Proposta de Lei
Ordem dos Médicos não concorda com proposta do Governo que abre a porta a diagnósticos feitos por enfermeiros. "A Medicina...

Está declarada a guerra entre um grupo de enfermeiros e a Ordem dos Médicos. A causa é o projecto de diploma do Governo que define o que cada profissão no sector da saúde pode fazer. O Conselho Nacional da Ordem dos Médicos (OM) não quer que os enfermeiros possam fazer “avaliação diagnóstica” e pretende que fique claro na proposta de lei que serão sempre os clínicos a coordenar as equipas de saúde.

É uma “visão retrógrada” e de um “corporativismo inaceitável”, reage um grupo de enfermeiros liderado pela ex-bastonária Maria Augusta Sousa, numa posição ontem enviada para a Comissão Parlamentar da Saúde, onde a matéria está a ser analisada desde 2016. “Considerar que os enfermeiros não podem realizar diagnósticos de enfermagem é no mínimo acintoso e desrespeitador do trabalho que milhares de enfermeiros diariamente desenvolvem”, criticam num texto cujo primeiro signatário (a título individual) é o presidente da Associação Portuguesa de Enfermeiros, João Fernandes.

A proposta de lei nº 34/XIII apresentada pelo Governo em 2016 visa enquadrar legalmente os actos em saúde, definindo as funções e competências das profissões do sector que são auto-reguladas (médicos, enfermeiros, biólogos, médicos dentistas, farmacêuticos, nutricionistas e psicólogos). Portugal prepara-se, assim, para ter um diploma que descreve o que cada profissão no sector da saúde pode fazer, depois de várias tentativas de definição do acto médico terem soçobrado, ao longo das últimas duas décadas.

Bastonária desvaloriza posição dos médicos

Descontente com a proposta, o Conselho Nacional da OM considerou, num parecer remetido para o Parlamento, que o legislador “desprezou” a “centralidade da Medicina relativamente a todas as outras profissões, quando esta constitui o núcleo central da saúde onde gravitam todas as áreas”. “A Medicina ‘alimenta e gere’ todas as outras profissões”, justifica.

Para o órgão máximo da OM, a definição do acto de enfermagem que consta do projecto de diploma não respeita a legislação do país nem as definições internacionais. A OM põe em causa a utilização da expressão “avaliação diagnóstica” transversalmente a várias profissões “de um modo pouco claro”, e defende que, se a avaliação pode ser realizada por qualquer uma, o diagnóstico só pode ser efectuado pelo médico. Sugere assim a alteração do artigo que define o acto de enfermeiro, retirando da proposta a palavra diagnóstico e mantendo apenas a “avaliação”.

Lamentando que a posição da OM inclua afirmações “geradoras de um clima de conflitualidade”, o grupo de enfermeiros contestatário considera que reproduz uma “visão profundamente errada e redutora”. “O diagnóstico em enfermagem é uma matéria regulada nacional e internacionalmente”, frisa, recordando que isso está expresso na Classificação Internacional para a Prática da Enfermagem da Organização Mundial de Saúde.

 bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, desvaloriza esta tomada de posição dos colegas, por considerar que a proposta do Governo não está em causa neste momento. “Todas as ordens foram ouvidas na Comissão de Saúde e três grupos parlamentares apresentaram propostas de alteração pontuais à proposta inicial", sem que nenhuma delas tivesse alterado o texto "no que se refere aos enfermeiros ou aos actos médicos", frisa.

Quanto à posição da OM, considera também que a sua pretensão “não tem sentido”, mas garante que a Ordem que lidera já se manifestou sobre isto “sem grandes alaridos”. "Tenho pena que a anterior bastonária esteja preocupada com uma questão que já foi acautelada e não esteja preocupada com a falta de enfermeiros", critica Ana Rita Cavaco.

Médicos devem coordenar

O que também desagradou aos representantes da OM no projecto de diploma governamental foi o facto de, depois de uma exposição de motivos centrada no trabalho em equipa, o articulado não fazer referência à “questão central”, que é a da “liderança e coordenação das equipas”.

Propõem, por isso, uma nova formulação para o artigo que define o acto médico e a inclusão de dois novos artigos. Um em que se clarifica a participação de outros profissionais de saúde no acto médico, abrindo a porta à prática de acções técnicas integradas neste conceito, mas sempre “sob orientação ou mediante prescrição médica”, e outro sobre a coordenação das equipas multidisciplinares, em que fica expressamente definido que são lideradas por médicos.

As equipas multiprofissionais “são e devem continuar a ser coordenadas por quem, em razão da matéria, se encontrar em melhor posição técnica e científica para garantir os melhores resultados, seja médico, enfermeiro, psicólogo, farmacêutico, administrador, etc”, ripostam o grupo de enfermeiros. “O foco será o da competência e não o da profissão”, remata.

Lembra ainda que este processo legislativo apresenta “características recorrentes” em relação a outros iniciados no passado sobre o acto médico. O primeiro ocorreu em 1997 e terminou dois anos depois com o veto do Presidente da República. Em 2000, foi apresentada um novo projecto de diploma sobre o acto médico que não chegou a ser agendado para discussão e, em 2005, uma nova tentativa iniciada pela OM/Norte ficou pelo igualmente pelo caminho.

Até que, no ano passado, o Ministério da Saúde apresentou esta proposta de lei sobre “actos em saúde”. A iniciativa era reclamada há muitos anos, mas trata-se de uma matéria complexa e polémica. A proposta está na Comissão Parlamentar da Saúde onde, até à data, chegaram mais de quatro dezenas de contributos e pareceres de várias ordens, de associações de profissionais de saúde e de sindicatos e foram ouvidos os representantes das várias ordens, incluindo a dos enfermeiros.

Em Setembro passado, a Federação Nacional dos Médicos já tinha enviado uma carta ao ministério em que punha em causa a possibilidade de outros profissionais fazerem diagnósticos e prescreverem. Nessa altura a OM era liderada pelo anterior bastonário José Manuel Silva, que discordou desta posição e considerou que o texto era equilibrado. O que este grupo de enfermeiros teme agora é que a proposta seja alterada, o que “é muito perigoso”, enfatiza Maria Augusta Sousa.

Sem querer comentar a posição dos enfermeiros, o actual bastonário da OM, Miguel Guimarães, que herdou o dossier, sublinha que não se pretende ter uma definição de acto médico “a qualquer custo”. A proposta,”se levada até às últimas consequências, significaria que cada um de nós pode fazer tudo”, critica. E, frisa, “penaliza” os médicos, que são sempre, em última instância, os responsáveis pelos actos em saúde.

Segurança Alimentar
Nova ferramenta abre caminho a avaliações mais seguras a produtos produzidos com enzimas, como o pão e a cerveja. As enzimas...

