Estudo revela
Uma equipa de investigadores conduziu um estudo publicado na revista “JAMA Internal Medicine” que identificou 10 procedimentos...

A investigação levada a cabo por Daniel Morgan, da Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, baseou-se em 2.252 artigos científicos, identificados através das palavras-chave “desapropriado”, “desnecessário”, “uso excessivo” e “tratamento excessivo” (traduções do inglês).

Os investigadores encontraram 1.224 artigos que abordavam a intervenção médica excessiva, em que os cuidados prestados apresentam mais malefícios do que benefícios. Os resultados não significam que estes exames e procedimentos devem ser, de todo, evitados, mas sim ajudar a comunidade médica a doseá-los apropriadamente:

Os 10 procedimentos em causa:

Ecocardiografia transesofágica: imagiologia ao coração com ultrassom, em vez de eletrocardiograma, e em que é inserido um tubo no esófago. O estudo sugere que o risco da sedação não é superior aos detalhes fornecidos pelo exame.

Angiografia pulmonar por tomografia computadorizada: esta técnica de imagiologia aplicada nas artérias pulmonares em pacientes com sintomas respiratórios não é invasiva, mas produz radiação. O exame leva tempo e pode aumentar o risco de complicações.

Tomografia computadorizada em pacientes com sintomas respiratórios: se for em sintomas que não põem a vida em risco, este tipo de exame pouco faz para melhorar os resultados do paciente e além disso aumenta o risco de dar falsos positivos.

Ultrassonografia e colocação de “stent” na artéria carótida: 90% dos exames foram efetuados em pacientes assintomáticos e resultaram na implantação desapropriada de um “stent” para alargar as artérias. Aplicar um “stent” requer cirurgia e por isso acarreta riscos.

Gestão agressiva do cancro da próstata: este cancro é de tratamento fácil se detetado numa fase precoce. A monitorização ativa da doença produziu melhor qualidade de vida do que a radioterapia ou cirurgia.

Oxigénio suplementar em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crónica: este procedimento não demonstrou melhoria na qualidade de vida ou da função pulmonar. Pode pelo contrário fazer com que os pacientes retenham dióxido de carbono, que é maléfico.

Cirurgia em lesões na cartilagem do menisco: não provou melhorar os sintomas mecânicos a longo prazo. A gestão da preservação e reabilitação do menisco demonstraram maior eficácia.

Suporte nutricional em pacientes no internamento hospitalar: a intervenção em pacientes em estado crítico não produziu diferenças nós nos índices de mortalidade nem na duração da estadia hospitalar.

Uso de antibióticos: um estudo estimou que tinham sido passadas 506 prescrições por cada 1.000 pacientes em 2010-11; apenas 353 foram consideradas apropriadas.

Uso de imagiologia cardíaca em pacientes de baixo risco: triplicou em 10 anos nos pacientes com dor no peito e não fez qualquer diferença nos pacientes de baixo risco, podendo ainda conduzir a internamento e intervenções hospitalares desnecessárias.

Estudo
Um grupo de investigadores de universidades de Londres, Edimburgo e Sydney apurou um risco de morte 32% mais elevado. No Canadá...

Quem sofre de stresse crónico, associado a casos de depressão e de ansiedade, tem uma maior probabilidade de vir a morrer de cancro. Com base numa amostra de mais de 160.000 participantes, proveniente de 16 estudos realizados entre 1994 e 2008, inicialmente sem diagnóstico de cancro, um grupo de investigadores de universidades de Londres, Edimburgo e Sydney apurou um risco de morte 32% mais elevado.

O cancro colorretal, o cancro da próstata, o cancro do pâncreas, o cancro do esófago e a leucemia são as patologias em que os antecedentes de stresse crónico mais matam, escreve o Sapo. Os investigadores descobriram ainda que, para os casos do cancro colorretal e do da próstata, havia um efeito dose-resposta. Quanto maior o nível de stresse, maior a probabilidade de se morrer destes tipos de cancro.

Ainda que os investigadores reconheçam serem necessários mais estudos para clarificar em que medida existe uma causa-efeito entre a ansiedade e o cancro, as conclusões apresentadas são já motivo suficiente para se procurar ajuda, mesmo quando o problema é apenas stresse, recomendam os especialistas envolvidos. Em abril, uma outra investigação canadiana veio apontar no mesmo sentido.

Um grupo de cientistas da Concordia University e da University of Toronto, que acompanhou 145 mulheres que sobreviveram ao cancro da mama, concluiu que menores níveis de stresse, de culpa e de ansiedade têm efeitos benéficos na luta contra a doença. O estudo, publicado no jornal especializado Health Psychology, garante que um maior combate das emoções negativas nesta fase favorece a cura da patologia.

Estudo
A medicação para a azia provocada pelo refluxo gástrico altera bactérias específicas do trato intestinal promovendo danos no...

O estudo da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, visou investigar o efeito da supressão do ácido gástrico sobre o progresso da doença hepática crónica. "Depois de termos anteriormente descoberto que o microbioma intestinal pode influenciar o risco da doença hepática, perguntámo-nos que efeito poderia ter a supressão do ácido gástrico no progresso da doença hepática crónica", refere o investigador Bernd Schnab numa nota da referida instituição de ensino.

Para o estudo, escreve o Sapo, a equipa bloqueou a produção de ácido gástrico nos roedores com um fármaco para o refluxo gástrico. Para caracterizar o microbioma intestinal de cada tipo de roedor, com ou sem a produção de ácido gástrico bloqueada, foram recolhidas amostras de fezes.

