PNV
O ministro da Saúde negou hoje no parlamento qualquer intenção de dar às farmácias a possibilidade de administrar as vacinas do...

Adalberto Campos Fernandes disse que "nunca passaria pela cabeça" do Governo que as vacinas do PNV passassem a ser administradas pelas farmácias, lembrando que se trata de uma vacinação com elevada especificidade técnica.

"Não faz nenhum sentido. Não temos nenhuma intenção de fazer nada disso", afirmou o ministro, respondendo a questões do Bloco de Esquerda durante o debate no plenário da Assembleia da República sobre política de saúde.

O deputado do Bloco de Esquerdas Moisés Ferreira disse hoje no debate parlamentar que transferir a administração de vacinas do PNV para privados, como as farmácias, seria injustificável e fragilizaria o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Hoje, a Direção-geral da Saúde disse que o Governo está a desenvolver um novo modelo para “maximizar a eficiência” do PNV e a estudar novas formas de aquisição e distribuição de vacinas.

A nota da DGS surgiu depois de uma notícia do Jornal de Notícias, segundo a qual o Governo está a estudar a possibilidade de as farmácias poderem administrar vacinas do PNV.

“O Ministério da Saúde está a desenvolver um novo modelo de governação para maximizar a eficiência do Programa e que implica a aquisição centralizada de vacinas”, refere a DGS em comunicado.

Segundo a DGS, estão ainda a ser estudadas “novas formas de distribuição” e “ainda um sistema complexo de informação baseado num registo central de vacinas que permite conhecer em cada momento, a nível nacional, a história vacinal da pessoa, gerir ‘stocks’ e monitorizar e avaliar o processo e o impacto do Programa”

Sem se referir especificamente a esta eventual medida, a DGS afirma que o PNV “é um dos mais efetivos instrumentos de saúde pública, que se pauta por elevados padrões de rigor e de qualidade, cujo sucesso se deve, entre outros fatores, ao facto de estar fortemente ancorado no SNS”.

Salienta ainda que as características do Programa Nacional de Vacinação “têm permitido ganhos substanciais em saúde graças à sua aplicação por profissionais, enfermeiros e médicos, principalmente do setor público, e à adesão dos cidadãos que confiam na vacinação”.

“A aplicação do PNV e o seu grande peso na idade pediátrica muito precoce requerem uma enorme complexidade técnico-científica apoiada em sistemas logísticos e de informação que permitem administrar com segurança vacinas em tempo útil”, sublinha.

A Direção-Geral da Saúde lembra que as vacinas do Plano Nacional de Vacinação são administradas, sobretudo, no SNS e, em algumas situações, por instituições de saúde do setor privado e social com as quais são celebrados protocolos específicos.

Estudo
A taxa de obesidade em menores de 20 anos quase triplicou em Portugal entre 1980 e 2015, passando de 3% para 8%, mostra um...

Em relação à população adulta, as estatísticas analisadas indicam que a obesidade afeta mais adultos do sexo feminino do que do sexo masculino (22% e 17%, respetivamente), disse à Lusa o especialista do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica.

O estudo, centrado na análise e na interpretação dos níveis de obesidade e excesso de peso ao longo dos últimos 25 anos, bem como na identificação dos principais problemas de saúde associados a um Índice de Massa Corporal (IMC) elevado, resulta de um projeto internacional que envolve 195 países.

De acordo com o investigador, em Portugal as mulheres entre os 20 e os 24 anos registam a taxa mais baixa de obesidade (1.9%) de todas as faixas etárias, enquanto a mais elevada verifica-se entre os 65 e 69 anos (20% nos homens e 37% nas mulheres).

Outra das conclusões deste estudo demonstra que, a nível mundial, em 2015 cerca de 107,7 milhões de crianças e 603,7 milhões de adultos sofriam de obesidade, registando-se um número mais elevado de obesidade nas mulheres, em todas as faixas etárias, indicou.

Quanto ao pico de obesidade, também na globalidade, este foi observado entre os 60 e 64 anos (nas mulheres) e entre os 50 e 54 anos (nos homens).

O estudo revelou ainda que, em 2015, aproximadamente quatro milhões de pessoas morreram devido a doenças relacionadas com excesso de peso. No entanto, apenas 60% eram tecnicamente obesas, ou seja, tinham o IMC igual ou superior a 30.

Segundo o especialista, estes resultados mostram que devem ser tomadas medidas para fazer face à obesidade e ao excesso de peso, cuja prevalência é elevada em Portugal, assumindo-se como um fator de risco para os problemas cardiovasculares, diabetes ou múltiplos tipos de cancro.

João Fernandes participa neste projeto internacional, coordenado pelo Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), da Universidade de Washington, financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates e conta atualmente com cerca de 2.300 colaboradores, desde 2014.

Em Portugal, os dados para elaboração do estudo foram recolhidos a partir do Instituto Nacional de Estatística (INE), da Direção-Geral de Saúde, dos hospitais de São João e Santa Maria, de artigos científicos, de estudos elaborados pelo Governo, da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da UNICEF.

Os dados são enviados para os EUA, onde é realizada uma análise estatística desses números, cujos resultados, revistos por especialistas de diversas áreas associados ao projeto, dão origem a artigos que têm como objetivo auxiliar as instituições a direcionar algumas políticas, esclareceu ainda o investigador.

Este estudo sobre a obesidade e o excesso de peso foi publicado recentemente na revista científica 'The New England Journal of Medicine'.

Vacinas
Governo está a desenvolver um novo modelo para “maximizar a eficiência” do Programa Nacional de Vacinação e a estudar novas...

“O Ministério da Saúde está a desenvolver um novo modelo de governação para maximizar a eficiência do Programa e que implica a aquisição centralizada de vacinas”, refere a DGS em comunicado.

Segundo a DGS, estão ainda a ser estudadas “novas formas de distribuição” e “ainda um sistema complexo de informação baseado num registo central de vacinas que permite conhecer em cada momento, a nível nacional, a história vacinal da pessoa, gerir ‘stocks’ e monitorizar e avaliar o processo e o impacto do Programa”.

O comunicado da Direção-Geral da Saúde surge na sequência de uma notícia divulgada hoje pelo Jornal de Notícias, segundo a qual o Governo está a estudar a possibilidade de as farmácias poderem administrar vacinas do Plano Nacional de Vacinação (PNV).

Sem se referir especificamente a esta possível medida, a DGS afirma que o PNV “é um dos mais efetivos instrumentos de saúde pública, que se pauta por elevados padrões de rigor e de qualidade, cujo sucesso se deve, entre outros fatores, ao facto de estar fortemente ancorado no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

Salienta ainda que as características do Programa Nacional de Vacinação “têm permitido ganhos substanciais em saúde graças à sua aplicação por profissionais, enfermeiros e médicos, principalmente do setor público, e à adesão dos cidadãos que confiam na vacinação”.