Os cientistas da Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (AESA) desenvolveram uma forma de estimar com maior precisão a exposição dos consumidores às enzimas utilizadas na produção alimentar, melhorando a sua avaliação de segurança, conforme exigido pela legislação da União Europeia.

 As enzimas são moléculas de proteína que catalisam reações químicas, que são utilizadas na produção de alimentos como pão e cerveja desde há séculos.

Estas são consideradas não tóxicas, uma vez que são produzidos naturalmente por organismos vivos e estão presentes nos ingredientes utilizados para produzir alimentos. No entanto, atualmente muitos alimentos também são feitos com recurso a enzimas alimentares produzidas industrialmente. Estas enzimas são extraídas de tecidos vegetais e animais ou produzidas por fermentação de microrganismos.

 Neste sentido, «desenvolvemos uma ferramenta de exposição que pode ser adaptada a cada processo alimentar que envolva enzimas alimentares. A ferramenta usa fatores de conversão técnica, o que significa que podemos combinar dados de consumo de alimentos com os níveis de uso de enzimas e levar em conta o nível de transferência de enzimas alimentares em produtos alimentares», explica Christina Tlustos, especialista da AESA, em comunicado.

«Ao harmonizar os níveis de uso de enzimas alimentares e os dados de consumo de alimentos, podemos estimar a exposição do consumidor a essas substâncias com muito mais precisão do que antes».

 A mesma metodologia será aplicada a todas as restantes aplicações de enzimas alimentares programadas para avaliação pela EFSA.

Fiscalização
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica encerrou, no âmbito da "Operação Relâmpago", dez estabelecimentos de...

A operação levou ainda à apreensão de 170 kg de géneros alimentícios, informa a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) em comunicado.

A ASAE desencadeou, através da Unidade Regional do Sul, uma operação de fiscalização direcionada a estabelecimentos de restauração localizados nas Avenidas Novas, Cais de Sodré e Algés, que segundo a autoridade económica dispunham de uma "oferta diversificada ao nível da restauração e em áreas de afluência turística".

A operação foi desencadeada "por forma a garantir a Segurança Alimentar e a Saúde Pública dos consumidores bem como a realização de práticas comerciais legais", começa por explicar a ASAE na nota de imprensa.

"Como resultado da ação foram fiscalizados 70 operadores económicos tendo sido instaurados 38 processos de contraordenação e 1 processo-crime, com a suspensão de atividade de dez operadores económicos por falta de requisitos de higiene e apreendidos cerca de 170 kg de géneros alimentícios por género alimentício anormal avariado e ainda, um instrumento de pesagem", explica a ASAE em comunicado.

Entre as principais infrações contraordenacionais detetadas salienta-se o incumprimento de requisitos gerais de higiene, falta de implementação das normas legais, falta de afixação de avisos obrigatórios designadamente venda de bebidas alcoólicas e tabaco, incumprimentos relativo ao Livro de Reclamações, falta de comunicação prévia no âmbito do exercício da atividade, falta de controlo metrológico, entre outras.

Solidariedade
Uma caminhada solidária com o propósito de angariar verbas para a manutenção da Casa do Porto da Acreditar - Associação de Pais...

Inauguradas em fevereiro, as instalações da Acreditar no Porto representaram um investimento de 1,6 ME, ficando situadas num terreno junto ao Instituto Português de Oncologia (IPO) da Cidade Invicta, tendo capacidade para receber em simultâneo 16 famílias.

Antonieta Reis, coordenadora do Núcleo Regional do Norte da Acreditar, disse hoje à agência Lusa que a II Caminhada Solidária "resulta de uma parceria com o Novo Colégio Chupetão, que desde o início do ano letivo tem promovido várias angariações de fundos".

"Recebemos jovens até aos 18 anos com cancro, que ficam juntamente com um familiar o tempo que for preciso sem terem de pagar nada", explicou a responsável de um serviço que, desde a sua inauguração, "já albergou cinco famílias, todas da região Norte".

As famílias acolhidas "são sinalizadas pelos serviços sociais do Instituto Português de Oncologia e do Hospital São João do Porto", acrescentou Antonieta Reis.

Não apontando nenhum valor como objetivo para angariar na caminhada, a coordenadora sublinha que "todo o apoio é bem-vindo”, dadas as necessidades de uma casa com 16 quartos com casa de banho privativas, três salas (sendo uma para pais, outra para crianças e outra para jovens), uma cozinha comunitária com cinco módulos, uma lavandaria, espaços exteriores de lazer, uma sala polivalente para formação e conferências e uma zona de escritórios.

A caminhada tem início às 10:00, junto ao Edifício Transparente, na Foz, e terminará três quilómetros adiante, na Praia do Molhe. As crianças até cinco anos não pagam e quem se inscrever no próprio dia pagará sete euros para poder participar.

Estudo
A esperança de vida para os doentes de HIV aumentou cerca de dez anos na Europa e América desde a introdução dos medicamentos...

Os autores do estudo sugerem que a esperança de vida de uma pessoa com 20 anos que tenha sido tratada a partir de 2008 e que tenha visto o tratamento resultar no prazo de um ano pode aumentar dez anos para 73, no caso dos homens, e 76, para as mulheres.

Para o principal autor do artigo, Adam Trickey, da universidade britânica de Bristol, isso significa que os tratamentos, acompanhamento médico e prevenção resultam, mas afirmou que são "precisos mais esforços para que a esperança de vida seja plenamente equiparada à da população em geral.

Os investigadores consideram que este resultado se deve a terapia antirretroviral menos tóxica, com mais escolha de medicamentos para o caso de haver resistência do vírus, e controlo de doenças associadas, como as cardíacas e o cancro.

"A terapia antirretroviral combinada é usada há 20 anos para tratar o HIV, mas medicamentos mais recentes têm menos efeitos secundários, envolvem menos comprimidos, previnem melhor a replicação do vírus e é mais difícil o vírus resistir-lhe", afirmou Adam Trickey.

Esta forma de terapia generalizou-se a partir de 1996 e implica usar três ou mais drogas que impedem o vírus HIV de se replicar, para prevenir os estragos no sistema imunitário causados pela infeção.

No estudo foram usados dados sobre 88.504 pessoas com HIV que começaram a ser tratados com medicamentos antirretrovirais entre 1996 e 2010 compilados em 18 outros estudos europeus e norte-americanos.

O número de mortes tem vindo a diminuir desde que a terapia se instituiu como tratamento principal aplicado logo a seguir ao diagnóstico positivo.

Estudo
Um estudo recente concluiu que ratos que ingeriram canela apresentaram menos gordura abdominal e menos açúcar no sangue 12...

A canela diminui o risco cardiovascular de uma dieta rica em gordura, ativando moléculas antioxidantes e anti-inflamatórias, de acordo com um novo estudo conduzido em ratos de laboratório e divulgado no sábado pela Associação Americana do Coração (AAC).