Foi verificado que os ratinhos com supressão de ácido gástrico tinham desenvolvido alterações na microbioma intestinal com mais espécies das bactérias Enterococcus. Aquelas alterações promoviam o desenvolvimento de inflamação e danos no fígado e ainda o progresso dos três tipos de doença hepática.

Por outro lado, os investigadores analisaram também a relação entre o consumo de fármacos para o refluxo gástrico e a doença hepática alcoólica em indivíduos que bebiam álcool em excesso.

Foram analisados 4.830 pacientes diagnosticados com abuso do álcool crónico: 1.024 pacientes consumiam ativamente aquele tipo de fármacos, 745 tinham-nos usado no passado e 3.061 nunca tinham tomado esse tipo de medicação.

A equipa observou que o consumo de fármacos naqueles pacientes para o refluxo gástrico fazia aumentar as concentrações de Enterococcus nas fezes. O estudo concluiu ainda que o risco a 10 anos de se desenvolver um diagnóstico de doença hepática alcoólica era nos utilizadores ativos dos fármacos de 20,7%, 16,1% nos utilizadores no passado e de 12,4% nos que nunca tinham usado os fármacos.

Angariação de fundos
A Liga Portuguesa contra o Cancro vai ter Cristiano Ronaldo como “embaixador” no peditório de novembro, que pela primeira vez...

“Ser embaixador é dizer que esta causa não me é de todo indiferente, que me toca, que me diz respeito, quer seja a nível pessoal, quer seja como cidadão com direitos, deveres e preocupações cívicas para com os meus e os que me rodeiam”, disse o jogador do Real Madrid e da seleção portuguesa à Lusa, em declarações enviadas por escrito, a propósito da participação na iniciativa.

Também em declarações, o presidente da Liga Portuguesa contra o Cancro (LPCC), Vítor Veloso salientou que esta é a primeira vez que Cristiano Ronaldo participa numa ação de angariação de fundos e acrescentou que espera por isso um “peditório forte”, tanto mais que os peditórios, a única fonte de financiamento da LPCC, “são cada vez mais difíceis de fazer”.

O peditório decorre de 01 a 05 de novembro mas a campanha de sensibilização começa na quarta-feira em todos os meios de comunicação. No vídeo, de 48 segundos, o “melhor do mundo” não é Cristiano Ronaldo mas sim o João, um menino que há dois anos venceu o cancro.

É o menino que acaba a dar um autógrafo a Ronaldo, que no fim apela ao apoio para a causa da LPCC

Em resposta a perguntas da Lusa sobre a sua participação, Cristiano Ronaldo disse ter consciência de ser uma personalidade mediática, acrescentando: “Por isso sei que ao dar a cara pela luta contra o cancro vou ajudar a consciencializar e a chamar ainda mais a atenção das pessoas para esta doença crónica que em muitos casos pode ser prevenida se for detetada precocemente”.

Quanto ao apoio ao peditório salientou que a única dúvida foi sobre disponibilidade de agenda porque a causa apoia, disse, “desde sempre”.

“Este ano, simplesmente, dou a cara literalmente falando, por ela, juntando-me a mais 11 milhões de portugueses. Como digo nesta campanha ´Juntos somos mais fortes´, por isso a responsabilidade maior é mesmo conseguir juntar, unir o maior número de pessoas em torno desta causa que é de todos nós”, disse.

O jogador salientou que todos os dias recebe pedidos de ajuda de todo o mundo e que sempre que pode tenta contribuir em “situações complicada” e “causas nobres”, como o caso da LPCC.

Porque “o cancro não escolhe idades, género, raça e qualquer um de nós tem um familiar, um amigo, um vizinho que já passou por esta situação”, disse na declaração à Lusa, salientando que a atividade física e a alimentação saudável podem prevenir muitas doenças, incluindo o cancro.

Vitor Veloso, apesar de haver cada vez menos recetividade da população a peditórios, acredita que com a ajuda de Cristiano Ronaldo a Liga vai conseguir no peditório deste ano ultrapassar os apoios angariados no ano passado, que rondaram os dois milhões de euros.

Porque, disse, os portugueses sabem que o trabalho da LPCC tem ajudado doentes oncológicos, especialmente os mais carenciados, e em anteriores peditórios sempre houve grande recetividade.

Esse apoio “valida o nosso trabalho”, afirmou o presidente da Liga, salientando que a Liga vive basicamente dos peditórios anuais.

O peditório será feito por milhares de voluntários em todo o país, devidamente identificados com o colete da instituição e com cofres lacrados e também identificados. As ações decorrem essencialmente em locais como centros comerciais, igrejas, e junto de cemitérios, supermercados e nas principais ruas das cidades.

Vítor Veloso, apesar da “total desolação” em que vivem os portugueses com a catástrofe dos incêndios, espera que com a ajuda também dos “melhores do mundo”, João e Ronaldo, se consiga manter e melhorar os apoios do ano passado.

Relatório revela
Falta de acesso a planeamento familiar e gravidezes indesejadas são parte dum eixo que agrava a desigualdade entre géneros, que...

Em "Mundos Distantes", divulgado hoje, a organização salienta que a aplicação dos direitos sexuais e reprodutivos "ainda guarda muitas disparidades", desde logo pelo acesso a contracetivos e cuidados de saúde durante a gravidez e parto, que não chega a mulheres pobres, as que estão entre as 20% do escalão inferior de rendimentos nos países em desenvolvimento.

