Faculdade de Medicina da Universidade do Porto
A iniciativa, promovida pela associação de estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, conta com mais de 50...

Promover saúde nas zonas periféricas do país e combater o desequilíbrio social e a falta de oportunidades são os principais objetivos de um grupo de 50 estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) que "levam um hospital" a Coruche, Santarém.

Além dos típicos exames médicos, durante cinco dias, os jovens promoverão atividades como rastreios cardiovasculares, ações de sensibilização sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis e iniciativas envelhecimento ativo, escreve o Sapo.

Intitulada “Medicina Vai” e promovida pela Associação de Estudantes da faculdade (AEFMUP), a iniciativa destina-se a pessoas de todas as idades, dando um especial destaque a idosos e habitantes de zonas mais isoladas.

Para garantir que ninguém fica de fora e minimizar as dificuldades de deslocação, os jovens médicos promovem iniciativas em vários pontos do município e deslocam-se à habitação da população mais isolada.

Hospital dos Pequeninos: como acabar com o medo do hospital?

A ida ao hospital é, por vezes, um dos grandes medos das populações mais jovens. Assim, para acabar com alguns mitos e receios, crianças dos 3 aos 5 anos de idade são convidadas a participarem no Hospital dos Pequeninos – ação que tem como objetivo dar a conhecer o dia-a-dia do mundo hospitalar.

Durante esta iniciativa, as crianças são convidadas a levar os seus brinquedos “ao hospital”, a vestir a bata branca e, com a ajuda dos estudantes de medicina, a cuidarem da saúde dos seus bonecos.

Estudo
Um estudo da Universidade de Oxford concluiu que a privação de sono leva ao aumento de problemas mentais. Tratando as insónias,...

A privação de sono pode contribuir para o aparecimento de problemas de saúde mental. A conclusão é de um grupo de investigadores da Universidade de Oxford, publicado no jornal científico Lancet Psychology, que analisou a ligação entre dormir e a incidência de problemas mentais. O estudo, segundo o Observador, percebeu que pessoas que fizeram sessões de terapia para combater as insónias conseguiram reduzir a incidência de pequenas experiências psicóticas, como alucinações ou paranoias — além de terem aumentado a qualidade de sono.

O trabalho reuniu uma equipa de investigadores de várias instituições do Reino Unido e inquiriu mais de 3.700 estudantes de 26 universidades do país que tinham um historial de insónias. Os inquéritos online dividiram aleatoriamente os participantes em dois grupos: aqueles que iam receber o tratamento terapêutico online com sessões entre seis e 20 minutos, e aqueles que não iam passar por essas sessões. Os grupos foram avaliados no início do questionário e ao fim de três, 10 e 22 semanas.

Os resultados mostraram melhorias tanto na qualidade de sono como na ausência de problemas mentais nos indivíduos que passaram pela terapia. A incidência de insónias nesses indivíduos caiu para quase metade em 10 semanas. Os sintomas de ansiedade e depressão caíram cerca de um quinto, tal como os sintomas de paranoia (25%) e alucinações (30%).

Os investigadores acreditam que a melhoria desses indicadores se traduz numa melhoria do bem-estar. Ainda assim, ressalvam que houve cerca de 50% de taxa de abandono, com apenas 18% a concluir seis semanas de tratamentos terapêuticos. Esse abandono permitiu no entanto perceber outros cenários, já que esses problemas mentais continuaram ou pioraram em alguns casos. As conclusões apontam assim para uma ligação entre falta de sono e problemas mentais, ainda que as experiências mentais a afetar o sono tenham menos expressão. Embora nenhum indivíduo da amostra tivesse um diagnóstico de doenças mentais, os investigadores dizem que as insónias só por si já são um fator para o aparecimento de graves problemas psicológicos.

Associação Telefone da Amizade
A Associação Telefone da Amizade, que faz domingo um piquete de 24 horas no âmbito do Dia Mundial de Prevenção do Suicídio,...

Segundo o responsável da associação sediada no Porto, José Paulo Leal, o número de chamadas entradas é, contudo, “bastante superior" aos atendimentos verificados, uma vez que aquela associação se continua a debater com "falta de voluntários" que os impede de ter uma "cobertura mais alargada".

Num comunicado, a Associação Telefone da Amizade (ATA) anuncia que fará um piquete de 24 horas a 10 de setembro [domingo] no âmbito do Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, um drama que, argumentou supera, anualmente, "as mortes provocadas por ataques terroristas, guerras e assassinatos".

"Na realidade, mesmo somando as mortes por todas estas causas, são sempre menos que as mortes por suicídio em igual período de tempo", lê-se no comunicado.

Tendo por base os dados do portal Pordata, a ATA lembra que houve 1.127 suicídios em Portugal em 2015 e que essa é a segunda causa de morte entre os jovens, a nível nacional e mundial.

Em face desta estatística, a ATA questiona por que razão, em países como Portugal "há anualmente mais suicídios que mortes na estrada (445 em 2016) ou resultantes da sida (390 em 2015)", recebendo estes "mais atenção mediática e apoio para a sua prevenção".

Considerando que os números negros do suicídio "são apenas a ponta do icebergue", a associação lembra o "sofrimento das famílias e amigos" de cada uma das vítimas e adiciona outro número à estatística, estimando que, por cada suicídio consumado, "25 pessoas fizeram tentativas".

Alertando para a importância de "reduzir estes números", explicam que o Telefone da Amizade "procura escutar as pessoas em crise pessoal e em risco de suicídio", sendo-lhes "permitido desabafar sobre o que as leva a pensar em acabar com a sua própria vida, ou até como o pensam fazer".

"Confidencialmente, sem as julgar e sem pressa, pelo telefone ou por correio eletrónico, diariamente, das 16:00 às 23:00", acrescenta o comunicado.

Para marcar o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio os voluntários do Telefone da Amizade vão alargar o tempo de atendimento, manter a linha em funcionamento 24 horas, sendo ainda distribuídos folhetos informativos em diferentes sítios da cidade do Porto, sobre o suicídio e a sua prevenção.

Sensibilizar as pessoas em crise "sobre um recurso que as poderá ajudar" e também para a proposta de voluntariado no Telefone da Amizade, "disponível a quem quiser dar um contributo positivo na prevenção do suicídio", são também objetivos da distribuição que vai decorrer.

Instituição Particular de Solidariedade Social, a ATA foi criada em 1982, a missão envolve 23 voluntários, sendo que apenas 13, segundo José Paulo Leal, "colaboram com regularidade".

Fisioterapia na doença Oncológica
Segundo a Association of Physiotherapists in Oncology and Palliative Care (1993) citada por Brancoft

As cirurgias ao cancro da mama que recorrem apenas à biópsia do gânglio sentinela têm um menor impacto na qualidade de vida das mulheres quando comparadas às cirurgias em que é realizada uma linfadenectomia axilar.

Existem estudos que afirmam que a incidência do linfedema no membro superior na mulher submetida a cirurgia a cancro da mama e a outras terapias oncológicas varia entre 6% a 83%, dependendo do tipo de cirurgia e restantes terapias oncológicas realizadas, verificando-se atualmente uma incidência média de cerca de 20% em mulheres submetidas a cirurgia com linfadenectomia, desenvolvendo-se a maioria nos 6 primeiros meses pós-cirurgia.

Como principais fatores de risco para o desenvolvimento do linfedema foram apontados o tipo de cirurgia, a obesidade (Índice de Massa Corporal), as terapias adjuvantes e níveis baixos de atividade física.

