Alerta
As regiões de Bragança, Viseu, Guarda, Évora e Penhas Douradas apresentam hoje um risco ‘extremo’ de exposição à radiação...

De acordo com o instituto, as regiões de Bragança, Viseu, Guarda, Évora e Penhas Douradas estão hoje com níveis ‘extremos’, por isso, "recomenda à população que evite o mais possível a exposição ao sol".

As regiões de Beja, Viana do Castelo, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Penhas Douradas, Leiria, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal, Sines, Viseu, Aveiro, Porto, Funchal e Porto Santo (Madeira), Angra do Heroísmo (Terceira) e Horta (Faial) estão hoje em risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação UV.

A região de Ponta Delgada (ilha de São Miguel, Açores) apresenta risco ‘elevado’ e Santa Cruz das Flores (ilha das Flores, Açores) está com níveis ‘moderados’.

Para as regiões com risco 'muito elevado' e 'elevado', o instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando-se temporariamente muito nublado no litoral até ao fim da manhã, podendo persistir ao longo do dia na faixa costeira da região Centro.

Segundo o Instituto, durante a tarde, prevê-se um aumento temporário de nebulosidade nas regiões do interior Norte e Centro, onde há possibilidade de ocorrência de aguaceiros e trovoada.

A previsão aponta também para vento em geral fraco predominando do quadrante oeste, soprando moderado de noroeste no litoral oeste e nas terras altas, em especial durante a tarde.

Está ainda prevista neblina ou nevoeiro matinal e descida da temperatura máxima, em especial no litoral oeste.

No que diz respeito às temperaturas, em Lisboa vão variar entre 18 e 29 graus Celsius, no Porto entre 15 e 22, em Vila Real entre 19 e 33, em Viseu entre 16 e 30, em Bragança entre 18 e 34, na Guarda entre 18 e 30, em Coimbra entre 15 e 28, em Castelo Branco entre 20 e 34, em Portalegre entre 19 e 32, em Santarém entre 17 e 32, em Évora entre 17 e 34, em Beja entre 17 e 34 e em Faro entre 18 e 25.

Pesquisa
Cientistas do Instituto de Medicina Molecular (iMM) descobriram, numa experiência com ratos, que a inibição do 'stress&...

Os resultados do estudo, liderado por Marc Veldhoen, investigador-principal do iMM, foram publicados na revista Cell Reports.

A equipa descobriu que o domínio de fatores de 'stress' celular, como a pressão de oxigénio ou a concentração de açúcares, leva ao controlo de um tipo de linfócitos T (células do sistema imunitário) designado Th17, mais resistente a condições adversas.

Os investigadores conseguiram reduzir em ratos, que partilham muito da sua fisiologia com os humanos, os sintomas de doenças autoimunes como a esclerose múltipla ao inibirem o 'stress' celular, ação que conduziu à diminuição do número de linfócitos T do tipo Th17.

Marc Veldhoen explicou à Lusa que os linfócitos T, uma variedade de glóbulos brancos "importante para combater infeções", podem ser ativados de diferentes modos para responder adequadamente a várias infeções.

O problema, ressalvou, é que alguns destes modos de ativação "podem contribuir particularmente" para doenças autoimunes (doenças em que as células imunitárias atacam o organismo em vez de defendê-lo) como a esclerose múltipla, a diabetes e a artrite reumatoide.

"Quando as células T estão sob 'stress', devido a baixos níveis de oxigénio e energia, é gerado um modo de ativação que pode aumentar o risco de autoimunidade e patologia", afirmou.

No estudo, o 'stress' nos linfócitos T foi reduzido em culturas de células com medicamentos que diminuem, por exemplo, os açúcares.

Posteriormente, a equipa usou ratos geneticamente modificados, nos quais os níveis de 'stress' nas células T foram reduzidos. Os roedores tinham sintomas que mimetizavam a esclerose múltipla.

Para os investigadores do iMM, os linfócitos Th17 podem ser um alvo farmacológico preferencial para reduzir o 'stress' nas células imunitárias em locais do organismo afetados pela inflamação, salientou Marc Veldhoen.

Assim, o número de células Th17 pode ser diminuído ao mesmo tempo que outras respostas imunitárias dos linfócitos T "são preservadas", frisou

Tabaco
Um estudo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) concluiu que as mães que fumam agravam o risco de...

Os autores do estudo, publicado na revista “Nicotine & Tobacco Research”, defendem que as mulheres devem deixar de fumar antes de engravidarem, sublinhando que a pressão arterial sistólica alta está associada ao risco de doenças cardiovasculares, a principal causa de morte no nosso país.

A investigação envolveu 4.295 crianças nascidas em cinco maternidades da Área Metropolitana do Porto, pertencentes à coorte Geração 21 (projeto de investigação que acompanha mais oito mil crianças da cidade do Porto, desde o nascimento).

“Num país como Portugal, onde a hipertensão é um problema major, onde muitas pessoas morrem de AVC [Acidente Vascular Cerebral] e muitas grávidas continuam a fumar durante a gravidez, estes resultados demonstram que começa bem cedo a programação da doença [hipertensão arterial] nas crianças. Portanto, a prevenção tem que começar antes”, defende Henrique Barros, responsável do estudo, cuja primeira autora é Maria Cabral.

O estudo examinou a associação entre o tabagismo materno (antes da gravidez, durante a gravidez e quatro anos após o parto) e a pressão arterial das crianças, tendo sido estas avaliadas à nascença e aos quatro anos. Observou-se que os filhos de mães que fumavam apresentavam níveis de pressão arterial sistólica mais elevados.

Os resultados mostram que os filhos das mães que fumaram apresentam um percentil da pressão arterial sistólica superior e que mais de 22% têm já aos quatro anos uma pressão arterial sistólica considerada elevada.

O estudo designado “Maternal smoking: a life course blood pressure determinant?” é também assinado por Maria João Fonseca, Camila González-Beiras, Ana Cristina Santos e Liane Correia-Costa.

Especialista alerta
O presidente das Jornadas Nacionais do Núcleo de Estudos sobre a Doença VIH, da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, que...

