No Porto
Quais os novos desafios que se colocam aos médicos dentistas do século XXI? É em resposta a esta pergunta que a 6ª edição do...

Com a presença e testemunho de Orlando Monteiro da Silva, Bastonário da OMD e de profissionais especializados, o evento irá ainda destacar os melhores profissionais e empresas da área da medicina dentária e estomatologia em Portugal, na entrega dos Prémios Saúde Oral 2017.

Na edição deste ano do Dentalbizz, “Encontro Anual de Gestão para Profissionais da Medicina Dentária”, irão estar em debate temáticas como: o trabalho em equipas multidisciplinares com várias especialidades e não em gabinetes isolados, a aposta em cursos complementares para diferenciação face ao crescente número de profissionais na área, a decisão de seguir ou não uma carreira no estrangeiro, a aposta em cursos de gestão para saber gerir uma clínica, entre outros.

O encontro será também marcado pela discussão em torno do papel do médico dentista na promoção da saúde oral junto das populações e o impacto da inclusão dos médicos dentistas no Serviço Nacional de Saúde.

A fechar o programa, pelo oitavo ano consecutivo, a revista Saúde Oral e o Grupo IFE vão homenagear as personalidades e as marcas que mais se destacaram no universo da medicina dentária em 2016, com a entrega dos Prémios Produto e Prémios Clínicos nas diversas áreas de especialidade.

O programa completo do evento pode ser consultado no site oficial.

Estudo
A saúde dos migrantes é boa quando chegam e “tende a piorar com o aumento do tempo” da sua estadia em Portugal, segundo uma...

A investigação, intitulada “Os migrantes são um risco para a população dos países de acolhimento?”, foi coordenada pela professora do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) Sónia Dias e vai ser apresentada durante o seminário “Migração e Saúde”.

As conclusões do estudo mostram que “os migrantes quando chegam a Portugal reportam um bom estado de saúde”.

Os migrantes “tendem muitas vezes a apresentar até melhor estado de saúde do que os nacionais”, o que contraria “a ideia, muitas vezes socialmente preconcebida, de que os imigrantes que chegam são uma ameaça à saúde das populações de acolhimento e um peso para os serviços de saúde”.

A investigação cita dados do último Inquérito Nacional de Saúde, segundo o qual 65% dos migrantes reporta um bom estado de saúde, em contraste com 43% dos portugueses. Dados semelhantes são encontrados na área da saúde mental e doença crónica.

O estudo do IHMT revela ainda que “o estado de saúde dos migrantes varia com o tempo de residência, ou seja, o estado de saúde tende a piorar com o aumento do tempo em Portugal”.

Os subgrupos socialmente mais vulneráveis, com baixo nível educacional e baixo rendimento, são os que apresentam piores indicadores de saúde.

São também estes grupos que menos acede aos serviços, “o que contribui para a acumulação de vulnerabilidades e maior probabilidade de adoecer”.

Segundo a investigação, a maioria dos participantes (52%) do estudo nunca tinha realizado o teste do VIH antes e, entre os que apresentaram positividade para o vírus, quase 35% não tinham conhecimento de que eram portadores da infeção.

Por esta razão, os autores alertam para “a necessidade de melhorar o acesso a serviços de saúde, incluindo na área da saúde sexual e aumentar a cobertura do teste para o VIH na população imigrante”.

Para Sónia Dias, “mais do que considerar os migrantes como uma população de risco, é necessário entender o que faz com que alguns grupos sejam uma população vulnerável e as razões que contribuem para que ao longo do tempo estes migrantes adoeçam mais”.

Dados do estudo indicam que “populações migrantes, oriundas de países de baixa e média renda, ao longo do tempo em Portugal, estão desproporcionalmente mais vulneráveis a doenças infeciosas, como o VIH e tuberculose, além de problemas de saúde mental”.

Este estudo foi desenvolvido pelo IHMT (Universidade Nova de Lisboa) por solicitação e com financiamento da Direção-Geral da Saúde/Programa Nacional para a Infeção VIH/sida.

Estudo
Um estudo desenvolvido no Porto concluiu que crianças que comem alimentos calóricos e com muito açúcar aos quatro anos têm...

Estes resultados podem ser explicados pelas "diferenças hormonais e de composição corporal, que se manifestam antes do início da puberdade", como é o caso de "uma maior massa gorda relativa nas raparigas", disse à Lusa a investigadora Catarina Durão, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), entidade responsável pelo estudo.

De acordo com a especialista, estas diferenças podem ainda estar relacionados com um ressalto adipocitário (período na infância em que se reinicia o aumento do índice de massa corporal), que acontece mais precocemente nas raparigas.

A investigação, que envolveu 3.473 crianças da 'coorte' Geração 21 - projeto de investigação que acompanha cerca de 8.600 crianças da cidade do Porto, desde o nascimento - mostra que 44% das raparigas e 45% dos rapazes avaliados aos quatro anos, já praticam um "padrão alimentar excessivo".

Esse padrão inclui, segundo a investigadora, alimentos demasiado calóricos e com pouco interesse do ponto de vista nutricional, como bolos, doces, refrigerantes, néctares, charcutaria, pizas, hambúrgueres, croquetes, rissóis e batatas fritas.

Catarina Durão indica ainda que as crianças que têm esses hábitos alimentares aos quatro anos tendem a mantê-lo aos sete, aumentando, devido a isso, a proporção da ingestão de alimentos demasiado calóricos também nesta idade (49% das raparigas e 53% dos rapazes).

"Tendo em conta que a idade pré-escolar é um período particularmente relevante para o estabelecimento de preferências e de hábitos alimentares, esta fase da vida é uma oportunidade de excelência para intervir, já que a criança e a sua família podem estar mais abertas à mudança", referiu.

Para a investigadora, as intervenções devem incidir sobre "alimentos com elevada densidade energética e sobre bebidas açucaradas", uma vez que "o consumo destes produtos está associado entre si".

Crianças "que consomem mais 'fast food', também bebem mais bebidas açucaradas, comem mais bolos, doces, guloseimas e 'snacks' salgados", explicou.

