Investigadores

Lémures-rato de Madagáscar podem substituir ratos e moscas no estudo de doenças como o Alzheimer

O lémure, um pequeno primata das florestas de Madagáscar, tem o potencial de transformar o campo da genética e servir como modelo ideal de estudo em questões de biologia, comportamento e medicina, incluindo doenças cardiovasculares e Alzheimer.

Segundo investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford, Estados Unidos, os lémures podem substituir as tradicionais cobaias, os ratos ou as moscas da fruta, que não conseguem imitar muitos aspetos da biologia dos primatas, incluindo muitas doenças humanas, disse Mark Krasnow, professor de bioquímica.

Frustrado com a falta de um bom modelo de estudo, escreve o Sapo, Krasnow e os seus colegas investiram no lémure realizando estudos fisiológicos e genéticos detalhados em centenas daqueles primatas, identificando mais de 20 lémures com características genéticas únicas, incluindo obesidade, colesterol elevado, alto teor de açúcar no sangue, arritmias cardíacas, doença ocular progressiva e desordens motoras ou de personalidade.

Trabalhando num laboratório da universidade em Madagáscar, os cientistas esperam que o estudo continuado dos pequenos e dóceis primatas possa levar a um melhor entendimento e possivelmente a um melhor tratamento dessas doenças, quer nos lémures quer em humanos.

“Penso que os lémures representam um grande potencial para perceber a biologia dos primatas, comportamento e preservação. Da mesma maneira que moscas e ratos transformaram, nos últimos 30 ou 40 anos, a nossa compreensão da biologia do desenvolvimento e de muitas outras áreas da biologia e da medicina”, disse Krasnow.

Um artigo a descrever as descobertas dos investigadores é publicado na sexta-feira “on-line” na revista Genetics.

O projeto começou em 2009 quando Krasnow, frustrado com a falta de um bom modelo animal para a doença pulmonar, a sua especialidade, encomendou a três estagiários uma investigação para descobrir um animal melhor do que ratos e moscas.

Os estagiários concluíram que os lémures eram os melhores, porque se reproduzem rapidamente como os ratos, são idênticos no tamanho, baratos e fáceis de manter, e em termos genéticos ficam entre o rato e os humanos, disse o responsável.

Há mais de uma centena de espécies de lémure em Madagáscar, alguns ameaçados de extinção, mas os cientistas estão interessados no lémure-rato, que existe em grande quantidade.

Fonte: 
Sapo
Nota: 
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Foto: 
Pixabay