Relatório
As doenças respiratórias crónicas são responsáveis por 12,4% dos óbitos e constituem a terceira causa de morte em Portugal,...

Cristina Bárbara, que apresentou o relatório do Programa Nacional para as Doenças Respiratória de 2017, disse à agência Lusa que “anualmente 12% dos óbitos em Portugal são provocados por doenças respiratórias”, mas tem-se registado uma tendência de diminuição do número de “mortes prematuras” por doenças respiratórias, ou seja, as registadas em pessoas abaixo dos 70 anos.

Mas as “não prematuras, que afetam pessoas acima dos 70 anos, têm aumentado", contrapôs, frisando que é esta faixa etária a que tem contribuído mais para colocar as doenças respiratórias como a terceira principal causa de morte em Portugal.

“Outro aspeto que tem vindo a evidenciar-se ao longo dos anos é que, enquanto no passado havia maior mortalidade no sexo masculino, presentemente, em números absolutos de óbitos, são iguais em homens e mulheres. E em 2015, que são os últimos dados fechados e oficiais do INE, até houve um ligeiro aumento por parte das mulheres”, disse Cristina Bárbara, justificando a “equalização no género” com o aumento de hábitos tabágicos entre o sexo feminino.

A especialista considerou que a existência de “melhores cuidados de saúde, diagnósticos precoces e melhores tratamentos” têm permitido colocar Portugal “num lugar privilegiado no panorama dos países da OCDE [Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico na Europa] no que diz respeito à asma e à Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC)”, com o segundo lugar entre os países com menor número de internamentos, atrás da Itália.

”No último relatório da OCDE, de 2016, Portugal e Itália são os países com menores internamentos por ano em DPOCI. Isto é muito importante porque é um bom indicador da qualidade dos cuidados de saúde, porque os internamento por asma e DPOC são considerados internamentos evitáveis”, explicou.

Por isso, Cristina Bárbara colocou o foco na adoção de “medidas a nível de cuidados de saúde primários, quer de caráter preventivo, como uma vacina para a gripe, quer de caráter terapêutico”, para se “conseguir evitar exacerbações das doenças e os internamentos”.

Por isso, salientou, é necessário implementar em todos os agrupamentos de centros de saúde do país “uma rede nacional de espirometria”, exame que permite detetar a DPOC e que foi realizado a mais de 3.000 pessoas no âmbito de um projeto-piloto realizado no Algarve e no Alentejo.

“Foi detetada alteração, no sentido de obstrução brônquica, em 26%. E a deteção permite que as pessoas deixem de fumar, façam vacinação da gripe e medicação preventiva, permitindo reduzir as idas às urgências e os internamentos, melhorar a qualidade e a esperança de vida”, sublinhou.

A mesma fonte destacou ainda a comparticipação que o Estado dá de 80% na aquisição de câmaras expansoras, “uma forma de administração por inaladores que aumenta a eficácia dos fármacos”.

Administração Regional de Saúde
A Administração Regional de Saúde do Norte anunciou hoje que vai colocar mais 36 especialistas em Medicina Geral e Familiar,...

Em comunicado, refere que os especialistas a colocar “brevemente” destinam-se em especial a zonas mais carenciadas e do interior, nomeadamente no Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Baixo Tâmega (concelhos de Celorico de Basto, Cinfães e Resende); Douro Sul (concelhos de Lamego, Sernancelhe, Tarouca e Moimenta) e Alto Tâmega e Barroso (concelhos de Chaves e Valpaços), entre outros.

“Esta e outras medidas que continuam a ser levadas a efeito, enquadram-se na estratégia e objetivos assumidos pela atual tutela do Ministério da Saúde que, junto dos portugueses, se comprometeu a alargar o âmbito da prestação, atribuindo Equipa de Saúde Familiar a todos os cidadãos, independentemente da área geográfica onde residam”, acrescenta a Administração Regional de Saúde, sublinhando que a cobertura assistencial na região, em termos de Medicina Geral e Familiar, está “muito próxima 100%”.

Estudo
Quase metade da população residente em Portugal aposta em jogos da fortuna ou azar, sendo a prevalência mais elevada entre os...

“A prevalência de jogos de fortuna ou azar é de 48% na população residente em Portugal”, sendo mais alta entre os homens (51%) do que entre as mulheres (45,2%), adianta o “ IV Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas na População Geral, Portugal 2016/17”, apresentado em Lisboa.

Na população mais jovem (15-34 anos) a prevalência de jogadores é “um pouco inferior”, situando-se nos 42,8%, refere o estudo, que observou uma descida de quase 20 pontos percentuais para o total da população face a 2012.

O estudo, iniciado em 2001 e que foi replicado em 2007, 2012, e em 2016/2017, envolvendo uma amostra de 12 mil inquiridos, representativa da população geral entre os 15 e os 74 anos, estimou a prevalência das práticas de jogo a dinheiro e a prevalência dos consumos do álcool, tabaco, medicamentos e de substâncias psicoativas ilícitas em Portugal.

Segundo o teste ‘South Oaks Gambling Screen’, baseado em 20 indicadores que visam identificar jogadores patológicos, 46,2% da população “não apresenta quaisquer problemas de dependência” destes jogos.

Comparativamente a 2012, as prevalências de jogadores com alguns problemas e com probabilidade de serem jogadores patológicos subiu de 0,3% para 1,2% e de 0,3% para 0,6%, respetivamente.

Os resultados provisórios do IV Inquérito Nacional à População Geral 2016/2017 mostram também as “taxas de continuidade do consumo de substâncias psicoativas”.

Estas taxas são mais altas nas substâncias lícitas, principalmente no álcool (cerca de 70%), e mais baixas nas ilícitas, sobretudo nas anfetaminas e nos cogumelos alucinogénios (entre 0% e 1%)”.

“São mais elevadas entre os homens”, exceto no consumo de cocaína e heroína, e nos jovens adultos, com exceção do álcool e medicamentos.

Face a 2012, subiram as taxas de continuidade do consumo de tabaco, medicamentos, ‘cannabis’, heroína e das novas substâncias psicoativas.

Outra das conclusões do estudo aponta que a grande maioria da população geral “é abstinente do consumo de substâncias psicoativas ilícitas” (90% no que respeita a qualquer substância ilícita, chegando aos 99,8% relativamente aos cogumelos alucinogénios e novas substâncias psicoativas).

No caso dos medicamentos, esta percentagem cai para os 87,5%. Cerca de metade da população é abstinente de álcool.

Segundo o estudo, é de 1% a prevalência da população que consome abusivamente álcool, sendo “bastante mais elevada” nos homens (1,7%) do que nas mulheres (0,4%) e na população entre os 35 e os 64 anos.

De todas as substâncias, o tabaco é a que têm o consumo diário mais frequente (mais de 90% dos consumidores), seguindo-se os medicamentos e o álcool.

Entre as substâncias ilícitas, a ‘cannabis’ é a que apresenta um maior número de declarações de consumo com uma frequência mais regular.

Já 0,6% da população apresenta um risco moderado ou elevado associado ao consumo de ‘cannabis’.

Estudo
Os consumos de álcool e tabaco e de substâncias psicoativas ilícitas, principalmente ‘cannabis’, aumentaram nos últimos cinco...

“Verificamos uma subida das prevalências dos consumos de álcool e tabaco e de uma qualquer substância psicoativa ilícita (marcada, essencialmente, pelo peso do consumo da cannabis na população entre os 15 e os 74 anos, entre 2012 e 2016/17, revela o “IV Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas na População Geral, Portugal 2016/17”.

O estudo visou estimar as prevalências dos consumos de substâncias psicoativas lícitas (álcool, tabaco, medicamentos – sedativos, tranquilizantes e/ou hipnóticos, e esteroides anabolizantes), e ilícitas (cannabis, ecstasy, anfetaminas, cocaína, heroína, LSD, cogumelos mágicos e de novas substâncias psicoativas), bem como das práticas de jogo a dinheiro.

Segundo o estudo, o consumo de álcool apresenta subidas das prevalências ao longo da vida, quer entre a população total (15-74 anos) quer entre a população jovem adulta (15-34 anos), e entre homens e mulheres.

O consumo do tabaco apresenta uma ligeira subida da prevalência ao longo da vida, que, segundo o relatório, “se deve sobretudo ao aumento do consumo entre as mulheres”.

Nos medicamentos, terceira substância mais consumida na população total, as prevalências descem, refere o inquérito, que foi iniciado em 2001, tendo sido replicado em 2007, 2012, e em 2016/2017, que envolveu uma amostra de 12 mil inquiridos, representativa da população geral entre os 15 e os 74 anos.