Na sua opinião, embora o consumo de alimentos densamente energéticos seja reconhecido como fator de risco para a obesidade infantil, são relativamente escassos os estudos que avaliem padrões alimentares identificados estatisticamente em crianças na idade pré-escolar e a sua relação com subsequente adiposidade.

"Observar esta associação tem relevância, pois consolida a evidência científica que permite servir de base a políticas públicas de promoção de uma alimentação saudável, dando ênfase à importância de intervir o mais precocemente possível", concluiu.

Neste estudo participaram ainda os investigadores Milton Severo, Andreia Oliveira, Pedro Moreira, António Guerra, Henrique Barros e Carla Lopes, membros do Grupo de Investigação em Epidemiologia da Nutrição e da Obesidade da Unidade de Investigação em Epidemiologia (EPIUnit) do ISPUP.

Designado "Association between dietary patterns and adiposity from 4 to 7 years of age", o estudo foi publicado recentemente na revista "Public Health Nutrition".

Protocolo foi entregue no Hospital de Elvas
A clínica de alta resolução, em conformidade com as orientações das redes de referenciação hospitalar, pode assegurar,...

“É um exemplo de união entre os municípios em prol dos utentes desta unidade hospitalar”, disse a diretora clínica do Hospital, Vera Escoto.

A clínica “pretende resolver um problema desta zona, permitindo que os utentes possam, num mesmo dia, realizar vários exames, de forma coordenada e pressupõe uma melhoria na acessibilidade dos utentes, numa política de proximidade, evitando gastos, otimizando recursos e meios”, acrescentou.

Nuno Mocinha, presidente da Câmara Municipal de Elvas, em representação dos municípios de Arronches, Campo Maior, Elvas, Monforte, Sousel, Alandroal, Borba, Estremoz e Vila Viçosa, referiu que o projeto surgiu por “uma decisão do governo que permitiu a escolha dos utentes da unidade hospitalar em que querem ser atendidos”, com o objetivo de “prestar um melhor serviço”. “Para a prossecução deste projeto conseguiu-se encontrar os meios financeiros que possibilitaram levar por diante a implementação da clínica”, acrescentou.

Esta reestruturação tem um valor total de investimento de um milhão de euros, estando prevista uma comparticipação financeira do Programa Operacional Regional Alentejo 2020 de 850 mil euros, sendo que a contrapartida nacional é de 150 mil euros, sendo assegurada pela ULSNA (30 mil euros), Coração Delta (10 mil euros) e os nove municípios (num valor global de 110 mil euros, em nove partes proporcionais às populações de cada concelho).

Os objetivos deste projeto são os seguintes: aumento da capacidade instaladas para a prestação de cuidados cirúrgicos de ambulatório; introdução de novas especialidades e técnicas; aumento do volume de produção de meios complementares de diagnóstico e terapêuticas; melhoria das condições hoteleiras para os utentes; requalificação do bloco operatório; melhoria da condições de acondicionamento de equipamentos higiénicos; redefinição dos circuitos internos e, por último, remodelação da área de recobro.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Portugal continental e os arquipélagos da Madeira e dos Açores apresentam hoje um risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), as regiões de Beja, Viana do Castelo, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Penhas Douradas, Leiria, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal, Sines, Vila Real, Viseu, Aveiro, Porto, Funchal e Porto Santo (Madeira) e Ponta Delgada (ilha de São Miguel, nos Açores), Angra do Heroísmo (Terceira), Santa Cruz das Flores (ilha das Flores) e Horta (ilha do Faial) estão hoje em risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação ultravioleta (UV).

A exceção é Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, com risco ‘moderado’.

Para as regiões com risco 'muito elevado' e 'elevado', o Instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

O IPMA prevê para hoje no continente céu em geral limpo, vento fraco, soprando moderado de noroeste no litoral oeste, em especial a sul do Cabo Carvoeiro e durante a tarde, e de nordeste nas terras altas até final da manhã e subida acentuada da temperatura máxima.

Para a Madeira prevê-se períodos de céu muito nublado, tornando-se temporariamente pouco nublado durante a tarde, possibilidade de ocorrência de aguaceiros as vertentes norte e terras altas até final da manhã.

Está também previsto vento fraco a moderado do quadrante norte, soprando por vezes forte nas terras altas até ao início da manhã.

Para os Açores, a previsão aponta para períodos de céu muito nublado, aguaceiros fracos na madrugada e vento moderado a fresco com rajadas até 50 quilómetros por hora.

Em Lisboa as temperaturas vão variar entre 15 e 33 graus Celsius, no Porto entre 11 e 25, em Vila Real e Viseu entre 12 e 30, na Guarda entre os 10 e os 28, em Bragança entre 10 e 29, em Coimbra entre 11 e 31, em Castelo Branco entre 16 e 34, em Santarém entre 13 e 36, em Beja e Évora entre 14 e 36, em Faro entre 19 e 33, no Funchal entre 19 e 24, em Ponta Delgada e Horta entre 17 e 21 e em Santa Cruz das Flores entre 16 e 20.

Após auditoria
O Centro Hospitalar São João, concelho do Porto, garantiu que foram tomadas medidas para melhorar o circuito do medicamento...

Este esclarecimento surge na sequência e uma notícia que dá nota de que uma auditoria da Inspeção Geral de Finanças (IGF) ao circuito do medicamento no Centro Hospitalar São João (CHSJ) concluiu que os procedimentos de gestão, seleção e aquisição de medicamentos têm "insuficiências" e detetou "debilidades".

Numa resposta escrita, o CHSJ enfatiza que a auditoria terminou em 2014 e que "desde então foram tomadas diversas iniciativas no sentido de melhorar todo o circuito do medicamento" nesta instituição, estando esta a "prestar toda a informação" à IGF.

O CHSJ conta que foi atribuída a certificação no sistema de gestão da qualidade ISO9001/2015 aos serviços farmacêuticos, o que permite a melhoria contínua da gestão da qualidade dos processos em todo o circuito do medicamento.

Os interfaces para o registo da administração da terapêutica foram, de acordo com os responsáveis, disponibilizados pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) a 31 de janeiro, encontrando-se em fase de testes técnicos.

