Bastonário
A Ordem dos Médicos quer travar a publicidade enganosa na saúde. Por isso propôs ao Ministério da Saúde a criação de uma...

"É importante que sejam cumpridas regras das boas práticas e não existam publicidades disparatadas, que colocam em risco a saúde", defende o bastonário dos médicos, fazendo referência a suplementos vitamínicos e de cálcio e que são vistos como "soluções milagrosas".

"A Ordem sozinha tem pouca capacidade de resposta quando falamos de publicidade enganosa ou matérias semelhantes. Temos o conhecimento para perceber se existe ou não validade científica, se a publicidade está ou não a enganar as pessoas, mas não temos capacidade de investigar e de atuar. Podemos atuar sobre médicos que estejam a prevaricar, mas não podemos atuar sobre não médicos", diz Miguel Guimarães ao Diário de Notícias, para explicar a necessidade de uma unidade multiprofissional "que possa avaliar e conduzir este tipo de processos no sentido de parar a publicidade se for caso disso".

"Penso que todos já perceberam que as questões relacionadas com a publicidade enganosa são uma das maiores ameaças que temos à saúde pública. Não podemos continuar a deixar que as coisas sigam este rumo e não fazermos nada", reforça o bastonário, acrescentando que um dos focos da preocupação são os "produtos que levam, por exemplo, a um consumo exagerado de algumas substâncias que podem fazer mal à saúde. Estou a pensar em produtos relacionados com o cálcio, vitamina D, uma série de proteínas, ou questões como a que surgiu com uma clínica em Lisboa - entretanto encerrada - em que as pessoas faziam soros que não se sabia bem o que tinham e recuperavam fisicamente ao fim de 24 horas. Estou a falar em coisas que são um estimulante. As pessoas têm necessidades e gostam de soluções que sejam milagrosas".

E também como são anunciados. "A forma como se faz a publicidade, do género de compre um produto e leva dois. Percebo quando se faz com iogurtes ou leite, não percebo que se faça com determinado tipo de medicamentos ou produtos que se consumidos em excesso, ou se não necessários, podem ter efeitos nocivos para a saúde. Quando falamos de produtos como vitaminas ou cálcio é importante explicar quais são exatamente as vantagens e os inconvenientes. Isto não é possível em publicidade, cujo efeito é estimular o consumo. E no caso do cálcio era uma coisa brutal. Ainda por cima feito com figuras públicas, com uma capacidade de influência acima da média", afirma, referindo-se a um produto de cálcio vendido por telefone e anunciado em programas televisivos de grande audiência, alvo de uma providência cautelar da Ordem dos Farmacêuticos, rejeitada pelo tribunal.

Proteger a prevenção
A preocupação da Ordem estende-se também à atuação de médicos que promovam mensagens contra a prevenção, como o que aconteceu com as vacinas ou em relação à medicação para o colesterol, referindo-se a uma entrevista dada pelo médico Manuel Pinto Coelho "com as afirmações de que o tratamento do colesterol que mata e se deve beber água salgada. Quando são matérias destas, que por indução podem colocar em perigo a saúde pública, são abertos inquéritos disciplinares. Baixar o nível colesterol no sangue significa que vai ter muito menos risco de ter um enfarte e de desenvolver um Acidente Vascular Cerebral (AVC), duas das situações que mais matam em Portugal", diz o bastonário, adiantando que a proposta da criação de uma unidade especial foi apresentada ao ministério há cerca de um mês.

A Ordem vai lançar ainda este mês no seu site uma área com informação sobre os temas mais polémicos relacionados com a saúde. Tal como uma equipa a triar sites nacionais e internacionais e dizer quais têm validade científica para a população geral procurar informação sobre saúde.

Genética
O Instituto de Investigação e Inovação em Saúde anunciou que um projeto europeu que ajuda a identificar sinais de problemas...

O projeto Gen-Equip, que integrou uma equipa de investigadores do Centro de Genética Preditiva e Preventiva (CGPP) e do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), foi selecionado pelo “alto nível de inovação e pelo valioso contributo para a formação de profissionais de saúde na Europa”.

A ideia base do projeto galardoado, que conta com mais cinco parceiros europeus, é disponibilizar, online e gratuitamente, conteúdos educativos para profissionais de cuidados de saúde primários.

Desta forma, esclarecem os promotores do Gen-Equip, os cuidados prestados a pacientes, que têm ou estão em risco de ter alguma condição de saúde de base genética, serão “grandemente melhorados e adequados”.

Segundo Milena Paneque, investigadora do i3S e do Centro de Genética Preditiva e Preventiva (CGPP), que coordenou a equipa portuguesa, “os serviços de saúde primária são a primeira linha de apoio a estes pacientes, mas frequentemente sentem dificuldades em resolver questões simples, mesmo de orientação dos pacientes”.

Por isso, sustenta, “disponibilizamos ferramentas básicas e essenciais para orientar esses profissionais quando prestam apoio nesses casos”.

Na plataforma online do projeto podem encontrar-se, entre outros, tutoriais, casos de estudo práticos, sinais de alerta e indicadores que facilitam o diagnóstico precoce de várias doenças hereditárias.

Por exemplo, há módulos que ajudam a identificar situações de gravidez que deverão ser referenciadas para consulta de Genética, outros que ensinam a identificar sinais de alerta quando existe um atraso no desenvolvimento da criança, e outros ainda sobre indicadores de várias condições hereditárias no adulto, tais como o cancro da mama, o cancro coloretal ou doenças cardiovasculares.

Os profissionais poderão fazer formação online para estas patologias em qualquer altura e em qualquer fase da carreira.

O projeto Gen-Equip foi lançado em 2014 integrado e financiado pelo programa Erasmus+ e foi desenvolvido numa lógica de colaboração entre académicos, profissionais de saúde e pacientes de vários países europeus.

Em Portugal, de acordo com Milena Paneque, “o número de profissionais a realizarem algum destes oito módulos temáticos só é ultrapassado pelos participantes do Reino Unido”.

A realização de dois workshops para a aproximação entre os especialistas da Genética e da Medicina Geral Familiar, em Lisboa e no Porto (i3S), “já começam a dar os seus primeiros frutos com a recente proposta de criação do Núcleo de Estudos em Genética dentro da própria Associação Portuguesa de Medicina Geral Familiar”, acrescenta.

O European Health Forum Gastein (EHFG) atribui o prémio European Health Award para reconhecer projetos transnacionais que contribuem para a melhoria da saúde pública e dos sistemas de saúde na Europa.

