Estudo
Um estudo que envolveu centenas de adolescentes portugueses detetou uma elevada ingestão de bebidas energéticas, isolada ou...

Publicado na edição de abril/junho da Ata Pediátrica Portuguesa, a revista oficial da Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP), o estudo “Bebidas energéticas: Qual a realidade na adolescência?” foi elaborado por pediatras do Hospital da Senhora da Oliveira (Guimarães) e do Centro Hospitalar São João (Porto).

Com base em respostas de 704 adolescentes, com idades compreendidas entre os 14 e os 19 anos, o estudo apurou que 76% dos adolescentes já tinham experimentado bebidas energéticas, tendo a primeira ingestão ocorrido entre os 12 e os 15 anos em 85% dos casos.

Estas bebidas pertencem a um grupo de bebidas não alcoólicas com um elevado teor de cafeína e às quais são adicionadas outras substâncias, nomeadamente hidratos de carbono (glucoronolactona, dextrose, sacarose), aminoácidos (taurina), vitaminas (B riboflavina, piridoxina, L-carnitina) e extratos de plantas (ginseng, guaraná).

Entre os vários efeitos adversos destas bebidas estão a taquicardia, agitação, cefaleia, insónia, desidratação, tonturas, ansiedade, irritabilidade, tremores, aumento da tensão arterial e distúrbios gastrointestinais.

Com o aumento da dose os sintomas podem ter maior gravidade: convulsões, hemorragias, arritmias ou alucinações, “podendo mesmo levar à morte”, lê-se no artigo que cita vários artigos científicos já publicados sobre esta matéria.

A crescente popularidade destas bebidas entre os adolescentes levou mesmo algumas organizações, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) a alertar para os seus efeitos prejudiciais e a recomendar que estas não sejam consumidas por crianças e adolescentes.

Em Portugal, existem poucos estudos relativos a esta temática que evidenciem a verdadeira realidade do consumo de bebidas energéticas na população dos adolescentes, pelo que este trabalho pretende caraterizar o seu padrão de consumo.

As respostas obtidas neste inquérito permitiram apurar que a maioria (63%) dos adolescentes inquiridos ingeriu pelo menos uma bebida energética no último ano.

A maioria dos consumidores (74%) ingeriu este tipo de bebidas durante as noites de fim-de-semana e o seu consumo foi mais elevado no género masculino.

A obtenção de mais energia (44%) e de diversão por toda a noite (34%) foram os principais objetivos mencionados para o consumo de bebidas energéticas, os quais mudam consoante o género.

Os rapazes pretendem obter mais energia e melhorar o desempenho físico e às raparigas move-lhes a curiosidade.

A maioria (53%) não referiu qualquer efeito após o consumo de bebidas energéticas e, dos que referiram efeitos, os mais frequentes foram a obtenção de mais energia (21%) e o aumento da concentração (9%) no género masculino e a sensação de alegria (11%) no género feminino. Nenhum adolescente teve necessidade de recorrer a cuidados médicos.

Em 59% dos consumidores foi observado o consumo associado de bebidas energéticas com álcool. A maioria (85%) associou esta bebida a vodka.

“Os objetivos predominantes para este tipo de consumo foram melhorar o sabor das bebidas alcoólicas (76%) e prolongar a diversão (37%), não se tendo verificado diferenças entre os géneros em nenhum dos objetivos”, lê-se no artigo.

Em relação ao consumo de outras substâncias (tabaco, álcool ou drogas ilícitas), “22% da amostra estudada apresentavam hábitos tabágicos, 19% mencionaram já ter experimentado drogas ilícitas e 57% referiram o consumo de álcool no último mês”.

Os autores do estudo apontam o grande marketing imposto pelas diversas empresas em áreas atrativas para os adolescentes, que tem como principal público-alvo os jovens do género masculino como “uma das prováveis razões para esta maior ingestão” de bebidas energéticas.

Por outro lado, prosseguem, “a falta de regulamentação relativamente à comercialização das bebidas energéticas torna-as de fácil acesso, sem restrições legais à sua venda, como observado neste estudo, em que a maioria dos consumidores referiu já ter alguma vez comprado uma bebida energética”.

Perante “a elevada ingestão de bebidas energéticas detetada nos adolescentes deste estudo”, os autores consideram essencial “aumentar a consciencialização das crianças, adolescentes, encarregados de educação, professores e sociedade no geral para este tipo de consumo e os seus riscos”.

Fraunhofer Portugal Challenge 2017
A 8ª edição do concurso de ideias Fraunhofer Portugal Challenge já está a decorrer. A iniciativa é promovida pelo centro de...

Smartphones, saúde, agricultura, países em desenvolvimento, wearables, croud sourcing, sistemas de posicionamento local, sensores de mobilidade, monitorização de atividade, desporto, segurança, seniores, big data e logística são os temas preferenciais da iniciativa. O concurso premeia a investigação de utilidade prática nas áreas das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), Multimédia ou outras Ciências conexas. As ideias submetidas devem refletir o potencial impacto nas áreas científicas atualmente em desenvolvimento pelo centro de investigação, como é o caso da interação homem-máquina, do processamento de informação e da computação autónoma.

Os candidatos devem preencher o formulário de registo e carregar a apresentação da ideia no site do concurso, tal como é descrito no regulamento. As ideias submetidas devem basear-se numa tese concluída no ano letivo 2015/2016 ou que ainda seja defendida no ano letivo 2016/2017.

O vencedor do concurso será enunciado no Evento de Encerramento do Fraunhofer Portugal Challenge, no dia 25 de outubro. A sessão inclui a apresentação pública dos melhores projetos selecionados na segunda fase do concurso. As seis melhores ideias vão receber prémios científicos no total de 9.000€, que vão ser divididos em duas categorias (Mestrado e Doutoramento) com 3 lugares cada (1º, 2º e 3º Prémio).

Ministério da Saúde
Ministério da Saúde está também a ponderar a hipótese de isentar os grupos de risco do pagamento de taxas moderadoras nas...

O acesso à "pílula" do VIH, como se tornou conhecida por implicar tomar um comprimido por dia para prevenir a infeção, deve tornar-se uma realidade em breve para grupos de risco em Portugal. O Ministério da Saúde acaba de dar o primeiro passo ao determinar, por despacho publicado na sexta-feira em Diário da República, que várias entidades avancem com avaliações e com a definição de normas para que a chamada profilaxia pré-exposição do VIH se torne possível para a população mais em risco, nomeadamente homens que fazem sexo com homens e utilizadores de drogas por via endovenosa, entre outros grupos.