O estudo verificou também uma subida de 8,3% em 2012, para 10,2% em 2016/17, nas prevalências do consumo de substâncias psicoativas ilícita

Registaram-se subidas em ambos os géneros quando considerada a população total, uma descida entre os homens e uma subida entre as mulheres jovens adultas.

“Estas são as tendências que se verificam na ‘cannabis’”, a substância ilícita com maior peso, observam os resultados provisórios do estudo.

Os dados apontam também uma subida ligeira do consumo de cocaína na população total, embora desça entre a população jovem adulta.

As anfetaminas apresentam uma prevalência de consumo ao longo da vida igual à registada em 2012 na população total, tendo descido nos homens e aumentado nas mulheres.

Este consumo desce na população jovem adulta, embora tenha subido de 0,2% para 0,4% entre as mulheres.

O consumo de heroína também se manteve face a 2012, enquanto nas restantes substâncias consideradas há uma descida das prevalências de consumo ao longo da vida.

Sobre a idade média de início do consumo, verificou-se que o consumo do primeiro cigarro e da primeira bebida alcoólica é o que apresenta uma média de idades mais baixa (17 anos).

O consumo regular de tabaco e de ‘cannabis’ surge, em média, aos 18 anos, enquanto o dos medicamentos e dos esteroides anabolizantes aos 40 e 33 anos, respetivamente.

Comparativamente a 2012, verifica-se uma idade média de início de consumo mais tardia para o álcool, tabaco, medicamentos, anfetaminas, heroína, LSD e cogumelos alucinogénios.

Relativamente às durações dos consumos, observa-se que o álcool é a que apresenta uma maior duração média (25/26 anos), seguindo-se o tabaco, acima dos 20 anos.

Entre as substâncias ilícitas, a duração média dos consumos atuais é superior na ‘cannabis’ e na cocaína, em torno dos 15 anos.

Cuidados de saúde para jovens
Apesar de não ser a faixa etária mais fustigada por problemas de saúde, cada vez mais os jovens se p

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a maioria das mortes entre os 15 e os 24 anos de idade advém de causas externas de lesão e envenenamento. A obesidade e problemas de saúde mental (tais como a depressão) também são problemas comuns entre jovens adultos.

Que deve então esta faixa da população procurar ao nível dos cuidados de saúde e que tipo de garantias lhe são disponibilizadas no âmbito dos seguros de saúde? “A verdade é que, normalmente, os jovens até têm vantagens no que toca ao seguro de saúde, uma vez que, como tendem a ter menos problemas de saúde, o risco de virem a necessitar de cuidados hospitalares é menor e, consequentemente, o prémio a pagar é mais reduzido”, assevera Sérgio Pereira, diretor-geral do ComparaJá.pt.

A verdade é que não há seguros de saúde especialmente direcionados para jovens, pelo que estes devem optar pela oferta mainstream existente no mercado, mas sobretudo conhecer a informação que subjaz. Especialmente no universo dos seguros de saúde, existe uma série de termos e denominações específicos que devem ser do conhecimento de quem os adquire.

Portanto, quando um “millennial” contrata um seguro de saúde, há que atentar nalguns conceitos. Em primeiro lugar, no prémio do mesmo, que se trata da prestação paga pelo segurado à entidade aquando da emissão da apólice. Este centra-se no custo mensal, trimestral, semestral ou anual que terá de ser desembolsado.  

De seguida, é necessário ter-se atenção à questão do copagamento. Este varia de seguro para seguro e é basicamente o valor definido concretamente para cada despesa de saúde, ficando esse montante sempre a cargo da pessoa segurada.

Depois, e este é provavelmente o termo mais importante, é necessário verificar qual é a cobertura em termos de atos médicos, ou seja, que doenças ou procedimentos são assegurados pelo seguro que se vai adquirir. Outro conceito importante prende-se com a rede de cobertura hospitalar: é preciso ver, e questionar a seguradora se tal for necessário, em que hospitais é que é aceite o respetivo seguro, porque se não houver estabelecimentos de saúde perto da área de residência do segurado, então provavelmente não valerá a pena a sua contratação.

Depois de avaliadas as componentes técnicas inerentes aos seguros, importa questionar: existe alguma necessidade específica que os jovens devam procurar neste tipo de seguro? Como já foi referido anteriormente, os principais problemas do foro médico que afetam os jovens adultos são lesões externas. Neste sentido, é importante verificar cada uma das coberturas do seguro e se as mesmas abarcam este tipo de questões médicas.

Contudo, há um tipo de doença que – cada vez mais – se tem manifestado entre os mais jovens. A depressão afeta cerca de 8% dos jovens portugueses, conclui um estudo conjunto de investigadores da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, Emory University (EUA), Max Planck Institute (Alemanha) e University of Iceland (Islândia).

Sendo um problema que cada vez mais afeta esta faixa etária da população nacional, a verdade é que há muitas seguradoras que não contemplam serviços de Psiquiatria e/ou Psicologia na sua oferta. Sendo poucos, no entanto, já vai havendo alguns seguros cuja apólice inclui este tipo de coberturas. Na altura de comparar os diferentes seguros de saúde, esta é uma das principais questões a considerar.

Ademais, cabe ainda referir que alguns seguros de saúde oferecem descontos a quem apresentar a fatura do ginásio, premiando assim os segurados que fazem desporto. Este pode ser um benefício muito bem explorado pelos jovens, que são quem tipicamente pratica mais exercício físico.

“Contudo, na altura de adquirir um seguro de saúde é importante que se faça também um levantamento da capacidade para pagar o prémio mensal e das reais necessidades em termos de saúde. Numa lógica de gestão de finanças pessoais, é importante não esquecer que o prémio do seguro de saúde é dedutível no IRS em 15% dos gastos até um limite de 1.000€”, conclui o responsável da plataforma de comparação de produtos financeiros. 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
29 de setembro - Dia Mundial do Coração
Sociedade Portuguesa de Cardiologia lança KIT do CORAÇÃO e relembra a importância de controlar três dos maiores fatores de...

O que sabe sobre o seu coração?
No Dia Mundial do Coração, que se comemora do dia 29 de setembro, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) lança o Kit do Coração*, uma ferramenta disponível na página www.spc.pt com informação útil sobre as doenças cardiovasculares, fatores de risco e recomendações para uma vida mais saudável e livre de doença cardiovascular. Dando seguimento à campanha promovida pela World Heart Federation, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia e a Fundação Portuguesa de Cardiologia aliam-se à comunidade internacional na divulgação da mensagem “pequenas mudanças podem originar grandes ganhos na saúde cardiovascular dos Portugueses.”

De notar que 55% da população portuguesa, entre os 18 e os 79 anos, apresenta pelo menos dois dos principais fatores de risco relacionados com as Doenças Cardiovasculares, e estas continuam a ocupar o primeiro lugar no ranking das principais causas de morte, em Portugal e no mundo. A Sociedade Portuguesa de Cardiologia vê no lançamento do Kit do Coração, uma oportunidade de promover a educação sobre o risco cardiovascular e assim combater este flagelo!

O Risco Cardiovascular em Portugal:
Metade da população portuguesa adulta tem excesso de peso ou obesidade, 40% tem hipertensão arterial, 30% tem colesterol muito elevado, 25% são fumadores e 13% tem diabetes. A obesidade e o sedentarismo são dois dos principais fatores de risco responsáveis pelo desenvolvimento das doenças cardiovasculares, e o tabagismo, por sua vez, diminui em 10 anos a esperança média de vida e é responsável por 30% da mortalidade por doenças cardiovasculares, em Portugal.

Recomendações da SPC:

- Pratique uma Alimentação Saudável – Uma alimentação saudável revitaliza o seu coração dando-lhe todos os nutrientes que precisa;
- Mantenha-se Ativo – Exercitando o seu coração poderá reduzir o risco de doenças cardiovasculares;
- Preste atenção ao seu Coração – Não fume.

Fundação e Sociedade Portuguesa de Cardiologia juntas no combate às Doenças Cardiovasculares
O Presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia, Prof. Manuel Carrageta, salienta que "o estilo de vida é fundamental para a prevenção e tratamento das doenças cardiovasculares. É para os aspetos da prevenção e tratamento que o Kit do Coração chama a atenção. Apela a todos os Portugueses para que adotem, pelo menos alguns dos conselhos referidos no Kit, pois mesmo pequenas mudanças, no estilo de vida, asseguram uma vida mais saudável, feliz e mais longa".

