Direção-Geral da Saúde
A Direção-Geral da Saúde prepara-se para estabelecer novas metas relativamente aos teores de sal e açúcar, que serão sugeridas...

Há marcas de bolachas de água e sal e do tipo Maria que usam o dobro do sal e da gordura para produzir produtos similares. Este foi o resultado de um trabalho de análise a dois dos tipos de bolachas mais consumidas em Portugal, efetuado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e que permitiu aos investigadores concluir ser possível produzir os mesmos produtos com melhor qualidade nutricional. Por isso, os autores do estudo reforçam no documento a necessidade de serem "estabelecidas metas que permitam a reformulação gradual destes alimentos".

Atenta a esta realidade, a Direção-Geral da Saúde está a preparar-se para determinar algumas metas, que serão recomendadas à indústria alimentar com vista à reformulação das bolachas. Ao Diário de Notícias, Pedro Graça, diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da DGS, destaca a importância do trabalho feito pelo Departamento de Alimentação e Nutrição do INSA, que ajuda "a tomar decisões".

"Temos de tentar criar ambientes nos supermercados, nos mercados e nas lojas para que a oferta alimentar tenha teores médios menores de açúcar e de sal. Estamos a ultimar aquilo que podem vir a ser metas ou objetivos", adiantou. Dentro de algumas semanas, a DGS deverá "reunir-se com a indústria alimentar no sentido de fazer sugestões de reformulação de produtos", não só de bolachas mas também de outros setores, entre os quais a charcutaria. "As decisões têm de ser tomadas pelo Estado e pela indústria, para que cheguemos a objetivos alcançáveis."

Quinze marcas analisadas
Em 2015, os investigadores adquiriram 15 tipos de bolachas (oito marcas de bolachas de água e sal e sete marcas de bolachas tipo Maria) em grandes superfícies na região de Lisboa, incluindo produtos de marca branca, de marca comercial, sem glúten e sem açúcar. "O objetivo era realizar uma análise comparativa dos teores de gordura, sal e perfil de ácidos gordos de bolachas Maria e de água e sal, para atualizar a informação nutricional relativa a estes produtos e também para estimar o potencial risco/benefício para a saúde tendo por base as recomendações de ingestão diária para os referidos nutrientes", explica Helena Soares, investigadora do Departamento de Alimentação e Nutrição e uma das autoras do estudo.

As bolachas de água e sal analisadas apresentam teores superiores de gordura total e de sal. Por isso, Helena Soares destaca a importância de "definir medidas de reformulação gradual por forma a melhorar o seu perfil nutricional, sobretudo relativamente aos teores de sal".

Contudo, para os investigadores, o mais importante foi terem verificado que nos dois tipos de bolachas existiam grandes variações, já que há marcas que chegam a usar o dobro do teor de sal e gordura para produzir produtos semelhantes.

Por exemplo, para o teor de sal nas amostras analisadas de bolachas de água e sal observou-se uma variação de 0,984 g a 1,82 g/100 g e para o teor de gordura total nas amostras analisadas de bolachas Maria verificou-se uma variação de 8,73 g a 19,5 g/100 g. "Este trabalho permite concluir que é possível produzir produtos similares com melhor qualidade nutricional", sublinha a investigadora.

A investigação revelou ainda que as bolachas analisadas apresentam teores elevados de gordura saturada, cujo consumo excessivo está associado a um aumento do risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

Pão em primeiro lugar
Pedro Graça acredita que os dois tipos de bolachas estão entre os mais consumidos em Portugal, existindo a noção de que são as mais interessantes do ponto de vista nutricional. "O que este estudo demonstrou é que devemos ser cuidadosos com o consumo de qualquer tipo da bolachas. Há bolachas que são nutricionalmente mais equilibradas, mas o pão deveria ser sempre a primeira escolha como fornecedor de hidratos de carbono", frisa o responsável.

Substituído nos últimos anos por produtos de pastelaria e bolachas, o pão "tem sido denegrido, mas continua a ser um excelente alimento, uma boa fonte de energia e uma energia limpa, ou seja, com quantidades reduzidas de substâncias adicionadas".

Pedro Graça diz que "há uma ideia relativamente falsa que leva a que as bolachas sejam apenas associadas ao açúcar, mas não existe noção de que mesmo as bolachas doces têm quantidades muito elevadas de sal". Um dado importante, destaca o nutricionista, num país onde "40% da população sofre de hipertensão".

A importância do rótulo
O diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável lembra que "felizmente, hoje em dia, a rotulagem dá aos consumidores uma informação clara sobre o valor energético, teor de sal e de gordura", o que lhes permite escolher as que mais lhe convêm do ponto de vista nutricional. Embora, ressalva, o pão seja sempre a melhor escolha. Além do trabalho que tem feito e que vai continuar a fazer com a indústria alimentar, a Direção-Geral da Saúde mantém a preocupação em "motivar, capacitar os cidadãos para que leiam os rótulos e façam escolhas mais interessantes".

Nas conclusões do trabalho, os investigadores do Instituto Ricardo Jorge destacam que "algumas bolachas apresentam quantidades superiores de ácidos gordos insaturados, que podem contribuir para a prevenção de doenças crónicas e diminuir o impacto na saúde relacionado com o consumo deste tipo de alimentos". Já o teor de ácidos gordos decresceu em comparação com os dados anteriores existentes na literatura.

Estudo
Cientistas descobriram dois mecanismos que ajudam a “arrumar” o coração no lugar certo. Os estudos podem ser úteis para evitar...

Duas equipas de investigadores desvendaram dois mecanismos, em dois momentos diferentes do desenvolvimento embrionário, que fazem com que o coração seja “arrumado” do lado esquerdo do corpo. As descobertas podem ser úteis para resolver possíveis erros que acabam por “empurrar” o coração para o lado errado, um “defeito” que está associado a algumas doenças. Os cientistas usaram o peixe-zebra como modelo animal.

Susana Lopes, investigadora do Centro de Estudos de Doenças Crónicas (Cedoc) da Nova Medical School, coordenou o estudo publicado na revista internacional eLife onde é descrita a descoberta de uma proteína com um papel regulador no posicionamento correto dos órgãos nas etapas iniciais do desenvolvimento embrionário. O trabalho que coordenou foi desenvolvido durante dois anos por Bárbara Tavares e Raquel Jacinto, investigadoras do Cedoc, e focou-se nos embriões do peixe zebra que, tal como nós, tem órgãos organizados de forma assimétrica, escreve o jornal Público.