Uma estratégia que, segundo o jornal Público, passa pela utilização de medicamentos antiretrovirais que já são usados em pessoas que vivem com a infeção. Mas o Ministério da Saúde está também a ponderar a hipótese de isentar os grupos de risco do pagamento de taxas moderadoras nas consultas e nos exames necessários à avaliação da necessidade de prescrição destes medicamentos e de lhes possibilitar o acesso direto aos hospitais (sem passar pelo médico de família). Tudo para evitar ao máximo novas infeções.

Apesar da diminuição considerável de novos casos de infeção por VIH nos últimos anos, Portugal exibe uma das mais elevadas incidências (9,5 por 100 mil habitantes face a uma média europeia de 6,3 por 100 mil) e há “grupos vulneráveis que continuam a apresentar indicadores preocupantes”, justifica o secretário de Estado adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, que assina o despacho.

É uma estratégia que, segundo as contas dos responsáveis da saúde, fará sentido também do ponto de vista económico: recordando que os estudos internacionais indicam que a utilização destes fármacos possibilita uma diminuição do risco de infeção por VIH até 90%, estima-se no despacho que a adoção desta estratégia pode gerar uma poupança da ordem dos 205 mil euros por cada infeção evitada.

Para eliminar ao máximo os obstáculos no acesso a esta nova forma de prevenção, o Ministério da Saúde determina que seja avaliado o impacto da isenção de pagamentos de taxas moderadores nas consultas e nos exames e ponderado o acesso direto às consultas de especialidade hospitalar.

Para que tudo isto seja possível, o secretário de Estado encarrega a Direção-Geral da Saúde de definir as normas de prescrição e acesso aos medicamentos, em articulação com a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), e a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) da avaliação prévia dos fármacos a utilizar, no prazo de 30 dias. A ACSS terá também 30 dias para calcular o impacto da isenção de taxas moderadoras.

Ensaio clínico
Resultados foram apresentados no encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em Chicago. Médicos pedem...

O tratamento ainda está numa fase muito preliminar de investigação, mas os investigadores do Institute of Cancer Research (Londres, Reino Unido) estão animados com a capacidade demonstrada pela substância que estão a testar para reduzir tumores malignos do ovário – um cancro que em geral é diagnosticado em fases avançadas e que tem uma elevada taxa de mortalidade.

Os resultados dos ensaios clínicos foram apresentados neste sábado, nos Estados Unidos, durante o encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, escreve o jornal Público. O ensaio pretendia apenas testar a toxicidade da substância que os investigadores estão a estudar, explica a edição online da BBC. Foram incluídas 15 mulheres com cancro do ovário. Apesar de o objetivo estar relacionado com a segurança do medicamento, a verdade é que os tumores reduziram significativamente em cerca de metade das participantes.

O tratamento em causa mimetiza a atuação do ácido fólico, com capacidade para agir diretamente nas células cancerosas e mostrou ser mais eficaz num tipo específico de cancro do ovário.

Por agora, o tratamento foi testado em apenas 15 mulheres e, por isso, não se conhece o seu verdadeiro impacto. Está por esclarecer se haverá alguma relação entre a redução dos tumores e um aumento da sobrevida das doentes. Também ainda não é certo que as doentes possam fazer este tratamento por períodos prolongados, já que os riscos ainda não são bem conhecidos. Uma das participantes, entrevistada pela BBC, relatou uma melhoria dos sintomas e dores que já tinha devido à doença. No entanto, desde que deixou de fazer o medicamento, um dos três tumores que tinha voltou a crescer.

Udai Banerji, responsável pelo estudo que envolve investigadores do Institute of Cancer Research e do Royal Marsden NHS Foundation Trust, em Londres, assegura que os “resultados são muito promissores” e que “é raro ver respostas com uma evidência tão clara em fases iniciais do desenvolvimento de um tratamento”.

O tratamento em causa mimetiza a atuação do ácido fólico, com capacidade para agir diretamente nas células cancerosas e mostrou ser mais eficaz num tipo específico de cancro do ovário. Ao atuar nas células malignas, tem a vantagem de não induzir a morte nestas células sem acarretar as consequências dos tratamentos clássicos, como a quimioterapia, em que muitas vezes há infeções, náuseas, perda de cabelo, entre outras complicações. Pretende sobretudo ser uma alternativa para as mulheres que já foram submetidas, sem sucesso, a outros tratamentos.

Em Portugal, o cancro do ovário é o nono cancro mais comum nas mulheres e o oitavo mais mortal, levando à morte de uma média de 380 mulheres todos os anos

Os resultados foram aplaudidos no congresso, mas a comunidade médica também pede cautela. Michel Coleman, da London School of Hygiene & Tropical Medicine, alerta que falta conhecer o impacto do tratamento na sobrevivência das doentes de forma mais alargada no tempo. Mas diz compreender “a excitação dos investigadores”.

Em Portugal, o cancro do ovário é o nono cancro mais comum nas mulheres e o oitavo mais mortal, levando à morte de uma média de 380 mulheres todos os anos. O número anual de casos anda à volta dos 600 e a mortalidade é bastante elevada.

Os sintomas do cancro do ovário são silenciosos e muitos deles podem ser confundidos com alterações naturais do organismo, o que torna a deteção precoce da doença muitas vezes difícil. Inchaço abdominal, alterações intestinais, desconforto ou dor pélvica, perda de apetite, dores lombares ou alterações urinárias estão entre os sinais de alerta.

Análise a estudos
Uma revisão de 60 estudos publicada nos Anais da Academia de Ciências de Nova Iorque mostrou que a introdução de gengibre na...

Segundo a meta-análise publicada em meados de maio, várias investigações comprovaram os efeitos benéficos do gengibre, mesmo que administrado sob a forma de cápsulas, comprimidos ou pó.

Segundo os cientistas da Universidade Agrícola da China, escreve o Sapo, os estudos analisados revelaram que os constituintes desta especiaria podem ser benéficos o combate de problemas de obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares , ao atuar sob diversos mecanismos, nomeadamente na destruição de células de gordura, digestão de hidratos de carbono, secreção de insulina e diminuição da sensação de fome.

Ao diminuir a gordura no sangue, o gengibre promove igualmente a redução da aterosclerose, uma doença inflamatória crónica que consiste na acumulação de gordura nas artérias, o que pode dar origem a doenças do aparelho circulatório, a principal causa de morte em Portugal.

O gengibre revelou também ter propriedades anti-inflamatórias, para além de atuar na diminuição do stress oxidativo, assim como nos níveis de colesterol e pressão arterial.

Estudo
Ficar grávida depois de um diagnóstico de cancro de mama não aumenta o risco de recidiva, segundo o maior estudo de sempre...

O estudo incluiu 1.207 mulheres com menos de 50 anos que tiveram cancro de mama não metastizado. A maioria das mulheres no estudo (57%) tinha cancro de mama com recetores de estrogénio (um tipo de cancro conhecido como RE-positivo), no qual os tumores são alimentados por essa hormona.

