Doentes com cancro
O presidente da República promulgou o diploma que cria e regula o Registo Oncológico Nacional, segundo uma nota publicada na...

Na nota publicada na página na Presidência da República enumeram-se as dúvidas levantadas, que em alguns casos já tinham também sido “relevadas pela Comissão Nacional de Proteção de Dados” (CNPD).

Entre elas estão: “o risco de identificação desnecessária dos titulares de dados pessoais, em certas situações em que haveria solução técnica para o evitar; a insuficiente segmentação de tipos de utilizadores da base de dados e de titulares de acesso à informação; a falta de autorização prévia da CNPD para articulação do novo registo com outras bases de dados; o contraste entre o prazo de 100 anos para a conservação de dados e o de 15 anos para a manutenção do anonimato”.

Ainda assim, o Presidente da República promulgou o diploma.

“Apesar destas questões e atendendo quer à relevância global do Registo, quer a considerações de saúde pública pertinentes, quer, finalmente, à unanimidade parlamentar sobre a matéria, o Presidente da República promulgou o diploma que cria e regula o Registo Oncológico Nacional”, conclui a nota.

Em janeiro, numa audição parlamentar no grupo de trabalho sobre a proposta de lei do Registo Oncológico Nacional, a presidente da CNPD explicou que as cautelas a aplicar a uma base de dados de doentes com cancro se prendem com o risco de discriminação a que esses utentes podiam ser sujeitos se fossem identificados, sugerindo aos deputados o uso de um algoritmo ou um código que mascare o número de utente e o número de processo para impedir a identificação do doente.

No final de 2016, o presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), Vítor Veloso, disse estar preocupado com o Registo Nacional Oncológico, por poder vir a servir para “uma devassa da privacidade” dos doentes.

Na mesma altura o coordenador do Programa Nacional das Doenças Oncológicas garantiu que os bancos e as seguradoras não terão acesso ao registo e que se tal acontecesse seria um crime.

Doença genérica
Também conhecida como anemia de células falciformes, a Drepanocitose é uma doença genética, sem cura

A drepanocitose, também conhecida por anemia das células falciformes, é uma doença hereditária associada à produção anómala da molécula de hemoglobina, a chamada hemoglobina S.

A drepanocitose é mais frequente em indivíduos descendentes ou originários de países da região de África subsariana. Este diferencial de distribuição dos indivíduos afectados pela drepanocitose é explicado pela protecção que a presença de hemoglobina S confere contra a malária. Estima-se que esta doença afecte cerca de 4 a 5 milhões de pessoas em todo o mundo.

Sendo uma doença recessiva, esta só se manifesta na sua plenitude se o indivíduo herdar a alteração genética tanto do pai como da mãe.

Existem ainda pessoas que têm o chamado traço drepanocítico, ou seja, que herdaram a alteração genética só de um progenitor, sendo que do outro receberam o gene “normal” da hemoglobina.

As pessoas com traço drepanocítico têm uma variabilidade quanto às manifestações de doença, apresentado habitualmente uma ligeira anemia, sem outras manifestações de doença. Estes indivíduos têm, no entanto, de ser vigiados uma vez que, em algumas circunstâncias, podem desencadear sintomas idênticos aos das pessoas com a doença (sobretudo em contexto cirúrgico, requerendo especial atenção quando são operadas).

As pessoas com traço drepanocítico são também apelidadas de “portadoras”, podendo transmitir a alteração genética à descendência.

A hemoglobina é transportada no interior dos glóbulos vermelhos, responsáveis pelo transporte de oxigénio dos pulmões para os tecidos. No caso da presença de hemoglobina S, esta apresenta uma estrutura diferente do normal, que confere uma rigidez anormal ao glóbulo vermelho, dificultando a sua passagem dentro dos vasos sanguíneos de menor calibre (os capilares).

Consequentemente, os glóbulos vermelhos são mais susceptíveis a serem destruídos ao passarem pelos capilares, sendo esse o motivo pelo qual os indivíduos com drepanocitose sofrem de anemia.

Os glóbulos vermelhos, sendo menos flexíveis, terão tendência a provocar obstruções/oclusões dos pequenos vasos, presentes no interior de tecidos como os músculos, o baço, os ossos, os pulmões e o cérebro, sendo estes territórios os mais atingidos pelo fenómeno que se chama de vaso-oclusão. Este fenómeno é agravado em várias circunstâncias físico-químicas, sendo mais comum no contexto de infecção, exercício físico intenso, desidratação e alterações drásticas da temperatura corporal.

A oclusão dos capilares provoca dor recorrente, chamada de crise vaso-oclusiva, obrigando frequentemente a internamento para hidratação e terapêutica para a dor. Assim, os indivíduos com drepanocitose sofrem frequentemente de episódios agudos de dor, que pode surgir em várias localizações (mais frequentemente nos membros), que os obriga a recorrer ao hospital, sendo internados para hidratação e tratamento intensivo da dor.

Ao longo do tempo, estes episódios provocam alterações a nível dos vasos sanguíneos, facilitando complicações mais graves como acidentes vasculares cerebrais (AVC), insuficiência renal, enfartes do baço, necroses ósseas e alterações da circulação pulmonar que provocam hipertensão pulmonar.

Actualmente o tratamento dos doentes com drepanocitose começa logo na infância, sendo as manifestações da doença comuns a partir dos 6 meses, tratando as crises vaso-oclusivas e tentando prevenir as complicações mais graves.

Assim, os doentes em maior risco de complicações, como o AVC, são submetidos a transfusões sanguíneas regulares, que têm como objectivo a diminuição da percentagem de hemoglobina S no sangue. Esta é uma estratégia comum ao tratamento das complicações pulmonares agudas (a chamada síndrome torácica aguda).

Nos doentes com mais sintomatologia, maior frequência de crises vaso-oclusivas ou em risco de complicações mais graves também está indicado o início de medicação que permite aumentar um subtipo de hemoglobina presente durante a vida intra-uterina e à nascença, a hemoglobina fetal, que se sabe ser protectora contra as complicações da doença. Este medicamento é a hidroxiureia.

Devido aos fenómenos de oclusão dos vasos sanguíneos do baço (enfarte esplénico), os indivíduos com drepanocitose encontram-se em maior risco de desenvolver infecções bacterianas graves, pelo que a prevenção deste fenómeno passa por fazer antibióticos de forma preventiva (profilaxia) durante a infância e a vacinação contra a pneumonia e a meningite.

Nos adultos, o objectivo é minimizar as complicações tardias da doença, como o AVC, a insuficiência renal, a hipertensão pulmonar (que pode evoluir com insuficiência cardíaca), as alterações ósseas, sendo importante uma abordagem multidisciplinar entre várias especialidades de forma a manter o suporte necessário para atrasar a evolução das sequelas da doença.