Segundo o presidente do encontro, que se vai realizar na sexta-feira e sábado, em Peso da Régua, distrito de Vila Real, “há menos casos novos de infeção pelo VIH, menos mortes na sequência da doença, mas um número ainda muito elevado de diagnósticos tardios”.

“Em 2016 atingiu-se o número mais baixo de novos casos de infeção VIH desde 2000: 841 casos, o que corresponde a uma taxa de 8,1 por 100 mil habitantes (no ano anterior tinham sido 1.198)”, disse Telmo Faria.

Mas, salientou o especialista, “do universo dos 841 novos doentes, 665 casos em que se dispõe do valor dos Linfócitos TCD4, 56% apresentavam valor inferior a 350 cells/mm3 [células por milímetro cúbico], reunindo os critérios de Diagnóstico Tardio. Temos assim ainda um valor elevado, acima da média europeia. É necessário diagnosticar de um modo célere e vinculá-los aos cuidados de saúde”.

O responsável afirmou que “um dos objetivos para 2017 é aumentar em 15% o número de testes rápidos de VIH realizados nos Centros de Aconselhamento e Deteção Precoce da Infeção pelo VIH/SIDA (CADs), nos centros de saúde e nas estruturas de base comunitária”.

José António Malhado, especialista de Medicina Interna, que vai presidir ao debate ‘Doença VIH como modelo de gestão de doença crónica’, durante as jornadas, salienta que “o facto de se tratar de uma doença crónica, mas infecciosa, dá-lhe um estatuto diferente, pois poderá não só afetar o hospedeiro como outras pessoas, caso os comportamentos não sejam os mais corretos”.

Tal como outras doenças, também na infeção pelo VIH o tratamento é para toda a vida, o que exige “um esforço” da parte do doente, “já que a não adesão à terapêutica antirretroviral é considerada, no plano individual, o perigo mais ameaçador para o sucesso do tratamento e também no plano coletivo, para a disseminação do vírus, inclusive vírus eventualmente resistentes”, referiu.

“Basta que o doente suspenda a terapêutica por uns dias para que o vírus possa ressurgir aos mesmos níveis do começo da infeção, apesar de poder ter estado a fazer a medicação durante anos”, sublinhou, defendendo que é necessário “colocar estratégias de retenção para uma boa adesão à terapêutica”.

Neste âmbito, considerou que os médicos de família e as organizações da sociedade civil desempenham “um importante papel”.

“O Diagnóstico e Referenciação” e “Estratégias de Retenção” são outros temas em análise no encontro. 

Investigação médica
Engenheiros biomédicos da Universidade de Davis, na Califórnia, criaram em laboratório um tecido semelhante à cartilagem...

Um trabalho sobre a investigação, publicado hoje na revista “Nature Materials”, lembra que a cartilagem proporciona uma superfície lisa para que as articulações se movam, que por vezes é danificada (por trauma, doença ou uso excessivo), não se renovando e sendo difícil de substituir.

A cartilagem artificial, dizem os responsáveis, poderá ser implantada em articulações danificadas e terá um grande potencial na recuperação da mobilidade do ser humano.

A cartilagem natural é formada por células chamadas condrócitos. Os “bioengenheiros” procuraram criar o material cultivando essas células em laboratório, que uma vez juntas foram colocadas sob tensão (levemente esticadas) durante alguns dias.

Essa tensão tornou o material mais rígido, disse Jerry Hu, engenheiro investigador e um dos autores do estudo.

A experiência produziu um material com uma composição e propriedades mecânicas semelhantes à cartilagem natural.

Usado em ratos, o material feito em laboratório sobreviveu no ambiente fisiológico, sendo o próximo passo colocar a cartilagem artificial numa articulação e estudar a forma como reage à pressão, disse Jerry Hu.

"A cartilagem artificial que criamos é totalmente biológica, com uma estrutura semelhante à da cartilagem real. E mais importante, acreditamos que resolvemos o complexo problema de fabricação em laboratório de tecidos suficientemente fortes e rígidos para aguentarem cargas elevadas, como as cartilagens das articulações do joelho ou da anca", disse Kyriacos Athanasiou, do departamento de engenharia biomédica da Universidade.

Cientistas descobrem
Cientistas descobriram sete genes da insónia, que, dizem, provam que a dificuldade em adormecer ou manter o sono não se deve...

Os sete genes foram identificados numa amostra de 113.006 pessoas, homens e mulheres sobretudo com mais de 50 anos.

Ao determinarem os genes de risco da insónia, os cientistas ficaram mais próximos de desvendar os mecanismos biológicos que causam a insónia, refere em comunicado a Universidade Livre de Amesterdão, Holanda, que participou no estudo internacional.

Um dos genes identificados, o MEIS1, já tinha sido associado a outras duas perturbações do sono: a dos movimentos periódicos dos membros e a síndrome das pernas inquietas.

A equipa de cientistas descobriu ainda que os mesmos genes estão ligados à ansiedade e à depressão e sugere que diferentes mecanismos biológicos podem, em parte, levar à insónia nos homens e nas mulheres.

Do universo de pessoas estudadas, 33% das mulheres sofriam de insónia, ao passo que a mesma condição foi reportada por 24% dos homens.

Estudo
Os jovens usam cada vez mais o telemóvel, mas revelam estar menos preocupados com os possíveis efeitos da exposição às...

Desenvolvido no INOV-INESC/ Instituto Superior Técnico (IST), com data de 30 de janeiro, o estudo indica uma diminuição na preocupação com os possíveis efeitos da exposição às radiações eletromagnéticas, sobretudo nos dois últimos anos, sendo que 45% dos inquiridos mostraram não estar preocupados com o assunto e que a percentagem de jovens que não tem opinião formada sobre o tema também aumentou.

Da autoria de Ema Catarré e Luís M. Correia, mostra os resultados dos 8.595 inquéritos, realizados a estudantes de 130 estabelecimentos de ensino secundário, nos últimos cinco anos letivos, de 2010/11 a 2015/16, relacionando os dados mais recentes com os dados dos períodos anteriores quanto à utilização de telemóveis e às questões das radiações.