No estudo preliminar, segundo o Sapo, investigadores alimentaram ratos durante 12 semanas com uma dieta rica em gordura acompanhada de suplementos de canela.

No final das 12 semanas, os cientistas observaram que os ratos pesavam menos, tinham menos gordura abdominal e níveis mais saudáveis de açúcar, insulina e gordura no sangue, em comparação com o outro grupo de ratos que não ingeriu a canela mas que manteve a dieta gorda.

Segundo a análise, a canela ativa moléculas antioxidantes e anti-inflamatórias e ajuda a combater o armazenamento de gordura para além de proteger o organismo dos danos do stress.

Será que nos seres humanos esta especiaria tem as mesmas potencialidades?

OE2018
O PAN desafiou o Governo a reforçar o número de psicólogos na Educação e no Serviço Nacional de Saúde, no âmbito do Orçamento...

"Senhor primeiro-ministro, o PAN apresentou propostas no Orçamento do Estado para 2017 para o urgente reforço de psicólogos, mas não fomos acompanhados. Questionamos se o Governo está disponível para se voltar a sentar com o PAN no âmbito do próximo orçamento e caminhar para um reforço dos psicólogos na Educação e no Serviço Nacional de Saúde, bem como para melhorar a sua integração efetiva e não precária", questionou o deputado único do partido, André Silva, no debate quinzenal de ontem.

Na resposta, o primeiro-ministro, António Costa foi perentório: "estamos obviamente disponíveis para nos sentarmos com o PAN para trabalharmos sobre esta matéria no próximo Orçamento do Estado".

O primeiro-ministro ressalvou que, para este ano, só se pode "despender aquilo que consta do Orçamento do Estado".

"O objetivo que temos, adianto-lhe, é que gostaríamos de ter pelo menos um psicólogo por cada agrupamento de centros de saúde e podermos ter mais e com maior estabilidade psicólogos no conjunto dos agrupamentos escolares, de forma a podermos ter um acompanhamento mais precoce da população com necessidades de acompanhamento na área da saúde mental", antecipou, manifestando disponibilidade para "trabalhar para isso tendo em vista o Orçamento de 2018".

André Silva tinha começado por sublinhar que, "pela primeira vez desde 2009, Portugal teve uma taxa de desemprego abaixo dos 10%".

"Positivo, sem dúvida, mas inconclusivo pois estes números escondem uma realidade sombria para muitas profissões. Gostaríamos de focar-nos hoje nos profissionais de psicologia, uma classe com 18% de desempregados", disse.

André Silva lamentou que apenas existam 598 psicólogos no Serviço Nacional de Saúde para um universo de 10 milhões de utentes, sendo Portugal "o terceiro país do mundo com a taxa mais alta de pessoas com perturbações psicológicas".

"Segundo a Ordem dos Psicólogos, a contratação de cerca de 400 psicólogos para o Serviço Nacional de Saúde custaria 24 milhões, mas pouparia ao Estado, em medicamentos comparticipados, internamentos hospitalares e baixas médicas, 123 milhões de euros", comparou.

O deputado único do PAN alertou ainda para o facto de os profissionais que estão empregados viverem "numa enorme precariedade, inclusive dentro do Estado".

"Por exemplo, dos 750 psicólogos ao serviço do Ministério da Educação, cerca de 450 são contratados anualmente ao abrigo da alínea para ‘necessidades temporárias', ou seja, o país não investe na continuidade destes serviços, não investe nestes profissionais", criticou.

Estudo
Um novo estudo publicado no “The Journal of the American Osteopathic Association” salienta que a falta de vitamina D é agravada...

Quase mil milhões de pessoas sofrem de deficiência de vitamina D, segundo um estudo conduzido pela Universidade Touro, no estado do Nevada, nos Estados Unidos.

Kim Pfotenhauer, cientista e co-autora da investigação, diz que "as pessoas passam cada vez menos tempo na rua e, quando saem, usam protetor que anula a capacidade de produzir vitamina D", escreve o Sapo.

"Embora queiramos que as pessoas se protejam contra o cancro da pele, existem níveis saudáveis, moderados de exposição solar não protegida, que podem ajudar imenso a aumentar a vitamina D", acrescenta a investigadora numa nota da referida universidade.

Algumas doenças crónicas como a diabetes de tipo 2, a doença de Crohn e a doença celíaca impossibilitam o organismo de sintetizar vitamina D a partir da alimentação.

No entanto, a vitamina D é essencialmente produzida pela pele quando exposta ao sol e é essencial a vários processos do corpo humano.

Alerta da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo
Segundo a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC), 20 minutos de sol por dia bastam para repor as necessidades diárias de vitamina D.

"É um erro grosseiro julgar que estando mais tempo expostos ao sol vamos ter mais produção de vitamina D (…) e é errado aconselhar a população a expor-se mais ao sol, de forma desmesurada, pois vai é aumentar o risco de cancro de pele", alerta o médico Osvaldo Correia, secretário-geral da APCC.

Estudo
Investigadores da Universidade de Bona, na Alemanha, descobriram que a canábis atrasa o processo de envelhecimento do cérebro e...

Cientistas do Instituto de Psiquiatria Molecular da Universidade de Bona, na Alemanha, descobriram que uma pequena dose do principal componente ativo da canábis, o THC (tetraidocanabinol), melhora o desempenho cerebral, segundo um estudo publicado agora na revista Nature Medicine.

É mais um ponto a favor da cannabis sativa, escreve o Sapo, uma planta até há pouco tempo era marginalizada, mas que já é vendida em farmácias em alguns países do mundo.

Andreas Zimmer, diretor do Instituto de Psiquiatria Molecular de Bona, acredita que os resultados obtidos em ratos de laboratório sejam aplicáveis aos seres humanos pela semelhança das estruturas cerebrais de ambas as espécies.

Dessa forma, os cientistas pretendem agora avançar para uma nova fase de investigação para perceber se o THC pode influenciar positivamente o funcionamento do cérebro em pessoas com demência.

Em laboratório, os cientistas mostraram que, antes da administração de canábis, as cobaias idosas tinham dificuldade em reconhecer companheiros da mesma espécie, reagindo com agressividade e confusão, descreve Andreas Zimmer à radiotelevisão alemã Deutsche Welle.

No entanto, os ratos jovens com melhor memória reagiam de forma relaxada perante a presença de animais da sua espécie.

Após a administração do THC, os ratos velhos passaram a agir da mesma forma na presença de um animal conhecido.

Comissão Parlamentar de Saúde
O grupo de trabalho sobre tabaco, da comissão parlamentar de Saúde, votou ontem a proposta do Governo de alterações à lei do...

As votações são apenas indiciárias, sendo as propostas de alteração à proposta do Governo votadas na Comissão Parlamentar de Saúde, provavelmente na próxima semana.