Segundo o Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, Prof. João Morais, "ao celebrar o Dia Mundial do Coração a Sociedade Portuguesa de Cardiologia aproveita para deixar uma mensagem de confiança junto dos Portugueses. Nos últimos anos tem sido possível reduzir o número de mortes por doenças cardiovasculares graças à elevada qualidade da Medicina Portuguesa, que acompanha o que de melhor se pratica no mundo moderno e desenvolvido. Está na hora dos cidadãos cumprirem também o seu papel adaptando os seus hábitos e estilos de vida a uma vida mais saudável e, desse modo, contribuírem para uma prevenção mais eficaz."

Pequenas mudanças podem transformar a sua vida e dar mais e melhor tempo ao seu coração!

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Estudo
28,5% das crianças em Portugal entre os 2 e os 10 anos têm excesso de peso, entre as quais 12,7% são obesas, de acordo com os...

Os resultados regionais do novo estudo da APCOI são ainda mais alarmantes: as crianças dos Açores foram as que apresentaram a maior percentagem de excesso de peso com 36,6%, comparativamente às restantes regiões portuguesas, sendo desde logo seguida pela Região da Madeira com 36,4%. No ranking regional dos alunos com excesso de peso segue-se a Região Norte com 31,4%, a Região Centro com 28,8%, a Região de Lisboa e Vale do Tejo com 25,8% e finalmente a Região do Alentejo e do Algarve, ambas com uma prevalência de 23,4%.

De notar ainda que a região da Madeira registou a maior prevalência de crianças obesas com 18,4% e foi a única região a registar maior percentagem de alunos com obesidade comparativamente aos alunos com pré-obesidade.

Impacto do projeto “Heróis da Fruta” no Estado Nutricional dos alunos
A equipa de investigadores da APCOI, analisou os efeitos da implementação da 6ª edição do projeto «Heróis da Fruta – Lanche Escolar Saudável» nas alterações de hábitos alimentares e no estado nutricional dos alunos participantes e as conclusões são animadoras: comparando os dados iniciais, com os recolhidos após as 12 semanas de participação no projeto observou-se que a percentagem de crianças com obesidade reduziu de 12,7% para 11,3%, correspondendo a uma descida média de 1,4%.

Todas as regiões verificaram uma redução da prevalência de obesidade com a participação no projeto “Heróis da Fruta”, tendo a Região da Madeira registado a maior descida com uma percentagem de 2,9%.

Foi também a Região da Madeira que registou as maiores e mais positivas diferenças no momento pós intervenção do projeto «Heróis da Fruta», em todas as categoriais do Estado Nutricional, nomeadamente: redução de Pré-Obesidade (1,5%), redução de Baixo Peso (1,9%) e aumento de Peso Normal (6,2%).

Destaca-se ainda a Região do Algarve que conseguiu alcançar a maior redução do baixo peso com uma percentagem de 2,8%.

Metodologia do Estudo
Esta investigação da APCOI foi realizada junto dos alunos participantes na 6ª edição do projeto “Heróis da Fruta – Lanche Escolar Saudável” no ano letivo 2016-2017. A recolha de dados, através da aplicação de um questionário antes e depois das 12 semanas de intervenção do projeto, foi reportada à APCOI pelos professores e decorreu entre os dias 16 de outubro de 2016 e 20 de janeiro de 2017. A amostra global deste estudo é composta por 17.698 crianças com idades compreendidas entre os 2 e os 10 anos de 388 estabelecimentos de ensino pertencentes a 139 concelhos dos 18 distritos continentais e das duas regiões autónomas: Açores e Madeira.

O relatório final deste estudo apresentará mais resultados sobre hábitos alimentares e estilos de vida das crianças portuguesas que serão divulgados publicamente pela APCOI nas próximas semanas.

Inscrições abertas para a 7ª edição do projeto “Heróis da Fruta”
Depois do sucesso obtido no último ano letivo, arrancam esta semana as inscrições para a 7ª edição do projeto “Heróis da Fruta – Lanche Escolar Saudável” que pretende continuar a prevenir a obesidade infantil nas escolas.

Segundo Mário Silva, presidente e fundador da APCOI: “O projeto Heróis da Fruta é atualmente a maior iniciativa gratuita de educação para a saúde em Portugal com as maiores taxas de sucesso comprovado junto das crianças que nele participam”, sublinhando ainda que “no último ano letivo o projeto contou com a participação de 10% do universo total de estabelecimentos de ensino públicos e privados que existem em todos os distritos e regiões autónomas, mas a nossa meta é chegar a 100% das escolas do país”.

A adesão à 7ª edição do projeto “Heróis da Fruta” é gratuita e está disponível para jardins de infância, escolas de 1º ciclo do ensino básico, bibliotecas escolares e ATL's, públicos ou privados, sendo apenas necessária uma inscrição através do endereço www.heroisdafruta.com ou do telefone 210 961 868 até ao dia 13 de outubro de 2017.

Diagnóstico e tratamento
Estima-se que, em Portugal, sejam diagnosticados cerca de 2 mil casos de linfoma por ano.

O linfoma é uma doença maligna que afeta os linfócitos, que são um subtipo de glóbulos brancos.

Os linfócitos têm como função a montagem e regulação da resposta imunitária contra microrganismos tais como vírus, estando ainda implicados na produção de anticorpos que nos protegem das infeções. Outras funções destas células do sistema imunitário incluem a vigilância contra os diversos tipos de cancro, sendo esse o motivo que explica o aumento das taxas de cancro dos diversos subtipos nos doentes com imunodepressão grave, como infeção HIV não controlada ou submetidos a transplante. A desregulação destas células é ainda responsável por fenómenos de autoimunidade/ doenças autoimunes.

Os linfócitos são glóbulos brancos muito versáteis que adquirem um grande leque de funções, dependendo da sua localização e da forma como se desenvolveram, ou seja, a “formação” que obtiveram durante o seu desenvolvimento. Uns são essenciais para a produção de anticorpos (linfocitos B), enquanto que outros destroem as células que são infetadas por vírus, por exemplo (linfócitos T). Assim, podemos começar por diferenciar os subtipos de linfoma tendo em consideração se a célula de origem é o linfócito T ou B. De uma forma geral, os linfomas B respondem melhor aos tratamentos que os linfomas T.

Os linfócitos habitualmente encontram-se nos gânglios linfáticos, no sangue e no baço. Podem ainda ser encontrados em menor número noutros órgãos, tais como o estômago, intestino, amígdalas, entre outros. Assim os linfomas habitualmente afetam os compartimentos onde habitualmente se encontram os linfócitos. Sendo este um “tumor líquido”, este tipo de doença pode-se encontrar em vários sítios ao mesmo tempo, sem que isso significa a presença de metástases. Dependendo do subtipo de linfócitos e da sua localização assim se classificam de forma diferencial os linfomas.

Os sintomas associados a esta patologia dependem do subtipo específico de linfoma e da sua localização, existem depois sintomas que podem surgir de forma transversal a todos os tipos de linfoma: o cansaço, a falta de apetite, a perda de peso, os suores nocturnos e a febre esporádica que, frequentemente, surge durante a tarde/noite, assim como a presença de sinais crónicos de desregulação da resposta imune, muito frequente nos linfomas ditos “crónicos”, com infeções recorrentes, como a pneumonia. Dependendo da localização, os doentes podem notar o aparecimento de gânglios aumentados ou podem vir a desenvolver anemia.

Como anteriormente referido, existe uma associação entre o aparecimento de linfoma e situações clínicas que cursam com imunossupressão. Assim os indivíduos que por qualquer motivo estejam sob medicação que suprima o sistema imunitário estão sob maior risco de desenvolver este tipo de patologia oncológica (doentes transplantados, doentes com patologia auto-imune). Da mesma forma algumas doenças congénitas/hereditárias que se definem por alguma deficiência imunitária têm um risco acrescido de desenvolver linfoma.

Classicamente os linfomas são inicialmente divididos em Linfomas de Hodgkin e Linfomas Não Hodgkin.

O linfoma de Hodgkin é caracterizado pela presença de linfócitos malignos (chamados de células de Reed-Sternberg), que provocam uma reação inflamatória desmesurada em seu redor ao desregular a resposta imunitária das células normais. Assim, o tratamento do Linfoma de Hodgkin é muito específico e diferente dos outros tipos de linfoma. Salvo algumas excepções, o linfoma de Hodgkin tem melhor prognóstico, sendo muito sensível à quimioterapia e à radioterapia. Este tipo de linfoma é mais comum no adulto jovem, tendo posteriormente outro pico de incidência no idoso, sendo que nesta faixa etária é mais difícil de obter remissão.