A equipa investigou o funcionamento de um órgão chamado “organizador do eixo esquerdo-direito” e percebeu que existe ali uma proteína que define o número de cílios (pequenas projeções das células que parecem pestanas) que se mexem e que estão imóveis. “O movimento de um número específico de cílios é necessário para iniciar o processo de assimetria que mais tarde leva à correta localização dos órgãos internos, como o coração à esquerda e o fígado à direita”, explica um comunicado sobre o estudo. Assim, é a proteína Her12 que determina quantos e quais os cílios móveis e imóveis, uma decisão que inicia o processo de arrumação. “É um dos primeiros eventos da assimetria e que inicia depois uma cascata de outros acontecimentos”, refere a investigadora ao PÚBLICO, que adianta ainda que, no corpo humano, este momento ocorre por volta das três semanas de gestação. Ou seja, o coração do embrião começa a ser levado para o lugar certo quando a maioria das mulheres ainda nem sabe que está grávida.

Porém, nem sempre tudo corre bem. “Quando existe um posicionamento errado destes órgãos, é sinal que podemos estar perante uma doença genética rara, designada por discinesia ciliar primária”, confirma Susana Lopes, explicando que esta doença está associada ao mau funcionamento destes cílios. Cerca de 50% das pessoas com esta doença têm o coração do lado direito e diversos problemas de saúde associados, sobretudo, respiratórios. Identificar a proteína reguladora que “decide” o número de cílios que se movem pode ajudar no desenvolvimento de terapias para corrigir este problema.

Antes disso, há muita coisa para esclarecer. “Vamos tentar perceber o que acontece depois da ação desta proteína. Esta proteína é inibidora de outras. Quais são as outras? Queremos tentar também perceber como é que esta informação se transmite para o passo seguinte e ainda esclarecer o que pode descoordenar este processo”. Porque, como se sabe, há pessoas que nascem como os órgãos todos do lado contrário (situs inversus) e outras ainda com tudo desarrumado como, por exemplo, o coração do lado certo mas o fígado do lado errado (heterotaxia). “O que descoordena isto?”, pergunta a investigadora.

Os primeiros dias, semanas e meses de desenvolvimento de um ser humano são feitos de uma sucessão de acontecimentos impressionantes (e muitos deles ainda desconhecidos) que nem sempre são um sucesso. Os erros podem acontecer em diferentes etapas. O que a equipa de Susana Lopes percebeu é que a quantidade de “pestanas” móveis das células é determinante para o sucesso de um dos primeiros passos do desenvolvimento embrionário. Uma outra equipa de investigadores espanhóis que publicou um artigo na revista Nature este mês estudou o momento seguinte que também está relacionado com a “arrumação” do coração no lugar certo. “É a mesma via que estudámos”, comenta Susana Lopes, adiantando que este outro trabalho também usou o mesmo modelo animal do peixe-zebra. “Enquanto o organizador do eixo esquerdo-direito existe no peixe zebra às 12-14 horas após a fertilização, o processo estudado pelos colegas espanhóis passa-se temporalmente a seguir incluindo os estadios que vão desde as 16-18 horas até às 48 horas pós fertilização”, explica, reconhecendo que os dois trabalhos se complementam.

Os investigadores do Instituto de Neurociências de Alicante descobriram um conjunto de genes que se ativam mais do lado direito (já era conhecida uma via de sinalização do lado esquerdo) e que fazem com que se crie um maior fluxo de células que “empurram” o coração para o lado esquerdo. A equipa fez experiências também noutros animais, galinhas e ratos, e confirmaram que se a função destes genes for anulada e, com isso, se eliminar o movimento das células até ao coração, este órgão permanece no centro do corpo nas três espécies estudadas.

“Enquanto o nosso trabalho se foca nos mecanismos mais iniciais e biofísicos da formação de assimetrias que começam com os fluxos gerados pelo correto número de cílios moveis, o deles é mais focado na formação do órgão propriamente dito”, esclarece Susana Lopes.

A misteriosa coreografia de sinais químicos, genes e pestanas de células que se movem, entre muitos outros participantes, neste espetáculo que é construir um organismo a partir de duas células, vai ficando mais clara. Estes dois estudos identificam dois importantes passos dessa dança.

Estudo
O risco de depressão é menor entre as pessoas com um nível mais alto de instrução, aponta um estudo da Organização para a...

Os dados recolhidos pelo organismo mostram que a educação pode contribuir para combater a depressão e a ansiedade. "Os indivíduos com mais instrução têm, em geral, melhores oportunidades de trabalho", o que diminui "a ansiedade e a depressão", destaca o relatório "Panorama da Educação 2017" da OCDE, publicado esta terça-feira.

Esta conclusão baseia-se num estudo realizado em 2014 em vários países europeus, cujos resultados foram publicados este ano, escreve o Sapo.

Nestes países, 8% das pessoas com idades entre 25 e 64 anos afirmam ter sofrido depressão nos últimos 12 meses. E "a incidência da depressão declarada pelos interessados varia sensivelmente em função do nível de formação".

Em média, a percentagem de pessoas com depressão é duas vezes maior entre os adultos sem diploma do ensino superior (12%).

"A percentagem de adultos que afirmam sofrer de depressão diminui sucessivamente em função do nível de formação", lê-se no estudo.

A educação "contribui para o desenvolvimento de uma série de habilidades", mas estas não têm o mesmo impacto sobre a depressão, diz o relatório. "A construção de habilidades sociais e emocionais, como a autoestima, tem mais impacto do que a aquisição" de competências matemáticas, ou literárias.

A investigação mostra que a percentagem de mulheres que declaram sofrer de depressão é superior à dos homens, mas "diminui de forma mais forte do que a dos homens em função do nível de formação".

Embora a depressão tenha múltiplas causas, o seu risco aumenta com o desemprego, ou a inatividade, duas situações que podem levar à solidão e a problemas financeiros. "Aumentar o nível de capacitação dá às pessoas melhores ferramentas para lidar com este fator de risco", conclui a OCDE.

Estudo
A maioria dos portugueses admite que gostaria de usufruir de um período sabático, embora não possa dar-se ao luxo de tirar uma...

A esmagadora maioria dos portugueses inquiridos gostaria de tirar uma licença sabática (76%), enquanto 21% declara que não tem interesse. Da população inquirida, 48% revela que só não o faz por motivos financeiros. Dos restantes países inquiridos, os alemães são os menos interessados num período sabático (31%).

Portugal diferencia-se dos restantes países relativamente aos motivos que levariam as pessoas a quererem tirar uma licença sabática, escreve o Sapo. Para 45% desses portugueses seria para melhorar a sua saúde mental, enquanto a maior percentagem registada nos outros países envolvidos no inquérito recaí sobre o ser uma forma de escapar ao stress da vida laboral.