A proposta governamental tem duas alterações fundamentais à atual lei. Uma a equiparar os novos produtos de tabaco aos cigarros tradicionais, nomeadamente em termos de restrições de locais de consumo, e outra a proibir que se fume em locais ao ar livre perto de escolas ou hospitais (menos de cinco metros).

Os deputados do grupo de trabalho votaram contra esta alteração mas a favor da equiparação de novos produtos, algo com que a deputada pelo PS Isabel Moreira discorda profundamente, considerando a aprovação (ainda indiciária) como "um erro trágico para a liberdade e saúde pública, além de inconstitucional".

Referindo-se aos cigarros eletrónicos e ao tabaco aquecido, a deputada salientou que sendo produtos menos prejudiciais não deviam ser equiparados aos cigarros ditos normais, acrescentando que espera uma posição diferente dos deputados em sede de Comissão de Saúde e no plenário da Assembleia da República.

É que, disse após a reunião do grupo, equiparar produtos que são "muito menos prejudiciais" é inconstitucional à luz do princípio da proporcionalidade e uma "restrição da liberdade" porque não há (com os novos produtos) prejuízos para terceiros.

Aprovar a lei assim é "prejudicar a saúde pública que a lei diz que quer salvaguardar" e diabolizar produtos menos nocivos equiparando-os aos mais nocivos.

A proposta de lei do Governo, sobre normas para a proteção dos cidadãos à exposição involuntária ao fumo de tabaco e medidas de redução da procura, revê a lei de 2007 e justifica a equiparação de novos produtos referindo que são utilizados pela indústria como sendo produtos de "risco potencialmente reduzido" mas não são conhecidos, de forma cientificamente comprovada, todos os efeitos que podem resultar do seu consumo continuado.

A proposta altera também as coimas, obrigações de comunicação de aditivos, a publicidade ou rotulagem dos produtos de tabaco. São ao todo alterações em 24 artigos da lei de 2007, entre locais onde é proibido fumar e as exceções, ingredientes do tabaco, medição de emissões, a aparência dos produtos a venda ou a prevenção.

A lei devia ter entrado em vigor em janeiro deste ano mas como só hoje os deputados fizeram as votações indiciárias será proposta em sede de Comissão de Saúde a data de entrada em vigor.

Estudo
Os tumores difíceis de tratar com quimioterapia podem vir a ser atacados com sucesso com um novo tratamento que combina ondas...

As nanopartículas (partículas microscópicas artificiais) podem ser portadoras eficazes de fármacos até ao local exato do tumor através da corrente sanguínea, reduzindo os efeitos secundários tóxicos associados à quimioterapia tradicional e aumentando a eficácia dos tratamentos, refere o estudo realizado por investigadores da Universidade de Turim, Itália, e divulgado na publicação especializada Endocrine-Related Cancer.

No entanto, em alguns cancros, a administração de fármacos pode ser comprometida devido à interrupção do fluxo sanguíneo do tumor.

Para resolver esse problema, os investigadores associaram às nanopartículas ondas de choque extracorporais (ESW na denominação em inglês), ondas sonoras que podem ser concentradas e apontadas com alta precisão, de modo a que as células cancerígenas absorvam facilmente os medicamentos.

As nanopartículas criadas para o novo tratamento, que se encontra em ensaios pré-clínicos, são descritas como "bolhas" que contém os fármacos a libertar com precisão nas células alvo.

Os investigadores testaram o tratamento em ratos com carcinoma anaplásico da tiroide (CAT), um tipo de cancro muito agressivo, raro e difícil de tratar.

O carcinoma anaplásico da tiroide é um dos cancros mais letais. Após o diagnóstico, a taxa média de sobrevivência é de apenas cinco meses.

Até agora, não existe um terapia padrão para o CAT não existe e o único fármaco aprovado, a doxorrubicina (utilizada na quimioterapia), tem efeitos secundários graves e é benéfico em menos de 22% dos casos.

Os investigadores da Universidade de Turim mediram o volume do tumor uma vez por semana durante 21 dias, e verificaram que a doxorrubicina ministrada com o novo tratamento reduziu significativamente o volume tumoral, em comparação com tratamentos tradicionais e tratamentos com recurso a nanopartículas mas sem ondas de choque.

O tratamento combinado resultou também num maior teor de doxorrubicina ministrado diretamente nas células cancerígenas.

Os efeitos secundários mais frequentes do tratamento com doxorrubicina são os danos nos tecidos cardíacos, que foram significativamente menores nos animais tratados com nanopartículas, em relação aos verificados com os tratamentos tradicionais.

"Esta poderia ser uma estratégia viável para o tratamento deste e outros tumores sólidos agressivos em que a quimioterapia padrão permanece como única opção", disse Maria Graziella Catalano, que liderou a equipa de investigadores.

"Dados os resultados promissores deste estudo pré-clínico e a falta de uma terapia padrão para o CAT, o próximo passo será a realização de ensaios clínicos com a esperança de melhorar o tratamento do cancro e qualidade de vida dos pacientes", acrescentou.

Este estudo relatou a primeira vez em que esta terapia combinada foi testada em animais vivos.

Estudo
O Estudo PASSPORT caracterizou as espondiloartrites, como a artrite psoriática (AP) e a espondilite anquilosante (EA) em...

Os doentes com Espondilite Anquilosante (EA) ou Artrite Psoriática (AP) têm o diagnóstico da doença mais de dez anos depois do aparecimento dos primeiros sintomas. As espondiloartrites, patologias inflamatórias crónicas, afetam 1,6% da população – ou seja, cerca de 160 mil portugueses por cada 100 mil habitantes – sendo que a EA tem uma prevalência de 0,5% (50 mil doentes) e a AP de 0.3% (30 mil doentes). O estudo PAASPORT, uma sub-análise do estudo EpiREumaPt, vem agora confirmar a carga destas doenças em Portugal e o seu impacto significativo na qualidade de vida dos doentes, nos sistemas de saúde e na sociedade.

A Professora Doutora Helena Canhão, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia e co investigadora principal do estudo refere que “os resultados do EpiReumaPt enfatizam e confirmam a carga das espondiloartrites em Portugal, sobretudo no que se refere à pior qualidade de vida dos doentes, aos níveis de reforma antecipada e também ao consumo dos recursos de saúde. Conhecendo melhor esta realidade, é clara a necessidade de aumentar a sensibilização para estas patologias, ajustando as políticas de saúde associadas com a alocação de recursos que permitam uma intervenção mais precoce”.

Tanto a EA como a AP têm um maior impacto na qualidade de vida do doente quando comparadas com outras doenças reumáticas, reportando piores resultados nas dimensões: dor corporal, saúde geral, vitalidade, função social, desempenho emocional e saúde mental. As perturbações psiquiátricas são uma das co morbilidades mais frequentes nestes doentes, 13% dos doentes reportam sintomas de ansiedade/depressão.