"Com esta implementação, será possível realizar o fecho do circuito do medicamento no CHSJ, permitindo uma melhor rastreabilidade e controlo na gestão de ‘stocks', nomeadamente existências em armazém e consumo ao doente", explica a nota.

Os responsáveis pelo centro hospitalar acrescentam que está em curso a implementação do fecho do circuito do medicamento para doentes oncológicos e preveem que a primeira fase esteja concluída no final deste mês e a segunda e última até ao final de 2017.

O documento também referia que a auditoria, entre outras conclusões, revelou "insuficiências no Sistema de Contabilidade (SICC) que comprometem a integridade e a fiabilidade da informação, devido à falta de integração bidirecional automática de informação com o SGICM, e inviabilizam o adequado controlo do cumprimento da Lei dos Compromissos e dos Pagamentos em Atraso, devido a deficiências na numeração dos compromissos".

"Outros aspetos dependem de entidades externas, por exemplo no que diz respeito à integração bidirecional do sistema de contabilidade", refere, por sua vez, a resposta do CHSJ que diz que quanto à questão da aquisição de medicamentos, a obrigatoriedade da aquisição centralizada por parte dos SPMS "é uma realidade em crescimento nos últimos anos, não podendo as instituições proceder a concursos autónomos".

A este propósito, o CHSJ fala em "centralização" que "condiciona fortemente qualquer programação das aquisições por parte das unidades de saúde".

"Todas as aquisições são autorizadas ou ratificadas pelo Conselho de Administração (CA), salvo algum erro na seleção das encomendas a remeter ao CA para esse efeito, dado o elevado volume de notas de encomenda emitidas", descreve a resposta do centro hospitalar, apontando os endereços ‘online' nos quais as bases de dados do medicamento podem ser consultadas.

Estudo revela
Um estudo da Universidade de Aveiro detetou níveis elevados de mercúrio em parturientes da região, acima dos níveis...

A investigação centrou-se na análise daquele metal tóxico no cabelo e sangue de meia centena de parturientes, oriundas de nove concelhos do distrito de Aveiro, e nas respetivas placentas e cordões umbilicais.

De acordo com os dados divulgados pela Universidade de Aveiro (UA), 6% das parturientes estudadas apresentaram níveis de mercúrio no cabelo acima dos níveis recomendados como perigosos pela Organização Mundial de Saúde (mais de 2.000 nanogramas de mercúrio por grama), e 38% mais de 1.000 nanogramas de mercúrio por grama, nível apontado como limite pela Agência de Proteção Ambiental Americana.

“Face ao contexto geográfico das mulheres estudadas, este trabalho é pertinente”, aponta Susana Loureiro, bióloga especialista em ecotoxicologia.

A coordenadora da investigação lembra que o distrito de Aveiro é conhecido pela contaminação histórica de arsénio e mercúrio, fruto da vasta indústria química estabelecida na região desde a década de 50 do século passado. Só no século XXI é que os resíduos deixaram de ser descarregados diretamente para o meio ambiente.

No entanto, segundo a investigadora, as conclusões encontradas podem ser indicadoras para o resto do país.

Quanto ao impacto que o mercúrio encontrado pode ter nas mulheres e nos bebés, Susana Loureiro lembra que “o sistema nervoso central é o alvo principal” daquele metal, mas que o mesmo “pode afetar, praticamente, todos os sistemas orgânicos funcionais de um organismo”.

Além de danos a nível celular, o mercúrio pode também trazer consequências a nível do genoma.

As dimensões dos recém-nascidos, nomeadamente o perímetro encefálico, o peso e o comprimento, e a saúde das parturientes “parecem não ter sido influenciados pelos elevados níveis de mercúrio”, mas a equipa de investigação considera que “para avaliar o impacto nessas mulheres e nos bebés teria que existir um estudo continuado”.

Face aos níveis de mercúrio encontrados na membrana amniótica, superiores aos detetados nos tecidos placentários, os biólogos apontam uma possível função daquela membrana na eliminação de metais e diminuição da sua transferência para o feto, hipótese que precisa de mais estudos para ser confirmada.

Publicado online na revista Journal of Toxicology and Environmental Health, o estudo foi realizado no âmbito do trabalho de mestrado da Ana Catarina Alves, orientada por Susana Loureiro e Marta Monteiro, do Departamento de Biologia e do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, tendo contado com a colaboração Centro Hospitalar do Baixo Vouga.

Doenças raras
A associação de doenças raras Raríssimas assina quarta-feira um conjunto de protocolos com as ordens dos médicos, enfermeiros,...

Em declarações, a presidente da Raríssimas sublinhou a importância desta colaboração, que numa primeira fase vai ficar estabelecida através de protocolos gerais, seguindo-se acordos com cada um dos representantes das várias áreas.

Segundo Paula Costa, a assinatura destes protocolos é “um sinal indelével que as doenças raras são uma prioridade na saúde”.

“Trata-se de um momento histórico na vida das doenças raras” em que a Raríssima e as ordens profissionais “estão de mãos dadas”.

Tendo em conta que Portugal tem um centro de referência de doenças raras que “é único no mundo” – a Casa dos Marcos, na Moita – os vários profissionais representados por estas ordens vão agora facultar formação, a qual poderá ser administrada aos elementos da Raríssimas, mas também aos pais, cuidadores e até aos portadores das doenças.

É igualmente um objetivo deste acordo o apoio da Raríssimas às ordens, adiantou.

A cerimónia de assinatura dos protocolos, que decorrerá na Casa dos Marcos, contará com a presença do presidente da Câmara Municipal da Moita, Rui Garcia, e dos bastonários das ordens dos Médicos, dos Enfermeiros, Farmacêuticos, Nutricionistas, Psicólogos e Biólogos.

Centro Hospitalar Cova da Beira
Concebida há cerca de 8 anos, como um espaço de tratamento, estímulo à interação, reinserção social e socialização do doente...

Motivo de orgulho e destaque na vida dos profissionais de saúde e dos doentes que frequentam esta área médica, a horta terapêutica cumpre todos os desígnios para os quais foi concebida; trata, reabilita e desempenha ainda uma ação preventiva.

