Estudo
Investigadores criaram, no Reino Unido, uma mão artificial com uma câmara incorporada que, ao registar a imagem de um objeto,...

A mão biónica, desenvolvida por uma equipa coordenada por engenheiros biomédicos da universidade britânica de Newcastle, está equipada com uma câmara ligada a um computador que tira uma fotografia do objeto à sua frente, avalia a sua forma e o seu tamanho e desencadeia uma série de movimentos.

Ao contrário de outras próteses, que são manobradas a partir do olhar do utilizador para o objeto que quer movimentar, a nova mão biónica 'vê' e reage com movimentos, refere a universidade em comunicado, acrescentando que a câmara capta a imagem do objeto e envia um sinal à mão em milésimos de segundos.

A nova tecnologia, que funciona de forma mais rápida do que outras próteses, foi testada num pequeno número de amputados.

As mãos biónicas atuais são controladas por sinais mioelétricos (a atividade elétrica dos músculos que é registada a partir da superfície da pele do coto).

Segundo um dos coautores do estudo, Kianoush Nazarpour, da Universidade de Newcastle, o uso deste tipo de próteses exige prática, concentração e tempo.

Agrupando objetos por tamanho, forma e orientação, o grupo de cientistas programou a mão artificial para executar quatro diferentes maneiras de agarrar os objetos, desde o agarrar num copo ou num comando de televisão até ao pegar num pitada de sal.

O trabalho, cujos resultados foram publicados na revista Journal of Neural Engineering, é parte de um projeto de investigação mais amplo para criar uma mão biónica que possa sentir a pressão e a temperatura e transmitir informações de volta para o cérebro.

A ideia é desenvolver dispositivos eletrónicos que se liguem às redes neuronais do antebraço para permitir comunicações bidirecionais com o cérebro. Estes dispositivos poderiam ser aplicados às mãos artificiais já existentes, sem custos adicionais com novas próteses.

Teledermatologia
A Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo apelou hoje para a criação, em cada Unidade de Saúde Familiar, de equipas...

O repto foi lançado pelo secretário-geral da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC), Osvaldo Correia, que diz que o equipamento necessário para estes médicos e enfermeiros pagar-se-ia ao evitar três cirurgias desnecessárias que hoje se fazem.

"É esta a proposta da APCC: em cada três doentes operados desnecessariamente paga-se o equipamento", afirmou Osvaldo Correia, olhando depois para o secretário de Estado da Saúde, Fernando Araújo, que assistia à apresentação, em Lisboa, dos últimos dados sobre cancro de pele em Portugal e da campanha do Dia dos Cancros da Pele (Dia do Euromelanoma), que se assinala dia 17.

Depois de ouvir o responsável da APCC, Fernando Araújo lembrou que o Governo tem feito um esforço a este nível colocando câmaras para os médicos de medicina geral e familiar poderem utilizar nestes casos e reconheceu que, em conjunto, talvez este trabalho possa ser acelerado.

"Duplicámos as consultas de dermatologia no ano passado, precisamos de insistir na formação de mais dermatologistas e ao nível dos cuidados primários estão a ser instaladas mais câmaras e os médicos hoje estão mais abertos. Em conjunto, poderemos acelerar este processo, para termos respostas em tempo oportuno", afirmou Fernando Araújo.

Na apresentação dos números mais recentes do cancro de pele em Portugal, Osvaldo Correia lembrou que no último rastreio nacional foram vistas mais de 1.700 pessoas em mais de 40 serviços de dermatologia e em 21% dos casos as pessoas tinham antecedentes de queimaduras solares.

O responsável sublinhou a importância da literacia nesta matéria, frisando que nem sempre a população reconhece os sinais, e exemplificou: "além dos sinais, em alguns casos as pessoas identificaram o risco de cancro de pele mais com o calor do que com o nível de raios UV".

"O sol é igual em todo o lado, seja na praia ou no campo, e é preciso lembrar que mesmo com sombra, a areia reflete os raios solares, a água também. A melhor proteção é juntar a roupa, o chapéu e o protetor solar, mas este tem de ter alguma espessura para conferir proteção", afirmou.

Osvaldo Correia recordou os números do último Registo Oncológico Nacional (2010) para lembrar que os casos entre os 20 e os 40 anos são mais frequentes do que era desejável.

Revelou ainda alguns dados do rastreio feito na ilha de S. Jorge, nos Açores, onde segundo a APCC a taxa de incidência de cancros de pele é “das mais elevadas do país”. Naquela ilha foram vistas 350 pessoas, 50 submetidas a cirurgia e 100 a criocirurgia.

Meia centena de serviços de dermatologia vão participar, no dia 17, no rastreio gratuito que decorre no âmbito do Dia dos Cancros da Pele e que no ano passado examinou mais de 1.700 pessoas. Destas, em 300 foram detetados sinais irregulares, 126 tinham queratoses actínicas (percursor do carcinoma espinocelular), 14 suspeitas de melanomas e 82 carcinomas.

Osvaldo Correia insistiu na importância do autoexame, dos rastreios e do reforço da proteção, seja com chapéus e roupa seja com protetor solar, frisando que o facto de se colocar protetor solar não confere permissão para estar mais tempo ao sol.

Estima-se que surjam este ano mais 12.000 novos casos de cancro de pele, 1.000 dos quais casos de melanoma.

Especialista
O presidente da Associação Portuguesa do Cancro Cutâneo, alertou hoje que o excesso de prescrição de suplementos de vitamina D...

“A suplementação de vitamina D tem uma explicação económica. Num país como o nosso, com sol, não faz sentido. Basta uma exposição de 15 minutos, fora do horário vermelho, para a pele produzir a vitamina D necessária. E no consultório não vejo ninguém raquítico”, afirmou António Picoto.

O especialista em dermatologia falava na conferência de imprensa de apresentação dos últimos dados sobre cancro de pele e da campanha deste ano para o Dia dos Cancros da Pele (Dia do Euromelanoma), em resposta a propósito da investigação que está a ser feita pelas autoridades sobre o aumento do consumo e das despesas com este suplemento vitamínico.

Por causa dos gastos com os suplementos de vitamina D, que dispararam nos últimos anos, o Infarmed, a Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Instituto Ricardo Jorge (INSA) já anunciaram uma avaliação "firme e rigorosa" do diagnóstico e tratamento deste défice vitamínico.

