Serviço Nacional de Saúde
Os portugueses vão passar, a partir do fim do verão, a poder marcar consultas nos centros de saúde através da Linha Saúde 24,...

“O novo centro de contacto do SNS é uma solução que cresce a partir da Linha Saúde 24 e que queremos que seja cada vez mais utilizada, mas que passa a ter outras formas de comunicar, nomeadamente explorando mais o digital, a presença nos ‘sites’ e em aplicações de telemóvel”, explicou à agência Lusa o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).

Este novo centro de contacto, que é lançado na segunda-feira, vai manter os serviços de orientação de doentes que já era feito pela Linha Saúde 24, que também mantém o mesmo número de telefone (808 24 24 24).

Contudo, vão surgir novos serviços e a partir do fim do verão será possível telefonar para marcar uma consulta com o médico de família.

Segundo o presidente dos SPMS, Henrique Martins, outros serviços estão a ser desenvolvidos como a telemonitorização no domicílio de algumas doenças crónicas.

A telemonitorização consiste num modo de seguimento de doentes à distância, com transmissão de dados clínicos e disponibilizando apoio.

“Há uma integração maior entre os serviços administrativos e este canal que acaba por ter várias formas de ser acedido. Por telefone, numa página ‘web’ e integrado com a área [‘online’] do cidadão do SNS, onde hoje os cidadãos já podem fazer muitas coisas”, como pedir uma declaração de presença num serviço de saúde ou marcar uma consulta, refere o responsável.

O novo centro de contacto do SNS incluirá ainda uma nova faceta dirigida à população mais idosa, que pode passar por realizar chamadas regulares a pessoas que vivam em isolamento.

“Queremos ter contacto telefónico com o idoso, mas sem substituir a função de um centro de saúde, queremos antes ajudá-los e sabemos que há dificuldades das unidades no terreno para fazer telefonemas regulares”, afirmou Henrique Martins à Lusa.

Os SPMS estão ainda a trabalhar para que seja possível os utentes do SNS passarem a poder marcar uma consulta através da televisão de casa, o que está integrado num novo concurso que vai ser lançado para a rede informática do Ministério da Saúde.

Servirá sobretudo para cidadãos que não têm ou não sabem usar computador, podendo aceder na televisão, usando de forma simples o controlo remoto, a serviços da área do cidadão do SNS que por enquanto só estão disponíveis em computador.

“Vamos passar a ter um canal que é muito conhecido dos mais idosos, que é a televisão. Acreditamos que isso pode ser muito transformador. Além de telefonarem podem contactar o centro de contacto através da televisão”, indicou o presidente dos SPMS, que tem a partir de agora a responsabilidade deste novo “SNS 24”.

Outra das possibilidades futuras do novo centro de contacto deve passar por permitir poder redirecionar as chamadas em tempo real ou diferido para um profissional de saúde dos cuidados de saúde primários.

No novo centro de contacto do SNS vão ser investidos cerca de 30 milhões de euros nos próximos três anos, um investimento que quase duplica face à realidade da até agora Linha Saúde 24.

“Mantém-se a funcionar a Linha, que tem feito um excelente trabalho ao longo dos anos. Importa ampliar os serviços e misturar o canal de telefone com outros canais que permitem no futuro, por exemplo, colocar algoritmos e questões ‘online’ que permitam orientar as pessoas e reduzir as idas às urgências e até os telefonemas para o centro de contacto. Caso persistam dúvidas, podem as pessoas sempre telefonar na mesma. Não perdemos a Linha 24”, insiste Henrique Martins.

Atualmente, há cerca de 1,6 milhões de portugueses inscritos na área do cidadão do SNS e diariamente marcam-se cerca de cinco mil consultas para os centros de saúde através desta via.

Para os SPMS, ter um único centro de contacto com o SNS “vai potenciar” tanto a Linha Saúde 24 como os canais digitais, terminando com a dispersão que havia: “Acho que o futuro passa muito por aqui, mas mantendo a continuidade dos serviços que já existiam. É muito mais confortável marcar de casa, do telemóvel ou com o telemóvel, telefonando. Incluir as pessoas todas e acabar com o flagelo de estar de madrugada à porta do SNS à espera de conseguir marcar uma consulta”.

Estudo
Conclusões revelam que a doença não é uma consequência inevitável do envelhecimento e existem fatores que podem ajudar a...

Um relatório elaborado pela Lancet Commission concluiu que a demência não é uma consequência inevitável do envelhecimento e que existem nove fatores, em várias fases da vida, que quando eliminados podem prevenir a doença.

"Existem várias coisas que os indivíduos podem fazer, bem como a saúde pública e as suas politicas, para reduzir os números de pessoas que desenvolvem demência", disse Gill Livingston, coautor do relatório e professor de psicologia na Universidade College London, em declarações ao The Guardian.

O estudo sugere que os indivíduos devem seguir uma dieta mediterrânica, manter um peso saudável e controlar a pressão sanguínea, escreve o Diário de Notícias. Os resultados revelaram ainda que 35% dos casos de demência podiam, na teoria, ser prevenidos, sendo que 9% estão ligados à perda de audição na meia-idade, 8% ao abandono escolar antes de completar o ensino secundário, 5% ao facto de ser fumador em idade avançada e 4% estão ligados a casos de depressão na velhice.

Os restantes cinco fatores passam pelo isolamento social, os diabetes tardios, a alta pressão sanguínea, a obesidade e a falta de exercício, sendo estes potenciais riscos para o aparecimento da doença.

Os autores do relatório admitem ainda que a estimativa de mais de um terço dos casos poderem ser evitados é o melhor cenário, sendo os números do estudo baseados numa séria de premissas que incluem o anulamento de cada um dos fatores referidos. "Penso que a realidade contempla apenas 5% dos casos", afirma Clive Ballard, coautor e professor na Universidade Exeter. Ainda assim essa percentagem iria corresponder a uma redução de 5.000 casos por ano no Reino Unido.

Os autores reconhecem ainda que, em alguns dos fatores, não é claro se as intervenções iriam reduzir o risco de demência ou apenas retardar o seu inicio. Existem também incertezas em relação a fatores como a depressão e o isolamento social, não sendo evidente se estes aumentam o risco da doença ou se as mudanças no cérebro que levam à demência possam estar também por trás dessas questões.

Ainda assim, Doug Brown, médico e diretor de pesquisa na Alzheimer's Society, afirma que o facto de a estimativa apontar para o facto de mais de um terço dos casos poderem ser prevenidos é um motivo de celebração, não esquecendo também as dificuldades que isso acarreta.

"Nem todos os nove fatores identificados são facilmente modificáveis, como uma educação pobre ou o isolamento social. Mas existem fatores fáceis como a pressão sanguínea e o tabaco", disse também ao The Guardian.