Os doentes que são submetidos a radioterapia após linfadenectomia axilar têm um risco acrescido do desenvolvimento de linfedema, dor no membro superior, diminuição da mobilidade do ombro, da força e da sensibilidade, em relação aos doentes submetidos somente à biópsia do gânglio sentinela (BGS).

Atualmente realizam-se várias cirurgias com recurso apenas à BGS (mastectomia simples ou total, mastectomia simples seguida de reconstrução com prótese, mastectomia simples com reconstrução com retalho miocutâneo do grande dorsal, mastectomia simples com reconstrução com retalho miocutâneo do músculo grande reto abdominal, cirurgias conservadoras

O modelo adotado na reabilitação física da mulher com cancro da mama devia iniciar-se no pós-operatório imediato (24 horas após a cirurgia) com uma avaliação pela fisiatria. A intervenção do fisioterapeuta, após a avaliação pelo fisiatra, depende sempre do protocolo de terapias oncológicas a que a doente será submetida. Esta consiste na entrega de informação sobre a prevenção de linfedema, de infeções subcutâneas e de um plano de exercícios específico para doentes submetidos a cirurgia a cancro da mama com linfadenectomia axilar. Posteriormente a doente é submetida a tratamentos individuais de fisioterapia (com a aplicação de diferentes técnicas, dependendo das complicações existentes). Estes tratamentos são mantidos até à obtenção de uma função normal ou até aproximadamente 2 semanas após o final da radioterapia. A doente tem o apoio por parte da fisioterapia ao longo de toda a sua vida.

No protocolo de avaliação desenvolvido para a área da cirurgia mamária consta: avaliação subjetiva, inspeção, palpação, amplitudes articulares, amplitudes musculares, força muscular, sensibilidade, perimetria;

Aconselhamento sobre prevenção de edema e infeções subcutâneas

As guidelines definidas por Harris et al. (2012) e Leduc et al. (2008), no que respeita à prevenção de edema e infeções subcutâneas, seguem as orientações da guideline definida pela International Society of Lymphology (2013).

 Segundo essa linha de orientação, o doente submetido a uma linfadenectomia insere-se num grupo de risco de desenvolvimento de edema e de infeções subcutâneas, devendo no decorrer de toda a sua vida realizar uma prevenção de edema e de infeções subcutâneas.

 Essa prevenção assenta nas seguintes premissas:

Evitar situações de garrote no lado da linfadenectomia (tirar sangue, medir a tensão arterial, usar vestuário apertado…), evitar fontes de calor direto no membro superior e tronco do lado da linfadenectomia (sacos de água quente, sauna, exposição prolongada ao sol…);

Evitar transportar pesos acima de 2 Kg do lado da cirurgia, manter uma pele bem hidratada, evitar qualquer tipo de ferimento do lado da cirurgia (usar luvas quando realiza atividades com o risco de corte).

Em caso de ferimento realizar imediatamente a desinfeção e proteção do local. O doente deve ser instruído quanto aos principais sinais e sintomas de uma infeção subcutânea.

A evidência demonstra que a intervenção precoce da fisioterapia no período pós-cirúrgico do cancro de mama, consegue reduzir a ocorrência dos efeitos secundários provenientes do ato cirúrgico (diminuição das amplitudes articulares ao nível do ombro, diminuição da funcionalidade e aparecimento do linfedema).

No Hospital Lusíadas Lisboa são estes os procedimentos usualmente adotados no serviço de MFR no caso dos utentes com linfedema. O papel do fisioterapeuta passa essencialmente por reduzir o edema através de técnicas como a drenagem linfática manual, a pressoterapia, a utilização de bandas multicamadas e contração muscular através do exercício.

Tem também o papel fundamental de aconselhamento, sobre os cuidados a ter ao longo do dia para com a pele e durante as várias atividades diárias. Posteriormente o fisioterapeuta preparará o utente para uma fase de manutenção dos ganhos obtidos ao longo dos tratamentos. Para tal reforçará a ideia de que os cuidados com a pele são essenciais, que a prática de exercícios é fundamental e dá também o seu parecer para a necessidade de aquisição de manga de compressão.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
SmartReminders
Uma investigadora do Porto está a desenvolver uma ferramenta que deteta quando os utilizadores comem ou bebem e que emite ...

O SmartReminders, pensado "para promover hábitos saudáveis junto de idosos autónomos que vivem sozinhos e isolados", engloba uma aplicação móvel e um conjunto de sensores, incorporados num dispositivo semelhante a um relógio ou uma pulseira, explicou a investigadora da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), Diana Gomes, responsável pelo projeto.

Esses sensores conseguem detetar os períodos de refeição e ingestão de líquidos, baseando-se em dados associados aos movimentos do pulso do utilizador, enviando de seguida essa informação para uma aplicação móvel instalada nos ‘smartphones' dos utilizadores, explicou.

Através da informação recebida, continuou a investigadora, a aplicação emitirá “lembretes”, informando os utilizadores sobre os momentos em que devem fazer nova ingestão de líquidos ou alimentos.

"Se o utilizador não beber nada durante muito tempo, um lembrete poderá persuadi-lo a beber um copo de água", indicou Diana Gomes.

No caso da toma de medicamentos, caso tenha bebido antes de uma refeição, é provável que tenha tomado a sua medicação antes disso. No entanto, se não tiver bebido nada, será oportuno lembrá-lo de quais os medicamentos a tomar naquele momento, acrescentou.

Esta tecnologia permite ainda aos cuidadores e profissionais de saúde que acompanham o idoso verificar o histórico de refeições e ingestão de líquidos.

Questionada sobre a possibilidade de esses dados fornecerem informações incorretas acerca dos movimentos, a investigadora assegurou que o dispositivo é dotado de um algoritmo que foi concebido para despistar movimentos facilmente confundidos com os atos de comer e beber, mas que não o são.

"O isolamento dos idosos potencia um conjunto de comportamentos de risco, como negligenciar refeições, beber água em quantidade insuficiente e assegurar o tratamento farmacológico de forma imprópria", referiu.

Para a investigadora, este projeto pode ser uma solução tecnológica para "contrariar esse ciclo de condutas perigosas", promovendo comportamentos saudáveis, como o incentivo uma toma de medicação responsável, a uma ingestão de líquidos abundante e a manutenção de uma dieta adequada.

O SmartReminders é um dos 14 projetos criados por alunos de diferentes faculdades com o apoio do centro de investigação Fraunhofer Portugal AICOS, sediado no Porto, no âmbito de uma iniciativa anual que lhes permite desenvolver o seu trabalho orientado para a criação de soluções práticas que contribuem para a qualidade de vida da população.

Este projeto, que continua em desenvolvimento, contou com o apoio do professor João Mendes Moreira, da FEUP, e da investigadora Inês Sousa, da Fraunhofer Portugal AICOS.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Todas as regiões de Portugal continental, Madeira e Açores apresentam hoje um risco ‘muito elevado’ e ‘elevado’ de exposição à...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), todas as regiões estão com risco ‘muito elevado’ com exceção dos distritos de Aveiro, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Leiria, Lisboa, Porto, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo, Vila Real, Viseu, Ponta Delgada (S. Miguel, Açores), Angra do Heroísmo (ilha Terceira) e Santa Cruz das Flores (ilha das Flores) que estão com níveis ‘elevados’.

Para as regiões com risco 'muito elevado' e ‘elevado’, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro Ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

No caso de risco ‘moderado’ são aconselhados óculos de Sol e protetor solar.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o UV é 'baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade no litoral das regiões Norte e Centro até meio da manhã e para o final do dia e períodos de chuva fraca no Minho para o final do dia.

