Oposição denuncia
A oposição venezuelana denunciou que o Governo do Presidente Nicolás Maduro nega-se a autorizar a entrada no país de 900...

"O Governo nacional (venezuelano) não dá autorização, no seu empenho por fazer que o mundo acredite que aqui não há uma crise humanitária e isso é sumamente grave", denunciou o deputado José Gregório Correa.

Em declarações aos jornalistas, em Caracas, o deputado, que também é presidente da Comissão de Assuntos Interiores, Segurança e Defesa do Parlamento do Mercosul (Parlasul), questionou a importância que tem "vida dos venezuelanos" para o Governo.

Como exemplo da gravidade da situação, explicou que "Cojedes é o segundo estado (venezuelano) com escassez de medicamentos à escala nacional".

"Segundo as estatísticas, duas pessoas faleceram como consequência da escassez de medicamentos, sem contar o péssimo funcionamento dos hospitais e a sua decadente dotação", denunciou.

Para o parlamentar, negar a entrada de medicamentos para as pessoas "é um crime que lesa a humanidade".

"Numa situação como está, é realmente não humano que por diferenças políticas não permitam o ingresso. O que de verdade deveria importar ao Governo é preservar a vida dos cidadãos", disse.

Na Venezuela são cada vez mais frequentes as queixas da população para encontrar alguns tipos de medicamentos, entre eles os tratamentos para hipertensão, diabetes e cancro.

Segundo os funcionários de várias farmácias, quando os medicamentos chegam, têm custos elevados para grande parte da população e dão como exemplo os comprimidos para a hipertensão, cujo tratamento para 15 dias custa mais de 50% do salário mínimo mensal.

No início de novembro
Os 3.300 computadores e as duas novas aplicações informáticas que integram o plano de renovação do parque informático da Região...

Em comunicado, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) informou que a primeira fase de instalação - num total de 1.200 computadores - foi concluída no primeiro semestre de 2017 e versou Barcelos-Esposende, Gondomar, Porto Ocidental, Famalicão, Marão e Douro Norte, Baixo Tâmega, Vale do Sousa Norte e Sul, Póvoa de Varzim-Vila do Conde e Espinho-Gaia.

Em curso está a instalação dos restantes 2.100 que abrangerá Alto Ave, Douro Sul, Santa Maria da Feira-Arouca, Aveiro Norte, Vila Nova de Gaia e Santo Tirso-Trofa.

Esta renovação representa, segundo aquele organismo, um "investimento de 1,7 milhões de euros" e decorre do "Plano de Investimentos efetuados e a efetuar pela atual Tutela do Ministério da Saúde".

"Após o levantamento de necessidades, há muito manifestadas na região, foi decidido, em 2016, acelerar a renovação do parque informático e dotar os Cuidados de Saúde Primários de 3.300 novos computadores e duas novas aplicações informáticas", indica.

Uma das aplicações versa a "área dos meios complementares de diagnóstico" e a outra destina-se à "área da qualidade e gestão documental nos vários níveis da prestação dos CSP [Cuidados de Saúde Primários]", lê-se no comunicado.

Esta decisão, prossegue o documento, "insere-se, por um lado, na consecução da reforma que está a ser levada a efeito e, por outro, no papel preponderante que as novas tecnologias cada vez mais assumem nas sociedades e no Serviço Nacional de Saúde".

"Simplificados os procedimentos administrativos", estes contribuem para uma diminuição do tempo despendido pelos cidadãos no seu contacto com os centros de saúde.

21 de setembro - Dia Mundial da Doença de Alzheimer
Dificuldade em comunicar, recordar acontecimentos relativamente recentes, estar emocionalmente mais instável e ter menos...

“As demências são um conjunto de doenças neurodegenerativas, o que significa que as células morrem e não podem ser restituídas. Isto causa um declínio progressivo no funcionamento da pessoa que não pode ser restabelecido, mas pode ser retardado, com recurso às terapias não-farmacológicas de intervenção multidisciplinar. O principal objetivo destas terapias é manter as capacidades preservadas durante o maior período de tempo possível e, para tal, as sessões em grupo parecem ter alguns benefícios acrescidos”, explica Margarida Rebolo, neuropsicóloga no NeuroSer, Centro Diagnóstico e Terapias para Doença de Alzheimer e outras patologias neurológicas. “O que a literatura nos diz é que a estimulação cognitiva, ocupacional e/ou motora em grupo melhora a comunicação, o humor (disposição) e o bem-estar geral, devolvendo um sentimento de competência e eficácia à pessoa e, por isso, proporcionando maior qualidade de vida”, especifica a terapeuta, que garante verificar estes benefícios na sua prática quotidiana.

Nestas sessões de grupo, conforme especifica a terapeuta ocupacional do mesmo centro, Ana Matias, o que se procura é “criar atividades onde os vários elementos do grupo se sintam confortáveis por participar, onde a frustração de lidar com as perdas funcionais é eliminada e é promovido o lazer e a participação social”. Margarida Rebolo acrescenta que “mesmo em grupo, é importante respeitar a individualidade”.

Para responder a esta premissa, neste centro foi criado o conceito Manhãs e Tardes no NeuroSer, que pode ser composto por três ateliers distintos de terapias de grupo (atelier ocupacional, atelier da memória e atelier do movimento) que pretendem dar acompanhamento à pessoa com demência durante um período mais alargado. É possível frequentar uma manhã ou uma tarde por semana, por períodos semanais variados (ex: duas manhãs e uma tarde) ou até mesmo permanecer todo o dia, em função das necessidades e disponibilidade da pessoa/família. Os grupos são de dimensão reduzida e as atividades são desenvolvidas por uma equipa multidisciplinar, que tem em conta os seus interesses pessoais, as suas histórias de vida, a sua dinâmica familiar e as suas capacidades cognitivas e motoras.

No atelier ocupacional, “isto pode ser traduzido na realização de atividades do dia-a-dia, como cozinhar, passear, realizar jogos e trabalhos manuais. Coisas que fazem a pessoa identificar-se com os pares, uma vez que se sente capaz de realizar as tarefas e assumir responsabilidades (como cuidar de uma planta), o que irá proporcionar uma alteração positiva no humor”, explica Ana Matias. A terapeuta responsável pelo atelier salienta que as atividades promovem o envolvimento e o desempenho dos utentes num interesse comum ao grupo, o que potencia o sentimento de pertença e coesão e, consequentemente, ajuda a combater o isolamento.

