Estudo
Cerca de 5% dos bebés e fetos de mulheres infetadas com o vírus zika sofrem de malformações congénitas, segundo estatísticas...

Esta taxa atinge 8% entre as mães infetadas no primeiro trimestre de gravidez, precisa este estudo dos centros de controlo e de prevenção de doenças (CDC).

O estudo indica que quanto mais tardia é a infeção da mulher grávida mais fraca é a frequência das anomalias (5% no segundo trimestre e 4% no terceiro trimestre).

Estas estatísticas são as mais extensas disponíveis até agora do vírus zika em territórios norte-americanos ultramarinos, que incluem a Ilha de Guam, Ilhas Samoa, Ilhas Virgens, da Micronésia, Ilhas Marshall e de Porto Rico.

Os peritos da CDC sublinham que as taxas correspondem aos observados nos Estados Unidos.

Estas estatísticas foram calculadas com base em 2.549 casos de possíveis infeções com o vírus zika em mulheres que levaram a gravidez até ao fim.

Entre este grupo, a infeção foi confirmada em 1.508 mulheres entre janeiro de 2016 e abril de 2017 e 120 destas mulheres tiveram bebes com defeito cerebral, incluindo a microcefalia.

Excluindo as mulheres grávidas, o vírus zika não é geralmente perigoso.

O zika transmite-se principalmente por uma picada de mosquito ou por contacto sexual.

Desde a emergência do Zika durante o verão de 2015, mais de 1,5 mil milhões de pessoas foram infetadas na maioria no Brasil e noutros países da América do Sul. No total cerca de 70 países foram atingidos.

A Organização Mundial da Saúde (ONU) anunciou em novembro de 2016 que a infeção com Zika já não era uma urgência de saúde pública.

Estudo
Cientistas criaram um medicamento mais seguro para prevenir tromboses a partir de veneno de cobra, revela um estudo divulgado...

Trata-se de um fármaco da classe de medicamentos que impedem a ativação e aglomeração de plaquetas (células sanguíneas) e a formação de coágulos, sendo usados para prevenir tromboses cerebrovasculares ou a doença cardiovascular.

Os medicamentos anticoagulantes atuais, alguns dos quais baseados também em veneno de cobra, têm um efeito secundário grave, o de poder causar hemorragia prolongada após um ferimento.

Investigadores da Universidade Nacional de Taiwan desenvolveram o novo medicamento para interagir com uma proteína, a glicoproteína VI, localizada na superfície das plaquetas.

Num estudo anterior, a equipa descobriu que uma proteína existente no veneno de uma espécie de cobra, a "Tropidolaemus wagleri", da família das víboras e nativa do sudeste asiático, estimula as plaquetas a formarem coágulos no sangue ao ligarem-se à glicoproteína VI.

Trabalhos precedentes concluíram que plaquetas sem a glicoproteína VI não formam coágulos em doentes e não conduzem a hemorragias graves, o que levou os cientistas a pensarem que o bloqueamento da ação da glicoproteína poderia prevenir o aparecimento de coágulos e evitar os efeitos das hemorragias prolongadas.

Este novo estudo, pode ser o primeiro a descrever uma molécula baseada na estrutura de uma proteína específica do veneno de cobra (a proteína tem o nome científico de "trowaglerix") para bloquear a atividade da proteína da superfície das plaquetas.

A equipa científica da Universidade Nacional de Taiwan administrou o novo medicamento a ratos e observou que a formação de coágulos era mais lenta quando comparada com a de roedores que não foram tratados com o fármaco.

Além disso, verificou que os ratos medicados não sangravam mais do que os ratos do grupo de controlo.

Os investigadores pretendem otimizar os efeitos do fármaco - para que interaja apenas com a glicoproteína VI e não com outras proteínas e assim evitar reações indesejáveis - e testá-los de novo em animais, mas também em pessoas.

Alguns dos medicamentos anticoagulantes atuais têm como alvo outras proteínas, as glicoproteínas IIb/IIIa, e baseiam-se numa outra proteína de veneno de cobra, mas podem provocar hemorragias, um efeito adverso para o qual os cientistas da universidade de Taiwan não encontraram ainda uma explicação.

O estudo foi publicado na revista Arteriosclerosis, Thrombosis and Vascular Biology, editada pela Associação Americana do Coração.

“Quicly Heal”
Um projeto de comercialização de produtos à base de uma planta medicinal para tratar lesões da pele venceu a quarta edição do...

A proposta de valor da marca “Quicly Heal” (cura rápida), apresentada por alunos da Escola Profissional de Oliveira do Hospital, Tábua e Arganil (EPTOLIVA), baseia-se na “criação de produtos na área da saúde utilizados para o tratamento de lesões na epiderme”.

“Os produtos apresentam-se no mercado sob a forma de um penso biodegradável e uma solução desinfetante 100% natural, com propriedades antibacterianas, feita a partir de extratos da celidónia, planta que é usada pelas gentes locais para tratar pequenas lesões na epiderme”, segundo uma nota da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), com sede em Coimbra, que organizou o concurso.

O projeto da EPTOLIVA, com sede em Oliveira do Hospital, representou a Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra.

A presidente da CCDRC, Ana Abrunhosa, disse que, independentemente da atribuição de prémios aos vencedores, o concurso contribui “para construir uma cultura e mudar atitudes” entre os participantes, como futuros empreendedores.

“É importante desenvolver nos nossos jovens o à vontade, o espírito de equipa e de iniciativa”, acrescentou.

A participação no concurso, envolvendo escolas de diferentes CIM do Centro, “ajuda a desenvolver essas competências nos jovens”, enquanto empreendedores a título individual, mas também na resposta às “exigências do mercado de trabalho”, como trabalhadores por conta de outrem, disse ainda Ana Abrunhosa.

Em segundo lugar classificou-se a proposta “COLTEC”, apresentada pela Escola Secundária de Estarreja, em representação da CIM da Região de Aveiro.

Esta ideia de negócio consiste no desenvolvimento de um colete tecnológico “que integra nas costas um ecrã (‘display’) de leds (díodo emissor de luz) para a passagem de sinais rodoviários e texto, com o objetivo de diminuir a sinistralidade rodoviária para ciclistas e peões”.

A Escola Profissional do Fundão, da CIM Beiras e Serra da Estrela, ficou em terceiro lugar, com a ideia de negócio “Lumpslipps”, para a produção de chinelos com “materiais endógenos de origem natural como a cortiça, o burel e os caroços de cereja”.