O especialista da Associação Portuguesa do Cancro Cutâneo lembrou ainda que é um engano pensar-se que os solários fornecem vitamina D, uma vez que as lâmpadas usadas são de raios ultravioleta A (UVA) e para a produção de vitamina D são necessários os UVB.

O especialista considera importante perceber-se qual a origem dos défices que têm sido detetados nos portugueses, lembrando que foram identificados inclusive valores diferentes consoante os laboratórios.

Dados recolhidos pelo Infarmed mostram uma duplicação dos encargos entre 2015 e 2016, valor que quintuplicou em dois anos, passando de 1,1 milhões de euros para 5,7 milhões, incluindo medicamentos com e sem comparticipação.

O financiamento no Serviço Nacional de Saúde (SNS) aumentou num ano de 779 mil euros para 2,1 milhões.

Para o Infarmed, "estes valores, só por si, não permitem concluir que há um sobretratamento do défice de Vitamina D", mas "a discrepância de valores nos resultados publicados em dois estudos diferentes justifica uma avaliação profunda e esclarecedora nesta área".

Segundo a autoridade do medicamento, esta investigação está a ser efetuada em diversas vertentes, desde logo relativamente às metodologias utilizadas na determinação dos níveis sanguíneos de vitamina D, à racionalidade clínica na prescrição de medicamentos com vitamina D e às práticas promocionais daqueles medicamentos por parte das empresas farmacêuticas.

Criada no Porto
Uma aplicação móvel que permite aos idosos realizar uma autoavaliação da sua mobilidade, forma física e alimentação, foi...

Esta ferramenta, denominada 'Frail Survey' (Inquérito de Fragilidade), permite ainda à população idosa verificar outros fatores como a visão, a audição e os aspetos cognitivos e psicossociais, medindo assim a sua fragilidade (que pode ser robusta, pré-frágil ou frágil), indicou o gestor do projeto, Elísio Costa.

Em declarações, explicou que a medição da fragilidade é "bastante útil", visto que a sua progressão pode ser "minimizada ou retardada" com alteração de estilos de vida, nomeadamente com a adoção de bons hábitos alimentares, prática de exercício físico, manutenção de atividade intelectual e sustentação das redes sociais, entre outras.

Nesta aplicação, gratuita e disponível para 'download' a partir do dia 09 de maio, é o próprio idoso quem introduz os dados, podendo, no entanto, ser utilizada por um familiar ou um cuidador para avaliar a condição de fragilidade dos indivíduos em causa.

De acordo com o gestor do projeto, os Censos de 2011 mostram que a população idosa portuguesa aumentou 19% na última década, o que faz "despertar uma atenção emergente" para se perceber, explicar e intervir no processo de envelhecimento.

"Sabe-se que o curso normal do envelhecimento está associado a um declínio gradual das capacidades funcionais, sendo as pessoas idosas que estão em alto risco de declínio descritas como frágeis", referiu.

Embora a fragilidade seja explicada por múltiplos modelos, "é consensual que fatores fisiológicos e psicossociais estão na sua base", referiu o responsável, acrescentando que estudos internacionais demonstram que esta condição é caracterizada por uma maior vulnerabilidade, conduzindo à incapacidade, à institucionalização, à hospitalização e à morte.

Segundo Elísio Costa, esta é a primeira aplicação em língua portuguesa para avaliação da fragilidade dos idosos pelos próprios, existindo no mercado uma solução semelhante, orientada para profissionais de saúde, que não está disponível em português.

O desenvolvimento desta tecnologia surgiu no seguimento do 2016 'Pilot Twinning Support Scheme of the European Innovation Partnership on Active and Healthy Ageing', que financia a cooperação entre Sítios de Referência Europeus, de forma a estes partilharem boas práticas e incrementarem-nas em outras regiões a nível europeu.

Este projeto permitiu a adaptação de uma prática desenvolvida pelo Reference Site DEP - Lazio Regional Health Service de Roma (Itália), na qual os idosos com mais de 80 anos são monitorizados, tendo como ponto de partida a avaliação da fragilidade através de um questionário 'online'.

Esta tecnologia vai ser apresentada durante o primeiro 'Open Day' do Porto4Ageing, no dia 09 de maio, evento que vai decorrer no complexo do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar e da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (ICBAS/FFUP), contando com a participação de diversos parceiros.

Esta iniciativa, indicou Elísio Costa, visa colocar as instituições que constituem o consórcio a pensar em conjunto sobre soluções e produtos que possam promover a qualidade de vida e um envelhecimento ativo e saudável na região.

Centro Europeu de Controlo de Doenças
Pelo menos 25 pessoas morreram de sarampo na Europa no atual surto da doença, com a esmagadora maioria das vítimas a registar...

O balanço mais recente feito pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças reporta a casos contabilizados até 21 de abril, havendo pelo menos 15 países europeus com notificações de sarampo.

A Roménia, onde se pensa que terá começado o atual surto na Europa, contabiliza 4.881 casos de sarampo de janeiro de 2016 até meados de abril deste ano, sendo que 23 casos foram mortais.

Portugal registou um caso mortal de sarampo, numa jovem de 17 anos que não estava vacinada, e a Bulgária teve também uma morte num bebé de 10 meses não imunizado, segundo o relatório do Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa).

A vacina é a melhor forma de prevenir o sarampo, que é uma doença altamente contagiosa. Em Portugal é gratuita e deve ser dada aos 12 meses e aos cinco anos.

Quanto ao número total de casos, Portugal tem até ao momento 25 situações de sarampo confirmadas, segundo o mais recente balanço da Direção-Geral da Saúde (DGS).

A Itália registou mais de 1.700 casos, a Alemanha 462, França 134 casos, Espanha com 44 e a Bélgica tem mais de 160 infeções confirmadas.

Doença afeta 400 mil portugueses
Um grupo de doentes com problemas cardíacos criou a nível nacional a Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca...

“A Insuficiência Cardíaca tem uma elevada morbilidade e mortalidade e é um problema de saúde incapacitante quando não é controlado. Uma vez que existe ainda um grande desconhecimento da população e, acima de tudo, uma clara desvalorização deste problema de saúde, consideramos que através de uma associação de doentes conseguiremos promover o conhecimento da doença, assim como partilhar experiências e informação relevante”, explica o Comandante Vicente de Moura, presidente da Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca (AADIC).

