Procriação Medicamente Assistida
O Governo aprovou hoje a regulamentação do acesso à gestação de substituição através da qual é privilegiada a ligação da mãe...

O decreto, aprovado em Conselho de Ministros, define “o procedimento de autorização prévia a que se encontra sujeita a celebração de negócios jurídicos de gestação de substituição”.

Esta regulamentação também determina as condições em que será firmado “o próprio contrato de gestação de substituição, cuja supervisão compete ao Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida”.

Deve prevalecer “os interesses da criança sobre quaisquer outros e ser tidos em consideração os interesses da mulher gestante”.

O decreto destaca “a importância de ao longo do processo de gestação de substituição se privilegiar a ligação da mãe genética com a criança, circunscrevendo ao mínimo indispensável a relação da gestante de substituição com a criança nascida, pelos potenciais riscos psicológicos e afetivos que essa relação comporta, sem prejuízo das situações em que a gestante de substituição é um familiar próximo”.

A lei que regula o acesso à gestação de substituição nos casos de ausência de útero, de lesão ou de doença deste órgão que impeça de forma absoluta e definitiva a gravidez, foi publicada em Diário da República a 22 de agosto de 2016.

O diploma determina que as técnicas de procriação medicamente assistidas (PMA), incluindo as realizadas no âmbito das situações de gestação de substituição, devem respeitar a dignidade humana de todas as pessoas envolvidas, bem como proíbe a discriminação com base no património genético ou no facto de se ter nascido em resultado da utilização de técnicas de PMA.

Incêndios
Os trabalhadores do INEM vão receber mais 20% pelo trabalho suplementar prestado durante a vigência da Fase Charlie do...

A resolução, aprovada em Conselho de Ministros, reconhece o caráter excecional da prestação de trabalho suplementar por parte dos profissionais do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) durante a vigência da Fase Charlie: 01 de julho a 30 de setembro.

O limite previsto para a remuneração relativa ao trabalho suplementar prestado nesse período é aumentado em 20% para os trabalhadores do INEM, segundo a resolução.

Boletim Polínico
As concentrações de pólenes no ar vão estar muito elevadas em Trás-os-Montes, Entre Douro e Minho e Beira Litoral e variam...

O boletim da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) para a semana de 23 a 29 de junho de 2017, prevê para as regiões de Trás-os-Montes, Entre Douro e Minho e Beira Litoral concentrações muito elevadas de pólenes da árvore castanheiro e das ervas gramíneas e parietária.

Para as regiões da Beira Interior, Lisboa e Setúbal e Alentejo as concentrações vão estar elevadas, com predomínio dos pólenes das árvores castanheiro e eucalipto e das ervas gramíneas e parietária.

Na região do Algarve o nível de concentração será moderado, com predomínio para os pólenes da árvore castanheiro e das ervas gramíneas.

Ao contrário das regiões do continente, os pólenes estarão em níveis baixos na região Autónoma da Madeira, com destaque para os pólenes da árvore eucalipto e das ervas gramíneas e parietária e nos Açores, os pólenes estarão em níveis moderados com predomínio dos pólenes das árvores pinheiro e palmeira e das ervas gramíneas e parietária.

A alergia ao pólen causa reações do aparelho respiratório (asma e rinite alérgica), dos olhos (conjuntivite alérgica) ou da pele (urticária e eczema).

O Boletim Polínico faz a divulgação semanal dos níveis de pólenes existentes no ar, através da leitura de postos que fazem uma recolha contínua dos pólenes em várias regiões do País.

ONU alerta
O mundo tem hoje mais tipos de droga, mais fáceis de obter e mais potentes, aumentando o risco para a saúde, apesar de ter...

As conclusões estão contidas no Relatório Mundial sobre Drogas 2017, divulgado hoje pelas Nações Unidas, em Viena, que estima em 29,5 milhões o número de consumidores com transtornos graves devido ao consumo das diferentes substâncias, refletindo, paralelamente, o "florescimento" do mercado das drogas em todo o mundo.

Segundo o relatório, elaborado pelo Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e Crime (UNODC), apenas uma em cada seis pessoas que pede apoio para combater os transtornos recebe tratamento, questão que foi criticada por Angela Me, coordenadora do documento, ao apresentá-lo hoje em Viena.

"Aumentou o risco para a saúde devido à diversificação e à potência de novas substâncias", sublinhou Angela Me, dando como exemplo o fentanilo, um novo analgésico 50 vezes mais potente que a heroína e que já provocou numerosos casos, ainda por quantificar, de "overdoses mortais” nos últimos anos nos Estados Unidos.

"O mercado das drogas e o número de substâncias continuam a crescer", alertou a especialista do UNODC, realçando que a situação altera-se a tanta velocidade que se torna um desafio permanente dar-lhe resposta legal ao mesmo ritmo.

Outro exemplo de drogas mais potentes e cuja composição pode ser especialmente nociva e com risco, acrescentou, são as novas substâncias psicotrópicas que imitam drogas tradicionais de origem vegetal, como a canábis sintética.

Entre 2009 e 2016, a ONU contabilizou 739 destas substâncias, que aparecem e desaparecem com rapidez e cujos componentes químicos variam com muita frequência.

Segundo o relatório, calcula-se que em 2015 se registaram pelo menos 190 mil mortes no mundo devido ao consumo de droga, cálculo "muito conservador" se se considerar que, apenas nos Estados Unidos, morreram nesse mesmo ano 52.400 pessoas na sequência de overdoses.

O grupo de drogas mais letal é o de opioides, como a heroína e respetivos derivados sintéticos, que provocam, devido às overdoses, a maior parte das mortes.

O consumo destes opioides com seringas é "especialmente arriscado", porque podem contrair-se doenças como a hepatite C e sida, lê-se no relatório.

O documento salienta que, em 2016, a produção mundial de ópio aumentou um terço em relação a 2015, devido ao "grande crescimento" de plantações no Afeganistão.

Quanto à cocaína, sublinha a ONUDC, registou-se um aumento da produção, tráfico e consumo em todo o mundo, tanto nas regiões com maior procura, Europa e América do Norte, como na Ásia, um novo mercado em crescimento.