Aqui, o cultivo de árvores de fruta, legumes e verduras, tais como: abóbora, alface, beringela, beterraba, brócolos, cebola, cenoura, couve, couve-flor, tomate, espinafre, pepino, pimento, rabanete e outros, fomentam um ambiente terapêutico de proximidade, mantêm os doentes ocupados e ensinam a superar dificuldades do dia-a-dia, fatores que os ajudam a elevar a auto-estima, a aliviar a depressão, a melhorar as funções motoras, a concentração, a criatividade, a resistência e a destreza manual.

De acordo com o enfermeiro chefe deste serviço, Enfº José Ribeiro “durante as atividades na horta terapêutica os doentes dialogam espontaneamente com os profissionais de saúde, sobre os problemas e angústias que os afetam. Esta dinâmica gera laços de confiança e segurança entre ambos, que se reflete ao nível da terapêutica, da reabilitação, do desenvolvimento de competências e da qualidade de vida dos doentes”. São aliás bem conhecidos e encontram-se descritos os múltiplos benefícios da hortoterapia, um formato de intervenção terapêutica complementar que atua a nível físico e mental. “Mesmo os doentes com maior dificuldade de socialização demonstram interesse em participar nestas atividades e interagem com os profissionais que os apoiam, ensinam e motivam para as tarefas a realizar, o que para nós é sem dúvida uma aposta ganha, a qual pretendemos desenvolver ainda mais”, acrescenta.

Os produtos colhidos na horta terapêutica do CHCB são doados aos utentes carenciados da visita domiciliária e a doentes com dificuldades económicas, abrangidos pela área de apoio do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental.

Administração Regional de Saúde do Alentejo
O Centro de Saúde de Sines mudou-se hoje para um novo edifício, um equipamento reivindicado há anos por utentes e autarcas da...

"O novo Centro de Saúde de Sines abriu ainda não de uma forma completa, mas até ao final desta semana estaremos em pleno funcionamento", disse hoje o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, José Robalo.

Com um investimento de "cerca de dois milhões de euros", o novo centro de saúde, instalado num terreno cedido pela Câmara Municipal de Sines, no distrito de Setúbal, tem uma área de 1.200 metros quadrados e conta com dois pisos, cada um com capacidade para uma Unidade de Saúde Familiar.

"Cada um dos andares foi desenhado para a criação de uma Unidade de Saúde Familiar, cada uma com cinco equipas constituídas por um médico, um enfermeiro e um assistente técnico", explicou José Robalo, adiantando que o edifício está também preparado para crescer, se necessário, tendo capacidade para receber uma terceira Unidade de Saúde Familiar.

O novo Centro de Saúde de Sines, que dá resposta a perto de 15 mil utentes no concelho alentejano, está equipado com gabinetes de saúde oral, de fisioterapia, saúde pública e para a vacinação, além de espaços complementares e salas de espera.

Embora ainda não esteja em pleno, os serviços estão a ser disponibilizados faseadamente no novo edifício, estando já em funcionamento o serviço de consultas, análises, vacinação e a sala de tratamentos.

O antigo edifício, que já está fechado ao público, "não tinha as condições adequadas para receber os utentes", lembrou o presidente da ARS do Alentejo, reconhecendo a demora na conclusão do investimento, cujo contrato de consignação da empreitada foi assinado a 20 de outubro de 2014.

"Não conseguimos resolver o problema de uma forma muito breve, como gostaríamos. Tivemos que seguir todos os preceitos obrigatórios para garantir a qualidade e também a adequação dos equipamentos em relação àquilo que se pretende para aquele espaço", disse.

O atraso na conclusão da empreitada, segundo indicou o mesmo responsável, deveu-se à conclusão do "ramal elétrico" que abastece o edifício.

"Este acesso é muito complicado de se resolver, porque temos de ter um abastecimento próprio e, portanto, digamos que o atraso se deveu essencialmente à dificuldade que tivemos na concretização daquilo que é o ramal elétrico para o centro de saúde, que obriga a um trabalho de minúcia", justificou.

O Centro de Saúde de Sines está integrado na Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA), que abrange também os centros de saúde de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Odemira e o Hospital do Litoral Alentejano.

Dieta mantém equilíbrio e saúde
Com o aproximar do Verão as preocupações com as dietas e o exercício aumentam e a maioria das pessoas recorre a dietas rápidas...

Hélder Flor, terapeuta e especialista em Medicina Tradicional Chinesa(MTC), propõe alternativas e sugere alguns alimentos que podem ajudar, alertando, naturalmente, para que o regime seja seguido o ano inteiro.

“A maioria das dietas acaba por ser uma lista do que não comer e o efeito psicológico que isso tem é extremamente negativo para qualquer processo. É muito importante que se tenha em atenção que na MTC não prescrevemos uma fórmula única de emagrecimento porque trabalhamos sempre holisticamente e para cada caso. Apesar de o melhor momento para perder peso ser em setembro, podemos indicar alguns cuidados que vão ajudar, mas a perda de peso nunca deve ser o objetivo, mas sim um efeito colateral que surja naturalmente com a mudança de alguns hábitos”. Começa por explicar.

A dieta formulada pela MTC adequa a alimentação à constituição, atura do ano e à saúde da pessoa, mas há princípios de tonificação do baço (principal órgão responsável pela retenção e acumulação de gorduras) que podem ser seguidos por praticamente todas as pessoas, sem o recurso a fármacos e métodos invasivos, como indica o terapeuta das Clínicas Hélder Flor.

“Através da Medicina Tradicional Chinesa, mais especificamente da acupunctura em conjunto com a fitoterapia (utilização de plantas medicinais), os pacientes vão conseguir construir e conservar energia para que o organismo funcione de forma correta, e ao mesmo tempo combater os principais fatores que levam o nosso corpo a armazenar gorduras: níveis elevados de ansiedade e privação de sono”, comenta o especialista. A dieta, através de uma abordagem com a Medicina Tradicional Chinesa, vai tornar a perda de peso mais fácil, sem ser necessário recorrer a excessos. Quando o paciente consegue conservar mais energia, o desejo de comer compulsivamente irá, também, naturalmente diminuir.

