Direção-Geral da Saúde
A Direção-Geral da Saúde aconselhou quem pretende viajar para Madagáscar a marcar antes uma consulta de medicina do viajante,...

De acordo com uma nota disponível no site da Direção-Geral da Saúde (DGS), no início deste mês a Organização Mundial de Saúde (OMS) informou as autoridades de saúde da existência de um surto de peste, que já provocou a morte a pelo menos 45 pessoas.

Segundo a DGS, as áreas mais afetadas pelo surto de peste incluem a capital, Antananarivo, e Toamasina, na costa leste, onde fica o principal porto de Madagáscar.

Por prevenção, a DGS aconselha quem pretende viajar para Madagáscar a marcar uma consulta de medicina do viajante ou consultar o médico assistente e, quando chegar ao destino, evitar “o contacto com animais e indivíduos doentes ou mortos”.

Entre as medidas de prevenção estão o uso de repelente de insetos, para evitar a picada de pulgas.

Segundo a OMS, a peste reaparece todos os anos em Madagáscar, entre setembro e abril, mas este ano afeta as áreas urbanas do país desde agosto, contrariamente às epidemias anteriores.

A epidemia deste ano gerou uma onda de pânico entre a população, especialmente na capital.

De acordo com o último balanço do Ministério da Saúde de Madagáscar, foram confirmados mais de 387 casos no território da ilha.

A bactéria da peste desenvolve-se em ratos e é transportada por pulgas. A forma bubónica da praga é a menos perigosa do que a pulmonar.

Nos seres humanos, a forma pulmonar da doença é transmissível através da tosse e pode ser fatal em apenas 24 a 72 horas.

Bastonária
Mais de 600 farmacêuticos emigraram nos últimos anos devido aos baixos vencimentos em Portugal, onde farmácias foram obrigadas...

Ana Paula Martins falava aos jornalistas a propósito do Congresso Nacional dos Farmacêuticos, que decorre entre quinta-feira e sábado, em Lisboa, este ano dedicado ao tema “Medicamentos para todos”.

A emigração destes profissionais foi uma das consequências da crise que afetou o setor nos últimos anos, nomeadamente durante a aplicação do memorando da troika, que resultou em penhoras e insolvências para 600 farmácias, tendo encerrado 75.

Nesse período, adiantou a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, as farmácias tiveram de despedir 800 farmacêuticos, os mais qualificados, pois eram estes que auferiram maiores vencimentos.

“Estes despedimentos foram feitos para impedir que as farmácias fechassem as portas e a rede [de farmácias] acabasse”, disse.

Para contornar a falta deste pessoal especializado, foram contratados farmacêuticos recém-formados, mas com vencimentos menores.

Muitos desses jovens farmacêuticos optaram por emigrar, tendo a Ordem conhecimento de 604 que seguiram esse caminho, o que conduziu a uma outra situação: “Atualmente há farmácias que precisam de novos farmacêuticos e não encontram”, disse.

Em Portugal existem atualmente nove cursos a produzir farmacêuticos.

Ana Paula Martins encontra sinais de algum “desafogamento” no setor, depois de um período especialmente difícil, nomeadamente entre 2011 e 2016.

Neste período, e segundo dados da Ordem, “o mercado nacional de medicamentos teve uma redução de 869,4 milhões de euros em valor e de 11,9 milhões de embalagens”.

Os mesmos indicadores referem que, entre 2011 e 2014, “o setor da distribuição teve uma perda de margem de quase 323 milhões de euros, um valor 6,5 vezes superior aos 50 milhões de euros definidos no memorando de entendimento assinado entre o Estado português e a troika”.

Neste congresso, a bastonária irá defender um novo modelo de financiamento das farmácias, pois considera que estas empresas “não podem viver só da margem [de comercialização dos medicamentos], mas também dos serviços que prestam e outros que poderão vir a prestar e que devem ser remunerados”.

“Temos de pensar no futuro”, disse Ana Paula Martins, convencida de que o que o setor fez nos últimos anos não poderia ser feito agora, uma vez que não só as margens dos medicamentos baixaram, como o seu preço também.

Sobre o acesso ao medicamento, tema do congresso, a bastonária mostrou-se otimista com “a vaga de inovação” que já está a chegar aos hospitais e com “sobrevivências muito interessantes”.

Alguns cancros, como o melanoma e o do pulmão, a infeção pelo VIH e o vírus da hepatite C são algumas das doenças que mais têm beneficiado com esta inovação, disse.

Sistema Musculoesquelético
As doenças reumáticas, vulgarmente conhecidas por “reumatismo”, englobam todas as patologias do sist

Ao longo dos tempos, a população habituou-se a ouvir falar no seu quotidiano em “reumatismo” como expressão da descrição de dor nas articulações em virtude do envelhecimento do ser humano, sendo habitualmente rotulada como uma doença que atinge as pessoas mais idosas. Contudo, cumpre esclarecer que tal noção se mostra manifestamente errada, não só porque na realidade o termo reumatismo é usado indiscriminadamente como significado de qualquer doença reumática, mesmo que se tratem de patologias muito diferentes, mas também porque as doenças reumatológicas podem atingir crianças, jovens, adultos e idosos.

Na verdade, as doenças reumatológicas, vulgarmente referidas por “reumatismo”, englobam todas as patologias do sistema musculoesquelético, ou seja, as patologias do osso, da articulação, da cartilagem, dos tendões e dos músculos. Desta forma, constituem um grupo muito numeroso de patologias, existindo mais de 200 doenças reumáticas diferentes, que podem apresentar alguns sintomas em comum (como por exemplo, a frequente dor articular), mas com características próprias, grau e gravidade de evolução diversos, com tratamentos diferentes, e que surgem em todas as idades desde a criança ao idoso.

Fazem parte deste grupo de patologias não só as que surgem com maior frequência na população mais idosa, como a osteoporose e a osteoartrose, mas também outras que abrangem todas as faixas etárias, como as lombalgias, as patologias tendinosas e, ainda, as doenças inflamatórias crónicas imunomediadas, como a artrite reumatóide, as espondilartropatias, o lúpus eritematoso sistémico, vasculites, miosites e artrites juvenis.

Segundo o Programa Nacional Contra as Doenças Reumáticas, publicado em 2004, as doenças reumáticas são o primeiro motivo de consulta nos cuidados de saúde primários e são também a principal causa de incapacidade temporária para o trabalho e de reformas antecipadas por doença/invalidez.

Se por um lado algumas das patologias reumáticas continuam a estar associadas a elevada incapacidade funcional e laboral, por outro nos últimos anos assistiu-se a revolução nas opções terapêuticas disponíveis, nomeadamente nas bioterapias utilizadas nas doenças reumáticas inflamatórias que vieram permitir uma melhoria significativa da sobrevida e da qualidade de vida destes doentes. Contudo, o reconhecimento e o diagnóstico precoce continuam a ser os factores mais importantes para a obtenção de um bom prognóstico.