Ao longo do ano letivo que está a terminar, várias escolas básicas, secundárias e profissionais promoveram “ações de sensibilização para o empreendedorismo junto da população escolar”, com o acompanhamento dos professores, segundo uma nota da CCDRC.

“As ações ao nível de escola culminaram na realização de concursos municipais de ideias de negócio e posteriormente nos concursos intermunicipais, com a forte colaboração das CIM”, adianta.

Ao organizar este concurso, a CCDRC pretende “sensibilizar e motivar os jovens para a inovação e o empreendedorismo, promovendo a iniciativa e o dinamismo nas comunidades onde se inserem”.

Em cada edição da iniciativa, é eleito o “aluno empreendedor da região” entre os representantes das comunidades intermunicipais.

Composto por representantes de entidades públicas e privadas, “com reconhecido mérito na área empresarial e na promoção do empreendedorismo” na região, o júri pondera o grau de inovação de cada projeto finalista e a sua exequibilidade, bem como “o impacto para o território, a estruturação e o desenvolvimento de cada ideia” apresentada.

Desta vez, o júri integrou Ana Palmeira (Universidade da Beira Interior), António José Correia (presidente da Câmara Municipal de Peniche), Carlos Cerqueira (Instituto Pedro Nunes, de Coimbra), Domingos Chambel (TRM - Fábrica de Travões de Abrantes), Francisco Mendes (BEEVC – Electronic Systems, de Ílhavo) e Vera Cunha (Escola de Hotelaria de Coimbra).

Estudo
Um novo teste sanguíneo pode prever o risco de desenvolver a doença neurodegenerativa de Huntington, revelaram investigadores,...

Num estudo publicado na revista científica Lancet, avança-se com um novo teste que prevê quando alguém está em risco de contrair a doença e é capaz de dizer com que rapidez o cérebro se vai degradar.

A doença de Huntington, que é transmitida geneticamente, tem como sintomas movimentos involuntários e alterações de personalidade e comportamento que acabam por tornar os doentes completamente dependentes até ao fim da vida.

Como danifica os músculos e afeta sistemas vitais, como o respiratório ou cardíaco, acaba por provocar a morte.

Uma equipa internacional de cientistas observou ao longo de três anos 200 pessoas com genes que indicam probabilidade de contrair doença de Huntington, alguns já com manifestações, testando-os regularmente para medir os efeitos.

Nas amostras sanguíneas procuraram sinais da doença, medindo uma proteína libertada pelas células cerebrais danificadas e verificando que a sua presença no sangue aumenta com a progressão do problema.

O investigador Edward Wild, da University College de Londres, afirmou que essa proteína "poderá servir como 'velocímetro' da doença de Huntington".

Se a investigação avançar e se concluir que não tem efeitos negativos, o teste poderá tornar-se uma alternativa mais barata e menos invasiva para os doentes de medir o progresso da doença, o que atualmente se faz com recolha de líquido cerebroespinal e exames ao cérebro.

APOGEN
Lisboa vai receber, de 14 a 16 de junho, a elite mundial dos medicamentos genéricos e biossimilares. No hotel Epic Sana Lisboa...

O evento contará com a presença de Adalberto Campos Fernandes, Ministro da Saúde; Hélder Mota Filipe, do Conselho Diretivo do INFARMED e Jacek Glinka, Presidente da Medicines for Europe, entre muitos outros especialistas.

A APOGEN – Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares será a anfitriã do evento que acontece em Portugal pela primeira vez neste formato. Paulo Lilaia, presidente da APOGEN afirma que “É uma grande honra ter em Lisboa as figuras maiores das áreas dos medicamentos genéricos e biossimilares. Mostra que estamos no centro da discussão”.

A Medicines for Europe, anteriormente conhecida como European Generics Medicines Association (EGA) é a associação europeia, com mais de 20 anos, que representa as empresas farmacêuticas da indústria de medicamentos genéricos e biossimilares. Os seus associados fornecem já 56 por cento do total de medicamentos consumidos na Europa, no entanto apenas contribuem em 22 por cento para o total da despesa com medicamentos. Sem a concorrência gerada pelos fabricantes de medicamentos genéricos a Europa, para ter o mesmo nível de acesso aos medicamentos, teria custos adicionais de 100 mil milhões de euros, por ano.

A Medicines for Europe é o parceiro líder ao nível dos cuidados de saúde, cujo objetivo é promover a saúde e o bem-estar de todos os europeus através de um melhor acesso a medicamentos de alta qualidade. O portfólio dos associados da Medicines for Europe cobre as mais diversas áreas terapêuticas incluindo diabetes, cardiovascular, e cancro, e, ao fazê-lo, contribui para a sustentabilidade dos sistemas de saúde da Europa para as gerações futuras. Em toda a Europa já existem 50 milhões de pessoas a tomar medicamentos genéricos para o controlo da pressão arterial e 20 milhões de doentes estão a ser tratados para a diabetes, também, com medicamentos genéricos.

No que respeita aos medicamentos biossimilares, a Medicines for Europe prevê que estes, até 2020 permitam poupanças de 33 mil milhões de euros em 8 países da UE.

Já a IGBA, que é composta pela Medicines for Europe; Canadian Generic Pharmaceutical Association; Generic Pharmaceutical Association; Japan Generic Medicines Association; Jordanian Association of Pharmaceutical Manufacturers; National Association of Pharmaceutical Manufacturers e Taiwan Generic Pharmaceutical Association, é uma associação empenhada na promoção dos medicamentos genéricos e biossimilares e na troca de conhecimento a nível mundial.

Transplantação: números aquém das possibilidades
Apesar do número de transplantes ter aumentado nos últimos anos em Portugal, especialistas afirmam q

Os dados da doação e transplantação de órgãos em 2016 apontam para um aumento de 10% de órgãos colhidos de dador falecido face ao ano anterior, com uma taxa de utilização a atingir os 84%. Dois números bastante positivos e que colocam o país em destaque a nível mundial.

No entanto, e apesar do esforço de todos os profissionais envolvidos neste processo, especialistas concluem que é possível fazer mais e melhor.

“O número de doações, e portanto de colheita, tem aumentado nos últimos anos embora sem atingir os números de 2009. A doação por milhão de habitante foi de 32.6 em 2016, um número que nos pode orgulhar a nível mundial”, começa por dizer Susana Sampaio, Presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT).