Os autores do relatório afirmam ainda que apenas uma intervenção que atrase o inicio e a progressão da doença, mesmo que por um ano, pode ajudar a diminuir os casos de demência em todo o mundo em nove milhões, no ano de 2050.

Conselho Geral e de Supervisão
Instituto identificou empresas que praticam valores acima do mercado e vai impor limites máximos equivalentes aos do Serviço...

A direção da ADSE (o sistema de saúde dos funcionários e aposentados do Estado) quer impor limites aos valores cobrados pelo transporte não urgente de doentes que, atualmente, não estão sujeitos a qualquer teto, levando a que os preços praticados pelas empresas sejam superiores aos do mercado e do próprio Serviço Nacional de Saúde (SNS).

A proposta foi apresentada nesta quinta-feira aos membros do Conselho Geral e de Supervisão, durante uma reunião informal deste órgão que só estará completo depois da eleição dos representes dos beneficiários, marcada para 19 de Setembro.

Além de criar uma tabela para a rede convencionada (empresas que estabelecem convenção com a ADSE) colocando os preços ao nível dos praticados pelo SNS, a proposta limita também os preços praticados quando se trata do regime livre (quando o beneficiário adianta o valor e é reembolsado pela ADSE mais tarde).

Caso a tabela seja adotada, irá traduzir-se em “poupanças significativas quer para os beneficiários, quer para a ADSE, face à prática atualmente em vigor pelos diversos operadores”, esclareceu ao jornal Público o presidente da ADSE, Carlos Liberato Baptista.

Atualmente o transporte de doentes não urgente apenas é possível no regime livre, mas não há qualquer valor limite e a ADSE comparticipa entre 80% a 100% do valor gasto pelo doente. Ora, adianta a ADSE na proposta que entregou aos representantes dos sindicatos e dos aposentados do Estado, “verificou-se que as empresas privadas que operam no transporte não urgente de doentes, têm vindo a praticar aos beneficiários da ADSE valores substancialmente superiores aos definidos na tabela de preços máximos a pagar pelo SNS no transporte não urgente de doentes em ambulância, sendo que nalguns casos esses valores são também substancialmente superiores aos valores de mercado em vigor”.

De acordo com José Abraão, dirigente sindical que tem assento no Conselho Geral e Supervisão, foram apresentados alguns exemplos, como o caso de um beneficiário a quem a empresa cobrou 95 euros para fazer menos de dois quilómetros em Lisboa, valor que posteriormente foi comparticipado pela ADSE.

Agora, na proposta em cima da mesa, passam a fixar-se limites semelhantes aos do SNS. Por deslocações iguais ou inferiores a 30 quilómetros as empresas não poderão cobrar mais de 25 euros, e por cada quilómetro a mais o valor de tabela passa a ser de 51 cêntimos. O tempo de espera custará 7,5 euros e cada acompanhante não poderá pagar mais de dez euros.

Estas tabelas passam a vigorar em todas as situações mudando apenas a comparticipação da ADSE, que irá oscilar entre os 80% e os 100%.

Também nesta quinta-feira ficou decidido que a eleição dos quatro representantes dos beneficiários da ADSE no Conselho Geral e de Supervisão será a 19 de Setembro. A decisão foi tomada pela comissão eleitoral, um dia depois da publicação do regulamento eleitoral em Diário da República.

Desde o início do ano, a ADSE passou a ser um instituto público e foi criado um conselho, onde têm lugar representantes dos sindicatos e dos beneficiários e cuja competência é dar parecer (não vinculativo) sobre as principais decisões que se prendem com o sistema, nomeadamente a sua abertura a novos beneficiários e a revisão das convenções em vigor.

De acordo com José Abraão, dirigente da Federação de Sindicatos para a Administração Pública (Fesap) e um dos membros da comissão eleitoral, os quatro representantes dos beneficiários titulares serão eleitos no dia 19, permitindo que o Conselho Geral e de Supervisão fique completo e possam avançar as decisões de gestão que estão pendentes.

Podem votar os beneficiários titulares (funcionários no ativo e aposentados do Estado) com as quotas em dia. De acordo com os cadernos eleitorais, estarão em causa 831.496 eleitores.

i3S-Hovione Capital Innovation Prize
O Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto abriu hoje um concurso para um prémio internacional...

Esta iniciativa, designada i3S-Hovione Capital Innovation Prize, surgiu de uma parceria entre instituto e a Hovione Capital, uma sociedade privada independente dedicada à gestão de ativos, especializada no investimento e na gestão de projetos em fase inicial na área das ciências da saúde, informa um comunicado do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S).

"Parecia-nos que faltava um prémio dedicado diretamente à inovação na área da saúde, em particular na parte de biomédica, de dispositivos e meios de diagnósticos, que pretende fazer diferença também por ser internacional", disse à Lusa João Cortez, especialista do i3S na área de transferência de conhecimento.

O grande objetivo, segundo indicou, é criar um prémio de inovação na região norte, que coloque o i3S "no mapa" e que distinga empresas em fase inicial, com pouco valor investido.

Esta parceria conta ainda com o apoio do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT-Health), uma rede de instituições ligadas às tecnologias na saúde, para a projeção além-fronteiras do concurso.

Para além desta, associaram-se à iniciativa várias entidades, possibilitando que se ofereça às empresas um leque alargado de serviços, como a consultoria jurídica, propriedade intelectual e apoio em assuntos regulamentares, de forma a completar o ciclo daquilo que as tecnologias desta área precisam, num prémio único, explicou João Cortez.

O prazo de candidatura para o concurso termina a 07 de setembro, havendo, no dia 28 do mesmo mês, um evento que pretende promover o encontro entre os investidores e as empresas selecionadas, à porta fechada.

Durante a tarde, o evento é aberto ao público e o prémio de 35 mil euros é divulgado e atribuído ao projeto vencedor.

Haverá ainda, ao longo do evento, espaço para uma sessão adicional entre as empresas e investidores internacionais, com interesse em dispositivos médicos, de diagnóstico e de monitorização de saúde.

João Cortez adiantou que existe uma segunda distinção, na qual cada um dos parceiros associados à iniciativa pode escolher uma empresa e atribuir o seu prémio à mesma, que passa apoio no seu desenvolvimento.

O membro do i3S disse também que se vai propor a todos os inscritos no evento que contribuam com um mínimo valor monetário, para ser depois entregue à equipa ganhadora, constituindo-se assim um terceiro prémio.

Para Margarida Rossi, especialista do i3S na área de transferência de conhecimento referida no comunicado, a criação de novos produtos médicos são uma forma de retorno do investimento feito em investigação.

"O desenvolvimento de novas empresas leva ao emprego especializado, que absorve os recursos humanos qualificados que o instituto tem vindo a formar", indicou.