Já no atelier da memória o objetivo é promover a conversação e interação, utilizando “perguntas de opinião para promover o pensamento crítico e a troca de impressões entre os participantes do grupo”, esclarece a Margarida Rebolo, neuropsicóloga no NeuroSer. “Para além disso, recorre-se muitas vezes a técnicas de reminiscência, onde a pessoa revê acontecimentos passados com recurso a fotografias, por exemplo, e a estímulos manuais (ex: construir e preencher a sua árvore genealógica)”, acrescenta a terapeuta responsável pelo atelier de memória. Estas atividades podem ser igualmente implementadas numa abordagem individual à pessoa com demência. A vantagem das sessões em grupo é que, explica Margarida Rebolo, “muitas vezes a pessoa nem se apercebe que está a realizar uma tarefa mentalmente exigente quando interage com os outros, o que gera melhores resultados, sobretudo ao nível da motivação”, Para além disso, a socialização permite estimular as funções cognitivas num todo, ativando o cérebro de uma forma mais vasta, potenciando um funcionamento cognitivo adequado, sentimentos de autoconfiança e união entre os membros.

Outra das vertentes das terapias não-farmacológicas com vista à manutenção das capacidades das pessoas com demências é a função motora. Para muitas das pessoas com demência, até os movimentos mais simples podem ser difíceis, seja devido à idade, seja devido à própria demência, que pode afetar as funções motoras. “E, por isso, é importante treinar estas funções, com recurso à realização de vários exercícios que envolvam a mobilidade geral, o fortalecimento muscular, a expressão corporal, o ritmo, a coordenação motora e a marcha”, especifica Mariana Mateus, fisioterapeuta. Este tipo de atividades compõem o atelier de movimento, onde “são utilizados diferentes materiais (ex: bolas, arcos, bastões), que tentam englobar as várias funções motoras”, explica, acrescentando que “um dos momentos mais apreciados pelas pessoas do grupo é a dança, onde há liberdade para cada um sentir a música à sua maneira”.

Mas, para além de promover a autonomia motora, quer-se também “proporcionar um momento de bem-estar físico e emocional, e também de sociabilização entre as pessoas do grupo, trabalhando de forma integrada as funções motoras e cognitivas”, sublinha a fisioterapeuta, justificando que “a intervenção nestas patologias deve ser realizada de forma holística”.

De forma a garantir uma intervenção global entre os vários ateliers, as atividades dos três ateliers realizam-se em torno do tema do mês definido no NeuroSer, nos quais, apesar de tudo, a palavra de ordem é “flexibilidade”. Em complemento ou alternativa ao acompanhamento individual da pessoa com demência, as sessões de grupo parecem ser uma mais-valia, não só para a pessoa com demência, mas também para os seus cuidadores/familiares.  

Para além disso, o conceito Manhãs/Tardes tem como objetivo permitir o descanso do cuidador/familiar, permitindo-lhe realizar atividades significativas para si durante aquele período.

Setembro é o mês das doenças malignas do sangue
A Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas vai apresentar, no próximo dia 23 de setembro, mês em que se assinalam as...

Com esta renovação, que contou com o apoio da Abbvie Portugal, a Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas (APLL) tem por objetivo captar mais apoios e ajudar novos doentes e o público em geral a compreenderem melhor as várias fases das doenças.

De acordo com Isabel Leal Barbosa, presidente da direção da APLL “o novo site vai estar focado no doente, com secções destinadas ao apoio psicológico, jurídico e à recuperação física”.

“Terá ainda foco na qualidade de vida com atenção na alimentação cuidada, atividade física e sexualidade e haverá um espaço do doente que contará com testemunhos de sobreviventes que são de grande importância para os novos doentes”, destaca.

Mais interativo e user friendly o novo website cria novas oportunidades de contacto com a APLL e um dos tópicos em destaque são as “7 maneiras de ajudar o doente e a sua família”.

Uma secção destinada a pessoas e empresas solidárias que queiram contribuir fazendo-se sócios ou voluntários, apadrinhando a organização de eventos da associação ou criando acontecimentos próprios, doando sangue ou medula óssea, ou ainda contribuindo monetariamente (donativo, cotas, IRS, IRC, apoios e parcerias).

Aliás, uma das novidades prende-se com a capacidade de se fazer donativos diretos através do website porque, segundo a presidente da direção da APLL, “as ajudas que temos nunca são suficientes.

Por isso, através desta reformulação pedimos aos nossos voluntários, sócios e ao cidadão comum para que respondam aos nossos apelos e contribuam de forma rápida e fácil através desta nova funcionalidade.”

O novo website conta ainda com vídeo feitos pelos alunos da Escola de Artes de Castelo Branco (fazendo parte da sua avaliação académica) e que faz parte da série Lavender, que tem por objetivo tratar a leucemia e o linfoma por tu e que, através da imagem, esclarece dúvidas acerca das doenças.

O website vai ser apresentado no Jantar da Amizade da APLL, evento solidário integrado num conjunto de iniciativas que decorrem em setembro, mês de consciencialização ​das doenças malignas do sangue.

Instituto de Medicina Molecular
Investigadores do Instituto de Medicina Molecular descobriram, numa experiência com ratinhos, o mecanismo celular que pode...

Os resultados da descoberta são descritos em dois estudos distintos, publicados nas revistas Current Biology e Nature Cell Biology.

A descoberta, segundo a equipa de cientistas, pode abrir caminho para tratamentos de doenças musculares ou de lesões provocadas pela prática desportiva intensiva.

Quando o músculo esquelético (tecido muscular unido aos ossos) funciona normalmente e contrai, o núcleo das células musculares está na periferia da célula.

Em caso de doença como distrofia ou miopatia, lesão ou perda de massa muscular (que ocorre com o envelhecimento), o núcleo da célula muscular está no centro da célula.

Os investigadores descobriram que o nível de rigidez do núcleo das células do músculo, que o coordenador da equipa Edgar Gomes compara a uma bola, condiciona os movimentos e a posição desse núcleo nas células.

Se a 'bola' for demasiado mole ou dura, o músculo deixa de funcionar bem: é o que acontece em caso de doença, lesão ou perda de massa muscular.

O "meio-termo" corresponde à "situação normal da célula", significando que o músculo está a funcionar bem, disse Edgar Gomes.

"Se conseguirmos controlar a rigidez do núcleo com drogas, com tratamentos, isso poderá corrigir o posicionamento do núcleo e melhorar o funcionamento do músculo, afirmou.

Ao observarem o mecanismo em tecido de músculo produzido a partir de células de ratinhos, os investigadores do Instituto de Medicina Molecular (iMM) descobriram igualmente várias proteínas que ativam a contração do músculo e fazem com que o núcleo das células musculares se posicione na periferia.

De acordo com Edgar Gomes, essas proteínas estão afetadas em doenças ou lesões musculares.

O seu grupo de investigação está agora a estudar, a partir de tais proteínas, potenciais alvos terapêuticos para doenças musculares como as miopatias.

EU-JAMRAI
Portugal vai participar no lançamento de uma iniciativa europeia para o combate às infeções associadas aos cuidados de saúde e...

A "European Joint Action on Antimicrobial Resistance and HealthCare-Associated Infections (EU-JAMRAI)" é uma iniciativa europeia para o combate às infeções associadas aos cuidados de saúde e resistências aos antimicrobianos.

A iniciativa reúne os Estados-membros da União Europeia (UE), organizações internacionais, institutos e universidades, num esforço conjunto para enfrentar as resistências antimicrobianas e as infeções associadas à saúde.