Quanto a possíveis benefícios decorrentes de uma licença sabática, os portugueses estão alinhados com a maioria dos outros países, com 45% dos inquiridos a considerarem que não teria grande impacto em termos de empregabilidade. No entanto, os franceses, os alemães e os espanhóis consideram que tirar uma licença sabática lhes aumentaria as possibilidades de obter um emprego.

Por outro lado, 30% dos portugueses considera que usufruir de uma licença sabática poderia aumentar as perspetivas de ganhar mais no futuro. Os restantes países envolvidos neste estudo, não acompanham Portugal. Os viajantes do Reino Unido, da França e da Suécia consideram que tirar uma licença sabática faria com que fosse mais difícil voltar ao trabalho. Enquanto, na Alemanha, nos EUA, na Itália e na Espanha consideram que os tornaria mais confiantes no seu trabalho.

Finalmente, os portugueses destacam-se ainda com a maior percentagem (43%) de inquiridos que consideram ter um bom equilíbrio entre família e trabalho, seguidos pelos norte-americanos (41%) e pelos italianos (37%).

Sabáticos, pouco habituais em Portugal
Em Portugal, tirar uma licença sabática ou fazer um ano de pausa após a conclusão do ensino secundário e antes de ingressar no Ensino Superior não é uma prática muito recorrente, ao contrário do que se sucede no Reino Unido ou nos Estados Unidos, por exemplo, onde o ano de pausa – o gap year – é bastante frequente.

A classe profissional que mais recorre ao denominado ano sabático é a dos professores universitários. Os dados recolhidos, no estudo salientam que apenas 3% dos inquiridos afirma que tem a oportunidade de tirar uma licença sabática remunerada e 8,3% uma não remunerada.

Para quem está empregado, a licença sabática pressupõe um acordo entre a entidade empregadora e o trabalhador.

TOP 10 dos motivos que levariam os portugueses a tirar uma licença sabática

1.       Melhorar a saúde mental 45%

2.       Escapar ao stress laboral 35%

3.       Viajar com companheiro(a)/conjugue 31%

4.       Viajar com a família (crianças incluídas) 30%

5.       Tirar um curso/aprender uma nova competência 26%

6.       Melhorar a saúde física 25%

7.       Reavaliar a carreira 25%

8.       Ganhar experiência noutra área 24%

9.       Planear um novo negócio 22%

10.   Fazer voluntariado 21%

Os dados foram extraídos de um estudo realizado por OnePoll para a eDreams em Espanha, França, Itália, Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos, Suécia e Portugal. As conclusões derivam de um inquérito realizado a mais de 12.000 consumidores.

Estudo conclui
Estudo da Nova School of Business & Economics identifica um conjunto de iniciativas para passar da visão à ação no que...

A Nova School of Business & Economics apresentou esta terça-feira as conclusões de um estudo que pretende, em primeiro lugar, contribuir para a implementação de um plano estratégico nacional propondo iniciativas concretas para Portugal atingir o objetivo da Organização Mundial de Saúde de eliminar a hepatite C até 2030.

João Marques Gomes, coordenador e um dos autores do estudo “Eliminar a hepatite C em Portugal: da visão à ação”, explica que “de acordo com as conclusões do estudo, a eliminação da hepatite C não é uma questão de financiamento ou de falta dele, é uma questão de organização, se o poder político quiser implementar as nossas propostas pode fazê-lo amanhã”.

A Organização Mundial de Saúde (OMS), na sua primeira estratégia global para as hepatites virais, de junho de 2016, estabelece o objetivo de reduzir a incidência do vírus da hepatite C em 90% e a mortalidade associada a esse vírus em 65%, até 2030. No mesmo ano, no âmbito do plano europeu de ação contra as hepatites virais da OMS, Portugal comprometeu-se a cumprir esse o objetivo, sendo que já tinha assumido o compromisso de eliminar a hepatite C como problema de saúde pública garantindo o acesso universal ao tratamento.

Este estudo identifica, em primeiro lugar, os principais problemas ao longo da cascata de cuidados do vírus da hepatite C em Portugal, isto é, as lacunas e barreiras existentes em matéria de awareness e prevenção, rastreio e diagnóstico, ligação aos cuidados de saúde, acesso aos cuidados de saúde especializados, acesso ao tratamento, e finalmente, avaliação e monitorização.

Em segundo lugar, o estudo conclui que a grande maioria dos problemas resulta da falta de coordenação entre os vários intervenientes da cascata de cuidados, o que leva a que uma proporção significativa dos doentes se perca ao longo desse percurso. De destacar que um doente “perdido” é não só um doente não curado mas também um foco potencial de transmissão da doença.

Identificados os principais problemas ao longo da cascata de cuidados do vírus da hepatite C em Portugal, este estudo apresenta um conjunto de recomendações. Proximidade, simplificação e integração são as palavras-chave, enquanto o rastreio universal, os cuidados de saúde primários e a prestação de cuidados de saúde na comunidade constituem a estrutura que permitirá eliminar a hepatite C como ameaça à saúde pública em Portugal num futuro próximo.

Recomendações-Chave:

1.       Diagnóstico e tratamento na comunidade, para uma proximidade efetiva entre o doente e o sistema de saúde.

2.       Gestor de caso, que permite dar resposta a um conjunto de problemas identificados no atual percurso do doente.

3.       Financiamento e incentivos alinhados, no que diz respeito ao rastreio, diagnóstico e tratamento.

4.       Navegador de saúde, cuja função é acompanhar o doente desde o rastreio até ao primeiro contacto com os cuidados de saúde e ao longo das várias consultas necessárias até ao fim do tratamento.

5.       Rastreio universal, num curto espaço de tempo é uma forma custo-efetiva de determinar a epidemiologia da infeção pelo vírus da hepatite C, de identificar todos os doentes e de consequentemente quebrar a cadeira de transmissão.

 

A hepatite C é uma doença global, física, mental e social. O papel da sociedade é aumentar as condições de vida das pessoas em situação de exclusão social. Ao deixar que o vírus da hepatite C continue a ser transmitido, que os doentes continuem a ser diagnosticados só em fases mais avançadas da doença, ou que os doentes diagnosticados não sejam tratados, estes custos económicos e sociais continuam a agravar-se.

No Porto
Manobrar veículos aéreos não tripulados ou drones em espaços fechados, como casas e armazéns, será mais “simples e intuitivo”...