Hugo Prazeres, também especialista em transferência de conhecimento no i3S, afirmou que todos saem a ganhar desta parceria.

"O Instituto, por criar uma atmosfera de excelência para a inovação, a Hovione Capital, ao ter acesso e participar desde cedo no surgimento de novas ideias e, acima de tudo, os empreendedores, por terem uma oportunidade de dar corpo às suas ideias inovadoras", acrescentou.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Todas as regiões do continente, Madeira e Açores apresentam hoje risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação ultravioleta,...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), todas as regiões do continente, Madeira e Açores, exceto Ponta Delgada (ilha de São Miguel) que está com níveis ‘moderados’, apresentam um risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação ultravioleta (UV).

Para as regiões com risco 'muito elevado' e 'elevado', o Instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

O IPMA prevê para hoje céu pouco nublado ou limpo, tornando-se geralmente muito nublado no litoral Norte e Centro a partir do meio da tarde.

A previsão aponta ainda para vento fraco a moderado de noroeste, soprando moderado a forte, por vezes com rajadas até 65 quilómetros por hora no litoral e nas terras altas, em especial durante a tarde.

Na Madeira prevê-se períodos de céu muito nublado, possibilidade de ocorrência de aguaceiros nas vertentes norte e terras altas a partir da tarde, vento fraco a moderado predominando de nordeste, soprando por vezes forte nas terras altas e pequena descida de temperatura.

Para os Açores a previsão aponta para períodos de céu muito nublado com abertas, aguaceiros fracos e vento nordeste bonançoso a moderado.

Em Lisboa, as temperaturas vão oscilar entre 16 e 24 graus Celsius, no Porto entre 13 e 22, em Vila Real entre 11 e 25, em Viseu entre 09 e 24, em Bragança entre 12 e 28, na Guarda entre 10 e 24, em Coimbra entre 12 e 24, em Castelo Branco entre 14 e 30, em Portalegre entre 12 e 29, em Santarém entre 15 e 26, em Évora e Beja entre 13 e 30 e em Faro entre 15 e 31.

Bebés prematuros
A primeira consulta para selecionar e recrutar mães lactentes interessadas em doar leite destinado a bebés prematuros está a...

Esta é a única zona do país a ter um banco de leite humano, que funciona na Maternidade Alfredo da Costa (MAC), tendo já ajudado desde 2009 mais de mil bebés a receberem leite de outras mulheres que não as suas mães.

Um protocolo que é hoje assinado entre o Agrupamento de Centros de Saúde de Lisboa Ocidental e Oeiras e o Centro Hospitalar que integra a Alfredo da Costa pretende ajudar a aumentar a oferta de leite humano pasteurizado para recém-nascidos muito prematuros, explicou a enfermeira Ana Lúcia Torgal, coordenadora do projeto.

Apesar de o banco de leite funcionar na MAC, o leite doado pode ser fornecido a outras unidades de cuidados intensivos neonatais da área de Lisboa, mediante pedidos e protocolos estabelecidos entre as várias instituições.

O leite materno tem várias vantagens quando comparado com o leite artificial, sobretudo no que se refere aos prematuros, a quem é destinado este leite doado, sublinha Ana Lúcia Torgal.

O leite humano reduz em cerca de 30% o risco de enterocolite (inflamação intestinal) e em cinco vezes o risco de intolerância alimentar.

O agrupamento de centros de saúde de Lisboa Ocidental e Oeiras pretende ajudar a recrutar mais mães lactentes, aumentando a quantidade de leite disponível para os grandes prematuros.

Segundo Ana Lúcia Torgal, a ideia deste projeto surgiu com a dificuldade que muitas vezes a Maternidade Alfredo da Costa sente em ter doações de leite materno, até porque muitas das mulheres que podem ser candidatas acabam por circular mais nos cuidados de saúde primários.

Para isso foi criada uma consulta específica, que é gratuita e funcionará no centro de saúde de Oeiras, onde é aferido se as potenciais dadoras de leite cumprem os requisitos necessários. Um dos objetivos é conseguir 12 mães dadoras no primeiro ano de funcionamento.

A doação de leite materno deve ser iniciada durante os primeiros quatro meses de vida do bebé, sendo que a mãe não deve ainda ter iniciado o desmame do bebé. Só é aconselhável ser doadora até 12 meses depois do nascimento da criança.

Depois de numa consulta do centro de saúde serem selecionadas as dadoras, que têm de ser saudáveis e mães de crianças saudáveis, enfermeiros deslocam-se às casas das mães escolhidas para averiguar as condições da habitação.

As mães recebem do centro de saúde material para poderem fazer a recolha do leite e o congelamento, além de instruções do modo como deve ser extraído e conservado o leite.

“Há cuidados específicos a ter, nomeadamente a higiene das mãos e das mamas e ter atenção para não contaminar os frascos. Exige um cuidado rigoroso. É para grandes prematuros, não é um bebé saudável que vai receber o leite”, especificou Ana Lúcia Torgal.

Depois, o centro de saúde recolhe nas habitações das dadoras o leite congelado, conservando-o num congelador específico cedido pela Maternidade Alfredo da Costa.

A pasteurização do leite doado fica também a cargo da MAC, a maior maternidade do país.

Os materiais que serão distribuídos às dadores de leite recrutadas pelo ACES Lisboa Ocidental e Oeiras foram angariados através de um prémio atribuído pela Missão Continente.

O projeto “Promoção e Apoio do Aleitamento Materno num ACES Amigo dos Bebés” recebeu precisamente um dos prémios da Missão Continente, no valor de 36.863 euros. Esta verba será ainda aplicada em equipamentos e material médico e de enfermagem, mobiliário, equipamento informático e audiovisual, material didático, obras e formação.

A ideia é formar os profissionais de saúde deste ACES nesta área de prestação de cuidados a grávidas, mães e bebés.

Este ACES da região de Lisboa e Vale do Tejo é até agora o único em Portugal a ter recebido a certificação como “Unidade de Saúde Amiga dos Bebés” pela UNICEF, que chegou em setembro do ano passado.

Segurança Social
Mais de 120 médicos inscreveram-se na Bolsa de Médicos criada em janeiro pela Segurança Social, mas apenas seis foram...

Segundo o Instituto da Segurança Social, no total, atualmente há 356 médicos a trabalhar neste sistema, que faz a confirmação da subsistência de condições de incapacidade para o trabalho para efeitos de concessão ou manutenção de prestações sociais de Segurança Social (doença, invalidez e dependência), bem como a certificação de doença profissional.

Em janeiro, dados revelados pelo Ministério da segurança Social davam conta de que, no ano passado, um em cada cinco trabalhadores com baixa médica podia trabalhar.

Somando as inspeções extraordinárias às inspeções regulares, no total foram feitas mais de 262 mil inspeções em 2016 (mais 19% do que no ano anterior), concluindo-se que 22% destes trabalhadores de baixa foram considerados aptos para o trabalho.

