Relatório revela
Disparos de armas de fogo mataram ou provocaram ferimentos a pelo menos 19 crianças, diariamente, nos Estados Unidos afetando...

Os dados que foram analisados referem-se ao período entre 2002 e 2014, nos Estados Unidos, e confirmam as conclusões de outras pesquisas sobre o assunto sublinhando, de acordo com os investigadores, que a violência armada abriu uma “crise que afeta a saúde pública”.

O relatório do Centers for Disease Control and Prevention (CDC, na sigla oficial), publicado hoje na revista norte-americana Pediatrics, estuda o envolvimento de crianças e adolescentes até aos 17 anos de idade com armas de fogo e analisa as certidões de óbito e relatórios de emergência médica.

O documento concluiu que, no período estudado, registaram-se 1.300 mortes por ano e cerca de seis mil ferimentos provocados por armas de fogo em atos quase sempre intencionais.

Assim, o relatório indica que morreram duas em cada 100 mil crianças, nos Estados Unidos, sendo que a proporção é o dobro no caso das crianças afro-americanas.

Por outro lado, todos os anos, oito em cada 100 mil crianças ficaram feridas ao serem atingidas por disparos.

A maior parte das mortes em causa são homicídios e suicídios e os ferimentos ocorreram na sequência de assaltos à mão armada.

O número de suicídios com armas de fogo aumentou no período entre 2007 e 2014 (de 325 para 532).

A taxa de suicídios aumentou 60 por cento no mesmo período sendo que um terço das crianças e jovens que se mataram com armas de fogo sofriam de depressão ou experiências “de crise” incluindo problemas na escola ou o rompimento de relações sentimentais.

O estudo refere também que, no período entre 2007 e 2014, o número de homicídios diminuiu de 1.038 para 699, correspondendo a uma baixa de 36 por cento.

As mortes por acidente por armas de fogo entre crianças ocorreram durante brincadeiras e por disparos não intencionais.

No caso das mortes, cerca de 40 por cento do grupo com menos de dez anos foi atingida por disparos por acidente efetuados pela própria criança que manuseava a arma.

O estudo nota que as mortes por disparos acidentais não são devidamente notificados junto das autoridades, facto que já tinha sido noticiado pela Associated Press e pelo jornal USA Today.

Os dois órgãos de comunicação social tinham publicado dados que indicavam que, nos primeiros seis meses de 2016, houve uma média de um caso por dia de menores de dez anos atingidos acidentalmente por armas de fogo, disparadas pelas próprias ou por outras crianças ou mesmo adultos.

Os dados são superiores às estatísticas fornecidas pelas autoridades federais norte-americanas, no mesmo período de 2016.

O Congresso dos Estados Unidos tinha proibido o CDC do uso de fundos federais em campanhas de controlo de uso de armas de fogo.

A porta-voz do CDC, Courtney Lenard, disse que a diretiva do Congresso não proibia a instituição de efetuar uma pesquisa sobre saúde pública e a violência provocada por armas e que, por isso, a agência decidiu concluir o relatório.

“O relatório sobre saúde pública é fundamental para o entendimento do problema e para o desenvolvimento de soluções com caráter científico” disse a coordenadora do estudo, Katherine Fowler do CDC.

Um editorial que acompanha o estudo publicado hoje refere que o relatório é importante para os médicos que queiram abordar a problemática das armas de fogo junto dos pais das crianças e, sobretudo, com aqueles que mantêm guardam armamento em casa.

Estudo
Menos de 10 por cento dos jovens angolanos que vivem em meio rural têm conhecimento abrangente da prevenção da transmissão do...

Os dados constam do Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde (IIMS), realizado entre 2015 e 2016 pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) de Angola e cujas conclusões foram agora reveladas, estimando que apenas 32% (média ponderada entre ambientes rural e urbano) dos jovens de 15 a 24 anos "têm conhecimento abrangente" sobre a prevenção do VIH/Sida.

Conclui ainda que o conhecimento sobre a doença e forma de transmissão "é mais baixo na área rural", que no caso das mulheres é de 9,4%, subindo para 41,5% no meio urbano.

Por conhecimento abrangente do VIH o estudo refere conhecer as formas para evitar a transmissão sexual, como "fidelidade" e "uso de preservativo", enquanto o desconhecimento aponta conceções erradas como "aparência saudável" como fator de confiança ou a transmissão através de mosquitos ou pela partilha de alimentos.

"Quanto mais baixa é a escolaridade, menor o conhecimento sobre o VIH", referem ainda as conclusões do estudo do INE.

Além disso, o IMSS refere que 1,7% das mulheres tiveram relações sexuais com dois ou mais parceiros nos últimos 12 meses, percentagem que desce para 0,7% no meio rural (2,1 no meio urbano). À mesma pergunta, cerca de 18,5% dos homens inquiridos confirmaram o mesmo, num peso semelhante entre meios urbano e rural.

Ainda assim, apenas 24,3% das mulheres com mais de um parceiro admitem usar preservativo nas relações sexuais, enquanto nos homens o uso é de 29,5% dos casos.

O levantamento realizado pelo INE conclui igualmente que 30% de mulheres e 20% de homens fizeram o teste de VIH nos últimos 12 meses e receberam os resultados.

Pedrógão Grande
Mais de uma centena de médicos voluntariou-se já para ajudar as vítimas dos incêndios na zona centro do país e também os...

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) lançou no domingo um apelo aos profissionais e disse hoje que mais de cem clínicos se ofereceram para ajudar, além dos que estão no terreno a trabalhar.

Miguel Guimarães vai hoje, ao início da tarde, às áreas mais afetadas pelos incêndios, mostrar apoio aos profissionais de saúde e populações, bem como contactar com as autoridades que estão no terreno.