“A aplicação do PNV e o seu grande peso na idade pediátrica muito precoce requerem uma enorme complexidade técnico-científica apoiada em sistemas logísticos e de informação que permitem administrar com segurança vacinas em tempo útil”, sublinha.

A Direção-Geral da Saúde lembra que as vacinas do Plano Nacional de Vacinação são administradas, sobretudo, no SNS e, em algumas situações, por instituições de saúde do setor privado e social com as quais são celebrados protocolos específicos.

“O sucesso do PNV está associado a uma forte e competente rede pública que importa manter e reforçar e, é nesse sentido, que o novo modelo de governação irá ser implementado”, defende ainda.

Cuidados a ter com a pessoa idosa
No âmbito do Dia Mundial da Consciencialização da Violência contra a Pessoa Idosa, que se assinala a

O envelhecimento é um processo complexo, irreversível, progressivo e natural, que se caracteriza por alterações diversas que se verificam, sobretudo, no estado nutricional, estado físico e cognitivo entre outras. Deste modo, complicações como desnutrição, quedas e feridas são frequentes e podem ser adotadas estratégias para as prevenir.

Estado Nutricional

A alimentação e a nutrição têm um enorme impacto na saúde e bem-estar, sendo condicionantes da qualidade de vida da pessoa idosa.

A insuficiente ingestão de alimentos pode ter origem em diferentes fatores, tais como:

Problemas de mastigação: alterações nas gengivas e dentes e utilização de próteses dentárias não ajustadas

Problemas de deglutição: produção insuficiente de saliva e consequente secura da boca, candidíase oral

Perda ou diminuição de capacidades sensoriais: alterações fisiológicas ou iatrogénicas no paladar, na visão ou no olfato

Doenças associadas: infeções crónicas e recorrentes, doenças oncológicas, hipertiroidismo, hiperparatiroidismo, doença celíaca, depressão, demência entre outras

Desidratação: diminuição da perceção da sede e consequente ingestão hídrica insuficiente ou por aumento das perdas de líquidos

Alterações gastrointestinais: obstipação (devido à diminuição da motilidade intestinal, inadequada ingestão de líquidos e fibras), diarreia e flatulência

Tabaco e ingestão de bebidas alcoólicas: diminuição do apetite

Medicamentos: polimedicação, interferência com vários mecanismos relacionados com a absorção, metabolismo e excreção de diversos nutrientes

Neste âmbito, podem ser utilizadas algumas estratégias-chave que possibilitem uma adequada ingestão alimentar e nutricional, tais como:

Adaptar a consistência dos alimentos quando existirem dificuldades de mastigação e deglutição; as refeições devem ser frequentes, pouco volumosas e facilmente digeríveis; preparar as refeições com diferentes cores, sabores, formas de apresentação, aromas e texturas; realizar as refeições acompanhado, sempre que possível, num ambiente calmo e agradável, longe de odores intensos e sem pressas; evitar o consumo de alimentos enlatados e pré́-confecionados; utilizar ervas aromáticas, condimentos e sumo de limão para temperar os alimentos (evitando o excesso de sal), de forma a potenciar o sabor, minimizado assim as consequências da diminuição do paladar; beber água regularmente, mesmo que não sinta sede; motivar a realização de caminhadas, sobretudo antes das refeições, para ajudar a estimular o apetite e estar atento às  possíveis alterações do mesmo; medir e registar o peso semanalmente.

Quedas

As quedas são a principal causa de acidente na pessoa idosa, ocorrendo maioritariamente em casa e são responsáveis por 70% das mortes acidentais.

O aumento da ocorrência de quedas no idoso pode dever-se a vários fatores, intrínsecos e extrínsecos, tais como:

Alterações a nível muscular: redução da força muscular e diminuição da flexibilidade com perda de amplitude dos movimentos

Alterações a nível articular: presença de artroses e diminuição da amplitude de movimento das articulações afetadas.

Alterações sensoriais: défice visual e auditivo

Alterações urinárias: necessidade de urinar várias vezes durante a noite

Alterações cardiovasculares: hipotensão ortostática, bradiarritmia e taquiarritmia

Alterações cognitivas: défice cognitivo

Iatrogenia: Sedativos, hipnóticos e antidepressivos

Características do meio ambiente

Calçado inapropriado

Neste sentido, podem ser adotadas algumas medidas para reduzir o risco de queda no idoso, tais como:

Verificar se a luz em casa é suficiente e adequada; identificar a necessidade de auxiliares de marcha, como bengalas, andarilhos, canadianas, ou da realização de alterações em casa, como correção de sanitários, cama ou banheira, a necessidade de luzes noturnas no quarto e/ou casa de banho; os sapatos não devem ter salto, devem ter o tamanho adequado e sola antiderrapante, devendo evitar-se os chinelos; a roupa deve ser confortável e de tamanho adequado de forma a permitir a adequada execução dos movimentos; a polimedicação (utilização de 4 ou mais medicamentos), ou medicamentos que causem sedação, alteração do equilíbrio, hipoglicemia ou hipotensão poderão favorecer as quedas, pelo que é importante estar informado acerca destes possíveis efeitos; uma mesa-de-cabeceira com dispositivos urinários (urinol, arrastadeira) é uma estratégia que pode evitar as idas noturnas frequentes à casa de banho; promover programas que envolvam exercício físico, centrados na força muscular, equilíbrio e marcha; realizar avaliação visual periódica.

Feridas

A pele é considerada um dos órgãos que mais sofre transformações à medida que a idade avança, pelo que é necessária uma atenção especial.

São vários os fatores que levam a um aumento da fragilidade cutânea:

Diminuição da espessura epiderme-derme;

Redução da elasticidade e da secreção de sebo pelas glândulas sebáceas;

Resposta imunológica comprometida;

Decréscimo do número de glândulas sudoríparas;

Diminuição do leito vascular com fragilidade dos vasos sanguíneos.


Fragilidade cutânea aumenta com a idade 

Uma úlcera de pressão é uma lesão localizada da pele e/ou tecido subjacente, normalmente sobre uma proeminência óssea, em resultado da pressão ou de uma combinação entre esta e forças de torção. Os locais mais frequentemente afetados são calcanhares, sacro, cotovelos, omoplatas e trocânter.