Nas últimas décadas, graças às medidas preventivas e ao melhor tratamento das complicações, foi possível prolongar a esperança média de vida (actualmente perto dos 60 anos), com qualidade, dos indivíduos com drepanocitose.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Especialista esclarece
No âmbito do ciclo de sessões práticas e informativas sobre Acidente Vascular Cerebral dirigido a cu

De que forma é que um AVC pode afetar a vida ocupacional da pessoa?

Um Acidente Vascular Cerebral (AVC) ocorre de forma súbita e tem uma recuperação com duração significativa, que dependendo de caso para caso deixará sequelas ao longo da vida do utente. Ou seja, não é uma patologia na qual a pessoa vai perdendo gradualmente as suas competências, trata-se sim de uma rutura abrupta, que provoca um momento emocionalmente delicado de perda de papéis ocupacionais.

Com a ocorrência de um AVC, a pessoa irá enfrentar a perda de competências cognitivas e/ou físicas, bem como uma alteração no seu estado emocional. Estas alterações poderão provocar dificuldades no trabalho, na gestão das finanças, nas atividades domésticas, nos cuidados pessoais, nas atividades de lazer, entre outros.

Assim sendo, uma pessoa que antes do AVC era completamente autónoma, poderá ver-se afastada das suas ocupações mais significativas; perder as suas anteriores responsabilidades, o que poderá provocar um sentimento de frustração; e depender de um cuidador.

Como é que estas alterações cognitivas e físicas podem influenciar o envolvimento em ocupações?

Antes de mais é importante compreender que o envolvimento em ocupações não depende apenas da pessoa, depende também das exigências da ocupação em si e do ambiente no qual esta se desenvolve. Quando fazemos algo, ocorre sempre a interação do que somos (pessoa), do que a tarefa exige (ocupação) e do que o ambiente proporciona (ambiente).

Por exemplo, cozinhar não depende apenas das competências cognitivas (como funções executivas e memória) e competências físicas (como força e coordenação), depende também do que a ocupação exige (neste caso, conseguir planear os ingredientes e utensílios; conseguir distinguir os vegetais; conseguir cortar frutas; reconhecer quando os alimentos estão cozinhados; entre outros) e do ambiente (neste caso, a altura da bancada da cozinha, o ruído na divisão; o apoio de um ajudante; entre outros).

Todos estes aspetos podem atuar como agentes facilitadores ou limitadores, sendo essencial que um Terapeuta Ocupacional identifique cada um deles e os adeque às necessidades da pessoa, facilitando assim o seu envolvimento ocupacional. Trata-se de equilibrar a balança pessoa-ocupação-ambiente, colocando mais ênfase num aspeto e retirando a outro.

O que é que pode ser feito para promover a ocupação após AVC?

Uma vez identificados os agentes facilitadores e limitadores, devemos aproveitar os facilitadores ao máximo e tentar encontrar estratégias para superar os limitadores.

Utilizando ainda o exemplo da cozinha: se compreendemos que a pessoa tem facilidade em memorizar os passos, podemos sugerir uma receita mais elaborada. Isto irá fazer com que a pessoa se sinta desafiada e mais realizada ao alcançar o sucesso. Já no caso de nos apercebermos que a pessoa não consegue cortar os legumes por défices ao nível da força muscular, podemos sugerir a utilização de um produto de apoio (faca adaptada e/ou tábua de corte adaptada) que facilite a tarefa. Esta é uma forma de aproveitar uma facilidade para aumentar a motivação para a ocupação e de eliminar uma dificuldade, utilizando produtos de apoio. Existem diversas graduações e adaptações que devem ser utilizadas de acordo com cada caso.

Será realmente importante promover a participação ocupacional da pessoa após AVC?

Os Seres Humanos são definidos por aquilo que fazem ao longo do seu dia e ao longo das suas vidas, por isso é que existe a ideia de que nós somos aquilo que fazemos. Eu posso ser uma professora, uma dona de casa ou uma mãe. Essas responsabilidades, esses papéis ocupacionais definem quem eu sou. É portanto crucial que qualquer pessoa (com ou sem sequelas de AVC) se envolva em ocupações que preenchem as suas necessidades e os seus desejos.

Sabe-se que o envolvimento em ocupações é essencial para a qualidade de vida e saúde de qualquer pessoa e que contribui de forma significativa para a forma como a própria e outros a veem na sociedade.

 

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Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica
Investigadores da Universidade Católica do Porto estão a desenvolver um hidrogel fluído, que gelifica no leito da ferida após a...

Este hidrogel fluído é constituído por uma proteína à base de seda - sericina - e está a ser concebido para feridas não infetadas e com pouco exsudado (fluído que é, muitas vezes, produzido no leito da ferida, prejudicial ao progresso da cicatrização), disse à Lusa Ana Leite Oliveira, investigadora da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica.

"É importante salientar que esta proteína constitui um resíduo proveniente da indústria têxtil", que é "eliminado durante o desenrolar do casulo por imersão em água quente", processo ao qual se dá o nome de "degomagem", explicou.

Para Ana Oliveira, esta possibilidade de transformar um resíduo que contamina os efluentes, como é o caso desta proteína, "num produto de alto valor acrescentado", é um dos pontos relevantes do projeto.

As feridas complexas, em particular as crónicas, são de "difícil cicatrização", o que representa "um desafio para as equipas clínicas e causa um enorme impacto na qualidade de vida dos pacientes", acrescentou.

"Este tipo de feridas pode passar por diversas etapas", adquirindo “diferentes aspetos, tamanhos e profundidades, levando o clínico a ter de improvisar, para adaptar o penso à forma e ao local da ferida já que, comercialmente, os materiais de penso têm formatos limitados", explicou.

Segundo a especialista, este conhecimento prático é essencial e, por isso, a equipa integra um clínico especialista em feridas complexas, o enfermeiro Paulo Alves, investigador no Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica, que ajuda a definir e a validar todos os parâmetros que permitem a sua aplicabilidade.

"A utilização de hidrogéis naturais no tratamento de feridas tem vindo a ser proposta devido à sua biocompatibilidade", à "capacidade de gelificação (contribuindo para a melhor oclusão de feridas e para um fácil preenchimento do defeito)" e à facilidade de incorporação de agentes terapêuticos, tais como células e biomoléculas, referiu.

De acordo com a investigadora, a maior parte dos hidrogéis existentes no mercado, designados como amorfos, têm "uma elevada fluidez", necessitando de um penso secundário para serem retidos no leito da ferida.

Existem ainda outros produtos comercializados em pó, com capacidade de gelificar quando humedecidos pelo próprio exsudado ou após pulverização com soro fisiológico mas, tratando-se de polímeros sintéticos, são "menos biocompatíveis" e "não são biodegradáveis".