José Martins Nunes
O ex-secretário de Estado da Saúde Martins Nunes defende que a lei da transplantação de 1993 mudou o paradigma da doação de...

Este foi, de acordo com o então secretário de Estado da Saúde, José Martins Nunes, o maior avanço civilizacional nesta área: “São potenciais dadores todos os cidadãos nacionais e os apátridas e estrangeiros residentes em Portugal que não tenham manifestado junto do Ministério da Saúde a sua qualidade de não dadores”.

José Martins Nunes está a coordenar o livro "A lucidez da ousadia - A propósito da lei da transplantação 12/93", no âmbito das comemorações dos seus 25 anos, que será apresentado em breve na Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.

Nesta compilação, recorda-se que a Lei 12/93 foi um avanço notável para a atividade de transplantação em Portugal, já que definiu as formalidades de certificação de morte com as adaptações à prática da colheita, estabeleceu que o critério de certificação de morte para efeito de colheita de órgãos para transplante é o critério de morte cerebral (cuja definição e atualização é da responsabilidade da Ordem dos Médicos sob parecer do Conselho Nacional de Ética Para as Ciências da Vida), definiu o princípio da gratuitidade, proibiu a comercialização de órgãos ou tecidos e regulamentou a colheita em vida.

Este trabalho tem depoimentos do então ministro da Saúde, Arlindo Carvalho, do então secretário de Estado da Justiça, Borges Soeiro, deputados que participaram na discussão e aprovação da lei e outras personalidades que estiveram envolvidas, como Vítor Feytor Pinto, então membro do Conselho Nacional de ética para as Ciências da Vida e Coordenador da Pastoral da Saúde.

A lei diz também que a obtenção do consentimento para dadores vivos tem os mesmos requisitos de qualquer outro tipo de intervenção médica a realizar no corpo humano.

São impostas restrições para menores e para incapazes, sendo que no primeiro caso o consentimento é dado pelos pais e pelos tribunais e, no segundo caso, o consentimento é dado pelos tribunais, para as situações de colheita ‘post mortem’ (dador cadáver).

Alexandre Linhares Furtado
O antigo cirurgião Alexandre Linhares Furtado, responsável pelo primeiro transplante hepático com sucesso em Portugal,...

"Hoje já se faz clonagem e é possível um dia fazerem-se clonagens e a modificação genética de células do fígado do próprio doente, e criar, por vários métodos, um fígado que possa ser implementado a partir de um animal", disse o médico de 84 anos.

Linhares Furtado liderou em 26 de outubro de 1992 a equipa que efetuou o primeiro transplante hepático com sucesso.

"O que eu esperaria que nesta altura fosse uma realidade era a utilização de fígados de animais", defende, explicando que o porco, "por variadíssimas razões, foi o animal mais escolhido, por ser mais parecido em certas condições com o fígado do ser humano".

Em medicina, sustentou, “estas coisas demoram muito tempo, porque a passagem de experiências do animal para o homem requer muitas décadas e muito cuidado".

O antigo cirurgião fala em avanços técnicos muito grandes nestes 25 anos, com critérios "muito mais apertados e resultados que melhoraram muito".

"As indicações para transplante estão muito melhor definidas, há muita patologia hepática que transplantávamos na altura e que reduziu o número de doentes e o aproveitamento de órgãos de cadáveres é melhor", explicou.

"Na transplantação, hoje é vulgar que centros que não arrisquem muito em doentes de alto risco tenham resultados de 90% de sobrevida. Quando comecei, tínhamos uma sobrevida de 78 a 80%, com muita mortalidade, pois transplantávamos casos que hoje seriam oficialmente recusados", acrescentou.

Linhares Furtado foi também o primeiro cirurgião português a realizar o primeiro transplante de órgão em Portugal, em 20 de julho de 1969, quando não havia lei, tendo transplantado um rim de um dador vivo, da irmã do doente.

Sobre a atual lei da transplantação, o médico salientou que se tratou de uma legislação "muito à frente no tempo", que motivou também a criação dos centros de transplantação.

"Foi um passo muito grande e, é curioso, não foi muito discutido. Só este ano, em janeiro, é que a França o adotou", disse.

A lei de 1993, que começou a ser trabalhada em 1991, é inovadora, ao aplicar o princípio da solidariedade presumida e ao criar o registo de não dadores, para as pessoas que não desejam doar órgãos após a morte.

"Os nossos indicadores de transplantação eram muito maus em 1991. Eram péssimos e melhoraram bastante, quer na colheita de órgãos, em que passámos a ser um dos melhores países a nível de colheita, quer na transplantação, em que também somos - julgo que só superados pela Espanha e por mais um ou outro país", salientou José Martins Nunes, antigo secretário de Estado da Saúde, um dos responsáveis pela Lei da Transplantação, aprovada, por unanimidade, na Assembleia da República, em 1993.

Para o presidente da secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, a transplantação "é uma grande odisseia que nem só pode ser considerada como um feito do ponto de vista técnico, científico e médico”.

“Mas também uma história de luta contra as adversidades que todos conhecemos e continuamos a conhecer, obviamente num enquadramento diferente, que são as insuficiências do Serviço Nacional de Saúde".

Em declarações, Carlos Cortes lamenta que Coimbra tenha muitas dificuldades em recursos humanos e apela ao Ministério para que resolva "muito rapidamente este problema, já que foi o responsável por muitas pessoas que necessitam de fígados fossem desviados para outros centros de transplantação".

Canadá
Mais de duas mil pessoas com doenças incuráveis recorreram à ajuda médica para morrer no ano seguinte à legalização desta...

Entre a legalização desta possibilidade, em junho de 2016, e 30 de junho de 2017, houve 1.982 pessoas que recorreram à ajuda médica para morrer, segundo o Ministério da Saúde canadiano.

A grande maioria destas pessoas sofria de cancro.

No primeiro semestre deste ano, este recurso foi usado por 1.179 pessoas, o que “representa cerca de 0,9% do total de mortes à escala nacional”.

O Quebeque já autorizava esta ajuda médica para morrer desde dezembro de 2015, tendo sido usada por cerca de 200 pessoas antes da adoção da lei federal.

O recurso à ajuda médica para morrer está reservado aos adultos atingidos por “um problema de saúde grave e irremediável” e consiste em uma injeção letal, dada pelo pessoal médico, ou na ingestão de comprimidos que provocam a morte do paciente, no hospital ou em casa.

Depois da divulgação do relatório, a ministra da Saúde, Ginette Petitpas Taylor, saudou a colaboração das províncias na coleta de informação, admitindo que se trata de uma “questão complexa e sensível”.