Alguns médicos acreditavam que essas mulheres podiam enfrentar um maior risco de recidiva de cancro na gravidez, devido às alterações hormonais da gestação. No total, 333 mulheres engravidaram durante o estudo, em média 2,4 anos após o diagnóstico e o tratamento do cancro, escreve o Sapo.

Após um acompanhamento de 10 anos, os investigadores não encontraram "nenhuma diferença na sobrevivência livre de doença entre as mulheres que ficaram grávidas e as que não ficaram", segundo o artigo divulgado na reunião da Sociedade Americana de Oncologia Clínica. A gravidez também mostrou benefícios surpreendentes para as mulheres que tinham sobrevivido a um cancro de mama sem recetores hormonais.

Gravidez não deve ser desencorajada
Essas mulheres tinham 42% menos hipóteses de morrer do que aquelas que não tinham engravidado. "As nossas descobertas confirmam que a gravidez depois de um cancro de mama não deveria ser desencorajada, nem mesmo para mulheres com cancro RE-positivo", disse Matteo Lambertini, médico que dirigiu o estudo no Instituto Jules Bordet em Bruxelas. "É possível que a gravidez possa ser um fator de proteção para pacientes com cancro de mama do tipo RE-negativo, através de mecanismos do sistema imunitário ou hormonais, mas é necessário mais investigações sobre isso", acrescentou.

Segundo o estudo, metade das mulheres jovens recém-diagnosticadas com cancro de mama deseja ter filhos, mas menos de 10% fica grávida depois de receber tratamento para combater a doença.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Catorze regiões do país apresentam hoje risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação ultravioleta, segundo dados do Instituto...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), as regiões de Beja, Bragança, Castelo Branco, Évora, Faro, Guarda, Penhas Douradas, Lisboa, Portalegre, Setúbal, Sines, Funchal e Porto Santo (Madeira) e Santa Cruz das Flores (Açores) apresentam hoje risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação ultravioleta (UV).

As regiões de Santarém, Angra do Heroísmo (ilha Terceira, Açores) e Horta (ilha do Faial) estão em risco ‘elevado’ de exposição à radiação UV.

Coimbra, Leiria, Vila Real, Viseu e Ponta Delgada (ilha de São Miguel, Açores) apresentam hoje risco ‘moderado’ e Viana do Castelo, Porto, Braga e Aveiro com níveis ‘baixos’.

Para as regiões com risco 'muito elevado' e 'elevado', o Instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

O IPMA prevê para hoje nas regiões a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela céu pouco nublado, tornando-se muito nublado no Minho e Douro Litoral a partir da manhã, nebulosidade que se estenderá gradualmente às restantes regiões.

Estão também previstos períodos de chuva fraca ou chuvisco no Minho a partir do meio da tarde, estendendo-se gradualmente às restantes regiões, e que será pouco frequente no nordeste transmontano e na Beira Alta.

A previsão aponta ainda para vento fraco a moderado do quadrante oeste, soprando moderado nas terras altas durante a tarde e pequena descida da temperatura mínima.

Nas regiões a sul do sistema montanhoso Montejunto-Estrela prevê-se céu pouco nublado ou limpo, tornando-se geralmente muito nublado no litoral a norte do cabo Espichel para o final do dia.

Está ainda previsto vento moderado de noroeste, rodando para sudoeste no sotavento algarvio durante a tarde, e soprando moderado a forte no litoral oeste a sul do cabo Espichel e nas terras altas, por vezes com rajadas até 60 quilómetros por hora.

Na Madeira prevê-se céu com períodos de muita nebulosidade, apresentando-se geralmente pouco nublado nas vertentes sudoeste da ilha e vento moderado de nordeste, soprando por vezes forte nas zonas montanhosas.

Para os Açores, a previsão aponta para períodos de céu muito nublado, com abertas ao longo da tarde, neblinas, períodos de chuva geralmente fraca durante a madrugada e manhã e vento fraco a bonançoso.

Quanto às temperaturas, em Lisboa vão oscilar entre 14 e 23 graus Celsius, no Porto entre 11 e 21, em Vila Real entre 10 e 21, em Viseu entre 08 e 21, em Bragança entre 08 e 23, na Guarda entre 08 e 20, em Castelo Branco entre 12 e 26, em Coimbra entre 11 e 22, em Santarém entre 13 e 25, em Évora e Beja entre 11 e 28 e em Faro entre 16 e 32.

Estudo
As alterações genéticas do cancro da mama metastático são detetadas “com igual ou mesmo com maior sensibilidade com biopsia...

Estas conclusões foram apresentadas pelo diretor do serviço de oncologia do Hospital do Mar (Espanha), Joan Albanell, no terceiro dia da 53.ª reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, que reúne em Chicago, até hoje, mais de 30 mil especialistas de todo o mundo.

Numa conversa com jornalistas, o médico espanhol explicou que uma das limitações com que se confrontaram os investigadores foi que em algumas pacientes “não há suficiente ADN circulante para poder observar este perfil de mutações”.

No entanto, acrescentou, “na grande maioria podem estudar-se bem no plasma e, inclusive, detetam-se algumas mutações que não tinham sido detetadas ao analisar o mesmo painel de genes no tumor primário”.

Os resultados do estudo levado a cabo pela plataforma Foundation ACT, da empresa Foundation Medicine de Roche, foram considerados “robustos” pelo especialista, que admitiu que no futuro será possível prescindir das biopsias sólidas em favor das líquidas, “pelo menos num número importante de doentes”.

Além disso, outro estudo realizado com outra plataforma da mesma empresa – Foundation ONU – permitiu perceber que algumas mulheres com tumores de mama triplos negativos têm alterações no gene BRAF, uma mutação que também ocorre em outros tipos de cancro, como o melanoma.

Com dados de mais de 10 mil pacientes com cancro da mama metastático, o trabalho mostrou que esta alteração ocorreu em 1,2% das pacientes, uma frequência que, apesar de baixa, “mostra muito claramente uma das realidades atuais da oncologia”, ou seja, a presença de alterações moleculares diversas que não são procuradas porque não são muito frequentes, mas que se encontram ao ampliar as sequenciações.

Segundo o médico, é muito útil para impulsionar ensaios clínicos em que são estudados pacientes com tumores com mutações concretas, independentemente do órgão afetado.

Segundo Albanell, na Europa está a ser desenvolvido um ensaio clínico internacional para testar fármacos destinados a uma alteração genómica concreta em tumores para os quais ainda não está aprovada a terapia.

Uma iniciativa semelhante existe para tumores de origem desconhecida, que representam cinco por cento do total.