"O total preenchimento do leito da ferida é uma questão importante, evitando o desperdício como acontece com os pensos tradicionais, que têm de ser cortados para melhor se adaptarem", defendeu.

Os investigadores acreditam que este produto possa ser adaptado para outros usos, visto que a sericina tem sido "largamente comercializada" na área da cosmética, dadas as suas propriedades antioxidantes e hidratantes, existindo também estudos que demonstram as propriedades antitumorais desta proteína.

Após o desenvolvimento do hidrogel, e para realizar estudos avançados 'in vitro' (celulares) e 'in vivo' (modelos de feridas animais), a equipa já tem estabelecida uma parceria com o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), do Porto.

Ana Oliveira prevê que o projeto, designado HYDROSER - Hidrogel à Base de Sericina de Seda e respetivo Método de Produção, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), demore, pelo menos, mais três anos, altura em que espera ter dados suficientes para viabilizar a tecnologia, para a qual o pedido de patente já se encontra em decurso.

Uma equipa de investigadores liderada pelo português Miguel Soares descobriu um novo mecanismo que tem um efeito protetor...

O estudo é hoje publicado na revista científica Cell e foi divulgado em comunicado pelo Instituto Gulbenkian de Ciência, instituição a que pertence o investigador Miguel Soares.

Nos últimos cinco anos, esta equipa de investigadores tem proposto que os doentes que resistem à sépsis desenvolvem uma resposta protetora que mantém a função dos órgãos vitais, conferindo tolerância à infeção.

“Utilizando modelos experimentais de sépsis em ratos, a equipa de Miguel Soares descobriu agora um mecanismo que é vital para conferir essa tolerância”, refere o Instituto Gulbenkian de Ciência.

Segundo os investigadores, um elemento essencial para promover a tolerância à infeção é a forma como os níveis de ferro são controlados em diferentes tecidos. Ao mesmo tempo, sabia-se já que a forma de desenvolvimento (patogénese) da sépsis está associada com a desregulação do metabolismo da glucose (açúcar).

“O que descobrimos agora é que estes dois fenómenos estão intimamente interligados. O controlo do metabolismo do ferro é necessário para manter a produção de glucose no fígado, de modo a que este açúcar possa ser usado como fonte vital de energia para outros órgãos”, refere Miguel Soares na nota do Instituto Gulbenkian de Ciência.

Sebastian Weis, investigador que se encontra a fazer um pós-doutoramento com Miguel Soares, induziu sépsis em ratos de laboratório e comparou a progressão da doença em ratos com ou sem ferritina, uma proteína que controla o ferro no fígado.

Descobriu então que a ferritina é absolutamente necessária para que o fígado produza glucose depois da infeção e, assim, proteger o rato de sucumbir à sépsis.

“Os nossos resultados mostram que a ferritina controla a produção de glucose no fígado de modo a que os níveis de glucose no sangue sejam mantidos dentro de um limite que permita a sobrevivência. Sem ferritina, os níveis de glucose continuaram a descer e os ratos morreram de sépsis”, refere Sebastian Weis, atualmente investigador em Jena University Hospital (Alemanha), onde parte das experiências foram conduzidas.

A investigadora Ana Rita Carlos descobriu, por seu lado, que a razão pela qual a ferritina é necessária para que o fígado produza glucose prende-se com um mecanismo molecular que controla a expressão de um ou mais genes envolvidos neste processo.

“Ao mesmo tempo que é essencial para muitas funções celulares vitais, o ferro tem de ser controlado no fígado para que não interfira com a produção de glucose. O mecanismo molecular através do qual isto ocorre depende da produção de ferritina, um complexo proteico que liga o ferro e evita que este interfira com a produção de glucose”, explica Ana Rita Carlos, citada pelo Instituto Gulbenkian de Ciência.

Para o investigador Miguel Soares, este trabalho serve como exemplo do modo como uma investigação “sem um interesse comercial imediato” pode ter um impacto global no “tratamento de uma doença séria”.

A sépsis afeta mais de 18 milhões de pessoas por ano, correspondendo a 1.400 mortes por dia. Só na Europa e nos Estados Unidos da América, estima-se que haja 135.000 e 215.000 mortes por ano, respetivamente.

A sépsis é uma resposta descontrolada do corpo a uma infeção sistémica, espalhada por diferentes partes do corpo. O sistema imune de um indivíduo infetado tenta eliminar os micróbios responsáveis pela infeção, em muitos casos com sucesso, mas durante este processo provoca alterações significativas no normal funcionamento de órgãos vitais como o cérebro, coração, fígado, rins ou pulmões.

Nos casos mais severos, a pressão sanguínea também desce e esses órgãos acabam por parar de funcionar devidamente, resultando na morte do doente.

Pesquisa
Investigadores norte-americanos descobriram um novo antibiótico eficaz contra bactérias multirresistentes, capaz de matar um...

Os cientistas, da Universidade Rutgers-New Brunswick, aliados a uma empresa de biotecnologia, indicaram que o poderoso antibiótico, 'pseudouridimicina', produzido por um micróbio encontrado em amostras de solo, curou infeções bacterianas em ratos.

A informação foi divulgada hoje na revista Cell, num artigo em que os investigadores explicam que o novo medicamento inibe a enzima responsável pela síntese da RNA bacteriana (ácido ribonucleico da bactéria com funções reguladoras e catalíticas) de uma forma diferente do que fazem os atuais medicamentos.

Os especialistas dizem que o novo antibiótico tem essa função inibidora na bactéria mas não nas polimerases (enzimas) humanas, e, em termos técnicos, explicam porque tem uma baixa taxa de resistência.

E consideram que a descoberta põe em destaque a importância de produtos naturais na criação de novos antibióticos. Porque, dizem, os micróbios tiveram muitos milhões de anos para desenvolver “armas químicas” para matar outros micróbios.

OMS
Uma em cada seis pessoas a partir dos 60 anos em todo o mundo sofre algum tipo de abuso, seja psicológico, físico, financeiro...

Dezasseis por cento das pessoas com 60 ou mais anos já passaram por abusos de algum tipo ou a mais do que um, segundo o estudo apoiado pela OMS e divulgado esta semana no ‘site’ da instituição.

Mais de 11% das pessoas reportaram terem sido vítimas de abusos psicológicos, 6,8% a abusos financeiros, 4,2% a negligência, 2,6% a abusos físicos e 0,9% a abuso sexual.

“O abuso de pessoas mais velhas está em crescimento. Para os 141 milhões de pessoas idosas em todo o mundo isso tem custos sérios, individuais e sociais”, refere em comunicado Alana Officer, do Departamento de Envelhecimento e Percurso de Vida da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A OMS refere que consciência sobre o abuso de idosos, ainda em grande parte um tema tabu, começou a aumentar em todo o mundo.