Depois da revelação destes dados, um estudo da Defesa do Consumidor - Deco divulgado em março revelou que um em cada cinco médicos de família recebem todas as semanas pedidos de baixas médicas desnecessárias e 8% confessam que acabam por ceder aos doentes, mesmo sem motivos clínicos.

De acordo com este estudo, quase metade (48%) dos médicos inquiridos assume que todas as semanas prescreve exames desnecessários apenas porque o doente insiste.

“Apesar de os clínicos afirmarem que são regularmente confrontados com estes pedidos, e que por vezes até cedem, a percentagem de doentes que admitem exagerar sintomas para obterem exames, medicamentos ou baixas é mínima”, refere a Deco.

O estudo da Deco, feito entre setembro e outubro de 2016 e que obteve respostas de 1.013 pacientes e 281 médicos de família, evidencia “uma inconsistência de comportamentos”, com "o doente que exagera e o médico que não sabe dizer ‘não’”.

Citado no estudo, o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Rui Nogueira, afirmou: “É muito pouco frequente o doente insistir. O que não quer dizer que não haja doentes simuladores, que tentam e conseguem iludir o médico”.

Universidade dos Açores
Um estudo para conhecer e prevenir os comportamentos aditivos nos Açores deverá estar concluído em julho do próximo ano,...

“A Universidade dos Açores, com uma equipa de cinco investigadores, vai avançar com o estudo sobre a caracterização dos comportamentos aditivos na região”, afirmou Rui Luís aos jornalistas, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, à margem da primeira reunião com o grupo de trabalho da Universidade dos Açores que vai desenvolver o trabalho.

Rui Luís explicou que o trabalho vai permitir conhecer “duas áreas que estão por estudar”, uma são os fatores de risco, ou seja, “o que leva os jovens em cada um dos territórios a ter esses comportamentos e dependências”, outra é a aferição dos fatores protetores que podem “servir de escudo para não entrarem nesta área”, explicou.

O governante adiantou que a equipa vai “realizar 18 focos grupo nas nove ilhas dos Açores, dois por ilha com os principais ‘players’ relacionados com esta temática”, seguindo-se após esta primeira análise “um questionário que vai ser aplicado nas escolas da região a crianças [e jovens] entre os 14 e os 21 anos de idade”.

“O que pretendemos, além dessa caracterização, é que depois daqui saiam propostas concretas de como agir em cada um dos territórios”, esclareceu, realçando que tal não significa “medidas globais iguais para todos, mas consoante a situação em cada uma das ilhas”.

Segundo o secretário regional da Saúde, o estudo contempla o consumo de substâncias ilícitas e lícitas, como o álcool e o tabaco, notando que são “das maiores taxas de prevalência” que existem nos Açores e que “dão origem a muitas doenças crónicas”.

“Sabemos também que a questão do álcool é um caminho para as [substâncias] ilícitas”, referiu ainda, adiantando que o trabalho vai debruçar-se sobre as “dependências da modernidade, que são os jogos, a Internet”, entre outras.

Rui Luís sublinhou que “a ideia é percorrer todas as faixas etárias” e “perceber em cada ilha as razões para cada uma das faixas etárias iniciar ou manter-se nestas dependências”.

O estudo sobre comportamentos aditivos e dependências, cujo relatório preliminar deverá estar pronto em fevereiro, resulta de um projeto de resolução apresentado pelo Bloco de Esquerda em janeiro no parlamento dos Açores, tendo sido aprovado por unanimidade.

A proposta visava a problemática da toxicodependência, mas o âmbito do estudo foi alargado a outros comportamentos aditivos, como o álcool, o tabaco, o jogo e a Internet.

O documento vai incluir a caracterização do perfil dos consumidores, da idade ao género, escolaridade, padrões de consumo e condições socioeconómicas.

O grupo de trabalho é liderado por Célia Carvalho, investigadora da Universidade dos Açores.

Hospital de Guimarães
Uma "investigação inovadora" liderada por uma pneumologista do Hospital de Guimarães concluiu que a Doença de Pompe ...

Em declarações, Maria José Guimarães, que liderou o trabalho científico “Prevalence of late-onset pompe disease in Portuguese patients with diaphragmatic paralysis - DIPPER study”, recentemente publicado num portal de investigação clínica internacional, explicou, "em termos simples", que a Doença de Pompe é uma doença rara caracterizada pela "falta de uma enzima responsável por degradar o glicogénio”, levando as células musculares a acumular gordura e a deixar de funcionar “o que leva à perda de força".

Segundo a clínica, a investigação centrou-se em 18 casos de doentes com paresia do diafragma - "diafragma elevado, que não baixa com a respiração e obriga o doente a forçar para que baixe" - sem explicação aparente, tendo sido diagnosticada a Doença de Pompe em quatro daqueles pacientes.

"Foi uma investigação inovadora, porque pesquisou de forma original a incidência da doença em doentes que tinham o diafragma parado e não se sabia qual é a causa", explicou Maria José Guimarães.

A investigação envolveu um trabalho "multicêntrico, que contou com a participação de outros investigadores de dez hospitais do país" e levou a que se diagnosticasse a Pompe em quatro pacientes.

"A nível nacional há apenas 30 casos diagnosticados, por isso o impacto foi muito grande, daí o reconhecimento científico que o trabalho teve", explicou.

A investigadora explicou que o objetivo era "criar um protocolo específico para que em doentes com paresia de diafragma, sem causa aparente, e em que tudo já foi despistado, fosse procurada a Doença de Pompe".

O objetivo não foi conseguido – “porque houve doentes que fizeram a determinação da enzima” e, por isso, não foi possível quer diagnosticá-los, quer criar um protocolo, mas, para a investigadora, foram atingidas conclusões importantes.

"A conclusão do estudo é que todos os doentes com paresia diafragmática devem fazer despiste para doença de Pompe. Conseguimos que a partir de agora a doença de Pompe seja considerada em todos os doentes com paresia do diafragma desconhecida", salientou.

Esta nova abordagem pode levar ao diagnóstico precoce desta doença rara - a taxa de incidência é de um para 40 mil – uma vez que, embora seja fácil de diagnosticar, só é procurada “muito tempo depois”, num processo que chega a demorar “quase 10 anos”.

Além da paresia do diafragma, a Doença de Pompe tem outras manifestações como “grande dificuldade em sentar e levantar, a marcha alterada em que o pé fica pendente, sintomas que facilmente se atribuem a outras patologias, como problemas de coluna, por exemplo”.

A Doença de Pompe, explicou, "é altamente incapacitante", sendo que 290% dos doentes acabam em cadeira de rodas e 60% a precisar de máquinas para respirar, suporte ventilatório", pelo que o diagnóstico precoce assume particular importância, embora não seja ainda conhecida uma cura.