No entanto, o relatório analisa que aqueles que já têm prévio conhecimento do FAQtos apresentam um nível de preocupação superior, se bem que reconhece que durante o período mais recente "os valores inverteram-se, pois o nível de preocupação foi menor para quem conhece o FAQtos".

"Cerca de 37% preocupam-se, o que contrasta com os apenas 17% que indicaram já ter procurado informação sobre o tema", revela o estudo, neste acaso analisando o ano letivo 2015/16 e salvaguardando que estes dados têm de ser analisados "com algum cuidado", "pois dos 775 inquiridos" naquele ano letivo, "apenas 37 conheciam o projeto".

Questionados sobre se já alteraram hábitos de utilização do telemóvel por terem ouvido falar sobre possíveis efeitos das radiações, uma percentagem significativa - cerca de 24% - disse já o ter feito.

"Quando comparado com a percentagem de jovens que se dizem preocupados com os possíveis efeitos da radiação (cerca de 37%), o valor é bastante inferior. De qualquer forma, é uma amostra significativa, que indica que estes receios têm alguma influência na utilização que os jovens fazem dos telemóveis", lê-se no relatório.

Já sobre se tomam alguma medida de proteção quando usam o telemóvel, apenas um número reduzido de jovens (12%) indicou que adota medidas e existe uma percentagem considerável de respostas - cerca de 28% - que mostra não saber que medidas tomar para evitar as radiações.

Afastar o telemóvel do corpo ou mesmo desligá-lo são as medidas de proteção mais adotadas, mas "medidas de proteção à partida mais eficazes, como utilização do auricular, tiveram menos respostas", diz o documento.

"De salientar a grande diferença registada entre o número de pessoas que indica utilizar o auricular como proteção (9 respostas) e o número de pessoas que indicou utilizar o auricular para telefonar (75 respostas). Isto mostra que a utilização do auricular é feita acima de tudo por comodidade e não por receio dos possíveis efeitos das radiações", conclui.

Os autores do estudo falam mesmo numa utilização do telemóvel "quase ubíqua" entre os jovens, destacando que apenas 0,4% dos inquiridos indicou não usar telemóvel e que mais de 15% tem mais de um equipamento.

Os serviços mais utilizados são a Voz, SMS (mensagem escrita) e Aceder à Internet/Redes Sociais, com uma elevada percentagem de utilização do auricular (58% no total dos cinco anos) maioritariamente para ouvir música/rádio.

Neste último ano letivo, acrescenta o estudo, a utilização de Internet no telemóvel aumentou (mais de 89% em 2014/15, comparando com 35% em 2010/11), com mais de 48% dos inquiridos a indicar que o principal serviço utilizado é o acesso à Internet e às redes sociais (mais de 87% têm tarifário que inclui pacote de dados).

Os jovens que responderam aos inquéritos frequentam o ensino secundário, tendo idades compreendidas entre os 15 e 18 anos, sendo que a maioria tem telemóvel desde os 10 anos, tipicamente a idade com que se entra no 2.º ciclo do ensino básico.

Verificou-se que a utilização aumenta à medida que crece o número de telemóveis ou a idade dos jovens, sendo que a utilização é maior para os jovens que tiveram o seu primeiro telemóvel mais cedo.

Por sua vez, as raparigas passam mais tempo ao telemóvel, fazendo chamadas cerca de 20% mais longas, enquanto os rapazes fazem mais chamadas e enviam mais mensagens escritas, através de SMS.

As atividades do FAQtos incluem a realização de palestras/sessões de informação em estabelecimentos de ensino por todo o país.

No âmbito destas palestras, no ano letivo 2015/16 foram distribuídos inquéritos aos alunos presentes naquelas ações. Foram distribuídos 775 inquéritos para alunos de 14 estabelecimentos de ensino nacionais, sendo que estes foram tendencialmente preenchidos antes da realização da apresentação para não influenciar os seus resultados.

Foram também realizados inquéritos no âmbito das visitas escolares realizadas ao Departamento de Engenharia Eletrotécnica (DEEC) do IST, mesmo naquelas que não incluíam apresentação do FAQtos.

Dia Mundial do Ritmo Cardíaco
No Dia Mundial do Ritmo Cardíaco importa ressalvar a grande evolução no diagnóstico e tratamento des

Uma arritmia consiste numa alteração do ritmo cardíaco. Toda a atividade do músculo cardíaco ocorre como consequência de impulsos elétricos que fazem com que a estrutura fibromuscular das aurículas e dos ventrículos se contraia de forma adequada, síncrona e rítmica. A frequência cardíaca normalmente oscila entre 60 a 100 por minuto.

As arritmias cardíacas aparecem essencialmente por 3 motivos: o impulso elétrico não se origina adequadamente; o impulso elétrico tem origem num sítio erróneo/ectópico diferente do normal; os impulsos elétricos são conduzidos de forma errática por fibras que estão alterados (estruturalmente doentes).

Os sintomas mais habituais, embora inespecíficos, são as palpitações, tonturas, desmaios, dores torácicas ou permanecem assintomáticas sem perceção do doente e posteriormente são diagnosticadas num exame de rotina.

Para se fazer o diagnóstico é necessário demostrar que existe una alteração na atividade elétrica cardíaca.

O exame cardiológico de referência é o eletrocardiograma, que apresenta contudo grandes limitações de sensibilidade diagnóstica porque só regista a atividade elétrica cardíaca no momento.

Deste modo podem utilizar-se outros exames complementares de diagnóstico, como o Holter, que regista a atividade elétrica cardíaca durante um período de tempo mais prolongado (um ou mais dias); detetor de eventos (registo de 1 a 2 semanas) ; mais raramente os dispositivos implantáveis, que se introduzem debaixo da pele, mediante uma intervenção cirúrgica (minimamente invasiva), podendo permanecer durante anos e que se reservam apenas para os doentes em que se suspeita de arritmias graves não detetáveis por outros métodos.

Finalmente, pode estudar-se em profundidade o sistema de condução cardíaco e tentar induzir as arritmias mediante o chamado estudo eletrofisiológico, num exame invasivo intra-hospitalar que se realiza introduzindo um sistema de cateteres no interior do coração, a partir das veias dos membros inferiores (veia femoral) ou do pescoço (veia jugular) . Através deste estudo é possível registar a atividade elétrica cardíaca (mapeamento) e estimular o coração para reproduzir as arritmias.