Sendo reconhecida a elevada prevalência destas patologias na população geral e o seu elevado impacto económico, a reumatologia acaba por desempenhar um papel de destaque na prestação de cuidados de saúde. Além disso, a crescente investigação na área médica, as especificidades do diagnóstico, a necessidade de estreito seguimento clínico e a inovação terapêutica, têm contribuído para um maior impacto desta especialidade nos cuidados do doente.

Dra. Rita Fonseca e Prof.ª Iva Brito
Unidade de Reumatologia – Hospital Lusíadas Porto

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
OE2018
As empresas de dispositivos médicos vão passar a pagar uma contribuição extraordinária que pode ir dos 2,5% aos 7,5% consoante...

De acordo com uma versão preliminar da proposta de Orçamento do Estado, datada de 10 de outubro, é aprovado um regime que cria uma contribuição extraordinária sobre os fornecedores de dispositivos médicos e reagentes ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).

De acordo com o documento, esta contribuição tem por objetivo “garantir a sustentabilidade do SNS”.

Estão sujeitos a esta contribuição as empresas, fabricantes, intermediários, distribuidores ou comercializadores que faturem ao SNS o fornecimento de dispositivos médicos e reagentes.

“A contribuição incide sobre o valor das faturas de aquisições de dispositivos médicos pagos por entidades do SNS, deduzido do IVA”, define a versão preliminar da proposta de Orçamento do Estado.

Os dispositivos médicos com preço unitário até 50 euros terão uma contribuição de 2,5%, os de 50 a 100 euros contribuem com 3,5%, os de 100 a mil euros têm uma contribuição de 5,5% e os que custem como preço unitário mais de mil euros contribuem com 7,5 por cento.

Esta contribuição é para vigorar a partir de janeiro de 2018 e os preços dos dispositivos médicos não podem ser superiores aos preços praticados durante o ano de 2017.

Ficarão isentas desta contribuição as entidades que venham a aderir a acordos celebrados com o Estado para definir valores máximos de despesa pública com a compra de dispositivos médicos e de reagentes, à semelhança dos que existem para a indústria farmacêutica.

Bruxelas
A candidatura do Porto à sede da Agência Europeia do Medicamento colheu ontem elogios de vários eurodeputados do Partido...

Por iniciativa do eurodeputado social-democrata Paulo Rangel, após sugestão da comissão da candidatura do Porto à Agência Europeia do Medicamento (EMA), um grupo de 20 pessoas, entre reitores de instituições públicas e privadas de ensino superior do Porto, representantes de estruturas culturais da cidade, da Área Metropolitana do Porto e da Associação Comercial do Porto estiveram ontem à tarde no Parlamento Europeu a apresentar o que a cidade tem para oferecer.

O encontro decorreu com Manfred Weber, presidente do grupo do Partido Popular Europeu (PPE), e com os eurodeputados Alain Lamassoure (França), Esteban Gonzalez Pons (Espanha), Dubravka Suica (Croácia) e Andrey Kovatchev (Alemanha). Esteve também presente o eurodeputado polaco do Grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus Kazimierz Ujazdowski.

Esteban Pons disse abertamente que, depois de atribuir a pontuação máxima (três votos) a Barcelona, cidade que está entre as 19 candidatas à sede da EMA, os eurodeputados espanhóis do PPE escolherão o Porto (atribuindo-lhe dois votos).

Para Paulo Rangel, “é nessa contabilidade dos votos segundos que talvez se faça a diferença para saber quem passa a uma fase seguinte”.

“Eu diria que está tudo em aberto, não tanto no sentido de ganhar, mas de passar à fase seguinte. Não vamos entrar em triunfalismos bacocos”, disse aos jornalistas.

Rangel admitiu ter ficado surpreso com o elogio feito pelos eurodeputados ao facto de a apresentação envolver a sociedade civil do Porto, afirmando que isso significa que há “toda uma cidade que está unida em volta” do projeto.

O social-democrata destacou ainda o “empenho forte e genuíno” do Governo e dos embaixadores nesta candidatura, lembrando que a diplomacia portuguesa conta já com “dois grandes feitos”, designadamente ter Durão Barroso como presidente da Comissão Europeia durante 10 anos e António Guterres como secretário-geral das Nações Unidas.

Eurico Castro Alves e Ricardo Valente, da Comissão da candidatura do Porto à sede da EMA, fizeram um balanço positivo desta iniciativa.

“Este momento foi muito importante, porque com a ajuda dos eurodeputados [portugueses], todos sem exceção, sentimos um empenhamento grande. Falámos com pessoas que são estratégicas para a decisão final, porque são influenciadores. Passámos a nossa mensagem e acabámos de vez com aquele mito de que o Porto não cumpre com os requisitos”, disse Eurico Castro Alves.

O vereador da Câmara do Porto Ricardo Valente destacou também a importância de demonstrar aos decisores em Bruxelas “as valências do Porto”.

“O próximo mês é para trabalhar junto dos decisores finais e dar a conhecer a parte menos conhecida do Porto, que tem a ver com o ‘health cluster’ e as universidades” existentes e suas ofertas, disse.

Serviço Nacional de Saúde
A Associação das Termas de Portugal vai entregar, hoje, na Assembleia da República, uma petição com mais de 6.000 assinaturas...

A petição, iniciada em agosto e que contou com o apoio das autarquias com termas, apela à Assembleia da República (AR) que aprove “as disposições legislativas necessárias para que sejam repostos os reembolsos diretos das despesas com os tratamentos termais dos utentes do Serviço Nacional de Saúde”.

As comparticipações foram suspensas em 2011 em resultado “de imposições da ‘troika’", mas, segundo Teresa Vieira, presidente da Associação das Termas de Portugal, “não teve o efeito de poupança pretendido”, mas sim a deslocalização da despesa “para outras alternativas terapêuticas”.

De acordo com a Associação, a suspensão das comparticipações levou a que “mais de 30.000 utentes tenham deixado de ter acesso” aos tratamentos termais e à “desvalorização enquanto atos médicos e terapêuticos”, situação que os subscritores do documento pretendem reverter.

A reposição das comparticipações dos tratamentos termais é uma das medidas propostas por um grupo de trabalho interministerial (que reúne os ministérios da Economia e da Saúde] num relatório que avança um conjunto de ações para dinamizar a atividade termal, e que Teresa Vieira admitiu à Lusa ter trazido “uma expetativa positiva” ao setor.

Mas ainda assim, a Associação considera vital “concluir o processo” iniciado com a recolha de assinaturas para que a reposição seja discutida em plenário, “até como forma de sensibilizar os deputados para a discussão caso as comparticipações venham a ser repostas no próximo Orçamento do Estado”.