Os fatores que levam o idoso a sofrer de úlcera por pressão podem ser vários, intrínsecos e extrínsecos, tais como:

- Idade

- Imobilidade

- Desnutrição / Desidratação

- Alterações Respiratórias

- Alterações Neurológicas

- Alterações Psicológicas

- Patologias: Insuficiência Cardíaca; Anemia; Diabetes; Incontinência

- Humidade

- Superfície de apoio

- Contenções físicas

- Dispositivos

Neste âmbito, podem ser adotadas algumas medidas para reduzir o risco de feridas no idos, tais como:

Realizar mudanças de posição (na cama ou na cadeira) em intervalos frequentes que permitam redistribuir o peso e a pressão; utilizar emolientes para hidratar a pele seca; utilizar superfícies de apoio adequadas, como almofadas, colchões, entre outras; lavar, enxaguar e secar a pele sem friccionar, atendendo às pregas cutâneas e espaços entre os dedos; observar a pele diariamente prestando especial atenção às proeminências ósseas, zonas expostas à humidade, lesões cutâneas, temperatura e coloração; manter a roupa da cama seca e esticada; controlar a incontinência fecal e urinária; assegurar uma adequada ingestão alimentar e nutricional para prevenir a malnutrição, magreza ou obesidade, com atenção especial para os défices proteicos.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Estudo realizado por uma equipa liderada por neurocientistas do Centro Champalimaud destaca a importância da oxitocina no...

A oxitocina, conhecida como a "hormona no amor", leva as mães a colocar a vida em risco para protegerem os filhos, conclui um estudo da Fundação Champalimaud divulgado esta terça-feira.

A investigação, realizada por uma equipa liderada por neurocientistas do Centro Champalimaud, pretendeu perceber o que se passa no cérebro dos pais para estarem sempre dispostos a sacrificar a vida para proteger os filhos.

O objectivo foi "tentar perceber o mecanismo" deste "fenómeno que se observa na natureza em várias espécies", uma vez que a reacção imediata a uma ameaça costuma ser fugir ou ficar quieto para tentar passar despercebido, disse à agência Lusa a investigadora Marta Moita.

A alteração de comportamento para proteger as crias sugere que "os pais têm que ter um mecanismo qualquer que suprime a sua autodefesa", adiantou a coordenadora do estudo, publicado na revista 'Elife'.

"O que os estudos mostram é que se se puser oxitocina na amígdala (região do cérebro relacionada com as emoções) os animais não se imobilizam perante uma ameaça", o que não se sabia era quais os mecanismos no cérebro que permitiam essa mudança de comportamento e quando entram em acção, disse a neurocientista.

A investigação realizada com ratos fêmeas que tiveram crias recentemente veio dar uma nova pista ao estudar o comportamento de defesa da mãe, tanto na presença como na ausência dos filhos, e testar se o mecanismo de acção da oxitocina na amígdala é necessário para a regulação desse comportamento.

As experiências consistiram em condicionar as mães, sem as crias, e associar um cheiro a mentol a um choque eléctrico. Após esta aprendizagem, os animais percebiam o cheiro como uma ameaça e ficavam quietos.

Com o estudo ficou demonstrado que "as mães quando estão em presença das crias suprimem o 'freezing' [resposta de ficar quieto] e, que em vez disso, têm outros comportamentos como tentar tapar a fonte do odor que utilizámos, que era a ameaça, tentavam esconder os filhos por baixo do material do ninho, exploravam a caixa provavelmente para localizar a ameaça ou amamentavam e mantinham as crias próximas de si", contou.

Contudo, quando os cientistas bloquearam a actividade da oxitocina na amígdala das mães, estas, independentemente da idade das crias, passaram a ficar quietas perante o perigo, esquecendo-se do seu "dever" de protecção maternal.

Segundo a investigadora, o estudo fornece um quadro experimental "para estudar quais são os sinais que as crias transmitem à mãe e que levam, em caso de perigo, à libertação de oxitocina" na amígdala da mãe, desencadeando a estratégia de defesa da descendência.

"Sabemos que a comunicação química é muito importante, mas ainda não sabemos quais são os estímulos sensoriais que activam a oxitocina", acrescentou.

Questionada sobre se os humanos podem ter mecanismos semelhantes, Marta Moita disse que provavelmente sim.

"Não sabemos, mas é provável porque os elementos" para que isso aconteça estão lá todos, "falta testar".

IPST quer aumentar reservas
Reservas nacionais de sangue estão em níveis confortáveis e garantem autosuficiência, mas IPST quer atrair mais dadores para o...

Portugal está com reservas estratégicas de todos os tipos de sangue em níveis suficientes para assegurar mais de sete dias de necessidades e, em alguns casos, mais de dez dias. O ponto de situação foi traçado ontem ao i pelo presidente do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), João Paulo Almeida e Sousa, que assinala que esta é uma situação confortável e que garante a autosuficiência do país. Hoje assinala-se o Dia Mundial do Dador do Sangue e o responsável sublinha que a trajetória é muito positiva. No que diz respeito ao futuro, atrair novos dadores é uma das preocupações do IPST.

As estatísticas divulgadas no portal de transparência do Ministério da Saúde revelam que, embora as colheitas de sangue surjam em número suficiente para assegurar os consumos nos hospitais, o número de novos dadores que se inscrevem a cada ano para doar sangue tem estado a diminuir de forma continuada desde 2012. Nesse ano, houve registo de 61.843 dadores de primeira vez, número que baixou para 40.449 no ano passado. Já nos primeiros quatro meses deste ano há registo de 7832 dadores de primeira viagem, contra 13.890 no mesmo período do 2016.

João Paulo Almeida e Sousa sublinha que, numa primeira análise, é importante garantir que as unidades colhidas são suficientes para o país, o que tem sido conseguido, adiantando que os avanços da medicina transfusional levam a que sejam necessárias menos unidades do que no passado. O responsável aponta como exemplo de sucesso o cenário conseguido na visita do Papa a Fátima, em que um dos objetivos do plano de contingência montado pelo Ministério da Saúde era que todos os hospitais de prevenção tivessem reservas de sangue para vários dias, para o caso de acontecer algum acidente de maiores proporções, o que foi atingido, revela o dirigente. Durante o ano, o período da gripe e o verão são os mais exigentes em termos de necessidade de sangue mas, por agora, os sinais são positivos. Já para a trajetória de diminuição dos novos dadores, Almeida e Sousa admite que o envelhecimento da população e a emigração dos últimos anos são alguns factores que poderão pesar na equação que pretendem inverter. Atrair dadores mais jovens é, por isso, um dos objetivos do instituto. “A presença de brigadas de colheita em faculdades e politécnicos é uma das formas de promoção da dádiva que mantemos de forma continuada”, assinala o presidente do Instituto Português do Sangue e Transplantação. Para este verão têm previstas campanhas junto dos mais novos, nomeadamente no acampamento nacional do Corpo Nacional de Escutas que vai juntar milhares de jovens em agosto em Idanha a Nova. “Muitos não têm ainda 18 anos (a idade mínima para doar sangue) mas é uma oportunidade de sensibilização”.