Trata-se de uma ação que irá aproveitar as iniciativas existentes e propor medidas concretas para reduzir o peso das resistências antimicrobianas.

As resistências antimicrobianas são um importante problema de saúde pública, responsável por 10 milhões de mortos em todo o mundo até 2025.

A EU-JAMRAI é financiada pelos participantes e pelo Programa de Saúde da União Europeia, contando com um orçamento de 6.963.604 euros, com 4.178.162 euros da Comissão Europeia.

Comissão Europeia
Portugal saiu da lista de países terceiros afetados pela crise dos ovos ou subprodutos contaminados com inseticida, enquanto...

De acordo com a mais recente lista, Portugal já não consta entre os Estados-membros afetados, mas Angola e Cabo Verde estão entre os 11 países que receberam ovos ou subprodutos contaminados com no seu território.

A lista de países afetados pelo comércio ou distribuição de ovos contaminados com fipronil inclui 25 Estados-membros (apenas Portugal, Croácia e Lituânia ficam fora), dois dos três países da Área Económica Europeia (Noruega e Liechtenstein) e 19 países terceiros.

Segundo o RASFF - Sistema de Alerta Rápido para os Géneros Alimentícios e Alimentos para Animais – 11 destes países terceiros receberam ovos ou produtos contaminados no seu território, incluindo Angola, Cabo Verde e Suíça, tendo nos restantes oito os produtos sido detetados em navios.

Na semana passada, Portugal tinha entrado na lista dos países afetados, tendo a notificação sido feita pela Bélgica, mas a Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) garantiu que quantidade de ovos contaminados com pesticida tóxico comprados na Bélgica por um português foi pequena, para consumo e pode nem sequer ter chegado a território português.

“Estamos no terreno a avaliar exatamente a quantidade comprada, que foi pequena e, por isso, tudo indica que fosse para consumo”, disse então à agência Lusa o inspetor-geral da ASAE, Pedro Portugal Gaspar, acrescentando: “os ovos podem ter sido consumidos fora do território nacional”.

A fraude que conduziu à contaminação de ovos pelo inseticida fipronil remonta a setembro de 2016, disse recentemente a Comissão Europeia, precisando na altura que 34 países, a maioria na Europa, foram atingidos pela situação.

A contaminação de dezenas de milhões de ovos, resultante da desinfestação de explorações de galinhas poedeiras por um produto contendo fipronil, um antiparasitário forte estritamente proibido na cadeia alimentar, foi divulgada em agosto.

Aspetos Clínicos, Mitos, Fatos e Realidades
Decerto poucos assuntos permanecem tão atuais e controversos na Psiquiatria como o suicídio.

A própria definição de suicídio é controversa; pode considerar-se que o suicídio é o ato deliberado que resulta na morte, com conhecimento prévio ou expectativa de desenlace fatal.

Um termo relacionado, e que por vezes gera alguma confusão, é para-suicídio: em que a pessoa faz mal a si própria ou ingere, por ex., substâncias em excesso, mas em simultâneo deixa pistas para que a morte não aconteça, ou simula a vontade de terminar com a vida.

O suicídio é uma das 10 principais causas de morte a nível mundial (!); embora as estatísticas sejam consideradas (por motivos políticos, culturais, por cuidados de saúde/epidemiológicos deficitários, ou outros) pouco fiáveis, a própria Organização Mundial de Saúde (OMS), refere que num dado momento, em todo o mundo, ocorre em média, uma tentativa a cada 3 segundos, e uma morte a cada 40.

Assim, no tempo que o leitor demorou a ler este texto até agora, poderão ter ocorrido mais de vinte tentativas e ter falecido 1 a 2 pessoas. Por suicídio.

É a segunda causa de morte entre os 15 e os 29 anos.

Morrem mais pessoas por suicídio do que em guerras.

O local do mundo onde mais pessoas se suicidam é a Ponte Golden Gate em São Francisco — Califórnia, nos Estados Unidos da América.

Ainda segundo os dados mais recentes da OMS, o país onde mais pessoas se suicidam é a Guiana, com 30,6 mortes por 100 000 habitantes. Antígua e Barbuda não têm registo oficial de suicídios em 2015 (dados mais recentes disponíveis para comparação).

As taxas de suicídio são sempre mais elevadas em homens e aumentam com a idade, sendo que o suicídio é uma realidade particularmente grave em zonas remotas e isoladas.

Em Portugal, segundo dados citados pela Sociedade Portuguesa de Suicidologia, a tendência global tem sido de diminuição do número de suicídios
(de 9,9/100 000 habitantes para um mínimo de 5,1/100 000 hab. no ano 2000).

Naturalmente que em cada país existem assimetrias regionais muito marcadas nos números de suicídio; em determinadas zonas do Alentejo, por ex., por motivos genéticos, incidência elevada de doença psiquiátrica, isolamento, acesso limitado a cuidados de saúde mental, alcoolismo ou outros, as taxas são claramente superiores à média nacional. O mesmo se verifica em certas regiões da Ilha da Madeira ou em algumas Ilhas do Arquipélago dos Açores.

Acompanhando a tendência mundial, a taxa de suicídios é sempre muito maior nos homens e aumenta claramente com a idade, sobretudo a partir dos 74 anos.

Os homens podem usar métodos mais violentos como armas de fogo, enforcamento e defenestração, enquanto nas mulheres, as intoxicações voluntárias (medicamentosas ou outras) são relativamente frequentes.

Embora o número de suicídios consumados seja maior nos homens, as mulheres fazem mais tentativas.

Métodos como imolação pelo fogo são raros nos países ocidentais e em pessoas de religião cristã ou judaica.

Há muitos mitos associados ao Suicídio:

O mais frequente é o de que abordar o tema do suicídio com uma pessoa com ideias de morte, ou como vulgarmente referido, com “tendências suicidas” pode induzir o suicídio. É absolutamente falso. Se alguma coisa, a pessoa sente-se aliviada por poder partilhar uma experiência tão dolorosa e procurar ajuda. 

Um aspeto bem distinto é a divulgação, pelos meios de comunicação social, de atos isolados de suicídios e das circunstâncias em que estes ocorrem. Em Portugal e em vários outros países existe um acordo “oficioso” para a não divulgação destes casos, porque pode incitar ou levar a um efeito multiplicador da escolha de um determinado método (por ex., saltar de uma ponte).

O suicídio não é uma consequência natural ou expectável do stress. É uma reação anormal a fatores de stress.

O suicídio nem sempre é um ato impulsivo.

As pessoas que se suicidam são “egoístas e fracas” — outro mito comum. Em 90% dos casos, existe uma doença associada.

“As pessoas inteligentes e bem sucedidas nunca se suicidam” — na verdade, o ato suicida não tem limites culturais, étnicos, raciais ou socioeconómicos.

Entre os fatores protetores para o suicídio estão a ausência de doença mental, ter um emprego, filhos ou crianças no lar, a gravidez, fortes convicções religiosas, satisfação com a vida ou com a carreira, copingskills e uma rede de suporte adequadas e uma boa relação terapêutica com o médico assistente.