Mas, refere o Hospital de Guimarães em comunicado, "existe um tratamento dirigido à própria doença que ajuda a controlar e reduzir de forma significativa os sintomas dos doentes: a terapêutica de substituição enzimática" que, conjuntamente com "o manuseamento e tratamento por uma equipa multidisciplinar especializada, poderão levar a uma melhoria dos sintomas".

Médicos Sem Fronteiras
Os Médicos Sem Fronteiras congratularam-se hoje com o relatório do Programa da ONU sobre sida, através de Sharonann Lynch,...

"É uma boa notícia que tantas pessoas estejam recebendo agora tratamento para o VIH [vírus da imunodeficiência humana], mas um milhão de mortes em um ano ainda é demais. Ainda existe uma crise de sida e é muito preocupante que a ajuda internacional para VIH/sida esteja recuando a partir da conclusão equivocada de que a batalha foi vencida", declarou a responsável.

Segundo Sharonann Lynch, muitas dessas mortes são evitáveis e as pessoas com VIH ainda desenvolvem sida e por isso desenvolvem tuberculose e infeções oportunistas como meningite criptocócica.

"Os dados da ONUSIDA mostram que uma em cada três pessoas com VIH só começa o tratamento antirretroviral depois de desenvolver sida. Isso torna mais provável que o resultado do tratamento seja pior. Além disso, pessoas com VIH frequentemente não recebem o tratamento de que precisam para essas infeções oportunistas", observou.

Em seu entender, a resposta global ao VIH deve ampliar o tratamento antirretroviral para mais pessoas rapidamente, admitindo contudo que, com mais pessoas em tratamento, é crítico que recursos suficientes estejam disponíveis para prevenir e responder a doenças relacionadas à doença, cuja assistência continua a ser difícil e oneroso com os meios disponíveis atualmente.

Segundo dados das Nações Unidas hoje divulgados, um milhão de pessoas morreu de problemas ligados ao VIH/sida no ano passado, o que significa quase metade das mortes em relação ao que acontecia em 2005.

O documento da ONUSIDA considera que foi atingido um “ponto de viragem”, com mais de metade dos doentes no mundo em tratamento e com uma contínua diminuição das novas infeções por VIH/sida.

“O número de mortes ligados ao VIH/sida caiu de 1,9 milhões em 2005 para um milhão em 2016”, frisa a coordenação do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o VIH/sida, numa nota sobre o relatório mais recente acerca da infeção.

O relatório é divulgado antes da abertura, no domingo, em Paris, de uma conferência internacional sobre a doença.

A diminuição do número de mortes é atribuída fundamentalmente a uma melhor difusão dos tratamentos com antirretrovirais.

Aliás, o número de seropositivos com acesso a tratamento antirretroviral em todo o mundo superou, em 2016, os 50%, o que ocorre pela primeira vez desde o início da epidemia.

Segundo os dados relativos ao ano passado, 19,5 milhões dos 36,7 milhões de pessoas com VIH/sida estavam em tratamento. Para 2020, a meta definida para as Nações Unidas é ter 30 milhões de pessoas a receber o tratamento adequado para a infeção.

“Atingimos a meta de 2015 de ter 15 milhões de pessoas em tratamento e estamos no caminho para duplicar esse número e atingir a meta de 2020”, refere o diretor executivo da ONUSIDA, Michel Sidibé.

As regiões de África oriental e do sul foram as que exibiram maior progresso a este nível, sendo igualmente as mais afetadas pela epidemia de VIH/sida. Nestas zonas do mundo, as mortes ligadas à sida decaíram 42% e as novas infeções reduziram quase 30%.

Para 2020, o Programa das Nações Unidas para o VIH tem como meta conseguir que 90% das pessoas que vivem com a infeção estejam diagnosticadas.

Em 2016 atingiu-se 70% nesse objetivo, com mais de dois terços dos infetados a serem conhecedores do seu estatuto.

Os outros dois elementos da tríade de 90/90/90 definidos pela ONU são atingir 90% dos diagnosticados em tratamento e 90% dos que estão em tratamento atingirem carga viral indetetável (o que torna muito baixa a possibilidade de transmitir a infeção).

Os dados divulgados no novo relatório mostram que 77% das pessoas que têm diagnóstico estão a aceder a tratamento e que 82% das pessoas em tratamento têm carga viral indetetável.

Procuradoria-Geral Distrital do Porto
O Ministério Público no Departamento de Investigação e Ação Penal de Braga acusou três médicos de burla tributária, por...

Em nota publicada no seu 'site', a Procuradoria-Geral Distrital do Porto (PGD-P) explica que os factos ocorreram entre 2011 e 2013 e reportam-se à instrução, perante a Comissão de Recursos do Centro Distrital de Segurança Social de Braga, de pedidos de reavaliação da situação de beneficiários requerentes de pensão de invalidez a quem a Comissão de Verificação do mesmo Centro Distrital negara a pensão.

De acordo com a acusação, os pedidos de 12 requerentes foram instruídos com declarações e relatórios falsos de médicos de várias especialidades, que um dos arguidos providenciava.

Esses relatórios eram depois sustentados pelos arguidos em sede de Comissão de Recurso, quando representavam os requerentes.

Um dos arguidos está acusado de 11 crimes de burla tributária, dos quais seis na forma tentada, e de um crime de atestado falso.

Os outros dois vão responder por um crime de burla tributária na forma tentada.

SNS
Um grupo de quase 200 médicos de família recém-especialistas diz que os aposentados que aceitaram retomar funções estão a...

“Embora reconhecendo o esforço suplementar levado a cabo pelos médicos de família aposentados que aceitaram retomar funções no SNS (134 a nível nacional), atualmente essa medida extraordinária já não será assim tão necessária, pelo que as vagas por si ocupadas deveriam ir a concurso”, refere um grupo de 176 médicos de família formados este ano.

Num documento assinado por um grupo que obteve especialização em medicina familiar na 1.ª época de 2017, os médicos referem que o regresso a funções dos aposentados é “uma medida para, disfarçadamente, reduzir o número de utentes sem médico de família, que, pelo seu carácter provisório, não pode ser encarada como sinónimo de continuidade de cuidados em saúde”.

O Ministério da Saúde anunciou, no ano passado, que pretendia contratar para o Serviço Nacional de Saúde cerca de 700 médicos reformados até 2018, oferecendo a hipótese de juntar 75% do vencimento à reforma.

A medida tem como objetivo conseguir dar resposta aos cerca de um milhão de portugueses que ainda estão sem médico de família.

A ideia era conseguir o retorno a funções de 200 médicos durante o ano 2016 (que se juntariam a cerca de 220 já nessa condição), outros 200 em 2017 e mais 100 em 2018.