Alguns conselhos para tornar a perda de peso mais fácil, de acordo com a MTC:

  • Comer alimentos ricos em Qi (energia) – frutas e vegetais frescos, alimentos integrais e naturais (sem corantes e conservantes) e carne biológica.
  • Evitar alimentos embalados
  • Comer devagar e em ambientes calmos
  • Criar horários para as suas refeições e seguir o plano – é importante tomar o pequeno-almoço bem cedo pois o melhor horário para a digestão é entre as 7h e 9h da manhã.
  • Nunca jantar depois das 20h, idealmente deve fazê-lo até às 19h e ter atenção ao que come à noite - é nesta altura começa todo o processo de limpeza do organismo, por parte do Fígado e Rim.
  • Praticar atividades saudáveis e relaxantes – Yoga, Tai Chi, passeios, jardinagem…
  • Fazer acupunctura – Alguns pontos vão ajudar a diminuir o desejo impulsivo de comer e o apetite. Além disso a acupuntura é muito utilizada para diminuir o efeito de retenção de líquidos, ajudando a prevenir e combater a celulite.

Alguns alimentos que pode consumir nesta altura do ano: mirtilos, ovos (de manhã) que sendo ricos em colina ajudam a bloquear a absorção de gordura, amêndoas (que comidas com moderação e ao longo da semana podem ajudar a controlar a perda de peso), chá verde, quinoa que concede saciedade e poucas calorias, bróculos (que concederão saciedade), feijão-preto, branco e grão que saciam e fornecem proteínas boas para os músculos, chocolate preto (mais de 75% de cacau), iogurtes biológicos e de boa origem, mas que devem ser consumidos de forma moderada. Os alimentos provenientes do leite estão relacionados com o processo de fermentação, sendo por isso ótimos para manter a flora intestinal equilibrada e em plenas funções nas últimas etapas (e nas mais importantes) da digestão.

Como alternativa aos lacticínios, o Kéfir é um probiótico que, quando fermentado (com a ajuda de leite de vaca, cabra ou soja - de excelente origem), tem os mesmos efeitos do iogurte, leite ou queijo, sendo apropriado a pessoas que são intolerantes à lactose.

INEM
O Instituto Nacional de Emergência Médica vai ter a sua frota de viaturas médicas de emergência e reanimação totalmente...

As viaturas médicas de emergência e reanimação (VMER) são veículos de intervenção pré-hospitalar, sedeados nos hospitais e destinados ao transporte rápido de uma equipa médica ao local onde se encontra o doente, que recebe acompanhamento médico durante o transporte.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, estima que, até ao final do ano, todas as 44 VMER do país estejam renovadas e recordou que, desde 2008, não ocorria uma renovação das viaturas.

“Atingimos o objetivo extraordinário que é o de ter as 44 novas VMER do país totalmente renovadas”, disse o ministro no final da cerimónia de assinatura dos protocolos entre o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e as unidades de saúde para gestão e operação conjunta de 24 viaturas.

No final do ano passado, o INEM substituiu as primeiras 20 viaturas e as restantes 24 renovadas devem estar operacionais até final do ano.

Um novo modelo de aquisição das VMER, aprovado em abril deste ano, determina que passam a ser as unidades de saúde a realizar diretamente a aquisição das viaturas, cabendo depois ao INEM subsidiar a compra e coordenar toda a atividade de gestão e operação conjunta da VMER.

Assim, a propriedade das VMER passa a ser dos hospitais, que devem assegurar a sua manutenção, incluindo a contratação de seguros e estado de operacionalidade permanente.

O presidente do INEM, Luís Meira, destacou hoje o esforço do instituto para manter elevados índices de operacionalidade das viaturas. No primeiro trimestre deste ano, o nível de inoperacionalidade por falta de tripulação foi inferior a 1%.

O ministro da Saúde tinha prometido já uma reestruturação da lei orgânica do INEM, tendo afirmado hoje que dentro de um ou dois meses estará pronto o trabalho para “melhorar e agilizar o funcionamento do instituto”.

Quanto à delegação do Algarve do INEM, entretanto reaberta, Campos Fernandes reconheceu que falta apenas encontrar um delegado regional, processo que espera estar concluído ainda no verão.

No Porto
Uma auditoria da Inspeção Geral de Finanças ao circuito do medicamento no Centro Hospitalar de São João, do Porto, concluiu que...

Segundo o relatório, “o sistema de informação que suporta o circuito do medicamento (aquisição, armazenamento, prescrição, administração e contabilização) assenta num conjunto de aplicações e sistemas informáticos não totalmente integrados”, referindo também que foram detetadas “debilidades no Sistema de Gestão Integrada do Circuito do Medicamento (SGICM) de diversa ordem”.

Entre essas “debilidades” constam “a forte dependência do Centro Hospitalar de São João (CHSJ) relativamente ao fornecedor do sistema, deficiências do interface com outros sistemas do circuito, que podem originar erros na valorização dos ‘stocks’, dificuldade de desmaterialização da receita manual para alguns tipos de medicamentos (estupefacientes e psicotrópicos), inadequada qualidade e fiabilidade da informação residente no SGICM “.

No documento, Inspeção Geral de Finanças (IGF) chama a atenção para a não existência de “uma base de dados única com a prescrição de medicamentos, constatando-se a existência de três sistemas de prescrição de medicamentos e de atos de enfermagem (SGICM-P, JOne e ALERT), dos quais apenas o primeiro permite a validação da prescrição de medicamentos pelo farmacêutico”.

Na auditoria verificou-se também, entre outras conclusões, que existem “insuficiências no Sistema de Contabilidade (SICC) que comprometem a integridade e a fiabilidade da informação, devido à falta de integração bidirecional automática de informação com o SGICM, e inviabilizam o adequado controlo do cumprimento da Lei dos Compromissos e dos Pagamentos em Atraso, devido a deficiências na numeração dos compromissos”.