“A Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca tem essa finalidade. Queremos ajudar os doentes e as suas famílias a lidar da melhor forma com esta e outras doenças do foro cardíaco, proporcionando informação pertinente que lhes ajude a obter uma melhor qualidade de vida”, acrescenta ainda o presidente da AADIC.

Em Portugal, a insuficiência cardíaca afeta mais de 4% da população, ou seja, cerca de 400 mil pessoas, sendo uma síndrome com elevada morbilidade e mortalidade. Estima-se que a sua prevalência possa aumentar entre 50 a 70% até 2030, sendo, por isso, crucial valorizar esta patologia que, na Europa, é já a principal causa de internamento hospitalar após os 65 anos de idade.

A Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca pode ser acompanhada através da página de Facebook: www.facebook.com/aadicardiaca. Os interessados poderão tornar-se sócios ou fazer parte das ações da Associação através do seguinte endereço electrónico [email protected].

Ensaio clínico
A reanálise dos dados do ensaio clínico CARE-MS II, um estudo de fase 3, demonstrou que o Alemtuzumab pode diminuir o grau de...

Nesta avaliação publicada sob o título “Alemtuzumab melhora a incapacidade pré-existente em doentes com EMSR ativa” o objetivo dos investigadores consistiu em caracterizar os efeitos do tratamento com Alemtuzumab nas avaliações de melhoria de incapacidade em doentes com EMSR cuja resposta a outros tratamentos tinha sido inadequada (presença de pelo menos um surto no ano anterior). O Alemtuzumab é um anticorpo monoclonal humanizado (anti-CD52) capaz de reprogramar a resposta imune dos linfócitos B e T em doentes com EMSR.

Consideram os autores que o principal objetivo do tratamento da esclerose múltipla (EM) é a diminuição da progressão da incapacidade dos doentes, resultado normalmente medido pelo “ atraso do agravamento confirmado da incapacidade “ (CDW, confirmed disability worsening). No entanto, começam a aparecer novos objectivos terapêuticos como a redução da atrofia cerebral ou a “melhoria confirmada da incapacidade” (CDI, confirmed disability improvement), um padrão de eficácia terapêutica mais exigente do que o da diminuição da acumulação de incapacidade.

Os investigadores concluíram que os doentes tratados com Alemtuzumab apresentaram maior probabilidade de melhorar a sua classificação na EDSS (escala vulgarmente utilizada para medir a incapacidade física na EM) em comparação com os doentes tratados com Interferão beta-1a SC. Uma proporção significativamente mais elevada destes doentes apresentou uma melhoria confirmada da incapacidade aos 6 meses. Além disso, a probabilidade de melhoria – numa escala mais sensível que inclui também medidas de funções cognitivas e de destreza manual e deambulação a Escala Multiple Sclerosis Functional Composite (MSFC) foi também mais elevada nos doentes tratados com Alemtuzumab. Estes doentes apresentaram ainda melhoria em relação à situação basal nas classificações da Escala de Acuidade Visual de Letras com Baixo Contraste de Sloan (SLCLA) relativamente aos doentes tratados com Interferão beta-1a SC.

Os resultados do CARE-MS II demonstraram que os doentes com EMSR com resposta inadequada a TMD anteriores apresentaram melhorias significativas em vários parâmetros de incapacidade quando tratados com o Alemtuzumab, por oposição ao tratamento com Interferão beta-1a SC.

“Os resultados aqui apresentados veem não só vêm confirmar a capacidade do Alemtuzumab de abrandar a acumulação da incapacidade, como também demonstrar um benefício superior ao melhorar a incapacidade pré-existente em doentes com EMSR com resposta inadequada a TMD anteriores”, concluíram os investigadores. “Estes dados vêm somar-se às evidências que apoiam um perfil de benefício-risco favorável do Alemtuzumab no tratamento da EMSR.”

A ideia é também corroborada pelo Professor Luís Cunha, diretor do Serviço de Neurologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), que afirma que “o Alemtuzumab já foi administrado em doentes portugueses com resultados bastante positivos. Aguardamos que o medicamento fique acessível aos doentes para podermos continuar a disponibilizar este tratamento aos doentes que dele precisam. É para nós, profissionais de saúde, frustrante saber que temos medicamentos inovadores com resultados diferenciados e que os doentes não podem beneficiar dos mesmos e receber o tratamento adequado”.

A Dra. Lívia de Sousa, também neurologista do CHUC, mostra-se entusiasmada com os resultados apresentados pelo Alemtuzumab e lembra a importância de tratar a EM desde os primeiros sintomas, enquanto ainda é possível conter, ou até mesmo em alguns casos, reverter a progressão da incapacidade consequente da doença. E lembra que o “Alemtuzumab tem mostrado ser eficaz em casos particularmente agressivos de EM que não responderam a fármacos já disponíveis no mercado português. O carácter heterogéneo da doença faz com que seja imperioso termos várias opções terapêuticas para que cada um dos casos e dependo do estadio da doença, todos os doentes possam receber o tratamento adequado”.

Serviço Nacional de Saúde
Procura do Serviço Nacional de Saúde aumentou durante anos de austeridade, mas oferta de serviços diminuiu, conclui estudo...

Os médicos que trabalham no Serviço Nacional de Saúde (SNS) sofreram uma redução superior a 30% do seu salário durante os anos de crise, uma diminuição que, para a maior parte, rondou os 500 euros líquidos por mês, indicam as conclusões de um estudo publicado na última edição da Acta Médica Portuguesa. O impacto da crise económica e financeira no rendimento dos médicos que trabalham no SNS foi, assim, significativo.

Durante os anos de crise (2010 a 2015), os médicos inquiridos para este trabalho deram conta de um aumento da procura dentro do SNS e, em simultâneo, uma redução dos serviços oferecidos, destacam os autores deste trabalho conjunto do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, Escola Nacional de Saúde Pública, Nova School of Business and Economics e o Centro de Investigação em Saúde Pública. Para o estudo Perceções e reações à crise económica dos médicos no SNS foi inquirida uma amostra aleatória de 484 profissionais do Hospital de São José (Lisboa) e dos agrupamentos de centros de saúde de Cascais e da Amadora, escreve o jornal Público.

O incremento da procura dos serviços públicos pode ser explicado pelo aumento de algumas doenças — sobretudo mentais — relacionadas com o desemprego que “tipicamente acontece durante uma crise económica”, segundo os autores. Já no sector privado, frisam, os inquiridos destacaram o crescimento dos grandes grupos hospitalares e das clínicas em detrimento dos antigos consultórios privados.