Está também previsto vento fraco a moderado predominando de noroeste, soprando moderado no litoral oeste, em especial durante a tarde, sendo fraco a moderado do quadrante norte, tornando-se forte nas terras altas.

A previsão aponta ainda para neblina ou nevoeiro matinal no litoral das regiões Norte e Centro, pequena descida da temperatura mínima e descida da máxima no litoral oeste, sendo acentuada em alguns locais do Norte e Centro.

Na Madeira prevê-se períodos de céu muito nublado, apresentando-se em geral pouco nublado nas vertentes sul da ilha, possibilidade de ocorrência de aguaceiros fracos nas vertentes norte e terras altas até ao final da manhã e vento moderado de nordeste, soprando moderado a forte e com rajadas até 60 quilómetros por hora em alguns locais das terras altas e no extremo leste.

No Funchal, as temperaturas vão variar entre 20 e 26 graus Celsius.

Para os Açores, a previsão aponta para períodos de céu muito nublado com boas abertas e vento fraco tornando-se bonançoso.

No que diz respeito às temperaturas, em Ponta Delgada (São Miguel) vão oscilar entre 19 e 26, e em Angra do Heroísmo (Terceira) entre 18 e 26 e em Santa Cruz das Flores entre 21 e 25 graus.

Em Lisboa as temperaturas vão oscilar entre 17 e 27 graus celsius, no Porto entre 12 e 23, em Braga entre 10 e 28, em Viana do Castelo entre 13 e 23, em Vila Real entre 14 e 30, em Viseu entre 13 e 29, em Bragança entre 11 e 30, na Guarda entre 12 e 27, em Castelo Branco entre 17 e 35, em Coimbra entre 13 e 26, em Leiria entre 12 e 23, em Aveiro entre 14 e 21, em Santarém entre 15 e 30, em Portalegre entre 14 e 32, em Setúbal entre 16 e 31, em Évora e Beja entre 16 e 35 e em Faro entre 20 e 31.

Pediatra Mário Cordeiro
O pediatra Mário Cordeiro defende que pôr em causa as vacinas é como discutir se a Terra é redonda ou se o Sol anda à volta da...

“A Verdade e a Mentira das Vacinas” é o novo livro do médico, que chega hoje às bancas, e através do qual Mário Cordeiro tenta esclarecer pais e educadores sobre as vacinas como “meio mais eficaz, eficiente e de maior impacto na saúde pública”.

“Parece tão evidente e é tão evidente que custa a acreditar ser necessário um livro para nos dizer uma coisa que se resume em meia dúzia de palavras”, assume o autor.

Graças às vacinas, há milhões de pessoas que estão vivas e centenas de milhões que não adoeceram com patologias graves.

Em entrevista, Mário Cordeiro diz que há uma mensagem simples e resumida que deve ser fixada por todos: “não se morre de vacinas, morre-se de doenças”.

O novo livro do médico surge cerca de seis meses depois de Portugal ter visto começar um surto de sarampo, doença evitável pela vacinação e que acabou por levar à morte de uma jovem de 17 anos.

O pediatra considera que o surto não assumiu proporções demasiado graves porque o país está “blindado por décadas de elevadas taxas de vacinação”.

O facto de, graças às vacinas, as doenças terem começado a desaparecer da memória das pessoas pode ser uma das explicações para que alguns tenham baixado a guarda ou tenham começado a considerar a vacinação como opcional.

“Há 30 anos, quando o sarampo matava, e não era pouco, as pessoas estavam conscientes da gravidade do sarampo”, lembra o autor, que diz que “não se podem abrir brechas ou esmorecer”, sob pena de as doenças voltarem.

Numa lista de “12 mitos perigosos que é preciso desfazer”, Mário Cordeiro inclui os efeitos secundários das vacinas, frisando que são produtos “extraordinariamente seguros”, mais seguros ainda que os medicamentos em geral.

As “teorias da conspiração” são outro inimigo das vacinas. Ao pediatra chegam argumentos de que os ministérios da Saúde estão “feitos com as multinacionais” farmacêuticas e até insinuações de que os laboratórios disseminam as doenças para venderem vacinas.

O pediatra recorda que nos séculos XIII, XIV, XV e XVI houve epidemias de peste negra, tuberculose ou sífilis e “não consta que houvesse multinacionais”.

Mas “claro que uma multinacional que fabrica vacinas quer recuperar o investimento de milhões que fez”, admite o pediatra, lembrando que as vacinas são inovação e levam várias décadas a ser desenvolvidas.

Um dos “mitos perigosos” propagados desde a década de 1990 é a ligação das vacinas ao autismo. No livro, o autor frisa que o suposto estudo que surgiu em 1998 era “uma fraude”, tendo o seu autor acabado por ser obrigado a retratar-se e a deixar de exercer medicina.

Outro caso foi o de um médico que forjou os resultados de um pretenso estudo que relacionava a vacina contra o sarampo e rubéola com o autismo. O suposto estudo chegou a ser publicado na revista científica Lancet, mas um jornalista acabou por descobrir que “tudo era mentira” e o médico acabou igualmente retirado da Ordem.

“Mas o mal estava feito”, reconhece Mário Cordeiro, a quem chegam ainda argumentos ou receios de uma ligação das vacinas a casos de autismo.

Na obra que esta semana chega às livrarias, o médico explica ainda o esquema vacinal do Programa Nacional de Vacinação, mas não esquece as doenças cujas vacinas ainda não são gratuitas, como a varicela, meningite B, rotavírus ou hepatite A.

Mário Cordeiro continua a não defender a obrigatoriedade das vacinas por acreditar que para continuar a ter elevadas taxas de imunização é suficiente explicar toda a realidade aos pais e fazer campanhas esclarecedoras. Crê ainda que ao obrigar não se ganha eficácia, podendo potenciar reações aos que “são do contra”.

Para o pediatra, as vacinas são “uma manifestação de amor” e podem ser também um “presente para toda a vida”.

A saúde cardiovascular revista no Congresso Europeu
Decorreu, na passada semana, em Barcelona o Congresso Europeu de Cardiologia, organizado anualmente pela European Society of...

Em que é que estas reuniões contribuem para uma melhor Saúde Cardiovascular?
Nestas reuniões partilha-se e discute-se a melhor e mais atual informação científica e revêem-se as normas de orientação clínica, procurando um objetivo único: diagnosticar e tratar melhor a doença cardiovascular e reduzir a mortalidade por doença cardiovascular, que continua a ser a primeira causa de mortalidade em Portugal e no mundo!

Nos dias de hoje não há lugar para uma prática médica que não tenha por base uma investigação científica de qualidade. As recomendações e normas de orientação clínica das sociedades científicas incorporam os resultados dessa investigação, para que os mesmos possam ser mais facilmente incorporados na prática clínica.

Em Portugal, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia endossa as normas de orientação clínica europeias e, através dos seus sócios, estimula a aplicação das mesmas na prática clínica, com o objetivo de melhorar a saúde cardiovascular dos portugueses.

Para a comunidade médica, o cumprimento deste tipo de normas e recomendações asseguram uma prática clínica rigorosa. Para os decisores políticos, estas orientações promovem uma maior consciencialização sobre as necessidades dos hospitais, procurando dotar os serviços das melhores condições para a prática clínica!

Novidades que o Congresso Europeu de Cardiologia aporta à saúde cardiovascular – Tratamento do Enfarte Agudo do Miocárdio
Este ano, quatro normas de orientação clínica foram apresentadas e ao mesmo tempo publicadas, de entre os quais se destaca, a norma que rege as boas práticas no tratamento do enfarte agudo do miocárdio.

