, que aconselha o doente a ser seguido por um médico “que conheça bem esta entidade e que saiba manejar convenientemente a medicação”.

Reumatologia, Medicina Interna ou Nefrologia são algumas das especialidades indicadas. 

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Inquérito
A maioria dos europeus acolhe a expansão das tecnologias digitais mas tem reticências quanto a entregar a robôs tarefas como...

Numa edição especial do Eurobarómetro dedicado às atitudes perante a automação e o domínio digital no quotidiano, 75% dos inquiridos nos 28 Estados da União Europeia pensam que as tecnologias digitais mais recentes beneficiam a sua vida, 67% respondem que melhoraram a qualidade de vida e 65% entendem que tiveram um impacto positivo na sociedade.

Entre os portugueses, 72% entendem que aquelas tecnologias tiveram um impacto positivo ou muito positivo na sua qualidade de vida.

Mas os cidadãos reconhecem que a automação e o uso generalizado de inteligência artificial têm um preço: 72% vêem os robôs como ameaças ao seu emprego e 74% admitem que vão desaparecer empregos que nunca mais se recuperarão.

Portugal é o país onde há mais a ideia de que os robôs roubam empregos, partilhada por 93% dos inquiridos. 84% acreditam que vão desaparecer empregos para sempre quando certas tarefas forem entregues a máquinas e inteligência artificial.

Mais de 80% dos europeus nunca usaram um robô no trabalho mas só 35% se sentiriam confortáveis com essa ideia, uma queda de 12 pontos percentuais em relação a 2014.

A possibilidade de ser sujeito a uma intervenção médica feita por um robô só é admissível para 26% dos inquiridos, ainda menos quando se põe a hipótese de ser conduzido num carro guiado por um robô, com a qual só 22% admitem estar confortáveis.

Também aqui Portugal está entre os países mais céticos: 71% não quereriam cuidados médicos prestados por um robô e 65% não quereriam ser operados por uma máquina.

Quanto a ser guiado um carro comandado por inteligência artificial, para 60% está fora de questão.

A maioria dos cidadãos dos 28 afirma que acesso à Internet mais rápido e fiável seria decisivo para aumentar o uso de tecnologias digitais (69%) e que é preciso dar-lhes mais credibilidade (63%), enquanto 57% gostaria de ver mais serviços públicos disponíveis 'online'.

No Eurobarómetro conclui-se ainda que 71% dos europeus se sentem capacitados para usar tecnologia digital no seu quotidiano e 65% crêem-se habilitados a usar os serviços 'online'.

O inquérito foi realizado em março com entrevistas presenciais a 27.901 pessoas.

Dívidas do setor
O presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) alertou hoje para o facto de o investimento no...

Alexandre Lourenço falava durante uma audição na Comissão Parlamentar da Saúde, a requerimento do PSD, sobre o significativo aumento do montante das dívidas aos fornecedores de bens e serviços do SNS.

De acordo com Alexandre Lourenço, esta diminuição do investimento “põe em causa a prestação de cuidados do sistema e a captação dos melhores recursos humanos do setor”.

“A questão do investimento é uma questão importante e temos procurado encontrar soluções para isso”, adiantou.

Em relação às dívidas do setor, o responsável disse que esta se encontra “estabilizada em relação aos anos anteriores” e recordou que, em 2011, o SNS “atingiu um momento total de rotura com uma dívida a fornecedores muito perto dos 3.000 milhões de euros, tendo sido necessárias várias injeções de financiamento”.

Alexandre Lourenço sublinhou que a maior parte das empresas que fornecem o SNS são Pequenas e Médias Empresas (PME) e que as dívidas põem em causa a sua “trajetória de sustentabilidade”.

“A situação merece um acompanhamento profundo. Não é uma situação confortável para nenhuma das partes. Os administradores também vivem dificuldades na relação com os fornecedores sobre esta dívida”, afirmou.