"Eventualmente, já serão zero em 2019, pois os valores vão reduzindo em virtude da formação de novos médicos", referiu o ministério na altura.

O ministro da Saúde anunciou, na terça-feira, que nos últimos quatro meses pediram para reentrar no SNS 145 médicos, indicando que, no final do ano passado, já se contabilizavam mais de 300 clínicos nessa situação.

A posição tomada pelos médicos de família recém-formados foi enviada ao Presidente da República, ao ministro da Saúde, à Ordem dos Médicos, ao Conselho de Internato Médicos, entre outras entidades.

O grupo de recém-formados pede ainda que o procedimento concursal seja clarificado e estabelecidas datas concretas.

“Não pretendemos um concurso célere, mas antes que este seja transparente e que acautele os interesses de todos: médicos, utentes e unidades de saúde, para que seja possível a organização da atividade assistencial, assim como da vida profissional e pessoal dos envolvidos”, concluem.

Conselho de Ministros
O Centro Hospitalar do Algarve vai transformar-se em Centro Hospitalar e Universitário, uma forma de ajudar a fixar...

Foi hoje aprovado em Conselho de Ministros um decreto-lei que cria esta alteração de denominação do Centro Hospitalar do Algarve, “de modo a intensificar a integração das atividades de ensino superior, investigação e transmissão do conhecimento científico na prestação de cuidados de saúde”.

Na conferência de imprensa no final do Conselho de Ministro, o ministro da Saúde disse aos jornalistas que esta alteração pretende consolidar a valorização da região algarvia e atrair e fixar jovens médicos.

Este diploma hoje aprovado transfere também para este hospital as competências relativos ao Centro de Medicina Física e de Reabilitação do Sul.

Sociedade Portuguesa de Transplantação
Portugal tem uma lista de espera para transplante renal de duas mil pessoas, tendo a presidente da Sociedade Portuguesa de...

Em declarações, à margem das comemorações do primeiro transplante de rim em Portugal, realizado a 20 de julho de 1969, Susana Sampaio chamou a atenção para o problema em torno do órgão mais transplantado a nível mundial.

"Em Portugal, e no mundo, o transplante que mais se realiza é o renal e, por isso, temos mais gente em lista de espera, sendo que em Portugal existem cerca de duas mil pessoas à espera”, revelou a presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT).

O tempo de espera, acrescentou, “depende do grupo sanguíneo, mas pode chegar aos cinco anos e meio desde o início da diálise".

Segundo Susana Sampaio, "talvez por questões epidemiológicas, tensões menos controladas e menos idas ao médico" são os homens quem mais figura na lista nacional de espera pelo transplante renal.

Numa sessão solene consagrada ao tema "Transplantes e Gravidez", a especialista chamou a atenção para a necessidade do aumento em vida do número de doações do rim", pois "os números nacionais e mundiais em termos de doação de cadáver não conseguem suprir as necessidades", alertou.

Sobre o tema que reuniu na Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) especialistas nacionais, Susana Sampaio considerou que o mais importante é “chamar a atenção que a gravidez, principalmente para a mulher transplantada, tem de ser planeada".

"Há cuidados especiais a ter neste grupo de mulheres, devido à medicação imunossupressora que, diminuindo o risco de rejeição do órgão, não é boa porque pode conduzir a malformações fetais", disse.

Planear, trocar a imunossupressão e vigiar a estabilidade da situação em termos de função do órgão são, para a presidente da SPT, os passos necessários antes de planear a gravidez.

Revelando ser raro haver mulheres que engravidam estando, por exemplo, em processo de hemodiálise, "pois as alterações hormonais levam a que fertilidade fique diminuída", a responsável frisou que "o sucesso é possível, ainda que seja relativo".

"O sucesso depende do grau de acompanhamento e do incremento das sessões de diálise para que os tóxicos que a mulher que sofre de doença renal tem no sangue diminuam e não afetem o feto", explicou, adiantando que essas gravidezes resultam normalmente em "crianças de baixo peso e, muitas vezes, em partos prematuros".

Com fármacos imunossupressores contraindicados em caso de gravidez, a especialista deu conta de "alternativas com menos toxicidade", num processo em que é "imperioso controlar a tensão arterial e ser bem medicada".

De acordo com a especialista, "a fertilidade é mais reduzida nas mulheres que sofrem de insuficiência renal crónica - entre 0,3 a 1,5 gravidezes/ano, por cada cem mulheres em idade fértil e submetidas a hemodiálise".

"E ainda que continue a ser inferior ao verificado na população geral (10 gravidezes por cem mulheres/ano), este é um valor que sobe após o transplante (passa para 3,3 por cem mulheres/ano)", disse.

Dia do Transplante
"A história da transplantação renal em Portugal iniciou-se nos anos 60 do século vinte com o pr

Portugal é a nível mundial, um dos países com maior incidência e prevalência de insuficiência renal crónica em estádio terminal (IRCT).

A transplantação é uma das modalidades terapêuticas de substituição da função renal, disponível para indivíduos que sofrem de doença renal crónica em estádio terminal.

Comparativamente a hemodiálise e à diálise peritoneal, as outras duas modalidades disponíveis para tratamento da IRCT, a transplantação oferece os melhores resultados em termos de sobrevivência e de qualidade de vida.

O transplante envolve a colheita de um órgão (enxerto) de um dador, vivo ou cadáver, e uma cirurgia para implantação do enxerto no receptor.

Os resultados do transplante dependem de diversos factores. Entre os mais relevantes estão a compatibilidade entre o dador e o receptor a correcta utilização dos imunossupressores.

Os imunossupressores são fármacos que diminuem a reactividade do receptor ao enxerto e assim a sua rejeição. No entanto, estes medicamentos não são isentos de efeitos adversos.

O aumento do risco de infecção, o desenvolvimento de factores de risco cardiovasculares (como a diabetes e a hipertensão) e o aumento do risco de neoplasias são algumas das complicações a que os doentes transplantados estão sujeitos e que contribuem para a sua morbilidade e mortalidade.

A história da transplantação renal em Portugal iniciou-se nos anos 60 do século vinte com o primeiro transplante a realizar-se com um dador vivo em Coimbra.
Nos anos 80, as colheitas alargaram-se também a dadores cadáver. Desde então, esta é uma história de sucesso, tendo-se realizado mais de 12000 transplantes, havendo atualmente cerca de 7000 doentes em seguimento, com enxertosrenaisfuncionantes.

Em 2016, foram realizados 513 transplantes nas oito unidades existentes no nosso país. Deste, 421 foram realizados com dador cadáver, 65 com dador vivo e 28 foram transplantes multi-órgão.

Ainda assim, a lista de espera para transplantação renal cresce todos os anos, devido a escassez de órgãos transplantáveis e às ainda às baixas taxas de doação em vida.