“Nestes pacientes, não há um padrão de tratamento, pelo que se o resultado do estudo for positivo, poderia significar uma alteração do paradigma do tratamento”, concluiu.

Caçadores alertam
Os javalis tornaram-se numa praga em Portugal e já provocam “centenas” de acidentes nas estradas, além de prejudicarem a...

João Fernandes, de Arraiolos, no Alentejo, fala de uma “praga grande”, de “vários acidentes” nas estradas da região, e acrescenta: “Há pouco cruzei-me com um javali à entrada de Montemor”. Destroem os ninhos das perdizes e as tocas dos coelhos e lebres e agora que está a chegar o verão vão começar, diz, a destruir os tomatais e os milheirais.

Mas o problema, afirma José Baptista, do Movimento Caçadores Mais Caça, é nacional e preocupante.

O dirigente tem contabilizado casos de acidentes envolvendo javalis e cita exemplos, falando de centenas de casos. Em Portel, Grândola ou Santiago do Cacém, Gavião ou Moura, mas também mais a norte, da Malveira à Sertã, de Pampilhosa a Rio Maior, Lousã ou Vila Real.

A Lusa pediu dados sobre acidentes rodoviários envolvendo animais mas a GNR encaminhou o assunto para a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, que não tem dados específicos, embora nos relatórios anuais se note um aumento de atropelamento de animais (que provocaram pelo menos feridos), 66 casos em 2012, 76 no ano seguinte, e 104 em 2014 e 2015.

José Baptista, que já alertou os principais responsáveis políticos do país, fala ainda de outro problema relacionado com os javalis - as doenças, como a tuberculose, e o facto de na generalidade os javalis caçados não serem objeto de inspeção veterinária.

O bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários, Jorge Cid, admite, em declarações à Lusa, que há “um problema grave de incidência de tuberculose nos veados e javalis” e que é preciso “cuidado” porque a doença está a aumentar, “sobretudo na raia”.

Depois, acrescentou, já há casos de transmissão da doença a espécies pecuárias (“bovinos já tiveram de ser abatidos”) e há riscos para as pessoas.

Jorge Cid diz que por norma está presente um veterinário nas caçadas organizadas a javalis mas não nas esperas noturnas, porque tal seria impossível, dada a quantidade de eventos.

A Ordem “via com bons olhos que se criasse um corpo nacional de inspetores” e era “importante a aprovação da carreira dos inspetores sanitários”, de forma a que todas as espécies para consumo público fossem verificadas.

É que, admite, nem sempre há veterinários para as solicitações e atualmente mais de uma centena de autarquias não tem veterinário municipal (“não são repostos há oito anos”).

Além das doenças dos javalis há também outro caso grave, a doença hemorrágica do coelho bravo, diz o bastonário, no que é corroborado por Eduardo Santos, da Liga para a Proteção da Natureza.

Eduardo Santos não entende que os javalis sejam um problema em todo o país, mas admite “um acentuado declínio dos coelhos” devido a doenças.

“É uma questão de saúde animal e de saúde pública”, acrescenta João Branco, da organização ambientalista Quercus, também ele a lamentar que doenças tenham dizimado “quase metade da população dos coelhos” e que no caso de animais como o javali já tenham passado para os animais domésticos.

João Branco defende que há uma “epidemia” de javalis, que não têm predadores além do Homem e que acabam por prejudicar (por destruir as crias) espécies como perdizes, coelhos e lebres, além dos prejuízos na agricultura.

E aproveita para negar um “mito recorrente”: a Quercus não larga animais de qualquer espécie na natureza, e se as raposas ou as águias estão a aumentar é por falta de predadores e por ter diminuído a pressão urbana.

As águias, aliás, até ajudam a conter a devastação do coelho, eliminando os animais doentes, diz Joaquim Teodósio, da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA).

De tudo isto, sintetiza José Baptista, resulta em mais predadores do que caça.

Rogério Rodrigues, presidente do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), diz sobre o assunto: “Há menos espécies de caça menor devido ao habitat, já o javali vê um incremento pelo aumento do seu habitat, bosques e florestas”.

Garantindo também que não há largadas de animais, de águias ou raposas, o presidente do ICNF explica a proliferação do javali com números: há 30 anos havia mais um milhão de hectares de agricultura que hoje estão transformados em matas e florestas, há 40 anos o Alentejo tinha mais 40% de agricultura.

“O habitat natural para coelhos, codorniz e perdiz está a desaparecer, é lógico que estas populações tinham de ter um fortíssimo declínio”, diz o responsável, segundo o qual há quatro ou cinco séculos Portugal também tinha uma população de javalis como agora.

E sobre as doenças admite que é um problema, aconselhando os caçadores a terem alguma informação sobre como identificar se os javalis que abatem estão ou não doentes.

Doentes ou não, insiste José Baptista que se tornaram uma praga e são um perigo na via pública.

Rui Cândido, de Portel, no Alentejo, dava-lhe razão se o ouvisse. Há meses, quando ao início da noite conduzia entre Vidigueira e Pedrógão, na zona de Cortes de Cima atravessaram a estrada “15 ou 20 javalis” e ele não teve tempo para travar ou desviar-se.

“Matei dois, ficaram debaixo do carro”. Rui Cândido não se aleijou porque era “um carro de trabalho grande”, como eram grandes os javalis.

Contas feitas, sem contar com o reboque, foi “uma despesa de 2.700 euros” para arranjar o carro.

São uma praga os javalis? Tem havido mais acidentes na zona? Às perguntas diz que sim.

Infarmed
As autoridades portuguesas intercetaram mais de 460 mil unidades de medicamentos a circular ilegalmente em 2016, dos quais 11%...

Em comunicado, o organismo que regula o setor informou que no ano passado foram retidas, devolvidas ou destruídas 460.936 unidades de medicamentos, no âmbito do protocolo de colaboração entre o Infarmed e a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT).

Destas unidades, 24.250 foram intercetadas no âmbito da operação internacional PANGEA, dos quais 57 produtos foram analisados pelo laboratório do Infarmed, que detetou 24 (42%) falsificados e/ou ilegais.

Segundo o Infarmed, os analgésicos passaram a ser a classe de medicamentos mais adquirida, passando de 6% a 16% do total, quando em 2012 a disfunção erétil dominava o rol de medicamentos intercetados pela alfândega.

Os Estados Unidos passaram a ser o país com maior volume de aquisições, o que o Infarmed atribui, em parte, “à maior confiança na qualidade por parte dos consumidores”.

Em áreas como a disfunção erétil, continuam a dominar países como a índia ou Singapura.

“Os principais remetentes de medicamentos destinados ao emagrecimento são o Brasil, Índia ou China”, refere este organismo do Ministério da Saúde.