Com o projeto CMosquitoII, pretende-se possibilitar e mostrar o benefício da utilização deste tipo de veículos, especialmente em situações onde a utilização de outros robôs, como os terrestres, não são viáveis, disse o investigador Eduardo Miguel Leitão Grifo, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

Exemplos disso são o setor do retalho, onde podem detetar falhas no ‘stock', o mapeamento do interior de edifícios e as soluções no âmbito da vida em ambientes assistidos, direcionados para apoio a idosos e doentes, indicou.

No entanto, de acordo com o responsável pelo projeto, controlar este veículos aéreos não tripulados ou drones em espaços fechados apresenta vários desafios, entre os quais, o fraco sinal de GPS quando disponível, o requerimento de um alto nível de exatidão nos movimentos realizados e um planeamento complexo de trajetórias.

"Com este trabalho pretende-se oferecer, aos programadores de aplicações para drones, um conjunto de ferramentas de ‘software' que permitam interagir com o mesmo, de forma simples e intuitiva", com comandos “simples” como "andar para a frente x metros", "ir para a posição x, y ou z", ou mesmo "voltar à base", explicou.

Esta componente de ‘software’, desenvolvida no formato de uma biblioteca de funções, deverá ser integrada por programadores nas suas aplicações, sem que necessitem de conhecimentos prévios em relação ao ‘hardware’ que constitui a plataforma, às dinâmicas de voo ou aos métodos de localização, contou o investigador.

Para além do "controlo de alto nível dos drones", continuou, esta componente de ‘software' será preparada para que o programador não necessite de um conhecimento prévio do ambiente onde o veículo vai operar.

A modularidade do sistema, por sua vez, possibilitará ao utilizador a fácil adição, remoção ou alteração de módulos, tanto de ‘software' como ‘hardware', disse ainda o responsável.

Atualmente, existem no mercado diversas componentes dispersas que permitiriam manobrar um drone em ambientes fechados, como ‘hardware' apropriado, sistemas de posicionamento e algoritmos precisos de voo, entre outros.

Contudo, segundo o investigador, não existe uma solução integrada, "com uma visão abrangente de todas as componentes do sistema", que permita controlar um drone num "nível superior de abstração, de forma simples e intuitiva".

A etapa seguinte do CMosquitoII passa por trabalhar a robustez do sistema e dotá-lo de mais mecanismos de proteção contra falhas, para que seja seguro operá-lo em ambientes fora de laboratório.

A médio prazo, o objetivo é escalar o sistema para múltiplos drones, que cooperem entre si.

Este é um dos 14 projetos criados por alunos de diferentes faculdades com o apoio do centro de investigação Fraunhofer Portugal AICOS, sediado no Porto, no âmbito de uma iniciativa anual que lhes permite desenvolver o seu trabalho orientado para a criação de soluções práticas que contribuem para a qualidade de vida da população.

Para além de Eduardo Miguel Leitão Grifo, participam no projeto os investigadores Dirk Christian Elias, da FEUP, e Duarte Miguel dos Santos Nunes Folgado e Manuel Campos Monteiro, da Fraunhofer Portugal AICOS.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Todas as regiões de Portugal continental, Madeira e Açores apresentam hoje um risco ‘muito elevado’ e ‘elevado’ de exposição à...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), todas as regiões estão com risco ‘muito elevado’ com exceção dos distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Vila Real, Bragança, Aveiro, Viseu, Coimbra, Castelo Branco e Leiria que estão com níveis ‘elevados’.

O Instituto colocou ainda Santa Cruz das Flores (ilha das Flores, Açores) em risco ‘moderado’.

Para as regiões com risco 'muito elevado' e ‘elevado’, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro Ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

No caso de risco ‘moderado’ são aconselhados óculos de Sol e protetor solar.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o UV é 'baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando-se geralmente muito nublado no litoral entre o cabo Raso e o rio Douro até meio da manhã, nebulosidade que poderá persistir em alguns locais da faixa costeira.

A previsão aponta ainda para vento em geral fraco do quadrante norte, soprando moderado no litoral oeste e nas terras altas, em especial durante a tarde.

O Instituto prevê ainda neblina ou nevoeiro matinal no litoral a norte do cabo Raso, pequena subida da temperatura mínima nas regiões Centro e Sul e pequena subida da máxima mais significativa nas regiões do interior.

Na Madeira prevê-se céu com períodos de muita nebulosidade, apresentando-se geralmente pouco nublado nas vertentes sul da ilha e nas zonas montanhosas.

Está também previsto vento moderado de nordeste, soprando moderado a forte, por vezes com rajadas até 60/70 quilómetros por hora, em alguns locais montanhosos e no extremo leste.

A previsão aponta ainda para uma pequena subida de temperatura nas zonas montanhosas e nas vertentes sul da ilha.

Para os Açores prevê-se períodos de céu muito nublado com abertas, aguaceiros no grupo ocidental (ilhas das Flores e Corvo) e vento bonançoso a fresco.

No Funchal as temperaturas variam entre 22 e 29 graus celsius e em Ponta Delgada entre 20 e 25.

No que diz respeito ao continente, as temperaturas máximas vão oscilar entre os 22 graus (Viana do Castelo) e 35 (em Évora). As mínimas vão variar entre os 10 (Bragança) e os 21 graus (em Faro).

Dia 16 de Setembro
A Associação de Jovens Diabéticos de Portugal organiza no dia 16 de Setembro, sábado, entre as 9h30 e as 15h, uma caminhada na...

Esta iniciativa organizada pela Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP), com o apoio da Câmara Municipal de Setúbal, terá como ponto de encontro o Parque Urbano de Albarquel, em Setúbal, às 9h30. No total, são cerca de 12km a um nível de dificuldade média, estando sempre presente uma equipa de enfermeiros e voluntários para acompanhar o grupo.

De admissão gratuita, o percurso conta com a passagem pelo Forte de São Filipe e tudo o que precisa é de boa disposição e o equipamento adequado à prática desportiva, nomeadamente roupa confortável, botas de montanha ou ténis, água, um almoço volante e lanche para meio da manhã. Os participantes deverão também ir prevenidos com material de prevenção para hipoglicémias (sumo, açúcar, bolachas) e de autocontrolo.

“É importante esclarecer que a diabetes, bem gerida, não condiciona em nada a vida das pessoas e fazer exercício é exemplo disso. A prática de desportos e atividades em grupo trazem não só benefícios para a condição física, como também no controlo da glicose no sangue, na saúde cardiovascular e ainda ao nível do humor e da autoconfiança, tão cruciais para estes jovens que vivem diariamente com a diabetes”, refere Paula Klose, presidente da AJDP.