“Temos de salvar vidas, apoiar as famílias e os traumatizados e conseguir resolver os casos das pessoas que morreram”, disse Miguel Guimarães à Lusa, lembrando que estão disponíveis para contribuir a ajudar mais rapidamente na identificação dos corpos.

“É um momento especial em que o país tem de mostrar uma grande solidariedade. É uma verdadeira catástrofe de graves dimensões com perda de vidas e consequências psicológicas para as famílias”, comentou.

O bastonário disse, ainda, que os médicos militares estão disponíveis para ajudar e acreditam que podem dar um “contributo válido”, uma vez que têm formação específica neste tipo de cenários.

“Eu sou médico e se for preciso arregaço as mangas e vou lá trabalhar”, afirmou.

O fogo, que deflagrou na tarde de sábado, em Escalos Fundeiros, concelho de Pedrógão Grande, alastrou depois aos concelhos vizinhos de Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, no distrito de Leiria, e entrou também no distrito de Castelo Branco, pelo concelho da Sertã.

O último balanço dá conta de 62 mortos civis e 62 feridos, dois deles em estado grave. Entre os operacionais, registam-se dez feridos, quatro em estado grave. Há ainda dezenas de deslocados, estando por calcular o número de casas e viaturas destruídas.

O Governo decretou três dias de luto nacional, até terça-feira.

Oncologia
O Instituto Português de Oncologia do Porto anunciou hoje que já disponibiliza a pesquisa de mutações tumorais através de uma...

“Trata-se de mais um passo na medicina personalizada que permitirá escolher o melhor tratamento nos doentes com cancro colorretal avançado de uma forma mais rápida, menos invasiva e muito sensível”, sublinha o Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO-Porto).

A instituição hospitalar esclarece que, “por exemplo, se o doente tiver sido inicialmente operado noutra instituição, ou apresente um diagnóstico de doença avançada, não é necessário recorrer a amostras do tumor”.

“Cerca de 55% dos doentes com cancro colorretal metastático têm mutação nos genes KRAS ou NRAS e respondem de forma distinta aos tratamentos existentes, nomeadamente à terapia com anticorpos monoclonais que atacam especificamente o recetor do fator de crescimento epidérmico (EGFR). Deste modo, torna-se importante utilizar tecnologias de grande sensibilidade para detetar estas mutações”, explica.

Este novo teste pode também ser usado para monitorizar a resposta do tumor ao tratamento.

“Com efeito, os tumores podem mudar com o tempo e com o tratamento prescrito, pelo que a possibilidade de realizar esta análise em amostras de sangue possibilita fazer uma avaliação ao longo do tempo, quer da resposta, quer do mecanismo de uma eventual resistência ao tratamento”, sustenta o IPO.

Acrescenta que “este novo teste poderá desde já ser utilizado em doentes na decisão clínica, de usar ou não terapia anti-EGFR, uma vez que foi aprovada como teste de diagnóstico (marcação CE-IVD)” e o Serviço de Genética do IPO Porto foi certificado para realizar esta análise.

Ainda segundo o instituto, “este novo equipamento poderá ser usado em investigação de novas aplicações clínicas, nomeadamente para outros tipos de cancro”.

Pedrógão Grande
Na Misericórdia de Castanheira de Pera, a solidariedade parece querer vingar sobre o pânico, com os profissionais a acalmar as...

Uma médica de Lisboa de passagem pela sua terra natal acabou a prestar cuidados durante dois dias na Santa Casa e uma enfermeira, com seis meses de experiência, teve de lidar com o "caos" de uma vila cercada.

A Santa Casa de Castanheira de Pera, um dos concelhos fustigados pelo incêndio que começou no sábado em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, serviu para tudo nos últimos três dias. Foi descanso, amparo, posto de saúde, dormitório, refeitório, ponto de encontro e, até, o local de referência para ligar a familiares - o único sítio com rede na vila durante bastante tempo.

"Tivemos uma médica, chamada Rosa Tomás, dois dias aqui, connosco na Santa Casa, que veio oferecer-se para prestar apoio médico. É médica em Lisboa, mas estava em Sarzedas de São Pedro, terra natal. Foi incansável. Dois dias sem parar. E as nossas enfermeiras também sem parar", sublinhou Vítor Silva, provedor da instituição de Castanheira de Pera, com a voz rouca do fumo.

Dos 30 utentes a quem a instituição prestava apoio domiciliário e serviço de centro de dia, três morreram no incêndio, contabilizou, após uma visita às suas casas.

"Nunca tinha visto nada disto. Nunca desta dimensão. A vila ficou completamente rodeada. Ficámos sem comunicações. Quando entrei no centro de saúde, caiu-me tudo", disse Vítor Silva.

O seu gabinete serviu de dormitório, sendo que pelos dois locais da instituição passaram mais de 150 pessoas.

"Algumas vieram só comer, outras vieram dormir, muita gente dormiu sentada, que não havia colchões para toda a gente", conta a contabilista da Santa Casa, Margarida, que ainda não pregou olho.

Até à instituição chegavam também pessoas à procura de familiares ou amigos, ou vinham apenas "para conseguirem fazer chamadas. Havia um sítio exato: nas escadas [de entrada], no terceiro degrau, em que o telemóvel tinha de estar numa determinada posição", contou.

O ambiente parece agora calmo. Apesar disso, há olhares apreensivos e cansados, idosos pedem para ir para casa - para saberem como está a sua habitação ou os seus animais - e, na cozinha da instituição, há sinais mais evidentes de uma terra em luto, ouvindo-se uma funcionária do estabelecimento a chorar.