Do ponto de vista financeiro, muitos dos entrevistados queixaram-se de que o seu salário no SNS diminuiu mais de 30%, uma redução não compensada por um decréscimo correspondente no horário de trabalho. Pelo contrário, o horário cresceu duas horas por semana.

Alguns deste profissionais trabalham também em hospitais e clínicas privadas. E aqui admitem não ter sentido o impacto da crise: para quase metade, as horas de trabalho e os rendimentos mantiveram-se constantes entre 2010 e 2015 (16 horas por semana e 2 mil euros mensais, em média). Mais de 80% asseguraram, aliás, que recomendariam o seu trabalho no sector privado a um colega.

Outro sinal do mal-estar sentido por muitos inquiridos na sua atividade no sector público passa por uma menor disponibilidade para fazer horas adicionais: quase dois terços declararam não estar dispostos a isso, mesmo recebendo um pagamento adicional, enquanto 60% dos que acumulam no privado mostraram-se disponíveis para trabalhar mais ali, com uma remuneração extra média de 40 euros por hora.

Na prática, além dos reflexos a nível pessoal — 68% queixaram-se de ter tido de mudar o seu estilo de vida por causa da crise económica —, o que os resultados deste trabalho mostram é que os anos de austeridade implicaram mudanças substanciais no mercado de serviços médicos, com o aumento da procura e uma diminuição da oferta no sector público e o acréscimo da oferta no sector privado. Segundo os entrevistados, terão sido “os seguros de saúde e alguns agentes económicos privados” a contribuir para a alteração do perfil da prestação de cuidados de saúde no país.

Os médicos de família das unidades de saúde familiar do modelo B (que têm contratos de exclusividade e incentivos) foram os menos afetados, ao contrário dos especialistas hospitalares, que sentiram a crise com maior acuidade.

A nível pessoal, admitiram sentir uma reduzida satisfação nas unidades públicas, ao contrário do que acontece nas privadas. Em compensação, o gosto pela profissão, a independência e a flexibilidade do trabalho foram os fatores de “alívio” mais mencionados.

Apesar das medidas de austeridade, entre os médicos que ficaram no sector público “não se encontraram sinais de mudança substancial, em termos de fuga para o sector privado e para o estrangeiro”, destaca o estudo. Um fenómeno que poderá ser explicado pela “falta de oportunidades oferecidas no privado ou pela natureza da amostra”. Apesar de os médicos estarem insatisfeitos com as novas condições, “provavelmente ainda não se terá atingido uma situação crítica”, talvez porque “as condições financeiras iniciais da profissão são melhores em comparação com outras profissões”.

Também o prestígio da profissão no país e o estatuto socioeconómico elevado comparativamente com outras classes serão fatores que contrariam uma tendência para emigrar, especulam. No total, apenas 15% dos inquiridos declararam que consideram a emigração como uma opção para o futuro. Mas, como a amostra apenas contempla médicos a trabalhar no SNS (ainda que alguns em simultâneo no privado), pode “enviesar os resultados quanto à intenção de sair para o privado ou de emigrar”. Os motivos invocados para emigrar são a insatisfação com as perspetivas de carreira, com o salário atual e a falta de valorização da profissão no país.

Como contraponto, os fatores mais importantes mencionados para permanecer foram “gostar muito” do país e da profissão médica e os compromissos familiares.

Direção-Geral da Saúde
Vinte e cinco casos de sarampo foram confirmados este ano em Portugal, tendo a Direção-Geral da Saúde, recebido 114...

O balanço anterior, feito a 26 de abril, dava conta de 95 notificações de sarampo desde início do ano, e já tinham sido confirmados os 25 casos.

De acordo com informação disponível hoje na página da internet da Direção-Geral da Saúde (DGS), de 01 de janeiro até terça-feira, 02 de maio, foram notificados 114 casos e 25 foram confirmados, dois dos quais ainda em estudo laboratorial.

A DGS indica que dos 25 casos confirmados, a maioria, 16 (64%) dizem respeito a pessoas com idade igual ou superior a 18 anos.

Dos 25 casos confirmados de sarampo, 60% sucederam em pessoas que não estavam vacinadas, 48% em profissionais de saúde e 48% foram internadas em unidades hospitalares.

No comunicado, a DGS especifica os casos por regiões, sendo a de Lisboa e Vale do Tejo a que tem mais casos confirmados, 17, seguindo-se o Algarve com sete e apenas um na região norte, uma criança que chegou a estar hospitalizada, mas que já teve alta.

Na região de Lisboa foram afetadas duas crianças entre 01 e 04 anos e mais duas entre 10 e 17 anos, além de 13 adultos.

Seis dos 17 casos registados na região de Lisboa e Vale do Tejo foram hospitalizados e já tiveram alta, tendo morrido uma pessoa (a jovem de 17 anos internada no Hospital Dona Estefânia que morreu em abril).

Quanto aos sete casos confirmados no Algarve, quatro são de crianças com menos de um ano e três de adultos.

Na região Norte foi confirmado um caso, uma criança do grupo etário 1-4 anos, não vacinada, com internamento, seguido de alta.

Especialista
A Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo considerou hoje “um erro grosseiro” aumentar a exposição solar pensando que a pele...

“É um erro grosseiro julgar que mais tempo expostos ao sol vamos ter mais produção de vitamina D (…) e é errado aconselhar a população a expor-se mais ao sol, de forma desmesurada, pois vai é aumentar o risco de cancro de pele”, alertou Osvaldo Correia, secretário-geral da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC), que hoje apresenta os dados mais recentes deste tipo de cancro.

O responsável respondia a propósito dos défices de vitamina D que têm sido detetados na população portuguesa e que levaram a um aumento do consumo destes suplementos vitamínicos.

Por causa dos gastos com os suplementos de vitamina D, que dispararam nos últimos anos, o Infarmed, a Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Instituto Ricardo Jorge (INSA) já anunciaram que vão avançar com uma avaliação "firme e rigorosa" do diagnóstico e tratamento deste défice vitamínico.

“Têm sido detetados em várias faixas etárias níveis deficitários. Considera-se, de qualquer forma, que dos níveis que têm sido reportados em termos internacionais, dos laboratórios, é preciso saber o deficitário que obriga a fazer suplementação, e isso é em função da patologia que possa estar associada e tem de ser decidido pelo médico”, alertou Osvaldo Correia.