“No entanto, temos a noção de que poderemos melhorar”, refere apontando alguns dos motivos que condicionam a otimização das colheitas. “Existem unidades de cuidados continuados (UCI) que não sinalizam aos coordenadores hospitalares todos os potenciais dadores. São vários os motivos para esta situação, nomeadamente o facto das equipas de saúde se encontrarem reduzidas, limitando os recursos para a manutenção dos potenciais dadores”, afirma.

O reforço destas equipas, bem como a realização de campanhas de sensibilização e formação dos profissionais de saúde envolvidos no processo de sinalização, são algumas das soluções apresentadas de modo a melhorar o rácio de colheitas.

De acordo com a presidente da SPT, importa perceber que obstáculos existem a nível das organizações, que estão “aquém das suas potencialidades”, e tentar melhorar os  aspetos assinalados. “A qualidade assistencial das UCI pode ser avaliada pelo número de potenciais dadores e o número que de facto são sinalizados”, explica.

Por lado, importa ainda melhorar a taxa de aproveitamento de órgãos. “O tipo de dadores, nos últimos anos, modificou-se. Ou seja, há uns anos, os dadores eram essencialmente devido a morte por trauma (acidentes), eram mais jovens e portanto os orgãos também”, afirma a especialista.

Atualmente, os dadores são mais velhos e com mais doenças associadas, cuja principal causa de morte é a doença cerebro vascular ou hemorragia cerebral, o que faz com que a “qualidade do órgão” necessite de ser avaliada. “Nestas situações realiza-se uma biópsia – geralmente, falamos de rim ou de fígado para decisão de transplantar ou não. Quando o órgão não reúne condições o transplante não avança”, explica.

Deste modo, de acordo com Susana Sampaio, não podemos falar em desperdício de órgãos, como muitos insistem. “Se os rejeitássemos à partida por serem de dadores mais idosos ou com outras patologias, aí sim, poderiam desperdiçar-se órgãos implantáveis”, justifica.

Poderá ser, então, a transplantação de dador vivo parte da solução? Para a presidente da SPT esta é, sim, uma forma de aumentar a doação permitindo que mais doentes possam ser transplantados.

“Dado que o transplante de cadáver, em Portugal, como em qualquer parte do mundo, não consegue suprir as necessidades, o transplante de dador vivo aumenta as possibilidades dos doentes serem transplantados. Neste tipo de doação falamos essencialmente de transplante de rim”, refere a especialista.

Em termos legais, não é necessário existirem laços familiares para se poder doar um rim. Basta ser saudável e efetuar exames específicos e pormenorizados que permitirão avaliar que não correrá riscos no futuro. “Também tem de ser avaliado do ponto de vista social e psicológico antes de se avançar com a doação”, acrescenta recordando que “existem muitos doentes à espera de um transplante”.  “A doação é um ato de generosidade que devemos manter e louvar”, reforça.

Outra possibilidade recai sobre a utilização de órgão de dadores em paragem cardiocirculatória. “A vítima que entra em paragem respiratória é reanimada e transportada ao hospital para continuar e manter as manobras de suporte avançado de vida. Para melhorar a chegada de oxigénio aos tecidos é ligado a uma máquina de oxigenação”, explica Susana Sampaio que adianta que se ao fim “de um tempo muito bem estabelecido” não houver recuperação considera-se que a vítima poderá ser potencial dadora, mantendo-se “a oxigenação para melhor preservar os órgãos passíveis de serem transplantados”.

Desde 1 de janeiro de 2016 que este tipo de transplante está a ser realizado no Centro Hospitalar de São João, permitindo o aumento do número de doações.

“Uma vida, Duas vidas...”, o livro que apoia a Investigação

No passado dia 26 de Maio chegou às livrarias a obra “Uma vida, Duas vidas”, escrito por 22 conceituados médicos especialistas em transplantação, que se espera não deixar ninguém indiferente.

“Este livro conta a história de 22 médicos da área do transplante, dos seus doentes e dos momentos que os moldaram. São histórias de esperança, de determinação e de coragem, de quem tem a vida por um fio nas mãos de um estranho...”, revela a presidente da STP.  

Os direitos do livro revertem a favor da Sociedade Portuguesa de Transplantação que “os irá utilizar para a Bolsa que a Sociedade atribui para projetos de Investigação”.

Melhorar as técnicas existentes que permitam ultrapassar a barreira imunológica, tratando eficazmente a rejeição por anticorpos e, quem sabe um dia, produzir órgãos para transplante são algumas das ambições da especialidade. “A investigação nesta área tem mostrado pequenos avanços que nos fazem ter esperança”, refere Susana Sampaio.


«Um livro comovente, cujos direitos revertem a favor da Sociedade Portuguesa de Transplantação»

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Diabetes
Investigadores do Porto estão a coordenar um projeto que visa desenvolver uma plataforma digital de rastreio da retinopatia...

Esta plataforma de análise de imagem vai permitir, assim, "um tratamento precoce e mais eficaz, para uma população diabética mais alargada", disse Aurélio Campilho, responsável pelo Centro de Engenharia Biomédica do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), entidade que coordena o projeto a nível nacional.

Para tal, a plataforma, que estará disponível aos oftalmologistas, vai incorporar tecnologias de informação e comunicação, para avaliar a qualidade das imagens recolhidas do fundo ocular dos pacientes, detetar as imagens normais e atribuir um grau de severidade à patologia, auxiliando assim o trabalho no processo de decisão.

De acordo com Aurélio Campilho, é exigido um "elevado esforço" aos oftalmologistas na análise das diversas imagens de cada paciente, visto que "muitas não apresentam sinais de qualquer patologia (cerca de 75%) e outras não têm uma visibilidade adequada, o que não permite avaliar (cerca de 5% do total)".

"A diabetes é uma doença com um crescimento galopante a nível mundial e uma das suas complicações mais comuns é a retinopatia diabética (RD)", referiu o professor, acrescentando que "apesar de se estimar que cerca de 50% dos diabéticos tipo 2 e de 70% tipo 1" venham a desenvolver a doença, "esta pode ser evitada com tratamento precoce, se diagnosticada numa fase inicial".

De acordo com o investigador, existem programas de rastreio de RD, como o desenvolvido pela Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte), que abrange uma população diabética de cerca de 250 mil diabéticos, mas que envolve, no entanto, uma "logística complexa".