O desrespeito por estes direitos tem efeitos por todo o tecido social, porque uma menina ou mulher que engravida, muitas vezes de forma indesejada e com risco para a própria vida, vê-se privada de educação ou de trabalho, entrando num ciclo em que está em desvantagem, sem hipótese de dar a volta.

"A desigualdade não é inevitável. A redução das disparidades representa o cumprimento com uma obrigação moral em defesa dos direitos humanos, num mundo mais igualitário", defende o Fundo.

Entre as medidas defendidas pelo organismo está "tornar a assistência à saúde reprodutiva universal, por exemplo, não só ajuda a cumprir os direitos reprodutivos de uma mulher pobre, mas também ajuda a superar as desigualdades em educação e rendimento", o que beneficia a própria, a família e o próprio país.

Aqui, a prioridade deve ser dada à população mais jovem, que o Fundo aponta como a classe etária com mais dificuldades de acesso a planeamento familiar e contraceção por causa de "leis e políticas restritivas e estigmas associados ao sexo na adolescência".

O ciclo vicioso da desigualdade perpetua-se quando as mulheres, que em média têm salários mais baixos, não conseguem ter acesso a planeamento familiar e não conseguem sair da pobreza, tal como os seus filhos e gerações futuras. O princípio da igualdade deve ter sempre força de lei, defende-se, sobretudo a nível constitucional, um objetivo que está de acordo com a agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável adotada entre as Nações Unidas.

Alargar a saúde materna, proporcionar partos mais seguros, facilitar o acesso à contraceção e garantir estes objetivos nas políticas públicas são outros dos desafios a cumprir, defende o Fundo.

Nos indicadores sobre saúde sexual e reprodutiva, Portugal surge entre os países com menor mortalidade infantil (10 mortes por 100.000 nascimentos em 2015) e com menor taxa de gravidezes adolescentes (10 em cada 10.000 meninas entre os 15 e os 19 anos).

O uso de contraceção situa-se nos 74% entre os 15 e os 49 anos, 68% de métodos modernos, com 91 por cento de pedidos de contraceção satisfeitos.

Os números entre 2006 e 2016 indicam também que 99% dos partos em Portugal foram atendidos por profissionais qualificados.

Nos desafios lançados aos países que subscrevem conta-se também a eliminação de obstáculos, sejam sociais, económicos ou geográficos que as meninas enfrentem para conseguir uma educação, especialmente científicos e tecnológicos.

"Trabalho decente", fora do circuito do trabalho informal, é outro objetivo primordial, defende o Fundo.

Incêndios
O Instituto Português do Sangue e da Transplantação esclareceu que as reservas de sangue estão em níveis “confortáveis”,...

O esclarecimento surge depois de, nas últimas horas, terem surgido nas redes sociais vários apelos para a dádiva de sangue, atendendo a um súbito aumento do número de doentes queimados.

“Cumpre ao Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) informar que, na atualização mais recente das suas existências, pelas 15:30, as reservas nacionais ascendiam a mais de 15 mil unidades de concentrados de eritrócitos”, refere em comunicado, explicando que é uma situação “distante da necessidade de apelo.

O instituto acrescenta que grupos sanguíneos B- e A- têm “uma reserva confortável de 7 a 10 dias e todos os outros grupos têm reservas de mais de 10 dias”.

O IPST garante que os portugueses podem “estar seguros”, uma vez que as reservas garantem que os pedidos que sejam endereçados pelas unidades de saúde de qualquer ponto do país podem ser atendidos de forma rápida.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo - o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades -, provocaram pelo menos 36 mortos e dezenas de feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.

Incêndios
A Ordem dos Farmacêuticos manifestou hoje a sua disponibilidade para participar em todas as ações que ajudem a minimizar o...

Em comunicado, a Ordem dos Farmacêuticos expressa a sua solidariedade com as vítimas dos incêndios e afirma que está a acompanhar a evolução destes fogos que “levaram o Governo a decretar o estado de calamidade pública para as regiões a Norte do rio Tejo”.

“A Ordem manifesta a disponibilidade dos farmacêuticos portugueses para participar em todas as ações que venham a ser definidas nos planos de emergência em curso e que ajudem a minimizar o seu impacto para a população, em especial no domínio do acesso ao medicamento e à assistência farmacêutica”, lê-se no comunicado.

Também hoje, a Ordem dos Médicos lançou um apelo aos clínicos para que se disponibilizem para apoiar as populações e as autoridades nas regiões afetadas pelos incêndios florestais que lavram desde domingo.

“Perante o cenário dramático dos incêndios que assola o Norte e Centro do país, a Ordem dos Médicos apela aos médicos para que se disponibilizem no apoio às populações vítimas dos incêndios nas regiões Norte e Centro do país”, escreveu a Ordem num comunicado.

A Ordem dos Médicos Dentistas mostrou-se igualmente disponível para ajudar no que for necessário, seja na identificação de cadáveres ou no auxílio às populações.

No incêndio de há quatro meses na zona de Pedrógão Grande, Leiria, a Ordem dos Médicos recolheu pastas de dentes, escovas e elixires que entregou à Cáritas para ajudar a população necessitada.

Por seu lado, a Ordem dos Enfermeiros apelou ao Ministério da Saúde para que reforce as equipas de enfermeiros nos centros de saúde e hospitais junto das populações mais afetadas pelos incêndios e que não dependa da generosidade dos profissionais.