A esfera profissional é também muito afetada, apesar da maioria dos doentes se encontrar numa idade com vida profissional ativa, 13% referem ter faltado ao trabalho nos últimos 12 meses. De salientar que os doentes com artrite psoriática reformam-se ainda mais cedo: 11% dos doentes com EA e AP tiveram que se reformar devido à doença e 20% dos doentes com AP tiveram que o fazer antecipadamente.

Os doentes com EA apresentam um maior consumo de recursos de saúde do que os doentes com AP, sendo que 9,4% estiveram hospitalizados nos últimos 12 meses, face a 4,1% dos doentes com AP. Mais doentes com EA necessitaram também de cuidados domiciliários no último ano (3,5%).

Sobre o Estudo PAASPORT

O Estudo PAASPORT é uma sub-análise do estudo EpiReumaPt, desenvolvida com o objetivo de estimar a prevalência de EA e AP em Portugal, assim como para fazer uma caracterização clínica dos doentes portugueses e avaliar o impacto das doenças na sua qualidade de vida. Este estudo foi realizado em parceria com a Novartis.

Grupo de Estudo EpiREumaPt

O Grupo de Estudo EpiReumaPt implementado em 2011, resulta do esforço conjunto da Sociedade Portuguesa de Reumatologia juntamente com a NOVA Medical School, Direção Geral da Saúde e CESOP-UCP. Tem como objetivo desenvolver o primeiro estudo de base populacional de epidemiologia das doenças reumáticas e músculo-esqueléticas. O EpiREumaPt é um estudo transversal da população adulta portuguesa que envolveu mais de 10 mil doentes, entre setembro de 2011 e dezembro de 2013, e que pretendeu estimar a prevalência de 12 doenças reumáticas e músculo-esqueléticas, assim como o seu impacto na capacidade, qualidade de vida, saúde mental e utilização de recursos de saúde. 

 

Estudo
O Estudo PASSPORT caracterizou as espondiloartrites, como a artrite psoriática (AP) e a espondilite anquilosante (EA) em...

Os doentes com Espondilite Anquilosante (EA) ou Artrite Psoriática (AP) têm o diagnóstico da doença mais de dez anos depois do aparecimento dos primeiros sintomas. As espondiloartrites, patologias inflamatórias crónicas, afetam 1,6% da população – ou seja, cerca de 160 mil portugueses por cada 100 mil habitantes – sendo que a EA tem uma prevalência de 0,5% (50 mil doentes) e a AP de 0.3% (30 mil doentes). O estudo PAASPORT, uma sub-análise do estudo EpiREumaPt, vem agora confirmar a carga destas doenças em Portugal e o seu impacto significativo na qualidade de vida dos doentes, nos sistemas de saúde e na sociedade.

A Professora Doutora Helena Canhão, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia e co investigadora principal do estudo refere que “os resultados do EpiReumaPt enfatizam e confirmam a carga das espondiloartrites em Portugal, sobretudo no que se refere à pior qualidade de vida dos doentes, aos níveis de reforma antecipada e também ao consumo dos recursos de saúde. Conhecendo melhor esta realidade, é clara a necessidade de aumentar a sensibilização para estas patologias, ajustando as políticas de saúde associadas com a alocação de recursos que permitam uma intervenção mais precoce”.

Tanto a EA como a AP têm um maior impacto na qualidade de vida do doente quando comparadas com outras doenças reumáticas, reportando piores resultados nas dimensões: dor corporal, saúde geral, vitalidade, função social, desempenho emocional e saúde mental. As perturbações psiquiátricas são uma das co morbilidades mais frequentes nestes doentes, 13% dos doentes reportam sintomas de ansiedade/depressão.

A esfera profissional é também muito afetada, apesar da maioria dos doentes se encontrar numa idade com vida profissional ativa, 13% referem ter faltado ao trabalho nos últimos 12 meses. De salientar que os doentes com artrite psoriática reformam-se ainda mais cedo: 11% dos doentes com EA e AP tiveram que se reformar devido à doença e 20% dos doentes com AP tiveram que o fazer antecipadamente.

Os doentes com EA apresentam um maior consumo de recursos de saúde do que os doentes com AP, sendo que 9,4% estiveram hospitalizados nos últimos 12 meses, face a 4,1% dos doentes com AP. Mais doentes com EA necessitaram também de cuidados domiciliários no último ano (3,5%).

Sobre o Estudo PAASPORT

O Estudo PAASPORT é uma sub-análise do estudo EpiReumaPt, desenvolvida com o objetivo de estimar a prevalência de EA e AP em Portugal, assim como para fazer uma caracterização clínica dos doentes portugueses e avaliar o impacto das doenças na sua qualidade de vida. Este estudo foi realizado em parceria com a Novartis.

Grupo de Estudo EpiREumaPt

O Grupo de Estudo EpiReumaPt implementado em 2011, resulta do esforço conjunto da Sociedade Portuguesa de Reumatologia juntamente com a NOVA Medical School, Direção Geral da Saúde e CESOP-UCP. Tem como objetivo desenvolver o primeiro estudo de base populacional de epidemiologia das doenças reumáticas e músculo-esqueléticas. O EpiREumaPt é um estudo transversal da população adulta portuguesa que envolveu mais de 10 mil doentes, entre setembro de 2011 e dezembro de 2013, e que pretendeu estimar a prevalência de 12 doenças reumáticas e músculo-esqueléticas, assim como o seu impacto na capacidade, qualidade de vida, saúde mental e utilização de recursos de saúde. 

 

Angola
As autoridades angolanas informaram hoje que o país tem à volta de 19.000 crianças com VIH/Sida, entre um total de cerca de 300...

A informação foi transmitida hoje à imprensa, em Luanda, pela diretora do Instituto Nacional de Luta contra a Sida de Angola, Lúcia Furtado, à margem de um seminário para organizações da sociedade civil em Angola, organizado pela Rede Angolana das Organizações de Serviços de Sida (Anaso).

"A prevalência estimada nos últimos anos é de 2,1%, estima-se que cerca de 300.000 pessoas estejam a viver com o VIH entre homens, mulheres e crianças. Nós estimamos que cerca de 19.000 crianças estejam infetadas com VIH a nível do país", adiantou, aludindo nomeadamente a um estudo a grávidas em consulta pré-natal.

Em março, o secretário executivo da Anaso, António Coelho, disse à Lusa que Angola tem cerca de 30.000 crianças infetadas pela doença e que dessas apenas 3.000 estão a ser acompanhadas e fazem terapia, sendo que a epidemia afetou já meio milhão de pessoas. Deste total, apenas 215.000 estarão a ser acompanhadas, mas apenas 78.000 "estão a beneficiar de terapia antirretroviral", de acordo com António Coelho.

Questionada sobre os números da Anaso, Lúcia Furtado, disse desconhecer a fonte utilizada por aquela organização não-governamental, mas admitiu que a instituição pública que dirige ainda trabalha com dados provisórios e estimativas.