Para além das novidades na área terapêutica, o documento foca o desafio que o tratamento do Enfarte Agudo do Miocárdio coloca às organizações. Não basta ter a melhor tecnologia e os melhores técnicos, é preciso usá-los de forma sistematizada e organizada, articulando entre os vários intervenientes em todo o processo.

Portugal ocupa um lugar de destaque no tratamento do enfarte, acompanhando o que de melhor se pratica no mundo mais desenvolvido. Porém, em Portugal, por ano, morrem 8.000 portugueses vítimas de Enfarte Agudo do Miocárdio, vulgarmente designado por Ataque Cardíaco, e o desafio é reduzir estes números, mas não só!

Insuficiência Cardíaca – O inimigo número um, desconhecido dos portugueses
O tratamento inadequado do Enfarte Agudo do Miocárdio é a principal causa de Insuficiência Cardíaca. Esta é uma complicação tardia, pouco reconhecida, mas que afeta cerca de 400 000 portugueses. A Insuficiência Cardíaca tem uma mortalidade superior à maioria das Neoplasias ("cancros"), como é o caso do cancro da mama ou do cancro do cólon. A Insuficiência Cardíaca é a principal causa de internamentos hospitalares. Apenas a prevenção adequada, o diagnóstico precoce e o tratamento correto da Insuficiência Cardíaca poderão reduzir a mortalidade por doença cardiovascular.

Assim, as normas de orientação para a prática clínica, devem estimular as Organizações a desenvolver estruturas e processos que permitam assegurar cuidados de saúde de qualidade e de acordo com o "estado da arte". Para a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, os resultados da investigação científica de nada servem se não forem aplicados na prática clínica, em prol de um único objetivo: mais e melhor saúde cardiovascular para todos os portugueses.

Em Braga
O "expoente máximo" da urologia pediátrica e especialista em Hipospadia, uma malformação congénita no pénis, está no...

Durante a tarde de hoje, e sexta-feira, Warren Snodgrass, cirurgião americano conhecido como "o pai" de uma das técnicas cirúrgicas pediátricas mais usadas em todo o mundo, a "Snodgrass repair", vai realizar, perante uma plateia de 70 cirurgiões vindos de vários países, seis cirurgias corretoras da Hipospadia, mas não só.

"A Hipospadia é uma má formação de nascença muito mais comum do que se pensa e praticamente desconhecida porque a comunidade, e em especial a comunicação social, tem problemas em dizer a palavra pénis", explicou o cirurgião à Lusa.

Por isso, disse, "com estes seminários, além de divulgar aquela que é uma técnica inovadora e mais eficiente de corrigir o problema, o objetivo é abrir mentalidades, chamar a atenção para este problema que é mais comum que o Síndrome de Down, que a Espinha Bífida, que a Clamídia, mas que raramente a mãe sabe o que é".

E o que é a Hipospadia? "É uma condição que se manifesta na criança em que o pénis se desenvolve com a abertura para a exteriorização da urina [meato], não na ponta da glande do pénis mas algures entre o escroto, os testículos e a ponta do pénis. Esta má formação atinge um em cada 300 bebés masculinos", explicou o diretor do Serviço de Cirurgia Pediátrica do Hospital de Braga, Jorge Correia-Pinto.

Segundo o clínico, "a Hipospadia não exige correção cirúrgica de imediato, mas durante os primeiros anos de vida tem que ser corrigida, porque interfere em várias dimensões".

Uma das consequências daquela má formação é que o "jato da urina sai não orientado para diante, como é normal no género masculino, mas sai mais como na morfologia feminina", outra complicação associada é o "aumento de risco de infeções urinárias, isto depende também da localização do meato, quando mais atrás ele for maior o risco de complicações".

Para Warren Snodgrass, que apresenta a sua técnica pela primeira vez em Portugal, o nome Hipospadia"tem que entrar no dia-a-dia".

"Todas as mães que têm uma criança com uma deficiência sentem-se culpadas porque pensam logo que fizeram alguma coisa mal, que não tomaram as vitaminas, que foi aquele copo de vinho, ou alguma coisa foi. E o problema é logo com o pénis e é um problema do qual nunca ouviram falar. Depois vem também o isolamento porque o filho tem um problema que ninguém ouviu falar. Tudo isto junto aumenta a necessidade de ter mais informação", salientou Snodgrass.

No entanto, disse, as novas tecnologias estão a ter um papel importante na divulgação da Hipospadia.

"As mães quando ouvem o nome da doença fazem aquilo que todos fazemos hoje em dia, ‘Googlam’. Quando ouvem o nome da doença, a primeira coisa que fazem é perguntar como se escreve e depois ‘Googlam’, ainda antes de nos perguntarem o que é", explicou.

O Curso "Hypospadias repair course - Exoscopic live surgery" decorre hoje e sexta-feira no Hospital de Braga, estando inscritos 70 cirurgiões provenientes de todo o mundo, desde a Tailândia, Brasil, Turquia, Polónia, Rússia, Itália e Espanha, entre outros.

Ministério Público
O Ministério Público acusou uma fisioterapeuta de crime de ofensa à integridade física grave, com violação das `leges artis´...

Segundo a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), está indiciado que, em junho de 2012, em consequência de manobras realizadas pela arguida durante sessões de fisioterapia, com violação dos procedimentos adequados, a doente sofreu fratura do fémur direito causada pela agora acusada e dores intensas e fortes, tendo posteriormente de ser submetida a várias cirurgias com vista à sua recuperação.

Em resultado do sucedido, a doente ficou com um encurtamento de quatro centímetros daquele membro inferior, rigidez do joelho, dores permanentes, dependente de canadianas para se deslocar e de terceiros para realizar atos do dia-a-dia.

A fisioterapeuta encontra-se sujeita à medida de coação de Termo de Identificação e Residência (TIR).

A investigação foi dirigida pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.

Polícia Judiciária
A Polícia Judiciária deteve um médico e três delegados de informação médica por corrupção, falsificação de documento e burla...

Os detidos, três homens e uma mulher, de 57, 50, 42 e 38 anos, serão submetidos a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação.

Segundo a Polícia Judiciária (PJ), os detidos passavam prescrições de medicamentos em desconformidade com a legislação aplicável, mediante a aceitação de vantagens patrimoniais. Visavam com isso a apropriação indevida da comparticipação dos medicamentos, com prejuízo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), em vários milhares de euros.

A "Operação receita sem papel" envolveu diversas buscas e um dos detidos tinha na sua posse arma proibida.

A investigação esteve a cargo da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ.

Especialistas
Passam em média mais de duas horas por dia nas redes sociais. Há especialistas que acham que isso já se está a notar nas...

Sem barreiras e sem segredos, como uma casa virtual onde tudo pode realmente acontecer. Assim se apresentam as redes sociais aos jovens que as utilizam como o seu meio de comunicação mais natural. E a pergunta que muitos pais fazem é esta: pode o uso excessivo de redes sociais estar associado ao aparecimento de problemas de saúde mental? O médico psiquiatra Diogo Telles Correia, a psicóloga Rosário Carmona e a pedopsiquiatra Maria de Lurdes Candeias acreditam que sim.

Da rua para casa, do convívio de recreio às conversas em redes sociais — em Portugal, são os jovens dos 15 aos 24 anos que mais tempo lhes dedicam. Passam uma média de mais de duas horas por dia a “conversar” e a “partilhar”, segundo um estudo da Marktest, divulgado no ano passado, que indicava ainda que em poucos anos — de 2008 a 2015 — a percentagem de utilizadores, entre todas as faixas etárias, crescera de 17,1% para 54,8%.