A IGF recomenda ao Conselho de Administração do CHSJ que avalie “de forma regular e sistemática” o consumo de produtos farmacêuticos e que melhore o sistema de informação do circuito do medicamento, para que o registo de consumo seja imputado por doente e se verifique a rastreabilidade da prescrição e administração dos medicamentos, bem como, a integração dos processos de aprovisionamento com o sistema contabilístico.

“Promover o desenvolvimento de mecanismos que permitam proceder ao apuramento e imputação direta ao doente por prescritor, para que seja possível emitir fatura/recibo com a discriminação dos custos incorridos nos atos médicos prestados” e “Definir procedimentos que assegurem que as decisões de investimento em equipamento e em soluções aplicacionais sejam precedidas de uma análise custo-benefício”, são outras recomendações.

O relatório, que hoje foi homologado pelo secretário de Estado do Orçamento, recomenda ainda a elaboração anual de um plano de aprovisionamento que contemple a integração do plano de compras e de gestão de ‘stocks’, a promoção da prescrição eletrónica de medicamentos e atos de enfermagem e a promoção de uma auditoria à qualidade dos dados residentes nos sistemas de informação, especialmente ao SGICM.

A auditoria abrangeu o período de janeiro de 2012 a dezembro de 2014 e foi realizada com a finalidade de confirmar se o circuito do medicamento implementado no Centro Hospitalar de São João (CHSJ) era eficaz.

A Lusa pediu esclarecimentos ao Centro Hospitalar São João, mas até ao momento não obteve resposta.

Governo assegura
O ministro da Saúde assegurou hoje que não haverá rutura de médicos nos hospitais pela imposição de um corte de 35% nos gastos...

Adalberto Campos Fernandes comentava aos jornalistas o diploma da execução orçamental publicado em Diário da República na segunda-feira e que determina que os hospitais têm de cortar pelo menos 35% nos gastos com a contratação de médicos tarefeiros, externos ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“O que foi dito foi que os hospitais têm de fazer um esforço para reduzir o que são muitas vezes os preços exorbitantes a que estão a pagar o trabalho à hora de médicos que não estão no quadro do SNS”, afirmou.

Segundo o ministro, as Administrações Regionais de Saúde (ARS) e o Governo vão fazer o acompanhamento dos hospitais que possam ter problemas transitórios com esta medida.

“Não seremos insensíveis a situações de transição, porque estas questões não se resolvem com o estalar dos dedos. Haverá no país oito a 10 hospitais com maiores dificuldades. O Governo e as ARS irão apoiar os hospitais para que não haja nenhum tipo de rutura nem nenhuma descontinuidade. Será feito o que tiver de ser feito para que não haja nenhum tipo de rutura”, declarou aos jornalistas, à margem de uma cerimónia de assinatura de protocolos que decorreu em Lisboa.

Campos Fernandes lembrou que os próprios sindicatos médicos têm “chamado a atenção para o desequilíbrio” do que é pago aos médicos externos ao SNS”, vincando a necessidade de “introduzir alguma racionalidade no trabalho à peça”.

“Atingiram-se valores que são muitas vezes desproporcionados”, acrescentou.

No ano passado, a despesa com os médicos tarefeiros rondou os 100 milhões de euros, sendo ainda superior à de 2015.

Adalberto Campos Fernandes recordou que, ao mesmo tempo, os médicos que trabalham no SNS passam a ter reposto 75% do pagamento do trabalho extraordinário e que até fim do ano passarão a receber os 100%, depois de verem as horas extras reduzidas a 50% desde 2009.

Segundo o ministro, são os médicos do SNS que o Governo quer “acarinhar, trazer para o sistema e ter a trabalhar nos serviços de urgência”.

Em breve, disse o governante, serão lançados os concursos deste ano que visam integrar no SNS mais 1.200 médicos, entre profissionais de medicina geral e familiar e de especialidades hospitalares.

Ainda sobre o corte de 35% no que é pago aos médicos tarefeiros, Campos Fernandes afirmou o que os sindicatos médicos têm lembrado: “Que não seja um SNS de avençados, que derrete dinheiro para fora para contratos que são muitas vezes leoninos e que estão a prejudicar os médicos de carreira e que trabalham nos hospitais com o seu horário normal de trabalho”.

Processo "O negativo"
Três médicos foram hoje constituídos arguidos por fraudes no Serviço Nacional de Saúde, no processo "O negativo",...

A PJ refere que estão a ser investigados factos relacionados com a obtenção, por meios ilícitos, de uma posição de domínio no fornecimento ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) de produtos hemoderivados e plasma humano inativado.

Em causa estão a eventual prática de crimes de corrupção passiva e ativa, recebimento indevido de vantagem e branqueamento.

Os três médicos pertencem à especialidade de imunohemoterapia e tinham responsabilidades nos concursos em investigação.

A Polícia Judiciária (PJ) adianta, em comunicado, que participaram nas diligências 50 elementos daquela polícia, três juízes de instrução e três procuradores do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).

No âmbito da investigação "O negativo", a PJ indica que já constituiu mais cinco arguidos, efetuou duas detenções e realizou 27 buscas e outras diligências de prova, algumas das quais na Suíça e Alemanha.

Em 15 dezembro de 2016, o então administrador da Octapharma Paulo Lalanda e Castro foi detido na Alemanha, na sede da farmacêutica, através de um mandado de detenção europeu, mas foi posteriormente libertado pelas autoridades germãnicas, tendo, mais tarde, na qualidade de arguido sido ouvido em Portugal por um juiz de instrução criminal, por suspeitas de corrupção ativa e branqueamento de capitais.

Lalanda e Castro é também arguido nos processos “Operação Marquês” (que investiga o ex-primeiro-ministro José Sócrates) e no caso “Vistos Gold”.

Na operação "O negativo", o DCIAP investiga suspeitas de que Lalanda e Castro e o ex-presidente do INEM Cunha Ribeiro (também arguido) tenham acordado beneficiar a Octapharma utilizando para o efeito as funções e influência de cada um.

Lalanda e Castro demitiu-se da presidência da Octapharma quando rebentou o escândalo do negócio do plasma. Cunha Ribeiro foi detido a 13 de dezembro, e, juntamente com ele, estarão indiciados dois advogados e uma dirigente da Associação Portuguesa de Hemofilia.