EUA
A administração norte-americana liderada por Donald Trump anulou uma disposição legal que obrigava as entidades empregadoras a...

A decisão de Trump representa um duro golpe na lei de saúde que foi promovida pelo ex-Presidente Barack Obama, que ficou conhecida como ‘Obamacare’, uma vez que alarga o regime de exceção da disposição, já aplicado a instituições religiosas, a todas as empresas comerciais.

O novo regulamento “alarga as exceções para proteger as convicções morais de certas entidades e indivíduos, cuja cobertura de saúde está sujeita à disposição sobre contraceção” do ‘Obamacare’, precisou um comunicado publicado pelo Departamento de Saúde dos Estados Unidos.

Esta nova medida poderá afetar milhões de mulheres norte-americanas, cujos métodos de contraceção são integralmente reembolsados pelas respetivas entidades empregadoras ao abrigo do ‘Obamacare”, a reforma do sistema de saúde que foi uma das bandeiras políticas de Barack Obama e que o atual Presidente prometeu revogar.

A disposição agora anulada era objeto de duras críticas por parte de grupos conservadores, que contestavam a medida desde a promulgação da lei em 2010.

Após uma longa batalha legal, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos deu razão, em 2014, a duas empresas que recusaram, em nome das suas convicções religiosas, cumprir a lei.

Em maio passado, Donald Trump assinou um decreto sobre a liberdade religiosa que previa, nomeadamente em decisões da própria administração norte-americana, a aplicação da figura de “objeção de consciência” em matérias relacionadas com a contraceção.

Iniciativa LPCC
Mais de oito mil pessoas participam no sábado, em sete cidades da região Centro, em caminhadas de sensibilização para a...

Organizadas pelo Movimento Vencer e Viver, do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), as caminhadas realizam-se simultaneamente em Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Covilhã, Guarda, Leiria e Viseu. Até quinta-feira havia já cerca de oito mil inscritos, um número que deve aumentar significativamente no sábado.

“As expectativas são as melhores. As pessoas estão cada vez mais sensibilizadas para este problema que é de todos. É um problema da comunidade, em que todos temos que assumir o compromisso de ajudar”, disse hoje à agência Lusa Olga Brás, coordenadora regional do movimento.

A iniciativa, intitulada “Pequenos Passos, Grandes Gestos”, realiza-se pelo oitavo ano consecutivo, sempre no Mês Internacional de Prevenção do Cancro da Mama. Até à edição de 2016, inclusive, estas caminhadas reuniram 60 mil participantes e angariaram 200 mil euros.

Na opinião de Olga Brás, “ninguém está indiferente a esta causa”.

“Todos nós temos de fazer um esforço para conseguir unir e chamar a atenção para a grande necessidade da prevenção e de deteção precoce do cancro da mama. E, mais uma vez, chamar a atenção para a mulher não faltar ao rastreio, porque quando o cancro é detetado atempadamente as coisas têm um final muito mais feliz”, frisou.

As caminhadas são precedidas de várias atividades de animação e terminam num ambiente de confraternização, sendo feito o apelo à participação de pessoas de todas as idades e de ambos os sexos.

A inscrição tem o valor de cinco euros, que revertem na íntegra para o Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro.

Segundo Vitor Rodrigues, do Núcleo Regional do Centro da LPCC, trata-se de um ambiente de festa, porque “já lá vai o tempo em que um diagnóstico de cancro era imediatamente acompanhado pela ideia de morte”.

Na sua opinião, importa reforçar a ideia de que, “ao longo das últimas décadas, vários fatores foram alterando essa realidade: armas terapêuticas mais disponíveis, mais eficazes e menos agressivas, técnicas de diagnóstico mais apuradas, maior consciencialização das pessoas para a necessidade e utilidade do diagnóstico precoce, diminuição do medo face ao diagnóstico e ao tratamento”.

Estes foram “fatores que influenciaram decisivamente a contínua batalha contra esta doença”, sublinhou.

As caminhadas ocorrem em sete cidades da região Centro onde existem extensões de funcionamento deste movimento de entreajuda, que visa o apoio à mulher desde o momento em que é diagnosticado um cancro da mama.

O trabalho do Movimento Vencer e Viver baseia-se no contacto pessoal entre uma mulher que está a viver uma situação de particular vulnerabilidade e uma voluntária que já passou por uma situação semelhante.

Entre os seus objetivos estão “o apoio emocional à mulher, seus familiares e amigos através do testemunho da voluntária (extensão, hospital, domicílio ou através de linha telefónica de apoio) e a promoção da melhoria de qualidade de vida pela disponibilização de vários serviços tendo em vista o bem-estar físico e emocional da mulher”.

O movimento refere que se estima que, na Europa, “surjam todos os anos 430.000 novos casos de cancro da mama e que uma em cada dez mulheres venha a desenvolver a doença antes dos 80 anos”.

“O cancro da mama é o tipo de cancro mais comum entre as mulheres e corresponde à segunda causa de morte por cancro, na mulher. Em Portugal, anualmente são detetados cerca de 6.000 novos casos de cancro da mama e 1.500 mulheres morrem com esta doença”, acrescenta.

SPR lança campanha de sensibilização
Em Portugal, estima-se que haja cerca de 5,9 milhões de portugueses com doença reumática e que a dor crónica custe mais de 4...

Apesar disso, "continua a não existir uma correta referenciação dos doentes com doenças reumáticas e a não haver uma boa cobertura de reumatologia no país. As pessoas acabam por não consultar nenhum médico especialista, apesar de terem queixas comuns como dores nas articulações", alerta o presidente da SPR, o médico José Canas da Silva.

"Estas doenças, tendo em conta o seu carácter evolutivo, devem ser diagnosticadas o mais precocemente possível, de modo a fazer um tratamento atempado e não deixar sequelas", avisa o especialista.

Para José Canas da Silva, uma sociedade avançada não pode excluir o tratamento integral das doenças reumáticas por especialistas. "Não podemos fingir que tratamos a doença reumática se não atribuirmos especialistas em número suficiente para um tratamento adequado e por isso, tem que haver mais reumatologistas destacados a nível nacional tal como previsto na rede de referenciação hospitalar aprovada pelo Ministério de Saúde", alerta.

Segundo a Sociedade Portuguesa de Reumatologia, existe em Portugal um subdiagnóstico deste tipo de doenças incapacitantes.