O Linfoma Não Hodgkin (LNH) é constituído por um grupo muito grande e heterogéneo de doenças. A classificação dos LNH tem vindo a ser otimizada ao longo dos anos, baseando-se em descobertas do ponto de vista molecular, que diferenciam os linfomas não só do ponto de vista da morfologia das células, mas também de prognóstico, levando a uma tentativa de realizar um tratamento diferencial.

Os vários subtipos de Linfoma Não Hodgkin estão relacionados com o tipo de linfócito envolvido. Existem dezenas de Linfomas Não Hodgkin diferentes mas, de uma forma mais generalista, podemos classificar os LNH em linfomas indolentes (considerados de evolução mais lenta e crónicos) e os linfomas agressivos (de evolução mais aguda, mas que são curáveis).

Os linfomas indolentes são doenças que se desenvolvem de forma mais lenta e cujas células são mais lentas a dividirem-se. Por esse motivo, quando tratados com esquemas de quimioterapia, embora se consiga atingir boas respostas com desaparecimento dos gânglios aumentados ou outras massas, não se consegue erradicar a doença na totalidade, que eventualmente, ao longo do tempo (meses a anos depois) se volta a manifestar.

Assim, o objetivo do tratamento deste tipo de linfomas passa por só tratar quando a doença preenche critérios para tal, ou seja,  quando esta começa a provocar sintomas (gânglios muito aumentados, anemia, suores, febre, infeções de repetição). Assim, tenta-se só tratar quando realmente necessário, de forma a evitar efeitos adversos e toxicidade desnecessária.

Durante a vida do doente, tenta-se sempre fazer a melhor gestão do linfoma, de forma a tratar o mais eficazmente quando necessário, tentando que a resposta seja suficientemente eficaz para permitir um longo período sem ser necessário «re-tratar». Quando a doença voltar a necessitar, é novamente tratada.

Este tipo de linfomas tem então uma evolução por paroxismos, alternando entre períodos em que são sintomáticos e que têm que ser tratados e períodos em que estão senescentes (adormecidos). Durante os períodos em que não necessitam de tratamento, os doentes mantêm vigilância regular, sendo importante evitar possíveis complicações atribuíveis à cronicidade do linfoma, como as infeções graves, motivo pelo qual recomendamos a vacinação para a gripe e para pneumonia.

Os linfomas agressivos, sendo linfomas mais sensíveis à quimioterapia, surgem de uma forma mais explosiva, necessitando rapidamente de iniciar tratamento. A resposta ao tratamento é mais rápida, sendo o objetivo deste a erradicação total da doença e consequente cura.

Assim sendo, a recaída de um linfoma agressivo tem um significado prognóstico muito mais desfavorável que a recaída de um linfoma indolente (que é expectável). Se um linfoma agressivo recidiva, significa que não foi atingida a cura e os tratamentos subsequentes têm que incluir tratamentos de quimioterapia de alta dose e eventual transplante (nos doentes jovens).

Os tratamentos de quimioterapia, com associação ou não de radioterapia, são frequentemente semelhantes e transversais entre linfomas agressivos e indolentes, tirando algumas exceções. De referir que, frequentemente, se usam esquemas de quimioterapia combinados com imunoterapia (medicamentos que são anticorpos que actuam especificamente contra moléculas presentes nas células de linfoma). A grande maioria das pessoas com linfoma conseguem manter-se sob tratamento em ambulatório e não necessitam de internamento.

Atualmente, havendo um maior conhecimento dos mecanismos de desenvolvimento dos linfomas a nível genético e molecular, vão também sendo desenvolvidos novos fármacos mais específicos, o que abre uma janela a tratamentos inovadores, e que trazem uma esperança aos doentes que tenham linfomas resistentes à quimioterapia.

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Disfunção erétil
No passado dia 8 de setembro, realizou-se pela primeira vez no Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB), uma cirurgia para...

O doente submetido a este procedimento, trata-se de um indivíduo com 48 anos de idade, vítima de um acidente de viação grave, do qual resultaram várias fraturas da bacia, lesão do plexo lombossagrado (região lombar) e outras sequelas, das quais se destaca disfunção erétil de causa neurológica, que apesar de todas as terapêuticas tentadas para reverter o quadro não apresentou melhorias. Perante a idade e a motivação do doente foi-lhe implantada a referida prótese.

Dado o sucesso do implante, o doente teve alta ao 3º dia após a cirurgia e dentro de 6 semanas poderá usufruir em pleno de todas as potencialidades da prótese, recuperando assim, grande parte da normalidade que subitamente havia perdido, e melhorando significativamente a sua qualidade de vida e o seu bem-estar pessoal.

À frente deste procedimento cirúrgico esteve uma equipa constituída pelo Prof. Doutor Pedro Vendeira, urologista e Presidente da Sociedade Portuguesa de Andrologia, Medicina Sexual e Reprodução (SPA) e o também urologista do Centro Hospitalar Cova da Beira e Secretário-Geral da SPA, Dr. Bruno Jorge Pereira.

A prótese em causa, consiste numa das mais complexas e inovadoras existentes na atualidade, possuí garantia vitalícia e pelo facto de ser insuflável, simula uma ereção natural, confortavelmente promovida pelo próprio utilizador.

Desta forma, permite ao implantado a ativação da prótese, acionando a bomba colocada no escroto, acessível à manipulação e que transfere o soro do reservatório para os cilindros colocados no interior do pénis (corpos cavernosos) que ficam preenchidos e adquirem rigidez. Após a relação sexual, o doente desativa a prótese, mediante a compressão de um pequeno botão, o soro que se encontra nos cilindros faz o trajeto inverso para o reservatório e, desta forma, o pénis regressa ao estado de flacidez.

Diabetes
A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal volta a abrir as portas da sua Cozinha Dietética, na Escola da Diabetes em...

Ministrados por um Chef e uma nutricionista, os cursos de cozinha da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), retomam a partir do próximo dia 12 de outubro, na Escola de Diabetes em Lisboa, onde será possível aprender mais sobre o valor nutricional dos alimentos e aprender como fazer receitas saborosas e saudáveis.

“Os cursos de cozinha da APDP são abertos a pessoas com ou sem diabetes. O Chef orienta os participantes na cozinha, a confecionar as receitas, enquanto a nutricionista esclarece sobre as vantagens dos alimentos e das técnicas de confeção utilizadas. No fim, todos provam o que cozinharam num ambiente informal e de aprendizagem mútua”, refere Joana Oliveira, coordenadora dos Cursos de Cozinha APDP.

Cada curso é dedicado a um tema diferente, mas todos pretendem ensinar estratégias para comer de forma saudável, escolher melhor os alimentos e desmistificar os mitos que envolvem a alimentação.

São quatro os temas dos Cursos de Cozinha que a APDP irá realizar, com horários mensais que alternam entre o pós-laboral e o laboral, com receitas práticas e originais – Pratos de Baixo Índice Glicémico, Pequenos-almoços e lanches, Menu Completo e Doces quase sem Açúcar.

Calendário dos cursos para 2017:

Menu Completo - 12Out das 17h30 às 19h30
Pequenos-almoços e lanches - 26Out das 10h30 às 12h30
Pratos de Baixo Índice Glicémico - 09Nov das 17h30 às 19h30
Doces Quase sem Açúcar - 14Dez das 17h30 às 19h30

As inscrições para os Cursos de Cozinha da APDP têm um custo de 25€ e são feitas através do email [email protected] ou através do telefone 213 816 101. Os cursos terão lugar na Escola da Diabetes (Rua do Sol ao Rato, n.º11, Lisboa). Os interessados que queiram mais informações deverão aceder ao site www.apdp.pt

Inquérito
As famílias de crianças com cancro têm uma redução de proventos mensal superior a 500 euros, com quase dois terços dessas...

O inquérito foi promovido pela Acreditar – Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro, que fez primeiro um trabalho de reflexão junto de pais e técnicos sobre as principais dificuldades na área da oncologia pediátrica, posteriormente avaliadas junto das famílias no inquérito nacional.

“Os resultados deste inquérito demonstram a necessidade de adequação das políticas sociais que protegem as famílias de crianças e jovens com cancro, de forma a criar melhores condições de adaptação às exigências dos tratamentos e da sobrevivência”, diz a Acreditar no documento que divulga os resultados do trabalho.