O abuso é definido como uma ação ou falta de ação apropriada que pode causar dano ou angústia a uma pessoa mais velha, ocorrendo em qualquer relacionamento onde exista uma expectativa de confiança.

Todos os tipos de abuso de idosos podem ter um impacto na saúde e no bem-estar da pessoa mais velha, mas o psicológico, o mais predominante, é tido como dos invasivos.

Em abusos psicológicos incluem-se comportamentos que prejudicam a autoestima ou o bem-estar da pessoa, como assustar, embaraçar, destruir propriedades ou impedir que veja amigos ou familiares.

A OMS lembra que em 2015 o número de pessoas com mais de 60 anos vai chegar aos dois mil milhões. Se a proporção de vítimas de abuso de idosos permanecer constante, o número de pessoas afetadas aumentará para 320 milhões.

Brexit
A decisão sobre a relocalização das duas agências europeias com sede em Londres só deverá ser tomada no outono, disse hoje...

O processo de decisão, que estará na agenda do Conselho de Assuntos Gerais, na terça-feira, no Luxemburgo, passa para já pela definição de critérios para a escolha da futura localização das agências que deixarão a capital britânica na sequência do ‘Brexit’ (saída do Reino Unido da UE).

Segundo a mesma fonte, os líderes da UE deverão aprovar, na cimeira de 22 e 23, em Bruxelas, os critérios de base para a decisão, devendo esta ter lugar em outubro.

Há já várias cidades candidatas a receber a Agência Europeia de Medicamentos (EMA), incluindo Lisboa e Barcelona.

Também a Autoridade Bancária Europeia (EBA) irá sair de Londres, no âmbito do ‘Brexit’.

Investigação médica
Investigadores do Porto conseguiram determinar o funcionamento do mecanismo que inicia a separação dos cromossomas quando as...

Erros na divisão dos cromossomas podem originar células com um número anormal dessas moléculas e, ocorrendo em células adultas, "potenciar as etapas iniciais de carcinogénese" e aumentar a resistência das células cancerígenas a fármacos usados em quimioterapia, explicou à Lusa o investigador do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) Carlos Conde.

Quando os erros na divisão celular ocorrem nas células reprodutivas, podem levar ao abortos e ao desenvolvimento de defeitos congénitos, como o Síndrome de Down, acrescentou o especialista, um dos oito membros da equipa de investigação.

De acordo com o investigador, as células, quando se dividem, através de um processo denominado mitose, possuem um conjunto de mecanismos que garantem que todos os passos sejam controlados e funcionem na perfeição, sendo uma dessas etapas a divisão dos cromossomas.

Existe na célula "uma espécie de ponto de controlo, que garante que todos os cromossomas são posicionados de forma alinhada num plano de partida, como se de uma corrida se tratasse", indicou Carlos Conde, acrescentando que nesta investigação foi desvendado como funciona o "tiro de partida" que "autoriza a separação e a migração" dessas moléculas.

Esse processo, continua o investigador, é realizado através de uma proteína fosfatase (tipo de proteína que regula e remove seletivamente os fosfatos presentes nas restantes), designada PP1, que separa os cromossomas no momento certo, de forma a finalizar a divisão "sem caos total".

Segundo o investigador, o ponto de controlo que mantém os cromossomas "na dita linha de partida" é imposto pela atividade de uma outra proteína, a MPS1, e a autorização é concedida quando a PP1 entra em ação para inativar a MPS1.

"Fazendo o paralelo com uma corrida de cavalos, as MPS1 são as portas de barreira que se mantêm fechadas até todos os concorrentes estarem nas respetivas boxes", exemplificou o especialista, enquanto a PP1 desempenha "a função de 'starter' (iniciadora), inativando as MPS1 e dando assim o "tiro de partida" que permite a abertura de todas as portas em simultâneo".

Carlos Conde indica que, para a qualidade da divisão celular, cujo objetivo é gerar duas cópias genéticas da célula progenitora, é preciso dar tempo a esta para que consiga alinhar todos os cromossomas na zona central.

Se a separação dos cromossomas ocorrer antes disso, poderá resultar numa "distribuição desigual do material genético pelas células filhas", contudo, "a incapacidade em separar prontamente os cromossomas uma vez alinhados é igualmente danosa", referiu.

Quando uma separação não acontece no tempo certo resulta frequentemente em células com um número alterado de cromossomas, "uma condição conhecida como aneuploidia", "intimamente associada ao desenvolvimento de vários tipos de cancro".

O investigador indica que a MPS1, a "tal barreira", está frequentemente hiperativa em células cancerígenas, e o seu excesso impede a "separação fidedigna dos cromossomas", contribuído assim para a acumulação de erros nestas células.

Dando seguimento aos resultados deste estudo, os investigadores estão agora "mais capacitados para intervir em células anómalas, que apresentam defeitos no processo de divisão celular", podendo desenhar estratégias para manipular a atividade da MPS1 e da PP1, ou a interação entre estas proteínas, de forma a promover a morte seletiva de células tumorais.

Os resultados desta investigação, que teve a duração de três anos, foram recentemente publicados na revista 'eLIFE'.

Estudo
Investigadores da Universidade da Carolina do Norte, Estados Unidos, desenvolveram uma nova técnica para destruir coágulos no...

A ferramenta, anunciou hoje a universidade em comunicado, é a primeira “broca” de ultrassom diretamente orientada para os coágulos, permitindo aos médicos maior precisão, o que pode reduzir substancialmente o tempo de tratamento.

A nova tecnologia ainda só foi testada em vasos sanguíneos sintéticos.

Ferramentas do género existentes emitem ondas de ultrassom lateralmente, o que torna mais difícil atingir apenas os coágulos e pode levar o ultrassom a danificar outros vasos sanguíneos.

Por outro lado, a nova técnica fragmenta os coágulos em pedaços muito pequenos, não sendo por isso necessárias grandes doses de medicamentos para os dissolver.

Há outras técnicas para dissolver os coágulos de forma mais direcionada mas os pedaços ficam relativamente grandes, sendo por isso necessárias doses mais elevadas de medicamentos, pelo que o novo método é o que mais satisfaz, porque é direcionado e quebra os coágulos em partículas muito pequenas, disse Xiaoning Jiang, professor de engenharia mecânica e aeroespacial na Universidade citado no comunicado.

“A nossa abordagem melhora a precisão e não depende de grandes doses de medicamentos anticoagulantes, o que esperamos reduza os riscos de toda a operação”, disse.

Testando a técnica num protótipo de um vaso sanguíneo sintético usando sangue de vaca, os investigadores concluíam que podiam “dissolver 90 por cento de um coágulo em entre três horas e meia e quatro horas sem usar nenhum medicamento anticoagulante”, referiu Jinwook Kim, autor principal do estudo.