Também é importante averiguar se existe alguma alteração estrutural do coração associada a arritmia, para o qual se pode realizar uma prova de esforço em tapete rolante ou um ecocardiograma modo m/ bidimensional com doppler.

Embora as arritmias cardíacas sejam um grupo muito heterogéneo, a fibrilhação auricular (FA) merece plano de destaque, por ser de longe a arritmia mais comum na prática clinica e por ser um exemplo muito concreto da investigação farmacológica e do tratamento invasivo por cateter decorrente do investimento nas duas últimas décadas.
Estima-se que na Europa esta arritmia atinja 4,5 milhões de pessoas com uma grande importância  em termos de custos na saúde pública.

No Estudo FAMA conduzido em Portugal  (Prevalência de fibrilhação auricular na população portuguesa com 40 ou mais anos) a prevalência de FA encontrada numa amostra da população portuguesa com mais de 40 anos foi de 2,5%.

Com base nos dados mais recentes publicados em 2016 no estudo SAFIRA (7.500 indivíduos de 65 ou mais anos, avaliados em centros de saúde e hospitais portugueses)  perto de 9% dos portugueses com mais de 65 anos sofre de FA.

A prevalência de FA na população, aumenta substancialmente com a idade, observando-se que a prevalência de FA em pacientes com menos de 60 anos é inferior a 0,1%, ao passo que nos doentes acima dos 80 anos sua prevalência é de cerca de 10%.A importância de diagnóstico precoce da fibrilhação auricular tem implicações na utilização de fármacos anticoagulantes de forma a evitar o potencial risco tromboembolico subjacente. O citado estudo SAFIRA também revelou ainda um elevado subdiagnóstico. De entre os 9% dos doentes em que se detetou existência de FA, 35,9% desconheciam ter a doença. De facto 20% dos acidentes vasculares cerebrais isquémicos que ocorrem em Portugal, têm como origem uma FA que não foi de forma atempada diagnosticada e medicada em particular com recurso a estes fármacos.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Expedição a Mullacén
É a mais alta montanha da Península Ibérica, mas os seus 3.478 metros de altitude não assustam o grupo de 25 pessoas, das quais...

A expedição a Mullacén, que se situa na Serra Nevada, em Espanha e é uma iniciativa do Núcleo Jovem da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP), realiza-se entre os dias 15 e 18 de junho como prova que a diabetes não tem que ser um obstáculo à concretização de um sonho. Este desafio mais radical faz todo o sentido como ação de sensibilização sobre a diabetes tipo 1, que em Portugal atinge mais de 3300 crianças e jovens até aos 19 anos.

A escalada ao Mullacén reúne 16 pessoas com diabetes tipo 1, com idades entre os 16 e os 46 anos, três familiares, dois profissionais de saúde da APDP, dois jornalistas e dois guias da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal. Juntos, partem com destino ao cume do Mullacén, numa verdadeira aventura que tem um grande objetivo.

“O que estamos a fazer vai motivar as pessoas com diabetes a compreenderem que é possível ter uma vida normal desde que a diabetes seja bem compensada e que cada pessoa saiba adequar o seu tratamento a qualquer situação. Acreditamos que podemos realizar os nossos sonhos com dedicação, força e apoio da família, dos profissionais de saúde e dos nossos pares, pois a partilha de experiências entre pessoas com a mesma doença é fundamental e ajuda-nos a adaptarmo-nos e a ter uma vida melhor e mais feliz”, explica Alexandra Costa, coordenadora do Núcleo Jovem da APDP.

“O truque é”, acrescenta, “aceitar a diabetes nas nossas vidas e geri-la da melhor maneira possível, sem que nos impeça de fazer o que mais gostamos, mas tendo em conta os devidos cuidados para o seu controlo diário. O que por si só já é um desafio, equivalente ao desafio de subir uma montanha”.

Mostrar como é possível controlar a diabetes tipo 1 e adaptar o controlo ao esforço de subir uma montanha, que implica exercício físico intenso e gestão de alimentação adequada, está subjacente à realização desta atividade que, ao mesmo tempo, coloca ênfase no papel dos familiares de quem tem esta doença, assim como no dos profissionais de saúde, que ajudam “a tomar decisões face ao risco de uma atividade física intensa”, ao mesmo tempo que dão “ferramentas para gestão do controlo, fomentando o acesso às melhores condições de saúde de cada pessoa”. Tudo isto sob a alçada da APDP, que ajuda a promover este tipo de encontros educativos entre as pessoas com diabetes, seus familiares e amigos.

De acordo com os dados do Observatório Nacional da Diabetes, em 2015 contaram-se cerca de 168 novos casos diários da doença que, na faixa etária dos 20 aos 79 anos, já afeta mais de um milhão de pessoas no nosso país. Alerta-se para o facto de cerca de metade das pessoas com diabetes tipo 2 não estarem diagnosticadas.

No mundo, estima-se a existência de 415 milhões de pessoas com diabetes, valor que, se não se apostar na prevenção da diabetes tipo 2, em 2040 subirá para 642 milhões. 

Dia Nacional da Luta Contra a Dor
A Dor é um problema global, atingindo todas as pessoas, em qualquer local e a qualquer momento das suas vidas, manifestando-se...

A dor tem a capacidade de afetar os indivíduos nas mais variadas vertentes da sua vida, seja profissional seja familiar. A produção, desempenho e rentabilidade no trabalho são afetadas e também as atividades e programas com familiares e amigos acabam por ser canceladas devido ao mau estar relacionado com a dor.

Alguns dados do estudo sobre a dor divulgado na passada semana revelam que dos 15 países europeus analisados, Portugal tem o quarto valor mais elevado no que se refere à prevalência semanal da dor corporal (61%), enquanto a prevalência da dor de cabeça semanal está alinhada com a tendência global, com comparativamente menor prevalência semanal entre sofredores (16%).