Fundada há 25 anos
A Abraço foi o “projeto de vida” de Margarida Martins, sócia número um da associação que fundou há 25 anos e da qual nunca se...

Tudo começou no final 1991 quando Margarida Martins, juntamente com um pequeno grupo de voluntários, dava apoio aos doentes seropositivos internados na unidade de doenças infeciosas do Hospital Egas Moniz, em Lisboa.

Nessa altura, um amigo de Margarida Martins faleceu vítima de sida e foi então que nasceu a vontade de criar a Associação de Apoio a Pessoas com VIH/sida.

“Criámos um movimento de amigos. Fizemos um espetáculo no Coliseu a 26 de abril, há 25 anos, dia de aniversário do João Carlos, e no dia 05 de junho [de 1992] inaugurámos a nossa associação”, no Bairro Alto, contou Margarida Martins.

A Abraço começou com “o objetivo de criar melhores condições para os doentes do Hospital Egas Moniz e hoje em dia é uma associação nacional, que dá trabalho a cem pessoas no Porto, Madeira, Setúbal e com ligações aos países de língua portuguesa”, salientou.

“Apostámos muito na prevenção e formação à população que não sabia nada sobre a doença, tivemos apoio de centenas de milhares de pessoas, isso foi muito importante, e hoje em dia a sida está mais ou menos estável”, frisou.

Ao fim de 21 anos a presidir a associação, Margarida Martins decidiu deixar o projeto para abraçar um novo desafio, ser presidente da Junta de Freguesia de Arroios, em Lisboa, mas nunca se desligou totalmente.

“Continuo a acompanhar [o trabalho da associação], sou a sócia número um e pago as minhas contas”, disse, com uma sonora gargalhada.

“A Abraço foi o projeto da minha vida, o projeto que me traz lágrimas aos olhos. No fundo, é a minha filha mais velha”, desabafou, acrescentando que “tudo tem o seu tempo e as pessoas mais velhas têm que perceber que têm de formar pessoas para que os projetos não morram enquanto elas são necessários e muitas vezes o movimento associativo esquece-se disso”.

Sobre a nova direção liderada pelo psicólogo Gonçalo Lobo, Margarida Martins disse que “é fantástica, sempre com novos projetos para outro tipo de pessoas e situações”.

“Realmente posso dizer que sou uma mulher feliz porque deixei um trabalho feito e a equipa manteve-se e aumentou”, referiu, com orgulho.

“É importante ver que os novos tomam conta dos projetos e avançam para a frente com alicerces que nós deixamos e que eles são grande impulsionadores e investidores e isso para mim é a grande alegria”, sustentou.

Margarida Martins contou que ainda é abordada na rua pelo trabalho na associação. "É muito bonito, pessoas de 50 anos encontram-me na rua e dizem-me obrigado”, por as ter alertado para a doença.

A este propósito contou uma história recente com o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.

“Fui apresentar-me e ele disse-me: ‘sei muito bem quem a Margarida é porque quando eu tinha 13 anos foi à minha escola no norte falar sobre o VIH/sida. Foi consigo que ouvi pela primeira vez falar da doença’”, recordou.

Para Margarida Martins, esta atitude dos portugueses manifesta “o reconhecimento” do trabalho da associação na luta contra a sida.

Dados oficiais indicam que, entre 1983 e 2016 foram notificados em Portugal 55.632 casos de VIH. Destes, 11.008 morreram.

VIH/sida
A Abraço nasceu há 25 anos para apoiar pessoas infetadas pelo VIH/sida, quando a doença era uma sentença de morte. Com o...

A associação Abraço abriu as portas no Bairro Alto, em Lisboa, no dia 05 junho de 1992, com o “grande desafio” de apoiar os doentes internados no Hospital Egas Moniz e “tornar mais humano” este hospital.

“Nessa altura o grande desafio era munir o Hospital Egas Moniz, que foi a base de todo o nosso trabalho, de capacidade logística e técnica”, para que conseguisse dar resposta às necessidades dos doentes, contou o presidente da Abraço, Gonçalo Lobo, que substitui Margarida Martins no cargo em 2014,

Nos anos 90 a “infeção foi galopante”, recorda, e “havia pessoas infetadas em Lisboa, no Porto, em Setúbal e também crianças órfãs de pais infetados pelo VIH que faleceram rapidamente devido à falta de medicamentos eficazes no combate à infeção”.

Na altura, o diagnóstico da doença era muito tardio. “As pessoas só eram diagnosticadas quando já tinham uma complicação inerente à debilitação do sistema imunitário” e morriam “num curto espaço de tempo”, contou Gonçalo Lobo.

Para atender a esta realidade, a fundadora da associação, Margarida Martins, e o infecciologista Kamal Mansinho desenvolveram vários projetos e a Abraço cresceu para outras cidades.

Nos finais dos anos 90 foi introduzido “um novo regime terapêutico de alta potência que veio permitir uma maior longevidade às pessoas e uma menor toxicidade dos medicamentos”.

Esta mudança colocou “novos desafios” à associação: “Hoje estamos com uma abordagem muito mais holística”, dando apoio desde o diagnóstico precoce até às pessoas que acompanham há mais de 20 anos e que “precisam de cuidados 24 horas dia”, adiantou Gonçalo Lobo.

É o acompanhamento esteve “sempre em mente” e que visa também garantir que as pessoas infetadas pelo VIH envelheçam com qualidade de vida.

O trabalho em prol dos seropositivos e das suas famílias passa ainda pelo apoio domiciliário, pelo apoio às crianças seropositivas e filhas de pais seropositivos, por uma casa de acolhimento para pessoas acamadas, apartamentos para situações de emergência e um gabinete dentário, entre outras valências

O desafio mais recente da associação passa por tentar perceber os efeitos que uma medicação crónica feita durante muito tempo pode provocar às pessoas em termos sociais, clínicos e psicológicos, para poder atuar e melhorar futuro destas pessoas, disse o psicólogo, voluntário da associação desde 2007.

Ao longo dos 25 anos a associação tem travado uma luta contra a discriminação, que ainda persiste na sociedade.

“Os avanços terapêuticos são muito grandes, mas a sociedade não acompanha tão rapidamente esta evolução como gostaríamos”, lamentou.

Questionado se a Abraço continua a ser uma referência para os portugueses, Gonçalo Lobo recordou um estudo de 2014 que a apontou como a segunda associação com maior notoriedade a nível nacional, depois da Liga Portuguesa Contra o Cancro.

“Foi altamente positivo para nós perceber que o povo português e a sociedade portuguesa têm-nos como referência tanto no âmbito do VIH como na prestação de apoio direto às pessoas”, frisou.

Para assinalar os 25 anos, a Abraço vai lançar um novo ‘site’, o “VIH 360º, que pretende responder facilmente a todas as questões sobre sida.