Na petição, os subscritores sustentam a reposição com fundamentos como o reconhecimento das indicações terapêuticas das Águas Minerais Naturais pelo Ministério da Saúde e a definição legal dos estabelecimentos termais como unidades prestadoras de cuidados de saúde, enquadrados no âmbito da Entidade Reguladora de Saúde e tuteladas.

Lembram ainda que a integração da prestação de cuidados de saúde nos balneários termais no conceito de “atos clínicos e terapêuticos”, é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde e “conduzida por médicos com competência em Hidrologia Médica, cuja atribuição é da responsabilidade da Ordem dos Médicos”.

A Associação das Termas de Portugal representa 42 balneários afiliados e visa a promoção e o desenvolvimento técnico, económico e social do termalismo e das termas portuguesas.

12 de outubro - Dia Mundial das Doenças Reumáticas
As doenças reumáticas estão entre as doenças mais frequentes na nossa população e representam um elevado peso económico e...

Em Portugal, cerca de 50% da população adulta sofre de uma doença reumática. Dentro deste grupo de patologias, a osteoartrose (OA) destaca-se pela sua elevada prevalência. De acordo com o EpiReumaPt, o maior estudo nacional desenvolvido para traçar o panorama epidemiológico das doenças reumáticas, 12,4% da população portuguesa adulta sofre de OA do joelho, 8,7% tem OA da anca e 2,9% de OA da mão.

Na data em que se assinala o Dia Mundial das Doenças Reumáticas (World Arthritis Day), a Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas (LPCDR) alerta para o elevado grau de incapacidade associado à osteoartrose, que consigo arrasta o abandono precoce da atividade profissional, seja por desemprego ou por reforma antecipada devido a invalidez. De acordo com a Prof.ª Doutora Helena Canhão, “a osteoartrose é a doença reumática mais comum na população adulta, sendo responsável por uma elevada incapacidade funcional que limita ou impede os doentes a executarem atividades simples do dia-a-dia, tais como agarrar objetos, subir degraus, caminhar ou trabalhar”.

Além disso, “está igualmente associada a dor e a uma perda significativa da qualidade de vida”, alerta a reumatologista do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, coautora do estudo EpiReumaPt e Vice-Presidente da LPCDR. Neste contexto, a OA acarreta importantes custos indiretos que resultam do absentismo laboral, das reformas antecipadas e do desemprego.

Num subestudo do EpiReumaPt, que teve como objetivo determinar o impacto económico da OA e o seu reflexo em termos de abandono precoce da atividade profissional, verificou-se que, “sobretudo a artrose do joelho, é causadora de uma elevada taxa de incapacidade para o trabalho. Os outros tipos de artrose não têm um impacto tão significativo em termos laborais”.

De acordo com os resultados desta análise, 51% das pessoas com idades entre os 50 e os 64 anos não estão a trabalhar. Destes, 30% têm osteoartrose, dos quais 18,6% no joelho (26% mulheres e 11,5% homens).

Para melhor esclarecer a população sobre a artrose do joelho, a LPCDR lançou, no início deste ano, o projeto O Joelho Dói (www.ojoelhodoi.pt), uma plataforma única, simples e diferenciadora que pretende sensibilizar a população para as patologias do joelho e responder às questões mais frequentes de quem sofre desta condição. Através desta plataforma, os utentes podem encontrar informação genérica sobre dor no joelho, sobre fatores de risco, medidas de apoio para uma melhor qualidade de vida, e até apresentar questões diretamente a especialistas da área.

ONU
A professora universitária portuguesa Alice Cruz foi nomeada pelas Nações Unidas como relatora especial para a eliminação da...

Em comunicado hoje divulgado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português congratula-se com a nomeação da antropóloga, pelo Conselho dos Direitos Humanos da Nações Unidas, como “relatora especial para a eliminação da discriminação contra as pessoas afetadas pela lepra e seus familiares”, que ocorreu no passado dia 29 de setembro.

Alice Cruz “é a primeira relatora especial das Nações Unidas cujo mandato é dedicado à promoção e proteção dos direitos das pessoas com lepra, um grupo particularmente vulnerável a violações de direitos humanos”, destaca a nota do Palácio das Necessidades.

A nova responsável, que atualmente leciona na faculdade de direito da Universidade Andina Simón Bolívar, em Quito, Equador, “possui um notável percurso académico e profissional na área da eliminação da lepra e dos estigmas que lhe estão associados”, refere o MNE.

“Esta designação constitui o justo reconhecimento das qualificações académicas e profissionais da nomeada, a par da sua vasta experiência de campo, profundo conhecimento do quadro internacional de direitos humanos e trabalho desenvolvido no âmbito da discriminação das pessoas com lepra”, considera ainda o Governo português.

Zero
A organização ambientalista Zero alertou hoje que a mortalidade associada à qualidade do ar é "muito significativa" e...

"A mortalidade associada à qualidade do ar ainda é muito significativa", refere um comunicado da Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero, acrescentando que, em 2016, a média anual de dióxido de azoto foi superior ao permitido pela legislação europeia e nacional em locais de Lisboa, Porto e Braga.

O ano "2016 foi genericamente melhor do que 2015, mas ainda problemático em termos de qualidade do ar", resumem os ambientalistas.

A estação de monitorização da qualidade do ar da avenida da Liberdade, em Lisboa, segundo a associação, "apresentou melhorias, mas a média anual de dióxido de azoto registada (57,3 mg/m3) [miligramas por metro cúbico] foi ainda bastante superior ao permitido pela legislação europeia e nacional" que é de 40 mg/m3.

"Esta média foi ainda mais superada no Porto, na estação de Francisco Sá Carneiro/Campanhã (74,8 mg/m3) e em Braga, na estação de monitorização de Frei Bartolomeu Mártires – São Vitor (55,3 mg/m3)", acrescenta a Zero, citando dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

A Zero comenta um relatório da Agência Europeia do Ambiente (EEA na sigla em inglês), hoje divulgado e que, com base em dados de 2014, estima que em Portugal morram prematuramente cerca de 6.630 pessoas devido a problemas associados à má qualidade do ar.

Deste total, 3.710 pessoas morrem devido às elevadas concentrações de partículas finas (PM2.5), 2.410 ao dióxido de azoto (NO2) e 280 ao ozono.

Estes dados revelam "um elevado aumento de mortalidade face à estimativa feita para 2013 no que respeita ao dióxido de azoto, passando de 150 para 2.410 mortes prematuras anuais", alertam os ambientalistas.

Para Portugal, "tal traduz-se em quase 38 mil anos de vida perdidos associados às partículas finas, cerca de 27 mil anos de vida perdidos associados ao dióxido de azoto, e 2.900 associados às elevadas concentrações de ozono", segundo as contas da Zero.