No passado dia 26 de abril, no âmbito deste conjunto de audições sobre o significativo aumento do montante das dívidas aos fornecedores de bens e serviços do SNS, o presidente da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) revelou que a dívida dos hospitais públicos à indústria farmacêutica atingiu os 892 milhões de euros em março.

Também o secretário-geral da Associação Portuguesa de Dispositivos Médicos (Apormed) indicou, no mesmo dia, que em março deste ano a dívida dos hospitais públicos a estas empresas situava-se nos 272,2 milhões de euros, dos quais 175,6 milhões de euros são dívidas vencidas a mais de 90 dias.

Propostas vão a votos
Os novos produtos de tabaco deverão ser equiparados aos cigarros tradicionais mas deve continuar a ser permitido fumar junto de...

As votações ocorreram no grupo de trabalho sobre o tabaco, constituído dentro da comissão parlamentar de Saúde, para debater uma proposta de lei do Governo de alteração da lei do tabaco. As votações são indiciárias e não definitivas. As propostas irão ser votadas ainda na comissão de Saúde e no plenário.

A proposta de lei do Governo incide basicamente em duas questões, a proibição de fumar a menos de cinco metros de locais como escolas, hospitais, creches ou jardins-de-infância, e a equiparação de produtos como cigarros eletrónicos ou tabaco aquecido aos cigarros tradicionais.

Os deputados do grupo sobre o tabaco estão hoje a votar alterações à proposta do Governo e aprovaram a equiparação dos novos produtos de tabaco aos cigarros comuns, pelo que no futuro, se se confirmar a votação, não será possível usar, por exemplo, um cigarro eletrónico em locais onde já é proibido fumar os cigarros tradicionais.

No entanto, a parte da proposta de lei sobre a proibição de fumar junto de hospitais ou escolas foi chumbada pelos deputados, pelo que, a manter-se a votação, não vai haver alteração nessa matéria.

Por proposta do PS foi porém aprovada uma parte da proposta, a de que seja proibido fumar em parques infantis, ainda que sejam ao ar livre.

Uma proposta do PCP sobre espaços para fumadores com proteção contra intempéries e proteção de imagem (não expor os fumadores) também foi aprovada.

Organizações ligadas à saúde têm defendido a proibição de fumar em determinados locais ao ar livre, como junto de escolas ou hospitais, e criticam a posição maioritária dos deputados do grupo de trabalho.

Administradores Hospitalares
O presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares afirmou hoje que cirurgias e consultas são as mais...

Alexandre Lourenço falava à agência Lusa a propósito da greve de dois dias dos médicos, que começou hoje, sobre a qual ainda não tem conhecimento dos níveis de adesão, embora saiba que são as cirurgias programadas e as consultas externas as mais afetadas.

Os hospitais, disse Alexandre Lourenço, tentaram minimizar o impacto da greve nos utentes, uma vez que, principalmente em relação às cirurgias, estes são “momentos importantes da vida das pessoas”.

“É importante dar um sinal de normalidade aos utentes, garantindo que estes têm os serviços que precisam”, adiantou.

Segundo Alexandre Lourenço, nos últimos dias, os médicos, nomeadamente aqueles que sabiam que iriam aderir ao protesto, promoveram o reagendamento das cirurgias e consultas e chegaram mesmo a antecipar alguns cuidados.

“Tanto a antecipação das cirurgias e consultas como o seu reagendamento é feito à custa de uma sobrecarga do trabalho dos clínicos, o qual não deve deixar de ser enaltecido”, disse Alexandre Lourenço.

A greve de hoje e quinta-feira é um protesto pela ausência de medidas concretas do Governo num conjunto de reivindicações sindicais que têm tentado estar a ser negociadas ao longo do último ano.

Limitação do trabalho suplementar a 150 horas anuais, em vez das atuais 200, imposição de um limite de 12 horas de trabalho em serviço de urgência e diminuição do número de utentes por médico de família são algumas das reivindicações sindicais.