A mesma responsável acrescenta: “Estas iniciativas, além de potenciarem o convívio entre os jovens, levam à aprendizagem de novas experiências e, tendo como pano de fundo a Serra da Arrábida, uma das mais bonitas áreas do nosso país, tudo melhora”.

As inscrições e pedidos de informação adicional sobre a caminhada deverão ser submetidos para [email protected] ou através do número de telefone 966 228 860, indicando o número de participantes, um contacto de e-mail e telefone.

13 Setembro 2017 - Dia Mundial da Colangite Biliar Primária
Novo projeto da Raríssimas, Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras, é distinguido amanhã no âmbito do Dia Mundial...

Cidadania Rara é uma iniciativa que pretende informar e envolver os doentes, familiares, cuidadores e profissionais de saúde com esta doença rara do fígado, mas também ajudar os doentes a fazer uma melhor gestão da sua doença.

A Raríssimas apresenta amanhã, na Casa dos Marcos, o Cidadania Rara, o seu novo projeto dedicado à Colangite Biliar Primária (CBP). A iniciativa de informação, sensibilização e capacitação das pessoas que lidam com esta doença rara do fígado pretende dar continuidade ao projeto-pioneiro que teve início em 2016.

Cidadania Rara vai capacitar todas as pessoas que contactam com a CBP através da disponibilização do primeiro guião da doença para ser distribuído através dos hospitais, bem como da realização de sessões de informação dirigidas para médicos especialistas, doentes e familiares sobre a doença. “Pretendemos criar parcerias com instituições de saúde que possam apoiar a divulgação da informação junto dos doentes e profissionais de saúde”, acrescenta Joana Neves, Psicóloga Clínica e da Saúde e Coordenadora da Linha Rara.

O Cidadania Rara foi este ano distinguido com o prémio internacional Practice to Policy, que apoia a implementação de projetos inovadores na Europa, Canadá e Estados Unidos, para os doentes com CBP e todos os intervenientes que diretamente contactam com a doença. Entre 23 candidaturas internacionais de 10 países, a Raríssimas foi a única instituição distinguida em Portugal, pelo segundo ano consecutivo. A atribuição do prémio decorre no dia em que a Raríssimas assinala o Dia Mundial da CBP.

“O desenvolvimento de ferramentas e informação de referência sobre uma doença que é rara e poucas pessoas e doentes sabem, na altura em que são diagnosticadas, do que se trata e como melhor podem gerir, é fundamental. A Raríssimas conseguiu, através da iniciativa In(Forma) Rara lançada no ano passado, criar um primeiro envolvimento entre os principais stakeholders envolvidos nesta doença. Com o novo projeto, Cidadania Rara, pretendemos alimentar a relação de valor que conseguimos criar e continuar a apoiar esta comunidade a melhor conhecerem e gerirem a sua doença”, avança Joana Neves, Psicóloga Clínica e da Saúde e Coordenadora da Linha Rara.

O novo trabalho vem juntar-se ao compromisso internacional da Raríssimas na área da Colangite Biliar Primária que juntou a comunidade internacional composta por algumas instituições de vários países para levar a cabo uma campanha de informação denominada “A CBP e Eu” que pretende dar voz aos doentes para que partilhem a sua história pessoal de contacto com esta doença nas redes sociais, com a colocação do hashtag #PBCandMe em fotos ou vídeos partilhados pelo Facebook, Instagram ou Twitter. Através da partilha de histórias pretende dar-se destaque aos sintomas físicos e emocionais escondidos da doença autoimune rara do fígado e desmistificar o fato das doenças do fígado serem causadas pelo consumo excessivo de álcool, o que pode levar ao estigma relacionado à culpa daqueles que vivem com esta patologia.

Em Portugal calcula-se que possam existir entre 1000 e 2000 casos de Colangite Biliar Primária, sendo uma doença que afeta sobretudo mulheres. A CBP é uma doença que, em alguns casos, pode registar 10 anos até ao seu diagnóstico sendo que, dentro deste tempo, pode evoluir para cirrose, insuficiência hepática, transplante do fígado ou até mesmo a morte do doente.

Embora o CBP possa afetar homens e pessoas mais jovens, tem uma maior incidência nas mulheres com mais de 40 anos. Os sintomas mais comuns são cansaço extremo, dor abdominal e prurido.

Investigadores
Investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto defenderam hoje que é necessário aproximar os espaços...

“Neste estudo, quisemos averiguar se os espaços verdes do município do Porto estavam distribuídos de forma equitativa pelo território, algo nunca estudado até à data no nosso país”, refere Ana Isabel Ribeiro, coordenadora da investigação, publicada na revista “International Journal of Environmental Research and Public Health”.

Desenvolvido na Unidade de Investigação em Epidemiologia (EPIUnit), do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), o trabalho apresenta contributos para o ordenamento do território portuense.

Os autores fizeram um levantamento dos espaços verdes públicos e de acesso livre existentes na cidade e avaliaram a qualidade dessas áreas, usando um instrumento de auditoria validado internacionalmente. Aspetos como a presença de instalações para prática de atividade física, qualidade ambiental, presença de elementos de conforto e ainda questões relacionadas com a segurança, foram tidos em conta.

Os resultados, disponibilizados à Lusa, mostram que, “embora a maioria dos locais da cidade (80%) possua pelo menos um espaço verde a uma distância aceitável (o equivalente a 10 minutos a pé), as áreas mais desfavorecidas da cidade estão, por regra, a uma distância maior de espaços verdes”.

De acordo com os investigadores, este facto poderá ajudar a perceber o motivo pelo qual as populações mais desfavorecidas apresentam menores níveis de atividade física e piores indicadores de saúde.

“As pessoas mais pobres já fazem menos atividade física, porque têm menos recursos económicos. Se o ambiente onde elas se inserem também não favorecer a prática de atividade física, existirá menos motivação para adotarem comportamentos e estilos de vida saudáveis”, considera a investigadora Ana Isabel Ribeiro.

Além disso, acrescenta “a qualidade dos espaços verdes situados na vizinhança das zonas mais desfavorecidas é inferior. Existem maiores problemas de segurança, assim como menos equipamentos para a prática de atividade física e menor disponibilidade de elementos de conforto, como casas de banho públicas e locais de descanso, entre outros”.

Segundo a investigadora, uma das hipóteses para melhorar esta situação poderá passar pela “aproximação dos espaços verdes das áreas de residência das populações mais desfavorecidas, até porque, à partida, são estas as pessoas que beneficiariam mais com estes espaços”.