O especialista explicou ainda: “A pele, após exposição à luz durante 15 a 20 minutos, em áreas limitadas, pode ter uma capacidade de produção de vitamina D suficiente para nós próprios, disso não temos qualquer tipo de dúvida. Não vai ser à custa de mais exposição à luz que ela vai produzir mais vitamina D”.

Para o responsável da APCC, se de facto existem défices que são necessários corrigir “eles têm de ser suplementados por medicação, tal como os bebés, não é por maior exposição [ao sol]”.

Dados recolhidos pelo Infarmed mostram uma duplicação dos encargos entre 2015 e 2016, valor que quintuplicou em dois anos, passando de 1,1 milhões de euros para 5,7 milhões, incluindo medicamentos com e sem comparticipação.

Já o financiamento no Serviço Nacional de Saúde (SNS) aumentou num ano de 779 mil euros para 2,1 milhões.

Para o Infarmed, "estes valores, só por si, não permitem concluir que há um sobretratamento do défice de Vitamina D", mas "a discrepância de valores nos resultados publicados em dois estudos diferentes justifica uma avaliação profunda e esclarecedora nesta área".

Segundo a autoridade do medicamento, esta investigação está a ser efetuada em diversas vertentes, desde logo relativamente às metodologias utilizadas na determinação dos níveis sanguíneos de vitamina D, à racionalidade clínica na prescrição de medicamentos com vitamina D e às práticas promocionais daqueles medicamentos por parte das empresas farmacêuticas.

Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo
Quase 100 suspeitas de cancros de pele foram detetadas em 2016 no rastreio nacional que avaliou cerca de 1.700 pessoas, segundo...

De acordo com o secretário-geral da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC), Osvaldo Correia, os casos de cancro de pele têm vindo a aumentar e neste rastreio as suspeitas ascenderam a “mais de 80 casos de carcinoma basocelular e 14 de melanomas, além de outras lesões de risco de cancro de pele”.

Osvaldo Correia falava a propósito dos dados do rastreio nacional que serão hoje apresentados em Lisboa, assim como os do rastreio feito em S. Jorge, nos Açores, onde segundo a APCC a taxa de incidência de cancros de pele é “das mais elevadas do país”.

Na iniciativa, integrada no Dia do Euromelanoma, que se assinala todos os anos em mais de 30 países, serão ainda revelados dados relativos à incidência dos cancros de pele nos jovens adolescentes, “que se estão a tornar mais frequentes e que se prevê continue a aumentar nos próximos anos”, disse.

“O que pretendemos é (…) amplificar as mensagens de prevenção primária e secundária de cancro de pele, que visam chegar às crianças e aos adolescentes com muitas iniciativas no país decorrentes de ações de escola e no desporto, em que queremos que pratiquem desporto ao ar livre mas com segurança, assim como os trabalhadores ao ar livre, que devem ser sensibilizados para a proteção necessária quando trabalham ao sol”, afirmou Osvaldo Correia.

Segundo disse, estima-se que surjam este ano mais 12.000 novos casos de cancro de pele, 1.000 dos quais de melanoma.

“Se no melanoma podemos ter um sinal previamente existente que modificou ou um novo que surge, temos também de pensar no cancro de pele não melanoma – como o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular -, que pode aparecer por uma ferida que não cicatriza e que pode ocorrer sobretudo nas zonas cronicamente expostas ao sol, como a face, em particular o nariz, a fronte, as orelhas e, no calvo, o couro cabeludo e o pescoço”, explicou o responsável.

Segundo a APCC, estima-se que na face e no pescoço seja onde ocorrem cerca de 50% dos casos de cancro de pele não melanoma, um tipo de cancro de pele “extremamente frequente na população”.

Para o responsável da associação, as causas do aumento do número de casos do cancro de pele são múltiplas, mesmo que a população portuguesa seja das que tem mais conhecimentos e comportamentos mais adequados.

“Além de fatores genéticos que podem existir em determinadas populações com fototipo de risco, as atividades ao ar livre são múltiplas, não só profissionais, mas de lazer. Hoje as pessoas têm mais exposição a luz, mas devem evitar as horas de maior exposição aos raios ultravioletas”, afirmou Osvaldo Correia, lembrando que “os adolescentes e adultos jovens são os que têm comportamentos menos adequados”.

“A sensibilização tem aumentado, a percentagem de população que tem mais cuidado também é maior, mas não nos podemos esquecer que a pele memorizou. A pele memoriza os riscos e agressões a que esteve sujeita ao longo da vida a essas agressões podem ter como consequência a lesão de cancro de pele ou de risco de cancro de pele cinco, 10, 15 ou 20 anos depois”, acrescentou.

Osvaldo Correia sublinha a importância do diagnóstico precoce, dando o exemplo das várias iniciativas que vão ser desenvolvidas no âmbito do Dia do Euromelanoma, sobretudo para ensinar a população a fazer o autoexame, “identificar o inimigo” e saber o que deve ou não valorizar nesse diagnóstico.

A campanha que irá decorrer este ano prevê diversas ações para o dia 17 de maio, Dia do Euromelanoma em Portugal, como os rastreios gratuitos que vão decorrer em meia centena de serviços de dermatologia espalhados pelo país.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Quase todas as regiões do país apresentam hoje risco ‘muito elevado’ e ‘elevado’ de exposição à radiação ultravioleta, segundo...

De acordo com o Instituto, as regiões de Beja, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Penhas Douradas, Leiria, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal, Sines, Vila Real, Viseu, Funchal e Porto Santo (Madeira), Aveiro, Braga, Porto, Viana do Castelo e Ponta Delgada (ilha de S. Miguel, Açores), Angra do Heroísmo (Terceira), Horta (Faial) e Santa Cruz das Flores (ilha das Flores) estão em risco ‘elevado’ de exposição à radiação ultravioleta (UV).

Para as regiões com risco 'muito elevado' e 'elevado', o Instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, aumentando gradualmente de nebulosidade por nuvens altas a partir da manhã, vento em geral fraco do quadrante leste, soprando moderado no Algarve, e sendo de noroeste na faixa costeira ocidental durante a tarde.

A previsão aponta ainda para subida de temperatura, em especial da máxima e no litoral Norte e Centro.

Na Madeira prevê-se períodos de céu muito nublado, tornando-se gradualmente muito nublado a partir da tarde e com ocorrência de períodos de chuva no final do dia, vento fraco a moderado predominando de sudoeste, soprando por vezes forte nas terras altas.