Diogo Telles Correia, escreve o jornal Público, não hesita em ligar os mais recentes números ao crescimento de patologias do foro psicológico nos jovens, como ansiedade e depressão. Porquê? De acordo com o especialista, as redes sociais expõem “os adolescentes a um contínuo fluxo de informação, que os estimula constantemente e alimenta uma personalidade hiperativa e que pode conduzir, não raramente, a situações de ansiedade”.

E a ansiedade, diz o médico psiquiatra e psicoterapeuta, é um veículo para a depressão. Além disso, a globalização das redes sociais veio tornar as relações humanas “mais superficiais e menos estruturantes, facto que reduz a resiliência dos adolescentes às adversidades”, acrescenta.

Aos olhos de Rosário Carmona, psicóloga especialista em adição à Internet, o problema não é novo. “A pressão social, a pressão da integração, sempre existiu. Agora, apenas existe em moldes diferentes.” E prossegue: “Enquanto essa pressão existia na realidade, agora há uma pressão adicional — a do mundo virtual. É esta pressão, que as gerações antigas já tinham, mas a duplicar.” E que é passível de ser encontrada nos episódios mais banais do dia-a-dia de um adolescente. “O não pertencer a um grupo de turma já é motivo de stress. Tudo é uma pressão social” na vida dos adolescentes.

Já a pedopsiquiatra Maria de Lurdes Candeias considera que se um adolescente está sujeito a uma pressão social resultante das redes sociais, então é natural que essa utilização “agrave uma patologia que o jovem já possa ter”. Na perspetiva da especialista, as redes sociais funcionam, assim, como fator de agravamento de uma condição já existente — embora adormecida —, mas não como raiz de um problema da ordem mental.

Não há atenção suficiente
É precisamente nas redes sociais que têm lugar algumas páginas dedicadas à divulgação de imagens e citações de carácter depressivo. De origem desconhecida, o fenómeno tem atraído milhares de jovens utilizadores em todo o mundo. São exemplos as páginas de Facebook Depression Memes 2.0, seguida por 25.323 pessoas, e a Yes, I’m sad, com mais de um milhão de seguidores.

Em Maio, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou um relatório onde apontava as cinco principais causas de morte em adolescentes entre os 15 e os 19 anos, em 2015. No estudo Ação Global Acelerada para a Saúde dos Adolescentes: Orientações para apoiar a implementação nacional, a autolesão foi apontada como a terceira causa de morte no mundo — antecedida por acidentes de viação e infeções respiratórias. Este número (67 mil mortes num ano) engloba, segundo o relatório, os suicídios e mortes acidentais resultantes de lesões auto-infligidas pelos jovens que não tinham como intenção. O mesmo estudo divulgou ainda diferenças a nível de género: a autolesão é mais frequente entre raparigas adolescentes do que entre rapazes.

Em Portugal, Diogo Telles Correia lembra os dados partilhados pelo Programa Nacional para a Saúde Mental, em 2015, que davam conta de que, nos últimos anos, se registara “um aumento do número de crianças e adolescentes que recorreram às urgências por depressão, ansiedade e tentativas de suicídio ou para-suicídio — autolesões cujo objetivo não era morrer, mas sim passar uma mensagem de sofrimento ou mágoa”.

Já Rosário Carmona, ainda que admita que há uma relação causa-efeito entre redes sociais e saúde mental dos jovens, não considera, a partir daquilo que presencia no seu consultório, que o problema esteja a crescer. “Não sinto que tenha aumentado. Mas também não quero dizer que acredito nisto porque damos maior atenção ao assunto, porque há pais que vão ler e vão achar que, efetivamente, têm prestado mais atenção, o que não é verdade. Há uma maior informação, mas ainda não há atenção suficiente ao assunto”, sublinha.

Prevenção desvalorizada
Nas escolas, junto dos jovens — é onde a psicóloga Rosário Carmona diz ser necessário prevenir e exatamente onde considera que está a falhar a prevenção.

Garante que “há especialistas suficientes no país para ajudar estas crianças”, mas, nos estabelecimentos de ensino, a realidade é outra. “Ou não há psicólogos ou há poucos”, afirma.

Desde cedo que “a prevenção está muitíssimo desvalorizada”. A psicóloga é ainda da opinião que o Governo deveria prestar mais atenção ao problema da saúde mental dos jovens, pois “está confirmado que ganha mais em prevenir do que em remediar”.

Rosário Carmona também lamenta que “a maioria dos pais” chegue “demasiado tarde” ao seu consultório. Para a pedopsiquiatra Maria de Lurdes Candeias, esta é mesmo a raiz do problema. “Não há uma boa formação junto das crianças, sobre o que é certo e o que é errado. Há escolas que querem ter mão nisto, outras que não. Mas eu continuo a dizer que isto depende da formação dada em casa, pelos pais, pelos primos, pelos avós, pelos tios”, conclui.

Travar este fenómeno e as falhas que dele têm decorrido no sistema é, de acordo com Diogo Telles Correia, responder multidisciplinarmente, “incluindo psiquiatras, pediatras, clínicos gerais, psicólogos, entre outros”.

“Como em todas as áreas de saúde mental, o número de médicos e técnicos especializados na área podem não estar à altura deste acréscimo contínuo da prevalência das perturbações mentais” e da complexidade do tema, explica Telles Correia que também ressalva que o trabalho tem que começar em casa, com “pais mais atentos” a sintomas que podem estar associados a uma possível depressão ou problemas de ansiedade.

Estudo
Cientistas encontraram microplásticos na água da torneira de vários países do mundo, num estudo sobre a contaminação de...

Segundo a investigação da organização de jornalistas Orb Media, os Estados Unidos foram o país que demonstraram uma maior taxa de contaminação: 94% das amostras recolhidas, incluindo na sede da Agência de Proteção Ambiental, na Trump Tower de Nova Iorque e no congresso norte-americano, apresentavam vestígios de plástico.

No Líbano foi encontrada a mesma taxa de contaminação, escreve o Diário de Notícias. O Reino Unido, Alemanha e França apresentavam as menores taxas de contaminação por microplásticos, mas ainda assim superiores a 72%. Na Índia e no Uganda a taxa é superior a 80%, segundo o The Guardian.

Perante este cenário, a água engarrafada pode não ser a solução, já que os mesmos microplásticos foram encontrados em garrafas de água vendidas nos Estados Unidos.

"Ao observar a vida selvagem e os impactos [que o plástico] tem tido na vida selvagem, temos dados suficientes para ficarmos preocupados", disse Sherri Mason, especialista em microplásticos da Universidade Pública de Nova Iorque em Fredonia. "Se tem efeitos [na vida selvagem] como podemos pensar que não vai de alguma forma afetar-nos?", continuou Mason.

Anne Marie Mahon, do Instituto de Tecnologia Galway-Mayo, que conduziu na Irlanda um estudo sobre o mesmo tema, disse que há dois grandes motivos para preocupações. O primeiro é o tamanho das fibras de plástico e os agentes patogénicos, capazes de produzir doenças, que os microplásticos trazem.

Mahon alertou que, se há fibras de plástico na água da torneira da Irlanda, podem existir também nanopartículas de plástico "que não conseguimos medir". "Assim que estão na escala nanométrica podem infiltrar-se nas células, o que quer dizer que podem infiltrar-se nos órgãos e isso é preocupante", explicou.