Fatores de risco incluem a idade avançada, o sexo masculino, história prévia de tentativas de suicídio, acesso ou conhecimento sobre meios letais (é referido por alguns autores anglo-saxónicos que a profissão em que maior número de pessoas se suicidam é a de médico veterinário, seguindo-se a de farmacêutico, anestesista, médico de medicina geral e familiar, ...)

Constituem também fatores de risco o isolamento, doença psiquiátrica grave e não tratada (depressões, substâncias de abuso, esquizofrenia, perturbações de personalidade), doença orgânica grave (insuficiência renal em diálise, infeção por VIH, neoplasias, algumas doenças reumatológicas). A baixa tolerância à frustração, muito particularmente associada a traços de personalidade rígidos, «desadaptativos», com um pensamento do tipo tudo ou nada, é talvez um dos mais importantes fatores de risco.

Para concluir, uma mensagem de esperança: a pessoa em risco de suicídio pode ser ajudada. Se existir risco claro de suicídio, deve ser referenciada de imediato a um Serviço de Urgência de Psiquiatria. No caso de a pessoa ter ideias de morte, sem intenção ou plano suicida mas com forte angústia associada, em articulação com outros profissionais de saúde, deve ser encaminhada para um Serviço de Saúde Mental. Existem tratamentos eficazes, com abordagens que incluem farmacoterapia, mas também intervenção psicoterapêutica e psicoeducação, implicando médicos, psicólogos, enfermeiros e eventualmente outros profissionais de um Serviço de Saúde Mental.

Autores: Dr. Pedro Cintra, Dra. Margarida Albuquerque, Dr. Miguel Costa, Dra. Constança Ruiz- Médicos do Departamento de Saúde Mental do Hospital de Cascais Dr. José de Almeida

Referências:

http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs398/en/
http://www.who.int/gho/mental_health/suicide_rates_male_female/en/
www.spsuicidologia.pt
VVAA, Comportamentos Suicidários em Portugal, Sociedade Portuguesa de Suicidologia, 2006.
Kutcher S., Chehil S., Suicide Risk Management – A Manual for HealthProfessionals, LundbeckInstitute, 2007.
Cowen P, Harrison P, Burns T., ShorterOxforfTextbookofPsychiatry, vol 2, Oxford UniversityPress, 2012.
Sadock BJ, Sadock VA, KaplanandSadock’sSynopsisofPsychiatry, Lippincott, Williams &Wilkins, 2003.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
CLAWAR
Um robô que permite a locomoção autónoma de crianças com atrofia muscular espinhal, uma doença degenerativa que causa fraqueza...

Este robô (exosqueleto) está a ser desenvolvido no âmbito do projeto espanhol ATLAS 2020 e vai ser apresentado na terça-feira, numa das sessões da 20.ª edição da conferência internacional de robótica CLAWAR - International Conference on Climbing and Walking Robots and Support Technologies for Mobile Machines -, que se realiza até quarta-feira, no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP).

O exosqueleto, pioneiro na área pediátrica para doenças neuromusculares, permite a locomoção e o treino de marcha a crianças com lesões na medula espinhal e atrofia muscular espinhal do tipo 2, a segunda doença neuromuscular mais comum na infância, disse à Lusa a investigadora Elena García, da empresa espanhola Marsi Bionics, responsável pelo projeto.

De acordo com a especialista, este robô, leve (pesa cerca de 12 quilogramas) e ajustável em tamanho para crianças dos três aos 14 anos, permite-lhes melhorar o nível motor, reduzir ou atrasar complicações, aumentar a independência funcional, a expectativa e a qualidade de vida e diminuir a incapacidade.

A atrofia muscular espinhal do tipo 2, contou a investigadora, é uma doença degenerativa puramente motora, que causa desperdício e fraqueza muscular progressiva e que se manifesta quando os bebés têm seis meses, podendo estes permanecer sentados "mas nunca andar".

"Diferentes complicações surgem durante o curso da doença, incluindo deformidades articulares, escoliose, distúrbios respiratórios, deslocação do quadril, osteoporose e fraturas, consideradas pelos clínicos como efeitos colaterais da perda da habilidade para caminhar", explicou.

A expectativa de vida dessas crianças, continuou Elena García, é relativamente curta, devido principalmente à deterioração da função respiratória, acelerada pela ocorrência de escoliose.

Segundo a investigadora, os clínicos acreditam que a caminhada desempenhe um papel importante no atraso das complicações, hipótese reforçada por estudos recentes que revelam que o exercício regular pode aumentar em 50% a expectativa de vida dessas crianças.

No entanto, até à data, não existia nenhum dispositivo médico no mercado que lhes pudesse proporcionar locomoção e, assim, adiar as complicações consequentes da doença, necessidade que pode agora ser colmatada com recurso a este exosqueleto, referiu.

Os ensaios clínicos com o robô já foram realizados em Espanha, no Hospital Infantil de Sant Joan de Déu, de Barcelona, e no Hospital Universitário Ramon y Cajal, de Madrid, com "resultados bem-sucedidos", acrescentou.

O exosqueleto foi industrializado pela empresa Marsi Bionics e será comercializado até 2018, estando neste momento disponível para alugar a instituições de pesquisa e hospitais.

O ATLAS 2020, que teve início em 2015, foi fundado da Comissão Europeia, pelo Ministério Espanhol da Economia e Competitividade e pela empresa Marsi Bionics, que desenvolve tecnologias para crianças com doenças neuromusculares e degenerativas.

É um projeto multidisciplinar que inclui cerca de 20 cientistas e conta ainda com a colaboração do Centre for Automation and Robotics (CSIC-UPM), do Centro Ortopédico de Valência e do Centro de Intervencion Global y Aprendizajes Tempranos (CIGAT), de Madrid.

A conferência CLAWAR, onde o projeto será apresentado, foca-se na área dos robôs trepadores, robôs com locomoção por pernas e robôs de inspiração biológica, projetados e construídos de forma a imitarem (em diferentes graus) seres vivos, bem como tecnologias de suporte à robótica móvel, indicou o professor do ISEP Manuel Silva, responsável pela organização do evento.

Na área dos robôs trepadores, bípedes e quadrúpedes, vai ser apresentado, por exemplo, o robô trepador Vortex, que sobe paredes para realizar tarefas de inspeção com recurso à sucção.

A conferência CLAWAR, que nesta edição espera mais de cem participantes, tem sido organizada em diferentes países ao longo das suas edições, como Espanha, França, Itália, Bélgica, Alemanha, Polónia, Reino Unido, Estados Unidos, Japão, Turquia, Singapura, Austrália e China, concluiu o organizador.

Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde
Investigadores do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (Cintesis) alertaram hoje para o facto de a maioria...

Num trabalho publicado no International Journal of Dermatology, os investigadores portugueses estimam que mais de 90% dos pacientes portugueses com esta doença possam não ter sido ainda identificados ou tratados.