Estas situações de ultrapassagem de valores-limite devem-se principalmente ao tráfego rodoviário, pelo que os ambientalistas consideram ser "indispensável a tomada de medidas para redução das concentrações em causa da responsabilidade fundamentalmente das autarquias das zonas afetadas".

A associação defende a implementação de "medidas profundas" que promovam formas suaves de mobilidade, o transporte público e a mobilidade elétrica, a par de alternativas de fiscalidade verde com "forte penalização" da utilizaçã de combustíveis fósseis.

Quando é feita a comparação tendo em conta a população de cada país, salienta a Zero, o valor estimado para Portugal "é dos mais elevados no contexto da União Europeia a 28, apesar dos dados indicarem que, no que respeita às concentrações médias de vários poluentes, está abaixo da média europeia".

A Zero aponta ainda que Portugal "tem de melhorar a recolha e envio de dados, nomeadamente porque é um dos poucos países que não reportou dados referentes a um poluentes obrigatório e considerado carcinogénico, o benzo(a)pireno".

Governo
O ministro da Saúde anunciou hoje que vai apresentar, no primeiro trimestre do próximo ano, uma proposta para a resolução do...

Na comissão parlamentar de Saúde, o ministro Adalberto Campos Fernandes admitiu o aumento do défice no setor, justificando-o, em parte, com “o atraso no registo das notas de crédito resultantes do acordo com a Apifarma” (Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica) e com uma nova prática contabilística das Parcerias Público Privadas (PPP).

A este propósito, o ministro revelou que, neste último trimestre, irá existir um reforço de dotação das entidades para que estas possam regularizar as suas dívidas, tal como aconteceu no último ano.

Adalberto Campos Fernandes adiantou também que, no primeiro trimestre do próximo ano, irá apresentar uma proposta para a resolução do processo de acumulação de dívida e impedir que surjam novos casos de acumulação.

Os governantes do Ministério da Saúde foram hoje questionados no parlamento sobre a questão dos enfermeiros especialistas, que têm estado em protesto.

O secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, afirmou que apenas os enfermeiros especialistas que exercem esta especialidade é que irão receber o suplemento de 150 euros.

Apesar de estarem registados 10 mil enfermeiros especialistas, apenas 7.000 exercem esse trabalho diferenciado e serão só estes que receberão o suplemento.

No final de setembro, em declarações, Manuel Delgado já tinha adiantado que o subsídio de 150 euros que o Governo propõe para os enfermeiros especialistas corresponde a um gasto anual de 14,4 milhões de euros.

A proposta do Ministério da Saúde, segundo Manuel Delgado, vai no sentido de atribuir um subsídio de 150 euros a todos os enfermeiros especialistas “em efetivo exercício de funções”.

Este complemento é uma das medidas para as quais existe já um pré acordo entre os sindicatos e o governo, tratando-se de uma medida transitória, a aplicar a partir de 01 de janeiro, até à revisão da carreira, que deverá contemplar esta questão.

Os responsáveis pelo Ministério da Saúde estiveram hoje a ser ouvido sobre a situação dos enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde (SNS), a pedido do Bloco de Esquerda e do PCP.

Sobre a recente greve destes profissionais e as suas consequências, o ministro afirmou que têm sido os profissionais a reagendar as cirurgias adiadas, mas garantiu que, se for necessário, recorrerá ao setor convencionado para as mesmas se concretizarem.

Obesidade Infantil
Segundo o estudo 2013-2014 da APCOI que contou com 18.374 crianças (uma das maiores amostras neste t

Na sua opinião a que se deve esta epidemia?

A obesidade é uma epidemia que está diretamente relacionada com os maus hábitos alimentares das crianças, isto é, consumo excessivo de calorias provenientes de açúcares e gordura e uma ingestão deficitária de cereais e hortofrutícolas. Além disso, aliado ao padrão alimentar inadequado verificam-se baixos níveis de atividade física.

Como devem os pais reagir no que toca à alimentação?

Para além da formação e informação às crianças, é necessário, também, formar e consciencializar os pais para esta epidemia mundial. Os pais deverão ser educados para a importância de uma alimentação saudável e para o seu impacto na saúde. Os pais deverão dar o exemplo e incentivar os seus filhos a obter um estilo de vida saudável, isto é, hábitos alimentares saudáveis com o aumento da ingestão de cereais integrais e hortofrutícolas e com a diminuição da ingestão de alimentos processados, riscos em gorduras, açúcares e sal. Além disso, incentivá-los ao aumento da atividade física.

O que deveriam as escolas e o Estado fazer para ajudar a resolver este problema grave?

A Direção Geral de Saúde desenvolveu um Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, cujos objetivos são:

  • Aumentar o conhecimento da população portuguesa nesta temática,
  • Adequar a disponibilidade de alimentos em ambiente escolar e espaços públicos,
  • Melhorar o modo de atuação dos profissionais que influenciam conhecimentos nesta área,
  • Desenvolver parcerias e projetos em diversos sectores (agricultura, desporto, educação…).
  • A temática da alimentação saudável é lecionada em âmbito escolar pelos educadores. As escolas têm indicações relativamente aos alimentos que poderão ou não ser fornecidos em cantinas e bufetes e promovem condições para o aumento da atividade física.

Temos ainda um longo caminho a percorrer no que toca à prevenção da obesidade infantil, mas os primeiros passos já estão a ser dados neste sentido.

E no que se refere ao exercício físico?

O exercício físico deverá ser tanto incentivado pelos pais como pelos educadores. Na escola a atividade física é incentivada através da disciplina de Educação Física, bem como, de atividades extracurriculares disponibilizadas. Os pais deverão incentivar os seus filhos à realização de atividade física, nomeadamente em atividades ao ar livre.

A “culpa” é das famílias ou do sistema social?

A responsabilidade é de ambas as partes. Por um lado, o marketing e a comunicação social incentivam ainda a aquisição de alimentos processados ricos em açúcares, gorduras e sal. Os pais e educadores ainda não têm formação suficiente no que respeita à temática da alimentação saudável e ainda se verifica que os pais têm um padrão alimentar incorreto e são sedentários. Na verdade, os pais são encarados como “modelo” para os seus filhos e se os pais mantiveram hábitos alimentares incorretos e o sedentarismo, também, as crianças seguirão esse mesmo estilo de vida.

Como deveria ser a alimentação tipo de uma criança entre os 7 e os 10 anos?

De um modo geral, deveria ser uma alimentação menos rica em alimentos processados do que aquilo que é a alimentação típica das nossas crianças, hoje em dia. Devia ser uma alimentação mais ricas em legumes, em fruta, em cereais, em tudo o que são “alimentos de verdade” e que são a base da nossa dieta mediterrânica e da nossa roda dos alimentos. São estes alimentos que nos dão os nutrientes de que nós precisamos para o nosso dia-a-dia, nomeadamente as vitaminas e os minerais, nos quais os alimentos processados, são regra geral, muito pobres.