Além do impacto negativo na progressão das carreiras profissionais, no processo de socialização e gestão familiar, a dor afeta de forma grave a qualidade de vida dos portugueses. No entanto, entre a população portuguesa, apesar de as pessoas confiarem no diagnóstico realizado pelos profissionais de saúde e de realizarem o tratamento por eles sugerido, ainda existem muitas que ignoram a dor e não tomam medidas para a combater, esperando apenas que ela desapareça. Os efeitos negativos deste problema estendem-se também a outras áreas, sendo que representa um prejuízo para a economia nacional tal como acontece com outros problemas de saúde, como o cancro e as doenças cardiovasculares.

Para sensibilizar a população foi lançado o site ‘Movimento Portugal sem Dor’ que procura alertar não só para as consequências da dor na vida dos portugueses, mas também para a importância da criação e adoção de estratégias que promovam o alívio ou tratamento deste problema e uma melhor qualidade de vida. Para um “Portugal sem Dor” e mais feliz, é importante adotar um estilo de vida mais equilibrado, que inclua atividade física e um acompanhamento regular da saúde.

O Dia Nacional da Luta Contra a Dor permite assim consciencializar os portugueses para as potenciais consequências da dor e criar um debate sobre as causas e os efeitos na sociedade e na economia. Só desta forma será possível a tomada de medidas no combate a este problema generalizado entre a população portuguesa, permitindo o acesso aos tratamentos mais eficazes.

Alimentação
Mais de dois mil milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de doenças por causa do excesso de peso, que estão a provocar cada...

Mesmo as pessoas que não são tecnicamente obesas estão a morrer por terem peso a mais, contando-se em quatro milhões as mortes anualmente relacionadas com excesso de peso.

Destes quatro milhões, 40% estavam abaixo do limiar da obesidade, o que constitui "uma crise de saúde pública perturbante e cada vez maior", para os autores da investigação divulgada hoje no New England Journal of Medicine.

Ao todo, em números de 2015, havia 2,2 mil milhões de crianças e adultos (30% da população mundial) com excesso de peso.

Entre esse total encontravam-se 108 milhões de crianças e 600 milhões de adultos com índice de massa corporal (calculado relacionando peso com altura) acima de 30, o limiar da obesidade.

Desde 1980 que o número de pessoas consideradas obesas não para de aumentar, atingindo agora o dobro do que se verificava nesse ano em mais de 70 países.

Os cientistas assinalam ainda que, em alguns países, a obesidade infantil tem aumentado mais depressa do que entre os adultos.

Desvalorizar o excesso de peso e de massa corporal é arriscar doenças cardiovasculares, diabetes, cancro e outros problemas potencialmente fatais, afirmou um dos autores, Christopher Murray, da Universidade de Washington, nos Estados Unidos.

No estudo analisam-se possíveis ligações entre índice de massa corporal elevado e cancros no esófago, cólon e reto, fígado, vesícula e trato biliar, pâncreas, mama, útero, ovários, rins e tiroide.

As conclusões da investigação, em que foram analisados dados de 195 países e territórios de 1980 a 2015, foram hoje apresentadas no Fórum da Alimentação de Estocolmo, que visa a criação de um regime alimentar mais sustentável.

Entre 2016 e 2025, as Nações Unidas promovem a "Década de Ação pela Alimentação", pretendendo acabar quer com a fome e com todas as deficiências alimentares, para chegar a uma redução nas doenças relacionadas com a alimentação.

O principal autor do estudo, Ashkhan Afshin, afirmou que o excesso de peso é um dos piores problemas de saúde pública, adiantando que os investigadores vão trabalhar com as Nações Unidas para tentar arranjar soluções para o problema, que está a aumentar apesar das várias intervenções que já se fizeram.

Epidemias e pragas
Os morcegos são o maior reservatório do mundo de coronavírus, uma família de vírus que causa infeções respiratórias, conclui um...

Segundo o estudo realizado durante cinco anos, os morcegos albergam uma grande diversidade de coronavírus, que provocam doenças como a pneumonia atípica e a Síndrome Respiratória do Médio Oriente.

Uma equipa de investigadores das universidades norte-americanas de Columbia e Califórnia identificou uma centena de diferentes coronavírus e descobriu que mais de 98% dos animais que tinham esses vírus eram morcegos, representando 282 espécies de 12 famílias biológicas.

Extrapolando para todas as 1.200 espécies, os cientistas estimaram um total de 3.204 coronavírus nos morcegos em todo o mundo, muitos dos quais ainda não foram detetados ou descritos.

O estudo, publicado na revista Virus Evolution, sugere que os coronavírus evoluíram juntamente com os morcegos ou adaptaram-se preferencialmente a determinadas famílias de morcegos, e foi feito com base em trabalho de campo e testes virais, no âmbito do projeto à escala global Predict, que visa descobrir vírus potencialmente pandémicos e reduzir o risco de futuras epidemias.

Apesar das conclusões do estudo, os cientistas ressalvam que os morcegos desempenham um papel importante nos ecossistemas e que a maioria dos coronavírus de que são portadores é inofensiva para as pessoas.

Além disso, a morte destes mamíferos pode destabilizar o seu 'habitat' e, desta forma, aumentar o risco de transmissão de doenças.

"Rastrear a diversidade geográfica e genética dos coronavírus em animais é um primeiro passo para a compreensão e antecipação dos vírus específicos que podem representar uma ameaça para a saúde humana", assinalou o primeiro autor do estudo, Simon Anthony, professor de epidemiologia do Centro para a Infeção e Imunidade na Universidade de Columbia, citado num comunicado da instituição.

Estudo
Um estudo realizado com crianças carenciadas no Equador verificou que as que consumiram ovos registaram uma redução...

Os ovos afetam significativamente o crescimento das crianças e ajudam a reduzir a atrofia em 47% e a reduzir o baixo peso em 74%, revela um novo estudo realizado pela Escola de Brown da Universidade de Washington, EUA.

O efeito observado pela ingestão de ovos foi muito maior do que os já demonstrados em estudos anteriores, revela Lora Iannoti, especialista em nutrição infantil e autora principal da investigação.

O estudo foi realizado junto de bebés carenciados, de 6-9 meses, no Equador. Estes receberam um ovo por dia durante seis meses. O estudo contou com um grupo controle que não recebeu ovos.