Cristiana Rodrigues, enfermeira de 23 anos que começou a trabalhar em dezembro de 2016 na Santa Casa, teve de lidar com "o caos completo".

"Foi tudo muito rápido. Estava em casa, descansada, não tinha noção do que se estava a passar, que vivo no norte do concelho, e chamaram-me a mim e à minha colega Mariana [outra enfermeira da instituição]", disse, acrescentando que vieram logo acudir às pessoas.

Urgências, pessoas a precisarem de oxigénio, "bastantes hipertensões", ansiedade, agitação e nervosismo foram os problemas com que se depararam.

Até agora dormiu uma hora, sendo que sábado foi a noite de maior pânico, "com muitas pessoas a perguntarem por familiares e amigos".

"Não sabiam onde estava o pai, a filha, a tia, a prima e nós não conseguíamos responder", diz a enfermeira, que pelo meio teve de lidar com uma criança em choque, "que não sabia o que tinha acontecido".

"É uma experiência bastante traumatizante, principalmente para quem viu o perigo mais de perto, principalmente para as crianças", sublinhou Cristiana.

Em Castanheira, toda a gente parece cansada, numa vila onde o fumo continua muito presente, com o cheiro de mato queimado a sentir-se até dentro da Santa Casa da Misericórdia.

Apesar da situação, uma funcionária da Segurança Social de Leiria sublinhou que a solidariedade que se fez sentir foi crucial para um ambiente calmo, dentro do possível, com todos a procurarem dar apoio, principalmente aos idosos.

"Fale da humanidade, da solidariedade e da entreajuda que aqui se encontra. É impressionante", pediu a funcionária da Segurança Social.

“ELA em ConTaCto”
A Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica assinala o 20º aniversário este ano e organiza a 21 de Junho, Dia...

O evento vai reunir doentes, cuidadores, académicos e profissionais de saúde com o objetivo de despertar consciências e promover um maior conhecimento para a saúde na Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).

À semelhança dos anos anteriores, a iniciativa irá debruçar-se sobre um dos cinco sentidos do corpo humano, de forma a sensibilizar para o impacto da ELA, na qual, apesar de todo o corpo estar incapacitado, os sentidos e capacidades intelectuais permanecem intactos.

O tema em destaque este ano é o tato, discutido em diversos painéis que abordam desde os sintomas e tratamento da doença, novas tecnologias de apoio à comunicação doente, usos do corpo na sociedade atual, até às novas formas de arte corporal, reinvenções e adaptações.

Pedro Souto, Presidente da Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica (APELA) refere: “com esta iniciativa de cariz social e humanitário pretendemos, não só, alertar para a importância do diagnóstico da ELA, mas também para as terapêuticas e perspetivas futuras de novos tratamentos, que se caracterizam pelo seu papel diferenciador no atraso da progressão da doença.”

O evento será inaugurado às 14h30 pela Dra. Graça Rebôcho da Fundação PT, com o tema “A tecnologia como mecanismo de inclusão: da necessidade à solução” e com a apresentação de Pedro Souto, que irá aprofundar o conceito do certame.

Os dois painéis irão contar com a presença de vários profissionais de saúde, que abordam temas como a sintomatologia, terapêuticas existentes, investigações em curso; reabilitação do doente de ELA, terapia da fala, entre outras áreas de conhecimento relevantes.

O certame terá também uma performance sobre ELA, dada pelo bailarino Pedro Correia Ramos; a moderação de um painel a cargo de Fernando Alvim; o testemunho do ator Luís Esparteiro e terminará com uma sessão de agradecimentos dada pela Professora Doutora Sales Luís, uma das fundadoras da APELA. 

Desenvolvida no Canadá
Uma nova vacina experimental contra o vírus ébola demonstrou eficácia até seis meses depois de ser administrada a um grupo de...

Os testes clínicos envolveram 40 voluntários saudáveis que foram inoculados com a vacina, e que seis meses depois continuam a apresentar níveis altos de anticorpos contra a doença que tem ressurgido em África.

"Os resultados deste teste são positivos e muito promissores. A vacina foi bem tolerada pelos participantes e não foram identificados problemas de segurança", afirmou May ElSheriff, do Centro Canadiano de Vacinologia, em Halifax.

A persistência do vírus "sublinha a importância de continuar os esforços e colaborações que possam levar a vacinas contra o Ébola licenciadas que possam proteger humanos e prevenir ou controlar surtos no futuro", afirmam os autores da pesquisa, baseados no Canadá e nos Estados Unidos.

A febre hemorrágica provocada por este vírus é extremamente contagiosa e o período de incubação do vírus Ébola é de 21 dias.

Entre o final de 2013 e 2016, a epidemia de ébola na África Ocidental provocou mais de 11.300 mortos em 29.000 casos recenseados.

Em apenas cinco meses
Problema "é transitório", assegura um responsável do Ministério da Saúde. Em Julho vão ser contratados 290 novos...

O número de pessoas sem médico de família voltou a aumentar, depois de ter caído em 2016 e ficado, pela primeira vez, abaixo de um milhão, indicam os dados oficiais do Ministério da Saúde. Portugal nunca formou tantos especialistas em medicina geral e familiar como agora, mas as entradas não têm sido suficientes para dar resposta a toda a população e compensar as saídas de clínicos.

Parece paradoxal, mas, no final de Maio passado, eram mais de 858 mil as pessoas que não tinham médico assistente atribuído nos centros de saúde, quando cinco meses antes (final de 2016) não passavam de 769 mil, de acordo com os balanços divulgados pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS). Ou seja, são quase mais 90 mil pessoas em cinco meses, escreve o jornal Público.