Para os Açores prevê-se períodos de céu muito nublado com boas abertas, aguaceiros e vento oeste moderado a fresco.

Em Lisboa as temperaturas vão oscilar entre 13 e 29 graus Celsius, no Porto entre 10 e 28, em Vila Real entre 10 e 27, em Viseu entre 11 e 28, em Bragança entre 08 e 27, na Guarda entre 11 e 23, em Castelo Branco entre 13 e 28, em Coimbra entre 11 e 30, em Castelo Branco entre 13 e 28, em Santarém entre 11 e 33, em Évora entre10 e 30, em Beja entre 12 e 29, em Faro entre 14 e 26, no Funchal entre 16 e 22, em Ponta Delgada entre 12 e 16, na Horta entre 10 e 16 e em Santa Cruz das Flores entre 09 e 16.

Estudo
Uma dieta sem glúten só é aconselhada para pessoas intolerantes (celíacos), já que a proteína não está associada a risco de...

Segundo o estudo, publicado na revista médica britânica BMJ, a restrição do glúten (proteína encontrada nos cereais como o trigo, centeio e cevada) pode também resultar numa baixa ingestão de grãos integrais, que estão associados a benefícios cardiovasculares.

Os investigadores defendem que não devem ser encorajadas dietas sem glúten entre pessoas sem a doença celíaca, que afeta pessoas com predisposição genética causada pela constante sensibilidade ao glúten.

O glúten desencadeia inflamação e danos intestinais em pessoas intolerantes, e está associado a um aumento do risco da doença arterial coronária que é reduzido após o tratamento com uma dieta sem esta proteína.

No entanto, o número de pessoas sem a doença celíaca que começou a evitar o glúten também aumentou nos últimos anos, em parte devido à crença de que esta proteína pode ter efeitos prejudiciais para a saúde.

Apesar da crescente tendência das dietas com pouco glúten ou sem este, nenhum estudo a longo prazo avaliou a relação desta proteína com o risco de doenças crónicas, como a doença arterial coronária, em pessoas que não sejam celíacas.

Uma equipa de investigadores dos Estados Unidos decidiu analisar a associação a longo prazo da ingestão de glúten com o desenvolvimento da doença arterial coronária e analisou dados de 64.714 mulheres e 45.303 homens profissionais da saúde sem historial da doença. Estes preencheram um questionário alimentar detalhado em 1986, que foi atualizado a cada quatro anos até 2010.

O consumo de glúten e o desenvolvimento da doença arterial coronária foi acompanhado durante os 24 anos. Depois do ajuste dos fatores de risco conhecidos, não foi encontrada uma associação significativa entre a ingestão da proteína e o risco subsequente da doença.

Os autores dizem que este é um estudo de observação, portanto não podem ser retiradas conclusões de causa-efeito.

Ainda assim, concluem que as suas descobertas “não apoiam a promoção de uma dieta de restrição do glúten com o objetivo de reduzir o risco da doença arterial coronária” e que “a promoção de dietas sem glúten com a finalidade de prevenção [dessa] doença entre pessoas sem a doença celíaca não deve ser recomendada”.

Especialista recomenda
Saiba o que deve considerar antes de realizar uma cirurgia estética.

Hoje em dia cada vez mais mulheres e homens procuram atingir um corpo ideal recorrendo muitas vezes a procedimentos médicos estéticos. Preocupados com o corpo, os portugueses tentam muitas vezes melhorar ou corrigir aspetos que pensam ser negativos, com o objetivo de atingir a imagem física desejada.

Na sociedade atual a importância da cirurgia estética e plástica tem vindo a assumir um papel preponderante na construção - e reconstrução - de situações de ordem física. Mas é hoje fundamental reforçar alguns aspetos a ter em consideração na hora de decidir optar e avançar para uma cirurgia estética.

De acordo com David Rasteiro, cirurgião especialista em cirurgia estética, plástica e reconstrutiva “uma cirurgia estética é algo que transforma a vida de uma pessoa, não só fisicamente como também a nível psicológico, sendo fundamental compreender todos os passos antes, durante e após realizar qualquer tipo de tratamento”. 

Existem diferentes situações que levam uma pessoa a optar por uma cirurgia estética. "As motivações para realizar uma cirurgia estética são diversas. Seja uma mulher que quer recuperar a sua forma e as suas curvas após o nascimento de um filho, ou um homem que gostaria de ter uma barriga mais lisa e reforçada através de uma abdominoplastia, os casos divergem mas a importância de estar atento e informado de todo o processo cirúrgico é fundamental para uma boa recuperação”, explica o cirurgião. 

A verdade é que, não são raras as vezes que tomamos conhecimento de cirurgias estéticas que correram mal, sobretudo quando se tratam de procedimentos estéticos inseguros e demasiado económicos que podem pôr em risco a vida do paciente.

O cirurgião plástico defende, deste modo, que “é essencial que os pacientes procurem por cirurgiões plásticos certificados pelos conselhos e sociedades de medicina locais, independentemente de onde forem realizar o procedimento” e deixa 5 conselhos para que possa realizar uma cirurgia estética de forma segura: 

1 – Informe-se sobre o médico e o local onde irá realizar a sua cirurgia:  Um dos primeiros passos na hora de iniciar o seu tratamento estético é procurar informação sobre o médico e o local onde irá realizar a sua cirurgia. Poderá consultar o nome do médico assegurando que pertence à Sociedade Portuguesa de Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética. Desta forma terá a certeza que este é um médico certificado para realizar a cirurgia que pretende, sendo assim credível, experiente e seguro.

2-  A importância do pré-operatório: O período pré-operatório é muito importante, pois é o momento que marca a interação inicial entre paciente e médico. Este é um momento de preparação essencial para o sucesso de qualquer tratamento. Trata-se de um  momento de troca de informação sobre os procedimentos, realização de exames prévios e esclarecimento de dúvidas. É a altura certa para perguntar sobre todas as restrições pré e pós-operatórias e dar todas as informações relativas ao seu histórico clínico.  Este momento é extremamente importante para estabelecer uma relação de confiança entre médico e paciente.

3 – Esteja confortável e conheca o ambiente cirúrgico: Para a segurança de um paciente na hora de proceder a um a cirurgia estética é importante que este conheça e esteja familiarizado com o local onde irá realizar a mesma. Seja em ambiente hospitalar ou numa clínica privada, é importante que um paciente se informe junto do seu médico sobre as condições do local e esteja totalmente ambientado e confortável antes de realizar a sua cirurgia.