Os promotores da greve - Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e Federação Nacional dos Médicos (FNAM) - também querem a reposição do pagamento de 100% das horas extra, que recebem desde 2012 com um corte de 50%. Exigem a reversão do pagamento dos 50% com retroatividade a janeiro deste ano

De acordo com o SIM, a adesão a esta greve relativa ao turno das 00:00 às 08:00 de hoje terá sido de 100%.

O presidente do SIM, Jorge Roque da Cunha, disse estimar que, entre as 00:00 e as 08:00, a adesão à greve tenha sido de 100%. “Só estiveram a ser cumpridos os serviços mínimos”, adiantou.

Apesar de ainda não ter dados mais concretos, Jorge Roque da Cunha disse que, por exemplo, no Hospital de Braga só funcionaram dois blocos operatórios e em Matosinhos, no distrito do Porto, nenhum dos blocos funcionou.

“No entanto, quero voltar a sublinhar que nenhum doente fica sem o seu tratamento de quimioterapia, radioterapia, hemodiálise. Estes serviços estão assegurados, bem como o serviço de urgência”, disse.

Contactado pela agência Lusa, fonte do gabinete do ministro da Saúde disse que, para já, não serão avançados dados oficiais sobre a adesão do protesto.

Papa
O Centro Hospitalar de Leiria (CHL) apelou hoje a um uso correto dos serviços de urgência e garantiu estar preparado para...

O Hospital de Santo André (HSA), unidade do CHL, está preparado para integrar a grande operação que rodeia a visita do papa Francisco a Fátima, na sexta-feira e no sábado.

"Sendo o hospital mais próximo de Fátima, temos, naturalmente, de estar preparados para qualquer acontecimento que possa trazer doentes aos nossos serviços de urgência", afirmou a diretora clínica do CHL, Elisabete Valente, citada numa nota de imprensa enviada à agência Lusa.

A responsável alerta que, "especialmente nestes dias, é essencial que os utentes usem de forma correta as urgências, nomeadamente a Urgência Geral e a Urgência Pediátrica, de forma a não congestionar desnecessariamente os serviços, prejudicando o atendimento a casos realmente urgentes".

Por seu lado, a vogal do Conselho de Administração responsável pela coordenação do plano de emergência e catástrofe do HSA, Alexandra Borges, explicou, na mesma nota, que "este é um plano que funciona a tempo inteiro, mas foi revisto e adaptado para a vinda do papa Francisco a Fátima, de forma a poder assegurar a resposta eficiente a qualquer eventualidade".

"No entanto, uma situação de crise implica sempre a grande concentração de meios humanos e materiais e uma enorme organização", o que "só é possível com a colaboração de todos, profissionais e utentes, que devem evitar dirigir-se aos serviços de urgência pelos seus próprios meios", acrescentou.

Segundo Elisabete Valente, o mau uso das urgências é ainda uma realidade, "com mais de 40% de utentes não urgentes". A médica revelou que "ainda há muito a fazer no que respeita à sensibilização dos utentes e de todos os profissionais envolvidos na rede nacional de cuidados de saúde, para a correta utilização das urgências hospitalares".

A diretora clínica salientou que "um acontecimento mais grave durante a vinda do papa Francisco pode implicar o encerramento parcial da Urgência Geral, pelo que é essencial que as pessoas estejam preparadas para, em caso de necessidade, usarem a primeira linha dos cuidados de saúde, que passa pelo contacto com a Linha Saúde 24 e o recurso ao centro de saúde/médico de família".

Em caso de urgência, o CHL adiantou que "terão prioridade as emergências, ou seja, situações em que a vida do utente corra perigo, as doenças súbitas e os doentes referenciados".

Se não souber como deve proceder, "o utente deve, antes de sair de casa, contactar, por telefone, a Linha Saúde 24 através do número 808242424, para se aconselhar".

Se precisar de ser visto por um profissional de saúde, o utente deve dirigir-se em primeiro lugar ao seu médico de família, no centro de saúde, ou ao seu médico assistente. Caso não tenha sido possível ser observado, deve recorrer à Consulta Aberta ou ao Serviço de Atendimento Prolongado (SAP).