No ano passado, 12% dos dadores registados no IPST tinham menos de 25 anos, percentagem que vai ainda ao encontro das expectativas dos responsáveis. Garantir que a adesão se mantém ou aumenta é a intenção.

Almeida e Sousa admite que aquando da divulgação da Operação “O Negativo”, que investiga fraude no fornecimento de plasma ao SNS, teve receio de que a situação pudesse causar apreensão junto dos cidadãos, mas assegura que o compromisso do instituto na redução do desperdício de plasma colhido a nível nacional é total e que não há sinais que o caso tenha afectado as dádivas. Por outro lado, no ano passado os dadores de sangue regulares de sangue tornaram a estar isentos do pagamento de taxas moderadoras em todos os serviços, uma medida de incentivo à dádiva. Em abril, havia 146.382 dadores benévolos de sangue isentos.

Este ano, o tema apresentado pela Organização Mundial de Saúde para o Dia Mundial do Dador do Sangue é a doação em tempo de crise, uma referência aos desastres e conflitos mundiais. O apela da OMS é direto: “Não espere que os desastres aconteçam. O que pode fazer? Dê sangue, dê já, dê com frequência”. Estima-se que se 1% da população desse sangue estariam garantidas as necessidades básicas da população. No ano passado, o país registou 218.000 dadores aprovados para dádiva, uma ligeira diminuição face ao ano anterior.

Chegar a mais pessoas
Governo quer aproveitar rede de farmácias para aliviar centros de saúde e alargar abrangência do Plano Nacional de Vacinação.

A notícia foi avançada esta quarta-feira pelo Jornal de Notícias que escreve que o Ministério da Saúde vai aproveitar a rede de farmácias para complementar o trabalho feito pelas Unidades de Saúde Familiar.

O objetivo, lê-se no jornal, é fazer chegar o Plano Nacional de Vacinação a um maior número de pessoas.

O Infarmed adianta que as vacinas continuam a ser gratuitas, mas a decisão final do abrangência do plano está ainda por tomar.

O Governo confirmou ao Jornal de Notícias que há várias negociações em curso, mas que nada está ainda decidido quanto à implementação do plano. Atualmente, já é possível, por exemplo, tomar a vacina da gripe nas farmácias.

Segundo o jornal, o projeto terá surgido na sequência das recentes epidemias de Hepatite A e Sarampo.

O Bloco de Esquerda já pediu esclarecimentos no parlamento sobre esta intenção do Governo. O deputado Moisés Ferreira considera preocupante que a administração de vacinas seja delegada à Associação Nacional de Farmácias, acionista do grupo privado Alliance Healthcare.

A Associação Nacional de Farmácias nega ter conhecimento de qualquer negociação em curso.

Tatuagens Biossensoriais
Cientistas estão cada vez mais perto de criarem tatuagens biossensoriais que prometem revolucionar a rotina de quem tem que...

Cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e da Universidade de Harvard desenvolveram uma tatuagem biossensorial feito a partir de uma tinta especial.

O desenho permanente muda de cor em tempo real para alertar os doentes para as variações nos níveis de glicose no sangue. A tinta hi-tech, batizada pelos cientistas de "Dermal Abyss", contém componentes químicos que avisam quando algo está mal. Quando o nível de glicose no sangue aumenta, a tinta muda de azul para castanho, indicando a necessidade de insulina, por exemplo.

Em nota de imprensa, o MIT explica que as "tatuagens inteligentes" são úteis para detetar situações de diabetes, mas também desidratação ou aumento dos níveis de pH no sangue.

No caso de pessoas com diabetes tipo 1 e 2, doença que pode surgir em qualquer idade, o dispositivo transforma a pele numa espécie de ecrã informativo onde é possível consultar a glicemia.

"Ainda vai levar algum bom tempo até que algo prático chegue ao mercado, mas esta tecnologia invoca a imaginação e dá alas a novas possibilidades", comentou Xi Liu, do MIT, à CBS News.

Estudo
Sorrir é mesmo o melhor remédio? Não no caso de querer parecer mais jovem, revela um estudo das Universidades Ben-Gurion ...

O motivo são as rugas no canto dos olhos. Os 40 voluntários que participaram num publicado na revista "Psychonomic Bulletin and Review" tiveram de observar 140 fotografias de rostos sorridentes, neutros ou surpreendidos e ordenar as pessoas de acordo com a idade.

De maneira geral, os participantes classificaram as caras sorridentes como as mais envelhecidas, seguidas dos rostos com expressões neutras e de surpresa. Para os cientistas, o mais interessante foi observar que os próprios voluntários acreditavam ter classificado as pessoas sorridentes como sendo as mais novas.

"Ironicamente, descobrimos que a mesma pessoa pode acreditar que sorrir faz com que alguém pareça mais jovem, mas classificar os rostos sorridentes como mais velhos", destaca Melvyn Goodale, diretor do "Brain and Mind Institute" da Western University.

Segundo Tzvi Ganel, do Laboratório de Percepção e Ação Visual do Departamento de Psicologia da Universidade Ben-Gurion, as pessoas percebem os rostos de forma holística – ou seja, não compreendem uma parte sem lidar com o seu conjunto.

Quando uma pessoa sorri e fica com mais rugas nos cantos dos olhos, a percepção é de que tem um ou dois anos a mais do que o mesmo rosto com uma expressão neutra, explica Ganel.

Mas quando essas rugas são retiradas do rosto apresentado, a opinião muda: "O sorriso é visto como algo positivo, ligado a elementos de atração, saúde e também de juventude. A ideia geral é a de que, quem sorri, deve ser visto como mais jovem. O que mostramos, de forma direta, é que se trata de um conceito errado", conclui este cientista. "Existe um paradoxo. O sorriso transmite juventude, mas as rugas nos olhos fazem com que o rosto pareça mais velho", acrescenta citado pela BBC.

Investigação
Após dez anos de investigação, cientistas descobriram uma substância capaz de penetrar na pele e bronzeá-la sem a necessidade...

Ao contrário dos cremes autobronzeadores tradicionais, que só colorem a camada superficial da pele, esta molécula age estimulando as células que produzem pigmentos, cujo papel é absorver as radiações ultravioleta, explicam os cientistas.

Segundo o estudo publicado esta terça-feira na revista científica americana Cell Reports, a nova molécula tem ainda de ser submetida a testes pré-clínicos para saber se é segura em seres humanos. Esta substância, aplicada como um creme, permitiu bronzear a epiderme de ratos de pelo vermelho que, assim como os humanos, são suscetíveis a desenvolver um cancro de pele como consequência da exposição aos raios ultravioleta.