No dia 20 de julho de 2017 assinala-se pela nona vez em Portugal o dia do Transplante, este ano dedicado ao tema: “Transplante e Gravidez”.

Este ano o dia será assinalado no Porto, numa iniciativa que reunirá uma vez mais doentes, dadores, familiares, amigos e profissionais de saúde.

Com este evento pretende-se uma partilha de conhecimentos e experiências, mas também uma divulgação e sensibilização da população em geral para as temáticas da transplantação.

Estas iniciativas são importantes para ajudar a eliminar receios e promover uma cultura de dádiva, ainda pouco presente na nossa população e na formação dos nossos profissionais de saúde, que poderá ajudar a aumentar os números e a qualidade do programa nacional de transplantação

A sociedade Portuguesa da Transplantação tem em curso uma petição para a institucionalização do dia Nacional da Transplantação, que poderá ser assinada na sua página oficial na internet.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Associação de Jovens Diabéticos de Portugal
A Quinta da Fonte Quente, em Cantanhede, irá receber, entre 22 e 28 de Julho, a colónia de férias de Verão para jovens com...

Neste Verão, os jovens com diabetes terão uma semana recheada de atividade física proporcionada pela Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP). Entre desportos radicais, caminhadas, jogos de equipa e sessões de esclarecimento, cerca de 25 jovens aprenderão que a diabetes não é uma limitação para uma vida saudável e divertida. Tudo isto com uma forte componente de espírito de equipa e desenvolvimento de capacidades sociais, já característico desta colónia de férias.

Paula Klose, presidente da AJDP, refere que “esta colónia visa ajudar os jovens a conviver da melhor forma com a diabetes e mostrar que a doença não impossibilita nem condiciona a vida, se for bem controlada. A AJDP orgulha-se de poder ajudar os jovens a ultrapassar os seus obstáculos, promovendo o espírito de equipa e a reflexão de estilos de vida saudáveis ”.

Durante a semana, os jovens serão acompanhados por monitores experientes, muitos deles participantes das primeiras edições da colónia, assim como por uma equipa médica, constituída por pessoas com diabetes tipo 1.

Para qualquer informação adicional sobre a colónia de férias ou sobre a AJDP, entre em contacto através do e-mail [email protected]

ONU
Um milhão de pessoas morreu de problemas ligados ao VIH/sida no ano passado, o que significa quase metade das mortes em relação...

O documento da ONUSIDA considera que foi atingido um “ponto de viragem”, com mais de metade dos doentes no mundo em tratamento e com uma contínua diminuição das novas infeções por VIH/sida.

“O número de mortes ligados ao VIH/sida caiu de 1,9 milhões em 2005 para um milhão em 2016”, frisa a coordenação do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o VIH/sida, numa nota sobre o relatório mais recente acerca da infeção.

O relatório é divulgado antes da abertura, no domingo, em Paris, de uma conferência internacional sobre a doença.

A diminuição do número de mortes é atribuída fundamentalmente a uma melhor difusão dos tratamentos com antirretrovirais.

Aliás, o número de seropositivos com acesso a tratamento antirretroviral em todo o mundo superou, em 2016, os 50%, o que ocorre pela primeira vez desde o início da epidemia.

Segundo os dados relativos ao ano passado, 19,5 milhões dos 36,7 milhões de pessoas com VIH/sida estavam em tratamento. Para 2020, a meta definida para as Nações Unidas é ter 30 milhões de pessoas a receber o tratamento adequado para a infeção.

“Atingimos a meta de 2015 de ter 15 milhões de pessoas em tratamento e estamos no caminho para duplicar esse número e atingir a meta de 2020”, refere o diretor executivo da ONUSIDA, Michel Sidibé.

As regiões de África oriental e do sul foram as que exibiram maior progresso a este nível, sendo igualmente as mais afetadas pela epidemia de VIH/sida. Nestas zonas do mundo, as mortes ligadas à sida decaíram 42% e as novas infeções reduziram quase 30%.

Para 2020, o Programa das Nações Unidas para o VIH tem como meta conseguir que 90% das pessoas que vivem com a infeção estejam diagnosticadas.

Em 2016 atingiu-se 70% nesse objetivo, com mais de dois terços dos infetados a serem conhecedores do seu estatuto.

Os outros dois elementos da tríade de 90/90/90 definidos pela ONU são atingir 90% dos diagnosticados em tratamento e 90% dos que estão em tratamento atingirem carga viral indetetável (o que torna muito baixa a possibilidade de transmitir a infeção).

Os dados divulgados no novo relatório mostram que 77% das pessoas que têm diagnóstico estão a aceder a tratamento e que 82% das pessoas em tratamento têm carga viral indetetável.

Testado no Brasil
Uma nova terapia não invasiva e indolor dá esperança a quem não consegue perder peso. O tratamento consiste em aplicar...

Este tratamento, que já foi testado em dez países, consiste em realizar pequenas descargas elétricas de baixa intensidade na região do cérebro responsável pelo controlo da fome, de forma a alterar hábitos alimentares com a perda da sensação de fome e vontade de comer, e consequentemente diminuir a obesidade.

A investigação conta com a participação de 36 mulheres, com idades entre os 20 e os 40 anos, que apresentam índices de massa corporal (IMC) com valores entre os 30 e os 35 kg/m2, sendo que a partir dos 30 de IMC já é considerada obesidade. Cada uma das voluntárias vai realizar dez sessões com descargas elétricas e, segundo o Diário de Notícias, após o tratamento são aconselhadas a seguir um plano de dieta programado pela Universidade de São Paulo (USP). "Após duas semanas de estimulação cerebral associada à dieta hipocalórica (dieta que consiste em controlar as quantidades de calorias ingeridas), elas voltam para casa, seguem a dieta e nós acompanhamo-las por seis meses, para saber a perda de peso e as escolhas alimentares que elas fazem", explica a investigadora Priscila Giacomo Fassini, num comunicado.

Este tratamento tem como objetivo combater a obesidade e evitar a recuperação do peso após o fim do plano alimentar. A investigadora afirma que "esta é uma proposta clínica inovadora que utiliza uma intervenção biomédica para transformar o paradigma sobre a perda de peso e a manutenção da perda de peso, oferecendo uma nova forma de tratar a obesidade".

Reduzir 1% por semana
Este projeto está a ser desenvolvido em parceria com a Universidade Tufts e a Escola de Medicina de Harvard, ambas nos Estados Unidos da América, com os voluntários norte-americanos a apresentar uma redução de 1% do peso por cada semana. Mas, apesar de nesta fase experimental o tratamento se revelar eficaz, os investigadores alertam que este método deve ser aplicado a quem já tentou por outras vias perder peso e não conseguiu obter os resultados pretendido, não deve ser usado como primeira opção sem antes tentar mudar os hábitos alimentares de forma espontânea.