Na investigação da Orb, foram encontradas partículas de plástico na água com 2,5 micrómetros, ou seja, 2500 vezes maior do que uma nanopartícula.

Os microplásticos contêm e absorvem químicos tóxicos que depois libertam no interior do organismo, como foi revelado em estudos com animais selvagens. Além disso, "as condições no intestino facilitam a rápida libertação" dos químicos, explicou Richard Thompson, da Universidade de Plymouth, à Orb.

Frank Kelly, do King's College de Londres, explicou em 2016 que os microplásticos, quando inalados, "poderiam libertar químicos para a parte inferior dos pulmões e até talvez entrar na circulação sanguínea". O professor Kelly pede que sejam feitas mais investigações sobre os riscos para a saúde da ingestão de plásticos.

Neste momento, os cientistas investigam como os microplásticos chegaram à água potável, havendo várias hipóteses em cima da mesa. A roupa, por exemplo, liberta plásticos para a atmosfera, principalmente quando são usadas máquinas de secar roupa, que podem eventualmente poluir lagos e outros corpos de água, segundo Johnny Gasperi, da Universdade de Paris-Est Creteil, na França.

Investigadores da Universidade de Plymouth, no Reino Unido, descobriram ainda noutro estudo que os plásticos podem entrar no sistema de água com o uso de máquinas de lavar. Cada lavagem liberta até 700 mil fibras de plástico para o ambiente, concluiu a investigação. A chuva também poderá ajudar a arrastar o plástico para os corpos de água.

Um estudo publicado em julho na revista científica Science Advances afirma que forma produzidos 8300 milhões de toneladas métricas de plástico desde 1950. Estima-se que sejam produzidos 300 mil toneladas de plástico todos os anos e, destes, apenas 20% são reciclados ou incinerados. Grande parte acaba por poluir o ar, o solo e o mar.

"Estamos continuamente a encher os ecossistemas com plástico e temo que possam haver todo o tipo de consequências adversas e não intencionais que só perceberemos quando for demasiado tarde", disse o professor Roland Geyer, da Universidade da Califórnia e Santa Bárbara, que liderou o estudo.

Estudo
Um estudo da consultora GfK, promovido pela Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores, conclui que 63% dos...

As respostas dos 1269 inquiridos mostram uma tendência generalizada para o consumo de carne (97%) e o desconhecimento de mais de metade da população quanto à origem do produto (52%).

A análise realizada a nível nacional revela ainda que os gastos com carne assumem praticamente um terço (29%) do gasto médio mensal com alimentação (243 euros), suplantando os gastos com peixe (21%), conclui o referido estudo.

Ao olhar apenas para os hábitos de consumo da carne suína, escreve o Sapo, é possível verificar ainda que se come frequentemente este tipo de carne dentro e fora de casa (47%) e várias vezes por semana (63%).

O questionário realizado porta a porta mostrou ainda a preferência dos inquiridos quanto à origem portuguesa da carne: mais de metade da amostra (60%) considera ser muito importante o facto de a carne ser portuguesa. O estudo mostra ainda que a grande maioria da amostra opta pela carne fresca ao balcão (94%), sendo esta maioritariamente comprada em talhos tradicionais (76%).

Em Portugal, o consumo de carne divide-se em três grandes tipos: aves, suína e bovina. Segundo o estudo, neste momento a carne suína é considerada a mais saborosa (34%).

A qualidade da oferta está ainda bastante relacionada com o nível de sabor proporcionado. Uma grande fatia dos inquiridos (80%) considera como muito importante a carne ter mais sabor e ser mais suculenta.

Estudo
Cientistas do Centro Champalimaud e Instituto de Medicina Molecular descobriram que são os neurónios localizados nas mucosas...

Assim, sob o efeito deste sinal, as células imunitárias ficam imediatamente em alerta e prontas, quais autênticas sentinelas, para lutar contra infeções e reparar os tecidos danificados. Estes resultados, totalmente inéditos, foram publicados na revista Nature.

A maior parte das células nervosas encontra-se no cérebro e arredores – no sistema nervoso central –, com os neurónios a projetar os seus axónios para todos os tecidos do corpo, através da espinal medula, e as células gliais a manter a coesão do tecido neuronal. Mas também existem, por todo o organismo, células nervosas mais periféricas, escreve o Sapo. Estas são muito numerosas no intestino e foram assim apelidadas de “segundo cérebro”.

O que fazem estas células nervosas periféricas? Começa a perceber-se hoje que elas são extremamente importantes para o organismo conseguir desencadear respostas imunitárias adequadas.

Já em 2016, Henrique Veiga-Fernandes e os seus colegas, então no Instituto de Medicina Molecular, tinham publicado, também na Nature, um estudo que mostrava que, no intestino, existem células da glia que incitam um tipo de células imunitárias, designadas ILC3, a produzir substâncias contra as infeções bacterianas.

As células imunitárias estudadas por Veiga-Fernandes – innate lymphoid cells, ou ILC, em inglês – também são especiais: nascemos com elas; não são produzidas em reação a uma imunização, por exemplo através da vacinação. “As ILC só foram descobertas em 2010, mas são muito antigas do ponto de vista evolutivo. Existem até nas lampreias!”, diz Veiga-Fernandes. As lampreias pertencem a uma linhagem extremamente ancestral de animais.

Há vários tipos destes linfócitos (glóbulos brancos) inatos. No estudo de 2016, os cientistas tinham analisado o comportamento das ILC3 do intestino – e o seu “diálogo” com as células da glia aí localizadas. No estudo agora publicado, também liderado por Veiga-Fernandes, o trabalho incidiu sobre células linfóides inatas de outro tipo – as ILC2.

Diálogo entre neurónios
As células ILC2 produzem substâncias que são essenciais, em particular, às respostas imunitárias contra parasitas tais como as lombrigas. "Encontram-se normalmente em abundância nas mucosas do intestino, pulmões e pele", locais que funcionam como barreiras físicas do corpo, explica Veiga-Fernandes.

E desta vez, a equipa mostrou que estas células imunitárias não seriam capazes de exercer os seus efeitos protetores contra as infeções sem estabelecer um “diálogo” com os neurónios residentes nestes locais.

O estudo traz “duas grandes novidades”, diz Veiga-Fernandes. Por um lado, explica, “são os neurónios que definem a função destas células. Ora, ninguém imaginava que o sistema nervoso pudesse coordenar, comandar e controlar, por todo o organismo, a resposta imunitária”. Por outro lado, acrescenta, “trata-se de uma das respostas imunitárias mais rápidas e potentes jamais vistas”. A título comparativo, este estímulo neuronal agora descoberto induz uma resposta imunitária em poucos minutos, enquanto que a resposta imunitária decorrente de uma vacinação demora várias semanas a tornar-se efetiva.

Como é que os cientistas descobriram este “tandem” neuro-imunitário? “O que aconteceu foi que observámos, em microfotografias de alta resolução dos pulmões e do intestino de ratinhos, que as células ILC2 estavam colocadas ao longo dos axónios dos neurónios residentes nestas mucosas, um pouco à maneira de um colar de pérolas”, responde Veiga-Fernandes. Isso levou-os a questionarem-se se haveria aqui um diálogo entre estes dois tecidos distintos.

Para testar essa hipótese, começaram por analisar a totalidade do genoma de uma série de células imunitárias – ILC1, ILC2, ILC3, linfócitos T, etc. – “à procura de genes que codificassem moléculas capazes de receber sinais dos neurónios”, diz Veiga-Fernandes. Resultado: só as ILC2 possuíam “recetores” (moléculas de superfície que funcionam como antenas) específicos de sinais nervosos.