Esta investigação deriva de um estudo publicado em 2006 na revista científica Nature que mostrou que outra substância, a forscolina, produzida por uma planta da Índia, pode induzir o bronzeado na pele de ratos sem exposição aos raios ultravioleta. Os cientistas logo descobriram, porém, que esta molécula não podia penetrar na pele humana. Por não estar protegida por uma camada de pelo espessa, a epiderme humana evoluiu ao longo do tempo para desenvolver proteções contra o frio, o calor e as radiações ultravioleta, entre outros.

"A pele humana é uma barreira formidável, difícil de penetrar", explica o autor principal do estudo, David Fisher, chefe do serviço de dermatologia do hospital americano Massachusetts General e professor da faculdade de medicina de Harvard. "Dez anos depois, encontrámos uma solução. É uma classe diferente de compostos, que funcionam agindo sobre uma enzima diferente que converge no mesmo caminho e que leva à pigmentação", disse.

Maioria dos cancros de pele são provocados pelo sol

Os cientistas testaram estas moléculas em amostras de pele humana em laboratório e constataram que elas bronzeiam mais ou menos em função das doses da substância e da frequência das aplicações, e que este bronzeado artificial dura vários dias. "A importância potencial deste estudo residirá no futuro numa nova estratégia de proteção da pele e de prevenção do cancro de pele", afirma Fisher.

"A pele é o maior órgão do nosso corpo e pode ser afetada por esta doença, na maioria dos casos por uma exposição aos raios ultravioleta", conclui.

14 de Junho – Dia Mundial do Dador de Sangue
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apelou hoje a todas as pessoas que reúnam as condições necessárias a serem...

Num comunicado para a assinalar o Dia do Dador de Sangue, que hoje se assinala, Marcelo Rebelo de Sousa destaca a importância de dar sangue.

“Trata-se de um momento privilegiado para agradecer muito calorosamente a todos os dadores de sangue e às instituições que procedem à recolha deste bem precioso, de que é feita a vida humana”, salienta o Presidente.

Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou também a efeméride para apelar à dádiva de sangue.

“Trata-se, de igual modo, de uma ocasião única para interpelar todos os Portugueses que reúnam as condições necessárias para serem dadores de sangue: não hesitem em ajudar o vosso próximo, na certeza de que, um dia, todos precisaremos de ajuda”, disse.

O Presidente da República agradeceu ainda o “sentido cívico dos atuais dadores de sangue” e apelou “ao altruísmo e à humanidade de todos os potenciais dadores”.

OMS pretende aumentar o número de dadores benévolos regulares e seguros
O Dia Mundial do Dador de Sangue começou a comemorar-se em 2005, por iniciativa da Organização Mundi

Para além da OMS, esta comemoração é patrocinada pela Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, pela Federação Internacional das Organizações de Dadores de Sangue e pela Sociedade Internacional da Transfusão de Sangue.

O dia 14 de Junho foi escolhido por ser o dia do nascimento de Karl Landsteiner, médico e biólogo austríaco que recebeu em 1930 o Prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina pela descoberta, em 1900, do sistema AB0 de classificação dos grupos sanguíneos e que mais tarde, em 1937, descobriu o factor Rhesus, resolvendo o problema das reacções transfusionais que limitavam o desenvolvimento deste ramo da medicina.

As pessoas saudáveis têm o dever de ajudar as pessoas doentes, incluindo-se neste dever de solidariedade a doação de sangue. Dar sangue faz bem e custa pouco: este acto, tão simples e tão importante, é rápido e praticamente inócuo, desde que se cumpram as normas científicas da selecção de dadores e as boas práticas da recolha do sangue.

Todos os anos, quase 100 milhões de pessoas em todo o mundo dão mais de 110 milhões de unidades de sangue, o que permite salvar inúmeras vidas e melhorar a saúde e a qualidade de vida de muitos doentes (apesar de ainda haver muitos países nos quais a segurança de todo o processo tem muitas falhas).

Para além de agradecer aos dadores as suas dádivas voluntárias e benévolas, o Dia Mundial do Dador de Sangue serve ainda para realçar a importância de haver “sangue seguro”, o que passa pela criteriosa selecção dos dadores, pelo rigoroso processo de colheita, análise, processamento, armazenamento e distribuição do sangue e dos seus componentes.

Neste contexto, a OMS pretende, a curto prazo, aumentar o número de dadores benévolos regulares (de modo a garantir reservas suficientes de sangue seguro) e ocasionais (de modo a suprir necessidades pontuais em situações de emergência, que afectam cerca de 250 milhões de pessoas por ano) seguros, evitando assim o recurso à recolha remunerada de sangue, que ainda se pratica em alguns países e que acarreta maior risco de transmissão de doenças dos dadores para os receptores, sobretudo de HIV/SIDA, hepatites B e C e sífilis.

Em 2017, o país anfitrião do Dia Mundial do Dador de Sangue é o Vietname, o foco da campanha vai ser a doação de sangue em situações de crise e o slogan escolhido é o seguinte: “Não espere que o desastre ocorra. O que pode fazer? Dê sangue. Dê agora. Dê com frequência.”

Em Portugal, a entidade que regula e garante toda a actividade da medicina transfusional é o Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST), I.P., cabendo-lhe, entre outras funções, a promoção da dádiva de sangue, de células, tecidos e órgãos (procurando a autossuficiência nacional) e a garantia dos mais elevados padrões de qualidade e segurança de todo o processo.

O IPST disponibiliza na página da internet “Dador.pt” informação importante sobre o sangue e a sua doação, nomeadamente os locais em que se pode fazer uma dádiva.

O Dia Nacional do Dador de Sangue comemora–se em Portugal a 27 de Março, considerando o presidente do IPST que a melhor maneira de homenagear os dadores portugueses é aproveitar ao máximo e sem desperdícios o sangue doado.

Como o Atlas da Saúde comemorou este ano o Dia Nacional do Dador de Sangue com a publicação de um artigo científico da minha autoria sobre o sangue, a doação, os dadores, os receptores e os desafios actuais da hemoterapia, remeto para esse artigo quem estiver interessado em obter informação mais detalhada sobre esta área tão interessante que é a medicina transfusional.

Nunca é demais realçar que dar sangue faz bem e custa pouco!

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Alerta
As regiões de Bragança, Viseu, Guarda, Évora e Penhas Douradas apresentam hoje um risco ‘extremo’ de exposição à radiação...

De acordo com o instituto, as regiões de Bragança, Viseu, Guarda, Évora e Penhas Douradas estão hoje com níveis ‘extremos’, por isso, "recomenda à população que evite o mais possível a exposição ao sol".