“Queremos ter informação esclarecedora e de qualidade, ser ainda mais transparente e credíveis quanto ao que estamos a fazer para combater esta problemática, quer através da informação que dispomos, da imagem que apresentamos, dos projetos que temos, e da proximidade que procuramos junto da população”, sublinhou.

No dia 10 de junho haverá um baile de máscaras no Porto que pretende ”alertar a sociedade para a necessidade das pessoas com infeção pelo VIH darem cada vez mais a cara por esta infeção crónica” para lutar contra o estigma e a discriminação.

Dados oficiais apontam que, entre 1983 e 2016 foram notificados em Portugal 55.632 casos de VIH. Destes, 11.008 morreram.

“Smart Regions 2.0”
O robot humanizado Pepper, com pouco mais de um metro de altura, e que se assemelha a uma criança, foi a estrela da conferência...

De todos os expositores da conferência sobre regiões inteligentes organizada pela Comissão Europeia, o da Universidade de Ciências Aplicadas da localidade finlandesa de Satakunta (a mais de 200 quilómetros da capital) foi o que teve mais atenções, pois todos quiseram ver o Pepper em ação.

O robot mostrou aos conferencistas os seus dotes como dançarino, fez poses para as fotografias, disse a sua idade, a data atual e qual a sua cor, branca.

A par disso, Pepper também reconheceu o facto de não ter emoções e que, apesar de entender as perguntas que lhe eram feitas, é apenas uma máquina que não possui a capacidade de pensar, como os humanos.

Mesmo assim, com uma luz azul giratória no local dos olhos, o robot fala diretamente com quem o interpela. Quando percebe qual o comando ou a pergunta, os “seus olhos” ficam verdes.

Na opinião da responsável pelo departamento de tecnologia da universidade, Sari Merilampi, “o poder do Pepper é ser tão interativo e social”.

Ao longo de dois dias, várias entidades, empresas e responsáveis políticos estiveram reunidos a falar sobre regiões inteligentes e a debater a maximização do potencial inovador da Europa.

Fabricado em França, o robot vai entrar no programa do grupo de investigação da Universidade de Ciências Aplicadas de Satakunta, que se dedica a pôr a tecnologia ao serviço de crianças, pessoas com necessidades especiais e idosos.

Segundo a responsável, o objetivo deste grupo de seis investigadores é “adaptar a lógica da tecnologia às necessidades das pessoas com necessidades especiais, e não tentar adaptar as pessoas à tecnologia”.

Para isso, esta universidade estatal promove a “cooperação com o Estado e as empresas”, por forma a “envolver vários setores”.

“Tentamos mostrar às empresas tecnológicas que podem usar as suas mais-valias e conhecimentos para ajudar as pessoas”, explicou Sari Merilampi.

Admitindo algum ceticismo por parte dos responsáveis de algumas empresas, a investigadora observou que “é muito mais poderoso mostrar o que a tecnologia pode fazer e como é usada para ajudar, ao invés de fazer uma apresentação e apenas falar sobre isso”.

Com esta técnica, estes cientistas admitem conseguir mudar algumas mentalidades, principalmente dos profissionais de saúde.

Os investigadores querem agora programar o robot que conta com cinco “dedos” e uma câmara incorporada, para comunicar em linguagem gestual.

A par do Pepper e de outro robot mais pequeno, mas usado com as mesmas finalidades, esta universidade desenvolveu também um programa informático que permite a alguém que se desloque com recurso a um andarilho ou cadeira de rodas, ver qualquer local do mundo.

Este programa vai acompanhando os movimentos da pessoa e resulta numa espécie de simulação de uma viagem, que a pessoa vai acompanhando à medida que se desloca.

Também um tapete que promove a movimentação das pessoas que necessitam de fisioterapia ou um dispositivo que promove o equilíbrio, são outras das inovação apresentadas pelos investigadores nesta conferência.

A Universidade de Satakunta já estabeleceu parceiras em redor do mundo, em países como a Holanda, Irlanda e está a tentar chegar à China.

Onde também já conseguiu chegar foi a Portugal, através de uma parceria estabelecida com a Universidade da Beira Interior.

Venezuela
A Cáritas Venezuela lançou na sexta-feira um apelo à Cáritas de Portugal para que apoie as crianças venezuelanas e também os...

"O apelo é também para a Cáritas Portugal, para que colabore (…) com toda esta gente que hoje necessita e sobretudo para que apoie os portugueses que desde há muitos anos vivem no nosso país e que têm necessidades sobretudo de medicamentos", disse a diretora da Cáritas.

Janeth Márquez falava à margem de uma reunião, em Caracas, com o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, que esteve acompanhado pelo secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Europeus da Madeira, Sérgio Marques, e pelo embaixador português, Fernando Teles Fazendeiro.

"Também há muitas famílias que estão a ficar sozinhas, porque os filhos deixaram o país e queremos dar-lhes um atendimento preferencial, para que possam resolver esta problemática e estar no país, e além disso possam alimentar-se da melhor maneira", frisou.

Márquez explicou também que na Venezuela não há dados oficiais sobre a desnutrição infantil, mas que desde janeiro "já faleceram três crianças" e há "muitas crianças com desnutrição moderada e severa".

"Estamos em negociação com o Estado, a entregar relatórios, a dizer-lhe o que estamos a ver, a necessidade de medicamentos essenciais. Chegámos a alguns acordos para a entrada de alguns medicamentos específicos e queremos passar da negociação teórica à prática", disse.

Janeth Márquez explicou que o Estado venezuelano autorizou a entrada de medicamentos com a condição "de saber qual a origem e o grupo farmacêutico".

"Os medicamentos não chegam como se estivéssemos em crise humanitária, durante a qual os padrões e as normas se minimizam, e isso significa cumprir uma série de passos", frisou.

Por outro lado, na Venezuela não há "um processo de fome como alguns dizem, mas temos um processo em que as famílias não têm possibilidades de alimentar-se". Dos "12 alimentos que o ser humano necessita, se comerem nove estão medianamente (nutridos). Os venezuelanos nas zonas vulneráveis estão a comer apenas cinco alimentos, mas sem proteínas", disse.

"Vemos isso (até) na bolsa Clap, que o Estado entrega, que não tem proteínas e que além disso apenas chega para dez dias ao mês. Isso significa que muita gente, neste momento, não satisfaz as suas necessidades e por isso está usando estratégias de adaptação, de emergência, que têm que ver com procurar (alimentos) nos caixotes de lixo e com vender todos os ativos", explicou.

Além disso, disse, "estão a desmembrar as famílias, a enviar as crianças para os campos, a enviar os pais a comer noutro lado e em muitos casos, lamentavelmente, temos gente que deixa de dar de comer aos idosos para dar às crianças".