"A produção mundial de cloridrato puro de cocaína alcançou 1.125 toneladas em 2015, o que representa um aumento generalizado de 25% em relação a 2013", lê-se no relatório.

"É certo que a produção de cocaína tem aumentado, mas continua abaixo dos valores de há 10 anos. Se se tiver em conta o longo prazo, a tendência é positiva", disse Angela Me.

Especialista
As feridas são uma “epidemia escondida”, sendo “necessário que os profissionais de saúde tenham formação contínua e...

"É preciso que haja uma responsabilização por parte dos profissionais de saúde (médicos e enfermeiros) para uma formação que faça a diferença no tratamento e na redução da prevalência das lesões que já existem, bem como na sua prevenção", indicou.

Paulo Alves, docente do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica do Porto (UCS), falava no âmbito da sessão “Feridas: um problema/desafio nos cuidados de saúde”, inserida na iniciativa “Quintas com Saúde”, que decorre hoje naquela instituição de ensino superior.

De acordo com o especialista, a ferida complexa não é muito abordada nos programas de licenciatura, sendo poucas as horas dedicadas a esse estudo, quer a nível da medicina quer ao nível de enfermagem, não existindo, no último caso, unidades curriculares voltadas só para o tratamento de feridas, nomeadamente das crónicas.

Segundo referiu, já em 2008, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considerava as feridas e toda a sua problemática como a "nova epidemia escondida", afetando milhões de pessoas em todo o mundo.

Embora o impacto das feridas não seja totalmente conhecido, devido à escassez de evidência científica que mostre os números associados à sua incidência e prevalência e os custos dos tratamentos, um estudo desenvolvido pelo docente, em 2015, mostrava que um em cada três doentes que recorreram aos serviços de saúde, entre 2013 e 2014, tinha uma ferida, o que equivale a 33% da população analisada.

O estudo, que envolveu 10.8840 utentes que foram atendidos, durante esse período, nos cuidados de saúde primários (CSP) e diferenciados (CSD), revelou que desses, 5.274 apresentavam feridas, estimando-se que existem 3,3 portadores de ferida por cada mil habitantes, em Portugal.

Para além disso, foi identificada uma taxa de infeção nos tecidos profundos em cerca de 18% dos casos, sendo o tempo médio de existência de uma ferida de 189 dias, o que se torna significativamente superior na ferida crónica em relação à aguda (412 e 32 dias, respetivamente).

Outras das conclusões indica que os portadores de ferida crónica têm, na sua maioria, entre 65 e 79 anos, não são ativos e possuem fatores de risco como a hipertensão (44,5%), a diabetes (25,1%) e a insuficiência venosa periférica (24,7%), o que dificulta a cicatrização.

Paulo Alves indicou ainda que o sistema de saúde nacional tem como indicador final a cicatrização, no entanto, no caso de doentes com ferida maligna, não se espera que esta cicatrize, mas sim que seja possível controlar os sintomas (dor e odor, por exemplo), para que estes tenham alguma qualidade de vida, ajudando-os ao nível físico mas também emocional.

"O tratamento de feridas assenta numa complexa abordagem do indivíduo que está incapacitado e necessita de ser tratado, sendo mais do que uma simples execução do penso ou curativo", concluiu.

Uma distribuição eficaz dos recursos, de forma a chegar a um maior número de pacientes, e a avaliação da relação entre o custo e a eficácia de novas tecnologias na área do tratamento de feridas são, para o especialista, outros dos desafios para os profissionais de saúde desta área.

Durante a sessão de hoje na UCS, que conta com a participação do investigador e coordenador da iniciativa, João Amado, pretende-se ainda avaliar a importância de uma equipa multidisciplinar que analise a situação económico-financeira, de ansiedade e ‘stress’ e as necessidades nutricionais dos utentes.

O Centro de Investigação em Saúde (CIIS) da UCS possui um laboratório especializado na área das feridas, o 'Wounds research Lab', que desenvolve estudos e investigações, incluindo ensaios clínicos, validação de novos produtos, tratamentos, deteção precoce de infeção e criação de dispositivos na prevenção e tratamento.

Parque Temático do Zoomarine
A equipa multidisciplinar que coordena a Consulta de Diabetes Juvenil da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo irá realizar...

Esta iniciativa visa sensibilizar os mais novos para a importância da adoção de um estilo de vida saudável, educando-os no sentido das atitudes mais corretas que devem seguir e que contribuem para o controlo da Diabetes, permitindo-lhes, numa situação de vida normal e exigente que caracteriza esta faixa etária, dispensar o gasto de energia de uma forma saudável.

Segundo os últimos dados relativos ao ano 2015 sobre a prevalência da Diabetes na população infantojuvenil portuguesa, estima-se que a doença atinja 3.327 crianças e jovens no grupo etário dos 0 aos 19 anos (0,16% da população deste grupo) e que, nesse ano, tenham surgido 233 novos casos da doença.

A Diabetes, pelo seu caráter pandémico, tomou proporções que obrigam a refletir sobre a doença com redobrada atenção. Embora a Diabetes tipo 2 esteja associada a hábitos menos saudáveis, a Diabetes tipo 1 é uma doença autoimune, principalmente contraída em idade juvenil e sem qualquer responsabilidade por parte do próprio. A Diabetes tipo 1 obriga a que, de forma externa, se possa igualar a fisiologia e replicar o equilíbrio constante do corpo entre os açúcares ingeridos e a utilização desses açúcares pelas células, através da ação da insulina, tendo em conta o gasto de energia que se tem ao efetuar qualquer tipo de exercício.

Esta iniciativa conta com a colaboração da DIABENTEJO – Associação dos Diabéticos Alentejanos e com o apoio do ABBOTT, da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) e da Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo.

Investigação com resultados promissores
O Consórcio que integra o iBET - Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica, liderado pela Profª Paula Alves, acaba de...

“Foi com grande entusiasmo que recebemos os primeiros resultados clínicos dos pacientes injetados com células estaminais cardíacas no ensaio clinico CARE-MI. Estes resultados de 12 meses de follow-up poderão ajudar a compreender o verdadeiro potencial desta terapia celular junto de milhares de pessoas que sofrem enfarte do miocárdio e insuficiência cardíaca, duas das principais causas de mortalidade nos países desenvolvidos”, refere Paula Alves, CEO do iBET e investigadora principal do iBET no CARE-MI.