Mais precisamente, as ILC2 possuíam recetores de um mensageiro nervoso chamado neuromedina U (NMU). Ora, só os neurónios produzem abundantemente NMU. Portanto, só os neurónios poderiam estar a enviar este sinal às ILC2. “Quando estimulámos células ILC2 in vitro com NMU, a resposta imunitária foi imediata e muito poderosa”, salienta Veiga-Fernandes. “A NMU age como uma bomba de adrenalina para as células ILC2.”

Posteriormente, utilizaram um parasita dos roedores, o Nippostrongylus brasiliensis (uma espécie de ténia), para infetar ratinhos “normais” (grupo de controlo) e ratinhos mutantes cujas células ILC2 estavam desprovidas do recetor da NMU. No primeiro caso, as células inatas desencadearam de imediato uma resposta de neutralização do parasita e de reparação dos tecidos danificados. No segundo caso, os ratinhos não conseguiram combater a infeção e os seus estragos – em particular, a hemorragia pulmonar provocada pelo N.brasiliensis.

Os cientistas demonstraram, ainda, que os neurónios detetam os produtos secretados pelos parasitas que infetam o organismo – e, quando isso acontece, produzem NMU. Por sua vez, a NMU atua vigorosamente nas ILC2, gerando assim uma resposta protetora em poucos minutos.

Estudo
Um grupo de cientistas desenvolveu uma pequena sonda manual capaz de detetar em dez segundos células cancerosas em tecidos, o...

Os resíduos de tecido canceroso que permanecem depois de uma intervenção cirúrgica representam um risco de recidiva da doença para o doente. Atualmente, a maioria dos laboratórios necessita de vários dias para determinar se as células cancerosas persistem em amostras recolhidas durante uma operação.

A nova sonda, a "MasSpec Pen", foi apresentada na quarta-feira por um estudo publicado na revista americana Science Translational Medicine, escreve o Sapo. O instrumento permite extrair suavemente as moléculas de água contidas nos tecidos, bombeando um volume ínfimo de 10 microlitros, um quinto de uma gota.

Estas moléculas são transportadas através de um tubo flexível para um espectrómetro que calcula as diferentes massas moleculares na amostra e determina a presença de células cancerosas, indicam estes cientistas e engenheiros da Universidade do Texas em Austin.

Depois de analisarem 253 amostras de tecido humano, tanto cancerosos como saudáveis, de pulmão, ovário, tiróide e mama, os cientistas puderam estabelecer "um perfil molecular" que permite identificar a presença de cancro com um índice de exatidão superior a 96%. Em testes com ratos vivos esta sonda foi capaz de detetar sem erros a presença de células cancerosas, sem danificar os tecidos de onde tiram a amostra, detalharam.

Segundo os investigadores, este instrumento poderia ser ainda mais preciso se analisasse um grande número de amostras e também poderia servir para diagnosticar eventualmente uma gama mais ampla de tumores em diferentes tipos de tecidos.

A técnica atual para determinar se o tecido está saudável ou se é canceroso é lenta e inexata, explicaram os cientistas. Em geral um patologista precisa de 30 minutos ou mais para preparar uma amostra e determinar se esta é cancerosa ou não, o que aumenta o risco de infeção e de efeitos prejudiciais da anestesia no paciente.

Além disso, para alguns tipos de cancro, a interpretação das amostras de tecido pode ser difícil, e apresenta um índice de erro de entre 10% e 20%.

Esta nova tecnologia "permite-nos ser muito mais precisos para saber que tecido tirar e qual deixar", considerou James Suliburk, chefe de cirurgia endócrina da Faculdade de Medicina Baylor no Texas Medical Center de Houston, que colaborou com o projeto.

Embora maximizar a extirpação do tumor canceroso seja essencial para melhorar as possibilidades de sobrevivência do paciente, eliminar tecido saudável pode ter efeitos nefastos generalizados, explicou.

Os investigadores estimam que começarão a testar a nova sonda em 2018 em intervenções cirúrgicas para retirar tumores e, por isso, já solicitaram a obtenção da patente desta tecnologia e a sua aplicação nos Estados Unidos.

Artigo de Opinião
A Distrofia Muscular de Duchene é uma miopatia hereditária que afeta uma em cada 3500 crianças no mu

A Distrofia Muscular de Duchenne caracteriza-se por ser uma doença degenerativa rara, transmitida pelos pais e resulta de um defeito no cromossoma X, em que o gene bloqueia a produção de uma proteína designada distrofina que é indispensável ao funcionamento muscular, sendo a sua ausência responsável pela degenerescência muscular. Esta mutação genética exerce a sua influência negativa logo na infância, sendo que as primeiras manifestações são detetadas nos primeiros anos de vida em que a criança tem dificuldades em pular, correr ou saltar, devido à fraqueza muscular que apresenta, ficando incapaz de andar por volta dos 12 anos de idade.

Esta doença afeta uma em cada 3.500 crianças no mundo, sendo a doença neuromuscular mais frequente na infância, com uma esperança de vida à volta dos 30 anos, sendo a incidência de cerca de 30 por 100.000 indivíduos nado vivos do sexo masculino.

Apesar de surgir logo ao nascer, a sua sintomatologia só aparece por volta dos 3 a 5 anos de idade, com perda de força muscular progressiva e eletiva para os músculos proximais com intensidade e gravidade maior nos músculos das pernas que nos dos braços.

A maioria das crianças aos 12 anos já precisa de usar canadianas ou desloca-se mesmo em cadeiras de rodas.

Associada a esta fraqueza muscular surge também uma deformidade da cavidade torácica (escoliose progressiva) que acaba por comprometer a função respiratória, já de si fragilizada pela diminuição da força muscular.

São crianças mais vulneráveis, desenvolvendo quadros de infeções pulmonares graves que podem resultar na morte.

A doença desenvolve-se apenas nos homens, sendo as mulheres as responsáveis pela transmissão do gene que sofreu a mutação.

Cerca de 50% dos filhos das mulheres portadores podem vir a adquirir a doença e 50% das filhas das mulheres portadoras do gene da mutação genética podem também ser portadoras deste gene.

Nestes doentes predominam as quedas que surgem com frequência por dificuldades em manter a postura e sobretudo em executar as mudanças de posição nas quais se destacam o passar da posição de sentado para a posição de deitado e vice-versa, acresce ainda o fato de existir uma incoordenação motora impedindo a realização de algumas tarefas.

As crianças portadoras desta doença tem um forte desequilíbrio da marcha, uma fadiga exagerada, um atraso mental com consequente dificuldade na aprendizagem.
O diagnóstico é feito através do exame físico, da história familiar e do histórico da criança.
Para concretizar o diagnóstico são precisos testes enzimáticos específicos que permitem detetar os níveis da Cratino quinase (CK) elevado com valores de 20 a 100 vezes acima dos padrões normais que já estão elevados a nascença.

Através da Eletromiografia conseguimos detetar as mudanças de padrão da atividade elétrica que confirmam a doença e são típicas da miopatia.

Outro exame complementar de diagnóstico consiste na realização de uma biópsia muscular que permite fazer o diagnóstico diferencial com outras doenças, uma vez que revela a presença de fibras com diversos tamanhos e fibras necróticas e outras em regeneração.
Os testes genéticos utilizam-se para confirmar as mutações dos genes que causam a distrofia muscular de Duchene.