Francisco visita Fátima na sexta-feira e no sábado, tornando-se o quarto papa a marcar presença na Cova de Iria.

Direitos Humanos
Bebés que não encaixam na norma aceite do que é feminino ou masculino (interssexo) estão em perigo de ser sujeitos a...

"Estas operações 'normalizadoras' realizam-se sem conhecer plenamente os danos a longo prazo nos menores de idade", afirmou a investigadora Laura Carter, especialista da AI sobre orientação sexual e igualdade de género.

A AI refere-se em concreto a "incisões em tecidos sensíveis, com consequências para a vida inteira, baseadas unicamente em estereótipos sobre o aspeto que deve ter um menino ou uma menina".

Laura Carter frisou que "a questão é a quem beneficia esta prática", porque o relatório "mostra que para as pessoas a ela submetidas foi uma experiência trágica".

A Amnistia refere que na Dinamarca e na Alemanha, estas operações não urgentes são feitas a bebés e a crianças com menos de 10 anos, apesar de não existir investigação médica a justificá-las.

A organização considera que os direitos humanos não estão a ser protegidos com estas práticas e lembra que peritos das Nações Unidas também "condenaram expressamente" este tipo de intervenções.

A AI pede "aos legisladores e aos profissionais de saúde de ambos os países" para garantirem que nenhum menor de idade será submetido a tratamentos "não urgentes, invasivos e irreversíveis", defendendo antes que "a pessoa possa de forma significativa participar na determinação do que fazem ao seu corpo".

No relatório intitulado "Em primeiro lugar, não prejudicar", apontam-se operações para ocultar o clítoris que podem causar lesões nervosas, cicatrizes e dor, cirurgias vaginais para criar ou alargar o orifício vaginal, cirurgias para ligar a uretra ao extremo do pénis.

Estima-se que 1,7 por cento da população mundial - percentagem semelhante à de pessoas ruivas - nasce com variações nas características sexuais.

A Amnistia Internacional ressalva que "em algumas ocasiões estas intervenções médicas são precisas para proteger a vida ou a saúde do menor de idade", mas que "nem sempre é assim", de acordo com testemunhos de pessoas que relataram "o trauma físico e mental que sofreram" por causa das intervenções.

Novo balanço
O número de casos confirmados de sarampo em Portugal este ano subiu para 28, divulgou hoje a Direção-Geral da Saúde (DGS),...

De acordo com o boletim epidemiológico hoje divulgado pela DGS, o número de notificações totaliza 134 desde 01 de janeiro.

O balanço anterior, de sexta-feira, dava conta de 27 casos confirmados e 123 notificações desde 01 de janeiro.

Os casos confirmados de sarampo concentram-se nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo (20), onde se registou a única morte até à data, Algarve (7) e Norte (1 em vez de 2 no balanço corrigido).

Das situações confirmadas, 18 reportam-se a adultos com idade igual ou superior a 18 anos, registados em Lisboa e Vale do Tejo e no Algarve. No Norte, o único caso verificou-se numa criança da faixa etária entre 1 e 4 anos.

Segundo o boletim, o sarampo levou já este ano ao internamento de 13 pessoas, todas com alta. Dos 28 casos confirmados, 17 não eram vacinados.

Nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Algarve, o sarampo foi confirmado em 12 profissionais de saúde, sendo que nove estavam vacinados.

Parlamento
Organizações da sociedade civil e ligadas à saúde reafirmaram hoje a ideia de que os deputados que estão a decidir sobre...

“Ressalvamos que é do conhecimento público que, ao longo de vários meses, houve participação ativa e aberta de lobistas de tabaco no espaço da AR (Assembleia da República), nas reuniões dos grupos parlamentares e das sessões parlamentares. Estas iniciativas têm também sido identificadas no seio de algumas organizações de saúde e ONG” (Organizações não-Governamentais), diz-se numa carta aberta hoje divulgada.