4 -Defina o momento certo: É muito importante que o paciente esteja organizado tanto psicológica, como fisicamente.  Se estiver a passar por uma fase difícil emocionalmente, deverá repensar se esse é o momento certo. Não deverá fazer um procedimento estético como compensação emocional. Por outro lado, é necessário ter assuntos relacionados com casa, família e o trabalho organizados, de forma a não ter preocupações no momento seguinte à operação. No processo de recuperação é essencial repousar. A  sua saúde deverá ser a prioridade.

5 -  A importancia do Pós – Operatório: Obedeça todas as recomendações feitas pelo médico.  Respeitar o período de recuperação é essencial em qualquer tratamento estético. Em algumas intervenções estéticas, poderá ser necessário ter ajuda para algumas atividades diárias, pois os seus movimentos poderão ser limitados. Esteja sempre em contacto com o seu médico de forma a seguir todos os procedimentos e não hesite em colocar qualquer dúvida sobre o processo de cicatrização.

Todos estes passos são essenciais para que a intervenção corra de acordo com o esperado e para que a recuperação seja feita de forma correta, tranquila e segura.

*artigo adaptado pelo Atlas da Saúde

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Cientistas norte-americanos criaram um químico capaz de melhorar a capacidade atlética em 70 por cento, experimentando com...

Estas pessoas, privadas de fazer treino aeróbico durante o tempo necessário para colherem daí benefícios e resistência, poderão vir a ter maneira de estimular os genes que são ativados quando se pratica corrida, conclui um estudo publicado na revista especializada Cell Metabolism.

Investigadores do instituo Salk conseguiram usar um composto que imita os efeitos do exercício, incluindo o consumo de gorduras e o desenvolvimento de resistência muscular.

Pessoas com problemas cardíacos, doenças pulmonares, diabetes tipo 2 e outras poderão obter esses benefícios.

A equipa de investigadores deu a ratos a substância e conseguiu aumentar a sua capacidade de correr até à exaustão em 70 por cento, de 160 para 270 minutos.

Os ratos só pararam quando o seu nível de glucose sanguínea atingiu, 70 miligramas por decilitro.

"Pode melhorar-se a resistência para um nível equivalente ao de alguém que treina corrida, mas sem todo o esforço físico,", afirmou o investigador Weiwei Fan, primeiro autor do estudo.

Estudo
Uma hormona segregada pelo fígado após a ingestão de doces pode determinar a propensão das pessoas para a gulodice, conclui um...

A hormona chama-se FGF21 e, segundo a investigação, as pessoas com variantes genéticas particulares na hormona estão 20% mais predispostas para consumir doces do que as pessoas sem essas mutações.

A equipa de cientistas analisou dados de um estudo sobre estilos de vida e saúde metabólica de 6.500 dinamarqueses, que incluía respostas sobre hábitos alimentares e níveis de colesterol e glicose no sangue, e sequenciou os marcadores genéticos da hormona dos participantes.

Os investigadores concluíram que as pessoas com uma das duas variantes genéticas da hormona associadas ao aumento do consumo de hidratos de carbono estavam mais predispostas a ingerir maiores quantidades de doces.

"Estas variantes estão muito associadas ao consumo de doces", frisou um dos coordenadores da investigação, Matthew Gillum, citado num comunicado da Cell Press, editora de revistas biomédicas como a Cell Metabolism, que publica hoje os resultados do trabalho da Universidade de Copenhaga.

Agência Europeia do Medicamento
A bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins, manifestou hoje “apoio incondicional” à candidatura de Portugal...

“A minha opinião não pode ser mais favorável. Nós apoiamos incondicionalmente o Governo da República Portuguesa nesta iniciativa que demonstra ambição”, disse Ana Paula Martins no início de mais um “Roteiro Farmacêutico”, pelo Nordeste Transmontano.

O Governo aprovou, na quinta-feira, em Conselho de Ministros a candidatura oficial de Portugal à instalação da sede da Agência Europeia do Medicamento, atualmente no Reino Unido, ms que devido ao “Brexit” será transferida para o espaço da União Europeia.

Ana Paula Martins começou hoje o “Roteiro Farmacêutico” na Covilhã e, até sexta-feira, passará pela Guarda, Mirandela, Macedo de Cavaleiros, Bragança, Chaves, Boticas, Vila Real, Peso da Régua e Lamego.

A bastonária dos farmacêuticos pretende destacar nestas visitas “o extraordinário trabalho que se faz nas unidades de saúde e a ligação aos espaços académicos e de investigação” e também os projetos de proximidade aos cidadãos que ajudam a atenuar os constrangimentos destes territórios, nomeadamente o problema das distâncias.

“Nós não podemos desistir do interior do país, onde estão muitos portugueses que têm de ter as mesmas oportunidades no acesso à saúde, oportunidades de trabalho e desenvolvimento”, defendeu.

Lusocord
O banco público de sangue do cordão umbilical - Lusocord - poderá avançar este ano com o pedido de certificação internacional,...

O banco público foi criado há oito anos, mas passou por um processo de reestruturação que evitou que fechasse. Em 2013 recomeçou a sua atividade, fazendo recolhas regulares a partir de março desse ano. Foram autorizados pela Direção-Geral da Saúde a fazer colheita e armazenamento. A validação para transporte foi dada em maio de 2015, completando o processo nacional e deixando, desde então, as amostras disponíveis para transplante. O material é criopreservado num tanque robotizado a 196 graus negativos, onde fica em quarentena durante três meses.

Existem quatro hospitais a colher amostras para o Lusocord, cujo custo dos KITs é de 79,17 euros: os centros hospitalares de S. João, do Porto, Hospital Pedro Hispano (Matosinhos) e Amadora-Sintra, de forma a ter o máximo de representatividade da população residente em Portugal. Nos quatros anos foram recebidas 4164 amostras, mas a taxa de criopreservação ronda os 11%. Desde que reiniciou atividade que o objetivo é chegar às 500 amostras de forma a entrar na rede internacional.