“É um problema transitório", frisa o vogal da ACSS, Ricardo Mestre. Em Maio, a população não coberta era inferior em 350 mil do que no mesmo mês de 2016 e em 500 mil face a idêntico período de 2015. Mesmo assim, fica bem longe da meta traçada pelo ministro da Saúde que, no ano passado, antecipava que chegaria a Dezembro com apenas meio milhão de pessoas sem clínico atribuído.

Adalberto Campos Fernandes lembrou que, quando chegou ao Governo, em Novembro de 2015, “havia um milhão e 100 mil portugueses sem médico de família". E antecipou que, depois de ter sido efetuada "a maior colocação de médicos de família de que há memória em Portugal", 2016 iria terminar com cerca de “500 mil portugueses” nessa situação.

Mas a previsão não se concretizou. Em Fevereiro deste ano, num balanço, a ACSS sublinhava que em 2016 se atingira “o número mais elevado de sempre" de cobertura da população (92,1%)”, mas especificava que no final do ano se registava um total de “769.537 utentes sem médico de família". Um “ganho de 26,6%” face a 2015, enfatizava.

Por que motivo então é que estes cálculos saem furados – como já aconteceu com sucessivos ministros da Saúde, que prometeram sempre dar um médico de família a cada português, sempre sem sucesso? O problema é que os médicos de família vão-se reformando ou saindo por outros motivos ao longo de todo o ano (emigração, doenças, óbitos), enquanto as entradas de novos especialistas se concentram em dois períodos do ano, explica Ricardo Mestre.

Rui Nogueira, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, nota que nunca como agora o ministério teve condições para resolver este problema crónico. E lembra que há "cerca de 400" recém-especialistas que terminaram o internato (período de formação na especialidade) em Abril e que estão à espera do concurso de ingresso, que devia ter arrancado em Maio. “Estamos em meados de Junho e ainda não começou”, lamenta. Só isto, diz, permitiria quase resolver o problema (cada profissional pode ter 1900 utentes).

290 ainda este mês
Vai ser lançado um concurso para “290 vagas” ainda este mês, responde Ricardo Mestre, que acredita será possível colocar no terreno, já em Julho, os novos profissionais, porque os procedimentos para contratação estão agora “muito simplificados”. De resto, sublinha, o movimento de saídas por reformas está a aplanar-se.

Já o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, lembra que, ao longo dos últimos cinco anos, saíram com reformas antecipadas, para a emigração ou para trabalhar no sector privado, "mais de mil médicos de família" . O bastonário defende que, se não foram criadas condições de trabalho mais aliciantes, a situação não se alterará. "É uma pescadinha de rabo na boca."

"Os médicos de família têm que ter listas de utentes aceitáveis, não é só uma questão de remuneração, mas sobretudo de condições de trabalho. Quem não perceber isto não vai resolver o problema", diz Miguel Guimarães que recorda que as listas de 1900 utentes por médico foram negociadas, a título excecional, no tempo da troika. 

O problema da falta de médicos de família sente-se sobretudo nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e no Algarve, ambas com significativas percentagens de população a descoberto, ao contrário do que acontece no Norte, Centro e no Alentejo, onde pouco mais de 2% dos residentes inscritos nos centros de saúde não têm médico. Para se ter uma ideia das discrepâncias, basta ver que, se para todo o país são necessários 494 médicos, só para LVT estão em falta 377.

Seja como for, os dados permitem perceber, de facto, que o cenário já foi mais complicado. Em 2011, quando o Governo liderado por Passos Coelho tomou posse, havia cerca de 1,8 milhões de portugueses sem médico de família. Várias medidas, que incluíram a limpeza dos ficheiros, nomeadamente retirando utentes que tinham morrido, permitiram reduzir o número para um milhão e 38 mil no final de 2015.

Associação Cardíaca Americana
Apesar de ser promovido como uma opção saudável, o óleo de coco tem o mesmo efeito nocivo para a saúde que a gordura animal e a...

Por também ser composto por gorduras saturadas, o óleo de coco pode aumentar o chamado colesterol "mau", o LDL, explicam os investigadores.

De acordo com a associação americana, 82% da gordura no óleo de coco é saturada. Esta percentagem é maior do que a da manteiga (63%), da gordura bovina (50%) e da banha de porco (39%). "Como o óleo de coco aumenta o colesterol LDL, uma das principais causas das doenças cardiovasculares, e não tem efeitos favoráveis que compensem isso, advertimos contra o seu consumo", conclui o relatório da Associação Cardíaca Americana, citado pela BBC.

O instituto afirma que as pessoas devem limitar a quantidade de gorduras saturadas que consomem, substituindo algumas por óleos vegetais não saturados - como o azeite e o óleo de girassol. As gorduras animais, como a banha de porco, são geralmente vistas como nocivas, enquanto os óleos vegetais não saturados, como o azeite, são apontados como opções mais saudáveis, escreve o Sapo.

No entanto, vários especialistas defendem que a gordura ainda é parte essencial de uma dieta equilibrada e saudável - ou seja, não deve ser totalmente eliminada da alimentação. A gordura é fonte de ácidos gordos essenciais e ajuda o corpo a absorver as vitaminas A, D e E.

"Comer bem, para a saúde do coração, não significa apenas reduzir a gordura, mas diminuir tipos específicos de gordura e pensar em bons substitutos - gorduras não saturadas e cereais integrais, em vez de açúcar refinado e hidratos de carbono", comenta Victoria Taylor, da Fundação Cardíaca Britânica. "Qualquer mudança deve ser avaliada no contexto da dieta como um todo. A dieta mediterrânea tradicional traz benefícios para uma série de fatores de risco de doenças cardíacas, não apenas os níveis de colesterol", acrescenta Taylor.