Esta plataforma, que se prevê concluída em 2020, está a ser desenvolvida para o rastreio de retinopatia diabética, no entanto, segundo Aurélio Campilho, o conceito pode ser alargado para outras situações de rastreio, como o do cancro pulmonar ou do colorretal.

O projeto "Plataforma de Análise de Imagem e Aprendizagem Computacional para a Inovação do Rastreio de Retinopatia Diabética" é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), no âmbito do programa Carnegie Mellon Portugal.

Para além do INESC TEC, participam neste projeto a Carnegie Mellon University, dos Estados Unidos, a Universidade de Aveiro, a ARS-Norte e a empresa BMD Software, com a colaboração do Centro Hospitalar de São João e da First Medical Solutions.

Este trabalho deu origem a um artigo, que vai ser publicado na revista 'IPSJ Transactions on Computer Vision and Aplications', dedicada a destacar projetos de investigação, nomeadamente na área da visão computacional e as suas aplicações.

Dia Mundial dos Oceanos
A associação ambientalista Quercus apelou hoje à responsabilidade de cada pessoa para evitar a contaminação dos mares com lixo,...

"Há uma situação extremamente dramática nos oceanos" com o excesso de plástico, disse o presidente da Quercus, João Branco, que no Dia Mundial dos Oceanos, que se assinala hoje, pede um compromisso dos cidadãos e do governo para combater um ciclo de poluição que acaba por voltar-se contra os seres humanos.

João Branco ilustrou que "um saco de plástico ou a embalagem de um gelado que é deitado sem querer ao chão em Bragança ou na Guarda acaba por ir parar ao mar porque o vento leva-o para um ribeiro".

"O mar atualmente, está quase a ter mais plástico do que peixes", afirmou, acrescentando que, chegado ao mar, o plástico vai-se fragmentando lentamente até acabar em nanopartículas tão pequenas que entram nas células dos peixes consumidos pelos seres humanos.

A contaminação com medicamentos, fertilizantes e outros produtos é outra área em que o papel dos cidadãos é fundamental, indicou.

Reduzir o uso de plástico, optar por material reciclável, evitar cosméticos e dentífricos com microplásticos e escolher bem os produtos de limpeza são alguns dos conselhos da Quercus.

Quanto aos governos, têm condições para fazer campanhas de sensibilização ambiental que as organizações como a Quercus não conseguem igualar, assinalou.

No capítulo das leis, uma exigência da Quercus é uma lei "que acabe de vez com os sacos de plástico".

João Branco afirmou que houve uma queda no consumo com a lei que impôs uma taxa aos sacos de plástico de supermercado, mas salientou que uma ida às compras ainda significa trazer "10 ou 15 sacos de plástico" usados para os produtos frescos, além de embalagens de plástico para trazer produtos como carne, charcutaria ou iogurtes.

Valores atingem quase 400 milhões de euros
As exportações em saúde aumentaram 20,4% no primeiro trimestre de 2017 em relação a igual período do ano passado. De acordo com...

Por segmentos, destacam-se os medicamentos e produtos farmacêuticos de base, responsáveis por 322 milhões de euros. Os instrumentos e material médico-cirúrgico e os equipamentos médicos atingiram os 74 milhões.

A subida das exportações em saúde confirma uma tendência que se tem vindo a verificar desde a criação do Health Cluster Portugal (HCP). Entre 2008 e 2016 as exportações passaram de 627 milhões de euros para um novo máximo anual de 1.411 milhões, correspondendo a um aumento de 125%.

Em 2016, os maiores compradores de produtos de saúde feitos em Portugal foram os EUA, Alemanha, Reino Unido, Espanha e França.

Salvador de Mello, Presidente HCP, considera que o setor da saúde “tem condições para continuar a crescer fora de Portugal. O desafio da internacionalização tem sido assumido por toda a cadeia de valor e estamos convictos de que continuam a existir oportunidades relevantes para o setor. Portugal tem todas as condições para se posicionar cada vez mais como um player de referência na área da saúde”.

O Health Cluster Portugal – Polo de Competitividade da Saúde (HCP) é uma associação privada sem fins lucrativos que reúne atualmente mais de 170 associados, incluindo instituições de I&D, universidades, hospitais, organizações da sociedade civil, e empresas das áreas da farmacêutica, biotecnologia, tecnologias médicas e serviços.

Poderá consultar informação mais detalhada no website do HCP (www.healthportugal.com) e participar nos grupos do HCP no LinkedIn® (http://www.linkedin.com/groups/Health-Cluster-Portugal-4481242/about).

Especialista
A exposição solar controlada traz benefícios para a saúde ao nível das doenças dermatológicas, da depressão e da estrutura...

João Costa Amado falava a propósito da sessão "Sol (e) água na saúde e na doença", promovida pelo ICS e que visa alertar para os benefícios e perigos do sol e as vantagens que poderão surgir com a utilização da água termal em termos de medicação e qualidade de vida.

Esses "benefícios físicos e psíquicos" são acrescidos quando se trata da população "com idade mais avançada", sendo "muito importante" para os estimular a nível cerebral, indicou o docente do Instituto de Ciências da Saúde (ICS) da Universidade Católica, Responsável pelo mestrado em Gerentologia e Cuidados Geriátrico.

Apesar das vantagens identificadas, o especialista alertou para os riscos que uma exposição ao sol desprotegida pode trazer, sendo "fundamental" a utilização de protetor solar de forma repetida, o uso de chapéu e óculos.

"Recomenda-se, principalmente para as crianças, para as pessoas com a pele clara ou que tenham problemas de saúde associados, um protetor com fator [de proteção] solar 50", sendo o 30 o mínimo aconselhado, de forma a evitar os "escaldões".

Segundo o docente, devem ser evitadas exposições entre as 11:00 e as 17:00, período durante o qual as radiações são mais fortes, devendo as pessoas buscar sempre uma zona com sombra, que lhes permita proteger das horas de maior calor.

"Deve-se também ter atenção à exposição solar em caso de toma de determinados medicamentos (como antibióticos e remédios para tratamento da acne), que podem agravar os efeitos adversos da radiação", referiu, acrescentando que "o consumo não controlado do sol" reflete-se "num aumento da incidência de cancro".

Relativamente à água termal, outro dos assuntos abordados durante a sessão, João Costa Amado indicou que os seus efeitos benéficos proporcionam uma melhor qualidade de vida e uma redução na medicação habitualmente consumida para controlar certas doenças, como é o caso da artrite reumatoide.