Após a infusão com as células estaminais cardíacas, os 55 pacientes que estão envolvidos no ensaio clínico têm vindo a ser acompanhados durante este último ano, com uma avaliação mensal durante o primeiro semestre e trimestral na última metade do ano.

Os resultados agora obtidos são extremamente promissores, não tendo sido registados quaisquer efeitos adversos ou de rejeição nos pacientes.

O principal foco deste ensaio de fase I/II recaiu na segurança e viabilidade do uso deste tipo de células, no entanto, foi igualmente possível observar no sub-grupo de maior risco (pior prognóstico) uma regeneração muito significativa do músculo cardíaco. Estes resultados abrem caminho a um estudo e acompanhamento mais dirigido deste tipo de pacientes e reforçam a expectativa de que a terapia com células estaminais cardíacas humanas se pode tornar numa terapia inovadora e mais eficaz para este tipo de doentes cardíacos.

“Estes resultados clínicos não só abrem portas para novos estudos em grupos mais específicos de doentes, como reforçam as nossas expectativas de que esta terapia reúne as condições necessárias para avançar para comercialização porque é económica e logisticamente viável, estará amplamente disponível para aplicação e será também compatível com os padrões atuais de tratamento clínico e, por isso, de fácil aplicação”, sublinha a investigadora.

Relatório revela
Um novo relatório da ONU antevê que a atual população mundial de 7,6 mil milhões atinja os 9,8 mil milhões em 2050 e os 11,2...

O relatório apresentado pelo Departamento dos Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas indicou que a população mundial ganha, todos os anos, 83 milhões de pessoas.

"Atualmente, temos uma população estimada em 7,6 mil milhões e a nossa projeção até 2100 é que a população atinja os 11,2 mil milhões. A grande parte do crescimento vai ser em África, por causa, mais que tudo, dos níveis de fertilidade. Vários países africanos têm uma fertilidade relativamente alta e o processo dentro da projeção prevê que a população irá continuar a aumentar”, disse o chefe da unidade de estimativas populacionais e projeções do Departamento dos Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas, François Pelletier, numa entrevista à ONU News.

Ainda no campo da fertilidade, segundo o Sapo, o relatório foca o caso do Brasil que está entre os 10 países que registaram a menor fertilidade em relação ao nível de reposição no período entre 2010 e 2015.

Segundo as novas projeções da ONU, a população da Índia deve superar a da China em sete anos, ou seja, em 2024. Atualmente, a Índia tem 1,3 mil milhões de pessoas e a China uma população de 1,4 mil milhões.

Entre os 83 países que representam 46% da população mundial estão: China, Estados Unidos, Rússia, Japão, Vietname, Alemanha, Irão, Tailândia e Reino Unido.

O documento estima também que entre 2017 e 2050 metade da taxa de crescimento da população ocorra em nove países: Índia, Nigéria, República Democrática do Congo, Paquistão, Etiópia, Tanzânia, Estados Unidos, Uganda e Indonésia.

Artigo de Opinião
O ideal profissional do médico terá de ser sempre verdadeiro, baseado no sigilo, na lei e no cumprim

Através das várias gerações Humanas muitos conceitos mudaram, porém a Verdade é apenas uma só e jamais mudará ao longo dos séculos, fazendo do Dever uma obrigação própria das pessoas livres, iguais e puras.

Jacques de Molay foi morto, como um santo, pela Verdade martirizado. Mas a palavra Verdade não desapareceu.

O Homem de bons costumes deve manter sempre como pilar da sua missão a força suficiente para obter a Vitória da Verdade no comando da sua vida.

Sem dúvida que a Verdade e a Justiça representam valores que a Humanidade tem de manter e defender para conseguir obter a permanente integridade que se exige numa sociedade de Direito.

Não há fracos, nem humildes, não há fortes nem vitoriosos que impeçam que o triunfo da Verdade impere sobre a mentira.

O poder que é transmitido ao Homem vincula-o a uma obrigação que por maiores que sejam os obstáculos, os sacrifício, as dificuldades, as barreiras politicas, religiosas, morais ou sociais não conseguiram abater a Moral e a Virtude que leva a enterrar os Vícios.

É através do caráter, da serenidade e do saber que o médico suportado pelo conhecimento da ciência, pela justiça e pela inflexibilidade cumprirá os seus deveres, agindo sempre com bondade e inteligência na transmissão da Verdade aos seus doentes.

O ideal profissional do médico terá de ser sempre verdadeiro, baseado no sigilo, na lei e no cumprimento das boas práticas cuja experiência e arte de bem fazer terá de respeitar sempre a intimidade e a personalidade da natureza humana.

É com base no sentimento profundo da Vida Humana, no verdadeiro lugar que o Homem ocupa no Universo, na suprema interiorização dos problemas mais sérios vivenciados pelos doentes que a nobre missão do médico se diferencia e o vincula a transmitir uma mensagem inesperada, cujo impacto negativo gerado no paciente não pode ser previamente avaliado, nem muito menos previsto, pelo que o profissional médico tem o dever de revelar o diagnóstico de uma doença grave de forma suave, com carinho, respeito e de forma entendível e perfeita.

Todas as justificações são possíveis e permitidas para minimizar o desgosto, a tristeza e o desejo de viver sem oprimir a esperança e sem gerar revolta, levando o paciente a aceitar e a resignar-se sem ficar desorientado abrindo-lhe uma porta que seja suficientemente clara e precisa, cujo princípio não é apenas o fim, mas a continuidade justificada de um limite para a nossa passagem efémera no mundo terrestre, cuja continuidade não acaba mas se transforma noutra vivência complementar em que a missão não termina, apenas muda.

O ato médico de transmissão da mensagem não pode ser impessoal, mas solidário cuja arte de bem compreender o doente e a doença o farão adaptar as exigências, às coisas e às circunstâncias de acordo com as necessidades do momento, fazendo a comunicação das suas decisões clínicas de forma a imprimir o cunho da proteção, da fraternidade, sem descurar a razão e a moral prestando um serviço precioso proclamado no respeito dos Direitos Humanos e nos Direitos do Doente que tem de ser esclarecido de forma precisa, livre e completa, cuja particularidade será baseada nos factos verdadeiros sem comprometer a devida recompensa em outro mundo para além deste.