Segundo Janeth Márquez, todos os meses chegam mil novas pessoas à Cáritas, a pedir medicamentos para "doenças crónicas como a hipertensão, o colesterol e a tiroide, que vão a agravar-se porque as pessoas não tomam os medicamentos".

"A falta de abastecimento é um problema enorme. Segundo a câmara farmacêutica é de 85% e há (ainda) um problema de acesso, porque os poucos medicamentos que chegam têm um preço tão elevado que ninguém pode pagar. Um medicamento poder custar entre 50% a 60% do salário mínimo", disse.

A reunião com o secretário de Estado das Comunidades teve o propósito de "dar visibilidade à análise da Igreja e da Cáritas sobre a situação dos venezuelanos, sobretudo social", em temas considerados prioritários como a alimentação, saúde e insegurança.

Quanto à desnutrição entre crianças dos 0 aos 5 anos, Márquez explicou que em quatro estados da Venezuela atingiu 11,2%, um quadro "grave" que implica "perigo de morte".

Falta de investimento
A região Centro apresenta uma carência de investimento nas respostas de proximidade no âmbito da rede de cuidados continuados...

"No que toca a respostas de proximidade, a região Centro caracteriza-se por ter uma capacidade de resposta inferior à das outras regiões", disse o presidente da Comissão de Coordenação da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), Manuel José Lopes, que falava em Coimbra, à margem de uma reunião de avaliação do funcionamento da rede na região.

Para Manuel José Lopes, a resposta de proximidade é "uma área na qual se tem de investir", sublinhando que "a resposta que é levada a casa das pessoas, sempre que há condições para isso, é a mais efetiva de todas".

Segundo o responsável, a carência desse investimento é sentida "em toda a região".

Já no que diz respeito "à resposta institucionalizada, [a região] já tem uma resposta bastante interessante", em relação aos rácios definidos em 2006, ano de criação da RNCCI.

"Para as tipologias de institucionalização, a resposta é muito boa em toda a região, embora com assimetrias dentro da região", notou Manuel José Lopes.

Também nos elementos "mais procedimentais" há trabalho a desenvolver e a melhorar, referiu, acrescentando que as respostas na área mental e pediátrica, por serem áreas novas, necessitam "de um trabalho mais profundo".

Sociedade Portuguesa de Medicina Interna
O presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna defendeu a mobilização de todos para enfrentar as alterações...

A atuação tem de ser "a vários níveis e em simultâneo", salientou Luis Campos, apontando a necessidade de medidas que diminuam o impacto da emissão de gases com efeito de estufa, e que "o setor da saúde seja um exemplo de compromisso com a proteção do ambiente".

"Temos de mobilizar toda a sociedade, não só o setor da saúde, mas todos os outros, para uma resposta mais eficaz perante a evolução das doenças [associadas à mudança do clima]", para proteger as populações mais vulneráveis, que "já estão a ser afetadas por estas alterações" climáticas, afirmou.

As alterações climáticas têm consequências na saúde, principalmente nos grupos mais vulneráveis, como os idosos, as crianças, grávidas, pessoas incapacitadas, pessoas com debilidade económica, ou sem abrigo.

Luís Campos lembrou que em 2013 o tempo quente em Portugal "produziu um excesso de 1.700 mortes e isso tem a ver com os efeitos diretos do calor".

Com as mudanças do clima, "há aumento das doenças cardíacas, nomeadamente do acidente vascular cerebral (AVC) e da doença isquémica do coração, não só pelo aquecimento, mas também pela concentração de ozono", apontou.

A lista de doenças referidas pelo especialista incluem as pulmonares devido à poluição atmosférica, como a doença pulmonar obstrutiva crónica e as alergias, que "estão a aumentar muito".

Com o aumento da temperatura, as doenças infecciosas, transmitidas através de mosquitos, como a malária ou a febre dengue, começam a aparecer em áreas geográficas que ficam agora mais quentes.

Luís Campos refere ainda as doenças relacionadas com a qualidade da água, como a cólera, e com a fome e desnutrição, além de doenças mentais, provocadas pelas alterações como as migrações ou as mortes violentas resultado de catástrofes naturais.

Luís Campos falava a propósito do Dia Mundial do Ambiente, que se assinala hoje, e que a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna aproveita para recordar alguns conselhos para preservar a natureza e o clima.

Apesar de reconhecer que o tema já faz parte das preocupações da Direção-Geral da Saúde e do Ministério da Saúde, e que "alguma coisa está a ser feita", como a aprovação de investimento para os hospitais visando conseguir uma maior eficiência energética, para o especialista "muito ainda falta fazer".

Recordou que, em Portugal os hospitais são responsáveis por 11% do consumo de eletricidade e 18% do de gás natural e produzem 108 mil toneladas de resíduos.

"Cada médico, cada profissional de saúde, tem de ser um exemplo de adesão a comportamentos que diminuem os fatores que causam aquecimento global", defendeu Luís Campos.

Entre as opções que contribuem para reduzir os gases com efeito de estufa, principais responsáveis pelas alterações climáticas e consequentes fenómenos extremos (ondas de calor ou de frio, secas ou grandes quantidades de chuva em pouco tempo), está a escolha de deslocações a pé, de bicicleta ou transportes públicos e a poupança de água, assim como a redução do consumo de energia e do desperdício.

'Fingermed'
Uma luva criada por alunos do secundário que ajuda socorristas a medir os sinais vitais, sem recorrer a outros equipamentos,...

A luva, resultante do projeto 'Fingermed', desenvolvido pelos alunos Inês Fortunato, Pedro Almeida e Mariana Guedes, da Escola Secundária da Azambuja, em Lisboa, incorpora vários sensores, como oxímetro (mede a percentagem do oxigénio no sangue), termómetro, medidor de frequência cardíaca e uma luz para verificar a dilatação pupilar.

"Cada vez mais é necessário melhorar a eficiência dos serviços médicos de emergência prestados a doentes, nomeadamente numa realidade onde as catástrofes naturais e os acidentes têm aumentado a sua intensidade, frequência e danos causados", indicaram os responsáveis pelo projeto.

Esta luva pode ser uma das soluções para aumentar a "eficiência, a rapidez e a qualidade" dos serviços de socorrismo, visto que "dispensa o socorrista de levar equipamentos consigo", chegando, assim, "mais rapidamente ao local", referiram os alunos.

O dispositivo pode ser também utilizado para uso doméstico, no caso de doentes que necessitem ser monitorizados constantemente, tendo assim as suas medições em dia.

A Mostra Nacional de Ciência é uma iniciativa organizada pela Fundação da Juventude, com o apoio da Ciência Viva - Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, entidade responsável pela escolha do júri que avalia os 100 trabalhos escolhidos durante a 25.ª edição do concurso de Jovens Cientistas.