O docente defende ainda a necessidade de ingestão de águas controladas, de forma a evitar doenças infecciosas e contaminações, sobretudo nas camadas mais jovens, visto que depois dessa faixa etária "vai-se criando alguma resistência a nível intestinal".

"Se não temos água canalizada, precisamos ter a certeza de que a que consumimos está em condições", passando-se o mesmo "quando vamos para países onde não temos segurança sobre as análises bacteriológicas", sendo mais adequado, nesses casos, adquirir este produto engarrafado.

Na iniciativa "Sol (e) água na saúde e na doença", a decorrer hoje a partir das 17:30, participam, para além do docente, a fisiatra Isabel Santos, do Hospital de Paris (França), e o dermatologista António Massa.

Esta é a penúltima sessão do ciclo de conferências "Quintas com Saúde", projeto que tem como objetivo, segundo o coordenador João Costa Amado, prestar um serviço à comunidade e, sobretudo, aumentar a literacia da população em relação à saúde.

“Homo sapiens”
A espécie humana tem pelo menos 300 mil anos, mais cem mil anos do que se conhecia até agora, indicam fósseis de “homo sapiens”...

A descoberta foi feita por uma equipa internacional de investigadores liderada por Jean-Jacques Hublin, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva (Leipzig, na Alemanha), e por Abdelouahed Ben-Ncer, do Instituto Nacional de Arqueologia e Património (Rabat, Marrocos).

A equipa descobriu ossos fósseis de “homo sapiens” bem como ferramentas de pedra e ossos de animais que serviam de alimentação, escreve o Sapo.

A descoberta, que é publicada esta quinta-feira na revista Nature, coloca os antepassados do homem atual 100 mil anos antes dos até agora conhecidos fósseis mais antigos de “homo sapiens”, e revelam uma história evolutiva complexa da humanidade, que provavelmente envolveu todo o continente africano.

Os dados genéticos dos seres humanos e dos fósseis apontam para uma origem africana da espécie “homo sapiens”. Até agora os fósseis conhecidos mais antigos datavam de 195 mil anos atrás (na Etiópia).

Os cientistas acreditavam que os seres humanos atuais descendiam de uma população que vivia no leste de África há 200 mil anos, mas os dados agora conhecidos indicam que o “homo sapiens” se espalhou por todo o continente africano há cerca de 300 mil anos, disse Jean-Jacques Hublin, acrescentando que “antes da dispersão para fora de África do ´homo sapiens´ houve uma dispersão dentro de África”.

O local marroquino de Jebel Irhoud é conhecido desde a década de 1960 pelos seus fósseis humanos e artefactos da idade da pedra.

O novo projeto de escavação começou em 2004 e levou à descoberta de novos fósseis de “homo sapiens”, aumentando o seu número de seis para 22. As descobertas confirmam a importância do campo, que documenta uma fase inicial da espécie humana.

Os investigadores dataram os fósseis com o método da termoluminescência (que deteta a "assinatura" temporal do aquecimento pelo fogo) em artefactos de silex encontrados no mesmo local dos “homo sapiens”.

A equipa recalculou também a idade de uma mandíbula encontrada em 1960, na altura considerada com 160 mil anos mas que agora os investigadores consideram muito mais antiga.

Os fósseis foram encontrados em depósitos contendo ossos de animais que terão sido caçados, sendo a espécie mais frequente a gazela, mas havendo indícios também de gnus, zebras e talvez ovos de avestruz.

Investigadores
O lémure, um pequeno primata das florestas de Madagáscar, tem o potencial de transformar o campo da genética e servir como...

Segundo investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford, Estados Unidos, os lémures podem substituir as tradicionais cobaias, os ratos ou as moscas da fruta, que não conseguem imitar muitos aspetos da biologia dos primatas, incluindo muitas doenças humanas, disse Mark Krasnow, professor de bioquímica.

Frustrado com a falta de um bom modelo de estudo, escreve o Sapo, Krasnow e os seus colegas investiram no lémure realizando estudos fisiológicos e genéticos detalhados em centenas daqueles primatas, identificando mais de 20 lémures com características genéticas únicas, incluindo obesidade, colesterol elevado, alto teor de açúcar no sangue, arritmias cardíacas, doença ocular progressiva e desordens motoras ou de personalidade.

Trabalhando num laboratório da universidade em Madagáscar, os cientistas esperam que o estudo continuado dos pequenos e dóceis primatas possa levar a um melhor entendimento e possivelmente a um melhor tratamento dessas doenças, quer nos lémures quer em humanos.

“Penso que os lémures representam um grande potencial para perceber a biologia dos primatas, comportamento e preservação. Da mesma maneira que moscas e ratos transformaram, nos últimos 30 ou 40 anos, a nossa compreensão da biologia do desenvolvimento e de muitas outras áreas da biologia e da medicina”, disse Krasnow.

Um artigo a descrever as descobertas dos investigadores é publicado na sexta-feira “on-line” na revista Genetics.

O projeto começou em 2009 quando Krasnow, frustrado com a falta de um bom modelo animal para a doença pulmonar, a sua especialidade, encomendou a três estagiários uma investigação para descobrir um animal melhor do que ratos e moscas.

Os estagiários concluíram que os lémures eram os melhores, porque se reproduzem rapidamente como os ratos, são idênticos no tamanho, baratos e fáceis de manter, e em termos genéticos ficam entre o rato e os humanos, disse o responsável.

Há mais de uma centena de espécies de lémure em Madagáscar, alguns ameaçados de extinção, mas os cientistas estão interessados no lémure-rato, que existe em grande quantidade.

Associação alerta
A quantidade de pedaços de plástico a flutuar nos oceanos aumentou mais de cem vezes nos últimos 40 anos, alertou a associação...

Cerca de sete milhões de toneladas de resíduos são despejados nos mares e oceanos do planeta todos os anos, afirma a organização, que cita dados das Nações Unidas segundo os quais cada milha marítima quadrada tem 45.000 pedaços de plástico a flutuar.

Pneus de automóveis, garrafas, sacos de plástico, redes de pesca, aplicadores de tampões e preservativos são os resíduos mais comuns, escreve o Sapo.

Isto afeta "mais de 600 espécies de fauna marinha", das baleias às tartarugas, e ainda as aves, afirma a associação, que estima em 100.000 o número de mamíferos marinhos que todos os anos morre por causa do lixo.