As regiões de Beja, Viana do Castelo, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Penhas Douradas, Leiria, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal, Sines, Viseu, Aveiro, Porto, Funchal e Porto Santo (Madeira), Angra do Heroísmo (Terceira) e Horta (Faial) estão hoje em risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação UV.

A região de Ponta Delgada (ilha de São Miguel, Açores) apresenta risco ‘elevado’ e Santa Cruz das Flores (ilha das Flores, Açores) está com níveis ‘moderados’.

Para as regiões com risco 'muito elevado' e 'elevado', o instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando-se temporariamente muito nublado no litoral até ao fim da manhã, podendo persistir ao longo do dia na faixa costeira da região Centro.

Segundo o Instituto, durante a tarde, prevê-se um aumento temporário de nebulosidade nas regiões do interior Norte e Centro, onde há possibilidade de ocorrência de aguaceiros e trovoada.

A previsão aponta também para vento em geral fraco predominando do quadrante oeste, soprando moderado de noroeste no litoral oeste e nas terras altas, em especial durante a tarde.

Está ainda prevista neblina ou nevoeiro matinal e descida da temperatura máxima, em especial no litoral oeste.

No que diz respeito às temperaturas, em Lisboa vão variar entre 18 e 29 graus Celsius, no Porto entre 15 e 22, em Vila Real entre 19 e 33, em Viseu entre 16 e 30, em Bragança entre 18 e 34, na Guarda entre 18 e 30, em Coimbra entre 15 e 28, em Castelo Branco entre 20 e 34, em Portalegre entre 19 e 32, em Santarém entre 17 e 32, em Évora entre 17 e 34, em Beja entre 17 e 34 e em Faro entre 18 e 25.

Pesquisa
Cientistas do Instituto de Medicina Molecular (iMM) descobriram, numa experiência com ratos, que a inibição do 'stress&...

Os resultados do estudo, liderado por Marc Veldhoen, investigador-principal do iMM, foram publicados na revista Cell Reports.

A equipa descobriu que o domínio de fatores de 'stress' celular, como a pressão de oxigénio ou a concentração de açúcares, leva ao controlo de um tipo de linfócitos T (células do sistema imunitário) designado Th17, mais resistente a condições adversas.

Os investigadores conseguiram reduzir em ratos, que partilham muito da sua fisiologia com os humanos, os sintomas de doenças autoimunes como a esclerose múltipla ao inibirem o 'stress' celular, ação que conduziu à diminuição do número de linfócitos T do tipo Th17.

Marc Veldhoen explicou à Lusa que os linfócitos T, uma variedade de glóbulos brancos "importante para combater infeções", podem ser ativados de diferentes modos para responder adequadamente a várias infeções.

O problema, ressalvou, é que alguns destes modos de ativação "podem contribuir particularmente" para doenças autoimunes (doenças em que as células imunitárias atacam o organismo em vez de defendê-lo) como a esclerose múltipla, a diabetes e a artrite reumatoide.

"Quando as células T estão sob 'stress', devido a baixos níveis de oxigénio e energia, é gerado um modo de ativação que pode aumentar o risco de autoimunidade e patologia", afirmou.

No estudo, o 'stress' nos linfócitos T foi reduzido em culturas de células com medicamentos que diminuem, por exemplo, os açúcares.

Posteriormente, a equipa usou ratos geneticamente modificados, nos quais os níveis de 'stress' nas células T foram reduzidos. Os roedores tinham sintomas que mimetizavam a esclerose múltipla.

Para os investigadores do iMM, os linfócitos Th17 podem ser um alvo farmacológico preferencial para reduzir o 'stress' nas células imunitárias em locais do organismo afetados pela inflamação, salientou Marc Veldhoen.

Assim, o número de células Th17 pode ser diminuído ao mesmo tempo que outras respostas imunitárias dos linfócitos T "são preservadas", frisou

Tabaco
Um estudo do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) concluiu que as mães que fumam agravam o risco de...

Os autores do estudo, publicado na revista “Nicotine & Tobacco Research”, defendem que as mulheres devem deixar de fumar antes de engravidarem, sublinhando que a pressão arterial sistólica alta está associada ao risco de doenças cardiovasculares, a principal causa de morte no nosso país.

A investigação envolveu 4.295 crianças nascidas em cinco maternidades da Área Metropolitana do Porto, pertencentes à coorte Geração 21 (projeto de investigação que acompanha mais oito mil crianças da cidade do Porto, desde o nascimento).

“Num país como Portugal, onde a hipertensão é um problema major, onde muitas pessoas morrem de AVC [Acidente Vascular Cerebral] e muitas grávidas continuam a fumar durante a gravidez, estes resultados demonstram que começa bem cedo a programação da doença [hipertensão arterial] nas crianças. Portanto, a prevenção tem que começar antes”, defende Henrique Barros, responsável do estudo, cuja primeira autora é Maria Cabral.

O estudo examinou a associação entre o tabagismo materno (antes da gravidez, durante a gravidez e quatro anos após o parto) e a pressão arterial das crianças, tendo sido estas avaliadas à nascença e aos quatro anos. Observou-se que os filhos de mães que fumavam apresentavam níveis de pressão arterial sistólica mais elevados.

Os resultados mostram que os filhos das mães que fumaram apresentam um percentil da pressão arterial sistólica superior e que mais de 22% têm já aos quatro anos uma pressão arterial sistólica considerada elevada.

O estudo designado “Maternal smoking: a life course blood pressure determinant?” é também assinado por Maria João Fonseca, Camila González-Beiras, Ana Cristina Santos e Liane Correia-Costa.

Especialista alerta
O presidente das Jornadas Nacionais do Núcleo de Estudos sobre a Doença VIH, da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, que...

Segundo o presidente do encontro, que se vai realizar na sexta-feira e sábado, em Peso da Régua, distrito de Vila Real, “há menos casos novos de infeção pelo VIH, menos mortes na sequência da doença, mas um número ainda muito elevado de diagnósticos tardios”.

“Em 2016 atingiu-se o número mais baixo de novos casos de infeção VIH desde 2000: 841 casos, o que corresponde a uma taxa de 8,1 por 100 mil habitantes (no ano anterior tinham sido 1.198)”, disse Telmo Faria.

Mas, salientou o especialista, “do universo dos 841 novos doentes, 665 casos em que se dispõe do valor dos Linfócitos TCD4, 56% apresentavam valor inferior a 350 cells/mm3 [células por milímetro cúbico], reunindo os critérios de Diagnóstico Tardio. Temos assim ainda um valor elevado, acima da média europeia. É necessário diagnosticar de um modo célere e vinculá-los aos cuidados de saúde”.