Na véspera da discussão das sugestões de alteração da proposta do Governo, em sede de comissão de Saúde (Grupo Tabaco), a Confederação Portuguesa de Prevenção do Tabagismo (COPPT) e outras organizações e movimentos enviaram uma carta à Assembleia, Governo, instituições de saúde europeias e Organização Mundial de Saúde na qual se pede ao primeiro-ministro que assegure que o parlamento “proteja a sua tomada de decisão da influência do ‘lobby’ do tabaco e seus aliados”.

Numa outra carta aberta enviada à Comissão de Saúde, as sociedades portuguesas de Pneumologia, Cardiologia, Pneumologia Pediátrica e Oncologia expressam “grande preocupação” pela necessidade de o país seguir a Convenção-Quadro para o Controlo do Tabaco (CQCT), que Portugal assinou há uma década, bem como a diretiva europeia sobre produtos de tabaco de 2014.

“As doenças respiratórias, cardiovasculares e oncológicas, responsáveis por grande parte da mortalidade e morbilidade nos países ocidentais, têm como fator comum o tabaco, nas suas várias formas”, dizem as sociedades na carta.

No documento pede-se que se eliminem as exceções à proibição de consumo na restauração e se proíba o fumo em espaços exteriores vulneráveis, como junto de escolas ou hospitais.

No outro documento assinado nomeadamente pela COPPT também se faz referência à necessidade de cumprir a CQCT mas começa-se por lamentar “o nível surpreendente de acesso dos lobistas da indústria do tabaco e seus parceiros ao Parlamento de Portugal”.

E lamenta-se que os deputados tenham posições “que deixam antever a possibilidade de sérios retrocessos na lei original”, com argumentos “que não têm em conta os valores e os princípios da saúde pública, evidenciando a influência das pressões da indústria tabaqueira”.

E isso, advertem os subscritores, é “uma grave violação” do artigo 5.3 da CQCT, que se destina a “salvaguardar as políticas de saúde pública da interferência da indústria do tabaco”.

“Rogamos ao Governo e ao parlamento de Portugal que reconheça (…) as suas obrigações nos termos da CQCT e seu artigo 5.3, que estipula que as políticas de saúde pública devem ser priorizadas em detrimento dos interesses comerciais da indústria”.

A proposta do Governo, em discussão no parlamento visa no essencial equiparar os novos produtos ao tabaco tradicional e proibir o fumo junto de edifícios como hospitais e escolas. Os deputados deverão aceitar a primeira medida e chumbar a segunda.

Estudo
O consumo de suplementos de vitamina D tem pouca probabilidade de reduzir o risco de asma, alergias e dermatite, segundo um...

"As nossas descobertas sugerem que associações anteriores entre baixos níveis de vitamina D e a doença atópica podem dever-se a outros fatores", defendeu o autor-principal do estudo, Despoina Manousaki, do Instituto Lady Davis para a Investigação Médica, no Canadá, citado num comunicado da PLOS, que edita a revista PLOS Medicine, que publicou os resultados da investigação.

Estudos epidemiológicos anteriores indicavam que quantidades baixas de vitamina D no organismo estão associadas a risco acrescido de asma, dermatite atópica (inflamação na pele) e alergias.

No novo estudo, os investigadores analisaram dados genéticos e do estado de saúde de mais de 100 mil pessoas, recolhidos em trabalhos precedentes, para determinar se variações genéticas ligadas aos níveis de vitamina D predispõem as pessoas a terem asma, dermatite atópica ou alergias.

A equipa de cientistas do Instituto Lady Davis e da Universidade McGill, também no Canadá, não encontrou diferenças estatisticamente significativas entre a taxa de prevalência de asma, dermatite atópica e alergias em pessoas com ou sem as quatro mutações genéticas associadas a quantidades mais baixas de vitamina D.

Segundo Despoina Manousaki, os "esforços para aumentar os níveis de vitamina D não vão, provavelmente, resultar na diminuição do risco" daquelas doenças.