“Além disso, deveria apostar-se na melhoria da qualidade dos espaços em si, aumentando, por exemplo, o número de equipamentos disponíveis para a prática de atividade física nos parques e nos jardins da cidade, sobretudo, nas zonas mais pobres. A nível de estética e de conforto, seria útil introduzir equipamentos que levam as pessoas a usarem as áreas verdes e a permanecerem nelas, como cafés, quiosques, casas de banho públicas, bancos e caixotes do lixo”, defende Ana Isabel Ribeiro.

O estudo designado “Socioeconomic Inequalities in Green Space Quality and Accessibility – Evidence from a Southern European City” é também assinado pelos investigadores Elaine Hoffimann (primeira autora) e Henrique Barros.

Serviço de Vigilância Integrada e Resposta a Epidemias
O número de casos de paludismo em Cabo Verde subiu para 201 até domingo, segundo os dados mais recentes, com a situação na...

Segundo o mais recente boletim do Serviço de Vigilância Integrada e Resposta a Epidemias (SVIRE), até 10 de setembro registaram-se em Cabo Verde 201 casos de malária, 189 dos quais locais e 12 importados.

A situação da cidade da Praia, na ilha de Santiago, com 193 casos (189 locais), está a ser tratada como uma epidemia pelas autoridades.

Numa carta endereçada aos delegados de saúde e diretores dos hospitais centrais e regionais, a médica epidemiologista da Direção Nacional de Saúde Maria de Lourdes da Silva Monteiro sublinha que a epidemia de paludismo afeta somente o concelho da Praia.

"O concelho da Praia regista uma situação quatro vezes maior do que o total de casos registados no ano passado (48), o que, de per si, já era um aumento anormal, quando comparado com a média de casos ocorridos no período entre 2007 e 2015. É claro que estamos perante uma epidemia de paludismo no concelho da Praia", adianta a médica.

São Vicente (6 e um morto), Sal (1) e Santo Antão, (1) são outras ilhas onde foram registados casos de paludismo.

Os dados do boletim revelam que durante a semana de 04 a 10 de setembro foram registados 34 novos casos da doença, abaixo dos 53 registados na semana anterior, mas acima dos 32 registados na penúltima semana de agosto.

Durante a semana que terminou no domingo, foram registados em média quase cinco casos diários, sendo que só no domingo foram diagnosticados 10 casos.

O maior número de casos desde o início do ano ocorreu na semana de 28 de agosto a 03 de setembro, com 53 casos notificados.

Cabo Verde regista este ano um número recorde de casos de malária, já que o maior número até agora registado desde 1991 tinha sido de 140 casos, em 2000.

A maior incidência de casos é na cidade da Praia, com 193, sendo que o máximo até agora tinha sido 102 em todo o ano de 2001.

O representante da OMS em Cabo Verde, Mariano Castellón, disse, na segunda-feira, à saída de uma audiência com o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, que a OMS vai apoiar Cabo Verde, estando prevista a chegada de uma missão de assistência técnica, com especialistas que vão acompanhar a resposta nacional ao surto de malária que se intensificou em meados de julho.

O representante indicou que o país vai receber equipamentos para tratamento, testes rápidos, mosquiteiros, afirmando que tudo está a ser tratado com as sedes regional em Brazzaville (Congo) e mundial em Genebra, e com outros países africanos que também podem ajudar, como Senegal, Angola, Moçambique ou Guiné-Bissau.

As autoridades cabo-verdianas intensificaram a luta contra os mosquitos, com pulverização espacial e dentro das casas e com campanhas de sensibilização da população para a importância de manter as casas e ruas limpas.

Em janeiro, Cabo Verde foi distinguido pela Aliança de Líderes Africanos contra a Malária (ALMA) com o prémio Excelência 2017, pelos resultados alcançados no combate à doença.

A OMS estima que o país tenha reduzido a sua taxa de incidência e de mortalidade associada à malária em mais de 40% no período decorrente e prevê também que tenha capacidade de eliminar a transmissão regional até 2020.

Governo
O Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira está autorizado a contratar, este ano, dois médicos aposentados, de acordo com...

O executivo liderado por Miguel Albuquerque argumenta que na Madeira "existe uma enorme carência de médicos, com particular incidência nas áreas de neuropediatria e de medicina geral e familiar", pode ler-se na resolução.

Como tal, o governo decidiu autorizar, num despacho conjunto das secretarias regionais das Finanças e da Saúde, a contratação de dois profissionais.

Para já, e de acordo com fonte do Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM), deverá ser readmitido um médico da área da pediatria, "porque é uma das áreas que o serviço tem necessidade", ficando o segundo especialista a ser definido mais tarde.

O SESARAM tem necessitado de alguns médicos em determinadas áreas, situação que "tem sido colmatada" com recurso à contratação de profissionais já aposentados.

Especialista alerta
A combinação entre uma alimentação pouco saudável e uma fraca hidratação propicia a condição ideal para a formação de pedras...

"Existem algumas regras básicas que podem ajudar a tratar ou prevenir os cálculos renais. Por exemplo, é importante que as pessoas deem preferência a produtos lácteos desnatados, uma vez que estes são ricos em cálcio e diminuem a probabilidade de cristalização. Por outro lado, deve evitar-se o consumo excessivo de proteínas de origem animal, pois aumentam a produção de ácido úrico, um dos componentes das pedras nos rins", explica Estêvão Lima, médico urologista do Hospital Lusíadas Porto.

E acrescenta: "O sal também deve ser evitado, na medida em que o sódio facilita a deposição de sais no organismo. É igualmente importante beber muita água, entre um litro e meio a dois litros, dependendo da temperatura ambiente, humidade relativa e tipo de alimentação".

"Claro que se a pessoa pratica exercício, deve redobrar este cuidado. Quanto mais clara for a urina, menor será a concentração de iões, assim como será menor a probabilidade de formação de cálculos", comenta.

A abordagem terapêutica é baseada na composição e localização dos cálculos renais, escreve o Sapo. Os tratamentos mais comuns incluem um método de tratamento não invasivo dos cálculos do aparelho urinário, denominada litotrícia extracorporal por ondas de choque, ou por ureterorrenoscopia, na qual é feita uma exploração endoscópica do ureter, sendo o cálculo posteriormente fragmentado e retirado com pinças.

"Se o tamanho for muito diminuto, não significa que se terá de realizar qualquer intervenção, pois o cálculo pode sair por si. Mas a prevenção terá de ser reforçada, para não aumentar o número de cálculos ou as suas dimensões e deve sempre procurar-se um especialista, dado que um cálculo de pequena dimensão pode dar problemas, provocando infeções generalizadas", conclui.