Os resultados do estudo mostraram que os ovos aumentam o percentil para a altura e para o peso da idade. As crianças que receberam ovos viram a atrofia reduzida em 47% e o baixo peso reduzido em 74%.

Estas crianças apresentaram uma maior ingestão dietética de ovos e um menor consumo de alimentos açucarados em comparação com o grupo de controlo.

«Os ovos são normalmente baratos e facilmente acessíveis. São também uma boa fonte de nutrientes para o crescimento e desenvolvimento das crianças pequenas e têm potencial para contribuírem para a redução do deficit de crescimento em todo o mundo», explica a especialista.

Os ovos são um alimento completo, embalado de forma segura e indiscutivelmente mais acessível em populações pobres em recursos do que alimentos complementares, como os fortificados.

Campanha Alerta Doença Venosa
No dia 15 de junho, caminhe pela saúde das suas pernas na “Caminhada Contra o Sedentarismo”. A corrida organizada pela...

A iniciativa da SPACV pretende promover a prática de exercício físico junto da população, através de um percurso circular de 5 km, que começa e termina no Complexo Desportivo de Évora. As inscrições podem ser feitas através da plataforma da Câmara Municipal de Évora e no próprio dia, no local da caminhada.

A “Caminhada Contra o Sedentarismo” tem lugar durante o XVII Congresso da SPACV e está integrada no âmbito da Campanha Alerta Doença Venosa, que pretende sensibilizar a população para o elevado impacto que a Doença Venosa Crónica tem no dia-a-dia dos doentes. Trata-se de uma patologia crónica e evolutiva, frequentemente subestimada e subvalorizada. Estima-se que, em Portugal, 2 milhões de mulheres com mais de 30 anos sofram de Doença Venosa e a falta de exercício físico e o sedentarismo são duas das causas desta patologia.

Tratamentos
Um novo tratamento para o cancro do pâncreas, que potencialmente pode dar aos pacientes mais tempo de vida e ser uma...

Neste trabalho, a equipa demonstrou a possibilidade de utilizar exossomas (nanovesículas produzidas por todas as células humanas) como um veículo para "entregar" no pâncreas uma terapia que inibe a proteína KRAS, "sempre ativada" em pacientes com este tipo de cancro, disse à Lusa a investigadora Sónia Melo, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S).

De acordo com a especialista, cerca de 70% dos pacientes com cancro no pâncreas têm mutação no gene KRAS, que é "muito difícil de desligar", não por falta de ferramentas para o fazer mas devido à "localização anatómica" deste órgão, "não sendo fácil encontrar uma terapia que chegue efetivamente ao local".

Estes exossomas modificados, que carregam a terapia no seu interior, contêm à superfície uma proteína que consegue torná-los "invisíveis" ao sistema imunitário, não sendo assim "destruídos" pelo mesmo.

Sónia Melo indicou que, contrariamente ao que se pensa, o cancro do pâncreas "é tão agressivo como qualquer outro", diferenciando-se dos restantes apenas por ser "silencioso", muitas das vezes só existindo sintomas (dores abdominais) quando a lesão já é "bastante grande", sendo estes são pouco específicos.

"Em mais de 80% dos casos, quando os pacientes chegam à clínica, já têm metástases noutros órgãos, nomeadamente no fígado, na cavidade peritoneal e, muitas vezes, nos pulmões", referiu.

Devido à falta de sintomas, quando descoberto, "a esperança média de vida dos pacientes é de seis meses", mas isso acontece "única e exclusivamente" porque o diagnóstico é tardio, enquanto na maior parte dos outros cancros existem sintomas ou exposições externas que os denuncia e leva a um diagnóstico mais precoce, explicou.

Contudo, quando detetado cedo, "é um tipo de cancro muito fácil de curar", visto tratar-se de um órgão "fácil de remover", havendo ainda a possibilidade de ser realizada uma laparoscopia (um tipo de cirurgia não invasiva) para retirar a parte afetada do órgão, indicou Sónia Melo.

Embora já existam, hoje em dia, terapias dirigidas para a maior parte dos cancros, no caso do pâncreas só há tratamentos genéricos, como a quimioterapia, "que matam não são só as [células] cancerígenas, mas todas aquelas que estejam em divisão", como as do sistema imunitário e as que fazem crescer o cabelo e as unhas.

Para Sónia Melo, desde que surgiram as terapias direcionadas, houve "um decréscimo na mortalidade de quase todos os tipos de cancro", facto que não verifica no pâncreas, podendo este estudo trazer "uma nova esperança" para estes casos.

O método de tratamento desenvolvido pela equipa foi testado primeiramente em ratos, estando neste momento a ser utilizado em macacos para, até ao final do ano, passarem aos ensaios clínicos de fase I em pacientes com cancro do pâncreas.

Segundo a cientista, o i3S está a colaborar ainda num estudo com o IPO, do Porto para encontrar, também através da utilização de exossomas, um tratamento mais dirigido para o carcinoma renal, cuja mortalidade é "também muito elevada" e para o qual "não há uma terapia com uma vantagem muita clara para os pacientes".

Esta investigação, que iniciou em 2013 e na qual participam, para além das investigadoras do i3S Sónia Melo e Carolina Ruivo, sete profissionais do 'MD Anderson Cancer Center', da Universidade 

Pesquisa
Investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) estão a estudar o aproveitamento do engaço da uva, um...

A equipa do Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB), da UTAD, começou a estudar formas de valorização do engaço em 2014.

Ana Barros, diretora do CITAB, disse hoje à agência Lusa que “o engaço é, sem dúvida alguma, uma oportunidade de negócio” para o Douro.

A responsável explicou que este subproduto representa 25% dos resíduos orgânicos da indústria vinícola e estava pouco estudado e caracterizado comparativamente com outros subprodutos como as películas, grainhas, borras ou bagaços.

Segundo a responsável, em 2014 só havia, a nível mundial, 59 artigos publicados sobre o engaço. Desde então a equipa do CITAB já publicou 11.

Após cada vindima, verifica-se um excedente deste produto que “não é tóxico, não é prejudicial, mas que possui um elevado teor de matéria orgânica, o que significa que poderá representar um potencial problema ao nível ambiental”.