Há mais de uma centena de doenças reumáticas. Estas são consideradas, em todo o mundo, a causa mais frequente de morbilidade. Exemplos deste tipo de patologias incapacitantes são as doenças inflamatórias do sistema músculo-esquelético, do tecido conjuntivo e dos vasos (como é o caso da artrite reumatóide e do lúpus eritematoso sistémico), doenças que afetam os tecidos moles (tendinites), doenças degenerativas que afetam as articulações e a coluna vertebral (como é o caso da osteoartrose) e as chamadas doenças ósseas metabólicas (como a osteoporose).

Ação de sensibilização

A 14 de outubro, a Sociedade Portuguesa de Reumatologia, a Liga Portuguesa contra as Doenças Reumáticas e a Associação Portuguesa de Profissionais de Saúde em Reumatologia organizam a Corrida Mover 2017, assinalando o Dia Mundial do Doente Reumático, com o objetivo de estimular a prática desportiva como elemento da promoção da saúde e da qualidade de vida.

Comissão Europeia
O leite com chocolate continua a ser o preferido nas cantinas das escolas. Há quem acredite que a quantidade de cacau...

A Comissão Europeia quer acabar com a distribuição de leite com chocolate nas escolas em todos os Estados-membros da União Europeia, avança o ‘Diário de Notícias’. A medida visa promover o consumo de produtos lácteos sem adição de aromatizantes ou cacau entre os alunos do 1º ciclo escolar, mas há quem tema que a proposta possa levar a uma diminuição do consumo de leite.

O leite com chocolate continua a ser o preferido nas cantinas das escolas. Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos de Escolas Públicas, indica ao jornal que apesar da tendência para um maior consumo de leite com chocolate, verifica-se já “um aumento do consumo de leite branco” e é essencial “as escolas estarem na linha da frente de tudo o que for favorável a uma alimentação saudável”.

No entanto, há quem acredite que a quantidade de cacau adicionada ao leite é importante para estimular o consumo de produtos lácteos, tendo em conta que muitas crianças não gostam de beber leite simples. O diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, da Direção-Geral de Saúde (DGS), Pedro Graça, acredita que o importante é que se continue a promover o consumo de leite nas escolas.

“O leite é um excelente alimento, dado o seu valor nutricional inegável. Por isso o seu consumo deve ser estimulado nas escolas, com o menor número possível de aditivos”, sublinha Pedro Graça.

Em países como o Luxemburgo, o leite com chocolate deixou já de ser distribuído nas escolas. A medida comunitária vai aplicar-se apenas ao primeiro ciclo de ensino, continuando o leite com chocolate a ser vendido a grupos etários que a Comissão Europeia considera capazes de fazer escolhas saudáveis.

Comissão Europeia
O leite com chocolate continua a ser o preferido nas cantinas das escolas. Há quem acredite que a quantidade de cacau...

A Comissão Europeia quer acabar com a distribuição de leite com chocolate nas escolas em todos os Estados-membros da União Europeia, avança o ‘Diário de Notícias’. A medida visa promover o consumo de produtos lácteos sem adição de aromatizantes ou cacau entre os alunos do 1º ciclo escolar, mas há quem tema que a proposta possa levar a uma diminuição do consumo de leite.

O leite com chocolate continua a ser o preferido nas cantinas das escolas. Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos de Escolas Públicas, indica ao jornal que apesar da tendência para um maior consumo de leite com chocolate, verifica-se já “um aumento do consumo de leite branco” e é essencial “as escolas estarem na linha da frente de tudo o que for favorável a uma alimentação saudável”.

No entanto, há quem acredite que a quantidade de cacau adicionada ao leite é importante para estimular o consumo de produtos lácteos, tendo em conta que muitas crianças não gostam de beber leite simples. O diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, da Direção-Geral de Saúde (DGS), Pedro Graça, acredita que o importante é que se continue a promover o consumo de leite nas escolas.

“O leite é um excelente alimento, dado o seu valor nutricional inegável. Por isso o seu consumo deve ser estimulado nas escolas, com o menor número possível de aditivos”, sublinha Pedro Graça.

Em países como o Luxemburgo, o leite com chocolate deixou já de ser distribuído nas escolas. A medida comunitária vai aplicar-se apenas ao primeiro ciclo de ensino, continuando o leite com chocolate a ser vendido a grupos etários que a Comissão Europeia considera capazes de fazer escolhas saudáveis.

11 outubro - Dia Mundial de Combate à Obesidade
Num país onde mais de metade da população (52,8%) com 18 ou mais anos tem excesso de peso ou é obesa, não há nenhum fármaco...

“A obesidade é uma doença com um grande impacto na saúde pública e nos sistemas de saúde. Mas apesar de termos um novo fármaco, este não é comparticipado. Aliás, nunca houve nenhum que o fosse no nosso país”, refere Paula Freitas, presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade que, a propósito do Dia Mundial de Combate à Obesidade, chama a atenção para um problema que considera ter de ser olhado “numa perspetiva mais global, uma vez que ainda há muitos doentes que são tratados pelas doenças associadas, como a diabetes mellitus tipo 2, dislipidemia, apneia do sono, entre outras, sem que se resolva aquilo que as causa, ou seja, a obesidade”.

Sobre a inexistência de comparticipação dos medicamentos destinados ao combate à obesidade, a especialista defende que, apesar de os medicamentos não serem um “milagre” capaz de erradicar a doença, “são muito importantes para o seu combate. E perdas de peso da ordem dos 5 ou 10% traduzem-se em melhoria ou mesmo reversão das comorbilidades associadas à obesidade, como a diabetes, hipertensão arterial, apneia, problemas articulares, etc. Claro que é preciso que haja sempre, por parte do doente, uma alteração do estilo de vida. Por isso acho que deveria haver uma comparticipação condicionada por esta mudança”.

Numa altura em que tanto se tem falado sobre a população infantil, também ela vítima do flagelo que é a obesidade, confirmada pelos números - o mais recente estudo da Associação Portuguesa contra a Obesidade Infantil (APCOI), realizado junto de uma amostra de 17.698 crianças, no ano letivo 2016-2017, mostra que 28,5% das crianças no nosso país, com idades entre os 2 e os 10 anos, têm excesso de peso e, destas, 12,7% são obesas, o que nos torna um dos países da Europa onde os números da obesidade infantil são mais elevados -, a presidente da SPEO considera que é preciso fazer mais. “As crianças são muito recetivas a novas ideias. Penso que, aqui, se poderia fazer mais, muito mais, nomeadamente na  educação para a saúde. Existem já vários projetos, iniciativas, mas falta ainda muito trabalho na promoção de uma ação global de educação para a saúde para todas as faixas etárias.”