Na opinião da docente Rita Rocha, do Colégio Luso-Francês, do Porto, eventos como a Mostra Nacional de Ciência ajudam os alunos a "sair das paredes das escolas, a comunicar e a cooperar entre si".

A trabalhar há mais de 15 anos na área de desenvolvimento de projetos com alunos do 12.º ano, a docente acredita que este tipo de iniciativa ensina ainda os alunos a entender o que é a interdisciplinaridade e "que o erro tem que existir como um motor de evolução".

Do ponto de vista metodológico, este evento serve para "quebrar com um tipo de ensino mais padronizado, que existe normalmente nas escolas", referiu, acrescentando que é também importante para ajudar os alunos nas escolhas das áreas que querem seguir no ensino superior.

Para o professor de Geologia Rui Duarte, da Escola Secundária de Amato Lusitano, de Castelo Branco, também presente na mostra, iniciativas deste género auxiliam os alunos a chegar ao ensino superior com um conjunto de conhecimentos práticos relativos ao aspeto formal dos trabalhos, que nunca teriam de outra forma.

"O facto de virem a um evento com esta importância, abre-lhes completamente os horizontes a nível do ensino superior", existindo, inclusive, casos de alunos que não queriam continuar os estudos, tendo entrado na universidade depois de participarem na mostra.

Segundo o presidente da Fundação da Juventude, Ricardo Carvalho, esta é a primeira vez que a mostra se realiza no Porto, havendo intenção de manter a edição de 2018 na cidade.

O responsável considera que a Mostra Nacional de Ciência permite aos jovens mudar a sua forma de pensar e reforçar o gosto por estas áreas, acreditando ainda que esta iniciativa possibilita formar uma nova geração de investigadores, cientistas e engenheiros.

S. Domingos de Rana
Cascais vai passar a contar com mais uma Unidade de Cuidados Continuados e Residências Seniores. O projeto, que será...

Este investimento na saúde vai ao encontro de uma necessidade real da população, cada vez mais envelhecida. A urgência destes equipamentos é a premência de suprir a única lacuna identificada, ao nível dos Serviços de Saúde.  

Há cerca de 2 milhões de idosos no país onde a população com mais de 65 anos aumentou, nos últimos 50 anos, 2,8 vezes. A população nesta faixa etária tem vindo a aumentar correspondendo já a 19% da população nacional. Este desenvolvimento, que em parte resulta do aumento da esperança de vida, traduz-se também num crescimento das situações de dependência.

Ora, em consonância com essa realidade, o concelho vem procurando dar uma resposta adequada, aumentando o número de camas para cudados continuados, mas também criando condições para que os equipamentos geriátricos surjam, cada vez mais, junto das populações que deles necessitam. Este projeto em concreto diferencia-se pela aposta na inovação tecnológica, única no país, e pela originalidade de ser servido de gatis e canis, permitindo que os donos não sejam separados dos seus animais de estimação.

Os equipamentos serão construídos na freguesia de S. Domingos de Rana, aproveitando um terreno com mais de 5.300 m2, cujo direito de superfície será cedido à entidade Quimera Saúde, por um período de 50 anos, renovável por períodos de dez. 

Parceria com a AdvanceCare
A mutualista francesa Adrea escolheu Portugal para iniciar a sua expansão internacional com uma solução de cobertura de saúde...

Num encontro com jornalistas que decorreu hoje em Lisboa, o diretor-geral da Adrea Mutuelle, Dominique Chaignon, e os promotores do projeto, o francês Charles Vaquier e o luso-francês Paulo Maurício, adiantaram que Portugal é, assim, o seu primeiro destino para expansão internacional e identificaram um milhão de potenciais beneficiários.

"Há um potencial de quase um milhão de pessoas. O nosso foco são os reformados portugueses que mantêm a Segurança Social francesa e que vêm a Portugal de tempos a tempos, para passar férias ou estar mais uns meses", disse Charles Vaquier, explicando que estes podem ter acesso local a cuidados de saúde, sem seleção médica e vitalícia.

Dominique Chaignon ereforçou "o potencial significativo" e detalhou que existem 500 mil reformados de nacionalidade portuguesa, com reforma francesa, aos quais acrescem 480 mil ativos que serão futuros reformados, citando dados das embaixadas dos dois países.

Apesar do foco nos portugueses com reforma francesa, a solução, chamada Lusoflex, também está disponível para os reformados franceses residentes em Portugal, desde que também mantenham a segurança social francesa.

Trata-se de uma só mutualista para reembolsar as despesas de saúde em França e Portugal.

Com o lema 'Cuidar de si em Portugal como em França', a Adrea tem como "filosofia romper as fronteiras", disse Dominique Chaignon, acrescentando que, para já, a Adrea não terá escritórios em Portugal, operando assim através dos promotores do projeto e beneficiando da parceria com a AdvanceCare, que hoje integra a Seguradoras Unidas, detida pelos norte-americanos da Apollo, após a fusão da Açoreana com a Tranquilidade.

O administrador da AdvanceCare e o diretor executivo da mesma seguradora, Luís Drummond Borges e Sérgio Marcos Melro, respetivamente também marcaram presença no encontro, detalhando que todos os clientes terão um cartão da Adrea e acesso a toda a rede privada da AdvanceCare de médicos em território português.

A Adrea transformou-se numa só mutualista em dezembro de 2001, após a fusão de oito mútuas, tem hoje mais de um milhão de pessoas protegidas e um volume de negócio de 563 milhões de euros.

Intengra ainda o Groupe Aesio, composto por três mutualistas e conta com mais de três milhões de pessoas protegidas.

Crianças
O Centro Hospitalar Barreiro Montijo vai criar uma equipa de Cuidados Paliativos Pediátricos, a primeira na região de Setúbal,...

"A equipa de Cuidados Paliativos Pediátricos do Centro Hospitalar Barreiro Montijo (CHBM) tem como missão assegurar cuidados paliativos de qualidade à criança e família, duma forma holística e humanizada, satisfazendo as suas necessidades, preferências e desejos, sempre que possível em ambulatório, de acordo com as suas especificidades e reconhecimento da sua trajetória de doença e fase em que se encontra", refere o centro hospital em comunicado.

Constituída por dois pediatras, dois enfermeiros, um psicólogo e um assistente social, a equipa está disponível 24 horas por dia.

"Funciona no Serviço de Pediatria e abrange a população pediátrica dos concelhos do Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete, com idade compreendida entre os 0 e os 18 anos", lê-se no comunicado.

Segundo o centro, os cuidados paliativos pediátricos são reconhecidos como um direito humano básico para todas as crianças e adolescentes portadoras de doença crónicas complexas limitantes ou ameaçadoras da vida.

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