Mais plástico que peixe
A ONU afirma que 80% do lixo nos oceanos é plástico e causa estragos nos ecossistemas que custariam oito mil milhões de dólares para resolver. Ao ritmo a que aumentam os resíduos como garrafas, sacos ou copos de plástico, prevê-se que em 2050 haja mais plástico do que peixes nos oceanos.

Atualmente, as estimativas apontam para que mais de 150 milhões de toneladas de plástico estejam a poluir os oceanos.

De acordo com um estudo da Fundação Ellen MacArthur, em parceira com a consultoria McKinsey, em 2014, a proporção de toneladas de lixo por peixe era de um para cinco. Caso não se altere a tendência, em 2025, será de um para três.

O estudo refere que a economia perde 95% das embalagens de plástico após a primeira utilização, num valor estimado de 80 a 120 mil milhões de dólares.

Estudo
A extração dos gânglios linfáticos adjacentes às áreas de um tumor em doentes com melanoma, um tipo de cancro de pele, não...

Depois de um diagnóstico de melanoma, os gânglios à volta do tumor são geralmente extirpados e submetidos a biópsia para perceber se o cancro entrou em processo de metastização.

Um estudo difundido esta quarta-feira e realizado em 1.900 pacientes afetados por melanoma não vê vantagens nesse procedimento para o aumento da sobrevivência do doente, escreve o Sapo. A investigação em causa é a mais vasta de sempre sobre o impacto da referida cirurgia na sobrevivência dos doentes.

"Os resultados deste estudo levarão a uma clara diminuição do número de intervenções para retirar gânglios próximos do tumor", prevê Mark Faries, codiretor do programa sobre melanoma e cirurgia do cancro do Instituto de Pesquisa do Centro Médico Cedars-Sinai em Los Angeles.

Os pacientes "poderão evitar importantes efeitos secundários relacionados com esta intervenção cirúrgica", avaliou Omid Hamid, diretor de investigação em imuno-oncologia e codiretor do programa de cancro cutâneo no Cedars Sinai.

Vantagens e desvantagens da cirurgia
Faries destaca, no entanto, que a ablação dos gânglios pode ter vantagens clínicas, ao permitir que os médicos façam uma biópsia para avaliar a extensão do tumor e determinar o tempo durante o qual o cancro parou de se propagar.

Ainda assim, cerca de 25% dos doentes sujeitos à disseção dos gânglios nas regiões adjacentes do tumor sofrem de linfadenite, uma inflamação gerada pela acumulação de líquido linfático nos tecidos conjuntivos. Essa proporção é de apenas 6% no grupo de doentes que não foram sujeitos a esta operação.

Pedido ao Governo
A Câmara do Porto pediu hoje ao Governo que divulgue publicamente e forneça os estudos que levaram à decisão de apenas...

A decisão de candidatar Portugal a receber esta agência, atualmente instalada no Reino Unido, foi tomada a 27 de abril, pelo Conselho de Ministros, segundo uma resolução publicada em Diário da República no passado dia 5 de junho.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros referiu-se quarta-feira "à existência de 'estudos e ponderação' que levaram o Governo a tomar a decisão de excluir o Porto e outras cidades portuguesas, além de Lisboa, como possíveis localizações e alternativas que pudessem valorizar a candidatura portuguesa", refere.

Em comunicado, a autarquia portuense afirma que “o Porto é uma cidade competitiva e moderna” e refere que “segundo o recente estudo 'Portugal Rising: Mapping ICT Scaleups', publicado pelo Startup Europe Partnership (SEP,) em conjunto com o CrESIT, com o apoio da Microsoft Portugal e da iniciativa Ativar Portugal Startups, a liderança para a zona de Portugal mais empreendedora, no que respeita ao número de empresas denominadas de ‘startups’, pertence ao Porto, que representa 36% do ecossistema nacional”.

Lembra também que segundo a EY Attractiveness Survey, um estudo divulgado há poucos dias, promovido pela EY a nível europeu “com o objetivo de avaliar a perceção dos investidores estrangeiros quanto à atratividade das diversas localizações”, o Porto aparece como “o destino com maior número de novos investimentos e criação de postos de trabalho”.

Na nota de imprensa, a Câmara do Porto refere ainda que “empresas privadas, como a Euronext, a Critical Software ou o Banco Natixis instalaram-se recentemente no Porto, invocando a existência de mão-de-obra altamente especializada na área tecnológica e as excelentes condições oferecidas pela cidade aos mais diversos níveis”.

Segundo nota oficial publicada no site do Serviço Nacional de Saúde, a 28 de abril, aludindo à decisão tomada em Conselho de Ministros na véspera, “Lisboa reúne as condições adequadas para acolher uma agência com o perfil da Agência Europeia do Medicamento (EMA), tendo nomeadamente uma excelente localização geográfica, com boas acessibilidades, incluindo aéreas e capacidade hoteleira instalada”.

“Ora, todas estas condições se verificam no Porto, com vantagens, como é a existência de um ‘cluster’ da indústria farmacêutica e várias universidades de referência na área da saúde nas suas proximidades. Possui, também, todas as condições apontadas pela senhora Secretária de Estado dos Assuntos Europeus para justificar Lisboa como localização, em recente entrevista ao jornal Euroactiv, na qual alega fatores, também, todos eles existentes no Porto, incluindo a existência de escolas internacionais, o clima e boa gastronomia”, afirma a autarquia.

A Câmara do Porto considera que “torna-se importante para o Porto saber que desvantagens comparativas foram apontadas a Lisboa pelos estudos a que se refere o Ministro dos Negócios Estrangeiros, necessariamente anteriores à resolução de 27 de abril, data em que estava já decidido pelo Governo excluir todas as outras cidades portuguesas da sua candidatura à localização da EMA. E que ponderação desses mesmos estudos foi feita em Conselho de Ministros, pelo Governo”.

“Só assim, a cidade do Porto poderá perceber o que não tem - e deverá ter - para poder ser candidata, no futuro, a agências europeias e a organismos de importância e exigência equivalente e que, nesta altura, no entendimento do Governo, apenas poderão ficar localizadas em Lisboa”, sublinha.

Recorda que em Lisboa estão já sediados dois organismos europeus: o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência e a Agência Europeia da Segurança Marítima e compara com o que se passa em Espanha, onde “das cinco agências europeias que existem no país, nenhuma está localizada em Madrid e o Governo acaba de apresentar a sua candidatura para que o país receba também a EMA, apontando Barcelona, como localização”.