O inquérito, a que responderam 419 pessoas, destaca na área da segurança social o facto de as famílias terem uma média de “diferencial negativo” de 539 euros mensais, resultado de um aumento de despesas de 254 euros após o diagnóstico e uma diminuição das receitas de 285 euros.

A alimentação, as deslocações e a medicação estão na origem do aumento das despesas, com a diminuição das receitas a relacionar-se com as baixas e o desemprego.

“No apoio escolar, o dado mais relevante é o de que 63,5% das crianças e jovens não terem beneficiado de apoio individual e/ou ao domicílio”, diz-se no documento a que a Lusa teve acesso, no qual se acrescenta ainda como dado relevante que 89% das famílias considera que o prazo para assistência à criança/jovem deve poder ser superior a 04 anos.

A Acreditar lembra que cerca de 400 crianças em cada ano são diagnosticadas com cancro, algo que tem “um impacto imediato e disruptivo” na família. O tratamento pode ir até três anos.

Além do sofrimento e do impacto físico e psicológico nas crianças, a família é confrontada com um rombo financeiro imediato que engloba os custos diretos mas também as despesas de deslocação ao centro oncológico, os cuidados com a alimentação, os suplementos alimentares e os medicamentos complementares, lembra também a associação.

A Acreditar foi criada em 1994 como “uma rede de partilha e de afetos feita de crianças, jovens, pais e amigos” e que tem como missão “tratar a criança ou o jovem com cancro” e “não só o cancro na criança ou no jovem”, promovendo a sua qualidade de vida e da família.

Relatório
A Organização Mundial da Saúde apelou para um maior esforço no combate às doenças não transmissíveis, a maior causa de morte no...

Num relatório ontem divulgado sobre doenças não transmissíveis, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que não estão a ser feitos os esforços suficientes para reduzir em um terço a taxa de mortalidade prematura por doenças não transmissíveis até 2030.

“Houve alguns progressos (…) mas eles foram limitados”, disse aos jornalistas o diretor do departamento de prevenção de doenças não transmissíveis da OMS, Douglas Bettcher.

Sublinhando que são necessárias “ações urgentes”, o responsável advertiu: “A janela de oportunidade para salvar vidas está a fechar-se”.

As doenças não transmissíveis matam em cada ano mais de 40 milhões de pessoas, das quais 15 milhões têm entre 30 e 70 anos. Mais de 80% destes casos chamados “prematuros” acontecem em países com rendimento baixo ou médio.

Segundo a OMS esta “epidemia é alimentada pela pobreza, (…) o comércio de produtos prejudiciais à saúde, a urbanização rápida e o aumento populacional”.

As doenças cardiovasculares são responsáveis pelo maior número de mortes dentro das não transmissíveis, 17,7 milhões por ano, seguidas do cancro, com 8,8 milhões, das doenças respiratórias, 3,9 milhões e da diabetes, 1,6 milhões.

Para medir a eficácia do controlo das doenças não transmissíveis em cada país, a OMS estabeleceu 19 metas, entre elas o aumento do preço do tabaco e políticas para reduzir a ingestão de sal e para promover o aleitamento materno.

O relatório indica que a Costa Rica e o Irão são os dois países com maior sucesso porque alcançaram 15 dos 19 objetivos. Seguem-se o Brasil, a Bulgária, a Turquia, o Reino Unido, a Finlândia, a Noruega, a Arábia Saudita e a Tailândia.

Seis países ainda não alcançaram nenhum dos objetivos: Angola, Guiné Equatorial, Guiné-Bissau, Sudão do Sul, São Tomé e Micronésia. A lista mostra que dos seis, quatro pertencem à Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa.

Portugal está bem classificado mas não está entre os melhores por falhas ainda no que diz respeito a medidas para combater o consumo de tabaco e do álcool e na promoção de uma alimentação mais saudável.

O Brasil, em terceiro lugar, bem como os restantes países com mais sucesso que se lhe seguem aplicaram 13 das 19 medidas. Em África nenhum país cumpriu mais de oito.

Na vida quotidiana a redução do risco de desenvolver uma doença não transmissível consegue-se com a diminuição do consumo de açúcar, sódio e sal, e a eliminação das gorduras saturadas e de bebidas com alto conteúdo de açúcar, além da opção por uma vida ativa e não sedentária.

As medidas requerem uma atitude pessoal mas também políticas públicas, essenciais para restringir ou proibir a promoção da chamada “fast food” entre as crianças. Esta é uma das medidas menos aplicada pelos países em geral, segundo a OMS.

Diz a organização que a indústria do tabaco foi a mais agressiva nos esforços para travar as leis de redução do tabagismo, embora também a indústria alimentar tenha procurado limitar o alcance de eventuais restrições.

Maior causa de morte no mundo
A Organização Mundial de Saúde fez soar o alarme sobre as doenças não transmissíveis, a maior causa de morte no mundo, instando...

No seu primeiro relatório de avaliação após o estabelecimento desses objetivos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) indica que “o mundo não está no bom caminho para atingir o objetivo” de reduzir em um terço, no período 2015-2030, a taxa de mortalidade prematura devido a doenças não transmissíveis.

Alguns países não adotaram mesmo quaisquer medidas nesse sentido, entre os quais Angola, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, alertou a OMS.

“Houve alguns progressos [desde a última avaliação, há dois anos], mas foram reduzidos”, declarou à imprensa o médico Douglas Bettcher, diretor do Departamento de Prevenção das Doenças Não Transmissíveis da OMS.

De acordo com o relatório da agência especializada das Nações Unidas, os países que mais fizeram nesta matéria foram a Costa Rica e o Irão, que concretizaram 15 dos 19 objetivos.

Em terceiro lugar, surge o Brasil, com 14, à frente da Bulgária, da Turquia, do Reino Unido, da Finlândia, da Noruega, da Arábia Saudita e da Tailândia, que cumpriram 13 dos objetivos.

No fim da lista, juntamente com Angola, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, estão outros três países que não cumpriram qualquer dos objetivos da OMS: Guiné Equatorial, Sudão do Sul e Micronésia.

“A janela de oportunidade para salvar vidas está a fechar-se”, advertiu, sublinhando que “são necessárias ações urgentes”.

As doenças não transmissíveis matam anualmente mais de 40 milhões de pessoas, 15 milhões das quais com idades entre os 30 e os 70 anos.

Mais de 80% dessas mortes ditas “prematuras” ocorrem em países com baixo e médio rendimento ‘per capita’, segundo a OMS, que explica que esta “epidemia é alimentada pela pobreza, o comércio de produtos que prejudicam a saúde, a urbanização rápida e o crescimento da população”.

As doenças cardiovasculares são responsáveis pelo maior número de mortes devidas às doenças não transmissíveis, 17,7 milhões por ano, seguidas do cancro (8,8 milhões), das doenças respiratórias (3,9 milhões) e da diabetes (1,6 milhões).

Para medir a eficácia da luta contra estas doenças em cada país, a OMS definiu 19 objetivos ou indicadores, entre os quais o aumento do preço do tabaco, a adoção de políticas nacionais para reduzir o consumo de sal e a promoção do aleitamento materno.

Direito à autodeterminação
A proposta de lei que estabelece o direito à autodeterminação da identidade de género e expressão de género e o direito à...

A lei sobre identidade de género apresentada pelo Governo será debatida em plenário em conjunto com os projetos de lei do Bloco de Esquerda e do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) que também consagram o direito à autodeterminação de género.

A proposta de lei elimina alguns requisitos presentes no atual procedimento de reconhecimento jurídico da identidade de género, designadamente a exigência de apresentação de um relatório que comprove o diagnóstico de perturbação de identidade de género.

Assim, deixa de ser necessário um relatório médico para a mudança no registo civil, sendo ainda alargada a possibilidade do pedido a pessoas a partir dos 16 anos (atualmente a idade mínima é de 18 anos).

A lei consagra também o regime da identidade de género no que respeita à previsão do reconhecimento civil das pessoas intersexo (pessoa que nasce com uma anatomia reprodutiva ou sexual que não se encaixa na definição típica de sexo feminino ou masculino).

Estabelece ainda “o direito à proteção das características sexuais primárias e secundárias das pessoas, fazendo depender do seu consentimento expresso e esclarecido, qualquer tratamento e intervenção cirúrgica, farmacológica ou de outra natureza que implique modificações ao nível do corpo ou das suas características sexuais”.

É também proibida qualquer discriminação em função do exercício do direito à identidade de género e expressão de género e do exercício do direito à proteção das características sexuais.