Na sua opinião é respeitada de alguma forma?

Para algumas crianças sim, por terem pais que estão conscientes para a problemática da obesidade e por reconhecerem a importância que uma alimentação saudável representa na saúde e no desenvolvimento dos seus filhos. Mas claramente ainda há um longo caminho a percorrer. Não só junto dos pais, que muitas vezes precisam de uma orientação profissional para conseguirem tornar a alimentação dos seus filhos saudável, sendo ao mesmo tempo apelativa e de fácil adesão para a criança; mas também junto das escolas, em que muitas vezes a oferta alimentar é bastante pobre.

Como aconselharia os pais a alimentar melhor as suas crianças?

Primeiro que tudo, lembraria os pais de que eles são o principal modelo a seguir para aquela criança. E que de nada adianta dizermos a uma criança para ter um determinado comportamento, se o seu “modelo” não o faz. De nada adianta dizer a uma criança que tem que comer sopa todos os dias, se os pais não o fizerem e não derem o exemplo.

Numa sociedade que privilegia cada vez o aspecto físico, a obesidade não poderá afectar as  crianças de uma forma desumana diminuindo a sua autoestima para o resto da vida?

A obesidade não afeta só a auto-estima da criança, como dificulta a sua qualidade de vida, para realizar tarefas como andar, correr ou simplesmente apertar os sapatos; como condiciona a sua saúde, enquanto criança e posteriormente na vida adulta.

Eu defendo que o segredo está na prevenção e não no tratamento. É preciso evitar que as nossas crianças fiquem obesas. É preciso mudar mentalidades, mudar hábitos. Claramente a obesidade condiciona a vida das crianças e elas sofrem com isso.

A genética é assim tão importante quanto se ouve por aí, ou há apenas uma predisposição para a obesidade que pode ser facilmente combatida através do exercício e alimentação?

A genética é um fator importante mas não é o único e nem sequer é o principal. Claramente os maiores determinantes são os maus hábitos alimentares e a inatividade física. E ainda que possa ser a genética, não sendo este um fator modificável, a chave continua a ser melhorar a alimentação e promover a prática de exercício físico.

Nestes casos devem ser efetuados exames clínicos específicos?

Claro que sim, se não houver hábitos alimentares desregrados que justifiquem o excesso de peso e se se tratar de uma criança ativa, é necessário perceber a causa do excesso de peso, que poderá ser de ordem clínica. Nesses casos sim, pode ser necessária a realização de exames médicos. 

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Grupo de Estudos de Cancro e Trombose
De acordo com as estatísticas internacionais, diariamente, 1.600 pessoas perdem a vida devido a um tromboembolismo venoso,...

O risco dos doentes com cancro em particular e das pessoas em geral de desenvolverem um tromboembolismo venoso (TEV), caracterizado pela trombose venosa profunda (TVP) e sua maior complicação, a embolia pulmonar (EP), é muitas vezes fatal. O distúrbio é considerado de difícil diagnóstico pelos especialistas, mas muito frequente, especialmente, em pacientes hospitalizados ou acamados, mesmo aqueles que não tenham passado por uma cirurgia.

Assinala-se a 13 de outubro o Dia Mundial da Trombose (World Thrombosis Day) e o Grupo de Estudos de Cancro e Trombose (GESCAT) volta a associar-se à comemoração deste dia que foi reconhecido pela primeira vez em 2014 pela Sociedade Internacional de Trombose e Hemostase (ISTH). Para assinalar a data, o GESCAT acaba de lançar a campanha de sensibilização “DESCOMPLICAR O TROMBOEMBOLISMO. CONHECER É A MELHOR FORMA DE PREVENIR!” com foco nas suas causas, fatores de risco, sinais e sintomas e evidência científica na prevenção e tratamento.

Sérgio Barroso, médico oncologista e o atual presidente do Grupo de Estudos de Cancro e Trombose (GESCAT) explica que “os objetivos desta nova campanha são informar, sensibilizar e consciencializar a população, doentes e seus familiares, profissionais de saúde e decisores políticos para um problema ainda pouco conhecido, mais concretamente o TEV, uma doença silenciosa e que pode ser fatal”.

O TEV resulta da formação de coágulos de sangue nas veias, levando ao seu entupimento e impedindo que o sangue circule normalmente. Esta situação atinge na grande maioria dos casos os pacientes hospitalizados, doentes oncológicos e grávidas. A obesidade e hábitos de consumo de álcool ou tabaco são também fatores que aumentam o risco de ocorrência. Sendo o acesso aos cuidados de saúde fundamental nestes casos, é importante que as pessoas saibam reconhecer os sinais e os sintomas de um tromboembolismo, frequentemente assintomático, subdiagnosticado e por vezes o primeiro sinal manifestado é a morte. Os mais comuns são dor na perna, que pode ser apenas de pé ou ao caminhar, inchaço de parte da perna ou do seu todo, endurecimento da perna com aumento da temperatura local e mudanças de cor da pele na perna afetada.

Relativamente às ações previstas para o dia 13 de outubro, o GESCAT vai realizar duas ações de guerrilha. Uma, no período da manhã, entre as estações de Pragal e Penalva da Fertagus, e outra ao final da tarde, entre as estações do Cais do Sodré e Cascais da CP - Comboios de Portugal. A ação consiste na distribuição de folhetos informativos por uma Mascote em forma de trombo que vai viajar nas carruagens para elucidar os utentes sobre como se desenvolve um tromboembolismo e as suas consequências. Vão também ser colocadas Bancas Informativas nas estações de Sete Rios e Cais do Sodré da CP - Comboios de Portugal. A Mascote e a Banca Informativa também poderá ser encontrada no Metropolitano de Lisboa na estação do Marquês de Pombal onde a população poderá ficar a saber mais sobre as causas, os sintomas e as formas de prevenção do TEV. “Este é fundamentalmente um dia de sensibilização e esclarecimento e para isso estamos a lançar uma campanha onde vamos ao encontro das pessoas para as ajudar estar atentas à realidade desta doença e a prestar a devida atenção aos sinais do seu corpo”, elucida Sérgio Barroso.

“Esperamos que a mediatização desta Campanha possa alcançar os decisores políticos que são fundamentais para que o TEV possa ser encarado como um problema de saúde pública crescente”, adianta Sérgio Barroso. “Informar, sensibilizar e consciencializar a comunidade científica e a comunidade em geral é crucial para facilitar o acesso dos doentes oncológicos sob risco ou com diagnóstico de TEV à prevenção e ao tratamento”, conclui o presidente do Grupo de Estudos de Cancro e Trombose.