Os factos remontam a 1999, quando a farmacêutica suíça Octapharma assegurou o concurso de venda de plasma inativado (uma componente do sangue) aos hospitais do Serviço Nacional de Saúde. Cunha Ribeiro era então presidente do júri do concurso e a farmacêutica assegurou um negócio que envolvia 137 milhões de euros, segundo números divulgados na altura pela imprensa.

Relatório Europeu Sobre Drogas
O mercado das drogas ilícitas na União Europeia vale cerca de 24 mil milhões de euros por ano, mais do que as vendas mundiais...

"De acordo com uma estimativa conservadora, o mercado retalhista de drogas ilícitas na União Europeia valia 24 mil milhões de euros em 2013 (margem provável de 21 mil milhões de euros a 31 mil milhões de euros)", refere o documento.

Num ano, neste caso em 2016, as vendas de música em todo o mundo atingiram os 15,7 mil milhões de dólares (cerca de 14,5 mil milhões de euros).

Na última década, o mercado de droga na União Europeia (UE) assistiu a um desenvolvimento de mercados 'online', com a emergência de tecnologias ligadas à internet, que coexistem em paralelo com o mercado físico de drogas.

Vendedores ‘online’ usam a internet comum - 'de superfície' - para venda de químicos ainda não controlados, de novas substâncias psicoativas ou de medicamentos falsificados ou contrafeitos.

Há ainda vendedores que trabalham na internet oculta, através de mercados privados e apoiados por tecnologia que esconde as identidades do comprador e do vendedor.

"Estes mercados partilham características com mercados em linha legítimos, como o eBay e a Amazon, permitindo aos utilizadores pesquisar e comparar produtos e vendedores. São utilizadas várias estratégias para ocultar as transações e a localização física dos servidores", indica o relatório do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência.

A Europa regista todos os anos mais de um milhão de apreensões de drogas ilícitas, tanto a consumidores como a traficantes e produtores.

A ‘cannabis’ é a droga com maior número de apreensões, correspondendo a 70% do total. Segue-se a cocaína, depois as anfetaminas, a heroína e o ‘ecstasy’.

Em 2015, Espanha, França e Reino Unido foram responsáveis por mais de 60% das apreensões feitas na UE.

Só a cocaína representa um valor mínimo de 5,7 mil milhões de euros no mercado de retalho na UE e, em 2015, foram comunicadas mais de 87 mil apreensões desta droga.

Portugal, Bélgica, Espanha, França e Itália representam 78% da estimativa de 69,5 toneladas apreendidas.

"Embora Espanha (22 toneladas) continue a ser o país que apreende mais cocaína, a Bélgica (17 toneladas) e a França (11 toneladas) apreenderam quantidades muito grandes em 2015, e foram comunicados aumentos consideráveis nos volumes apreendidos na Bélgica, na Alemanha e em Portugal, em comparação com o ano anterior", indica o relatório.

Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência
Mais de um quarto da população da União Europeia com idades entre os dos 15 e os 64 anos experimentou drogas ilícitas durante a...

De acordo com o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência, mais de 93 milhões de pessoas na União Europeia já tinham experimentado drogas ilícitas, sendo a iniciativa mais frequente nos homens do que nas mulheres.

Segundo o relatório anual, hoje divulgado, os valores do último ano revelam que o consumo atinge principalmente a população adulta jovem, estimando-se que, só entre os 15 e os 34 anos, tenham consumido drogas 18,7 milhões de pessoas nos últimos 12 meses.

De toda a população adulta, dos 15 aos 64 anos, que no último ano admite o consumo de drogas, 23,5 milhões de pessoas tinham consumido ‘cannabis’, 3,5 milhões cocaína, 2,7 milhões ‘ectsasy’, 1,8 milhões anfetaminas e 1,3 milhões consumiram opiáceos.

As drogas estimulantes ilícitas (como cocaína e ‘ecstasy’) continuam a ser associadas a padrões de consumo diversos, mas todos os tipos possuem níveis de pureza mais elevados do que os referidos há uma década.

"Este setor das drogas ilícitas cresceu em complexidade, com a disponibilidade imediata de novos estimulantes", assinala o relatório.

O consumo de cocaína é mais elevado nos países ocidentais e do sul da Europa, enquanto o consumo de anfetaminas é mais evidente nos países do norte e do leste europeu.

Através de análises às águas residuais e dos dados das apreensões de droga, as autoridades julgam que a disponibilidade de cocaína possa estar novamente a aumentar nalgumas partes da Europa.

Quanto às drogas injetáveis, o consumo continua a registar uma diminuição, mas sem deixar de ser um "desafio para as políticas em matéria de saúde pública".

Diminuiu igualmente o número de infeções por VIH/sida atribuído ao consumo de drogas injetáveis, sendo que em 2016 foram comunicadas 1.233 infeções, que "é o menor número em mais de duas décadas".

O Observatório Europeu reconhece que está a suscitar uma "preocupação considerável" o aparecimento de opiáceos sintéticos muito potentes, que apresentam "riscos graves para a saúde pública".

União Europeia
Cerca de 80 mil apreensões de novas substâncias psicoativas foram notificadas na União Europeia em 2015, o que significa que o...

Na globalidade, as novas drogas ou substâncias psicoativas continuam a ser vistas como “um desafio considerável para a saúde pública”, apesar de estarem a surgir novas substâncias a um ritmo mais lento do que nos anos anteriores.

Estas substâncias, que não são abrangidas pelo controlo internacional de drogas, incluem uma vasta gama de substâncias sintéticas.

Em 2016, foram detetadas 66 novas substâncias psicoativas na União Europeia, quando em 2015 tinham sido identificadas 98. Ao todo, 620 substâncias eram monitorizadas pelo Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência.

Quanto às apreensões, foi efetuado um número recorde em 2015 de cerca de 80 mil apreensões destas novas drogas, quando em 2012 esse número ia pouco além das 30 mil apreensões.

A alteração do estatuto legal destas substâncias e o conhecimento da sua existência são alguns dos fatores que têm feito aumentar o número das apreensões.