"Recomendamos substituir as gorduras saturadas na dieta por gorduras não saturadas - usando óleos em vez de manteiga e escolhendo alimentos como abacate, peixes oleosos, nozes e sementes em vez de alimentos ricos em gorduras saturadas, como bolos, biscoitos, chocolate e carne gordurosa", completa.

Estudo
A conclusão é de uma investigação do Brigham and Women’s Hospital, nos Estados Unidos, publicada numa revista do grupo &quot...

Um estudo publicado na semana passada no jornal científico "Scientific Reports" do grupo "Nature" analisou durante um mês o ritmo circadiano de 61 estudantes da Universidade de Harvard e comparou esses dados com o seu desempenho académico.

De acordo com o estudo, escreve o Sapo, os investigadores descobriram que apesar de todos os estudantes terem dormido o mesmo número de horas, os participantes que tinham um padrão de sono regular eram os mais bem sucedidos face aos que tinham horas de deitar e levantar irregulares.

"Os nossos resultados revelam que adormecer e acordar aproximadamente ao mesmo tempo é tão importante quanto o número de horas que se dorme. A regularidade do sono é um fator potencialmente importante e modificável, independentemente da duração do sono", comenta Andrew Phillips, principal autor do estudo, numa nota de imprensa adjacente à investigação.

Os investigadores concluem que cumprir um padrão de sono é fundamental para estabilizar o ritmo circadiano - o sistema que controla a fome, sono e outros mecanismos biológicos.

"Descobrimos que o relógio do corpo sofreu alterações de quase três horas nos estudantes com horários irregulares", acrescenta Charles Czeisler, outro dos autores, que adianta que os resultados do estudo são aplicáveis também no mundo do trabalho.

Dia 21 de Junho
No dia 21 de junho, a Associação de Apoio a Doentes com Insuficiência Cardíaca participa, pela primeira vez, na edição de Verão...

Em Portugal, a insuficiência cardíaca afeta mais de 4% da população, ou seja, cerca de 380 mil pessoas, sendo uma síndrome com elevada morbilidade e mortalidade. A pressão arterial elevada, muitas vezes associada a outros fatores de risco, é a principal causa do desenvolvimento de Insuficiência Cardíaca, no nosso país.

“A Insuficiência Cardíaca é um problema de saúde incapacitante quando não é controlado nem devidamente diagnosticado. Existe ainda um grande desconhecimento da população e, acima de tudo, uma clara desvalorização desta patologia.

Por esse motivo faz todo o sentido marcarmos presença na Check-Up e promovermos a avaliação de alguns parâmetros e fatores de risco que estão na origem desta doença. Pretendemos trabalhar ao nível da prevenção e aconselhamento, bem como do esclarecimento da população sobre causas e manifestações clínicas da insuficiência cardíaca, para que o diagnóstico e tratamento sejam cada vez mais precoces levando a uma redução substancial do número de casos e para que os doentes possam, efetivamente, viver com melhor qualidade de vida”, explica o Comandante Vicente de Moura, presidente da Associação de Apoio a Doentes com Insuficiência Cardíaca (AADIC).

A Associação convida a população a fazer uma avaliação da sua pressão arterial e a esclarecer dúvidas com os enfermeiros, nutricionistas e técnicos de reabilitação cardíaca sobre insuficiência cardíaca e os seus fatores de risco, no stand da AADIC. A entrada é gratuita, sendo que das 11H00 às 13H00 os rastreios destinam-se apenas aos moradores da freguesia de Santa Maria Maior e das 13H00 às 18H00 são para a restante população.

A Check-Up promove rastreios junto do grande público, valoriza e divulga iniciativas das diferentes Sociedades Médicas, Associações de Doentes e outras Instituições, promovendo campanhas de awareness, prevenção e educação, que visam contribuir para melhorar a saúde e a qualidade de vida dos portugueses. Este ano, pela primeira vez, é lançada uma edição de Verão, que conta como parceiro institucional a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior.

Nos EUA
A epidemia de opioides e heroína que atravessa os Estados Unidos afeta de forma grave a comunidade portuguesa de Massachusetts,...

"Esta epidemia afeta muito a nossa comunidade, em cidades como New Bedford, Fall River, Tautnon. Pessoas de todas as idades, desde adolescentes até pessoas com 60 anos, e de todos os estratos sociais", disse Connie Mimoso, diretora de serviços na Fundação Seven Hills que presta apoio a estas populações em Massachusetts.

A diretora do Centro de Apoio ao Imigrante de New Bedford, Helena da Silva Hughes, confirma que "a epidemia de droga está a afetar a comunidade de falantes de português, assim como as outras comunidades".

"Infelizmente, devido a barreiras de língua e falta de informação sobre o assunto em português, muitos pais não se apercebem de que os filhos estão a usar drogas durante muito tempo e quando descobrem eles já estão a usar heroína", diz Hughes.

As responsáveis descrevem um padrão que se tornou a regra em todo o país: as vítimas começam a usar medicamentos para dores muito poderosos apenas disponíveis por prescrição médica, ficam dependentes, e quando os médicos deixam de os prescrever viram-se para a heroína, mais barata.

"Comprar estes medicamentos no mercado negro pode custar entre 100 a 500 dólares por dia, tenho pacientes que estavam a gastar 500 dólares por dia. Uma dose de heroína para um dia pode ser comprado por 20 ou 30 dólares", compara Connie Mimoso.

A especialista disse que os portugueses "ainda tentam lidar com o problema de forma muito fechada, no seio da família, e quando procuram ajuda já é em estados muito avançados da doença".

Em 2015, mais de 52 mil norte-americanos morreram de overdose, 33 mil dos quais de opioides, um aumento de 23 por cento em relação ao ano anterior.