Em suma, a Verdade é só uma, todavia a forma como a transmitimos deve ser feita com arte,  com rigor, com positividade e sem falhas de ciência ou humanidade.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
“Valor em Saúde: O Caso do VIH/ SIDA”
Estudo da Escola Nacional de Saúde Pública identifica os principais constrangimentos na retenção dos doentes VIH/ SIDA e...

A Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa (ENSP-NOVA) apresenta esta quinta-feira as conclusões de um estudo que pretende, em primeiro lugar, identificar as barreiras existentes na deteção, referenciação e retenção dos doentes VIH no Sistema de Saúde, tendo como ponto de partida a chamada cascata do tratamento do VIH da OMS: ter 90% dos doentes diagnosticados, destes, 90% estarem em tratamento e, dentro destes, 90% terem uma carga viral indetetável.

Julian Perelman, Coordenador do estudo, explica que “segundo os últimos dados disponíveis, Portugal atingiu até agora apenas o primeiro 90 o que evidencia a deficiente capacidade do sistema em dirigir para tratamento e supressão viral os doentes que estão já diagnosticados”.

Este estudo identifica, em segundo lugar, a partir da opinião de um grupo de peritos, cujas intervenções são pertinentes para o contexto nacional, uma série de propostas para melhorar a adesão e a retenção do doente de VIH e, consequentemente, potenciar o controlo da infeção em Portugal.

Barreiras
No mapeamento do Percurso do Doente com VIH/ SIDA em Portugal foram identificados os principais constrangimentos nas três fases iniciais: deteção, referenciação e retenção. A falta de literacia em saúde, a falta de capacidade financeira, a informação inadequada, a falta da capacidade dos serviços em termos de recursos humanos e qualificação e ainda o desequilíbrio geográfico e financeiro na oferta de cuidados de saúde para o VIH são algumas das barreiras identificadas.

Propostas
Na sequência da análise efetuada por este estudo, a partir da opinião de peritos nacionais, surgem 37 propostas que visam eliminar as barreiras identificadas no percurso do doente e ainda potenciar a retenção das pessoas infetada no sistema. Destaca-se, nesta lista, a criação de uma equipa multidisciplinar do hospital ou da comunidade que possa avaliar e gerir as necessidades clínicas e sociais, fomentando a colaboração entre os diferentes prestadores de cuidados e apoio social e, para as pessoas com maiores necessidades, a criação da figura do gestor de caso que acompanhe diretamente o doente no seu percurso, através de planos individualizados desenhados em colaboração com o doente, desde o momento do teste reativo até à supressão da carga viral. As outras propostas apresentadas neste estudo poderão ser consultadas na íntegra no site da ENSP-NOVA. Adicionalmente, o estudo defende que é necessário efetuar um mapeamento e levantamento pelos hospitais de todos os recursos existentes nas comunidades e ainda uma maior utilização das potencialidades das novas tecnologias de informação para conseguir chegar aos mais jovens, aos trabalhadores do sexo e aos homens que fazem sexo com homens.

Enquadramento
Existe a forte evidência na literatura que o tratamento atempado do VIH permite aumentar a qualidade de vida e esperança média de vida dos doentes, a utilização de tratamentos menos agressivos, e reduz a transmissão da infeção. Contudo, é sabido que a entrada atempada no sistema está longe de acontecer para muitos doentes: uma proporção de doentes não é diagnosticada e desconhece o seu estado, dentro dos diagnosticados, muitos não são referenciados para tratamento, destes uma proporção importante desiste dos tratamentos e dos que continuam em tratamento, menos de metade atinge uma carga viral indetetável. A “cascata do tratamento” não é, por isso, suficiente para controlar o VIH impondo-se uma maior atenção às dimensões sociais, económicas e organizacionais do tratamento.

O 4º 90
O evento conta ainda com a apresentação dos resultados de um grupo focal de peritos que vem acrescentar uma quarta dimensão a estes objetivos, e que passa por procurar alcançar a meta de 90% de doentes com VIH/SIDA controlados, com um nível satisfatório de bem-estar físico, psíquico e social: o 4º 90.

Os primeiros três 90 procuram dar resposta a um problema de saúde pública. Já o 4º 90 procura responder ao passo seguinte, isto é, a avaliação dos resultados em saúde, espelhando a forma como o sistema está organizado para dar essa resposta.

Segundo os especialistas, para medir o 4º 90 é importante definir o que é (falta de) qualidade de vida e existem diversos instrumentos como a avaliação de comorbilidades, o Stigma Index ou questionários de satisfação dos doentes com os cuidados prestados, capacitando-os para a autoavaliação.

Importa monitorizar as comorbilidades, a qualidade de vida percecionada pelo doente e a organização dos serviços (intra e extra-hospitalar) e tentar encontrar uma matriz para este indicador é o passo seguinte para o tratamento destes doentes.

23 de junho - Dia Internacional do Síndrome de Dravet
Para dar a conhecer o Síndrome, a associação DRAVET PORTUGAL lança no dia internacional uma campanha de divulgação e vários...

A propósito do Dia Internacional do Síndrome de Dravet, que se assinala a 23 de junho, a DRAVET PORTUGAL apresenta uma campanha de divulgação e sensibilização para o Síndrome de Dravet. Trata-se de uma campanha que tem como objetivo dar a conhecer a doença mas, principalmente, apelar a que todos os familiares dos pacientes com este Síndrome entrem em contacto com a DRAVET PORTUGAL.

Patrícia Fonseca, presidente da DRAVET PORTUGAL explica: “ É muito importante que os pacientes com Síndrome de Dravet e as suas famílias se deem a conhecer e estejam conscientes de que têm, individualmente, um papel a desempenhar na construção das soluções para esta doença rara. Na verdade, sem informação, sem dados, a investigação não pode avançar de forma célere e eficaz. É, sem dúvida, urgente conhecer os 84% dos doentes que estimamos existirem e que não estão identificados pela DRAVET PORTUGAL”.