O responsável afirmou que “um dos objetivos para 2017 é aumentar em 15% o número de testes rápidos de VIH realizados nos Centros de Aconselhamento e Deteção Precoce da Infeção pelo VIH/SIDA (CADs), nos centros de saúde e nas estruturas de base comunitária”.

José António Malhado, especialista de Medicina Interna, que vai presidir ao debate ‘Doença VIH como modelo de gestão de doença crónica’, durante as jornadas, salienta que “o facto de se tratar de uma doença crónica, mas infecciosa, dá-lhe um estatuto diferente, pois poderá não só afetar o hospedeiro como outras pessoas, caso os comportamentos não sejam os mais corretos”.

Tal como outras doenças, também na infeção pelo VIH o tratamento é para toda a vida, o que exige “um esforço” da parte do doente, “já que a não adesão à terapêutica antirretroviral é considerada, no plano individual, o perigo mais ameaçador para o sucesso do tratamento e também no plano coletivo, para a disseminação do vírus, inclusive vírus eventualmente resistentes”, referiu.

“Basta que o doente suspenda a terapêutica por uns dias para que o vírus possa ressurgir aos mesmos níveis do começo da infeção, apesar de poder ter estado a fazer a medicação durante anos”, sublinhou, defendendo que é necessário “colocar estratégias de retenção para uma boa adesão à terapêutica”.

Neste âmbito, considerou que os médicos de família e as organizações da sociedade civil desempenham “um importante papel”.

“O Diagnóstico e Referenciação” e “Estratégias de Retenção” são outros temas em análise no encontro. 

Investigação médica
Engenheiros biomédicos da Universidade de Davis, na Califórnia, criaram em laboratório um tecido semelhante à cartilagem...

Um trabalho sobre a investigação, publicado hoje na revista “Nature Materials”, lembra que a cartilagem proporciona uma superfície lisa para que as articulações se movam, que por vezes é danificada (por trauma, doença ou uso excessivo), não se renovando e sendo difícil de substituir.

A cartilagem artificial, dizem os responsáveis, poderá ser implantada em articulações danificadas e terá um grande potencial na recuperação da mobilidade do ser humano.

A cartilagem natural é formada por células chamadas condrócitos. Os “bioengenheiros” procuraram criar o material cultivando essas células em laboratório, que uma vez juntas foram colocadas sob tensão (levemente esticadas) durante alguns dias.

Essa tensão tornou o material mais rígido, disse Jerry Hu, engenheiro investigador e um dos autores do estudo.

A experiência produziu um material com uma composição e propriedades mecânicas semelhantes à cartilagem natural.

Usado em ratos, o material feito em laboratório sobreviveu no ambiente fisiológico, sendo o próximo passo colocar a cartilagem artificial numa articulação e estudar a forma como reage à pressão, disse Jerry Hu.

"A cartilagem artificial que criamos é totalmente biológica, com uma estrutura semelhante à da cartilagem real. E mais importante, acreditamos que resolvemos o complexo problema de fabricação em laboratório de tecidos suficientemente fortes e rígidos para aguentarem cargas elevadas, como as cartilagens das articulações do joelho ou da anca", disse Kyriacos Athanasiou, do departamento de engenharia biomédica da Universidade.

Cientistas descobrem
Cientistas descobriram sete genes da insónia, que, dizem, provam que a dificuldade em adormecer ou manter o sono não se deve...

Os sete genes foram identificados numa amostra de 113.006 pessoas, homens e mulheres sobretudo com mais de 50 anos.

Ao determinarem os genes de risco da insónia, os cientistas ficaram mais próximos de desvendar os mecanismos biológicos que causam a insónia, refere em comunicado a Universidade Livre de Amesterdão, Holanda, que participou no estudo internacional.

Um dos genes identificados, o MEIS1, já tinha sido associado a outras duas perturbações do sono: a dos movimentos periódicos dos membros e a síndrome das pernas inquietas.

A equipa de cientistas descobriu ainda que os mesmos genes estão ligados à ansiedade e à depressão e sugere que diferentes mecanismos biológicos podem, em parte, levar à insónia nos homens e nas mulheres.

Do universo de pessoas estudadas, 33% das mulheres sofriam de insónia, ao passo que a mesma condição foi reportada por 24% dos homens.

Estudo
Os jovens usam cada vez mais o telemóvel, mas revelam estar menos preocupados com os possíveis efeitos da exposição às...

Desenvolvido no INOV-INESC/ Instituto Superior Técnico (IST), com data de 30 de janeiro, o estudo indica uma diminuição na preocupação com os possíveis efeitos da exposição às radiações eletromagnéticas, sobretudo nos dois últimos anos, sendo que 45% dos inquiridos mostraram não estar preocupados com o assunto e que a percentagem de jovens que não tem opinião formada sobre o tema também aumentou.

Da autoria de Ema Catarré e Luís M. Correia, mostra os resultados dos 8.595 inquéritos, realizados a estudantes de 130 estabelecimentos de ensino secundário, nos últimos cinco anos letivos, de 2010/11 a 2015/16, relacionando os dados mais recentes com os dados dos períodos anteriores quanto à utilização de telemóveis e às questões das radiações.

No entanto, o relatório analisa que aqueles que já têm prévio conhecimento do FAQtos apresentam um nível de preocupação superior, se bem que reconhece que durante o período mais recente "os valores inverteram-se, pois o nível de preocupação foi menor para quem conhece o FAQtos".

"Cerca de 37% preocupam-se, o que contrasta com os apenas 17% que indicaram já ter procurado informação sobre o tema", revela o estudo, neste acaso analisando o ano letivo 2015/16 e salvaguardando que estes dados têm de ser analisados "com algum cuidado", "pois dos 775 inquiridos" naquele ano letivo, "apenas 37 conheciam o projeto".

Questionados sobre se já alteraram hábitos de utilização do telemóvel por terem ouvido falar sobre possíveis efeitos das radiações, uma percentagem significativa - cerca de 24% - disse já o ter feito.

"Quando comparado com a percentagem de jovens que se dizem preocupados com os possíveis efeitos da radiação (cerca de 37%), o valor é bastante inferior. De qualquer forma, é uma amostra significativa, que indica que estes receios têm alguma influência na utilização que os jovens fazem dos telemóveis", lê-se no relatório.

Já sobre se tomam alguma medida de proteção quando usam o telemóvel, apenas um número reduzido de jovens (12%) indicou que adota medidas e existe uma percentagem considerável de respostas - cerca de 28% - que mostra não saber que medidas tomar para evitar as radiações.

Afastar o telemóvel do corpo ou mesmo desligá-lo são as medidas de proteção mais adotadas, mas "medidas de proteção à partida mais eficazes, como utilização do auricular, tiveram menos respostas", diz o documento.