Adexo
A Adexo, associação de doentes obesos e ex-obesos, quer melhorar as condições de saúde dos doentes em Portugal, pois apesar de...

Em Portugal, o número de pessoas com excesso de peso chega aos três milhões de pessoas, das quais 1,5 milhões são obesas e 350.000 são super-obesas, o que faz de Portugal um dos países com maior taxa de obesidade na União Europeia.

“A verdade é que os doentes obesos são privados do acesso à saúde e ao seu devido tratamento por falta de condições básicas. Estas falhas necessitam de ser colmatadas. Enquanto associação de doentes representante da área queremos criar melhores condições para que os doentes com obesidade estejam mais acompanhados.” refere o presidente da Adexo, Carlos Oliveira.

A associação tem vindo a reunir com as entidades políticas e sociedade civil para falar sobre o impacto que a obesidade tem na sociedade e se conseguirem criar sinergias mais propícias a para a resolução do problema.

O presidente da Adexo indica que têm vindo “a apresentar propostas para melhorar aquelas que consideramos serem as principais problemáticas dos doentes obesos. Queremos melhorar a qualidade de vida das pessoas com obesidade e a melhorar o contexto português do diagnóstico e tratamento da obesidade, possibilitando um aumento das opções de tratamento”.

O acesso destes doentes e fidelização aos seguros de saúde bem como ao seguro para empréstimo de compra de habitação própria mas também questões relacionadas com o diagnóstico e tratamento da obesidade, como inclusão da análise de resistência à Leptina no sistema de análises comparticipadas, a comparticipação dos suplementos vitamínicos específicos para doentes sujeitos a cirurgias para redução de peso, mas também a comparticipação da terapêutica farmacológica para tratamento da obesidade, são as propostas da associação.

Portugal foi o primeiro país europeu a reconhecer a obesidade como doença e o único com regulamentação para esta doença. Contudo a mortalidade está em cerca de 1.500 pessoas por ano no nosso país, sendo que um elevado Índice de Massa Corporal (IMC) foi responsável pela morte de 4 milhões de pessoas no mundo.

Os custos com o tratamento das multipatologias como a diabetes tipo 2, as doenças cardiovasculares, a apneia do sono, entre outras, em conjunto com a mortalidade associada, continuam a aumentar.

A Adexo, aproveita o Dia Mundial da Obesidade para lançar o seu novo website que tem o objetivo de facilitar a comunicação com a população e os principais interessados no tema da obesidade e da associação. A nova versão da página da Adexo tem uma melhor navegabilidade e inclui informação como pesquisas científicas na área da obesidade, trabalhos que estejam a ser desenvolvidos pela associação, fotografias e vídeos. Para visitar a página pode aceder através do link http://www.adexo.pt/

Quatro em cada cinco casos de deficiência visual são evitáveis
O grupo SPO Jovem da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia vai promover dois rastreios gratuitos para deteção de doenças...

“Os rastreios da visão são fundamentais porque há várias doenças oculares que podem ser prevenidas ou tratadas se forem diagnosticadas a tempo”, confirma Manuel Monteiro Grillo, presidente da SPO. “A saúde visual é um dos aspetos ao qual é preciso dar mais atenção, mas cuja importância as pessoas ainda tendem a ‘esquecer’ ou negligenciar”, acrescenta o especialista.

O presidente da SPO alerta para o envelhecimento progressivo da população, uma tendência nacional e não só. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, as deficiências visuais são, de facto, mais frequentes na população idosa, com os números mais recentes (2010) a revelar que 82% das pessoas invisuais e 65% das pessoas portadoras de défice de visão parcial ou total têm mais de 50 anos. Um envelhecimento “acompanhado por problemas visuais, que se complicam. Mas até para estes, graças aos avanços dos últimos anos na área da oftalmologia, é possível dar resposta e até mesmo evitar a cegueira”, reforça o especialista.

A catarata, uma doença que se caracteriza pela opacificação do cristalino, a lente natural do olho e está relacionada com o envelhecimento, é uma dessas doenças, cujos sintomas passam pela diminuição progressiva da acuidade visual, sensação de névoa, fotofobia, halos e dificuldade de visão em situações de luminosidade excessiva ou de muito pouca luz, o que pode originar fadiga ocular na condução e no trabalho com monitores. E ainda que não seja fácil a sua prevenção, é possível tratar este problema, que pode ser detetado atempadamente, com uma observação feita pelo médico oftalmologista.

O mesmo acontece com muitos dos erros refrativos, como a miopia, astigmatismo, hipermetropia e presbiopia, que podem ser corrigidos, sendo mais uma vez o diagnóstico precoce a melhor forma de evitar maiores problemas. “A consulta regular ao oftalmologista, sobretudo depois dos 40 anos, é muito importante. A prevenção é, aqui como em muitas outras áreas, a melhor arma”, reforça Manuel Monteiro Grillo.

Em Portugal, de acordo com a Direção-geral da Saúde, estima-se que cerca de metade da população sofra de alterações da visão, que vão da diminuição da acuidade visual à cegueira. São estas as estatísticas para as quais alerta a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) por ocasião do Dia Mundial da Visão, que se assinala na semana em que Lisboa recebe o XXXV Congresso da Sociedade Europeia de Catarata e Cirurgia Refrativa (ESCRS), e que tem como principal objetivo sensibilizar e alertar a população para a necessidade de vigiar regularmente a saúde dos olhos, já que o diagnóstico precoce é um fator potencialmente decisivo para a prevenção das doenças oculares.

Estudo
A forma como as pessoas com doenças crónicas, nomeadamente a diabetes tipo 2, gerem a sua doença (aderem aos tratamentos e...

A literacia em saúde é uma questão global da saúde pública. Vários estudos mostram que um baixo nível de literacia individual afeta negativamente os indivíduos, quer na forma como compreendem a informação sobre saúde, quer na forma como comunicam com os médicos ou aderem aos tratamentos.

“Na literatura começam a surgir algumas informações sobre o modo como o suporte emocional e funcional influencia positivamente a melhoria dos cuidados continuados de doenças crónicas, como a diabetes tipo 2. Essas melhorias poderão ser mais facilmente alcançadas se for considerada a literacia em saúde distribuída, ou seja, a forma como o conhecimento da doença se distribui pela rede social do indivíduo”, refere Liliana Abreu, primeira autora do estudo.

Para compreender a importância da literacia distribuída em saúde na gestão da doença, os investigadores realizaram um estudo qualitativo e observacional que envolveu pessoas diagnosticadas com diabetes tipo 2 (26, no total). Os autores identificaram a rede de suporte (mediadores de saúde) utilizada pelos participantes, o conhecimento que têm da doença, a forma como circulam e navegam nos serviços de saúde, o modo como vivenciam a patologia, entre outros aspetos. “Queríamos perceber como é que as pessoas usam as redes pessoais para concretizarem tarefas relacionadas com a gestão da própria doença. E estamos a falar de tarefas muito básicas, como tomar a medicação ou os cuidados com a alimentação”, diz a investigadora.