A maioria das mortes acontece em cidades como Baltimore e Chicago, mas a dependência tem mais expressão nos subúrbios de classe media e zonas rurais dos estados da Nova Inglaterra, que inclui Massachusetts, ou nas zonas do Appalachia e Midwest.

"Em New Beford, tivemos mais de 600 overdoses no ano passado, 42 das quais fatais. Em Fall River foram cerca de 900. Não temos dados que discriminem quantos casos aconteceram em famílias portuguesas, mas sabemos que é uma percentagem alta porque os portugueses representam uma grande parte da população nestas cidades", explicou Connie Mimoso.

A fundação para a qual Connie trabalha, a Seven Hills Foundation, lançou recentemente um protocolo com a polícia local para ser chamada em casos de overdoses e oferecer apoio no seu seguimento.

A organização de Helena da Silva Hughes também está a lançar um grupo de apoio em português para as famílias afetadas que não falam inglês e, no mês passado, o representante estadual Tony Cabral organizou uma conferência para mostrar que existe ajuda disponível para estas pessoas.

"Depois de muitos anos, começa finalmente a ser reconhecido este problema e a ser discutido a nível político. Mas é preciso fazer muito mais. Este tipo de serviços não existe sem dinheiro e é preciso que o estado disponibilize mais verbas para um fenómeno que está a crescer", explicou Connie Mimoso.

Entre 1991 e 2011, o número de prescrições para analgésicos quase triplicou nos EUA, e existem neste momento processos em tribunal lançados por organizações não-governamentais e procuradores de vários estados a tentar penalizar as empresas farmacêuticas por esta epidemia.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Portugal continental e os arquipélagos da Madeira e Açores apresentam hoje um risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), as regiões de Beja, Viana do Castelo, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Penhas Douradas, Leiria, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal, Sines, Vila Real, Viseu, Aveiro, Porto, Funchal (Madeira) Ponta Delgada (ilha de São Miguel), Angra do Heroísmo (Terceira) e Horta (Faial) e Santa Cruz das Flores estão hoje com níveis ‘elevados’.

A região do Porto Santo está em risco ‘elevado’ de exposição à radiação ultravioleta (UV).

Para as regiões com risco 'muito elevado' e 'elevado', o Instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

O IPMA prevê para hoje no continente continuação de tempo quente com períodos de céu muito nublado, condições favoráveis à ocorrência de aguaceiros e trovoada, em especial nas regiões do interior e durante a tarde.

Está também previsto vento fraco, soprando moderado de sueste no Algarve e temporariamente do quadrante oeste durante a tarde na faixa costeira ocidental a sul do Cabo Espichel.

Nas terras altas, prevê-se que o vento soprará fraco a moderado do quadrante sul, sendo por vezes moderado a forte na região Sul, em especial nas serras algarvias.

A previsão aponta ainda para pequena descida da temperatura máxima nas regiões do interior e no Algarve.

No que diz respeito às temperaturas, em Lisboa vão oscilar entre 23 e 37 graus Celsius, no Porto entre 16 e 31, em Leiria entre 18 e 38, em Santarém entre 21 e 42, em Coimbra entre 19 e 38, em Castelo Branco entre 23 e 38, em Viseu entre 21 e 25, em Vila Real entre 22 e 35, em Bragança entre 21 e 35, na Guarda entre 21 e 31, em Portalegre entre 22 e 36, em Évora entre 21 e 29, em Beja entre 22 e 28 e em Faro entre 22 e 33.

Pedrógão Grande
Onze feridos estão hospitalizados em unidades de queimados de hospitais de Lisboa, Coimbra e Porto em consequência do incêndio...

Segundo confirmou o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, nas unidades de queimados de hospitais de Lisboa estão internados dois feridos em Santa Maria e um no São José, além de outros sete no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Um bombeiro também deu entrada, na madrugada de domingo, no Hospital da Prelada, no Porto, “com queimaduras na face e nos membros superiores e inferiores”, informou fonte oficial da unidade.

O ferido, oriundo de Castanheira de Pera, foi assistido no local e transportado para a unidade portuense devidamente estabilizado e apresentava, durante a tarde, “prognóstico reservado”.

Seis feridos internados no CHUC estavam em estado grave, disse o presidente da unidade hospitalar, Fernando Regateiro, durante um balanço efetuado ao final da manhã de ontem, por ocasião de uma visita do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, e do secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado.

Dos seis feridos graves, cinco estavam nos cuidados intensivos com ventilação, adiantou a fonte hospitalar.

Dos 45 feridos que deram entrada nas unidades do CHUC, 12 deviam receber tratamento nos serviços de cirurgias plástica, dez estavam em observação e 16 tinham já obtido alta médica.

O incêndio que deflagrou ao início da tarde de sábado numa área florestal em Escalos Fundeiros, em Pedrógão Grande (distrito de Leiria), alastrou-se aos municípios vizinhos de Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, obrigando a evacuar povoações ou deixando-as isoladas, e provou pelo menos 61 mortos, segundo o último balanço oficial.

Pedrógão Grande
A Ordem dos Médicos Dentistas ofereceu ajuda às autoridades para a identificação dos cadáveres da tragédia dos incêndios na...

Segundo Orlando Monteiro da Silva, os médicos dentistas, sobretudo com formação na área da medicina legal, podem ajudar a identificar cadáveres através dos dentes, sendo um dos meios “eficaz e rápido” de identificação.

O bastonário recordou que já no ano passado, nos fogos da Região Autónoma da Madeira, a Ordem ofereceu ajuda no trabalho da medicina legal, com identificação de cadáveres.