A lei, segundo o Governo, pretende “tornar Portugal um país mais respeitador dos direitos humanos” das pessoas transexuais, transgénero e intersexuais, “estabelecendo procedimentos que garantam uma maior qualidade de vida e uma maior inclusão de um grupo social que é frequentemente alvo de discriminação, estigma e violência”.

O BE também reconhece o direito à autodeterminação de género, defendendo que, a partir dos 16 anos, deve ser reconhecido a qualquer pessoa o direito à autodeterminação de género.

O projeto de lei dos bloquistas defende o reconhecimento jurídico do género a pessoas estrangeiras residentes em Portugal e reconhece as alterações de registo do nome e sexo efetuadas noutros Estados ou por sentença judicial estrangeira.

Defende ainda que o acesso aos tratamentos farmacológicos e intervenções cirúrgicas devem ser assegurados pelo Serviço Nacional de Saúde.

A proposta do PAN vai também no sentido de se “respeitar a autodeterminação e a autonomia das pessoas transgénero”, eliminando a obrigatoriedade da entrega do relatório médico, e atribuir “a legitimidade a menores, acompanhados pelos seus representantes legais ou pelo Ministério Público, para requerer judicialmente a alteração do registo civil, que será decidida caso a caso”.

“Ao conceder o direito à autodeterminação de género, o Estado estará a quebrar impedimentos e oposições” criadas com a atual legislação”, contribuindo para “eliminar discriminações e para assegurar o pleno usufruto da cidadania” a todas as pessoas.

Risco para a saúde
A Quercus pediu hoje que Portugal altere a sua posição e seja favorável à alteração da legislação europeia para reduzir os...

A União Europeia (UE) "tem estado a caminhar no sentido de alterar a legislação, [para] ser mais amiga do ambiente, por um lado, e, por outro, ser mais protetora do que consumimos,e quer alterar a legislação dos fertilizantes agrícolas", disse hoje à agência Lusa Carla Espinhal, da associação ambientalista Quercus.

"Pretende reduzir os níveis de cádmio utilizados", defendendo a escolha de fosfatos que não contenham aquele metal ou que tenham menos, e de fertilizantes orgânicos, explicou.

Segundo os ambientalistas, "todos os Estados-membros estão a favor dessa legislação, menos seis, incluindo Portugal", uma posição que consideram "infundamentada", pedindo, por isso, que o país a altere e defenda a adoção das novas regras.

Carla Espinhal insiste no alerta de que o fosfato usado nos fertilizantes agrícolas "contém níveis de cádmio muito superiores ao desejável" e lembra que vários estudos da Organização Mundial de Saúde e da Agência Europeia de Segurança Alimentar provam que esta substância "é um metal pesado e é cancerígeno e faz mal", chegando aos consumidores através dos alimentos.

Portugal "não está de acordo" com estas mudanças e diz que iriam "levar a que a UE dependesse da compra de fosfatos à Rússia, o que não é verdade", já que países como Jordânia, Rússia, Israel ou África do Sul têm fosfato com "níveis reduzidos ou mesmo isentos de cádmio", defendeu a ambientalista.

Quanto ao argumento de Portugal de que não usar fosfatos vindos do Norte de África iria ter "implicações socioeconómicas muito negativas" para aqueles países, a Quercus responde: "acima de tudo temos de defender os interesses dos nossos consumidores e dos nossos filhos".

Acrescenta que a Comissão Europeia põe a hipótese de financiar a extração do cádmio do fosfato comprado na região africana.

Portugal também alega que os níveis de cádmio nos solos portugueses são reduzidos, que a ambientalista diz não saber se corresponde à verdade, mas também que se tem de “pensar global" e o Governo "não pode pensar só nos consumidores portugueses, até porque a maior parte dos produtos que consumimos não vêm de Portugal", alertou Carla Espinhal.

A proposta da UE visa uma redução gradual dos níveis de cádmio nos fosfatos utilizados nos adubos e fertilizantes e tem de ser discutida no Parlamento Europeu, estando prevista uma votação para outubro, e no conselho dos ministros europeus.

O cádmio é um metal pesado e vários estudos demonstram a potencial perigosidade para o consumo humano deste elemento, associado a várias doenças, tais como a disfunção renal e a descalcificação óssea para além de ser classificado como cancerígeno, relata a Quercus.

A Lusa solicitou esclarecimentos ao Governo e aguarda uma resposta.

Comunicado Associação Internacional de Adoçantes
Resultados de um estudo apresentado na reunião anual da EASD por Young et al. não são suportados por um conjunto de estudos...

Em resposta a um comunicado de imprensa 1  emitido à luz da apresentação de um novo estudo de Young et al. na 53.ª reunião anual da Associação Europeia para o Estudo da Diabetes (EASD), a Associação Internacional de Adoçantes (ISA) gostaria de chamar a atenção para a evidência esmagadora, inclusive proveniente de estudos realizados pela mesma equipa de investigação australiana, que mostram que os adoçantes de baixas calorias não afetam o controlo da glicose.

De forma surpreendente, este comunicado de imprensa “esqueceu-se” de relatar os resultados de um número considerável de estudos publicados pelos mesmos autores2, que consistentemente não verificaram qualquer impacto dos adoçantes de baixas calorias na regulação da glicemia.

Para além disso, a evidência coletiva de estudos humanos bem desenhados confirma que os adoçantes de baixas calorias não afetam negativamente o controlo glicémico em indivíduos saudáveis e em pessoas com diabetes, por exemplo, ao afetar a secreção total de insulina, a absorção de glicose e/ou a utilização de glicose por efeito direto ou através dos efeitos nas incretinas (hormonas intestinais).3

De facto, o efeito benéfico dos adoçantes de baixas calorias na glicose pós-prandial é reconhecido também pela alegação de saúde autorizada na Europa, na sequência do parecer científico da EFSA4: “O consumo de alimentos com adoçantes de baixas calorias em vez de açúcar induz um menor aumento da glicose no sangue após o seu consumo em comparação com alimentos ou bebidas contendo açúcares”.

Os adoçantes de baixas calorias não podem aumentar o risco de diabetes, enquanto, pelo contrário, quando usado em vez de açúcar podem ser uma estratégia útil para pessoas com diabetes, para as quais o controlo glicémico é fundamental. Algo que está em consonância com o facto de os adoçantes de baixas calorias não contribuírem com hidratos de carbono para a dieta. Nas orientações de 2017 dos “Standards of Medical Care in Diabetes”5, a Associação Americana de Diabetes confirma que "os adoçantes não nutritivos têm o potencial de reduzir a ingestão global de calorias e de hidratos de carbono".

Para as pessoas com diabetes, os adoçantes de baixas calorias utilizados em alimentos e bebidas, bem como os adoçantes de mesa, usados como parte de uma dieta saudável, são uma opção que pode ajudar no controlo da glicose6 e oferecer escolhas alimentares mais amplas, proporcionando o prazer do gosto doce sem elevar os níveis de glicose no sangue.

 

Referências: 

1 Press Release, Diabetologia. “Small study suggests consuming large amounts of artificial sweeteners may increase risk of developing type 2 diabetes”: “Small study suggests consuming large amounts of artificial sweeteners may increase risk of developing type 2 diabetes”

2 Wu et al. Diabetes Care, 2013; Wu et al. Am. J. Clin. Nutr. 2012; Ma et al. Br J Nutr. 2010; Ma et al. Am J Physiol Gastrointest Liver Physiol, 2009

3 Grozt et al. Regulatory Toxicology and Pharmacology 2017; Bryant and McLaughlin Physiol Behav 2016; Romo-Romo et al. PLoS ONE 2016; Bryant et al. Eur J Clin Nutr. 2014; Brown et al. Nutr Res 2011; Renwick and Molivary. Br J Nutr 2010; Grotz et al. J Am Diet Assoc, 2003

4 EFSA Scientific opinion on the substantiation of health claims related to intense sweeteners. EFSA Journal 2011; 9: 2229

5 ADA® 2017 Standards of Medical Care in Diabetes. Diabetes Care 2017; 40 (S1): S33-S43  

6 Gardner C, et al. Nonnutritive sweeteners: current use and health perspectives: a scientific statement from the American Heart Association and the American Diabetes Association. Diabetes Care. (2012) Aug;35(8):1798-808.  

Nova arma terapêutica
Uma equipa do Serviço de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva do Centro Hospitalar São João, do Porto, anunciou hoje ter realizado...

A intervenção em causa é realizada por meio de técnica endoscópica na região frontal e é dirigida aos chamados ‘trigger points’, isto é, pontos desencadeantes das crises dolorosas.