Em Portugal, calcula-se que possam existir cerca de 450 pessoas com esta patologia, estimando-se uma incidência 1 para 22.000 nascimentos. A falta de informação, o desconhecimento da doença e os sintomas semelhantes a outras epilepsias podem induzir a um diagnóstico errado e, consequentemente, à prescrição de terapêuticas contraindicadas e fatais para o doente.

Desta forma, uma das grandes dificuldades que os pais de crianças e jovens com Síndrome de Dravet enfrentam é o desconhecimento e o difícil acesso ao diagnóstico correto. Neste contexto, a DRAVET PORTUGAL pretende criar uma rede de informação que suporte e interligue as famílias, identifique os pacientes, garanta o correto diagnóstico e dê acesso ao conhecimento e investigação que se tem vindo a adquirir.

“As ações de sensibilização, o apoio à investigação científica e ao desenvolvimento de novos fármacos são algumas das ações que desenvolvemos com vista a ajudar os pacientes com SD. Mas só conhecendo estas famílias poderemos partilhar todo o trabalho que está em curso e dar conta das últimas novidades na área, daí ser tão importante esta identificação” comenta Patrícia Fonseca.

Para sensibilizar para esta causa e assinalar o Dia Internacional do Síndrome Dravet no final do 23 de Junho serão iluminados de roxo, cor associada ao Síndrome de Dravet, alguns monumentos portugueses, nomeadamente: o Cristo Rei, o Castelo dos Mouros, a Antena de Monsanto da PT, a Torre Vasco da Gama do hotel Myriad Sana e o Hotel Marquês de Pombal, em Lisboa; o Castelo de Leiria, a Casa d'Artes e Ofícios de Viseu e também a Câmara Municipal de Beja. Esta campanha conta ainda com o apoio da Delta Cafés que se associa através da divulgação do Síndrome de Dravet nas plataformas online (website e redes sociais).

Sobre o Síndrome de Dravet
O Síndrome de Dravet manifesta-se no primeiro ano de vida, é frequentemente confundido com convulsões febris ou com outras epilepsias e regista uma maior incidência de morte súbita inesperada na epilepsia (SUDEP) - 15% das crianças morre antes de atingir a adolescência. Cada criança pode registar múltiplas convulsões por dia, com duração variável (de 1 minuto até várias horas ou até entrar em coma), quer acordada quer durante o sono. A vertente epilética da doença é acompanhada por défices cognitivos, problemas motores, de comunicação e de comportamento. O acompanhamento de um paciente com Síndrome de Dravet é permanente, 24h/dia, e para toda a vida.

O Síndrome de Dravet está associado a mutações no gene SCN1A que impedem a produção da proteína responsável pela construção dos canais de sódio nos neurónios e o correto funcionamento cerebral. A mutação deste gene tem sido verificada em cerca de 80% dos pacientes e, até à atualidade, já foram descritas mais de 1200 mutações diferentes em pessoas com SD. A maioria das mutações não têm histórico na família, acontecem pela primeira vez (resultam de uma mutação de um ou mais genes durante a gestação do feto), verificando-se apenas um registo de mutações familiares de 5 a 10%.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Quinze regiões do continente apresentam hoje risco ‘extremo’ de exposição à radiação ultravioleta, enquanto o resto do país...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em risco ‘extremo’ estão as regiões de Beja, Bragança, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Penhas Douradas, Leiria, Lisboa, Portalegre, Setúbal, Sines, Vila Real, Funchal e Porto Santo (Madeira).

As regiões de Aveiro, Braga, Castelo Branco, Porto, Santarém, Viana do Castelo, Viseu, Ponta Delgada (ilha de São Miguel, Açores),Angra do Heroísmo (Terceira) e Horta (Faial) estão com níveis ‘muito elevados’.

Santa Cruz das Flores (lha das Flores, Açores) apresenta hoje risco ‘baixo’ de exposição à radiação ultravioleta (UV).

Para as regiões com risco 'muito elevado' e 'elevado', o Instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando-se geralmente muito nublado no litoral oeste até final da manhã, com possibilidade de ocorrência de chuva fraca ou chuvisco a norte do Cabo Carvoeiro, vento fraco, soprando moderado durante a tarde, de noroeste no litoral oeste e nas terras altas e de sudoeste na costa sul do Algarve.

A previsão aponta ainda para neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais, em especial da faixa costeira ocidental, pequena descida da temperatura mínima e da máxima nas regiões Norte e Centro.

Quanto às temperaturas, em Lisboa vão oscilar entre 17 e 27, no Porto entre 16 e 23, em Leiria entre 16 e 24, em Santarém entre 16 e 29, em Coimbra entre 16 e 26, em Vila Real entre 15 e 28, em Viseu entre 13 e 27, em Bragança entre 18 e 33, na Guarda entre 14 e 28, em Castelo Branco entre 18 e 33, em Portalegre entre 17 e 31, em Évora entre 16 e 34, em Beja entre 16 e 33 e em Faro entre 18 e 29.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Os concelhos de Pedrógão Grande, distrito de Leiria, e Góis, em Coimbra, que continuam hoje com fogos ativos, estão em risco ...

De acordo com informação disponível na página do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) da Internet, os concelhos de Pedrógão Grande e Castanheira de Pera (afetados por um incêndio que causou 64 mortos), no distrito de Leiria, e Góis, em Coimbra, estão hoje em risco ‘elevado' de incêndio.

Depois de ter provocado 64 mortos e mais de 200 feridos, o fogo em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, encontra-se dominado desde a tarde de quarta-feira, e o incêndio de Góis, em Coimbra, estava hoje de madrugada com uma frente ativa.

Também hoje em risco ‘elevado’ de incêndio estão os concelhos de Alvaiázere e Figueiró dos Vinhos, em Leiria, e Pampilhosa da Serra, em Coimbra.

Estes municípios fazem parte da uma lista de concelhos que apresentam durante o dia de hoje em Portugal Continental um risco de incêndio.

Segundo o IPMA, em risco ‘máximo de incêndio estão os concelhos de Gavião e Nisa (Portalegre), Vila Velha de Ródão, Penamacor e Proença-a-Nova (Castelo Branco), Mação (Santarém), Sabugal, Pinhel, Trancoso, Meda, Figueira de Castelo Rodrigo e Vila Nova de Foz Coa (Guarda).