“É essencial que o horário dos centros de saúde seja alargado e que permaneçam abertos 24 horas por dia, como é essencial que sejam colocados no terreno especialistas em enfermagem de saúde mental”, refere a Ordem dos Enfermeiros, num comunicado hoje divulgado numa altura em que há pelo menos 31 mortos confirmados nos incêndios das zonas Centro e Norte do país.

A Ordem lembrou ainda que há cerca de quatro meses, aquando da tragédia da Pedrógão Grande, conseguiu “por sua iniciativa” mobilizar mais de 400 enfermeiros em regime de voluntariado.

“Num momento difícil como este, o Estado tem que assumir as suas responsabilidades e não pode ficar dependente, mais uma vez, da generosidade dos enfermeiros, muitos deles também afetados por esta tragédia”, refere a Ordem, que diz ter informação de vários profissionais afetados pelos fogos deste fim de semana.

Incêndios
Os hospitais do grupo Idealmed em Coimbra e da CUF em Viseu acolhem gratuitamente todos aqueles que, em consequência dos atuais...

Para o atendimento e tratamento no hospital da Idealmed em Coimbra será necessário que as pessoas se apresentem “referenciadas pelas corporações de bombeiros, Proteção Civil e centros de saúde”, informa uma nota da empresa.

Na sua unidade hospitalar em Coimbra, os serviços de atendimento médico permanente estão “totalmente disponíveis 24 horas por dia”, refere a Idealmed, indicando que, além deste estabelecimento, dispõe, na região Centro, de unidades de saúde em Pombal, Figueira da Foz e Cantanhede.

Perante as consequências dos incêndios na região, “não nos é possível ficar indiferentes e não contribuir com tudo o que nos seja possível”, afirma o presidente da administração da empresa, José Alexandre Cunha, citado na nota, sustentando que “este é um momento de união e de ação, agindo solidariamente para que possamos minimizar o sofrimento de todos”.

Também o atendimento permanente do hospital da CUF em Viseu “está disponível para receber gratuitamente os bombeiros e toda a população afetada pelos incêndios”, dada “a gravidade da situação que se vive no distrito”, informa o estabelecimento na sua página no Facebook, sem adiantar quaisquer condições para prestar o serviço.

Incêndios
Os hospitais de Viseu e Coimbra assistiram, entre domingo e hoje, mais de uma centena de doentes oriundos dos incêndios na...

Carlos Cortes, presidente da secção regional da zona centro da Ordem dos Médicos, disse à agência Lusa que o Hospital de Viseu já ultrapassou o ponto mais crítico que se registou durante a noite, com a entrada de 48 doentes relacionados com os fogos.

O médico adiantou que, nesta unidade de saúde, foi acionado o plano de contingência e que a mesma contou com a oferta de vários profissionais de saúde que, ao saberem da catástrofe, se ofereceram para trabalhar, apesar de não estarem escalados.

O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) registou mais de cem episódios relacionados com os incêndios.

Segundo Carlos Cortes, para evitar a deslocação dos feridos, alguns profissionais de áreas como oftalmologia estão a ser deslocados.

O clínico sublinha a prontidão dos profissionais de saúde em geral, e dos médicos em particular, que manifestaram a sua intenção de ajudar e tornaram possível o funcionamento de vários centros de saúde na noite passada para responder às populações atingidas pelos fogos.

“Nestes momentos de dificuldades, os médicos concentram-se na sua responsabilidade”, afirmou, sublinhando positivamente a desconvocação da greve dos médicos prevista para a zona Centro na próxima quarta-feira.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 31 mortos e dezenas de feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.

Portugal acionou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.

Incêndios
A Direção-Geral da Saúde lembra à população que deve evitar a exposição ao fumo dos incêndios florestais, mantendo-se dentro de...

A Direção-Geral da Saúde (DGS) emitiu um comunicado em que recorda os riscos para a saúde associados à exposição a fumo resultante de fogos florestais, lembrando as informações e conselhos mais importantes.

A população é aconselhada a tentar evitar a exposição ao fumo, mantendo-se dentro de casa com janelas e portas fechadas, em ambiente fresco. Se possível, ligar o ar condicionado no modo de recirculação de ar.

É ainda recomendado que sejam evitadas fontes de combustão dentro de casa, como aparelhos a gás ou lenha, velas, incenso ou tabaco.

Sempre que não seja possível evitar atividades no exterior, é aconselhado o uso de máscara ou respirador.

A população deve ainda manter-se hidratada e fresca e ir acompanhando as informações que vão surgindo.

A DGS lembra que o fumo resultante dos incêndios florestais tem “altos níveis de partículas e toxinas que podem causar lesões a nível respiratório, cardiovascular e oftalmológico”.

Podem surgir sintomas em pessoas saudáveis e que até requeiram tratamento médico. Nos doentes respiratórios crónicos, a exposição ao fumo pode agravar o estado de saúde.

A concentração de monóxido de carbono resultante do incêndio só tem efeitos nocivos para a saúde de quem estiver próximo da linha de fogo. O monóxido de carbono pode provocar cefaleias, alterações visuais, náuseas, fadiga ou falta de coordenação. Nos casos de concentrações muito elevadas, pode levar à morte.

Incêndios
A Associação Nacional de Farmácias ativou o seu plano de emergência para garantir a continuidade da assistência às populações...

Numa declaração escrita, a Associação Nacional de Farmácias (ANF) indica que as equipas das farmácias que foram afetas pelos incêndios estão a montar alternativas de atendimento.

“A ANF expressa a sua profunda solidariedade e envia uma palavra de encorajamento às populações, profissionais de saúde e agentes de Proteção Civil no terreno”, acrescenta a associação.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 27 mortos e dezenas de feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.