Atualmente, os produtores de vinho optam por depositar em aterros, utilizar como fertilizante ou para servir de alimentação animal, embora possa provocar problemas de digestibilidade.

Ana Barros referiu que os estudos de potencialidade do engaço foram sempre direcionados para uma aplicabilidade na indústria e explicou que os investigadores centraram o seu trabalho em sete castas existentes na Região Demarcada do Douro.

Do trabalho realizado é já possível concluir que este subproduto possui características que “ajudam na atividade antibacteriana, anti-inflamatória e antimicrobiana”.

“Conseguimos verificar que, de facto, as potencialidades deste subproduto são enormes (…) e isso leva-nos a crer que, rapidamente, vamos conseguir ter resultados para podermos aplicar esta matriz quer na indústria cosmética, quer farmacêutica quer alimentar”, salientou.

A investigadora destacou que o engaço tem uma “atividade antioxidante extremamente elevada” e concretizou que o objetivo é, por exemplo, desenvolver um creme antirrugas.

“Que é aquele que eu acredito que vai ser a grande potencialidade desde subproduto”, sustentou.

Para o efeito, já foram realizados contactos com uma empresa da região e está a ser preparada uma candidatura a fundos comunitários, até porque, segundo a responsável, os testes de cosmética, a nível de segurança e eficácia, “são extremamente dispendiosos”.

A parte farmacêutica poderá ser a que demorará mais tempo em estudo. No entanto, segundo Ana Barros, a investigação já feita nesta área “leva a crer que a potencialidade de atividade antibacteriana é elevadíssima”.

A responsável explicou que foram testadas bactérias isoladas, do foro gastrointestinal, de pacientes do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), com extratos de engaço e verificou-se que “há castas que conseguem ter uma inibição superior aos próprios antibióticos em termos de crescimento microbiano”.

Foi também já produzido um licor de engaço, um trabalho que vai ser intensificado na próxima vindima e que, segundo a investigadora, se verificou possuir “características sensoriais e visuais, ao fim de 90 dias de maceração, idênticas ao vinho do Porto envelhecido”.

Como se trata de um produto sazonal, Ana Barros referiu que está a ser analisado o que pode acontecer ao engaço ao longo do armazenamento.

“Temos estudos de três meses em que a composição destes compostos se mantém, não é alterada. Isto é extremamente importante também”, concluiu.

Stock em baixo
Dificuldades em aviar medicamentos tornaram-se um problema mais comum nos últimos anos. A diabetes é uma das doenças onde se...

Ir à farmácia e não conseguir aviar à primeira todos os medicamentos. O cenário tornou-se mais comum nos últimos anos e um estudo divulgado em 2016 apurou que mais de metade dos utentes já tinha sido alguma vez afectado pela indisponibilidade da medicação, tendo de regressar mais tarde à farmácia ou procurar outra porta. Apesar de o Infarmed ter aumentado o controlo das ruturas de stock e da exportação de medicamentos, o problema continua a sentir-se. A medicação para a diabetes, doença que afeta um milhão de portugueses, está entre o lote de produtos que obrigam as farmácias a fazer ginástica para responder aos pedidos.

Nesta última semana havia pelo menos três insulinas indisponíveis nos maiores distribuidores. Em caso de necessidade urgente, as farmácias têm a opção de ligar diretamente para os laboratórios. Em falta estavam também antidiabéticos das últimas gerações, que têm sido associados a menores complicações da doença – apesar de os diagnósticos terem aumentado no país, os internamentos  associados a descompensação têm diminuído. Entre estes produtos há dois que têm uma particularidade: além de serem usados no tratamento de diabetes, também são prescritos pelos médicos para emagrecimento.

Fontes do setor ouvidas pelo SOL admitem, ainda assim, que a exportação paralela de medicamentos continua a ser  dos principais fatores a contribuir para algum desabastecimento do circuito de medicamentos: como alguns produtos são mais baratos em Portugal, tende a haver um desvio de parte para comercialização no estrangeiro, onde obtêm melhores margens. E para minorar os danos de ver diminuir o encaixe com o produto lá fora, as multinacionais limitam as quantidades que enviam para os grossistas, o chamado ‘rateio’  de produtos.

Segundo o SOL apurou, as insulinas  glargina, detemir e humana  (nomes comerciais Lantus, Levemir e Humulin), usadas tanto por doentes com diabetes do tipo 1 como do tipo 2, estão com os stocks em baixo ou indisponíveis nos armazenistas, não havendo porém registo de rutura de stock nos laboratórios nem nota de doentes afetados.

É também este o cenário para os antidiabéticos dapagliflozina  e liraglutido, sendo que é nestes casos que a dupla procura (diabetes e perda de peso) poderá também estar a contribuir para a escassez de produto nos armazéns. No caso do liraglutido (nome comercial Victoza), desde 2015 que está autorizada no mercado uma apresentação destinada a ser usada como complemento de uma dieta reduzida em calorias, em situações de excesso de peso e obesidade, e o produto já está disponível em Portugal, só que não  é comparticipado pelo Estado e aparece no site do Infarmed como tendo um PVP de 257,23 euros. A apresentação indicada para a diabetes sai mais em conta: tem comparticipação de 90%, o que a um custo de 105,65 euros a embalagem, fica a 10 euros para os doentes.

Luís Cunha, diretor técnico da Farmácia Duque de Ávila, em Lisboa, disse ao SOL ter todas as insulinas em stock, mas admite que a interrupção na disponibilidade neste tipo de produtos é frequente. A estratégia para manter stocks acaba por envolver várias vertentes, explica. «Atualmente trabalhamos em rede, num grupo de farmácias, o que torna mais fácil gerir quando existe alguma falta de medicamento num lado mas ainda está disponível noutro».

A utilização de ‘vias verdes’ abertas junto dos laboratórios, que decorrem do historial da farmácia e da confiança entre as partes, é outra forma de gerir o desabastecimento do circuito de medicamentos. «Uma das situações de que nos orgulhamos é de ter conseguido resolver um problema que tínhamos em relação a um medicamento para o sistema nervoso central que costumava faltar, o aripiprazol. Acabámos por criar uma linha SOS com o laboratório para dar resposta aos pedidos». Mas as negociações acabam por ser feitas farmácia a farmácia ou grupo a grupo, o que pode levar a assimetrias na resposta aos doentes. «Penso que este é o caminho mas a iniciativa de controlo da quota disponível para Portugal devia partir das autoridades».