"Nós, infelizmente, ainda trabalhamos com estimativa. Temos problemas dos dados e para ter uma estimativa que é calculada graças a um programa, temos que ter os dados reais que são introduzidos nesse programa e aí dá-nos a estimativa", sustentou.

A diretora do Instituto Angolano de Luta contra a Sida informou também que em Angola não há nenhuma rotura de antirretrovirais admitindo no entanto problemas pontuais nas unidades hospitalares, mas sublinhando ser um "problema de gestão a vários níveis" e que já foi identificado.

"Como sabe é uma cadeia de abastecimento, não ficamos felizes por ter antirretrovirais no armazém central quando a população na unidade de saúde as vezes tem falta de um ou outro antirretroviral. Então, estamos a trabalhar sobre isso e já foram identificados alguns constrangimentos de vária ordem e temos estado a trabalhar para que se resolvam ou minimizem esses problemas", explicou.

Em relação as alegadas cobranças de antirretrovirais e da medição da carga viral em algumas unidades hospitalares públicas, também denunciadas recentemente pela Anaso, a responsável disse desconhecer, aguardando que os alegados casos sejam denunciados, tendo em conta que os referidos serviços são de distribuição gratuita.

"São gratuitos e nenhum hospital público ou privado tem o direito de cobrar o que seja para ceder antirretroviral ou medir a carga viral de uma pessoa portadora do VIH. Por isso aguardamos por denúncias fundamentadas, para podermos pôr cobro a situação", rematou.

Ainda de acordo com Lúcia Furtado, Angola pretende alcançar até 2020 a denominada meta 90/90/90, equivalente a 90% de testes na população, 90% de tratamento das pessoas com o vírus e 90% de supervisão viral.

7º Congresso Internacional IVI sobre Medicina Reprodutiva
Calcula-se que 1% das mulheres tenham falência ovárica prematura – ou menopausa precoce – e que, apesar da juventude, terão...

Nas últimas décadas, são muitos os fatores que contribuíram para que se tenha filhos cada vez mais tarde: sociais, laborais, económicos, etc. Porém, a biologia não acompanhou esta tendência, e de facto, o melhor momento reprodutivo da mulher ocorre na década dos vinte, quando uma grande parte delas não planeia ser mãe. É nessa idade que se libertam os melhores óvulos, tendo em vista aumentar as possibilidades de uma gravidez sem complicações e que origine um bebé saudável. Não obstante, calcula-se que 1% das mulheres tenham falência ovárica prematura – ou menopausa precoce – e que, apesar da juventude, terão problemas para engravidar.   

Num estudo feito em colaboração com o hospital La Fe de Valencia, o IVI demonstra que conseguiu quatro gravidezes em pacientes que tinham falência ovárica precoce mediante o rejuvenescimento do ovárico. Esta é precisamente uma das linhas de investigação desenvolvidas pelo IVI e que dirige o Prof. Antonio Pellicer, copresidente e fundador do grupo: “Estamos a contemplar métodos inovadores para ativar folículos que de outra forma não se desenvolvem e os resultados estão a ser prometedores. Este tratamento abre uma porta de esperança a pacientes que de outra forma não teriam oportunidade de engravidar com os seus próprios óvulos, explica.”

O rejuvenescimento ovárico foi um dos temas tratados no workshop prévio ao 7º Congresso Internacional IVI sobre Medicina Reprodutiva, que ocorreu hoje em Bilbao, e reuniu investigadores de renome Antonio Pellicer, Sonia Herraiz, Mónica Romeu, César Díaz y Konstantinos Pantos. Entretanto, uma das sessões do Prof. Pellicer de amanhã, também irá abordar esta inovadora linha de investigação.

Duas técnicas, o mesmo objetivo

Para alcançar o rejuvenescimento ovárico – que ative o crescimento dos folículos em estados precoces, independentemente da ação das gonadotrofinas – o IVI investiga duas técnicas: a fragmentação do tecido ovárico  (OFFA, cujas siglas em inglês significam Ovarian Fragmentation for Follicular Activation) e a infusão de células mãe na artéria ovárica. Ambas conseguem que o ovário, o órgão responsável pela ovulação, reverta parcialmente o seu processo de envelhecimento e ative os folículos adormecidos, que de outra forma permaneceriam no ovário sem desenvolver-se, nem sequer mediante a toma de medicação.

A primeira técnica, atualmente é aplicada no IVI Valencia em pacientes com falência ovárica precoce, como última opção antes de se submeterem a um tratamento com doação de óvulos. Mediante laparoscopia obtém-se uma amostra do córtex ovárico, fragmenta-se e volta-se a implantar. Este procedimento é simples e as pacientes têm alta no próprio dia.

Outro método de rejuvenescimento ovárico consiste na infusão de células da médula óssea (BMDSC, cujas siglas em inglês significam Bone Marrow-Derived Stem Cells) na artéria ovárica. Este procedimento faz parte de um estudo piloto levado a cabo pelo Prof. Antonio Pellicer e a sua colaboradora a Dra. Sonia Herraiz conjuntamente com o hospital La Fe de Valencia. Esta técnica oferece também resultados prometedores, dado que inclusivamente ocorreram gravidezes espontâneas em mulheres com baixa reserva ovárica depois de se submeterem a um transplante de medula óssea.

Durante a primeira jornada do 7th IVI Congress, que tem lugar amanhã e reunirá mais de 1.400 especialistas em medicina reprodutiva, o Prof Antonio Pellicer e o Dr. César Díaz, apresentarão os resultados de ambas as técnicas. Na mesma sessão participará também o Dr. Aeron Hsueh, que irá apresentar uma nova técnica de visualização do desenvolvimento dos folículos semelhante aos infravermelhos e que permite observar o sue tamanho, localização e forma. 

Doença Autoimune
Cláudia Barata tinha 14 anos quando foi diagnosticada com Lúpus Eritematoso Sistémico, uma doença se

Aos 14 anos Cláudia foi diagnosticada com Lúpus, uma doença crónica da qual nunca tinha ouvido falar. Fragilizada com a situação, Cláudia teve a sorte ser acompanhada por um especialista que a ajudou a desmistificar a doença.

“Na altura, (este diagnóstico) era totalmente desconhecido por nós, até mesmo no seio da medicina ainda pouco se sabia sobre a doença”, começa por contar Cláudia que encontrou no médico assistente um aliado para a vida. “No entanto, graças ao profissionalismo, estudo e sucesso do meu médico fomos muito bem esclarecidos e muito bem acompanhados para que tudo corresse pelo melhor”, acrescenta admitindo que, ainda que tenha chegado a pensar que a doença lhe iria roubar a adolescência, contou com um importante apoio familiar que a ajudou a superar todas as adversidades.