Viviane Fornari, voluntária da pesquisa, refere que este método é totalmente indolor e espera perder 15 quilos com a mudança de hábitos alimentares, afirma ao jornal Globo.

Regulamento eleitoral
Regulamento eleitoral foi publicado ontem e entra em vigor hoje. Prazos atiram eleições para meados de Setembro.

Depois de um compasso de espera para evitar que a eleição dos quatro representantes dos beneficiários da ADSE (o sistema de saúde dos funcionários e aposentados do Estado) coincidisse com o mês de Agosto, o regulamento eleitoral foi publicado nesta quarta-feira, em Diário da República. Os prazos previstos no diploma, que devem ser lidos em conjunto com os do decreto-lei que cria o instituto da ADSE, atiram as eleições para meados de Setembro.

Desde o início do ano a ADSE passou a ser um instituto público e foi criado um Conselho Geral e de Supervisão, onde têm lugar representantes dos sindicatos e dos beneficiários, ao qual compete dar parecer sobre as principais decisões que se prendem com o sistema, nomeadamente a sua abertura a novos beneficiários.

De acordo com o regulamento agora publicado, escreve o jornal Público, a data de eleição dos representantes dos beneficiários é marcada “com uma antecedência mínima de 50 dias”. Este prazo tem de ser lido em articulação com o diploma que cria o instituto da ADSE e que dá 10 dias à direção para desencadear o processo.

Isto significa que a eleição será remetida para meados de Setembro. Um cronograma enviado aos sindicatos no início de Julho propunha o dia 12 de Setembro para a realização do ato eleitoral, uma data compatível com os prazos do diploma.

Caso este cronograma se confirme, a apresentação das candidaturas decorrerá entre 27 de Julho e 9 de Agosto. As listas são constituídas por quatro membros efetivos e quatro suplentes (que têm de ser beneficiários da ADSE) e devem ser subscritas por um mínimo de 100 beneficiários titulares.

Os resultados das eleições serão conhecidos no final do mês e só depois será possível discutir e aprovar o novo regulamento e abrir a ADSE a novos beneficiários.

Até lá, porém, os membros do Conselho Geral e de Supervisão já designados (e que não dependem das eleições) já estão a analisar alguns documentos. É o caso do projeto de decreto-lei que regula os benefícios da ADSE e que concretiza o alargamento da ADSE a trabalhadores e familiares que agora não podem aceder ao sistema e cria uma nova tipologia de beneficiários.

Nos caso dos beneficiários titulares, que agora se cingem aos funcionários públicos no ativo e aos aposentados, há alterações e passam a integrar os trabalhadores das empresas públicas, dos reguladores, das fundações e das associações públicas, incluindo os contratos individuais de trabalho e os contratos a prazo, desde que a relação laboral perdure há mais de um ano sem interrupções e mediante um desconto de 3,5% do salário.

Nestes casos, contudo, a inscrição dos trabalhadores não será automática e está “condicionada à prévia celebração de acordo da respetiva entidade empregadora com a ADSE”, onde ficarão definidos os procedimentos da inscrição, comunicação de dados, processamento do desconto, assim como “todas as condições de atribuição dos benefícios”.

Para acomodar o alargamento da ADSE a mais familiares (indo ao encontro das recomendações do Tribunal de Contas) cria-se uma nova tipologia de beneficiários - os associados - a quem será exigido um desconto para poderem usufruir do sistema de saúde.

É nesta categoria que serão integrados os cônjuges ou unidos de facto que trabalham no sector privado, desde não tenham mais de 65 anos na data do pedido de inscrição, e os filhos até 35 desde que coabitem com os titulares. Tanto uns como outros estão atualmente fora do sistema.

Os ascendentes que coabitem com os beneficiários titulares e que não tenham rendimentos próprios iguais ou superiores a 50% do salário mínimo (ou 80%, caso se trate de um casal) também passam a integrar esta categoria, quando atualmente fazem parte dos beneficiários familiares.

Tanto ascendentes como filhos entre 26 e 35 anos passarão a descontar 3,5% sobre o valor do salário mínimo (557 euros). Já o desconto dos cônjuges está em aberto. No projeto de diploma, colocam-se em cima da mesa várias taxas, que se agravam à medida que a idade avança e que, no máximo, corresponderão a 2,7%.

Na proposta fica também em aberto a possibilidade de se criar um período de carência de 90 dias para aceder ao sistema.

Atualmente, a ADSE cobre à volta de um milhão e 200 mil beneficiários entre titulares - trabalhadores e aposentados que descontam todos os meses uma parte do salário para o sistema - e familiares, que não fazem qualquer desconto.

Implantado com sucesso
Os corações artificiais, que vão nos próximos anos substituir progressivamente a transplantação, foram este ano implantados com...

O primeiro implante de um coração artificial bem sucedido ocorreu em março num doente de 64 anos, numa intervenção feita no Hospital de Santa Marta pela equipa do cirurgião José Fragata, pioneiro em várias intervenções na área cardiotorácica em Portugal.

O doente sofria de insuficiência cardíaca e não podia receber um coração transplantado devido aos danos que lhe provocaria, nos rins, a medicação.

A solução passaria por um coração transplantado, mas o facto de o doente sofrer de doença renal e por causa dos efeitos nos rins dos fármacos para a imunodepressão, essa hipótese foi posta de lado.

Assim, em março, este doente português juntou-se, aos 1.200 que em todo o mundo, na altura, tinham já recebido um coração artificial daquela geração, podendo chegar a viver 11 a 12 anos.

Trata-se de “uma bomba muito diferenciada, que funciona por levitação magnética, aspira o sangue da ponta esquerda do coração e injeta na aorta e que está ligada por uma 'drive line' que sai pela parede abdominal do doente e que se liga a um conjunto de baterias”, explicou, na altura, o cirurgião José Fragata.

No fundo, comparando, “é como um telemóvel que tem carga de 17 horas e que à noite é preciso ligar a um carregador”.

Das 20 a 30 pessoas que aguardam por um transplante de coração em Portugal, este coração artificial deverá ser uma resposta para “quatro, cinco ou seis”, estima José Fragata.

Perto de 50 portugueses recebem todos os anos, em média, um novo coração, sendo que o número de transplantes cardíacos é “muito inferior às necessidades”, segundo a Sociedade Portuguesa de Cardiologia.

Os cardiologistas estimam que nas próximas décadas a transplantação seja progressivamente substituída pelo coração artificial e outras formas de assistência ventricular mecânica.

O número de dadores de coração tem vindo a diminuir e a qualidade dos dadores também constitui uma ameaça à transplantação cardiovascular.

Os dadores “nunca serão suficientes para as necessidades”, daí que o caminho futuro seja a progressiva substituição da transplantação pelos corações artificiais e outras formas mecânicas.

Páginas