Ferramentas de ultrassom convencionais combinadas com medicamentos para dissolver os coágulos fazem um trabalho idêntico em 10 horas, acrescentou.

Alergias
As concentrações de pólenes no ar vão estar em níveis elevados ou muito elevados em quase todas as regiões de Portugal...

Para a semana de 16 a 22 de junho, apenas a região do Algarve vai registar concentração de pólenes no ar considerada moderada, predominando os pólenes da árvore castanheiro e das ervas gramíneas.

Nas regiões de Trás -Os-Montes e Alto Douro e Entre Douro e Minho as concentrações de pólenes esperam-se muito elevadas a partir de sexta-feira. Nestas regiões, predominam os pólenes da árvore castanheiro e das ervas gramíneas e parietária.

Na Beira Interior, Beira Litoral, Lisboa e Évora os níveis serão elevados.

No Funchal os pólenes encontram-se em níveis baixos, enquanto em Ponta Delgada estão em níveis moderados.

A alergia ao pólen é causa frequente de manifestações alérgicas, que podem ser do aparelho respiratório (asma e rinite alérgica), dos olhos (conjuntivite alérgica) ou da pele (urticária e eczema).

O Boletim Polínico efetua a divulgação semanal sobre os níveis de pólenes existentes no ar atmosférico recolhidos através da leitura de postos que fazem uma recolha contínua dos pólenes em várias regiões do País.

Alerta
O distrito da Guarda está hoje em risco ‘extremo’ de exposição à radiação ultravioleta (UV), enquanto os restantes distritos de...

Estão também com risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação ultravioleta a ilha da Madeira e do Porto Santo e a ilha Terceira, nos Açores, adianta a informação disponível no ‘site’ do IPMA.

Segundo o instituto, nas regiões com risco ‘Extremo’ a população deve evitar a exposição ao sol.

Nas regiões com níveis 'muito elevado', o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('Moderado'), 6 a 7 ('Alto'), 8 a 10 ('Muito Alto') e superior a 11 ('Extremo').

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera prevê para hoje para o continente céu pouco nublado ou limpo, aumentando temporariamente de nebulosidade nas regiões do interior durante a tarde, com possibilidade de ocorrência de aguaceiros e trovoada.

O vento soprará fraco, soprando temporariamente moderado de nordeste nas terras altas do Norte e Centro até ao início da manhã e de noroeste na faixa costeira ocidental a sul do Cabo Carvoeiro durante a tarde.

Prevê-se ainda neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais do litoral das regiões norte e centro e uma subida da temperatura máxima, mais significativa no litoral.

As temperaturas máximas previstas para hoje são de 37 graus Celsius em Faro e Lisboa e 28 no Porto.

PNV
O ministro da Saúde negou hoje no parlamento qualquer intenção de dar às farmácias a possibilidade de administrar as vacinas do...

Adalberto Campos Fernandes disse que "nunca passaria pela cabeça" do Governo que as vacinas do PNV passassem a ser administradas pelas farmácias, lembrando que se trata de uma vacinação com elevada especificidade técnica.

"Não faz nenhum sentido. Não temos nenhuma intenção de fazer nada disso", afirmou o ministro, respondendo a questões do Bloco de Esquerda durante o debate no plenário da Assembleia da República sobre política de saúde.

O deputado do Bloco de Esquerdas Moisés Ferreira disse hoje no debate parlamentar que transferir a administração de vacinas do PNV para privados, como as farmácias, seria injustificável e fragilizaria o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Hoje, a Direção-geral da Saúde disse que o Governo está a desenvolver um novo modelo para “maximizar a eficiência” do PNV e a estudar novas formas de aquisição e distribuição de vacinas.

A nota da DGS surgiu depois de uma notícia do Jornal de Notícias, segundo a qual o Governo está a estudar a possibilidade de as farmácias poderem administrar vacinas do PNV.

“O Ministério da Saúde está a desenvolver um novo modelo de governação para maximizar a eficiência do Programa e que implica a aquisição centralizada de vacinas”, refere a DGS em comunicado.

Segundo a DGS, estão ainda a ser estudadas “novas formas de distribuição” e “ainda um sistema complexo de informação baseado num registo central de vacinas que permite conhecer em cada momento, a nível nacional, a história vacinal da pessoa, gerir ‘stocks’ e monitorizar e avaliar o processo e o impacto do Programa”

Sem se referir especificamente a esta eventual medida, a DGS afirma que o PNV “é um dos mais efetivos instrumentos de saúde pública, que se pauta por elevados padrões de rigor e de qualidade, cujo sucesso se deve, entre outros fatores, ao facto de estar fortemente ancorado no SNS”.

Salienta ainda que as características do Programa Nacional de Vacinação “têm permitido ganhos substanciais em saúde graças à sua aplicação por profissionais, enfermeiros e médicos, principalmente do setor público, e à adesão dos cidadãos que confiam na vacinação”.

“A aplicação do PNV e o seu grande peso na idade pediátrica muito precoce requerem uma enorme complexidade técnico-científica apoiada em sistemas logísticos e de informação que permitem administrar com segurança vacinas em tempo útil”, sublinha.

A Direção-Geral da Saúde lembra que as vacinas do Plano Nacional de Vacinação são administradas, sobretudo, no SNS e, em algumas situações, por instituições de saúde do setor privado e social com as quais são celebrados protocolos específicos.

Estudo
A taxa de obesidade em menores de 20 anos quase triplicou em Portugal entre 1980 e 2015, passando de 3% para 8%, mostra um...

Em relação à população adulta, as estatísticas analisadas indicam que a obesidade afeta mais adultos do sexo feminino do que do sexo masculino (22% e 17%, respetivamente), disse à Lusa o especialista do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica.

O estudo, centrado na análise e na interpretação dos níveis de obesidade e excesso de peso ao longo dos últimos 25 anos, bem como na identificação dos principais problemas de saúde associados a um Índice de Massa Corporal (IMC) elevado, resulta de um projeto internacional que envolve 195 países.

De acordo com o investigador, em Portugal as mulheres entre os 20 e os 24 anos registam a taxa mais baixa de obesidade (1.9%) de todas as faixas etárias, enquanto a mais elevada verifica-se entre os 65 e 69 anos (20% nos homens e 37% nas mulheres).

Outra das conclusões deste estudo demonstra que, a nível mundial, em 2015 cerca de 107,7 milhões de crianças e 603,7 milhões de adultos sofriam de obesidade, registando-se um número mais elevado de obesidade nas mulheres, em todas as faixas etárias, indicou.