“Eu tinha 14 anos quando me foi diagnosticada a doença. Iniciei com uma alopécia, depois seguiram-se edemas ligeiros das mãos e pés, eritema palmar e facial, úlceras orais, análises com velocidade de sedimentação elevada, febre e dor torácica”, recorda.

Evitar a exposição solar, ter cuidado com a alimentação, controlar o stress e não falhar a medicação são as principais medidas que lhe permitem, desde essa altura, o controlo da doença. “A primeira e grande alteração no meu dia-a-dia foi deixar de apanhar sol, eu que adorava ficar um dia inteiro na praia!”, conta referindo que usa sempre proteção solar – fator 50+ no Inverno e fator 100 no Verão – , chapéu, óculos escuros e roupas frescas, para além de evitar a exposição a luzes fluorescentes uma vez que sofre de fotossensibilidade extrema.

“Ao nível da alimentação tento ter muito cuidado com o sal e fazer uma alimentação mais saudável e tomo religiosamente a medicação (entre eles imunossupressores e corticóides)”, acrescenta destacando a importância de descansar sempre que necessário. “Tenho de ouvir o meu corpo, respeitá-lo acima de tudo. Se me pede descanso, dou-lhe!”, diz.

Atualmente, “a caminho dos 40, a famosa idade da ternura”, Cláudia sente-se agradecida por a doença se manter controlada. “Para aquilo que passei, digamos que recuperei muito bem. Agradeço todos os dias pelo meu bem-estar”, afirma consciente de que a sua postura continua a ser parte importante na luta diária contra a doença. “Acima de tudo devemos ser conscientes da doença e devemos ter um papel de «bons doentes» cumpridores e positivos, pois torna tudo mais fácil”, afiança.

A par do acompanhamento especializado e familiar, Claúdia destaca ainda a importância da existência de uma organização como a Associação de Doentes com Lúpus, que é “um porto de abrigo a todos aqueles que necessitam de apoio e esclarecimento sobre o LES”, lutanto pelos direitos e causas dos doentes.

“Não nos podemos esquecer que se trata de uma Organização sem Fins Lucrativos, com escassos recursos” que trabalha em prol dos doentes de Lúpus Eritematoso Sistémico e seus familiares. “São a nossa Voz”, termina.

LES, uma doença crónica e sem causa conhecida

Também conhecido como lúpus eritematoso sistémico (LES), o Lúpus é uma doença autoimune que pode afetar qualquer órgão ou sistema.

“O lúpus é uma doença autoimune que pode afetar múltiplos órgãos e sistemas, em especial pele, articulações, superfícies serosas, coração, pulmões, rins, sistema nervoso central, entre outros”, explica Luís Afonso Dutschmann, presidente da Associação de Doentes com Lúpus.

Estima-se que a incidência desta patologia seja de 500 casos por milhão, registando-se cerca de  “50 a 70 novos casos por ano e por milhão de habitantes”.

A patologia surge quando o sistema imunitário ataca as próprias células e tecidos do corpo. “Há uma formação de auto anticorpos que reagem com antigénios formando imuno complexos que se depositam nos tecidos com o consequente processo inflamatório que daí resulta”, refere o médico.

“A  causa da doença é desconhecida, e provavelmente para ela contribuem fatores genéticos, metabólicos, ambientais e endócrinos”, acrescenta o especialista em Medicina Interna.

Apesar de não haver certezas quanto à sua origem sabe-se que pode surgir em qualquer idade da vida e em ambos os sexos.

No entanto, maior número de casos tem sido diagnosticado em mulheres, em idade fértil, entre os 14 e os 30 anos, intervalo etário em que o rácio de prevalência se cifra em nove mulheres para um homem. “Em criança ou idosos a proporção é idêntica”, afirma

De acordo com Luís Afonso Dutschmann, a doença “pode manifestar-se inicialmente por lesões cutâneas, dores articulares, derrame pleura, entre outras, acompanhadas ou não por sinais gerais”.

Quanto ao tratamento, o especialista explica que este engloba dois tipos de medidas: “as medidas gerais com educação do doente, suporte emocional do mesmo, cuidados a ter com a exposição solar e repouso, e medidas específicas  como corticosteroides locais (lesão cutânea) e sistémicos, antimaláricos, analgésicos não esteróides, imunossupressores e pontualmente, em alguns casos, terapêutica com agentes biológicos”, exemplifica.

Em todo o caso, nunca é demais relembrar que o tratamento é determinado, em grande parte, “mais pelas manifestações individuais da doença, do que pelo diagnóstico primário”.

“A intensidade da terapêutica deve basear-se na gravidade da doença e deve ser administrada por um período de tempo mais curto, com as doses mais baixas que for possível, de forma a evitar a toxicidade dos fármacos”, adverta o especialista, que aconselha o doente a ser seguido por um médico “que conheça bem esta entidade e que saiba manejar convenientemente a medicação”.

Reumatologia, Medicina Interna ou Nefrologia são algumas das especialidades indicadas. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Inquérito
A maioria dos europeus acolhe a expansão das tecnologias digitais mas tem reticências quanto a entregar a robôs tarefas como...

Numa edição especial do Eurobarómetro dedicado às atitudes perante a automação e o domínio digital no quotidiano, 75% dos inquiridos nos 28 Estados da União Europeia pensam que as tecnologias digitais mais recentes beneficiam a sua vida, 67% respondem que melhoraram a qualidade de vida e 65% entendem que tiveram um impacto positivo na sociedade.

Entre os portugueses, 72% entendem que aquelas tecnologias tiveram um impacto positivo ou muito positivo na sua qualidade de vida.

Mas os cidadãos reconhecem que a automação e o uso generalizado de inteligência artificial têm um preço: 72% vêem os robôs como ameaças ao seu emprego e 74% admitem que vão desaparecer empregos que nunca mais se recuperarão.

Portugal é o país onde há mais a ideia de que os robôs roubam empregos, partilhada por 93% dos inquiridos. 84% acreditam que vão desaparecer empregos para sempre quando certas tarefas forem entregues a máquinas e inteligência artificial.

Mais de 80% dos europeus nunca usaram um robô no trabalho mas só 35% se sentiriam confortáveis com essa ideia, uma queda de 12 pontos percentuais em relação a 2014.

A possibilidade de ser sujeito a uma intervenção médica feita por um robô só é admissível para 26% dos inquiridos, ainda menos quando se põe a hipótese de ser conduzido num carro guiado por um robô, com a qual só 22% admitem estar confortáveis.

Também aqui Portugal está entre os países mais céticos: 71% não quereriam cuidados médicos prestados por um robô e 65% não quereriam ser operados por uma máquina.

Quanto a ser guiado um carro comandado por inteligência artificial, para 60% está fora de questão.

A maioria dos cidadãos dos 28 afirma que acesso à Internet mais rápido e fiável seria decisivo para aumentar o uso de tecnologias digitais (69%) e que é preciso dar-lhes mais credibilidade (63%), enquanto 57% gostaria de ver mais serviços públicos disponíveis 'online'.