O cálculo – ou a pedra – é inicialmente formado no rim, onde pode ficar durante muitos anos sem qualquer sintomatologia. Quando se desloca para a bexiga através do ureter – uma estrutura muito fina e delicada – provoca a cólica renal, extremamente dolorosa, levando as pessoas a procurar um médico de urgência.

Estudo
A exposição crónica ao fumo do tabaco muda as células dos pulmões ao longo do tempo, tornando-as mais vulneráveis a doenças e...

O artigo publicado pela revista especializada "Cancer Cell" baseou-se em experiências de laboratório com células pulmonares que foram expostas de forma crónica a fumo de tabaco, em doses equivalentes a fumadores de há 20 ou 30 anos.

Depois de 10 dias, as células começam a mudar a sua expressão genética, um processo conhecido como mudança epigenética, escreve o Sapo.

Segundo o estudo, essa mudança demorou apenas dez meses para que fossem suficientes para aumentar as possibilidades de desenvolver cancro. "Quando se está a fumar, cria-se um substrato de mudanças epigenéticas que hipoteticamente aumentam as possibilidades para desenvolver cancro do pulmão", diz o coautor do estudo Stephen Baylin, codiretor do programa Cancer Biology da Universidade Johns Hopkins.

"Se não é fumador, o seu risco de cancro do pulmão é muito baixo", acrescenta o académico.

Estas anomalias epigénicas desativam uma série de genes que são necessários para ajudar a proteger as células normais do desenvolvimento de tumores malignos. O facto das mudanças epigenéticas não alterarem ou mutarem a sequência dos genes do ADN básico mostra que há esperança para as pessoas que querem parar de fumar.

"Este trabalho sugere a possibilidade de que, diferentemente das mutações, que são muito difíceis de reverter, quando se para de fumar por um determinado período de tempo, existem hipóteses de diminuir matematicamente as possibilidades de que ocorram essas mudanças epigenéticas", comentou Michelle Vaz, coautora do estudo e investigadora da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins.

Ou seja: "Há potencialmente mudanças reversíveis que estão a contribuir para o desenvolvimento de certos tipos de cancro de pulmão", concluiu.

Universidade de Coimbra
Uma equipa de nove investigadores de Medicina Dentária, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, desenvolveu...

A investigação, liderada pela catedrática Eunice Carrilho, recorreu a uma técnica de desdiferenciação celular, que consiste em utilizar células adultas e especializadas de um tecido e revertê-las a um estado próximo do estaminal em que as células têm a capacidade de se diferenciar em praticamente todos os tecidos do organismo.

“A perda total ou parcial de dentes por doenças da cavidade oral, como cáries, traumatismos ou doenças gengivais, representa um problema de saúde a nível mundial. Embora a medicina dentária disponha de materiais sintéticos, estes ainda não conseguem substituir todas as funções de um dente natural, pelo que se acredita que o futuro passa por conseguirmos regenerar o dente e os seus tecidos em vez de os substituir por materiais sintéticos”, explica Miguel Marto, investigador do projeto.

Assim, prossegue o também assistente convidado da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), “a medicina dentária regenerativa procura, através da seleção e recolha de células estaminais, regenerar os tecidos perdidos, mas obter estas células apresenta várias dificuldades”.

Este trabalho científico de elevado nível de complexidade vem responder justamente “ao desafio de obter células semelhantes às células estaminais para serem utilizadas na medicina dentária regenerativa. Neste projeto utilizamos fibroblastos gengivais que são fáceis de colher numa consulta médico-dentária”, nota o investigador.

As células obtidas são depois utilizadas para dar origem a células próprias do dente, como os odontoblastos, que formam a dentina, o principal tecido duro dentário, possibilitando assim a sua utilização em procedimentos regenerativos.

Apesar de neste projeto “se procurar a formação de estruturas dentárias, o método de obtenção de células tipo estaminal por desdiferenciação de fibroblastos gengivais abre portas à utilização em muitas outras doenças”, conclui Miguel Marto.

O estudo foi recentemente distinguido pela Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) com uma bolsa de apoio à divulgação científica. 

Tecnologia criada no Porto
Uma tecnologia que deteta se os indivíduos têm malária através de amostras de sangue e de imagens obtidas com ‘smartphones'...

Esta tecnologia engloba um sistema de aprendizagem computacional (‘machine learning'), que identifica os parasitas da malária em células microscópicas, analisando imagens capturadas por uma lente de alta magnitude incorporada nas câmaras dos ‘smartphones', explicou a investigadora Mafalda Falcão, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

A malária é uma doença "provocada por cinco tipos diferentes parasitas, cada um com o seu ciclo de vida próprio", que obrigam a distintas abordagens de tratamento, sendo o diagnóstico convencional "complexo, demorado e dispendioso", indicou.

De acordo com a investigadora, este consiste em examinar ao microscópio dois tipos diferentes de amostras de sangue (gota espessa e gota fina), identificando, "corretamente e de forma precisa", se o paciente está infetado e qual o tipo de malária em causa.

"Um falso diagnóstico inicial é extremamente penoso para o ser humano", disse Mafalda Falcão, acrescentando que um falso positivo (identificado como tendo malária, mas não está infetado) é tratado, fazendo com o indivíduo ganhe resistência à medicação.

No caso de um falso negativo (identificado como não tendo malária e estar infetado), o tratamento não é realizado e pode levar à morte.

A este processo de diagnóstico estão associados "custos significativos, muito difíceis de sustentar nos países onde a incidência de malária é superior", como é o caso de África, onde ocorrem "aproximadamente 80% dos casos", salientou.

Segundo Mafalda Falcão, a ferramenta que está a ser desenvolvida no âmbito do ML4Malaria pode ser uma solução mais barata, rápida e igualmente eficaz para deteção e identificação do tipo de parasita associado à patologia.

Este é um dos 14 projetos criados por alunos de diferentes faculdades com o apoio do centro de investigação Fraunhofer Portugal AICOS, sediado no Porto, no âmbito de uma iniciativa anual que lhes permite desenvolver o seu trabalho orientado para a criação de soluções práticas que contribuem para a qualidade de vida da população.

O ML4Malaria contou com o apoio de um especialista José Correia da Costa, do Instituto Ricardo Jorge, do engenheiro Luís Rosado, da Fraunhofer Portugal AICOS, e do professor Luís Teixeira, da FEUP.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
O distrito de Beja e a Região Autónoma da Madeira apresentam hoje risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação Ultravioleta,...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o restante território de Portugal Continental e os Açores estão com risco 'elevado' e ‘moderado’ de exposição à radiação Ultravioleta (UV).