“Temos disponíveis pessoas com formação nesta área e podemos mobilizar uma equipa”, disse Monteiro da Silva, indicando que contactou o Ministério da Saúde e que poderá a Ordem ser contacta pelo Ministério da Justiça para ajudar.

Através da identificação de dentes e próteses dentárias, cruzando e comprando com registos dentários dos médicos dentistas, pode ser possível identificar os cadáveres.

O fogo em Pedrógão Grande, que causou pelo menos 61 mortos, deflagrou ao início da tarde de sábado numa área florestal em Escalos Fundeiros, em Pedrógão (distrito de Leiria), e alastrou-se aos municípios vizinhos de Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, obrigando a evacuar povoações ou deixando-as isoladas.

Incêndios
A Direção-Geral de Saúde avisou que o leite não tem utilidade como antídoto do monóxido de carbono libertado pelos incêndios,...

Numa nota sobre o risco de lesões por inalação de fumos, a Direção-Geral de Saúde (DGS) lembra que é um mito a ideia de que o leite é um antídoto do monóxido de carbono, sendo uma ideia sem fundamento científico.

“Não é [um antídoto] e não se deve atrasar a referenciação e o tratamento a nível hospitalar correto”, refere a autoridade de saúde.

A DGS reforça que não está descrita utilidade do leite para estes fins em artigos científicos.

Em caso de inalação de fumos, a DGS aconselha a retirar a pessoa do local e evitar que esteja exposta ao calor, bem como a pesquisar sinais de alarme: presença de queimaduras, sinais de dificuldade respiratória ou alterações do estado de consciência.

As crianças e os idosos são os mais vulneráveis aos riscos da inação de fumos.

Presidente da República
O Presidente da República pediu uma “unidade nacional o mais ampla possível”, em torno da localidade a candidatar à Agência...

Marcelo Rebelo de Sousa comentava desta forma a decisão, anunciada pelo Governo, de reabrir o processo de candidatura de Portugal à Agência Europeia do Medicamento (EMA), de forma a incluir também a cidade do Porto no processo.

“Trata-se, agora, de estabilizar uma posição. O ideal é que seja consensual e que rememos todos na mesma direção porque a candidatura aproxima-se da fase final. O objetivo é que haja uma unidade nacional o mais ampla possível em torno da localização que for escolhida”, afirmou o chefe de Estado, no Porto, à margem da sessão de encerramento do 2.º Encontro Nacional de Cuidadores Informais de Pessoas com Doença de Alzheimer e outras Demências Similares.

Questionado sobre se foi importante a ponderação que levou o Governo a rever a candidatura, que inicialmente se restringia a Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa indicou que “todas as reflexões são boas desde que, no fim, se escolha a hipótese com mais probabilidade de vitória e que tenha maior unidade nacional”.

“Como o grande objetivo é conseguir ganhar para Portugal, e porque Governo e partidos estão a apostar muito nisso, vamos ver se ganhamos”, frisou o Presidente da República (PR).

Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que “vários partidos, pensando duas vezes, decidiram repensar as suas posições” sobre a localidade que Portugal deve candidatar à sede da EMA, que deve abandonar Londres com a saída do Reino Unido da União Europeia.

“Pelos vistos, aconteceu também [pensar duas vezes e repensar a posição] com o Governo. Trata-se, agora, de estabilizar uma posição”, vincou.

Questionado sobre o que terá originado a decisão do Governo, ou se o Governo decidiu olhar “para lá do Tejo”, como defende o PR esta manhã em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que a pergunta teria de ser feita “ao primeiro-ministro”.

“Na primeira ocasião, havia uma posição unânime. Depois os partidos começaram a refletir e apresentar outras ideias. Pelos vistos chegou ao Governo. Agora é estabilizar ideias e fazer o possível e o impossível para Portugal ganhar”, defendeu.

“Era muito importante que Portugal ganhasse”, sublinhou.

Na quinta-feira, o chefe de Estado pediu que os partidos “estabilizem a opinião” sobre a localidade portuguesa a candidatar à EMA, escolham “a que tem melhores hipóteses de ganhar” e “remem na mesma direção”.

“O que o PR pode desejar, em primeiro lugar, é que rapidamente os partidos definam uma posição. Se é a que tinham, se é outra e qual: Porto ou Braga. Depois, que definam por consenso, para um não defender uma coisa e outro defender outra”, pediu Marcelo Rebelo de Sousa.

Um comunicado do Ministério da Saúde revelou que Governo decidiu reabrir o processo de candidatura, referindo que só o Porto, a par de Lisboa, "parece reunir condições para uma candidatura muito exigente e competitiva em termos europeus".

"Neste contexto, o Governo tomou a iniciativa de contactar a Câmara do Porto para que a cidade se associasse, no âmbito da Comissão de Candidatura Nacional, ao processo de avaliação que irá decorrer à luz dos critérios oficiais definitivos", lê-se na nota.

Os "critérios definitivos" para a nova localização EMA serão definidos num conselho europeu que vai decorrer a 22 e 23 de junho e as candidaturas devem ser oficialmente apresentadas até final de julho, esclarece o ministério.

A reabertura do processo de candidatura de Portugal, de modo a incluir também o Porto, pretende, segundo o Governo, "gerar soluções alternativas qualificadas, promotoras de uma única candidatura nacional, forte e afirmativa em termos europeus".

Governo
O processo de candidatura de Portugal a acolher a Agência Europeia do Medicamento vai ser reaberto de forma a incluir também a...

De acordo com uma nota do ministério, o Governo decidiu reabrir o processo de candidatura, referindo que só o Porto, a par de Lisboa, "parece reunir condições para uma candidatura muito exigente e competitiva em termos europeus".