Também os concelhos de Sernancelhe, Tabuaço, Penedono, Torre de Moncorvo, Freixo de Espada à Cinta, Alfândega da Fé, Mogadouro e Vimioso (Bragança) estão hoje em risco 'máximo' de incêndio.

O IPMA colocou ainda em risco 'muito elevado' e 'elevado' de incêndio vários concelhos dos 18 distritos de Portugal continental.

O risco de incêndio determinado pelo IPMA engloba cinco níveis, que podem variar entre ‘Reduzido’ e ‘Máximo’.

O cálculo é feito com base nos valores observados às 13:00 em cada dia relativamente à temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando-se geralmente muito nublado no litoral oeste até final da manhã, com possibilidade de ocorrência de chuva fraca ou chuvisco a norte do Cabo Carvoeiro, e vento fraco de noroeste no litoral oeste e nas terras altas e de sudoeste na costa sul do Algarve.

A previsão aponta ainda para neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais e pequena descida da temperatura mínima e da máxima nas regiões Norte e Centro.

Quanto às temperaturas, em Lisboa vão oscilar entre 17 e 27, no Porto entre 16 e 23, em Leiria entre 16 e 24, em Santarém entre 16 e 29, em Coimbra entre 16 e 26, em Vila Real entre 15 e 28, em Viseu entre 13 e 27, em Bragança entre 18 e 33, na Guarda entre 14 e 28, em Castelo Branco entre 18 e 33, em Portalegre entre 17 e 31, em Évora entre 16 e 34, em Beja entre 16 e 33 e em Faro entre 18 e 29.

Sindicato
O Governo vai tomar medidas para que os reformados dos lanifícios não tenham custos na compra dos medicamentos, salvo se...

"O compromisso que nos deixarão é o de que haverá medidas até ao dia 15 de julho", referiu em declarações, o presidente do Sindicato Têxtil da Beira Baixa (STBB), Luís Garra, que reuniu hoje e transmitiu aos reformados as conclusões da reunião realizada segunda-feira com o secretário da Saúde.

No encontro com Manuel Delgado, os representantes sindicais voltaram a colocar em cima da mesa as preocupações dos reformados dos lanifícios, designadamente a que se prende com o facto de estarem a ter custos aquando da aquisição dos medicamentos, apesar de terem descontado para ter direito a uma comparticipação total.

Uma situação que passou a verificar-se depois da alteração a uma portaria em que se, por um lado, atendeu à reivindicação para que o pagamento da comparticipação fosse feito diretamente às farmácias, por outro lado, também introduziu uma alteração que prevê que a comparticipação passe a ser feita com base no preço de referência e privilegiando os genéricos.

Segundo o sindicato, isso está a traduzir-se em custos, uma vez que sempre que o preço do medicamento ultrapassa o preço de referência é o utente que tem de pagar o valor remanescente.

"Isso não está correto porque quando descontaram, os trabalhadores fizeram-no por terem a garantia de uma comparticipação a 100%", salienta Luís Garra, referindo que por vezes as farmácias apenas têm o medicamento mais caro.

Outra das preocupações prende-se com a questão dos genéricos, sendo que representantes sindicais propuseram ao Governo que a ressalva do pagamento só seja aplicada caso o médico não indique expressamente que o medicamento indicado para o utente é o de marca.

Nessa matéria o sindicalista não encontrou muita abertura por parte do governante, que só se comprometeu a pensar sobre a questão.

Por outro lado, Manuel Delgado prometeu que irá analisar a situação dos reembolsos que estão em atraso desde que as alterações à portaria foram introduzidas, bem como os dos que dizendo respeito a receitas anteriores às alterações foram realizados posteriormente e aplicando a regra do preço de referência.

Perante os compromissos assumidos, decidimos que iremos aguardar para ver quais as medidas que são tomadas e o conteúdo das mesmas. Se não concordarmos com elas, não será pelo facto de estarmos em julho, em período de férias, que nós desistiremos de lutar", garantiu.

Estudo
Uma equipa de investigadores concluiu que uma proteína que se acumula nas células do cérebro de doentes com Parkinson pode...

Os cientistas não conseguiram, contudo, perceber qual a relação desta possível resposta imunitária com a doença neurodegenerativa de Parkinson: se está na origem da patologia ou se contribui para a morte das células cerebrais (neurónios) e o agravamento dos sintomas da doença.

A investigação, citada em comunicado pela universidade norte-americana de Columbia, que nela participa, foi publicada na revista científica Nature.

De acordo com o estudo, dois fragmentos de alfa-sinucleína, uma proteína que se acumula nos neurónios de doentes de Parkinson, "podem ativar as células T [linfócitos] envolvidas em ataques autoimunes". Neste caso, estas células atacam o organismo em vez de protegê-lo de agentes agressores.

Um dos coordenadores do trabalho, Alessandro Sette, professor no Instituto de Alergia e Imunologia de La Jolla, nos Estados Unidos, ressalva, no entanto, que "resta saber se a resposta imunitária à alfa-sinucleína é a causa inicial da doença de Parkinson ou se contribui para a morte neuronal e o agravamento dos sintomas após o aparecimento da doença".

Para os cientistas, a identificação desta resposta imunitária "aumenta a possibilidade de a morte dos neurónios" em doentes de Parkinson "poder ser evitada por tratamentos que refreiem essa resposta imunitária".

A equipa de investigadores expôs amostras de sangue de 67 doentes de Parkinson e de 36 pessoas com a mesma idade dos doentes, mas saudáveis, a fragmentos de alfa-sinucleína e de outras proteínas detetáveis nos neurónios.

Posteriormente, analisou as amostras para determinar que proteína desencadeava a ativação das células T e observou pouca atividade das células imunitárias no grupo de pessoas saudáveis, ao contrário da verificada nos doentes de Parkinson.

Em particular, a resposta imunitária nos doentes de Parkinson pode estar associada a uma variante de um gene.

O estudo levanta a hipótese de a autoimunidade surgir na doença de Parkinson - caracterizada por tremores e descoordenação de movimentos - quando os neurónios já não são capazes de se livrar da acumulação da proteína alfa-sinucleína.