Segundo António Costa Ferreira, cirurgião responsável pela operação, citado em comunicado do Hospital de São João, esta intervenção “está indicada em doentes que não respondem aos vários tratamentos com medicamentos ou nas situações em que os efeitos adversos desses medicamentos são tão significativos que impedem a sua utilização”.

A técnica consiste em “seccionar os músculos situados na região frontal do crânio (corrugador e procerus), e libertar os nervos adjacentes, nomeadamente o nervo supraorbitário e supratroclear (situados na parte superior do olho), com técnica endoscópica. A estimulação desses nervos era o fator desencadeante das cefaleias. A cirurgia é realizada através de três pequenas incisões (15 milímetros) localizadas no couro cabeludo, com anestesia geral e obriga a internamento de apenas um dia (one day surgery)”, explica o cirurgião.

De acordo com o especialista, esta nova “arma terapêutica é promissora e pode ser aplicável num número elevado de doentes com significativa melhoria da qualidade de vida. Está descrito, na escassa literatura já disponível, que mais de 80% dos doentes operados ficaram curados ou descrevem uma melhoria em termos de redução da frequência de crises ou da intensidade dos sintomas”.

A utente submetida a esta técnica, afirmou que “há 25 anos que não estava dois meses sem tomar analgésicos e sem cefaleias”, sublinhando que esta intervenção “mudou” a sua vida.

A equipa que fez pela “primeira vez” em Portugal esta operação foi composta por António Costa Ferreira (cirurgião principal), Inês Insua Pereira (cirurgião principal), Antónia Trigo Cabral (anestesista), Jorge Carvalho (cirurgião ajudante), Sérgio Teixeira (cirurgião ajudante), Paula Martins (enfermeira instrumentista), Joana Monteiro (enfermeira de anestesia) e Patricia Vieira (enfermeira circulante).

De acordo com os dados disponibilizados, a enxaqueca atinge cerca de 12% da população mundial, com uma incidência maior na quarta década de vida e mais frequentemente nas mulheres. Estima-se que a prevalência ao longo da vida seja entre 11 e 32% em vários países. As cefaleias são consideradas a 19.ª doença mais debilitante a nível mundial.

Exposição a matéria tóxica
Antigos trabalhadores da extinta Empresa Nacional de Urânio (ENU) que vivem na Urgeiriça, no concelho de Nelas, realizam na...

Numa moção, os antigos trabalhadores da ENU – que durante décadas foi responsável pela exploração das minas de urânio em Portugal - referem que são “evidentes os perigos da exposição aos valores de radão a que determinados moradores da Urgeiriça estão expostos”, por terem “comprado a sua habitação à ENU/Estado”.

Uma vez que está “por realizar a leitura radiológica para assim os moradores ficarem a saber quais os níveis de radiação que as suas casas podem conter” e que foi dado um prazo, já ultrapassado, "para que os trabalhos, quer de recuperação, quer de medição, se iniciassem”, decidiram realizar uma vigília.

Para os moradores, está em causa um crime, “tendo em conta que são conhecidos pela EDM (Empresa de Desenvolvimento Mineiro) e pelo Governo os riscos” para a saúde a que estão sujeitos.

Os moradores que são antigos trabalhadores da ENU querem “que sejam de imediato iniciados os trabalhos de recuperação das casas já referenciadas” e “que se inicie de imediato a leitura de radiação das casas que ainda não foram analisadas”.

Como estas reivindicações não foram, “de imediato”, atendidas, a Associação dos ex-trabalhadores das Minas de Urânio vai apresentar, "em nome dos moradores da Urgeiriça, uma queixa-crime junto do Procurador da República e do Tribunal dos Direito Humanos”, acrescentam.

A vigília realiza-se junto às antigas instalações da ENU.

Principais dificuldades
Especialistas portugueses e espanhóis partilharam hoje algumas das principais dificuldades no combate às demências,...

Na primeira sessão da cimeira internacional Alzheimer Global Summit, que decorre até sexta-feira na Fundação Champalimaud, em Lisboa, coorganizada pela Fundação Rainha Sofia, de Espanha, o presidente do Conselho Nacional de Saúde Mental, António Leuschner, começou por lamentar que a demência, que classificou de “um dos problemas maiores”, não mereça a atenção que deveria.

“Os que sentem os sintomas, ou os que têm familiares com a doença, são os que estão hoje mais sensibilizados para a doença”, afirmou.

O especialista em psiquiatria referiu que existe hoje “uma luz ao fundo do túnel” em relação às demências, nomeadamente sobre o seu caminho “indefinidamente crescente”, o que se deve “a fatores preventivos ou retardadores do aparecimento dos sinais.

Para António Leuschner, as demências têm “implicações sócio sanitárias” que não devem ser ignoradas, tendo estas doenças deixado de ser há muito apenas um problema de saúde.

Por esta razão, defendeu um incremento da aliança entre as pastas da saúde e da segurança social, para uma resposta mais eficaz.

Maria do Rosário Zincke dos Reis, que tem sido um dos principais rostos da divulgação da doença de Alzheimer em Portugal, na vertente da sociedade civil, traçou o diagnóstico das demências, começando por lamentar que estas não sejam ainda “uma prioridade nacional de saúde pública em Portugal”.

Entre as várias faltas que encontrou, constam a ausência de uma campanha de sensibilização nacional, um plano nacional de apoio ou mais equipamento para as pessoas afetadas.

Segundo Maria do Rosário Zincke dos Reis, a informação sobre como lidar com a doença é escassa, nomeadamente no interior do país e nos meios mais rurais.

“Ainda não há a figura do tutor nacional, pelo que as pessoas afetadas ficam desprotegidas.

Para o futuro, a antiga presidente da Associação Portuguesa dos Familiares dos Doentes de Alzheimer, hoje designada como Alzheimer Portugal, defendeu uma maior aposta nos cuidados de saúde primários, com equipas multidisciplinares que prestem cuidados no domicílio.

“Queremos a definição do percurso de cuidados específicos para a doença”, disse.

Maria do Rosário Zincke dos Reis chamou a atenção para o facto de 9% das pessoas afetadas pela doença em Portugal ter menos de 65 anos.

De Espanha, Pablo Martínez-Lage trouxe um diagnóstico com algumas lacunas para preencher, mas idênticas dificuldades, nomeadamente dos doentes em aceder à informação, como os tratamentos disponíveis.

O neurologista apresentou vários dados sobre a doença em Espanha, onde em 2014 existiam 700 mil pessoas com demências, um número que subirá para dois milhões em 2050, “se nada for feito”.

Pablo Martínez-Lage partilhou que uma quantidade significativa de pessoas a quem foi diagnosticada uma deterioração cognitiva primária, que poderá ser sinal de doença, recusou fazer mais testes e, assim, obter a confirmação da demência.

Para Maria do Rosário, esta situação pode ser sinal da falta de informação o que levará os doentes a não querer saber mais, por pensarem que mais nada há a fazer.

Neste sentido, Pablo Martínez-Lage divulgou outros dados que indicam que uma das queixas apontadas pelos doentes vai no sentido de não terem recebido informação sobre tratamentos na altura em que receberam o diagnóstico.

No entanto, quando questionados, os médicos garantem que prestaram toda a informação sobre terapias disponíveis e outros tratamentos.

O neurologista lamentou que os médicos nos cuidados de saúde primários não disponham de mais tempo para alertar para a doença, reconhecendo que os cinco minutos que dispõem para as consultas, ou 15 minutos no caso dos especialistas, não chega para tudo.

A conferência que decorre até sexta-feira vai contar com mais de 80 especialistas mundiais, entre os quais dois laureados com o Nobel da Medicina (2004 e 2014).

O que é a MCESV
A Microscopia de Campo escuro (MCESV) é um termo genérico que designa o exame microscópico d

Através de uma análise rápida, simples e sem dor, é possível avaliar a morfologia do seu sangue e correlacionar com o seu estado de saúde e envelhecimento. As variações na quantidade e qualidade das células sanguínea, nas próprias células e de outros componentes do sangue, (incluindo micróbios) e sua morfologia, refletem alterações de um  estado  normal  de  saúde,  fornecendo  indicações sobre que fatores podem estar implicados na origem e/ou causa de problemas de saúde dos pacientes.

Entre 1970 e 1980, esta análise qualitativa do sangue, o exame microscópico de campo escuro foi considerado uma excelente ferramenta para identificação de microrganismos parasitários, como o agente da sífilis, Trepanema pallidum (1) e bactérias orais associadas a periodontite e abscessos (2),(3).