Quanto ao pico de obesidade, também na globalidade, este foi observado entre os 60 e 64 anos (nas mulheres) e entre os 50 e 54 anos (nos homens).

O estudo revelou ainda que, em 2015, aproximadamente quatro milhões de pessoas morreram devido a doenças relacionadas com excesso de peso. No entanto, apenas 60% eram tecnicamente obesas, ou seja, tinham o IMC igual ou superior a 30.

Segundo o especialista, estes resultados mostram que devem ser tomadas medidas para fazer face à obesidade e ao excesso de peso, cuja prevalência é elevada em Portugal, assumindo-se como um fator de risco para os problemas cardiovasculares, diabetes ou múltiplos tipos de cancro.

João Fernandes participa neste projeto internacional, coordenado pelo Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), da Universidade de Washington, financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates e conta atualmente com cerca de 2.300 colaboradores, desde 2014.

Em Portugal, os dados para elaboração do estudo foram recolhidos a partir do Instituto Nacional de Estatística (INE), da Direção-Geral de Saúde, dos hospitais de São João e Santa Maria, de artigos científicos, de estudos elaborados pelo Governo, da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da UNICEF.

Os dados são enviados para os EUA, onde é realizada uma análise estatística desses números, cujos resultados, revistos por especialistas de diversas áreas associados ao projeto, dão origem a artigos que têm como objetivo auxiliar as instituições a direcionar algumas políticas, esclareceu ainda o investigador.

Este estudo sobre a obesidade e o excesso de peso foi publicado recentemente na revista científica 'The New England Journal of Medicine'.

Vacinas
Governo está a desenvolver um novo modelo para “maximizar a eficiência” do Programa Nacional de Vacinação e a estudar novas...

“O Ministério da Saúde está a desenvolver um novo modelo de governação para maximizar a eficiência do Programa e que implica a aquisição centralizada de vacinas”, refere a DGS em comunicado.

Segundo a DGS, estão ainda a ser estudadas “novas formas de distribuição” e “ainda um sistema complexo de informação baseado num registo central de vacinas que permite conhecer em cada momento, a nível nacional, a história vacinal da pessoa, gerir ‘stocks’ e monitorizar e avaliar o processo e o impacto do Programa”.

O comunicado da Direção-Geral da Saúde surge na sequência de uma notícia divulgada hoje pelo Jornal de Notícias, segundo a qual o Governo está a estudar a possibilidade de as farmácias poderem administrar vacinas do Plano Nacional de Vacinação (PNV).

Sem se referir especificamente a esta possível medida, a DGS afirma que o PNV “é um dos mais efetivos instrumentos de saúde pública, que se pauta por elevados padrões de rigor e de qualidade, cujo sucesso se deve, entre outros fatores, ao facto de estar fortemente ancorado no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

Salienta ainda que as características do Programa Nacional de Vacinação “têm permitido ganhos substanciais em saúde graças à sua aplicação por profissionais, enfermeiros e médicos, principalmente do setor público, e à adesão dos cidadãos que confiam na vacinação”.

“A aplicação do PNV e o seu grande peso na idade pediátrica muito precoce requerem uma enorme complexidade técnico-científica apoiada em sistemas logísticos e de informação que permitem administrar com segurança vacinas em tempo útil”, sublinha.

A Direção-Geral da Saúde lembra que as vacinas do Plano Nacional de Vacinação são administradas, sobretudo, no SNS e, em algumas situações, por instituições de saúde do setor privado e social com as quais são celebrados protocolos específicos.

“O sucesso do PNV está associado a uma forte e competente rede pública que importa manter e reforçar e, é nesse sentido, que o novo modelo de governação irá ser implementado”, defende ainda.

Cuidados a ter com a pessoa idosa
No âmbito do Dia Mundial da Consciencialização da Violência contra a Pessoa Idosa, que se assinala a

O envelhecimento é um processo complexo, irreversível, progressivo e natural, que se caracteriza por alterações diversas que se verificam, sobretudo, no estado nutricional, estado físico e cognitivo entre outras. Deste modo, complicações como desnutrição, quedas e feridas são frequentes e podem ser adotadas estratégias para as prevenir.

Estado Nutricional

A alimentação e a nutrição têm um enorme impacto na saúde e bem-estar, sendo condicionantes da qualidade de vida da pessoa idosa.

A insuficiente ingestão de alimentos pode ter origem em diferentes fatores, tais como:

Problemas de mastigação: alterações nas gengivas e dentes e utilização de próteses dentárias não ajustadas

Problemas de deglutição: produção insuficiente de saliva e consequente secura da boca, candidíase oral

Perda ou diminuição de capacidades sensoriais: alterações fisiológicas ou iatrogénicas no paladar, na visão ou no olfato

Doenças associadas: infeções crónicas e recorrentes, doenças oncológicas, hipertiroidismo, hiperparatiroidismo, doença celíaca, depressão, demência entre outras

Desidratação: diminuição da perceção da sede e consequente ingestão hídrica insuficiente ou por aumento das perdas de líquidos

Alterações gastrointestinais: obstipação (devido à diminuição da motilidade intestinal, inadequada ingestão de líquidos e fibras), diarreia e flatulência

Tabaco e ingestão de bebidas alcoólicas: diminuição do apetite

Medicamentos: polimedicação, interferência com vários mecanismos relacionados com a absorção, metabolismo e excreção de diversos nutrientes

Neste âmbito, podem ser utilizadas algumas estratégias-chave que possibilitem uma adequada ingestão alimentar e nutricional, tais como:

Adaptar a consistência dos alimentos quando existirem dificuldades de mastigação e deglutição; as refeições devem ser frequentes, pouco volumosas e facilmente digeríveis; preparar as refeições com diferentes cores, sabores, formas de apresentação, aromas e texturas; realizar as refeições acompanhado, sempre que possível, num ambiente calmo e agradável, longe de odores intensos e sem pressas; evitar o consumo de alimentos enlatados e pré́-confecionados; utilizar ervas aromáticas, condimentos e sumo de limão para temperar os alimentos (evitando o excesso de sal), de forma a potenciar o sabor, minimizado assim as consequências da diminuição do paladar; beber água regularmente, mesmo que não sinta sede; motivar a realização de caminhadas, sobretudo antes das refeições, para ajudar a estimular o apetite e estar atento às  possíveis alterações do mesmo; medir e registar o peso semanalmente.

Quedas

As quedas são a principal causa de acidente na pessoa idosa, ocorrendo maioritariamente em casa e são responsáveis por 70% das mortes acidentais.

O aumento da ocorrência de quedas no idoso pode dever-se a vários fatores, intrínsecos e extrínsecos, tais como:

Alterações a nível muscular: redução da força muscular e diminuição da flexibilidade com perda de amplitude dos movimentos

Alterações a nível articular: presença de artroses e diminuição da amplitude de movimento das articulações afetadas.