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra antecipa, amanhã (22 de junho), a celebração do Dia Mundial dos Avós, ao promover...

Com início às 14h30 e encerramento às 17h00, a iniciativa, no Polo A da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), começa com uma mesa-redonda onde serão apresentados os temas “Avó/Avô: a distância e os laços de ternura” (por Teresa Calvário, professora aposentada da ESEnfC) e “A lei e a proteção dos afetos” (pelas docentes na Faculdade de Direito de Coimbra e especialistas em Ciências Jurídico-Civilísticas, Rosa Cândido Martins e Paula Távora Vítor).

Segue-se (16h00) um momento musical pelo Grupo de Cordas do Programa Escola de Educação Sénior da Escola Superior de Educação de Coimbra.

O programa de atividades termina com um lanche oferecido aos utentes das instituições de apoio a pessoas idosas que acolhem estudantes da ESEnfC em ensino clínico e que foram convidados para a sessão comemorativa.

A exemplo dos anos anteriores, a sessão comemorativa do Dia dos Avós (que tradicionalmente se assinala a 26 de julho) é feita mais cedo, com o objetivo de envolver estudantes do curso de licenciatura em Enfermagem.

Esta iniciativa é organizada pela Unidade Científico-Pedagógica de Enfermagem do Idoso, da ESEnfC.

Curso de Medicina
O bastonário da Ordem dos Médicos defendeu hoje a adequação do 'numerus clausus' para medicina “às capacidades...

Miguel Guimarães pronunciou-se, desta forma, sobre o final do concurso de acesso a uma especialidade médica, o qual deixou de fora 347 médicos que não conseguiram ter acesso a uma especialidade por falta de vaga.

Segundo nota da Ordem dos Médicos, este organismo “apresentou o maior mapa de capacidades formativas de sempre (1.761 capacidades formativas)”.

O bastonário considera que “a criação de um grupo de médicos sem especialidade é prejudicial para os médicos e suas famílias, que veem defraudadas as suas expectativas, para o Estado português, que investe milhões de euros na sua formação sem a devida continuidade, e para o sistema de saúde, que pode ser afetado pela diminuição da qualidade da Medicina com prejuízo para os doentes”.

A Ordem dos Médicos manifesta-se “profundamente preocupada com esta situação e já o manifestou de forma reiterada aos ministros da saúde e da educação”, lê-se na nota.

Miguel Guimarães considera mesmo que “não é possível, com o capital humano e as condições de trabalho atuais, manter a qualidade da formação dos nossos jovens especialistas, uma das melhores a nível internacional, e simultaneamente conseguir vagas para todos os candidatos”.

“É imperioso que se corrijam as deficiências existentes atualmente no Serviço Nacional de Saúde (SNS), quer em capital humano quer em estruturas físicas, equipamentos, materiais e dispositivos, e simultaneamente se melhorem as condições de trabalho”, adianta Miguel Guimarães.

Para o bastonário, “a contratação dos médicos em falta no SNS permitiria aumentar de forma significativa as idoneidades e capacidades formativas e consequentemente o número de vagas”.

“Atualmente, o SNS tem uma relação de menos de dois especialistas para um interno, o que demonstra de forma objetiva a completa saturação do sistema em termos de formação”.

A Ordem defende ainda que o Ministério da Saúde crie “as condições necessárias, nomeadamente ao nível da carreira médica, para que seja possível aumentar a capacidade de formação no sector público e no sector privado”.

Hoje, o ministro da Saúde anunciou na Comissão Parlamentar de Saúde a abertura do concurso para assistentes graduados seniores e consultores, classificação que a tutela acredita motivar os profissionais mais velhos e com maior formação para permanecerem no SNS.

Para o ministro, os concursos deverão ser abertos até setembro e deverão evitar “o que está a acontecer”, que é a saída de médicos para o setor privado, as reformas e a emigração destes profissionais.

A medida deverá ter, segundo o governante, outra consequência: levar a Ordem dos Médicos a ponderar o alargamento das vagas para a sua especialização, tendo em conta que este ano voltaram a ser insuficientes, deixando de fora 347 jovens clínicos.

Góis
O incêndio que lavra desde sábado em Góis provocou 18 feridos, todos eles ligeiros, disse aos jornalistas o comandante das...

Num ponto de situação feito às 15:00, no posto de comando junto à aldeia de Cadafaz, Carlos Tavares explicou que houve "16 intoxicações pontuais por fumo", resolvidas no posto do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) instalado em Góis. Também um popular e um bombeiro tiveram de ser transportados para hospitais, tendo o último sofrido uma entorse no pé.

No que respeita aos intoxicados, a maior parte deles são civis que estavam a sentir "algumas dificuldades respiratórias".

"Os civis já estavam retirados [das aldeias evacuadas] e estavam quer em Góis quer em Pampilhosa da Serra e necessitavam de assistência porque são pessoas com alguma idade", referiu.

Carlos Tavares informou ainda que só regressaram a casa habitantes de três aldeias: Sobral Bendito, Cabreira e Cadafaz.

"As pessoas estão bem, estão a ser assistidas quer pelo gabinete de ação social de Pampilhosa da Serra, quer de Góis, e não vamos arriscar enquanto houver instabilidade no terreno que provoque grandes reativações", afirmou.

Segundo o responsável, se no final do dia houver condições, estas pessoas "vão regressar tranquilamente a casa".

Ao todo são 150 as pessoas deslocadas das suas aldeias, quer em Pampilhosa da Serra quer em Góis, que estão aos cuidados da ação social dos respetivos municípios.

Cerca das 15:00 o incêndio de Góis mantinha duas frentes ativas com alguns reacendimentos, "que arrancam com violência porque está muito calor e algum vento a ajudar".

"Temos uma frente perto do posto de comando, viradas à Pampilhosa da Serra, e outra mais pequena virada também ao concelho de Pampilhosa da Serra, mas mais a sul, na zona de Amoreira", disse.

O objetivo continua a ser "dominar o incêndio até final do dia".

Pedrógão Grande
Centenas de voluntários e centenas de toneladas de bens oferecidos transformaram o quartel de bombeiros de Pedrógão Grande numa...