O mesmo grupo de investigadores defendeu, num estudo anterior, que quantidades baixas de vitamina D aumentam o risco de algumas doenças inflamatórias como a esclerose múltipla, conclusão que, de acordo com o novo trabalho, não se reflete noutras doenças inflamatórias, como a asma ou a dermatite atópica.

Cooperação
Mais três países europeus assinaram hoje o acordo de cooperação que tem como objetivo garantir o acesso a medicamentos...

Segundo uma nota hoje divulgada pela Autoridade do Medicamento portuguesa (Infarmed), os ministros da Saúde da Irlanda, Roménia e Eslováquia também assinaram o acordo de cooperação.

A declaração de La Valetta já tinha sido subscrita na segunda-feira em Malta pelos ministros de Portugal, Malta, Chipre, Grécia, Espanha e Itália.

Uma das ideias partilhadas pelos ministros da Saúde europeus é tentar criar mecanismos para negociação de preços e aquisição conjunta de medicamentos.

Na declaração assinada, os países comprometem-se a criar uma comissão técnica que “explore diversas estratégias e modelos de cooperação voluntária” que incluem “a partilha de informação, a identificação das melhores práticas, a avaliação alargada de medicamentos e tratamentos inovadores, a exploração de mecanismos possíveis para a negociação de preços e aquisição conjunta”.

Este consenso pode vir a ser alargado a outros países europeus que assim o entendam, prevê ainda a declaração de La Valletta.

O ministro da Saúde português, Adalberto Campos Fernandes, defendeu já alterações na formulação de preços dos medicamentos em benefício dos doentes.

“É necessária uma mudança nos mecanismos para a formulação dos preços que beneficie os doentes, garanta essa sustentabilidade e promova a concorrência e o retorno do investimento da indústria farmacêutica”, referiu o ministro citado na nota divulgada pelo Infarmed.

Dia Mundial do Lúpus
Lesões cutâneas, dores articulares, fadiga ou emagrecimento são alguns dos sintomas do Lúpus Eritema

O Lúpus Eritematoso Sistémico (LES) é uma doença auto-imune crónica, resultante no seu essencial da produção  de anticorpos contra o próprio organismo (auto-anticorpos). Embora a sua etiologia não esteja esclarecida, factores genéticos, hormonais e ambientais parecem ter um Appel essencial na sua patogênese.

De facto, factores de risco ambientais, como o tabagismo, a exposição solar (radiação ultravioleta) e determinados vírus (sobretudo o Epstein-Barr - EBV), tem sido apontados como desencadeados da doença.

O LES é mais frequente (75% dos casos) no sexo feminino (9 mulheres: 1 homem), com um pico de incidência em idade reprodutiva (entre os 16 e os 49 anos), podendo surgir também em crianças e adolescentes (lupus juvenil), ou ainda em indivíduos idosos.

A sua prevalência é 4 vezes superior na raça negra, onde é particularmente mais grave.

As manifestações clinicas do LES são muito heterogéneas, envolvendo de forma variável órgãos e sistemas, podendo mimetizar um grande numero de outras doenças sistêmicas, nomeadamente infecciosas, malignas ou imuno-mediadas.

São achados clínicos frequentes os sintomas constitucionais, como febrícula, fadiga e emagrecimento, bem como manifestações muco-cutâneas que ocorrem em 80-90% dos doentes.

São lesões cutâneas especificas do LES o clássico rash malar em asa de borboleta, ou o rash difuso maculo-papular e eritematoso fotossensível que pode ocorrer em qualquer area corporal.

Úlceras orais/nasais, alopecia e fenómeno de Raynaud também são achados frequentes.

O atingimento articular sob a forma de artrite não erosiva, sobretudo de punhos e pequenas articulações das mãos, ou artralgias migratórias ocorrem em cerca de 95% dos doentes.