Apesar de o ritmo da introdução de novas drogas estar a abrandar, há indícios de que a sua oferta e consumo possam estar a aumentar entre os consumidores mais crónicos e marginalizados.

“A utilização problemática de novas substâncias psicoativas está a tornar-se mais evidente em certos contextos e entre algumas populações vulneráveis. Por exemplo, o consumo de catinona injetável entre consumidores antigos e atuais de opiáceos tem sido associado a níveis mais elevados de problemas de saúde física e mental”, refere o relatório que hoje é divulgado.

Na maioria dos casos, estas novas substâncias são comercializadas como substitutos “legais” de drogas ilícitas. São geralmente produzidas a granel por empresas químicas e farmacêuticas da China, de onde são expedidas para a Europa, sendo transformadas em produtos, embaladas e vendidas.

Há também casos em que as substâncias têm origem em medicamentos que são depois desviados da cadeia legítima ou produzidos ilegalmente.

Segundo o Observatório, os dados disponíveis sugerem ainda um aumento de produção das novas substâncias psicoativas em laboratórios clandestinos na Europa.

Em Portugal existe, há quatro anos, legislação que proíbe estas novas substâncias, o que teve como consequência o encerramento das lojas conhecidas como ‘smartshops’.

Apesar disso, mesmo nos países em que há legislação, as novas drogas continuam a ser vendidas ilegalmente nas ruas e também na internet.

Relatório revela
Mais de 700 pessoas por mês morreram por 'overdose' na Europa em 2015, número que tem crescido nos últimos três anos,...

O documento do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência destaca a “preocupação com o número crescente de mortes por ‘overdose’ pelo terceiro ano consecutivo” e refere estimar-se que, em 2015, tenham morrido 8.440 pessoas dessa forma nos países da União Europeia, na Noruega e na Turquia.

Trata-se de um aumento de 6% em relação às estimativas de 7.950 mortes nos 30 países em 2014.

As mortes por ‘overdose’ estão sobretudo relacionadas com consumos problemáticos de heroína e outros opiáceos, sendo que os 1,3 milhões de consumidores problemáticos de opiáceos da Europa estão entre os mais vulneráveis.

Tal como nos anos anteriores, o Reino Unido (31%) e a Alemanha (15%) foram, conjuntamente, responsáveis por cerca de metade do total europeu das mortes por ‘overdose’, com 2.500 e 1.185 casos, respetivamente.

Aquelas percentagens estão relacionadas com a dimensão das populações de risco naqueles países, mas também ligadas ao facto de alguns Estados omitirem dados.

Em Portugal registaram-se 40 mortes por ‘overdose’ em 2015, o segundo ano em que se deu um aumento consecutivo deste tipo de mortalidade, segundo dados de um relatório nacional já apresentado em fevereiro deste ano.

O Observatório Europeu estima que haja na Europa 1,3 milhões de consumidores de opiáceos de alto risco, ou seja 0,4% da população jovem e adulta entre os 15 e os 64 anos.

Cinco países representam três quartos (76%) do total estimado de consumidores de opiáceos de alto risco na União Europeia: Alemanha, Espanha, França, Itália e Reino Unido.

Quanto às intervenções para prevenir ‘overdoses’ na Europa, há salas de consumo assistido em seis países da União Europeia e instalações também na Noruega. Portugal discute neste momento a criação destas chamadas “salas de chuto”.

Agência Nacional Erasmus + Educação e Formação
Agência Nacional que gere o programa Erasmus + considera que a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra apresentou, no período...

A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) é exemplo de boa prática a nível nacional no que toca à execução de projetos de mobilidade individual para fins de aprendizagem suportados pela União Europeia.

Quem o diz é a Agência Nacional Erasmus + Educação e Formação (ANE+EF), tendo por base a avaliação feita aos projetos de mobilidade da ESEnfC no período compreendido entre junho de 2015 e setembro de 2016, em que tiveram experiências de trabalho noutras instituições europeias 89 estudantes, 35 docentes e 5 não docentes.

A ANE+EF nota que “o projeto [da ESEnfC] apresenta uma excelente execução a nível do financiamento e das mobilidades promovidas2 – 118 executadas com financiamento comunitário e 11 a expensas da instituição –, o que resulta numa “gestão bastante positiva”.

O relatório final do projeto da ESEnfC foi aprovado com uma classificação de 90 (em 100 pontos), assinalando a ANE+EF que o programa “está claramente ao serviço da estratégia de modernização e internacionalização da instituição de ensino superior, a qual regista uma progressão quantitativa e qualitativa assinaláveis, investindo diversificados recursos humanos e financeiros (cofinanciamento correspondente a 5% da subvenção concedida), bem como uma atuação consequente e profícua no acompanhamento das atividades”.

“Existe consequência na seleção dos participantes”, “é excelente a indicação de recurso aos testemunhos de anteriores participantes” e “são muito positivas as soluções complementares de preparação linguística garantidas pela instituição, para públicos in e out”, são outros elogios feitos ao desempenho da ESEnfC neste domínio.

A ANE+EF conclui que existe uma “equipa sólida e transversal, responsável pela implementação e gestão do programa, confirmando-se abordagem verdadeiramente institucional e um desempenho assinalável pelos excelentes índices de execução/resultados obtidos”.

Para Fernando Amaral, coordenador do Gabinete de Relações Nacionais e Internacionais (GRNI) da ESEnfC, “esta avaliação está em linha com o esforço que a Escola tem desenvolvido para incentivar a mobilidade internacional dos seus estudantes e com a estratégia que a equipa do GRNI tem desenvolvido no sentido de divulgar e promover as vantagens da internacionalização”.

O professor da ESEnfC responsável pelas Relações Internacionais, que esteve no início deste mês a apresentar a experiência de “boa prática” da Escola na gestão de projetos de mobilidade – numa reunião de monitorização geral organizada em Lisboa pela ANE+EF –, ressalta “a forma como a equipa do GRNI funciona, a relação que estabelece com os estudantes, o modo como se divulgam as atividades Erasmus, nomeadamente na semana internacional, e ainda a garantia de creditação da formação desenvolvida no exterior”. 

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