Para as regiões com risco 'Muito Elevado' e ‘Elevado’, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é 'Baixo', 3 a 5 ('Moderado'), 6 a 7 ('Elevado'), 8 a 10 ('Muito Elevado') e superior a 11 ('Extremo').

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade na região Norte até meio da tarde e vento em geral fraco do quadrante norte, soprando moderado de noroeste no litoral oeste, em especial a sul do Cabo Carvoeiro durante a tarde, e nas terras altas.

Está também prevista uma pequena descida da temperatura mínima nas regiões Norte e Centro.

Para a Madeira prevê-se períodos de céu muito nublado, tornando-se em geral pouco nublado nas vertentes sul da ilha da Madeira a partir do final da manhã, e aguaceiros, em geral fracos, até ao fim da manhã e em especial nas terras altas e vertentes norte da ilha.

Está também previsto vento moderado de nordeste, soprando forte, por vezes com rajadas até 70 quilómetros por hora, nas terras altas e pequena descida da temperatura máxima.

No Funchal, as temperaturas vão oscilar entre 21 e 25 graus Celsius.

O Instituto prevê para hoje nos Açores períodos de céu muito nublado com boas abertas, possibilidade de aguaceiros fracos e vento fraco a bonançoso.

Em Ponta Delgada (São Miguel) as temperaturas vão variar entre 21 e 24 graus celsius, em Angra do Heroísmo (Terceira) entre 21 e 25 e em Santa Cruz das Flores (ilha das Flores) entre 21 e 26.

Em Lisboa as temperaturas vão oscilar entre 16 e 28 graus Celsius, no Porto entre 13 e 23, em Braga entre 11 e 25, em Viana do Castelo entre 13 e 22, em Vila Real entre 11 e 26, em Bragança entre 10 e 26, em Viseu entre 11 e 26, na Guarda entre 10 e 24, em Coimbra entre 11 e 26, em Aveiro entre 15 e 22, em Leiria entre 12 e 24, em Castelo Branco entre 15 e 31, em Santarém entre 14 e 30, em Portalegre entre 17 e 30, em Évora entre 14 e 32, em Beja entre 14 e 33, em Setúbal entre 15 e 30 e em Faro entre 20 e 34.

Beneficiários
A ADSE, sistema de saúde da função pública, enviou aos cerca de 831 mil beneficiários informação sobre o processo eleitoral,...

Em causa estão as eleições, que se irão realizar dia 19, para escolha dos quatro representantes dos beneficiários que irão ter assento no Conselho Geral e de Supervisão do novo instituto público.

A divulgação da informação junto dos beneficiários estava prevista na portaria publicada em julho que regulamenta o processo eleitoral.

Além da data prevista das eleições, a ADSE enviou informação sobre as listas de candidatos, o respetivo manifesto eleitoral, as formas e meios de votação e os locais para a votação, entre outras, contou o responsável.

“Foi, portanto, essa tarefa que a ADSE concluiu já na passada semana, tendo a generalidade dos beneficiários recebido a informação referida”, acrescentou Carlos Baptista.

Os beneficiários titulares da ADSE podem votar por voto eletrónico, voto por correspondência ou em urna em diferentes cidades do país.

No início deste ano, a ADSE foi transformada em instituto público, com um regime especial e gestão participada, sendo um dos seus órgãos o Conselho Geral e de Supervisão, com funções de acompanhamento, controlo, consulta e participação na definição das linhas gerais de atuação do instituto.

No Conselho Geral e de Supervisão têm assento quatro representantes dos beneficiários (que serão eleitos a dia 19), bem como três representantes dos sindicatos e dois dos reformados.

Os membros do Conselho Geral e de Supervisão terão uma palavra a dizer nas novas regras que irão permitir alargar a ADSE a novos beneficiários, como os cônjuges dos funcionários públicos, ou aos contratos individuais que trabalham no Estado.

Oftalmologia e pneumologia
O Centro Hospitalar Barreiro Montijo anunciou a aquisição de novos equipamentos para a unidade de oftalmologia e para o serviço...

"Na Unidade de Oftalmologia encontra-se um novo retinógrafo, que permite realizar fotografias do fundo ocular (retinografias) sem necessidade de dilatação pupilar do utente e fotografia fundo ocular com autofluorescência", refere o centro hospitalar em comunicado.

Para o serviço de pneumologia foi adquirido um novo plestimógrafo, que veio substituir o que existia na Instituição há 20 anos.

"Este novo equipamento permite realizar provas de função respiratória, difusão do monóxido de carbono e provas de provocação inalatória para diagnóstico de várias doenças respiratórias e ainda para a avaliação da capacidade respiratória de doenças do foro cardiológico e oncológico", frisa o documento.

A pletismografia é um exame que permite avaliar a capacidade funcional respiratória, volumes pulmonares e trocas gasosas, constituindo assim um exame fundamental na avaliação do doente com patologia respiratória crónica, "com grande prevalência nos doentes do Centro Hospitalar Barreiro Montijo".

Oposição denuncia
A oposição venezuelana denunciou que o Governo do Presidente Nicolás Maduro nega-se a autorizar a entrada no país de 900...

"O Governo nacional (venezuelano) não dá autorização, no seu empenho por fazer que o mundo acredite que aqui não há uma crise humanitária e isso é sumamente grave", denunciou o deputado José Gregório Correa.

Em declarações aos jornalistas, em Caracas, o deputado, que também é presidente da Comissão de Assuntos Interiores, Segurança e Defesa do Parlamento do Mercosul (Parlasul), questionou a importância que tem "vida dos venezuelanos" para o Governo.

Como exemplo da gravidade da situação, explicou que "Cojedes é o segundo estado (venezuelano) com escassez de medicamentos à escala nacional".

"Segundo as estatísticas, duas pessoas faleceram como consequência da escassez de medicamentos, sem contar o péssimo funcionamento dos hospitais e a sua decadente dotação", denunciou.

Para o parlamentar, negar a entrada de medicamentos para as pessoas "é um crime que lesa a humanidade".

"Numa situação como está, é realmente não humano que por diferenças políticas não permitam o ingresso. O que de verdade deveria importar ao Governo é preservar a vida dos cidadãos", disse.

Na Venezuela são cada vez mais frequentes as queixas da população para encontrar alguns tipos de medicamentos, entre eles os tratamentos para hipertensão, diabetes e cancro.

Segundo os funcionários de várias farmácias, quando os medicamentos chegam, têm custos elevados para grande parte da população e dão como exemplo os comprimidos para a hipertensão, cujo tratamento para 15 dias custa mais de 50% do salário mínimo mensal.

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