Os resultados revelam que o apoio da família, dos amigos e dos profissionais de saúde é relevante para a gestão desta doença crónica. Os indivíduos com menos escolaridade usam os seus mediadores para obterem, essencialmente, auxílio do ponto de vista informacional e funcional, ao passo que as pessoas mais escolarizadas utilizam a sua rede para obterem, sobretudo, suporte de cariz emocional.

Em termos práticos, a investigação chama a atenção para o facto de na gestão de doenças crónicas e de cuidados continuados, como a diabetes tipo 2, existir a necessidade de se criarem espaços de diálogo entre os diferentes mediadores e os pacientes.

“O reconhecimento da literacia em saúde distribuída é inovador e complementa a informação sobre a influência das redes de suporte do indivíduo, para a construção de um sistema de saúde mais sustentável e centrado no doente. Tal representa a atual estratégia global dos cuidados continuados integrados de saúde, onde a coprodução de conhecimento e governação para a saúde se sustenta na provisão de saúde personalizada”, avança Liliana Abreu. “O estudo salienta a necessidade de existir um maior enfoque na literacia em saúde distribuída e não apenas na literacia em saúde individual, uma vez que esta não reside unicamente na forma como se lida com a informação a nível cognitivo. Além disso, os mediadores podem ajudar a compensar o baixo nível de literacia dos doentes. Identificar os mediadores e entender a forma como a distribuição de responsabilidades na gestão da doença se distribui na rede, de modo a permitir uma colaboração mais eficaz entre os profissionais de saúde, família/amigos e media, é crucial”, conclui.

O estudo intitulado “Distributed health literacy among people living with type 2 diabetes in Portugal: Defining levels of awareness and support” foi publicado na revista “Health and Social Care in the Community” e pode ser consultado aqui.

Direção-Geral de Saúde
A Direção-Geral de Saúde lançou hoje um “manual sobre obesidade e terapêutica” para ajudar a combater o problema de excesso de...

Lançado no Dia Mundial do Combate à Obesidade, “o manual pretende ser um contributo” do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável na luta contra o excesso de peso, que inclui a pré-obesidade e a obesidade, “provavelmente o principal problema de Saúde Pública em Portugal”, refere a Direção-Geral de Saúde (DGS) em comunicado.

A DGS alerta que este problema tem “implicações sérias” no aparecimento de diferentes doenças como a diabetes, as doenças cérebro-cardiovasculares, a patologia osteoarticular e a generalidade dos cancros.

“Doenças, que no seu todo, representam a principal despesa em saúde do estado português e o principal encargo do Serviço Nacional de Saúde”, salienta no comunicado.

Apesar desta situação “considerada grave, a abordagem terapêutica à obesidade é marcada por um forte insucesso e está organizada ao longo do país das mais diversas formas, sem ter sido discutido ainda a nível nacional uma estratégia de base, minimamente consensual”.

“Assim, a este nível, será importante e de forma recorrente, tentar consensualizar sobre as melhores estratégias terapêuticas nutricionais à luz da mais recente evidência científica”, afirma no comunicado o diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, Pedro Graça.

Segundo a DGS, pretende-se apresentar neste manual o cenário epidemiológico da obesidade em Portugal, refletir sobre os melhores indicadores a utilizar para o seu diagnóstico, bem como apresentar algumas orientações para o tratamento desta patologia, em particular no que diz respeito à terapêutica nutricional.

Apresenta ainda a abordagem do Serviço Nacional de Saúde ao tratamento do excesso de peso.

21º na Europa
Portugal está no fundo da tabela no ranking dos países da Europa a 28 sobre igualdade de género, tendo subido uma posição e...

O ranking é elaborado pelo Instituto Europeu para a Igualdade de Género (EIGE, na sigla em inglês), segundo o qual a União Europeia a 28 está a conseguir fazer progressos em matéria de igualdade de género, ainda que de forma lenta.

Os dados do EIGE, relativos a 2015, mostram que a média europeia está agora nos 66,2 pontos em 100, quatro pontos acima do valor de há dez anos, com a Suécia em primeiro lugar, com 82,6 pontos, e a Grécia no fim, com 50 pontos.

Nesta tabela, Portugal aparece em 21.º lugar, com 56 pontos, o que significa que o país tem vindo a conseguir melhorar a sua posição, já que começa com 49,9 pontos em 2005, sobe para 53,7 em 2010, 54,4 em 2012 e agora 56 em 2015.

O ranking avalia os vários países em seis domínios, desde o trabalho, dinheiro, saúde, educação, tempo e poder, sendo que é nas três primeiras que Portugal se destaca e nas três últimas que obtém as piores classificações.

É mesmo na saúde que Portugal obtém a classificação mais elevada, 83,6 pontos em 100, sendo que nesta área o EIGE alerta para o facto de as desigualdades de género serem um desafio crescente para as sociedades envelhecidas.

Apesar da pontuação tão alta, Portugal é incluído no grupo de três países, com a Lituânia e a Letónia, com as piores situações, com o EIGE a referir que a saúde é um indicador da situação económica e de educação de um país, já que “baixos níveis de educação significam uma saúde mais pobre, especialmente entre as mulheres”.

Em matéria de trabalho, onde Portugal consegue 72 pontos, o EIGE aponta que tem havido um progresso muito lento nos últimos dez anos na União Europeia, com as pontuações mais elevadas na Suécia, Dinamarca e Holanda e as mais baixas na Grécia, Itália e Eslováquia.

Já em matéria de dinheiro, Portugal consegue uma avaliação de 70,9 pontos, e é incluído no grupo de sete países com progressos marginais, abaixo dos três pontos, enquanto a maioria dos estados membros melhorou nesta área desde 2005, “trazendo as mulheres e os homens para igual acesso à independência económica”.

Sobre a questão monetária, o EIGE aponta que as desigualdades ao longo da vida levam a maiores fossos de género nas idades mais avançadas, e que as mulheres enfrentam um maior risco de pobreza em idosas do que os homens, com 18% das mulheres e 12% dos homens com mais de 75 anos em risco de pobreza monetária.

Onde Portugal tem a classificação mais baixa é em matéria de poder, com 33,9 pontos, mas onde é referido como tendo conseguido subir mais de 10 pontos graças a ter melhorado o equilíbrio entre géneros nas tomadas de decisão.

O EIGE atribui grande parte do sucesso à introdução de quotas, apontando Portugal como um dos nove países com legislação específica e como um dos países onde houve mais progressos graças ao facto de a legislação de quotas estar a ser aplicada há mais tempo.