Alterações sensoriais: défice visual e auditivo

Alterações urinárias: necessidade de urinar várias vezes durante a noite

Alterações cardiovasculares: hipotensão ortostática, bradiarritmia e taquiarritmia

Alterações cognitivas: défice cognitivo

Iatrogenia: Sedativos, hipnóticos e antidepressivos

Características do meio ambiente

Calçado inapropriado

Neste sentido, podem ser adotadas algumas medidas para reduzir o risco de queda no idoso, tais como:

Verificar se a luz em casa é suficiente e adequada; identificar a necessidade de auxiliares de marcha, como bengalas, andarilhos, canadianas, ou da realização de alterações em casa, como correção de sanitários, cama ou banheira, a necessidade de luzes noturnas no quarto e/ou casa de banho; os sapatos não devem ter salto, devem ter o tamanho adequado e sola antiderrapante, devendo evitar-se os chinelos; a roupa deve ser confortável e de tamanho adequado de forma a permitir a adequada execução dos movimentos; a polimedicação (utilização de 4 ou mais medicamentos), ou medicamentos que causem sedação, alteração do equilíbrio, hipoglicemia ou hipotensão poderão favorecer as quedas, pelo que é importante estar informado acerca destes possíveis efeitos; uma mesa-de-cabeceira com dispositivos urinários (urinol, arrastadeira) é uma estratégia que pode evitar as idas noturnas frequentes à casa de banho; promover programas que envolvam exercício físico, centrados na força muscular, equilíbrio e marcha; realizar avaliação visual periódica.

Feridas

A pele é considerada um dos órgãos que mais sofre transformações à medida que a idade avança, pelo que é necessária uma atenção especial.

São vários os fatores que levam a um aumento da fragilidade cutânea:

Diminuição da espessura epiderme-derme;

Redução da elasticidade e da secreção de sebo pelas glândulas sebáceas;

Resposta imunológica comprometida;

Decréscimo do número de glândulas sudoríparas;

Diminuição do leito vascular com fragilidade dos vasos sanguíneos.


Fragilidade cutânea aumenta com a idade 

Uma úlcera de pressão é uma lesão localizada da pele e/ou tecido subjacente, normalmente sobre uma proeminência óssea, em resultado da pressão ou de uma combinação entre esta e forças de torção. Os locais mais frequentemente afetados são calcanhares, sacro, cotovelos, omoplatas e trocânter.

Os fatores que levam o idoso a sofrer de úlcera por pressão podem ser vários, intrínsecos e extrínsecos, tais como:

- Idade

- Imobilidade

- Desnutrição / Desidratação

- Alterações Respiratórias

- Alterações Neurológicas

- Alterações Psicológicas

- Patologias: Insuficiência Cardíaca; Anemia; Diabetes; Incontinência

- Humidade

- Superfície de apoio

- Contenções físicas

- Dispositivos

Neste âmbito, podem ser adotadas algumas medidas para reduzir o risco de feridas no idos, tais como:

Realizar mudanças de posição (na cama ou na cadeira) em intervalos frequentes que permitam redistribuir o peso e a pressão; utilizar emolientes para hidratar a pele seca; utilizar superfícies de apoio adequadas, como almofadas, colchões, entre outras; lavar, enxaguar e secar a pele sem friccionar, atendendo às pregas cutâneas e espaços entre os dedos; observar a pele diariamente prestando especial atenção às proeminências ósseas, zonas expostas à humidade, lesões cutâneas, temperatura e coloração; manter a roupa da cama seca e esticada; controlar a incontinência fecal e urinária; assegurar uma adequada ingestão alimentar e nutricional para prevenir a malnutrição, magreza ou obesidade, com atenção especial para os défices proteicos.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Estudo realizado por uma equipa liderada por neurocientistas do Centro Champalimaud destaca a importância da oxitocina no...

A oxitocina, conhecida como a "hormona no amor", leva as mães a colocar a vida em risco para protegerem os filhos, conclui um estudo da Fundação Champalimaud divulgado esta terça-feira.

A investigação, realizada por uma equipa liderada por neurocientistas do Centro Champalimaud, pretendeu perceber o que se passa no cérebro dos pais para estarem sempre dispostos a sacrificar a vida para proteger os filhos.

O objectivo foi "tentar perceber o mecanismo" deste "fenómeno que se observa na natureza em várias espécies", uma vez que a reacção imediata a uma ameaça costuma ser fugir ou ficar quieto para tentar passar despercebido, disse à agência Lusa a investigadora Marta Moita.

A alteração de comportamento para proteger as crias sugere que "os pais têm que ter um mecanismo qualquer que suprime a sua autodefesa", adiantou a coordenadora do estudo, publicado na revista 'Elife'.

"O que os estudos mostram é que se se puser oxitocina na amígdala (região do cérebro relacionada com as emoções) os animais não se imobilizam perante uma ameaça", o que não se sabia era quais os mecanismos no cérebro que permitiam essa mudança de comportamento e quando entram em acção, disse a neurocientista.

A investigação realizada com ratos fêmeas que tiveram crias recentemente veio dar uma nova pista ao estudar o comportamento de defesa da mãe, tanto na presença como na ausência dos filhos, e testar se o mecanismo de acção da oxitocina na amígdala é necessário para a regulação desse comportamento.

As experiências consistiram em condicionar as mães, sem as crias, e associar um cheiro a mentol a um choque eléctrico. Após esta aprendizagem, os animais percebiam o cheiro como uma ameaça e ficavam quietos.

Com o estudo ficou demonstrado que "as mães quando estão em presença das crias suprimem o 'freezing' [resposta de ficar quieto] e, que em vez disso, têm outros comportamentos como tentar tapar a fonte do odor que utilizámos, que era a ameaça, tentavam esconder os filhos por baixo do material do ninho, exploravam a caixa provavelmente para localizar a ameaça ou amamentavam e mantinham as crias próximas de si", contou.

Contudo, quando os cientistas bloquearam a actividade da oxitocina na amígdala das mães, estas, independentemente da idade das crias, passaram a ficar quietas perante o perigo, esquecendo-se do seu "dever" de protecção maternal.

Segundo a investigadora, o estudo fornece um quadro experimental "para estudar quais são os sinais que as crias transmitem à mãe e que levam, em caso de perigo, à libertação de oxitocina" na amígdala da mãe, desencadeando a estratégia de defesa da descendência.

"Sabemos que a comunicação química é muito importante, mas ainda não sabemos quais são os estímulos sensoriais que activam a oxitocina", acrescentou.

Questionada sobre se os humanos podem ter mecanismos semelhantes, Marta Moita disse que provavelmente sim.