Paula Freitas aproveita também o Dia Mundial de Combate à Obesidade para chamar a atenção para outra falha, neste caso a de nutricionistas e fisiologistas do exercício físico nos centros de saúde, capazes de prescrever quer o plano alimentar, quer o  exercício certo para cada doente, tal como se faz com a terapêutica medicamentosa. “Os médicos aconselham os doentes a fazer caminhadas, a inscrever-se no ginásio, etc. Mas todos deveriam ter acesso a um fisiologista do exercício físico, de modo a ter uma prescrição de  exercício à medida da sua condição física e das doenças concomitantes”

A prevalência da obesidade tem vindo a aumentar em todo o mundo, de tal forma que a Organização Mundial de Saúde lhe atribui mesmo a designação de epidemia global. Trata-se de um problema grave de saúde pública, uma das principais causas de doença e morte prematura, sendo um fator de risco para várias doenças, como as cardiovasculares, a diabetes e vários tipos de cancros. É, no entanto, possível de prevenir, graças a uma mudança nos estilos de vida, que passa por uma alimentação saudável e a prática regular de de exercício físico.

 

Opinião
O risco da Insustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) é enorme.

A exigência na melhoria do acesso à inovação, aos produtos e tecnologias mais adequados para combater a doença passa pelo uso das tecnologias aplicadas de forma racional, segura e eficaz.

Sem dúvida que a sustentabilidade de um sistema credível para cuidar melhor o doente, obriga a investir em tecnologia, em incentivar os profissionais, em dar liberdade de escolha nas opções terapêuticas e a ter uma política do medicamento baseada na evidência científica.

Obviamente que nenhuma adesão à terapêutica funciona se não existir credibilidade médica, empatia profissional, ambiente institucional que assegure as condições de promoção e investimento neste modelo de prestação de serviço à comunidade.

Certo é que a saúde é o segundo maior gasto público da comunidade, logo depois das despesas com a proteção social (19,2%).

Em 2015, os dados do Eurostat revelam que Portugal gastou 6,2% do PIB em despesas da saúde, um valor bastante abaixo da média europeia.

A União Europeia despendeu 7,2% do PIB na saúde (cerca de 1,5 bilhão de euros), o que faz com que o nosso país tenha gasto 1% a menos do que o total do bloco.

Os países que lideram a tabela são a Dinamarca (8,6%), a França (8,2%) e a Áustria e a Holanda (ambos com 8,0%), sendo que abaixo se situa o Chipre (2,6%), a Letónia (3,8%), a Roménia (4,2%) e a Grécia (4,5%). “O ranking é bastante diferente quando os montantes gastos são comparados com a população de cada estado-membro. Em média, em 2015, as despesas com saúde ascenderam a 2.076 euros por habitante na União Europeia”, refere também o relatório.

Segundo o Eurostat, os países europeus que gastaram mais de 3.000 por habitante foram o Luxemburgo (4112 euros), a Dinamarca (4094 euros), a Holanda (3194 euros), a Suécia (3170 euros), a Áustria (3149 euros), a Irlanda (3138 euros) e o Reino Unido (3020 euros).

Em relação aos que desembolsaram menos, destacam-se alguns países de Leste da Europa Central, como por exemplo a Roménia (340 euros), a Bulgária (343 euros), a Letónia (468 euros), a Polónia (520 euros), o Chipre (532 euros) e a Hungria (592 euros), cujos gastos foram abaixo de 600 euros.

Se em 2015 o financiamento do SNS se tinha ficado nos 8,65 mil milhões de euros (mais 0,4%), no ano anterior este valor subiu 3,1% para os 8,93 mil milhões de euros.

Segundo o estudo, desenvolvido pela Nova Information Management School (Nova IMS), da Universidade Nova de Lisboa, o financiamento do SNS subiu 3,1% e a despesa cresceu 1,2%, menos do que tinha acontecido em 2015.

“Com base na definição do mesmo estudo para calcular o índice de sustentabilidade é necessário avaliar não só a qualidade dos cuidados de saúde na perspetiva dos cidadãos, mas também os indicadores disponíveis sobre a qualidade técnica do SNS, a atividade registada e a despesa. Sob o ponto de vista da atividade, o estudo indica que aumentou o número de doentes atendidos tanto nos hospitais como nos serviços de saúde primários, mas esta subida terá sido mais significativa nos cuidados primários (2,1%).”

A Sustentabilidade do SNS está baseadas em três responsabilidades:

1. Responsabilidade Social

2. Responsabilidade Ambiental

3. Responsabilidade Económica

Na conjugação destes três pilares, se a base for de vidro pode falar-se da transparência político social, de partilha de responsabilidades, de seriedade e cumprimento do dever de cidadania.

Sem dúvida que existem algumas mudanças sociais que poderão representar a chave de sustentabilidade, com a parceria da prestação de cuidados informais.

Todos sabemos que o Estado não tem qualquer possibilidade de manter a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde sem o apoio das Famílias e dos cuidadores.

O risco da Insustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) é enorme. Para o minimizar há que quebrar o desiquilíbrio entre crescimento forte da despesa pública e crescimento débil da economia.

A distração ou imprudência política tem ignorado os sinais preocupantes da situação financeira do SNS, que mantém um crescimento excessivo da fatura dos medicamentos, os défices crescentes dos hospitais, o aumento incomportável da despesa de pessoal, etc..

A sustentabilidade técnica científica passa pela capacidade de prestar os cuidados de saúde necessários à população, pela capacidade financeira, pela capacidade de pagar os cuidados que queremos dar a população e pelo que estamos dispostos a sacrificar para garantir os consumos necessários a um investimento na qualidade dos cuidados de saúde que a população merece.

A sustentabilidade passa ainda pela reflexão e investimento de quanto estamos dispostos a sacrificar de outros consumos para ter mais cuidados de saúde!

Estruturalmente temos que pensar que os Cuidados de Saúde, num modelo de exigência de qualidade implica um aumento do financiamento para que a sustentabilidade seja garantida e naturalmente uma revisão do PIB, sem os quais não teremos capacidade de pagar os cuidados de saúde aos cidadãos.

Importa, ainda referir que será preciso abdicar de “algo” selecionando o que é dispensável em benefício de um investimento real e efetivo que se coadune com o crescimento previsível das despesas em saúde e do Rácio.

Apesar da despesa pública da saúde representar um enorme peso para a economia, os portugueses precisam de ter a certeza que existe sensibilidade e vontade real de manter e garantir a sustentabilidade deste sistema.