Direção-Geral da Saúde
Portugal tem 280 casos confirmados de hepatite A, num total de 327 notificados desde o início do ano, segundo o último balanço...

De acordo com os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS), este surto, que começou no início do ano e afeta outros países europeus, atingiu sobretudo homens (91%) e em mais de metade dos casos (54%) o contágio deu-se por contacto sexual.

A maioria dos casos notificados ocorreram na região de Lisboa e Vale do Tejo (256).

A DGS, tendo em conta o surto de hepatite A, prevê o reforço da vacinação antes de grandes eventos como o Arraial Pride Lisboa, o WorldPride Madrid 2017 ou os grandes festivais de verão, aconselha a adoção de medidas de prevenção durante as iniciativas e, após, a vigilância de sintomas compatíveis com os da hepatite A.

Em maio, a DGS atualizou a norma sobre a hepatite A e os viajantes deixaram de precisar de submeter o pedido de vacinação à Direção-geral da Saúde, bastando ter a prescrição do médico.

Em abril, com o país em pleno surto de hepatite A, os viajantes com destino a países endémicos para a doença só eram elegíveis para vacinação a título excecional e o médico prescritor da vacina tinha de contactar previamente a autoridade de saúde.

Esta medida prendeu-se, na altura, com uma necessidade de controlar o ‘stock’ de vacinas, de modo a que chegassem aos grupos prioritários, como contactos íntimos ou familiares de infetados e homens que têm sexo com homens de forma desprotegida.

No que respeita a estes grupos prioritários continua a não ser necessária qualquer validação da vacina por parte da DGS, sendo a imunização gratuita, a cargo do Serviço Nacional de Saúde.

Segundo a DGS, desde 03 de abril foram administradas cerca de 2.100 vacinas administradas, uma média de 47/dia, das quais 81% na região de Lisboa e Vale do Tejo, a quase totalidade em contexto de pré-exposição.

Relativamente à campanha desenvolvida em Lisboa, designadamente no Bairro Alto, com uma unidade móvel de vacinação, a DGS recorda que entre 27 e 29 de abril foram vacinadas 150 pessoas e nos dias 05 e 06 de maio outras 164.

A hepatite A é, geralmente, benigna e a letalidade é inferior 0,6% dos casos. A gravidade da doença aumenta com a idade, a infeção não se torna crónica e dá imunidade para o resto da vida.

Relatório
As linhas elétricas de alta tensão enterradas têm um impacto positivo na perceção do risco, mas os valores "de campo...

De acordo com o relatório do grupo de trabalho para os campos eletromagnéticos, que se encontra em discussão pública, enterrar linhas de alta e de muita alta tensão (AT/MAT) traduz-se "tipicamente em valores de campo magnético à superfície que são superiores face aos que se verificam em linhas aéreas", não sendo a opção "adequada para o propósito da redução da exposição".

No relatório, o grupo destaca ainda que o custo de enterrar de linhas "é tipicamente entre 13 a 20 vezes mais elevado".

O grupo de trabalho, que inclui representantes da secretaria de Estado da Energia, da Direção-Geral da Saúde, da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ESRE), da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) e do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), reconhece que "as linhas de transporte de eletricidade têm um profundo impacte social nas populações que lhes estão próximas".

Este impacto social manifesta-se através de "uma perceção de risco e ansiedade acrescidas, por uma eventual desvalorização patrimonial ou social das infraestruturas abrangidas ou por outros efeitos de caráter subjetivo, não quantificáveis cientificamente".

Por isso, "os impactes sociais das linhas de transporte de eletricidade são uma preocupação constante das populações, devendo ser também devidamente acautelados nos procedimentos a adotar".

Neste âmbito, o grupo de trabalho recomenda o cumprimento das restrições básicas, "sem prejuízo de que, sempre que tecnicamente viável e depois de ponderadas as relações custo-benefício, seja minimizada a exposição dos campos eletromagnéticos originados pelas infraestruturas elétricas a construir".

Neste sentido, propõe que a DGEG publique um manual de boas práticas até ao final do ano, com recomendações técnicas que permitam reduzir as emissões.

Para minimizar os efeitos sociais, defende mais "informação independente e estruturada" e um maior "envolvimento dos agentes locais".

Especialistas
As novas linhas de transporte de eletricidade de alta e muito alta tensão não devem passar sobre "infraestruturas...

De acordo com a proposta de decreto-lei em consulta pública, disponível na página da Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG), o grupo de especialistas recomenda restrições de localização para linhas de transporte de eletricidade de alta e muito alta tensão (AT/MAT), defendendo que não devem passar sobre "infraestruturas sensíveis".

Em causa estão unidades de saúde e equiparados, estabelecimentos de ensino ou afins, como creches ou jardins-de-infância, lares da terceira idade e asilos, parques e zonas de recreio infantil, espaços, instalações e equipamentos desportivos e ainda edifícios residenciais e moradias destinadas a residência permanente.

Mas, prosseguem, "caso seja demonstrado pelo operador de rede [em Portugal é a REN] que não existe alternativa de traçado economicamente viável que permita assegurar o cumprimento da restrição para infraestruturas sensíveis, já existentes ou em construção no momento em que o projeto é preparado, poderá ocorrer sobrepassagem, desde que o proprietário ou proprietários da infraestrutura sensível em causa forneça(m) o seu acordo escrito, após entendimento entre as partes”.

Ao mesmo tempo, a REN terá que adotar "soluções técnicas de minimização dos impactes de ruído, de campos eletromagnéticos, ou de âmbito social, decorrentes da instalação da linha de transporte ou de distribuição de eletricidade sobre as infraestruturas em causa".

O grupo de trabalho, constituído em fevereiro por despacho dos gabinetes dos secretários de Estado Adjunto e da Saúde e da Energia, recomenda que seja proibida "a construção de infraestruturas sensíveis debaixo de linhas de transporte e distribuição de eletricidade de AT/MAT, já existentes ou a construir".

Tendo em conta critérios sociais, técnicos, de segurança e de ordenamento de território, a proposta deverá ainda incluir "uma distância mínima entre as infraestruturas elétricas AT/MAT e as infraestruturas sensíveis".

Apesar de não ter sido possível identificar quaisquer efeitos adversos na saúde para exposições a campos eletromagnéticos dentro dos níveis de referência especificados, os elementos do grupo de trabalho consideram relevantes os impactos sociais, decorrentes da instalação de linhas de transporte ou de distribuição de eletricidade.