A hidradenite supurativa “é uma doença inflamatória crónica que atinge a pele e que se caracteriza pela presença de abcessos muito dolorosos, purulentos e, por vezes, com odor desagradável, que surgem sobretudo nas zonas das pregas da pele (axilas, virilhas e área perianal) e podem persistir durante anos”, explicou João Vasco Santos, médico e investigador do Cintesis.

Esta patologia, que se estima afete cerca de 100 mil portugueses, pode surgir em qualquer idade, mas é mais frequente em adultos jovens, sobretudo entre o sexo feminino.

“Trata-se de uma doença crónica que afeta significativamente o paciente do ponto de vista físico e do ponto de vista psicológico”, sublinhou o investigador.

A investigadora e dermatologista Carmen Lisboa refere que existem duas razões para que esta doença esteja tão severamente subdiagnosticada e subtratada em Portugal: “Em primeiro lugar, muitos doentes sentem-se constrangidos e envergonhados e não recorrem ao médico. Em segundo lugar, porque os médicos têm dificuldade em realizar o diagnóstico desta patologia”.

De acordo com os investigadores, não existe um teste clínico que permita diagnosticar de forma clara a hidradenite supurativa. O diagnóstico é realizado através da avaliação dos sintomas dos pacientes.

“Tratando-se de uma doença pouco abordada no ensino médico”, alertam, “a comunidade clínica para que redobre a atenção para com os sintomas desta doença e para que referenciem os casos para a especialidade de dermato-venerologia, sempre que existam suspeitas de hidradenite”.

Carmen Lisboa defende que “a hidradenite supurativa deve ser tratada tão precocemente quanto possível e de forma multidisciplinar”.

Sustenta que existem “tratamentos tópicos e sistémicos” que devem ser utilizados de forma conjunta com o controlo de fatores de risco como a obesidade, a diabetes, a hipertensão e o tabagismo, por exemplo. A cirurgia, que consiste na remoção de tecido cutâneo e subcutâneo afetado, “está indicada e é proposta de acordo com doença caso a caso”.

O investigador João Vasco Santos chama também a atenção para a necessidade de “controlar a doença com os tratamentos existentes para que se reduza a realização de cirurgias altamente mutilantes, com enxertos de pele extensos”, lembrando que o número de cirurgias realizadas em Portugal nestes pacientes tem aumentado.

Num estudo publicado na revista científica Dermatology, a mesma equipa de investigação reporta que entre 2000 e 2014 se registaram 1.551 hospitalizações de 1.177 pacientes com esta doença.

De acordo com João Vasco Santos, “o número de novas hospitalizações de doentes com hidradenite supurativa quase duplicou entre 2000 e 2013” e “os resultados evidenciaram que cerca de 80% dos pacientes hospitalizados foram submetidos a cirurgia”.

O investigador do Cintesis esclareceu que os pacientes estudados representam um grupo com doença com gravidade de moderada a grave.

Os investigadores apontam também a necessidade de serem realizados estudos epidemiológicos adequados que permitam aferir o número real de pacientes com esta doença em Portugal e no resto da Europa.

Para além de João Vasco Santos e Carmen Lisboa, a equipa de investigação incluiu Caterina Lanna, Altamiro da Costa-Pereira e Alberto Freitas, coordenador dos trabalhos científicos.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Os distritos de Portalegre, Évora, Beja e Faro e a Região Autónoma da Madeira apresentam hoje risco ‘Muito Elevado’ de...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o restante território de Portugal Continental e os Açores estão com risco 'Elevado' de exposição à radiação Ultravioleta (UV).

Para as regiões com risco 'Muito Elevado' e ‘Elevado’, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é 'Baixo', 3 a 5 ('Moderado'), 6 a 7 ('Elevado'), 8 a 10 ('Muito Elevado') e superior a 11 ('Extremo').

O IPMA prevê para hoje no continente uma pequena subida da temperatura mínima, em especial nas regiões Norte e Centro, e da temperatura máxima na região Sul e interior Centro.

Contudo, há a possibilidade de períodos de chuva fraca ou chuvisco no litoral Norte e Centro até meio da manhã.

O vento vai soprar fraco a moderado (até 25 km/h) do quadrante norte e moderado (20 a 35 km/h) de noroeste no litoral oeste, em especial a sul do Cabo Carvoeiro e a partir da tarde, sendo moderado a forte (25 a 45 km/h) nas terras altas.

Nos Açores o céu vai estar muito nublado, com abertas, com as temperatras máximas a variarem entre os 25º (Angra do Heroismo) e os 26º em Ponta Delgada, Santa Cruz das Flores e Horta.

Na Região Autónoma da Madeira haverá períodos de céu muito nublado e aguaceiros, em geral fracos, em especial nas terras altas e nas vertentes norte da ilha da Madeira. A temperatura máxima vai chegar aos 27º no Funchal.

No continente, as temperaturas vão oscilar entre os 12º graus de mínima prevista para Viseu e Guarda e os 33º de máxima prevista para as cidades mais quentes, que vão ser Beja e Faro.

As restantes temperaturas máximas vão chegar aos 32º em Évora, 31º em Castelo Branco, 30º em Portalegre, 29º em Santarém, 27º em Lisboa, 25º em Sines, Viseu, Coimbra e Bragança, 24º em Vila Real, Braga e Leiria e 22º no Porto e em Viana do Castelo.

Após recorde de casos de malária
Com um número recorde de mais de 170 casos de malária, as autoridades cabo-verdianas intensificam a luta contra os mosquitos e...

Segundo dados disponibilizados à imprensa pelas autoridades de saúde, Cabo Verde já conta com mais de 180 casos de malária (entre autóctones e importados), um número recorde, já que o maior até agora registado desde 1991 tinha sido 140 casos, em 2000.

A maior incidência de casos é na cidade da Praia, com 171, sendo que o máximo até agora tinha sido 102 (95 locais e sete importados) em todo o ano de 2001.

Na semana passada, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, convocou uma reunião com diversas entidades com responsabilidade no setor do ambiente, saneamento e segurança, em que foi anunciado um reforço das medidas de combate aos mosquitos.

Deste então, várias equipas da Delegacia de Saúde da Praia percorrem diariamente os bairros onde foram diagnosticados mais casos, fazendo pulverização das árvores e plantas e dentro das casas.

Ernesto dos Santos e Armindo Gomes não se conhecem, mas têm algo em comum. Vivem em dois dos bairros com mais casos de malária na capital cabo-verdiana: Achada de Santo António e Várzea.

Ernesto dos Santos, 65 anos, reformado, passa boa parte do dia a trabalhar na mini-oficina de carpintaria, montada em frente à sua casa em Achada de Santo António.

Com a máscara a tapar o nariz, Ernesto abre a porta de sua casa a uma equipa de pulverização, que desinfesta todos os quartos, cozinha, casa de banho, para acabar com qualquer foco de mosquitos.