"Não sabemos, mas é provável porque os elementos" para que isso aconteça estão lá todos, "falta testar".

IPST quer aumentar reservas
Reservas nacionais de sangue estão em níveis confortáveis e garantem autosuficiência, mas IPST quer atrair mais dadores para o...

Portugal está com reservas estratégicas de todos os tipos de sangue em níveis suficientes para assegurar mais de sete dias de necessidades e, em alguns casos, mais de dez dias. O ponto de situação foi traçado ontem ao i pelo presidente do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), João Paulo Almeida e Sousa, que assinala que esta é uma situação confortável e que garante a autosuficiência do país. Hoje assinala-se o Dia Mundial do Dador do Sangue e o responsável sublinha que a trajetória é muito positiva. No que diz respeito ao futuro, atrair novos dadores é uma das preocupações do IPST.

As estatísticas divulgadas no portal de transparência do Ministério da Saúde revelam que, embora as colheitas de sangue surjam em número suficiente para assegurar os consumos nos hospitais, o número de novos dadores que se inscrevem a cada ano para doar sangue tem estado a diminuir de forma continuada desde 2012. Nesse ano, houve registo de 61.843 dadores de primeira vez, número que baixou para 40.449 no ano passado. Já nos primeiros quatro meses deste ano há registo de 7832 dadores de primeira viagem, contra 13.890 no mesmo período do 2016.

João Paulo Almeida e Sousa sublinha que, numa primeira análise, é importante garantir que as unidades colhidas são suficientes para o país, o que tem sido conseguido, adiantando que os avanços da medicina transfusional levam a que sejam necessárias menos unidades do que no passado. O responsável aponta como exemplo de sucesso o cenário conseguido na visita do Papa a Fátima, em que um dos objetivos do plano de contingência montado pelo Ministério da Saúde era que todos os hospitais de prevenção tivessem reservas de sangue para vários dias, para o caso de acontecer algum acidente de maiores proporções, o que foi atingido, revela o dirigente. Durante o ano, o período da gripe e o verão são os mais exigentes em termos de necessidade de sangue mas, por agora, os sinais são positivos. Já para a trajetória de diminuição dos novos dadores, Almeida e Sousa admite que o envelhecimento da população e a emigração dos últimos anos são alguns factores que poderão pesar na equação que pretendem inverter. Atrair dadores mais jovens é, por isso, um dos objetivos do instituto. “A presença de brigadas de colheita em faculdades e politécnicos é uma das formas de promoção da dádiva que mantemos de forma continuada”, assinala o presidente do Instituto Português do Sangue e Transplantação. Para este verão têm previstas campanhas junto dos mais novos, nomeadamente no acampamento nacional do Corpo Nacional de Escutas que vai juntar milhares de jovens em agosto em Idanha a Nova. “Muitos não têm ainda 18 anos (a idade mínima para doar sangue) mas é uma oportunidade de sensibilização”.

No ano passado, 12% dos dadores registados no IPST tinham menos de 25 anos, percentagem que vai ainda ao encontro das expectativas dos responsáveis. Garantir que a adesão se mantém ou aumenta é a intenção.

Almeida e Sousa admite que aquando da divulgação da Operação “O Negativo”, que investiga fraude no fornecimento de plasma ao SNS, teve receio de que a situação pudesse causar apreensão junto dos cidadãos, mas assegura que o compromisso do instituto na redução do desperdício de plasma colhido a nível nacional é total e que não há sinais que o caso tenha afectado as dádivas. Por outro lado, no ano passado os dadores de sangue regulares de sangue tornaram a estar isentos do pagamento de taxas moderadoras em todos os serviços, uma medida de incentivo à dádiva. Em abril, havia 146.382 dadores benévolos de sangue isentos.

Este ano, o tema apresentado pela Organização Mundial de Saúde para o Dia Mundial do Dador do Sangue é a doação em tempo de crise, uma referência aos desastres e conflitos mundiais. O apela da OMS é direto: “Não espere que os desastres aconteçam. O que pode fazer? Dê sangue, dê já, dê com frequência”. Estima-se que se 1% da população desse sangue estariam garantidas as necessidades básicas da população. No ano passado, o país registou 218.000 dadores aprovados para dádiva, uma ligeira diminuição face ao ano anterior.

Chegar a mais pessoas
Governo quer aproveitar rede de farmácias para aliviar centros de saúde e alargar abrangência do Plano Nacional de Vacinação.

A notícia foi avançada esta quarta-feira pelo Jornal de Notícias que escreve que o Ministério da Saúde vai aproveitar a rede de farmácias para complementar o trabalho feito pelas Unidades de Saúde Familiar.

O objetivo, lê-se no jornal, é fazer chegar o Plano Nacional de Vacinação a um maior número de pessoas.

O Infarmed adianta que as vacinas continuam a ser gratuitas, mas a decisão final do abrangência do plano está ainda por tomar.

O Governo confirmou ao Jornal de Notícias que há várias negociações em curso, mas que nada está ainda decidido quanto à implementação do plano. Atualmente, já é possível, por exemplo, tomar a vacina da gripe nas farmácias.

Segundo o jornal, o projeto terá surgido na sequência das recentes epidemias de Hepatite A e Sarampo.

O Bloco de Esquerda já pediu esclarecimentos no parlamento sobre esta intenção do Governo. O deputado Moisés Ferreira considera preocupante que a administração de vacinas seja delegada à Associação Nacional de Farmácias, acionista do grupo privado Alliance Healthcare.

A Associação Nacional de Farmácias nega ter conhecimento de qualquer negociação em curso.

Tatuagens Biossensoriais
Cientistas estão cada vez mais perto de criarem tatuagens biossensoriais que prometem revolucionar a rotina de quem tem que...

Cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e da Universidade de Harvard desenvolveram uma tatuagem biossensorial feito a partir de uma tinta especial.

O desenho permanente muda de cor em tempo real para alertar os doentes para as variações nos níveis de glicose no sangue. A tinta hi-tech, batizada pelos cientistas de "Dermal Abyss", contém componentes químicos que avisam quando algo está mal. Quando o nível de glicose no sangue aumenta, a tinta muda de azul para castanho, indicando a necessidade de insulina, por exemplo.

Em nota de imprensa, o MIT explica que as "tatuagens inteligentes" são úteis para detetar situações de diabetes, mas também desidratação ou aumento dos níveis de pH no sangue.

No caso de pessoas com diabetes tipo 1 e 2, doença que pode surgir em qualquer idade, o dispositivo transforma a pele numa espécie de ecrã informativo onde é possível consultar a glicemia.

"Ainda vai levar algum bom tempo até que algo prático chegue ao mercado, mas esta tecnologia invoca a imaginação e dá alas a novas possibilidades", comentou Xi Liu, do MIT, à CBS News.

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