Estes podem evidenciar-se por uma perceção de risco e ansiedade acrescidas por parte das populações, por uma eventual desvalorização patrimonial ou social das infraestruturas abrangidas ou por outros efeitos de caráter subjetivo, não quantificáveis cientificamente.

Pelo que requerem que "os procedimentos e critérios aplicados no processo de licenciamento sejam revistos".

O grupo de trabalho para os Campos Eletromagnéticos, que inclui representantes da secretaria de Estado da Energia, da Direção-Geral da Saúde, da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ESRE), da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) e do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), tinha como missão elaborar o anteprojeto que fixa as restrições básicas e os níveis de referência para exposição do público a campos magnéticos, elétricos e eletromagnéticos, na gama de frequências dos 0 Hz aos 300 GHz.

Ao mesmo tempo, cabe-lhe propor as necessárias alterações à metodologia de licenciamento de novas infraestruturas elétricas.

Ambientalistas
A poluição atmosférica gerada pelos navios que passam perto da costa portuguesa não é contabilizada, mas, no caso do dióxido de...

"Na contabilização das emissões reportadas a instituições europeias e internacionais, não consideramos as emissões dos navios que passam junto à nossa costa", afirmou o presidente da Associação Sistema Terrestre Sustentável - Zero.

No dióxido de enxofre, "se fossemos a contabilizar as emissões dos navios que passam na nossa costa, quase que duplicava a quantidade que está em jogo e que é reportada em relação ao nosso território, ou seja, aquilo que é emitido pelos navios é quase igual àquilo que é emitido na zona terrestre", explicou Francisco Ferreira.

Para marcar o Dia Mundial dos Oceanos, que hoje se assinala, a Zero analisou o tráfego marítimo, e concluiu que na Zona Económica Exclusiva (ZEE) de Portugal Continental, na rota que liga o norte da Europa ao Mediterrâneo Norte, passam cerca de 110 navios de carga, 30 navios-tanque (petroleiros) e dois grandes navios de cruzeiro por dia.

Com base no inventário de emissões atmosféricas da Agência Europeia de Ambiente, a Zero estima que o dióxido de enxofre "representa cerca de 85% do total das emissões presentes no inventário nacional e que correspondem às emissões terrestres deste poluente em termos anuais".

Quanto aos óxidos de azoto, "apesar de termos centrais térmicas e tráfego automóvel, os navios que passam na nossa costa correspondem a metade das emissões inventariadas [em 2015] para a área terrestre de Portugal", referiu Francisco Ferreira.

Como predominam os ventos de oeste e noroeste, esta poluição encaminha-se para as zonas terrestres.

O presidente da Zero explicou que, no inventário, são contabilizadas as emissões dos navios em porto, dos transportes, da indústria e da produção de eletricidade.

O especialista salientou que os navios "são uma preocupação acrescida à escala mundial" porque o tráfego marítimo tem aumentado e o tipo de combustível utilizado "é extremamente poluidor", quer no que respeita ao dióxido de enxofre, quer nas emissões resultantes da combustão são significativas, principalmente óxidos de azoto.

Esta poluição não está quantificada, mas "é bastante significativa e merece a tomada de medidas", já equacionadas pela Comissão Europeia, apontou.

Se vários países, como Espanha e França, obrigassem a percentagens de enxofre mais reduzidas, por exemplo, iguais às fixadas no Mar Báltico, no Mar do Norte e no Canal da Mancha seria possível obter uma redução de 93% no dióxido de enxofre e de 23% no óxido de azoto, "com reflexos claros na melhoria da qualidade do ar", segundo as contas da Zero.

Aquelas medidas "são extremamente importantes para reduzir os problemas de qualidade do ar" e o Governo português deve trabalhar com outros países europeus, defendeu Francisco Ferreira.

A poluição atmosférica associada à navegação internacional causa cerca de 50 mil mortes prematuras por ano na Europa, com um custo anual para a sociedade de mais de 58 mil milhões de euros, de acordo com estudos científicos recentes citados pela Zero.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Quase todas as regiões do país apresentam hoje risco ‘muito elevado’ e ‘elevado’ de exposição à radiação ultravioleta, segundo...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), as regiões de Aveiro, Beja, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Penhas Douradas, Lisboa, Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal, Sines, Viseu, Funchal e Porto Santo (Madeira) e Angra do Heroísmo (ilha Terceira, Açores) apresentam hoje risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação ultravioleta (UV).

As regiões de Braga, Leiria, Viana do Castelo, Vila Real, Ponta Delgada (ilha de São Miguel, Açores) e Horta (ilha do Faial) estão em risco ‘elevado’ de exposição à radiação UV.

Santa Cruz das Flores (ilha das Flores, Açores) está hoje com níveis ‘moderados’ de exposição à radiação UV.

Para as regiões com risco 'muito elevado' e 'elevado', o Instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado, sendo temporariamente durante a tarde nas regiões Norte e Centro com possibilidade de ocorrência de aguaceiros no interior, e vento em geral fraco do quadrante oeste, soprando moderado de noroeste no litoral oeste, em especial a sul do Cabo Carvoeiro durante a tarde, e nas terras altas.

A previsão aponta ainda para pequena subida da temperatura mínima e descida da temperatura máxima no litoral.

Na Madeira prevê-se céu em geral pouco nublado, apresentando períodos de maior nebulosidade nas vertentes norte até final da manhã e a partir do final da tarde e vento fraco a moderado do quadrante norte.

Para os Açores, o IPMA prevê céu geralmente muito nublado, períodos de chuva especialmente a partir da tarde, neblinas e vento sudoeste moderado, tornando-se muito fresco a forte com rajadas até 80 quilómetros por hora.

Quanto às temperaturas, em Lisboa vão oscilar entre 17 e 28, no Porto entre 13 e 22, em Vila Real entre 16 e 30, em Viseu entre 14 e 29, em Bragança entre 13 e 30, em Coimbra entre 13 e 27, na Guarda entre 14 e 27, em Castelo Branco entre 20 e 35, em Portalegre entre 20 e 33, em Santarém entre 16 e 32, em Évora entre 15 e 35, em Beja entre 17 e 35, em Faro entre 19 e 30, no Funchal entre 18 e 24, em Ponta Delgada entre 17 e 21, na Horta entre 15 e 20 e em Santa Cruz das Flores entre 16 e 22.

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