Assim, só com uma distribuição mais adequada do PIB é que é possível garantir o Financiamento do Serviço Nacional de Saúde desde que o crescimento das transferências do Orçamento do Estado para o SNS não agrave o saldo das Administrações Publicas.

Elementos cruciais como a taxa de crescimento do PIB , os problemas da sustentabilidade das contas publicas, as dificuldades orçamentais exercem forte pressão sobre a despesa em cuidados de saúde feita pelo Estado.

Se mantivermos as medidas administrativas como estão, permaneceremos em perigo eminente de rotura.

Em suma, a descredibilização dos mecanismos de controlo, o acumular das dividas do Estado, a reentrada nos ciclos de orçamento rectificativos são o fluir da areia movediça, que conduzirá ao aumento da fragilidade do sistema politico-financeiro português.

Todavia existem outros caminhos, que podem ser implementados a médio prazo para aumentar a economia e criar os mecanismos de crescimento da procura, o ajuste da oferta existente, os quais passarão por uma racionalização e reestruturação dos subsistemas de saúde, pela promoção de hábitos saudáveis, melhorando a qualidade de vida dos cidadãos, por uma melhor gestão da saúde, com medidas assertivas da política do medicamento, rigor na avaliação económica dos gastos, cuja meta será a procura da eficiência e da melhoria da taxa de crescimento, necessárias para assegurar a manutenção e a sustentabilidade do SNS.

Sem promoção da prevenção da doença e investimento na educação para a saúde, não conseguimos economizar na saúde.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Nutricionista alerta
A nutricionista espanhola Lucía Martínez Argüelles apresenta quatro exemplos de produtos que são vendidos nos supermercados...

A nutricionista, Lucía Martínez Argüelles, num artigo publicado no jornal espanhol El País, indica quatro produtos vendidos como saudáveis, mas que na verdade podem ser um embuste.

Iogurtes desnatados

Os iogurtes desnatados são vendidos com uma multiplicidade de sabores como sendo hipocalóricos e isentos de gordura. No entanto, estes iogurtes tendem a ter grandes quantidades de açúcar. A nutricionista alerta que é preferível escolher iogurtes sem açúcar adicionado em vez de iogurtes desnatados. A melhor opção são os iogurtes naturais.

Bolachas sem açúcar

Os fabricantes sabem que o açúcar está na mira das autoridades de saúde e portanto optam por adoçantes artificiais, o que lhes permite escrever "sem açúcar" nas embalagens. Apesar disso, os produtos são fabricados com ingredientes pouco recomendáveis, como farinhas refinadas, adoçantes e gorduras trans. A melhor opção são é o pão integral ou o bolo caseiro (de vez em quando).

Fiambre com pouca gordura

Muitos fiambres contêm menos de 70% de carne. O resto são produtos adicionados, como fécula, amido e açúcar. Por outro lado, a especialista recorda que os fiambres fazem parte do conjunto de carnes processadas que a Organização Mundial de Saúde não recomenda por considerar cancerígenas. Como alternativa, deve ser consumida carne natural não processada. O frango ou peru são as melhores opções.

Cereais

Segundo a nutricionista, na sua constituição podem encontrar-se 15 a 20% de açúcares adicionados. A opção mais saudável são os cereais integrais, como a aveia.

Balanço SNS
Dados do Ministério da Saúde apontam para mais 65 cesarianas em agosto do que no ano passado, mas há diferenças entre hospitais.

A taxa de cesarianas no Serviço Nacional de Saúde até agosto foi de 27,7% dos partos, tendo havido uma subida muito ligeira face ao que se verificava em julho. Este verão, o movimento de enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia que tem estado em protesto por uma carreira diferenciada e aumento da remuneração alertou que a subida das cesarianas seria uma das consequências da greve de zelo às funções, chegando a estimar um aumento de 10%. Para já, os dados de agosto tornados públicos pela tutela não apontam uma diferença expressiva a nível nacional, mas há variações mais significativas em alguns hospitais.

Para já, existe até uma diminuição no número de cesarianas feitas nos hospitais do SNS até agosto. Contudo, face ao mesmo período de 2016, o número total de partos também diminuiu nos hospitais públicos, o que explica porque é que há uma subida ligeira nas taxas de cesariana.

Assim, até agosto, registaram-se nos hospitais públicos 44 605 partos, dos quais 12 360 cesarianas, o que dá uma taxa de 27,7%. No ano passado tinha havido nos primeiros oito meses do ano 45 446 partos, dos quais 12 574 cesarianas, uma taxa de 27,6%. Embora a tutela publique mensalmente totais acumulados, recuando aos ficheiros reportados em julho e descontando os novos totais é possível calcular que em agosto de 2016 tinham sido feitas 1600 cesarianas e em agosto de 2017 terão sido 1665 no balanço nacional. E esta subida ligeira que se reflete na taxa de cesarianas mesmo com a quebra de nascimentos: em julho estava nos 27,58% e subiu para 27,7%.

Comparando a situação ao nível dos hospitais com o que se passava no final de agosto do ano passado, verifica-se porém que nem todos os hospitais têm conseguido manter relativamente estáveis as taxas de cesariana, o que poderá refletir o protesto dos enfermeiros mas também outros fatores – o Ministério da Saúde tem procurado reduzir o recurso a este tipo de partos apenas às situações em que é indicado. Este ano, até agosto e comparando com o que se passava no mesmo período em 2016, as maiores subidas nas taxas de cesariana verificam-se no Hospitala Amadora Sintra, na Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano e Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga.

Por outro lado, há hospitais a recorrer menos a cesarianas do que nos primeiros oito meses de 2016. É o caso de Setúbal ou do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho.

Quanto há quebra dos partos do SNS, uma das questões que se poderá colocar é se, perante a notícia de instabilidade nos serviços, terá havido mais mulheres a optar pelo privado. Para já, porém, os dados não destoam muito do que parece estar a ser a queda nos nascimentos no país este ano. No SNS, até agosto, houve menos 841 partos. Segundo os dados do rastreio pré-natal, conhecido como teste do pezinho, a queda de nascimentos este ano já terá sido maior. De acordo com números avançados pelo “Público”, nos primeiros oito meses do ano houve menos 1216 recém-nascidos rastreados, o que dá uma média de menos cinco bebés por dia. Foram rastreados com o teste do pezinho 56 429 recém-nascidos.