"De salientar a grande diferença registada entre o número de pessoas que indica utilizar o auricular como proteção (9 respostas) e o número de pessoas que indicou utilizar o auricular para telefonar (75 respostas). Isto mostra que a utilização do auricular é feita acima de tudo por comodidade e não por receio dos possíveis efeitos das radiações", conclui.

Os autores do estudo falam mesmo numa utilização do telemóvel "quase ubíqua" entre os jovens, destacando que apenas 0,4% dos inquiridos indicou não usar telemóvel e que mais de 15% tem mais de um equipamento.

Os serviços mais utilizados são a Voz, SMS (mensagem escrita) e Aceder à Internet/Redes Sociais, com uma elevada percentagem de utilização do auricular (58% no total dos cinco anos) maioritariamente para ouvir música/rádio.

Neste último ano letivo, acrescenta o estudo, a utilização de Internet no telemóvel aumentou (mais de 89% em 2014/15, comparando com 35% em 2010/11), com mais de 48% dos inquiridos a indicar que o principal serviço utilizado é o acesso à Internet e às redes sociais (mais de 87% têm tarifário que inclui pacote de dados).

Os jovens que responderam aos inquéritos frequentam o ensino secundário, tendo idades compreendidas entre os 15 e 18 anos, sendo que a maioria tem telemóvel desde os 10 anos, tipicamente a idade com que se entra no 2.º ciclo do ensino básico.

Verificou-se que a utilização aumenta à medida que crece o número de telemóveis ou a idade dos jovens, sendo que a utilização é maior para os jovens que tiveram o seu primeiro telemóvel mais cedo.

Por sua vez, as raparigas passam mais tempo ao telemóvel, fazendo chamadas cerca de 20% mais longas, enquanto os rapazes fazem mais chamadas e enviam mais mensagens escritas, através de SMS.

As atividades do FAQtos incluem a realização de palestras/sessões de informação em estabelecimentos de ensino por todo o país.

No âmbito destas palestras, no ano letivo 2015/16 foram distribuídos inquéritos aos alunos presentes naquelas ações. Foram distribuídos 775 inquéritos para alunos de 14 estabelecimentos de ensino nacionais, sendo que estes foram tendencialmente preenchidos antes da realização da apresentação para não influenciar os seus resultados.

Foram também realizados inquéritos no âmbito das visitas escolares realizadas ao Departamento de Engenharia Eletrotécnica (DEEC) do IST, mesmo naquelas que não incluíam apresentação do FAQtos.

Dia Mundial do Ritmo Cardíaco
No Dia Mundial do Ritmo Cardíaco importa ressalvar a grande evolução no diagnóstico e tratamento des

Uma arritmia consiste numa alteração do ritmo cardíaco. Toda a atividade do músculo cardíaco ocorre como consequência de impulsos elétricos que fazem com que a estrutura fibromuscular das aurículas e dos ventrículos se contraia de forma adequada, síncrona e rítmica. A frequência cardíaca normalmente oscila entre 60 a 100 por minuto.

As arritmias cardíacas aparecem essencialmente por 3 motivos: o impulso elétrico não se origina adequadamente; o impulso elétrico tem origem num sítio erróneo/ectópico diferente do normal; os impulsos elétricos são conduzidos de forma errática por fibras que estão alterados (estruturalmente doentes).

Os sintomas mais habituais, embora inespecíficos, são as palpitações, tonturas, desmaios, dores torácicas ou permanecem assintomáticas sem perceção do doente e posteriormente são diagnosticadas num exame de rotina.

Para se fazer o diagnóstico é necessário demostrar que existe una alteração na atividade elétrica cardíaca.

O exame cardiológico de referência é o eletrocardiograma, que apresenta contudo grandes limitações de sensibilidade diagnóstica porque só regista a atividade elétrica cardíaca no momento.

Deste modo podem utilizar-se outros exames complementares de diagnóstico, como o Holter, que regista a atividade elétrica cardíaca durante um período de tempo mais prolongado (um ou mais dias); detetor de eventos (registo de 1 a 2 semanas) ; mais raramente os dispositivos implantáveis, que se introduzem debaixo da pele, mediante uma intervenção cirúrgica (minimamente invasiva), podendo permanecer durante anos e que se reservam apenas para os doentes em que se suspeita de arritmias graves não detetáveis por outros métodos.

Finalmente, pode estudar-se em profundidade o sistema de condução cardíaco e tentar induzir as arritmias mediante o chamado estudo eletrofisiológico, num exame invasivo intra-hospitalar que se realiza introduzindo um sistema de cateteres no interior do coração, a partir das veias dos membros inferiores (veia femoral) ou do pescoço (veia jugular) . Através deste estudo é possível registar a atividade elétrica cardíaca (mapeamento) e estimular o coração para reproduzir as arritmias.

Também é importante averiguar se existe alguma alteração estrutural do coração associada a arritmia, para o qual se pode realizar uma prova de esforço em tapete rolante ou um ecocardiograma modo m/ bidimensional com doppler.

Embora as arritmias cardíacas sejam um grupo muito heterogéneo, a fibrilhação auricular (FA) merece plano de destaque, por ser de longe a arritmia mais comum na prática clinica e por ser um exemplo muito concreto da investigação farmacológica e do tratamento invasivo por cateter decorrente do investimento nas duas últimas décadas.
Estima-se que na Europa esta arritmia atinja 4,5 milhões de pessoas com uma grande importância  em termos de custos na saúde pública.

No Estudo FAMA conduzido em Portugal  (Prevalência de fibrilhação auricular na população portuguesa com 40 ou mais anos) a prevalência de FA encontrada numa amostra da população portuguesa com mais de 40 anos foi de 2,5%.

Com base nos dados mais recentes publicados em 2016 no estudo SAFIRA (7.500 indivíduos de 65 ou mais anos, avaliados em centros de saúde e hospitais portugueses)  perto de 9% dos portugueses com mais de 65 anos sofre de FA.

A prevalência de FA na população, aumenta substancialmente com a idade, observando-se que a prevalência de FA em pacientes com menos de 60 anos é inferior a 0,1%, ao passo que nos doentes acima dos 80 anos sua prevalência é de cerca de 10%.A importância de diagnóstico precoce da fibrilhação auricular tem implicações na utilização de fármacos anticoagulantes de forma a evitar o potencial risco tromboembolico subjacente. O citado estudo SAFIRA também revelou ainda um elevado subdiagnóstico. De entre os 9% dos doentes em que se detetou existência de FA, 35,9% desconheciam ter a doença. De facto 20% dos acidentes vasculares cerebrais isquémicos que ocorrem em Portugal, têm como origem uma FA que não foi de forma atempada diagnosticada e medicada em particular com recurso a estes fármacos.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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