Apesar dos avanços terapêuticos ainda não existe tratamento para a cura desta doença.
Todavia a investigação médica não para e já existem formas de intervenção terapêutica que estão a ser utilizadas para minimizarem a progressão da doença.
O tratamento é feito com glucocorticoides - prednisolona administrados na dose de 0.75 mg/kg/dia destinados a diminuir o s efeitos inflamatórios.

Os tratamentos de fisioterapia e hidroterapia são usados com complementaridade no tratamento.
A investigação que esta a ser desenvolvia nos Países que estão ávidos em encontrar a solução para a cura destes doentes.

Em Franca estão a ser feitas pesquisas que visam recuperar a força muscular sendo uma esperança para estes doentes, os Países Baixos também continuam a fazer as suas investigações.
Até à data a experiência apenas tem sido realizada em cães, sendo que os resultados obtidos permitiram concluir que quando se aplica a dose máxima (80%) as fibras recuperavam e sintetizavam uma nova distrofina.

Laurence Tiennont -Herment, presidente da associação francesa contra as mioptatias afirmou em 2014 que a utilização destas substâncias em humanos será uma realidade a muito curto prazo.

Em suma, apesar de nesta data ainda não haver tratamento que permita a cura desta doença, tudo aponta para a existência de uma “terapêutica” que visa a cura desta doença e que esperamos que seja brevemente lançada no mercado terapêutico.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Em Coimbra
Coimbra vai acolher a 14.ª Conferência Internacional de Saúde Urbana, que tem perto de 650 pessoas inscritas, de cerca de 80...

A conferência, que já se realizou em cidades como Dhaka (Bangladesh), São Francisco (EUA), Manchester (Reino Unido) ou Belo Horizonte (Brasil), decorre pela primeira vez em Coimbra, entre 26 e 29 de setembro, sublinhou à agência Lusa a responsável pela organização, Paula Santana, docente e investigadora na área da geografia da saúde na Universidade de Coimbra, recordando que quase metade da população mundial vive em cidades com 50 mil a 500 mil habitantes.

Na iniciativa, é esperada a presença, entre outros, do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, do diretor geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, do presidente da Sociedade Internacional de Saúde Urbana, Shamim Talukder, da presidente da Academia de Medicina de Nova Iorque, Jo Ivey Boufford, do diretor do Centro de Investigação Africano sobre População e Saúde, Alex Ezeh, e do presidente da Fundação de Saúde Pública da Índia, Srinath Reddy.

Na conferência, que vai decorrer no Convento São Francisco, vão estar também investigadores de todo o mundo, da Ásia à América do Sul, para debater premissas e fundamentos para se atingir "a equidade na saúde urbana", afirmou Paula Santana.

Em cima da mesa, estarão temas como as alterações demográficas, o envelhecimento da população, novos padrões de doenças e a saúde ambiental.

Das 1.500 comunicações enviadas para a conferência, o tema com mais comunicações "foi o da saúde ambiental e da sustentabilidade urbana", notou a responsável pela organização, sublinhando que as alterações climáticas despertam cada vez mais atenção por parte dos investigadores na área da saúde.

Perito
Os cursos de Medicina devem passar a ter módulos ou disciplinas vocacionados para a promoção da atividade física, de modo a dar...

Em entrevista, Pedro Teixeira advogou que as unidades de saúde portuguesas têm de passar a ser “locais mais propícios à promoção da atividade física”, sendo necessário capacitar os profissionais de saúde para promover a mudança comportamental dos utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Por falta de formação nesta área, os médicos de família dão muitas vezes aos utentes conselhos muito genéricos sobre exercício físico, que, sendo genéricos, acabam por não ser muito eficazes.

“Seria bom e desejável integrar nos currículos das faculdades de medicina disciplinas, ou pelo menos módulos, vocacionados para a fisiologia do exercício e promoção da atividade física”, declarou o perito da Direção-Geral da Saúde.

Mais imediato do que esta introdução curricular nos cursos de Medicina é a progressiva adaptação dos cuidados de saúde primários para a promoção da atividade física.

Os médicos de família vão passar a ter nos sistemas informáticos das unidades de saúde três perguntas para fazer aos utentes para saber quem cumpre as recomendações atuais para a atividade física.

No mesmo momento em que se faz a avaliação do peso corporal ou da tensão arterial é possível determinar se a pessoa é ou não fisicamente ativa.

“Não se trata de questões obrigatórias. Mas há forte indicação para serem feitas e passa a ser basilar na ação do médico de família. É a avaliação de mais um sinal vital, a atividade física como sinal vital”, explicou Pedro Teixeira.

Após a avaliação, o ideal é que o profissional de saúde consiga perceber qual a atividade física mais apropriada ao utente, realizando depois um aconselhamento breve com base num protocolo pré-definido.

Para o futuro, a ideia é ter, na comunidade abrangida pelos centros de saúde, programas de exercício físico certificados e com profissionais habilitados, que tanto podem estar em clubes desportivos como em juntas de freguesia ou ginásios.

Na próxima semana, Lisboa acolhe, nos dias 15 e 16, o Simpósio Internacional ‘Exercise is Medicine’, que é organizado pela Faculdade de Motricidade Humana e pela Direção-Geral da Saúde e onde se vai debater a forma como o sistema de saúde português se vai adaptar nos próximos anos de modo a ser mais eficaz a ajudar os cidadãos a serem fisicamente ativos.

Fisiologistas do exercício
As farmácias estão a preparar um novo serviço com fisiologistas do exercício para fazerem prescrição de exercício físico...

Segundo Pedro Teixeira, a Associação Nacional de Farmácias (ANF) está a criar um serviço com fisiologistas do exercício para receber pessoas com indicação para fazer exercício, fornecendo prescrição de exercício personalizada.

Os fisiologistas de exercício são pessoas licenciadas em Ciências do Desporto e com formação especializada em fisiologia do exercício ou exercício e saúde.

A ideia é a de possibilitar uma prescrição e acompanhamento individualizados e não um aconselhamento breve para a atividade física, algo que pode e deve ser feito pelo médico de família e outros profissionais de saúde.

Pedro Teixeira lembra que há casos de utentes com diabetes, problemas cardíacos ou a recuperar de um cancro e que “precisam de um profissional diferenciado, que saiba adequar o exercício à sua condição” de saúde.

É o tipo de serviço e acompanhamento que não está ao alcance de todos os profissionais de exercício ou profissionais de saúde, indica o especialista da Direção-Geral da Saúde (DGS) e da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa.

Pedro Teixeira considera que nos centros de saúde, atualmente, não há condições para realizar este acompanhamento especializado e que os médicos de medicina geral e familiar não têm formação específica para esse efeito.

O programa da ANF irá ser preparado com a Associação de Fisiologistas de Exercício de Portugal (AFEP), que procurará garantir que os profissionais que estarão nas farmácias são os mais indicados.

Para o futuro, Pedro Teixeira acredita que o caminho deve passar por ter nos agrupamentos de centros de saúde consultas especializadas de prescrição de exercício físico, tal como existem para a cessação tabágica ou para a diabetes.

A forma como o sistema de saúde português se vai adaptar nos próximos anos de modo a ser mais eficaz a ajudar os cidadãos a serem fisicamente ativos é um dos assuntos a ser debatido na próxima semana, dias 15 e 16 de setembro, no Simpósio Internacional ‘Exercise is Medicine’, que decorre em Lisboa e é organizado pela Faculdade de Motricidade Humana e pela DGS.

É um encontro onde estarão cerca de 10 especialistas estrangeiros e mais de 15 peritos portugueses que vão debater igualmente as mais recentes novidades e dados científicos sobre exercício físico e saúde.

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