Portugal acionou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 mortos e mais de 200 feridos.

Incêndios
A Ordem dos Médicos lançou hoje um apelo aos clínicos para que se disponibilizem para apoiar as populações e as autoridades nas...

“Perante o cenário dramático dos incêndios que assola o Norte e Centro do país, a Ordem dos Médicos apela aos médicos para que se disponibilizem no apoio às populações vítimas dos incêndios nas regiões Norte e Centro do país”, escreve a Ordem num comunicado.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, vincou que o apelo é dirigido a todos os médicos “para ajudarem no que for necessário”, disse.

“Apelo aos médios das regiões afetadas que se unam no sentido de colaborarmos juntos nesta missão complexa de solidariedade nacional”, acrescentou o bastonário.

Há cerca de quatro meses, na altura do fogo que matou 64 pessoas na zona de Pedrógão Grande, a Ordem lançou um apelo semelhante e centenas de médicos voluntariaram-se para ajudar as vítimas dos fogos.

Também hoje os dois sindicatos médicos já anunciaram que suspenderam a greve que estava marcada para a região Centro na quarta-feira.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 27 mortos e dezenas de feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.

Portugal acionou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 mortos e mais de 200 feridos.

Empresas
A Associação Portuguesa de Empresas de Dispositivos Médicos avisou hoje que uma contribuição extraordinária de 2,5% a 7,5% vai...

A posição da Associação Portuguesa de Empresas de Dispositivos Médicos (APORMED) surge após ser conhecida a intenção do Governo de criar uma contribuição extraordinária de 2,5% a 7,5% a aplicar aos dispositivos médicos em 2018, com a qual espera arrecadar 24 milhões de euros.

Além do “encerramento de algumas empresas do setor”, o “novo imposto” terá como consequência a “descontinuação de um grande número de produtos”.

A “diminuição da qualidade e da quantidade de serviços e de suporte técnico prestados” deverá ser outro resultado da medida, contemplada no Orçamento do Estado para 2018.

Para a APORMED – que representa cerca de 70% do mercado do setor das tecnologias para a saúde -, a contribuição levará a uma “certa disrupção de fornecimento de dispositivos médicos ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) com o respetivo impacto preocupante e negativo para o doente, para os profissionais de saúde e com impacto em saúde pública”.

A associação declina, “perante a população, qualquer responsabilidade por falhas que possam ocorrer no SNS resultantes do impacto” desta contribuição extraordinária (…) aplicada a um setor que, nos últimos anos, foi severamente castigado por medidas administrativas desta natureza que têm conduzido a uma degradação das condições de fornecimento de dispositivos médicos”.

Dor na Coluna
As lombalgias e as cervicalgias, consideradas como a 2ª causa em Portugal de visita ao médico, são t

A lombalgia define-se como a dor numa area posterior do corpo, entre a ultima costela e a região glutea, com ou sem irradiação pelo membro inferior (ciática), sendo aguda se a duração for de um dia até 6 semanas, subaguda até as 12 semanas e após esta consideramos estar perante uma lombalgia crónica.

Em relação ao curso habitual da doença, 50 a 60% recuperam numa semana, 95% em 3 meses e apenas 5 a 10% dos casos desenvolvem lombalgia crónica, sendo que esta afeta 3 a 4 vezes mais a população entre os 50 e os 60 anos de idade com uma  prevalência cerca de  50% mais alta na mulher.

Quanto as causas temos de estar alertas para casos de infeção, de patologia tumoral ou alterações estruturais como escolioses que se possam manifestar deste modo, sendo que o mais habitual é serem consequência de alterações degenerativas dos discos inter-vertebrais.

Estas alterações dentro do disco podem facilitar a extrusão ou saída do seu constituinte interno (nucleo culposo), rompendo as fibras do disco e provocando a hernia discal, São normalmente de caráter genético, que se agravam por vezes precocemente, formando uma cascata degenerativa progressiva, manifestada por vezes na sequência pequenos esforços, em rotação ou em flexão do troco e/ou do pescoço.

Quanto à hernia discal, seja cervical ou lombar, tem normalmente um bom prognostico pois 90% dos paciente recuperam sem necessidade cirúrgica. Contudo, outros casos que não remitam com o tratamento conservador (e aqui temos de considerar os efeitos adversos de alguns medicamentos usados para a dor), com défice neurológico estabelecido ou progressivo ou englobando outras patologias acima consideradas podem ter indicação cirúrgica. Esta é normalmente efetuada por via minimamente agressiva, possibilitando um internamento curto, um inicio muito precoce da marcha e um rápido retorno á vida profissional ativa. Consegue-se assim evitar atrofias musculares, perda de equilíbrio e postura, manter a estabilidade familiar, evitar estados depressivos ou ansiosos secundários á incapacidade, à perda de emprego e diminuir o absentismos laboral.