Questionado sobre o tema, Hélder Trindade admite que "talvez este ano" deem início ao processo. Há um mês o jornal Expresso referia que os contactos institucionais já tinham começado. Ao Diário de Notícias o responsável explica os motivos que levaram a que a meta definida logo de inicio não fosse atingida. "É o número possível [de amostras criopreservadas] para cumprir com o que são hoje as especificações que as amostras devem ter. Ao longo do tempo os critérios de aceitação e de qualidade têm vindo a ser mais apertados em todo o mundo o que implica que apenas amostras com elevado número de células possam ser criopreservadas. Assim a taxa de criopreservação tem vindo a diminuir e neste momento é semelhante à de outros bancos", diz Hélder Trindade.

A venda de amostras é uma forma de garantir a sustentabilidade dos bancos públicos. Quando doado, o material deixa de ser pertença da grávida ou do bebé (ao contrário do que acontece com os bancos privados em que as células congeladas são pertença do próprio) e passam, depois de validades, a estar à disposição de qualquer pessoa que precise de um transplante desde que exista compatibilidade.

A sustentabilidade dos bancos públicos tem sido discutida internacionalmente. Um estudo publicado em 2015, disponível no jornal científico PLOS ONE, discute várias estratégias. No enquadramento referiam que "perto de 90% dos bancos públicos de sangue do cordão umbilical disseram estar em dificuldades financeiras para manter a sustentabilidade. O grupo, com investigadores de várias universidades internacionais, fez uma análise retrospetiva e concluiu que para garantir a viabilidade os bancos devem apostar na formação dos obstetras para ter o máximo de qualidade nas amostras colhidas e otimizar a seleção dos dadores, não só com base nas características da população e mas também para responder às minorias étnicas.

86 transplantes desde 1999
Desde 1999 que os IPOs de Lisboa e Porto realizaram 86 transplantes com recurso a células de sangue de cordão umbilical. Foram todos com recurso a amostras internacionais por não ter sido possível encontrar dadores compatíveis em Portugal. Entre os países de onde vieram as amostras estão Espanha, Itália, Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos e França. No ano passado foram quatro os transplantes feitos com este recurso.

As células do cordão umbilical têm a vantagem de ser mais bem toleradas, pois são mais imaturas, exigindo menor compatibilidade. Mas é uma fonte de sangue humano de volume limitado. É por isso o Lusocord funciona como complemento ao registo de dadores de medula óssea (CEDACE). A ligação das plataformas informáticas está a ser desenvolvida. "Depende de concursos públicos que decorrem nos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde e que, como sabemos, são demorados. Esse desenvolvimento estará concluído este ano se tudo correr como previsto", explica Hélder Trindade.

O banco de dadores de medula português é um dos maiores do mundo por milhão de habitantes. Há dois anos - os últimos dados disponíveis no site do IPST relativos ao CEDACE são de 2015 - tinha 385 323 inscritos. Em dez anos (2005-2015) as dádivas ao banco permitiram realizar 781 transplantes em doentes nacionais e estrangeiros. Em 2015 ajudou pacientes de 18 países, com os Estados Unidos e Itália à cabeça. Nesse ano recebemos 43 amostras internacionais, sobretudo vindas da Alemanha.

Cem milhões de euros
O Serviço Nacional de Saúde fechou o primeiro trimestre do ano com um saldo negativo de cem milhões de euros (-99,7 milhões),...

Segundo a execução orçamental de março, o aumento da despesa ficou a dever-se maioritariamente às despesas com pessoal - reposição salarial e evolução do número de efetivos - e fornecimentos e serviços externos, com destaque para a subida de encargos das parcerias público-privadas e meios complementares de diagnóstico. Já as despesas com produtos farmacêuticos desceram, escreve o Diário de Notícias. Do lado da receita houve um aumento das transferências correntes (67 milhões de euros) e um acréscimo das taxas moderadoras. Os pagamentos em atraso dos hospitais com estatuto de entidades públicas empresariais (EPE) aumentaram 152 milhões de euros em relação ao período homólogo e 29 milhões de euros quando comparado com fevereiro deste ano. O que contribuiu, salienta a Direção-Geral do Orçamento, para pagamentos em atraso das entidades públicas no final de março, que ascendem a 990 milhões de euros.

Na semana passada, o presidente da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) esteve no Parlamento para falar sobre o agravamento das dívidas aos laboratórios. Em março, a dívida global dos hospitais públicos às empresas farmacêuticas (medicamentos e diagnósticos in vitro) era de 891,5 milhões de euros, um agravamento de 5,6% - mais 46,9 milhões de euros - face ao mês anterior. "Da dívida total, 637 milhões de euros dizem respeito a dívida vencida, o que representa uma subida de 6,5%, mais 39,1 milhões de euros em relação a fevereiro deste ano."

Na audição na comissão de Saúde, o presidente da Apifarma, João Almeida Lopes, citou dados do Infarmed para dizer que as revisões de preços dos medicamentos entre 2012 e 2016 permitiram uma poupança ao Estado de 300 milhões de euros. "Em consequência destas medidas, foram manifestos os problemas de abastecimento do mercado, com 46% dos utentes a reportar falhas no acesso ao medicamento", salientou na altura.

Estudo
A atividade física pode fazer uma grande diferença na luta contra a obesidade, revela uma meta-análise de 60 estudos que...

Basta fazer pouco mais de uma hora de atividade moderada por semana - ou seja cerca de 15 a 20 minutos por dia - para combater em 30% os efeitos da principal variante genética relacionada com o excesso de peso.

Segundo estudos anteriores, quem nasceu com duas cópias desta mutação no gene conhecido como FTO tem um risco 60% maior de ser obeso do que quem tem uma ou nenhuma cópia destes nos dois lados do cromossoma 16.

Essa variante do gene afeta vários aspetos do apetite e do metabolismo, escreve o Sapo, tornando os alimentos mais saborosos, otimizando o armazenamento de gordura e reduzindo drasticamente a chamada taxa metabólica basal, isto é, o dispêndio energético de cada indivíduo.

A análise liderada por Mariaelisa Graff, da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e Tuomas Kilpeläinen, da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca, não detetou apenas a influência da atividade física no combate à predisposição genética para a obesidade. Ao cruzar os dados dos 200 mil indivíduos participantes dos estudos, e analisando o seu nível de sedentarismo e a constituição genética, os cientistas identificaram também mais 11 genes relacionados com a obesidade.

Estes novos genes somam-se aos outros 90 já relacionados com o excesso de peso. Segundo a investigadora principal, serão necessários estudos mais amplos, com populações maiores e mais direcionados, para perceber se a atividade física ou outros fatores ambientais, como dietas, podem contrabalançar a predisposição para a obesidade.

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