O envolvimento renal no LES é comum (50% dos casos) e aparece nos primeiros 36 meses de doença: glomerulonefrites com deposição de imuno-complexos são as mais comuns. A apresentação clinica é muito variável, desde alterações do sedimento urinário até síndromes nefróticos e insuficiências renais rapidamente progressivas. A nefrite lúpica confere morbo-mortalidade significativa neste doentes.

Pode ocorrer doença pulmonar, sob a forma de pleurite/ derrame pleural, e mais raramente doença intersticial pulmonar, pneumonite aguda, hemorragia alveolar difusa ou hipertensão arterial pulmonar.

O envolvimento cardio-vascular manifesta-se mais frequentemente por pericardite, podendo também ocorrer derrame pericárdico, miocardite ou doença isquémica cardiovascular por aterosclerose precoce e acelerada. Uma forma de endocardite (Libman–Sacks) é característica desta patologia.

A nível hematológico, anemia de doença crónica ou hemolítica, diminuição dos glóbulos brancos e plaquetas podem ocorrer.

Do ponto de vista neuro-psiquiátrico, as manifestações são extremamente variadas, desde doença cérebro-vascular, meningites assépticas, convulsões, plexopatias, assim como polineuropantias. Disfunções cognitivas e psicoses são também manifestações possíveis.

O diagnostico deve ser pois efetuado com base na clinica, e apoio laboratorial, apoiados pelos critérios de classificação existentes (ACR 1997 e SLICC 2012) em virtude da ausência de critters de diagnóstico específicos.

O tratamento é complexo, e equacionado à gravidade e variabilidade das manifestações clinicas e da sua atividade, sendo o objetivo principal a indução da remissão e prevenção do dano.

O prognóstico tem melhorado significativamente, em virtude do diagnóstico precoce, tratamentos mais efetivos, e implementação de estratégias preventivas de forma a minorar as várias comorbilidades. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Vários estudos actuais referem:
Vários estudos revelam que ácidos gordos ómega 3 além dos benefícios cardiovasculares, nomeadamente

Havia, há uns anos atrás, entre a comunidade médica, algumas dúvidas sobre o risco dos triglicéridos e os benefícios dos ómega 3. Hoje parece já não levantar questões e, inclusive, já se fala de outros benefícios que os ómega 3 podem ter, nomeadamente ao nível dos síndromes depressivos, na degenerência macular ou na alteração no declínio cognitivo.

Conforme nos explica Pedro Marques da Silva, especialista de medicina interna no Hospital de Santa Marta, em Lisboa, o processo é o mesmo: “os ómega 3 incorporam-se nas membranas celulares de todos os órgãos e tecidos e melhoram a actividade funcional e estrutural das membranas”, diz, acrescentando que, por isso surgem agora estudos que indicam outros benefícios dos ómega 3 para além dos cardiovasculares.

A verdade é que quando se começou a falar de ómega 3 havia apenas dados epidemiológicos e estudos de intervenção que, conforme refere o especialista, “não nos permitiam a compreensão dos mecanismos de acção. Actualmente conhecemos ao pormenor a sua acção anti-inflamatória, antiarrítmica, antitrombótica e antiplaquetária, com efeitos comprovados na doença aterosclerótica, na diminuição da morte súbita e dos triglicéridos”.

Contudo, na opinião do especialista, ainda muitas confusões de fazem quando se fala em ómega 3. “Surgem muitas notícias apelando ao consumo de peixe rico em ómega 3. No entanto, em muitos casos, as doses preventivas exigidas de ómega 3, não são comportáveis com a ingestão diária. Outro erro, habitualmente, cometido é achar que os suplementos alimentares com ómega 3 lhes resolvem o problema. Ora nem os alimentos têm o teor de ómega 3 exigidos, nem os suplementos não são controlados”.

Pedro Marques da Silva refere que, “apenas os ómega 3 em medicamento nos permite garantir um teor de ómega 3 correctamente adequado àquilo que as recomendações médicas estabelecem: 1 grama por dia para a prevenção cardiovascular; 2 a 4 gramas na redução dos triglicéridos”.

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