O movimento dos enfermeiros especialistas, que continua em protesto, estimou que os impactos se sentiriam também em setembro, mês marcado por uma greve de cinco dias no setor. Para já, está convocada uma nova greve por parte dos enfermeiros entre 23 e 27 de outubro, com os sindicatos a garantir que poderá prolongar-se por “tempo indeterminado”.

Investigação
Investigadores do Porto estão a desenvolver novos compostos com ferro para alimentar melhor as plantas, que providenciam grande...

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a anemia por deficiência em ferro "é a disfunção nutricional mais frequente na população humana e afeta países em desenvolvimento e industrializados", disse à Lusa a investigadora do laboratório REQUIMTE, Maria da Conceição Rangel, uma das responsáveis pelo projeto FerPlant.

Em alguns países, continuou, 80% do ferro provém de alimentos de origem vegetal, como os cereais, os vegetais e os frutos, indicou a professora do Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar Universidade do Porto (ICBAS-UP).

"Estes alimentos são consumidos diretamente, mas não se deve esquecer que são as plantas que alimentam os animais que fazem parte da alimentação humana", sendo a sua saúde "crucial para a saúde humana", afirmou.

De acordo com a investigadora, a falta de ferro nas plantas pode levar a que estas não produzam clorofila suficiente e desenvolvam clorose férrica, uma doença que as enfraquece e que torna as folhas amarelas.

O objetivo do FerPlant passa por descobrir novos fertilizantes de ferro, nutriente "essencial à vida" mas "muito inacessível no solo", visto encontrar-se na forma de compostos que não se dissolvem facilmente, explicou.

Este problema, segundo a investigadora, é especialmente grave em solos alcalinos, que estão presentes em cerca de um terço dos solos aráveis do mundo.

Embora as plantas possuam estratégias para obtenção de ferro, muitas vezes há necessidade de utilizar fertilizantes sintéticos (compostos que são capazes de veicular o ferro de forma mais eficiente) para suprir a sua deficiência.

Os novos fertilizantes desenvolvidos pelo grupo de investigação, diferentes dos que existem atualmente no mercado, permitem às plantas absorver melhor o ferro através das raízes e transportá-la de forma mais eficiente para as partes aéreas (caule e folhas).

Num estudo piloto realizado com soja, a equipa testou uma nova família de compostos, tendo os resultados demonstrado um "elevado potencial como corretor de clorose férrica".

"As plantas tratadas com o novo composto mostraram-se significativamente mais verdes, com maior biomassa e maior acumulação de ferro, quando comparadas com aquelas tratadas com um dos fertilizantes disponíveis no mercado", contou Maria da Conceição Rangel.

O FEMPP permitiu que as plantas transportassem o ferro "mais eficazmente" para as suas partes aéreas, "fator importante para o aumento do seu valor nutritivo", acrescentou.

O FerPlant envolve 14 investigadores do grupo de Química Bioinorgânica, integrado no Laboratório Associado REQUIMTE e sediado no Departamento de Química e Biologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), e do grupo de Biotecnologia de Plantas, integrado no Laboratório Associado CBQF e sediado na Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa.

Financiado Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), o projeto termina em maio de 2019.

VIH
O diretor da ONU/SIDA em Angola, Michel Kouakou, considerou "preocupante" o índice de prevalência da doença entre a...

O diretor do Programa Conjunto das Nações Unidas para o combate ao VIH/Sida (ONU/SIDA) falava à imprensa à margem do workshop nacional promovido pelas Organizações da Sociedade Civil para o Reforço ao Sistema de Saúde Comunitário de Angola, tendo assumido a preocupação com a propagação da doença no país.

"É sim preocupante porque a superfície de Angola é vasta, vasto é também o movimento das pessoas, então, sobretudo quando a gente quer vencer esta doença até 2030, temos que juntar esforços para que isso possa acontecer nesse horizonte", disse Michel Kouakou.

O objetivo passa por atingir, entre outas, a meta de 90% de pessoas diagnosticadas com sida sob tratamento antirretroviral até 2030.

"Temos a possibilidade de tratar as pessoas, de mantê-las vivas e mantê-las na sociedade. Fazemos sempre um apelo sobre a prevenção, os meios existem, o Governo esta fazer muito esforço, o custo de tratamento é muito elevado", apontou Michel Kouakou.

O 'workshop' nacional das Organizações da Sociedade Civil para o Reforço ao Sistema de Saúde Comunitário de Angola, que encerra hoje, em Luanda, é uma organização da Rede Angolana das Organizações de Serviços de Sida (Anaso).

Aquela organização estimou anteriormente que a epidemia de Sida em Angola afeta já cerca de meio milhão de pessoas, sendo que apenas 215.000 estão a ser acompanhadas, das quais 78.000 beneficiam de terapia com antirretrovirais.

De acordo com Michel Kouakou, as ações da ONU/SIDA em Angola continuarão voltadas para o apoio ao Governo nas ações de combate à doença.

"Em junho deste ano, o Governo angolano decidiu implementar o 'Programa Testar e Tratar', para todos que sofrem da doença. Então estamos a implementar este programa a nível nacional apoiando nesta fase o Governo", concluiu.

Saúde comunitária
A Rede Angolana das Organizações de Serviços de Sida (Anaso) concluiu que as infeções por tuberculose, malária e Sida &quot...

A informação foi prestada pelo secretário executivo daquela Organização Não-Governamental, que falava à imprensa no final do workshop nacional das Organizações da Sociedade Civil para o Reforço ao Sistema de Saúde Comunitário de Angola, sublinhando que a Anaso concluiu igualmente que a saúde comunitária do país "está doente".

"A saúde comunitária em Angola, à luz das nossas reflexões, é um desafio. A saúde comunitária em Angola não está de saúde, se olharmos para as principais doenças comunitárias que acontecem", explicou António Coelho.

A organização não tem dúvidas no diagnóstico: "A malária, nos últimos cinco anos, continua a ser a principal causa de morte e a tuberculose é aquela doença que até ao momento continua a ter um tratamento que não vai com a realidade e a preocupação que ela devia constituir, enquanto doença contagiosa".

Para António Coelho, o país precisa de mudar o seu paradigma em torno da saúde comunitária, mais próxima das populações, com o apoio Governamental.

"Ao contrário dos países da região, onde são as organizações comunitárias que assumem a saúde local e o Governo comparticipa e gere todo esse processo. Refletimos em relação à nossa visão do que deve ser o sistema comunitário da saúde em Angola nos próximos cinco anos", apontou ainda.

Organizações da sociedade civil dos distintos pontos de Angola discutiram, nos últimos dois dias, neste encontro em Luanda, temáticas ligadas à saúde comunitária no país, com um olhar específico a malária, tuberculose e HIV/Sida.