"Fiquei muito contente com a pulverização à minha casa porque estamos em época de chuvas, em que há muitos mosquitos", afirmou o sexagenário, que mora com a mulher, um dos seus quatro filhos e alguns netos.

Após a pulverização, Ernesto dos Santos disse sentir-se mais seguro, mas considera que este tipo de ação não deve ser feito apenas dentro das casas habitadas, mas também nos pardeiros abandonados, "que constituem perigo para a sociedade".

Há quase 60 anos a viver em Achada de Santo António, Ernesto Santos critica as pessoas que deitam lixo e águas sujas nas ruas, nas encostas e nas valas, considerando que todos têm "boa parte da culpa" no surgimento de casos de malária na capital cabo-verdiana.

Mesmo opinião manifestou Armindo "Bijá" Gomes, 59 anos, morador desde sempre na Várzea, outro dos bairros com casos de malária, considerando que a população é "um tanto ou quanto negligente", uma vez que "não liga e deita lixo e água suja na rua".

"A pulverização é bem-vinda porque caso contrário torna-se insustentável. É uma atitude louvável, mas espero que não fique só nesta altura, mas sim sempre", afirmou Armindo Gomes, pedindo colaboração de todos no combate ao mosquito vetor.

"Espero que todos nós, sem exceção, de cima a baixo, apoiemos, ajudemos, para minimizar a praga, porque quem sai a perder é sempre a população mais desfavorecida", notou Bijá, camionista.

No final da reunião na semana passada, o ministro da Saúde, Arlindo do Rosário, pediu o envolvimento de todas as estruturas e da população para combater os mosquitos.

O diretor do Programa Nacional de Luta contra o Paludismo (PNLP), António Moreira, disse que o saneamento continua a ser um "problema enorme" no país, agravado com as altas temperaturas e as águas acumuladas, que aumentam os viveiros de mosquitos.

A delegada de Saúde da Praia, Ulardina Furtado, também apelou à população para colaborar, bem como a todas as instituições para que “façam a sua parte".

Em declarações à imprensa na quinta-feira, o presidente da Câmara Municipal da Praia, Óscar Santos, disse que a autarquia da capital já demoliu mais de 200 pardeiros e removeu algumas carcaças de viatura da via pública e que as atividades vão continuar.

Óscar Santos avançou que a Câmara da Praia já fez "investimentos enormes" no saneamento, mas ainda precisa de cerca de 20 milhões de escudos (181 mil euros) para acelerar o processo de limpeza urbana e reduzir os casos de paludismo "em pouco tempo".

Considerando que só a Câmara ou o Governo não conseguem resolver todos os problemas, o autarca pediu também colaboração de praienses, com mudança de hábitos, atitudes e comportamentos.

Organização Mundial de Saúde
A Organização Mundial de Saúde manifestou, em Kinshasa, preocupação com uma epidemia de cólera que surgiu em julho e já atingiu...

"A epidemia de cólera na República Democrática do Congo atinge proporções preocupantes, com 20 das 26 províncias afetadas pela doença", afirmou a Organização Mundial de Saúde (OMS) em comunicado.

"Mais de 1.500 casos suspeitos" são registados por semana desde o fim de julho e, até 02 de setembro, "as autoridades já recensearam no total 24.217 casos suspeitos, com 528 mortes", indicou o gabinete da OMS no país.

A epidemia atinge várias cidades do leste, oeste e norte. "O risco de propagação ainda permanece muito elevado na região de Kasai (centro), onde as condições sanitárias e de segurança aumentam a vulnerabilidade", considerou a organização.

A última epidemia de cólera na região de Kasai remonta a 2003.

A OMS "comprometeu-se a dar, no imediato, uma contribuição financeira de 400 mil dólares (cerca de 332 mil euros) para o envio de equipas técnicas para as zonas prioritárias" com o objetivo de apoiar as autoridades congolesas na luta contra a epidemia.

No entanto, é "essencial que o saneamento, a higiene individual e coletiva sejam postos em prática e que as populações mais expostas ao risco de contaminação tenham acesso a água potável", afirmou Allarangar Yokouidé, chefe da OMS na República Democrática do Congo.

Em 2016, uma epidemia de cólera provocou a morte de 817 pessoas em território congolês, segundo a OMS.

Procriação Medicamente Assistida
O Conselho de Procriação Medicamente Assistida admitiu o pedido de "autorização de gestação por substituição"...

Em comunicado, o Conselho de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) confirma que deliberou admitir "o requerimento peticionado a celebração de contrato de gestação de substituição", o único que foi até agora apresentado a este Conselho.

"Essa deliberação foi proferida por unanimidade", frisa o CNPMA, confirmando a notícia avançada pelo semanário Expresso na sua edição online, citando fonte do casal que apresentou o requerimento.

"Só tremo. Estou a rebentar num turbilhão de emoções. Nem consigo descrever", disse ao jornal a mulher (identificada como Isabel) que apresentou o primeiro requerimento de gestação de substituição, depois de ter perdido o útero devido a complicações com uma endometriose.

Segundo o Expresso, a gestante será a mãe de Isabel, uma mulher de 50 anos. "É um ato de amor. Quero dar à minha filha a oportunidade de ter filhos. Se eu posso, porque não hei-de dar-lhe esta oportunidade", questiona.

Só tremo. Estou a rebentar num turbilhão de emoções. Nem consigo descrever", disse ao jornal a mulher (identificada como Isabel) que apresentou o primeiro requerimento de gestação de substituição, depois de ter perdido o útero devido a complicações com uma endometriose.

O processo seguirá agora para a apreciação, não vinculativa, da Ordem dos Médicos, sendo devolvido ao CNPMA num prazo de 60 dias. O CNPMA terá depois também 60 dias para se pronunciar de novo.

A 31 de julho deste ano, as mulheres com situação clínica comprovada que impeça a gravidez passaram a poder recorrer a uma gestante de substituição, em condições definidas num decreto regulamentar publicado em Diário da República.

O decreto vem regulamentar a Lei n.º 25/2016, de 22 de agosto, que regulou o acesso à gestação de substituição e estabelece as condições em que "é possível recorrer à gestação de substituição, apenas concebida para situações absolutamente excecionais e com requisitos de admissibilidade estritos".

Segundo o decreto, "o recurso à gestação de substituição só é possível a título excecional e com natureza gratuita, nos casos de ausência de útero e de lesão ou doença deste órgão que impeça de forma absoluta e definitiva a gravidez da mulher ou em situações clínicas que o justifiquem, e sempre sujeito à celebração de contratos de gestação de substituição, que depende de autorização do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida e audição prévia da Ordem dos Médicos".

É privilegiada "a ligação da mãe genética com a criança, ao longo do processo de gestação de substituição, designadamente no âmbito da celebração e da execução do próprio contrato, circunscrevendo-se a relação da gestante de substituição com a criança nascida ao mínimo indispensável, pelos potenciais riscos psicológicos e afetivos que essa relação comporta".