Contudo, alguns casos no entanto progridem para a lombalgia crónica, sendo este um problema multidisciplinar onde também devemos considerar várias vertentes:

  1. Estado psicológico
  2. Ansiedade, depressão, stress das responsabilidades, stress psicológico no trabalho
  3. Fatores psico-sociais
  4. Insatisfação no trabalho, profissão “monótona”
  5. Intensidade da actividade física no trabalho
  6. Movimentos repetidos de rotação, exposição a vibração
  7. Tabaco, obesidade
  8. Insatisfação no trabalho e a perspectiva de ganho secundário (seguros)

Finalmente, alguns conselhos de modo a evitar estes sintomas:

  1. Fortificar a  musculatura paravertebral, abdominal e glútea, exercícios de alongamento e estiramento
  2. Evitar uma vida sedentária - Exercícios cardiovasculares – andar, correr, bicicleta, natação
  3. Evitar a posição sentada, esforços em anteflexão do tronco e rotação
  4. Evitar fumar
  5. Tratar a Obesidade – parece facilitar progressão para cronicidade
  6. Tratar a osteoporose reforçando a estrutura óssea
  7. Tratar os factores psico-sociais como estados depressivos ansiosos e de insatisfação no trabalho
  8. Diminuir a exposição a vibrações
  9. Efetuar o despite da Escoliose
  10. Tratar as doenças primárias e desse modo evitar a manifestação secundária ou sua extensão à coluna (doenças reumáticas, tumores, infecções como p.ex. tuberculose)
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
16 de outubro - Dia Mundial da Alimentação
São considerados o BI de cada um dos produtos que escolhemos, compramos e colocamos à mesa. É nos rótulos que constam as...

No Dia Mundial da Alimentação, que se celebra neste dia 16 de outubro, a Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC) aproveita para chamar a atenção para a importância de uma leitura e interpretação atenta dos rótulos, que fornecem “um conjunto de informações importantes, às quais deveríamos dar mais atenção”, como a lista de ingredientes, a tabela nutricional e a informação sobre intolerâncias e alergias. E dá algumas dicas. “Na lista de ingredientes tem de constar tudo o que compõe um género alimentar, obrigatoriamente por ordem decrescente. Esteja atento à localização nessa lista do sal, açúcar e gorduras. Desconfie sempre que se encontram nas primeiras posições”, aconselha a especialista.

Na tabela nutricional, “a informação tem de estar discriminada por cada 100g/ml de produto

e por embalagem ou por porção média ingerida. Para além do valor energético, isto é, a quantidade de Kcal do produto, também tem de constar o teor total de lípidos (gordura), bem como de ácidos gordos saturados, os hidratos de carbono totais, com destaque para a quantidade de açúcar, e a proteína. Inclusão obrigatória ainda para o sal ou cloreto de sódio”, acrescenta.

A mensagem, neste dia que se celebra a alimentação, é simples: “só com uma leitura atenta do rótulo podemos fazer escolhas mais conscientes e informadas”.

Dicas para a leitura dos rótulos:

  • Há elementos de caráter obrigatório nos rótulos (nome do produto, quantidade líquida, lista de ingredientes, tabela de informação nutricional, data de validade, condições de utilização e de conservação, identificação do lote, informação da empresa produtora);
  • Há que escolher os alimentos pobres em açúcar, em gordura saturada e em sal;
  • Os primeiros elementos que constam da lista de ingredientes são sempre os que estão em maior quantidade;
  • Se os primeiros ingredientes da lista forem açúcar, gordura e sal, estes devem ser substituídos por alternativas mais saudáveis;
  • Atenção que os açúcares e gorduras podem aparecer disfarçados;
  • Devem evitar-se alimentos com muita gordura, mas sobretudo gordura saturada;
  • Valores elevados de fibra, desde que não sejam acompanhados de muito açúcar e gordura, são benéficos.
Estudo
Uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e do Centro Hospitalar e Universitário de...

A hipertensão arterial pulmonar é uma doença rara que, se não for diagnosticada e tratada atempadamente, pode levar à morte dos doentes, em menos de três anos.

O estudo, já publicado na revista “Cardiovascular Research”, foi realizado em duas fases. Primeiro em contexto clínico, envolvendo perto de uma centena de doentes e um grupo de pessoas saudáveis (para efeitos de controlo), e posteriormente em laboratório, com recurso a modelos animais de hipertensão pulmonar.

Henrique Girão, investigador da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) e coordenador do estudo, explica que a hipertensão arterial pulmonar é uma doença em que há uma disfunção ao nível da vasculatura pulmonar, com consequências no coração, “e o que o Rui Baptista, médico e primeiro autor deste estudo, identificou na componente clínica deste trabalho, utilizando doentes com hipertensão arterial pulmonar, foi uma molécula - MicroRNA-424(322) - que está presente em maiores quantidades no sangue dos doentes quando comparado com pessoas saudáveis”.

Após o estudo das alterações observadas nos doentes, a equipa prosseguiu o trabalho em laboratório, para investigar as causas e implicações do aumento da MicroRNA-424(322) na doença. Os resultados obtidos permitiram identificar a forma como as alterações iniciais, ao nível do pulmão, são transmitidas ao coração.

A compreensão dos mecanismos de comunicação entre órgãos, neste caso entre o pulmão e o coração, “é muito importante para se poder ter uma visão mais integrada da doença. Assim, foi possível conhecer melhor como é que as modificações ao nível dos vasos do pulmão, que estão normalmente na base da doença, são transmitidas ao coração, em particular ao ventrículo direito, cujas paredes começam a ficar mais grossas e menos elásticas”, sublinha Henrique Girão. 

Este fenómeno, denominado hipertrofia, faz com que “o coração perca alguma da sua capacidade de contração, levando ao falecimento dos doentes por insuficiência cardíaca”, prossegue o investigador da FMUC.

O passo seguinte da investigação passa por aumentar o número de amostras de doentes, para haver uma validação consistente com vista a uma utilização clínica do marcador agora descoberto. “A ideia poderá ser, num futuro próximo, por exemplo num contexto de diagnóstico clínico, fazer a recolha de sangue, ir à procura deste MicroRNA e, consoante os níveis detetados, podermos antecipar e prever de que forma é que a doença vai evoluir”, sugere.