O campo escuro funciona com base na observação do objeto a partir de luz dispersa, sem luz direta no condensador do microscópio, produzindo-se um objeto brilhante contra um fundo preto. O olho humano é sensível apenas ao brilho e cor, por isso o campo escuro constitui uma mais valia por emitir uma imagem contra um campo que intensifica o contraste.

A avaliação sanguínea por microscopia de campo escuro é uma ponderosa ferramenta e bem aceite e bem fundamentada. O estudo da morfologia das células sanguíneas em sangue vivo, e outros elementos do sangue e a fisiologia do sangue vivo é fundamental para entender o início, a causa e progressão de doenças

Assim, MCESV é uma examinação ao microscópio do sangue vivo que permite observar os desvios da morfologia “normal” relativamente ao tamanho, tipo, forma, cor e atividade das células sanguíneas e correlacionar com e desequilibro bioquímicos doenças e estado de saúde. Alterações na qualidade do sangue permitem identificar toxicidade, químicos, microrganismo e funções fisiológicas.

Profissionais mais experientes conseguem através da análise do sangue avaliar o estado de saúde geral do paciente e estabelecer relação entre o que é identificado no sangue.

O impacto das terapias instituídas deve ser avaliado através de nova análise do sangue determinando as alterações obtidas na qualidade da amostra.

Como funciona?

• O sangue do paciente é colhido corretamente para uma lâmina de microscópio limpa e  observado  em  Microscopia  de Campo Escuro na presença do paciente;

• São observadas  a  morfologia, dimensão,  forma,  cor, depósitos de gordura e outros elementos existentes no sangue;

• Os  desvios  da  morfologia  “normal”  são debatidos de acordo com as doenças já identificadas;

• Os  protocolos  de  tratamentos  são  estabelecidos  em linha  com  as  observações  efetuadas  as  suas indicações e o feed-back do paciente;

• Prescrever ao paciente um  regime  dietético  e suplementos  baseado  nas  observações  efetuadas e no feed-back do paciente. O impacto destas medidas é avaliado em futuras avaliações do sangue vivo.

A Microscopia de Campo Escuro abriu caminho para novas teorias

O microscópio de sangue vivo em campo escuro (MCESV), é uma técnica usada e desenvolvida por vários pesquisadores ao longo dos anos, como Robert Bradford e Henry Allen, Hemaview, Dr. Michael Coyle. Vários outros cientistas como, Antoine Béchamp, Gaston Naessens, Günther Enderlein, Royal Raymond Rife, Emanuel Ravici e muitos outros, chegaram a conclusões muito diferentes sobre a causa da doença que ainda hoje são aceites ou desconhecidas, contrariando a teoria de Pasteur, que defendia o monomorfismo em que microrganismos são imutáveis e o terreno envolvente não interessava na sua origem. Para Pasteur, os microrganismos não alteram a sua morfologia, pressupondo um meio definido (infeção). Contrariamente, a teoria do Pleomorfismo, os microrganismos alteram a sua morfologia, para se adaptarem ao meio (simbiose).

Béchamp  foi  o  primeiro  a  publicar  dados  sobre  a microscopia  de  campo  escuro com  sangue  vivo  no  seu livro “O Terceiro Composto do Sangue”. Segundo Béchamp, a célula não é a unidade mais pequena e básica de vida, mas sim pequenas partículas coloidais a que chamou microzimas, que vivem dentro das nossas células e que sob determinadas condições (TERRENO), podem evoluir para vírus, bactérias e mesmo organismos superiores (leveduras e fungos) 

Enderlein, Naessens, Reich, prosseguiram o trabalho de  Béchamp,  para  o  qual  contribuíram  principalmente no que respeita a microrganismos.  Hansen-Pruss,  Hoekstra,  Bradford,  Coyle  e  outros também  alargaram  as  descobertas  de  Béchamp, incidindo  principalmente  nas  células  e  elementos sanguíneos.

Prof. Gunther Enderlein foi sem dúvida o grande impulsionador desta técnica. Este microbiologista - 1872 (Leipzig) – 1968 (Hamburgo), dedicou 65 anos da sua vida na investigação do ciclo de vida dos microrganismos, com base no estudo e observação do sangue vivo com ajuda do Microscópio de Campo Escuro “Darkfield”.Descoberta do ciclo de vida dos micróbios dentro do nosso organismo (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos, tecidos, sangue e linfa) e o seu relacionamento com o aparecimento, desenvolvimento, e causa de numerosas doenças crónicas degenerativas.

O desenvolvimento desta técnica permitiu que Enderlein descobrisse que todas as células vivas contêm um certo tipo de microrganismos a que chamou de Endobionte.

Segundo Enderlein: “A doença é o  desenvolvimento  ascendente  do endobionte  para  formas  parasitárias  de  valência  superior,  com  o seu  próprio  metabolismo  que  envenena  o  metabolismo  do  seu hospedeiro.” E, “As variações na quantidade de  células  sanguínea,  nas  próprias  células  (e de  outros componentes  do  sangue,  incluindo  micróbios)  e  sua  morfologia, refletem  alterações  de  um  estado  normal  de  saúde,  fornecendo  indicações sobre que fatores podem estar implicados na origem e causa de problemas de saúde dos pacientes.”

Eis alguns dos dados científicos que Enderlein nos deixou:

1. A célula não é a mais pequena forma de vida, mas sim o Protite (fase mais primitiva dos

Microrganismos.)

2. A prova científica da capacidade pleomórfica dos microrganismos.

3. O sangue não é estéril mas parasitado por outras formas de vida.

4. Microrganismos apatogénicos podem  transformar-se em patogénicos quando são forçados a evoluir dentro do seu ciclo biológico, devido a alterações (pH) no ambiente onde vivem (terreno).

5. A prova que microrganismos simples em evoluir dentro do seu ciclo biológico para formas mais complexas, como é o caso de bactérias e fungos.

6. Doença no homem, significa perda de simbiose ou distúrbios simbióticos em relação à flora microbiana que habita nas suas células.

7. Microorganismos patogénicos podem reverter a sua evolução patogénica, invertendo o seu ciclo biológico e retornando às suas fases primitivas apatogénicas.

O desenvolvimento do Endobionte foi designado por Enderlein, como um “monstro de várias cabeças”. O seu desenvolvimento patológico pode seguir diversos caminhos, designados por eixos patológicos, originando e criando quadros clínicos múltiplos associados a diferentes doenças: tumores, doenças cardiovasculares, autoimunes, diabetes, doenças crónicas das vias respiratórias e tracto gastrointestinal.

O tempo tem vindo a dar razão a Enderlein, senão vejamos:

• As drogas “maravilhosas”, nomeadamente os antibióticos e Estatinas, têm vindo a revelar a sua fraca eficácia terapêutica e efeitos indesejados.

• A tuberculose está de volta.

• Os microrganismos têm vindo a evoluir e a ganhar resistência aos antibióticos. Candidíases.

• Os efeitos tóxicos dos antibióticos sobre o fígado e intestinos.

• As defesas dos seres humanos cada vez mais debilitadas.

• Aparecimento de novas doenças infeciosas (Sida, Ébola).

• Continua a não existir uma causa para doenças crónicas degenerativas como:

cancro e autoimunes

O que mudou nos últimos 50 anos

A medicina mudou nos últimos 50 anos, o que justifica também uma mudança na abordagem aos tratamentos:

• Atualmente a capacidade de “Regulação” orgânica diminuiu.

• Atualmente os paciente têm as funções intestinal e imunitária diminuídas.

• A capacidade de reconstrução celular decresceu significativamente.

Esta mudança justifica também uma alteração na abordagem aos tratamentos:

 Uma terapia eficaz tem que obrigatoriamente incluir várias fases de tratamento:

• Desintoxicação e restauração da regulação orgânica.

• Normalização da função intestinal e imunitária.

• Regeneração e reconstrução celular e tecidular

Assim como a abordagem deve ser totalmente diferente relativamente às Doenças crónicas:

• As doenças são cada vez mais crónicas

• As doenças são cada vez mais, causadas por toxicidade e por efeitos secundários dos diversos medicamentos prescritos (Antibióticos, Estatinas, etc.) o que destrói a flora intestinal.

• As doenças são cada vez mais de origem viral ou por deficiências nutricionais

• Assistimos ao aumento na incidência de doenças oncológicas e neurológicas

 

(1) Creighton, E.T. (1978) U.S. Dept Health and Human Services, Venereal Disease
(2) 
Offenbacher, S et al (1988) J Clin Periodontol 15, 53.
(3) 
Spivak (1982) Arch Intern Med 142, 2111

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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