"Isto, obviamente, sem prejuízo das situações em que a gestante de substituição é uma familiar próxima, em que poderá existir, habitualmente, uma relação entre a gestante de substituição e a criança nascida. Procura-se, ainda, assegurar a máxima segurança médica possível, acautelando o envolvimento de todas as partes, numa decisão alicerçada na tutela de interesses comuns e, em especial, dos interesses da criança".

Segundo o decreto regulamentar, deve ser garantida à gestante de substituição, no âmbito do próprio contrato, um acompanhamento psicológico antes e após o parto.

Os candidatos a uma gestante de substituição têm de realizar um pedido de autorização prévia para a celebração de contratos de gestação de substituição, apresentado ao CNPMA através de formulário disponível no respetivo sítio da internet, cujo modelo é criado por este Conselho, subscrito conjuntamente pelo casal beneficiário e pela gestante de substituição.

Neste pedido de autorização prévia deve constar, além dos dados identificativos, a aceitação das condições previstas no contrato-tipo de gestação de substituição por parte do casal beneficiário e da gestante de substituição.

Uma declaração de um psiquiatra ou psicólogo favorável à celebração do contrato de gestação de substituição e uma declaração do diretor do centro de PMA no qual a técnica ou técnicas necessárias serão efetuadas, aceitando a concretização nesse centro do ou dos tratamentos a realizar, são igualmente necessárias.

O acesso às técnicas necessárias deve obedecer aos mesmos critérios que são aplicados aos beneficiários com acesso a técnicas de PMA, não podendo existir tempos de espera distintos dos aplicáveis a esses beneficiários.

Em fevereiro
Portugal vai acolher, em fevereiro, a primeira reunião de 2018 dos Presidentes das Agências do Medicamento (Heads of Medicines...

A decisão foi tomadana semana passada, em Tallin (Estónia), durante um encontro de responsáveis das agências europeias do Medicamento, que contou com a participação da Presidente do Infarmed, Maria do Céu Machado.

A reunião de fevereiro decorrerá no âmbito da presidência búlgara do Conselho da União Europeia.

Segundo uma nota divulgada pelo Infarmed na sua página online, durante o encontro da semana passada em Tallin (que decorreu entre os dias 5 e 7 de setembro), os responsáveis das agências europeias "discutiram mudanças associadas ao Brexit ou a otimização dos procedimentos regulamentares".

Em destaque na capital da Estónia esteve "o grupo que está a trabalhar matérias associadas a dificuldades de abastecimento no mercado, que são uma preocupação geral dos países europeus".

"Este trabalho vai ser aprofundado através da criação de subgrupos específicos, num dos quais Portugal irá participar. As questões do acesso têm sido uma das prioridades definidas pela presidência estónia", refere o Infarmed, adiantando que "na agenda desta reunião estiveram ainda matérias como o papel do e-health no setor da saúde da Estónia".

Instituto público integrado na administração indireta do Estado, dotado de autonomia administrativa, financeira e património próprio, o Infarmed tem por missão "regular e supervisionar os setores dos medicamentos, dispositivos médicos e produtos cosméticos e de higiene corporal", segundo os "mais elevados padrões de proteção da saúde pública".

Ministério da Saúde
As receitas sem papel diminuíram a fraude em 80% desde que a medida foi implementada em abril de 2016, avançaram em comunicado...

O número de SMS (mensagens de texto por telemóvel) com receitas sem papel ascende a mais de um milhão por mês, tendo este ano atingido o valor mais alto em janeiro, com 1.528.791, e o mais baixo em abril, com 1.186.541.

Segundo os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), a diminuição da fraude foi obtida em “estreita articulação” com a Polícia Judiciária e com o Gabinete de Apoio à Fraude no Ministério da Saúde (GAT).

A receita sem papel, introduzida em abril de 2016, é apresentada pelo SPMS como “um sistema altamente inovador, que detém mecanismos antifraude” e que permite uma monitorização mais apurada.

“Mensalmente, este sistema permite monitorizar e detetar qualquer irregularidade, trazendo maior transparência e eficácia a este processo”, refere a entidade.

Entre os mecanismos antifraude implementados com a receita sem papel encontra-se a monitorização de indicadores como números de telemóvel que recebem mais de cinco SMS/dia provenientes da receita sem papel, o número de prescritores com mais de cem embalagens dispensadas na mesma farmácia, no mesmo dia, o número de prescritores com mais de 80% de prescrições dispensadas na mesma farmácia, em pelo menos um dia do mês, ou ainda a quantidade de dispensas efetuadas, por farmácia, quando o prazo de validade está prestes a terminar.

Com o GAT, o SPMS analisa o relatório de identificação das fragilidades da receita sem papel, os padrões de prescrição e dispensa medicamentos contendo Vitamina D, os padrões de prescrição e dispensa de suplementos alimentares e ainda os padrões de prescrição e dispensa da DCI Metilfenidato e do medicamento Ritalina LA.

“Além desta articulação com o GAT que, em caso de deteção de indícios de fraude, encaminha as situações paras as entidades competentes, a SPMS está também em constante articulação com o Centro de Conferências de Faturas (CCF) e Infarmed para a análise de situações provenientes do Ministério Público, IGAS e Policia Judiciária”, refere ainda e entidade.

Desde 01 de abril que passou a ser obrigatória a prescrição exclusiva através de receita eletrónica desmaterializada (sem papel) em todo o Serviço Nacional de Saúde.

Na receita sem papel é distribuído um código de dispensa de medicamentos a que o utente pode aceder através de um email, de sms ou pela área do cidadão na Plataforma de Dados da Saúde.

É através do código de dispensa de medicamentos, obtido através daqueles meios, que o utente compra os fármacos, juntamente com o cartão do cidadão.

Os médicos têm de estar autenticados e ter assinatura digital qualificada.

A receita sem papel pretende ainda combater a fraude, uma vez que representa o fim das receitas fotocopiadas e falsificadas.

Infarmed
Os medicamentos fornecidos aos doentes nos hospitais e que aguardam uma decisão de financiamento passam a ser cedidos pelos...

Segundo um diploma publicado em Diário da República, a dispensa dos medicamentos ainda em fase de avaliação passa a ser feita através de Programas de Acesso Precoce e apenas durante o prazo previsto por lei para a decisão sobre a avaliação.

Contudo, estes medicamentos continuam a precisar de uma Autorização de Utilização Excecional (AUE).

Entretanto, a Autoridade do Medicamento (Infarmed) emitiu um comunicado dando conta de que passam a existir três prazos distintos para a avaliação dos medicamentos. Para os fármacos inovadores, a avaliação é alterada dos 75 para os 180 dias, no caso dos genérico e das novas formulações e dosagens mantêm-se os limites de 30 e 75 dias, respetivamente.

De acordo com fonte do Infarmed, os laboratórios passam a ceder ou a suportar os custos com os medicamentos de autorização especial enquanto dura o período de avaliação.

A cedência destes medicamentos através de Programas de Acesso Precoce, que já existiam em casos pontuais, passa a ser possível a partir do momento em que haja uma autorização de introdução no mercado.