No que diz respeito à educação, a classificação de Portugal chega aos 54,8 pontos, com o país a ser incluído no grupo de cinco onde a situação melhorou mais de 10 pontos no nível educativo e participação.

Por último, no que diz respeito ao uso do tempo, onde Portugal obtém 47,5 pontos, o país é apontado como um dos nove que em 2015 atingiram a meta de providenciar creche a 33% de crianças com menos de três anos.

Por outro lado, os homens portugueses são dos que menos usam do seu tempo nas tarefas domésticas, o que faz com que em Portugal haja um fosso de género de 60%.

Infarmed
Um lote do medicamento para a rinite alérgica e urticária Levocetirizina Fair-Med 5mg, da empresa Fair-Med Healthcare GmbH, vai...

Segundo a Autoridade Nacional para o Medicamento (Infarmed), a comercialização foi suspensa e a empresa fará a recolha voluntária do lote n.º E16370A, com validade até setembro de 2019.

Os doentes que utilizem medicamentos do lote indicado não devem interromper o tratamento, mas sim contactar o médico para substituir o lote ou o fármaco por um medicamento alternativo.

O Infarmed acrescenta que as entidades que têm em stock embalagens pertencentes ao lote afetado devem devolvê-las, não as podendo vender, dispensar ou administrar.

Alunos
A Bastonária da Ordem dos Nutricionistas alertou hoje para a falta de vigilância das refeições escolares, lembrando que existem...

A posição da bastonária Alexandra Bento surge após denúncias de associações de pais sobre má qualidade e pouca quantidade de alimentos fornecidos pelas cantinas.

Alexandra Bento disse à Lusa não ter ficado surpreendida com a notícia, que veio confirmar vários estudos nacionais que revelam casos de escolas onde “a qualidade das refeições apresenta problemas graves”.

Existem referenciais para o que é disponibilizado nas cantinas e bares “que podem ser melhorados, mas a grande preocupação é o cumprimento dessas regras e a falta de fiscalização”, sublinhou a bastonária.

“O que se verifica em algumas escolas é alarmante e esta é uma questão prioritária. O perigo para as crianças é imenso. Estamos a falar na saúde futura das nossas crianças”, alertou.

Contactado, o gabinete do Ministério da Educação explicou que cabe às direções escolares “a responsabilidade diária pelo refeitório e todo o seu acompanhamento, garantindo o seu bom funcionamento”.

As direções escolares devem “acompanhar o serviço prestado e proceder à avaliação das refeições”, acrescentou o ME.

Este ano, os serviços do ministério já receberam várias reclamações: “Na maioria evidenciava-se o baixo nível da qualidade dos produtos utilizados pelas empresas adjudicatárias”.

A Lusa contactou o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira, que admitiu que possam existir falhas em algumas escolas, principalmente onde o serviço é feito por empresas privadas.

“As refeições deveriam ser confecionadas nas escolas, que têm cantinas e cozinhas para o fazer. Quando isso acontece não há queixas, mas atualmente muitas escolas têm entregado a confeção a privados. As refeições são técnica e cientificamente corretas mas não são apelativas para os alunos”, defendeu Manuel Pereira.

Atualmente existem 1.148 refeitórios em funcionamento nas escolas de 2.º, 3.º ciclos e secundário: 548 de gestão direta, 776 de gestão adjudicada e 24 de gestão autárquica, segundo dados do ME.

Na escola de Manuel Pereira as refeições são feitas na cantina por funcionários e o presidente garante que ficam abaixo do valor mínimo definido pela tutela: “As refeições têm de ficar entre os 1,42 euros e os 1,70 euros. Nós conseguimos fazê-las 20 cêntimos abaixo e oferecemos às crianças peixe fresco, não congelado”, garantiu à Lusa.

A Bastonária da Ordem dos Nutricionistas duvida que as empresas privadas consigam oferecer refeições com qualidade quando o valor ronda os 1,50 euros por aluno: “Com estes valores é possível conseguir o equilíbrio nutricional mas é preciso muita mestria, sendo que no caso das empresas me parece impossível, porque além dos géneros alimentares ainda têm de pagar funcionários e equipamentos”, alertou.

Para Alexandra Bento estes problemas poderiam ser minimizados com a criação de uma equipa de nutricionistas que ficariam responsáveis por supervisionar os referenciais estabelecidos para as cantinas e bares, pela garantia de que as empresas estavam a cumprir com o que se tinham comprometido nos contratos e com campanhas de promoção de saúde nas escolas.

"Às vezes não é preciso muito dinheiro. Com pequenas ações podemos ter resultados fenomenais, desde que haja conhecimento técnico e vontade", concluiu a bastonária.

Doenças respiratórias
A Associação RESPIRA sensibiliza a população para a realização da espirometria, como sendo um exame não invasivo, prático e...

“É importante mostrar às pessoas que se trata de um exame simples e indolor e, acima de tudo, essencial no despiste das doenças respiratórias e na garantia de uma melhor qualidade de vida da pessoa recém diagnosticada. Este exame pode prevenir estadios mais avançados da DPOC. Queremos transmitir a mensagem de que realizar uma espirometria é como medir a tensão arterial, ou seja, os resultados são imediatos, sendo as principais vantagens deste exame a sua simplicidade, fácil compreensão e interpretação para um rápido diagnóstico”, explica Isabel Saraiva, vice-presidente da RESPIRA.

A Associação RESPIRA congratula ainda a Direção Geral de Saúde (DGS) pela implementação do projeto-piloto da criação de uma rede de espirometrias nos Cuidados de Saúde Primários. Este projeto permitiu a realização de mais de 3.000 exames nos centros de saúde das regiões do Algarve e Alentejo entre outubro de 2016 e julho de 2017.

“Este projeto piloto tem permitido reforçar a prevenção e o diagnóstico precoce da DPOC e garantir um tratamento adequado e articulado entre os cuidados de saúde primários de proximidade e os cuidados de saúde hospitalares. O relatório deste ano apresenta um balanço muitopositivo, aponta para uma redução significativa dos internamentos das doenças respiratórias crónicas e para o aumento da probabilidade de se identificarem doentes numa fase mais precoce e de se começar a tomar medidas preventivas,como a vacinação para a gripe, a terapêutica adequada e a cessação tabágica”, explica Cristina Bárbara, Diretora do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias.

“Esperamos que os bons resultados inferidos do projeto-piloto permitam alargar a acessibilidade a este exame a nível nacional. Os ganhos em saúde serão, certamente, enormes, haverá maior eficácia da terapêutica, redução da necessidade de internamento, menos mortalidade, mais e melhor prevenção, menos absentismo, mais produtividade e, acima de tudo, melhor qualidade de vida dos nossos doentes”, conclui Isabel Saraiva.

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