"Recebemos aqui muitas ofertas, não vou nomear nenhuma pessoa em especial", disse Carlos David, presidente da direção dos Bombeiros de Pedrógão Grande, agradecendo a enorme quantidade de bens, cujas toneladas "vão superar os três dígitos".

"Nós, bombeiros, não queremos nada para nós, queremos é acudir às pessoas que estão em sofrimento, às famílias que perderam familiares. Os bombeiros sentem esse peso", diz, acrescentando: "Nós também estamos em sofrimento".

A quantidade de ofertas tem sido "fantástica" e superou as expectativas. "Estamos também a colaborar com as instituições e solidariedade social aqui à volta", que "estão de portas abertas a acolher" as pessoas retiradas das aldeias, explica Carlos David, salientando: "Estamos a trabalhar diretamente com eles para lhes fazer chegar todos os bens de que necessitam".

No entanto, admite que ainda existem problemas. "É evidente que sei que há bombeiros no terreno que não comeram", mas "nós não conseguimos chegar" a todo o lado e "são zonas muito difíceis de acesso".

Do quartel, cujas garagens ficaram transformadas num imenso centro logístico de refeições, sandes, com dezenas de paletes com águas, leite, pão, fruta, sumos, roupa e outros bens, saíram produtos para alimentar e acudir a bombeiros e populações dos concelhos vizinhos, incluindo Góis, onde lavra um outro incêndio de grandes dimensões.

A mão-de-obra improvisada é composta por voluntários de vários pontos do país e tudo o que é oferecido é acondicionado, promete o presidente da direção dos bombeiros.

"Temos material que está armazenado em câmaras frigorifica" e "se não consumimos fazemos a passagem dos bens para as instituições" que distribuem às pessoas.

"Nós não deixamos estragar nada. As frutas estão armazenadas em frio" e a "nossa preocupação é não deixar estragar nada", promete Carlos David, acrescentando: "Os donativos que nos estão a dar estão todos a ser bem empregues".

Defronte do quartel, está a cozinha de campanha dos fuzileiros para alimentar os operacionais e todos os que procuram uma comida quente.

Filipe Afonso é cabo e um dos responsáveis da equipa de 15 pessoas, entre cozinheiros e ajudantes. "Tem sido um bocado de trabalho mas é gratificante ao mesmo tempo", diz.

A expectativa era servir 1.500 refeições diárias, mas o número chega às 2.500. "Tivemos de reforçar e pedir mais bens. Vamos servir o que for preciso", explica.

Especialistas alertam
É preciso prevenir, mas também é importante saber reagir e apoiar os familiares e amigos das vítimas, alertam especialistas.

O bastonário da Ordem dos Psicólogos defendeu na terça-feira que a recuperação emocional das vítimas de catástrofes, como o incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande, exige uma intervenção "num tempo muito curto" após a tragédia.

"São experiências muito marcantes", que podem "deixar problemas para o futuro" e contribuir para a existência de perturbações de carácter psicopatológico, como depressão, uso de substâncias ou stress pós-traumático, advertiu Francisco Miranda Rodrigues.

Para prevenir estas situações, é essencial uma intervenção "num tempo muito curto após a tragédia" para que haja "uma recuperação no futuro o mais adaptado possível", mas também é fundamental um acompanhamento a longo-prazo, escreve o jornal Público.

"É preciso antes de mais fazer uma estabilização inicial, nomeadamente a nível emocional", para reduzir os sintomas que as pessoas estão a sentir naquele momento, explicou o bastonário.

Também é "muito importante" apoiar, acalmar e dar a estas pessoas "uma sensação de maior segurança" e fazer "uma conexão à rede de suporte social".

Por vezes, também é preciso "treinar estas pessoas sobre como podem procurar ajuda e suporte". "Muitas destas pessoas, nomeadamente os idosos, estão muito mais habituados a cuidar dos outros e estas situações acabam por apelar para algo que não estão muito habituados, que é pedir ajuda", explicou Francisco Miranda Rodrigues.

O trabalho junto da comunidade também é essencial: "Quanto mais acreditarem que são capazes de lidar com as tarefas que agora têm pela frente, maior será a possibilidade de se readaptarem e se reabilitarem para uma nova fase e voltarem o melhor possível às suas vidas, que será necessariamente diferente".

Há estudos que indicam que por cada vítima física em situações de catástrofe existem quatro a dez com necessidade de intervenção psicológica, indicou.

O antropólogo Francisco Oneto Nunes afirmou que é surpreendente "a capacidade de recuperação e a vontade" das pessoas, havendo "renascimentos absolutamente notáveis". Contudo, há casos em que "infelizmente isso não acontecerá".

Para o investigador, o "fator decisivo" para as pessoas conseguirem "recuperar as suas vidas" e "processar e assimilar estes eventos" é o "tipo de apoio" que "poderão ou não beneficiar", um domínio que "é sempre mais problemático".

"Nós vimos nesta situação a quantidade de pessoas que enviou genuína e graciosamente alimentos, bebidas, mas é preciso muito mais", defendeu o investigador do Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA) e do Departamento de Antropologia do ISCTE.

Além do apoio das entidades oficiais deve haver "estruturas capazes de apoiar as pessoas nestas situações" e que consigam "produzir ideias conducentes a uma política de gestão de território, a uma política de administração silvícola e florestal radicalmente diferente" da que existe atualmente.

"É preciso sair da lógica do culto desmesurado do dinheiro, do progresso, do crescimento como salvação para tudo, que depois no domínio da floresta tem esta consequência trágica que é quase como termos barris de pólvora prontos a explodir", salientou Oneto Nunes.

Para o investigador, "é urgente" mudar este paradigma para "prevenir estas desgraças". Mas, ao acontecerem, "as entidades públicas têm de assegurar que [as vítimas] vão ter "todos os apoios que vão necessitar", tanto formais, legais, jurídicos, mas também o apoio humano, a mão amiga, o apoio psicológico.

"Muitas destas pessoas não têm rigorosamente nada em termos materiais para se poderem levantar e poderem renascer. Muitas delas perderam tudo", elucidou.

O incêndio que deflagrou no sábado à tarde em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 150 feridos.

Páginas