Além da importância clínica e qualidade científica da descoberta agora publicada, Henrique Girão destaca ainda o facto de “este trabalho ter contado com a participação ativa, na componente de natureza laboratorial, de um clínico, o que é fundamental para o sucesso do estabelecimento da ponte entre a investigação fundamental e a investigação clínica”.

Estudo
A maioria dos portugueses operados à coluna em unidades de saúde públicas encontrava-se em idade ativa, sendo a maior parte...

“Este estudo vem comprovar que o principal alvo das cirurgias à coluna não é a população mais idosa mas sim a população em idade ativa, que aqui representa a maior franja das intervenções cirúrgicas realizadas”, segundo o presidente da Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia (SPN), Paulo Pereira.

A SPN é uma das organizações que, juntamente com a Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral e a Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia, promovem um estudo para divulgar este tipo de procedimento, bem como a forma como em Portugal se tratam cirurgicamente os problemas da coluna.

“Quem são os doentes, de onde são, quais as patologias alvo destas cirurgias, que tipo de abordagens cirúrgicas são realizadas e como tem sido a evolução dessa atividade em Portugal, são algumas das questões que vão encontrar resposta nesta investigação”, indica um comunicado da SPN.

As primeiras conclusões do estudo serão divulgadas hoje, Dia Mundial da Coluna, e indicam que “mais de metade (52%) dos portugueses operados à coluna no SNS são indivíduos em idade ativa e a maioria são mulheres (55%)”.

Para o presidente da Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral, Manuel Tavares de Matos, “estes são pacientes que, não tratados, representam visitas frequentes aos hospitais, absentismo laboral ou até reformas antecipadas, com consequentes implicações não só na sua saúde mas também na produtividade e na economia do país”.

“Ao tratarmos os problemas da coluna de forma cirúrgica nos doentes que para tal tenham indicação, estamos a promover uma recuperação mais rápida e a resolução do seu problema inicial”, adiantou.

O coordenador da Secção da Coluna da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia, Nelson Carvalho, considera que “a inovação que temos assistido nos últimos anos, nas cirurgias à coluna, tem trazido inúmeras vantagens para a qualidade de vida do doentes, nomeadamente a redução do tempo de regresso ao trabalho e da retoma das atividades diárias”.

Estes dados são relativos a 2015 e contemplam as cirurgias à coluna - artrodeses, artroplastias, descompressões, discectomias, fixações dinâmicas, vertebroplastias e cifoplastias - realizadas em hospitais do SNS.

Estudo
Cerca de 40% dos consumidores portugueses não compreendem a informação nutricional básica contida nos rótulos dos alimentos,...

O estudo do Instituto Português de Administração de Marketing, realizado a pedido da Direção-Geral da Saúde (DGS) e com validação da Organização Mundial da Saúde, foi efetuado com base numa amostra de 1.127 consumidores e vai ser divulgado hoje, Dia Mundial da Alimentação.

Mais de metade da população inquirida refere que consulta os rótulos dos alimentos no momento da compra e fá-lo sobretudo para conhecer o prazo de validade, as instruções de uso e também recolher alguma informação sobre os nutrientes.

O estudo procurou conhecer com mais detalhe o nível de compreensão dos rótulos por parte da população, não se baseando apenas na perceção de autoconhecimento dos consumidores, mas organizando grupos focais para uma compreensão objetiva.

Nessa análise, verificou que 40% dos inquiridos não compreendiam realmente a informação nutricional básica que pode permitir fazer escolhas mais saudáveis.

O estudo conclui também que há uma relação “estatisticamente significativa” entre as habilitações escolares e o conhecimento objetivo dos rótulos, sendo esse conhecimento mais elevado quando os consumidores têm qualificações superiores.

Aliás, uma das barreiras identificadas tem a ver com os baixos níveis de literacia da população portuguesa, que antecipam “dificuldade de compreensão da informação nutricional”, referem os autores do estudo, que contou com o contributo da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto.

Os consumidores revelam falta de conhecimento sobre matérias como os limites diários máximos recomendados de sal e açúcar, que são atualmente de cinco gramas e 50 gramas, respetivamente, para um adulto.

Num comentário a este estudo, o diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da DGS considera que a análise veio validar a necessidade de mudar a forma de apresentar os rótulos para sistemas visualmente apelativos e que “não impliquem cálculos e recálculos por parte dos cidadãos”.

No fundo, haver um sistema que permita uma rápida descodificação dos rótulos dos alimentos para “facilitar tomadas de decisão” por parte dos consumidores.

A DGS lançou recentemente online uma proposta de descodificar de rótulos que usa um sistema dividido em três cores: vermelho, amarelo e verde. A ideia é os consumidores optarem maioritariamente por alimentos e bebidas com nutrientes da categoria verde e evitarem os da categoria vermelha.

As cores são distribuídas de acordo com os teores de gordura, açúcares e sal.

“É preciso adotar um sistema que funcione como descodificar de rótulos. O ideal é que um país chegue a um consenso sobre um determinado modelo para que as empresas depois o adotem. O modelo deve ser sempre o mesmo e uniforme, mesmo que a adoção por parte das empresas seja voluntária. Mas quem o adotar tem de usar o mesmo sistema, para não haver, por exemplo, uma alteração das cores que pode ainda confundir mais os consumidores”, afirmou Pedro Graça em declarações à agência Lusa.