De acordo com o secretário executivo da Anaso, a situação dessas doenças no país "continua a ser preocupante".

"A resposta, na nossa opinião, deve ser generalizada em função do número alarmante de casos que têm estado a aumentar", acrescentou.

Daí que, exortou, é necessário "que se fale mais sobre a saúde comunitária" em Angola, e que "haja mais fundos para que diferentes ações identificadas a nível das comunidades possam ser implementadas".

Saúde Oral
O projeto-piloto que introduziu médicos dentistas nos cuidados de saúde primários de 13 centros de saúde de Lisboa e Tejo...

Os dados foram revelados em Arouca na assinatura do protocolo que alargará o projeto a essa vila e que será depois replicado em mais 34 centros de saúde do país até final de 2017, altura em que essa experiência no âmbito da saúde oral estará implementada num total de 59 unidades prestadoras de cuidados primários.

Para o secretário de Estado adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, repara-se assim "uma injustiça" cometida pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), em cuja estrutura "a saúde oral esteve muitos anos esquecidas".

"Não foi por falta de excelentes profissionais, mas porque no passado isso não foi a aposta de ministérios, de governos e de ‘estados', por inúmeras razões", defende o governante. "Agora queremos repor a saúde oral no centro do sistema, como uma das prioridades do SNS, e ela veio para ficar", realça.

Pedro Pires, vice-presidente da Ordem dos Médicos Dentistas, também defendeu que a ausência da medicina dentária no SNS vinha constituindo uma "enorme injustiça para com a população portuguesa", prejudicando sobretudo "as pessoas que não têm possibilidade de aceder a cuidados de saúde privados".

Para esse responsável, a nova estratégia política nesta matéria vem assim dar resposta à "carência de medicina dentária no SNS", procurando recuperar de atraso que, face a outros países da Europa, é particularmente evidente em Portugal dado o seu "elevado número de desdentados parciais ou totais".

Dando continuidade à estratégia iniciada com os cheques-dentista, que o secretário de Estado diz ter sido particularmente relevante para grupos populacionais como os de crianças, idosos e grávidas, o projeto-piloto "Médicos Dentistas nos Cuidados de Saúde Primários" obteve nas primeiras 13 unidades aderentes o que o governante considera "resultados muito interessantes".

Essa avaliação resulta de duas perspetivas: por um lado, a dos utentes, que "reconhecem que este serviço era mesmo necessário" e entre os quais "havia pessoas que não iam ao dentista há 20 anos", e, por outro, da "satisfação dos médicos dentistas que trabalharam nesses locais e, aí, sabiam que faziam realmente a diferença".

Quanto ao balanço desse desempenho, a DGS refere que os 13 centros de saúde da fase inicial do projeto receberam 16.760 utentes em 25.640 consultas de medicina dentária. Com exceção de cuidados estéticos, que não são abrangidos pelo programa, esses doentes foram sujeitos, por sua vez, a um total de 28.900 tratamentos básicos e 20.270 procedimentos complementares.

Se se alargar o universo da análise aos 11 centros de saúde que integraram o programa numa segunda fase do processo, a contabilidade total passa a incluir 32.882 utentes e 56.824 consultas até ao passado dia 30 de setembro.

Para o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, é de realçar nesse esforço o envolvimento de autarquias como a de Arouca, que, perante centros de saúde sem equipamento de medicina dentária, se dispuseram a suportar o investimento necessário para o efeito - o que, no caso específico desse município, implicou mais de 37.000 euros.

"Não é da competência da autarquia assumir esta despesa e por aí se vê a diferença entre os políticos", realçou Fernando Araújo.

Na sua fase inicial, o projeto-piloto "Médicos Dentistas nos Cuidados de Saúde Primários" foi implementado nos centros de saúde de Alenquer, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Cartaxo, Costa da Caparica, Fátima, Lourinhã, Mafra, Moita, Montemor-o-Novo, Portel, Rio Maior e Salvaterra de Magos.

A segunda etapa passou a abranger também os de Arouca, Castelo de Paiva, Celorico de Basto, Cinfães, Damaia, Estremoz, Faro, Freixo de Espada à Cinta, São João da Pesqueira, Moimenta da Beira e Tabuaço.

Já até final de 2017, a terceira fase do projeto alargar-se-á a Alfandega da Fé, Algueirão, Bragança, Cacém (Olival), Carnide, Carrazeda de Ansiães, Carregal do Sal, Castelo Branco (Izeda), Macedo de Cavaleiros, Matosinhos (Leça), Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Monte Pedral, Moscavide, Odivelas, Ovar, Paço de Arcos, Portimão, Porto (Aldoar, Barão de Nova Sintra e São João), Póvoa de Santo Adrião, Queluz, Santa Comba Dão, São João da Talha, Santo António de cavaleiros, Tavira, Torre de Moncorvo, Torre de Dona Chama, Vila Flor, Vimioso, Vinhais e Vouzela.

Workshop
A Alzheimer Portugal vai promover, este mês em Lisboa, um conjunto de ações de formação, dirigidas ao público e aos cuidadores...

O workshop “Lidar com a Doença de Alzheimer” vai decorrer no dia 16 e pretende explicar as necessidades e os sinais de bem-estar e de mal-estar na pessoa com demência, procurando identificar estratégias que promovam o bem-estar ao nível da higiene, vestuário, alimentação, mobilidade e alterações de comportamento.

No dia 23 a Associação vai promover um ‘workshop’ dirigido a familiares sobre “Estratégias para o Bem-Estar do Cuidador Cansado” na qual se pretende identificar e debater os principais fatores de stress quando se cuida de alguém e o seu impacto na saúde física e mental; reconhecer e gerir os conflitos emocionais mais comuns; e elaborar um plano pessoal de estratégias de auto cuidado para um maior bem-estar.

Balanço
Entre as mais de 20 mil chamadas recebidas este ano no Centro de Informação Antivenenos (CIAV) do INEM, mais de 80% tiveram...

Em comunicado, a CIAV afirma que muitos destes casos decorrem de enganos na toma dos medicamentos, seja por troca dos horários ou duplicação da dose terapêutica.

O centro médico acrescenta ainda que grande parte das chamadas recebidas é efetuada por profissionais de saúde, a partir de centros de saúde e hospitais ou encaminhadas pelo centro de contacto do Sistema Nacional de Saúde, SNS 24.

Em 2017, o CIAV recebe em média 82 chamadas por dia, registando um maior volume entre as 18:00 e as 23:00.

Páginas