"Neste contexto, o Governo tomou a iniciativa de contactar a Câmara Municipal do Porto para que a cidade se associasse, no âmbito da Comissão de Candidatura Nacional, ao processo de avaliação que irá decorrer à luz dos critérios oficiais definitivos", lê-se na nota.

Os "critérios definitivos" para a nova localização da Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla inglesa), que vai deixar Londres por causa da saída do Reino Unido da União Europeia, serão definidos num conselho europeu que vai decorrer a 22 e 23 de junho e as candidaturas devem ser oficialmente apresentadas até final de julho, esclarece o ministério.

A mesma nota lembra que "no final de 2016, à luz dos requisitos pré-definidos pela Agência, foi considerado que Lisboa seria a cidade que reunia, à partida, as melhores condições para uma candidatura ganhadora" e que esta candidatura foi aprovada pelo Conselho de Ministros de 27 de abril, a que se seguiu um voto de saudação, aprovado por unanimidade, pela Assembleia da República a 11 de maio.

Depois de, "no último mês, terem surgido "expressões de vontade de outras cidades com o objetivo de acolher” a EMA, o ministério acrescenta que "tendo em conta os requisitos já conhecidos, só o Porto, a par de Lisboa, parece reunir condições para uma candidatura muito exigente e competitiva em termos europeus".

A reabertura do processo de candidatura de Portugal, de modo a incluir também o Porto, pretende, segundo o Governo, "gerar soluções alternativas qualificadas, promotoras de uma única candidatura nacional, forte e afirmativa em termos europeus".

Bastonário
A Ordem dos Médicos considera obrigatório e urgente reduzir a lista de utentes por médico de família, a única forma de reter no...

“Se não quisermos continuar a perder médicos de família temos de reter no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e temos de oferecer melhores condições de trabalho. Melhorar as condições de trabalho é dar-lhes listas de utentes adequadas”, afirmou aos jornalistas o bastonário Miguel Guimarães.

A Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar apresentou na sede da Ordem dos Médicos, em Lisboa, uma proposta para que as listas de utentes passem a ter em conta as dificuldades de acesso a serviços de saúde em cada município, sugerindo listas que vão de 800 até menos de 1.800 doentes.

Atualmente, o limite máximo é de 1.900 doentes por médico, na prática, esse limite é aplicado como norma. Este número, que era para ser transitório, foi uma condescendência dos sindicatos médicos na altura da crise económica e da assistência financeira a Portugal e já devia ter sido revisto.

Agora, até porque Portugal já não atravessa a escassez de médicos de medicina geral e familiar de há poucos anos, a Associação vai sugerir que se introduza uma nova dimensão na constituição de listas de utentes por médico de família.

A ideia é ter em conta, em cada município, o contexto em que os médicos exercem a profissão, seja devido ao envelhecimento populacional, ao número de domicílios que necessitam de fazer e às distâncias que têm de percorrer, seja as próprias condições das unidades de saúde, como explicou o presidente da Associação de Medicina Geral e Familiar, Rui Nogueira.

A sugestão dos médicos de família surge na sequência de um estudo feito pela própria associação.

“A proposta agrada-nos. Independentemente dos estudos que vão ser feitos, este estudo é muito importante para mostrar que os médicos de família têm uma lista excessiva de utentes. Mas é preciso é tomar decisões. Temos uma deficiência no tempo da relação médico/doente. Os médicos têm claramente doentes em excesso. A decisão tem é de ser tomada”, afirmou o bastonário Miguel Guimarães.

O representante máximo dos médicos defende que o Ministério da Saúde devia “olhar com atenção” para este estudo da Associação de Medicina Geral e Familiar, lembrando que a redução das listas de utentes é uma medida essencial para melhorar a qualidade da medicina nos cuidados de saúde primários.

Norte e Sul
O Partido Ecologista Os Verdes quer que dois hospitais públicos ofereçam a possibilidade de experimentar o parto em meio...

Um projeto de resolução do grupo parlamentar do Partido Ecologista Os Verdes (PEV) defende que seja criado um projeto-piloto, no âmbito do Serviço Nacional de Saúde, que permita a experiência de prática do parto em meio aquático.

A ideia é estabelecer um protocolo com dois hospitais, um no Norte e outro no Sul de Portugal, para permitir partos em meio aquático, com o consentimento informado das mulheres grávidas e em condições de segurança.

O PEV quer ainda que a Direção-Geral da Saúde elabore um relatório sobre o parto em meio aquático, relatando estudos e experiências de outros países. Propõe-se ainda a criação de um guia informativo destinado a futuras mães e pais.

Os Verdes elaboraram ainda um projeto de lei que propõe que os estabelecimentos de saúde onde seja realizado qualquer parto disponibilizem um contacto direto 24 horas por dia para que as mulheres puérperas possam solicitar esclarecimentos e obter respostas de forma a tranquilizar dúvidas que surjam.

A ideia é que as unidades públicas onde se realizam os partos possam ajudar a esclarecer dúvidas, 24 horas por dia, sobre cuidados a ter com o recém-nascido ou sobre o estado físico e emocional da mãe.

“Finalizado o internamento por parto, não é incomum que comecem a surgir inseguranças e dúvidas sobre cuidados práticos a ter com o recém-nascido ou sobre o próprio estado emocional e físico da mãe”, justifica o projeto de diploma.

No mesmo projeto de lei pretende-se introduzir um esclarecimento sobre o acompanhamento da mulher grávida durante todas as fases do trabalho de parto, que já é possível em Portugal.

“A mulher grávida pode, a qualquer momento, prescindir do direito ao acompanhamento durante todas ou algumas fases do trabalho de parto”, sugere o PEV, no sentido de esclarecer que é à mulher grávida que deve sempre caber a decisão.

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