O diretor do Programa da DGS recorda que, hoje em dia, é necessário “fazer muitas escolhas de alimentos num curto espaço de tempo”, o que torna a leitura dos rótulos “mais importante para tomar melhores decisões”.

A partir de 2018
O teor de sal no pão vai baixar ainda mais a partir do próximo ano, de acordo com um protocolo que será hoje assinado entre o...

Segundo o texto do protocolo, a que a agência Lusa teve acesso, haverá uma redução gradual do teor de sal no pão entre o próximo ano e 2021.

Atualmente, a lei determina um teor de 1,4 gramas de sal por 100 gramas de pão, que vai baixar para 1,3 gramas já em 2018. No ano seguinte, essa quantidade desce para 1,2 gramas, em 2020 para 1,1 e até final de 2021 chegará ao 1 grama de sal por 100 gramas de pão.

Esta redução será maior e antecipada no pão fornecido nas escolas que, até 31 de dezembro de 2018, deve ter menos de um grama de sal por 100 gramas de pão.

As medidas visam ajudar a cumprir a meta de reduzir em 10% a média de quantidade de sal presente nos principais fornecedores alimentares de sal à população.

O pão já tinha visto o teor de sal ser reduzido em 2010, quando a legislação impôs um máximo de 1,4 gramas.

No caso dos pães considerados “produtos tradicionais com nomes protegidos” - como o Pão de Mafra, o Pão Alentejano ou a Broa de Avintes – o protocolo estabelece que seja feito um trabalho de caracterização e monitorização dos seus teores de sal e que se avance com um plano para a redução gradual.

No protocolo que será assinado hoje, Dia Mundial da Alimentação, a indústria da panificação e pastelaria compromete-se a reduzir os ácidos gordos trans (artificiais) dos seus produtos para valores inferiores a dois gramas por 100 gramas de gordura ou a 0,5 gramas na dose de produto consumida. Esta redução deve atingir-se no final de 2019.

A par destas reduções, será dinamizada uma campanha nacional para promover o consumo de pão.

A população portuguesa apresenta um consumo médio de sal de 7,3 gramas, um valor acima das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) de cinco gramas por pessoa, por dia.

Cancro
Uma em cada três pessoas em tratamento no Instituto Português de Oncologia, no Porto, acaba por pedir o apoio da psico...

As mulheres são quem mais recorre àquele serviço, o que decorre do facto de o cancro da mama continuar a ser, a par do cólon, o que mais atinge a população atendida.

Além do Instituto Português de Oncologia (IPO), a psico-oncologia é disponibizada nos centros hospitalares de São João e do Porto (que inclui Hospital de Santo António) desde a fase de diagnóstico e, em alguns casos, só cessam para além do momento da alta médica.

Em declarações a responsável pela equipa de psicologia do serviço de psico-oncologia do IPO, Eunice Silva, explicou que a prática segue "o que se passa por toda a Europa", funcionando desde 2004 e dispondo atualmente de quatro psicólogos e três psiquiatras.

"Não é por ter doença oncológica que tem de ser referenciado pela psico-oncologia. Ela pode acontecer mais tarde por indicação do médico ou do enfermeiro", explicou.

Disse ainda que “cerca de 30% das pessoas em tratamento acabam por pedir a intervenção” da equipa de psico-oncologia “por não estarem a conseguir lidar com a situação, entrando em quadros de depressão, pânico, problemas existenciais ou confronto com as perdas".

Ao todo, desde 2004, foram atendidas 52 mil pessoas pelos quatro psicólogos no IPO, que regista por ano 10 mil novos casos, num atendimento, explicou Eunice Silva.

O diretor do serviço de Oncologia do Centro Hospitalar do Porto, António Araújo, realçou o facto de o cancro ter "um grande impacto físico na pessoa que sofre", requerendo por vezes apoio para além da família.

"Há mais de 12 anos disponível" naquele centro hospitalar que inclui o Hospital de Santo António, o serviço psico-oncologia tem atualmente um psiquiatra e uma psicóloga, números insuficientes para António Araújo que reclama "pelo menos mais três de cada especialidade".

Salientando que "muitos dos doentes estão referenciados", especificou que "cerca de 2.400 dos 4.000 novos casos por ano" aderem às consultas.

"A psico-oncologia deve fazer parte do acompanhamento dos doentes oncológicos desde o diagnóstico", defendeu o diretor do serviço, alertando que as consultas, por vezes, vão para além da alta médica devido às "cicatrizes de nível psicológico".

Psicóloga do serviço de oncologia médica do Centro Hospitalar São João, Susana Samico considera que o doente "tem de ser visto de uma forma holística" e a parte psicológica "é fundamental para a adesão aos tratamentos".

"Aqui, nem todos passam pela consulta, pois há alguns que estão ajustados e nem necessitam da mesma abordagem", argumentou, revelando que em 2016 o “São João” acompanhou 426 novos casos num total de 1803 novos doentes oncológicos.

Com duas psicólogas a fazer as consultas num serviço a funcionar desde 1993 no maior hospital da região Norte, "uma grande maioria dos doentes continua a ser seguida após receber a alta".

Este facto "obriga a uma gestão muito grande de agendas e de horários" buscando uma resposta à procura, revelou a psicóloga, não excluindo que “a chegada de mais colegas ajudaria no acompanhamento".

São as doentes do cancro da mama, "que tal como os do cólon, são em maior número, quem mais acorre ao serviço", explicou Susana Samico, sendo também frequente a presença de doentes de cancros hepatobiliares, "que, devido à agressividade dos tratamentos, acabam por procurar apoio".

Páginas