No Eurobarómetro conclui-se ainda que 71% dos europeus se sentem capacitados para usar tecnologia digital no seu quotidiano e 65% crêem-se habilitados a usar os serviços 'online'.

O inquérito foi realizado em março com entrevistas presenciais a 27.901 pessoas.

Dívidas do setor
O presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) alertou hoje para o facto de o investimento no...

Alexandre Lourenço falava durante uma audição na Comissão Parlamentar da Saúde, a requerimento do PSD, sobre o significativo aumento do montante das dívidas aos fornecedores de bens e serviços do SNS.

De acordo com Alexandre Lourenço, esta diminuição do investimento “põe em causa a prestação de cuidados do sistema e a captação dos melhores recursos humanos do setor”.

“A questão do investimento é uma questão importante e temos procurado encontrar soluções para isso”, adiantou.

Em relação às dívidas do setor, o responsável disse que esta se encontra “estabilizada em relação aos anos anteriores” e recordou que, em 2011, o SNS “atingiu um momento total de rotura com uma dívida a fornecedores muito perto dos 3.000 milhões de euros, tendo sido necessárias várias injeções de financiamento”.

Alexandre Lourenço sublinhou que a maior parte das empresas que fornecem o SNS são Pequenas e Médias Empresas (PME) e que as dívidas põem em causa a sua “trajetória de sustentabilidade”.

“A situação merece um acompanhamento profundo. Não é uma situação confortável para nenhuma das partes. Os administradores também vivem dificuldades na relação com os fornecedores sobre esta dívida”, afirmou.

No passado dia 26 de abril, no âmbito deste conjunto de audições sobre o significativo aumento do montante das dívidas aos fornecedores de bens e serviços do SNS, o presidente da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) revelou que a dívida dos hospitais públicos à indústria farmacêutica atingiu os 892 milhões de euros em março.

Também o secretário-geral da Associação Portuguesa de Dispositivos Médicos (Apormed) indicou, no mesmo dia, que em março deste ano a dívida dos hospitais públicos a estas empresas situava-se nos 272,2 milhões de euros, dos quais 175,6 milhões de euros são dívidas vencidas a mais de 90 dias.

Propostas vão a votos
Os novos produtos de tabaco deverão ser equiparados aos cigarros tradicionais mas deve continuar a ser permitido fumar junto de...

As votações ocorreram no grupo de trabalho sobre o tabaco, constituído dentro da comissão parlamentar de Saúde, para debater uma proposta de lei do Governo de alteração da lei do tabaco. As votações são indiciárias e não definitivas. As propostas irão ser votadas ainda na comissão de Saúde e no plenário.

A proposta de lei do Governo incide basicamente em duas questões, a proibição de fumar a menos de cinco metros de locais como escolas, hospitais, creches ou jardins-de-infância, e a equiparação de produtos como cigarros eletrónicos ou tabaco aquecido aos cigarros tradicionais.

Os deputados do grupo sobre o tabaco estão hoje a votar alterações à proposta do Governo e aprovaram a equiparação dos novos produtos de tabaco aos cigarros comuns, pelo que no futuro, se se confirmar a votação, não será possível usar, por exemplo, um cigarro eletrónico em locais onde já é proibido fumar os cigarros tradicionais.

No entanto, a parte da proposta de lei sobre a proibição de fumar junto de hospitais ou escolas foi chumbada pelos deputados, pelo que, a manter-se a votação, não vai haver alteração nessa matéria.

Por proposta do PS foi porém aprovada uma parte da proposta, a de que seja proibido fumar em parques infantis, ainda que sejam ao ar livre.

Uma proposta do PCP sobre espaços para fumadores com proteção contra intempéries e proteção de imagem (não expor os fumadores) também foi aprovada.

Organizações ligadas à saúde têm defendido a proibição de fumar em determinados locais ao ar livre, como junto de escolas ou hospitais, e criticam a posição maioritária dos deputados do grupo de trabalho.

Administradores Hospitalares
O presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares afirmou hoje que cirurgias e consultas são as mais...

Alexandre Lourenço falava à agência Lusa a propósito da greve de dois dias dos médicos, que começou hoje, sobre a qual ainda não tem conhecimento dos níveis de adesão, embora saiba que são as cirurgias programadas e as consultas externas as mais afetadas.

Os hospitais, disse Alexandre Lourenço, tentaram minimizar o impacto da greve nos utentes, uma vez que, principalmente em relação às cirurgias, estes são “momentos importantes da vida das pessoas”.

“É importante dar um sinal de normalidade aos utentes, garantindo que estes têm os serviços que precisam”, adiantou.

Segundo Alexandre Lourenço, nos últimos dias, os médicos, nomeadamente aqueles que sabiam que iriam aderir ao protesto, promoveram o reagendamento das cirurgias e consultas e chegaram mesmo a antecipar alguns cuidados.

“Tanto a antecipação das cirurgias e consultas como o seu reagendamento é feito à custa de uma sobrecarga do trabalho dos clínicos, o qual não deve deixar de ser enaltecido”, disse Alexandre Lourenço.

A greve de hoje e quinta-feira é um protesto pela ausência de medidas concretas do Governo num conjunto de reivindicações sindicais que têm tentado estar a ser negociadas ao longo do último ano.

Limitação do trabalho suplementar a 150 horas anuais, em vez das atuais 200, imposição de um limite de 12 horas de trabalho em serviço de urgência e diminuição do número de utentes por médico de família são algumas das reivindicações sindicais.

Os promotores da greve - Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e Federação Nacional dos Médicos (FNAM) - também querem a reposição do pagamento de 100% das horas extra, que recebem desde 2012 com um corte de 50%. Exigem a reversão do pagamento dos 50% com retroatividade a janeiro deste ano

De acordo com o SIM, a adesão a esta greve relativa ao turno das 00:00 às 08:00 de hoje terá sido de 100%.

O presidente do SIM, Jorge Roque da Cunha, disse estimar que, entre as 00:00 e as 08:00, a adesão à greve tenha sido de 100%. “Só estiveram a ser cumpridos os serviços mínimos”, adiantou.

Apesar de ainda não ter dados mais concretos, Jorge Roque da Cunha disse que, por exemplo, no Hospital de Braga só funcionaram dois blocos operatórios e em Matosinhos, no distrito do Porto, nenhum dos blocos funcionou.

“No entanto, quero voltar a sublinhar que nenhum doente fica sem o seu tratamento de quimioterapia, radioterapia, hemodiálise. Estes serviços estão assegurados, bem como o serviço de urgência”, disse.

Contactado pela agência Lusa, fonte do gabinete do ministro da Saúde disse que, para já, não serão avançados dados oficiais sobre a adesão do protesto.

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