As autorizações de utilização excecional durante o período de avaliação mantêm os mesmos critérios clínicos: não haver alternativa terapêutica àquele medicamento, haver risco imediato de vida ou complicações graves.

Os hospitais deverão continuar a fazer os pedidos ao Infarmed e o Estado deixa de custear esses medicamentos cedidos mediantes as AUE. O Infarmed tem como objetivo garantir que o período limite de avaliação desses medicamentos é cumprido.

O diploma publicado quinta-feira em Diário da República clarifica ainda as regras para a fixação de preços dos medicamentos e dispositivos médicos. O Infarmed adianta que o diploma traz uma “redução do preço dos medicamentos biossimilares, que, para serem financiados no Serviço Nacional de Saúde passam a ter de custar menos 30% do que os biológicos originais quando já existirem no mercado biossimilares da mesma substância ativa”.

Em Lisboa
Setenta países assumiram hoje o compromisso de reduzir as doenças provocadas pela poluição oceânica e procurar nos ecossistemas...

Numa declaração assinada ao fim da manhã, em Lisboa, os responsáveis pela tutela dos mares de governos de todos os continentes reconheceram o impacto que a saúde dos oceanos tem nos seus sistemas nacionais de saúde.

A ministra do Mar portuguesa, Ana Paula Vitorino, que presidiu ao encontro, afirmou que todos concordam com os objetivos traçados e frisou que "mais do que atos e declarações de boa-fé, há um compromisso sério e firme".

Os ministros reunidos no Mosteiro dos Jerónimos "comprometem-se a cumpri-los e trabalhar em rede.

"Para se ficar pela retórica, não se assinam declarações destas", frisou Ana Paula Vitorino, assinalando que "só há um oceano para cuidar" e que isso é "fundamental para o futuro do planeta".

Entre as medidas que constam num resumo da declaração distribuído aos jornalistas está "melhorar a comunicação entre a comunidade científica e as autoridades" que protegem o ambiente, a segurança alimentar e a saúde.

Estudar melhor a relação entre o ambiente marinho e a saúde humana é um dos eixos dos compromissos da declaração de Lisboa, em que se prevê analisar as doenças entre as comunidades litorais.

Pretende-se curar o mar quando está doente e, ao mesmo tempo, procurar nos seus ecossistemas e espécies novos medicamentos e terapêuticas para doenças que afetam os humanos.

Os setenta governos reconhecem "a importância de reduzir o fardo das doenças humanas relacionadas com causas ambientais marinhas e a importância de antecipar novas ameaças para a saúde pública antes que elas se tornem graves".

Os ministros comprometem-se também a apoiar indústrias ligadas aos recursos biológicos e tecnologias marinhas, "uma oportunidade para desenvolver a economia do mar" de modo sustentável.

Ana Paula Vitorino saudou a coincidência de raciocínios, opiniões e prioridades, destacando que os compromissos hoje assinados são voluntários e olham para o mar como fonte de comida, ar limpo, riqueza e emprego.

Shire Portugal
Shire Portugal reforça liderança nas doenças raras com aquisição da farmacêutica Baxalta e abre novo escritório em Lisboa.

Empenhada em continuar a responder às necessidades das pessoas com doenças raras, a Shire Portugal reforçou recentemente a sua posição de liderança na área das doenças raras através da formalização da aquisição da farmacêutica Baxalta, a maior compra que a Shire já realizou. Através desta integração, adquiriu três novas áreas terapêuticas (hematologia, imunologia e oncologia), aumentou os programas de Investigação & Desenvolvimento, expandiu o pipeline clínico e mais do que triplicou, internacionalmente, o número de colaboradores. Consequentemente, com o crescimento da estrutura organizacional e vontade de estar mais próxima dos seus parceiros, a Shire celebra hoje a inauguração de um novo escritório na Avenida da Liberdade, em Lisboa.

A inauguração do novo escritório sublinha o compromisso da Shire em gerar um impacto real e positivo na qualidade de vida das pessoas que têm doenças com significantes necessidades médicas por responder. “Estima-se que, no total, as doenças raras podem afetar 30 milhões de cidadãos da União Europeia. Com o nosso forte pipeline, mais de 40 programas clínicos em curso e a perspetiva de lançar mais de 30 medicamentos inovadores até 2020, em todo o mundo, estou muito otimista sobre as futuras oportunidades de impactar, de forma real e positiva, a vida de pessoas com doenças raras em Portugal” refere Carla Benedito, nova Diretora Geral da Shire.

A nova localização aproxima a Shire dos seus parceiros, motivando a oportunidade de fortalecer relacionamentos com os institutos de investigação, os especialistas em saúde, as associações de doentes e com as entidades reguladoras e governamentais. Carla Benedito, líder da empresa em Portugal, acredita que “Só juntos podemos fazer a diferença”, justificando que “urge uma verdadeira necessidade de trabalhar em parceria para chegar a mais pessoas que vivem com doenças raras, melhorar o acesso a informação e a cuidados de saúde”.

Esta aquisição espelha a contínua estratégia de análise de oportunidades de negócio que possam trazer valor efetivo para a saúde das pessoas que têm doenças raras. Assim, a Shire mantém-se e investe em Portugal, cativa e retém talento, continua a apostar no investimento em inovação e colaboração e, afirma-se enquanto líder biotecnológico na área das doenças raras.

Alimentação
Várias experiências em laboratório, com camundongos, mostraram os efeitos positivos - no cérebro e na longevidade humana - de...

A lógica da dieta cetogénica é simples: propõe a redução brusca na ingestão de hidratos de carbono, substituindo-os por gorduras.

Segundo este regime alimentar, escreve o Sapo, como os hidratos de carbono são a principal fonte de energia do organismo, na falta deles a reserva de gordura no organismo é acionada.

A perda de peso não é o único benefício dessa alteração nos hábitos alimentares, sugerem dois estudos independentes publicados esta terça-feira no jornal científico "Cell Metabolism".

Segundo as investigações, a restrição dos hidratos e o reforço da ingestão de gorduras - cerca de 90% da alimentação seria baseada em alimentos gordos - melhoram a memória e aumentam a longevidade dos animais.

"O facto de termos um efeito tanto na memória como na preservação da função cerebral é realmente excitante", comentou Eric Verdin, presidente do Instituto Buck para Investigação sobre o Envelhecimento, na Califórnia, e co-autor de um dos estudos. "Os camundongos mais velhos que fizeram a dieta cetogénica tinham uma memória melhor do que os camundongos mais jovens. Isso é realmente notável", acrescentou.

Resultados dos testes em laboratório
Ambos os estudos dividiram as cobaias em três grupos, usando animais adultos. O primeiro seguiu uma dieta cetogénica, o segundo recebeu alimentação com poucos hidratos de carbono e o terceiro realizou refeições normais (grupo de controlo).

Os três grupos foram testados em várias tarefas, como a execução de labirintos, exercícios de equilíbrio e corridas.

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