José Manuel Boavida, presidente da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal, disse ao SOL que não tem havido mais queixas da parte dos doentes relativamente a falhas da medicação e não tinha conhecimento de falhas nas insulinas na distribuição. O especialista explica que, no caso da farmácia da APDP, que tem todas as insulinas disponíveis, a relação é feita diretamente com os laboratórios. O responsável defende que as dificuldades finaceiras das farmácias nos últimos anos, que contribuíram para stocks menores do que no passado, é um factor a ter em conta neste tipo de perturbações, mas aponta o impacto da exportação paralela no circuito dos medicamentos como um dos principais contributos para o desabastecimento de mercado que de vez em quanto surge, salientando não ter sinais que neste momento haja doentes a ser afectados. «A exportação paralela por parte dos distribuidores e de algumas farmácias leva a que as quotas sejam limitadas pelas casas mãe e o fornecimento seja feito a conta-gotas», diz Boavida. «A solução seria uniformizar os preços dos medicamentos a nível da União Europeia. Na Alemanha, os preços de alguns produtos chegam a ser o dobro de Portugal, nos EUA são quatro ou cinco vezes mais.» Em caso de falha no avio de medicação nas farmácias, a APDP recomenda aos doentes que recorram à associação.

Combate à exportação paralela

Desde 2014 que os distribuidores estão obrigados a notificar ao Infarmed vendas de medicamentos para o estrangeiro que possam comprometer as quantidades e variedade disponível a nível nacional. A lista de produtos sujeitos a esta regra foi atualizada pela última vez em abril do ano passado. Inclui quatro insulinas, entre elas a detemir, que esta semana estava com os stocks em baixo nos armazéns. Os restantes produtos que o SOL apurou estarem com falhas não constam da lista.

Estudo
A garantia é dada por um estudo israelita e acaba de ser corroborada por especialistas do Departamento de Agricultura dos EUA....

Muitas pessoas reduzem o consumo de leito e derivados quando iniciam uma dieta de emagrecimento, uma opção que segundo uma nova investigação pode não ser a mais correta. De acordo com um estudo israelita, «um maior aporte de cálcio provoca uma perda de peso mais acentuada». Os investigadores descobriram que as pessoas que ingerem mais laticínios por dia perdem mais peso quando comparadas com as que ingerem menos.

Os indivíduos que consumiram mais cálcio e registaram um consumo médio de leite e derivados equivalente a 580 miligramas de cálcio perderam mais seis quilos do que os que se ficaram por uma média de 150 miligramas de cálcio. Nas últimas semanas, especialistas do Departamento de Agricultura dos EUA emitiram também um relatório que defende a ingestão de laticínios por pessoas que pretendam perder peso.

«O leite é uma grande fonte de proteínas e de outros nutrientes necessários à nossa saúde, como é o caso do cálcio, indispensável aos ossos. Muitas vezes, vem reforçado com vitamina D, essencial à sua absorção», sublinham os especialistas, que alertam, contudo, para a necessidade de não exagerar. «As versões mais gordas são das primeiras coisas a abolir numa dieta», defendem.

«Se usa leite gordo e natas, deve deixar de o fazer, nem que seja de uma forma gradual. Em relação ao queijo, a mesma coisa», aconselham os especialistas norte-americanos. «Se não consegue prescindir dos queijos, opte por variedades mais light, como é o caso do queijo feta, de alguns queijos de cabra e do queijo ricota ou ainda do chedar light. A ideia é continuar a ingerir laticínios mas cortar na gordura», sublinham.

Raios UV
As regiões de Vila Real, Bragança e Guarda apresentam hoje um risco ‘extremo’ de exposição à radiação ultravioleta (UV),...

De acordo com o instituto, as regiões de Vila Real, Bragança e Guarda estão hoje com níveis ‘extremos’, por isso, "recomenda à população que evite o mais possível a exposição ao sol".

As regiões de Beja, Viana do Castelo, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Penhas Douradas, Leiria, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal, Sines, Viseu, Aveiro, Porto, Funchal e Porto Santo (Madeira), Ponta Delgada (ilha de São Miguel), Angra do Heroísmo (Terceira) e Horta (Faial) e Santa Cruz das Flores (ilha das Flores) estão hoje em risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação UV.

Para as regiões com risco 'muito elevado' e 'elevado', o instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

Temperaturas altas
Nove distritos de Portugal continental estão hoje sob ‘aviso amarelo’ devido à previsão de tempo quente, com persistência dos...

De acordo com o Instituto, os distritos de Braga, Vila Real, Bragança, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Évora, Beja e Setúbal estão sob ‘aviso amarelo’ devido ao tempo quente desde as 11:43 de domingo e até às 22:00 de terça-feira.

O ‘aviso amarelo’ é emitido sempre que há uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando-se geralmente muito nublado e com neblina ou nevoeiro no litoral Centro até ao início da manhã.

Durante a tarde, está previsto um aumento de nebulosidade nas regiões do interior Norte e Centro, e Alto Alentejo, onde há possibilidade de ocorrência de aguaceiros e trovoada.

A previsão aponta também para vento fraco, soprando moderado de nordeste nas terras altas até ao início da manhã, de noroeste no litoral oeste e de sueste na costa Sul do Algarve, em especial durante a tarde.

O IPMA prevê ainda uma pequena subida da temperatura mínima nas regiões do interior e subida da máxima.

No que diz respeito às temperaturas, em Lisboa vão oscilar entre 18 e 34 graus celsius, no Porto entre 15 e 28, em Vila Real entre 18 e 35, em Viseu entre 17 e 35, em Bragança entre 17 e 36, na Guarda entre 17 e 33, em Castelo Branco entre 22 e 38, em Coimbra entre 14 e 33, em Santarém entre 16 e 36, em Portalegre entre 22 e 38, em Évora entre 16 e 39, em Beja entre 19 e 40, em Faro entre 21 e 32 e em Setúbal entre 16 e 38.

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