Cirurgia Estética
O peeling químico é uma técnica ancestral bem conhecida para tratar diversas alterações ou imperfeiç

Atrasar o envelhecimento, manter a jovialidade e um aspeto saudável são os principais motivos que levam muitas mulheres (e também muitos homens!) a recorrer a tratamentos de estética para corrigir imperfeições.

O facto de não necessitarem de um bloco operatório para que possam ser realizados e não deixarem marcas, faz com que os tratamentos não invasivos associados à medicina estética sejam cada vez mais procurados.

No entanto, a especialista em Cirurgia Estética e Reconstrutiva, Ana Silva Guerra, alerta para a necessidade de escolher profissionais reconhecidos e com larga experiência na área, a fim de evitar complicações. “Muitas vezes erroneamente associadados à ausência de risco, estes procedimentos comportam riscos como qualquer técnica ou intervenção e por isso a importância de serem realizados por profissionais qualificados e certificados para o efeito”, afirma.

Os peeling químicos, que consistem na aplicação de substâncias químicas sobre a pele que induzem uma renovação celular, são um dos tratamentos indicados para tratar diversas alterações da pele. “Fotoenvelhecimento, manchas pigmentadas, cicatrizes de acne, flacidez cutânea, estrias, poros dilatados, rugas finas”, enumera a especialista.

Para além de estimularem o crescimento de uma nova pele, os peelings melhoram a textura e a aparência do rosto.  No entanto, “os resultados variam com o tipo de peeling. Peelings profundos e médios podem ter uma longevidade de anos enquanto o peeling superficial deve ser renovado várias vezes ao ano”, esclarece Ana Silva Guerra.

Do mesmo modo, o  tempo de recuperação depende da profundidade de ação do tratamento. “Mas há sempre um tempo de recuperação, quanto mais não seja porque a pele fica mais sensível depois da ação química”, afiança.

O que deve saber sobre os peelings

A pele cai sempre depois de um peeling?

Nem sempre, e se assim for não significa que os componentes químicos do peeling não tenham atuado.

O peeling pode causar queimaduras no rosto?

Pode. Uma má preparação da pele a tratar, a escolha incorreta do produto aplicado (tipo de formulação química, concentração) e uma má técnica podem causar problemas graves. É fundamental que estes tratamentos sejam realizados por profissionais certificados e experientes. Só assim as condições de segurança ficam garantidas.

Os peelings só servem para rejuvenescer o rosto?

Os peelings são uma arma terapêutica importante no rejuvenescimento facial, porém podem ser uma ferramenta terapêutica quando há hiperpigmentações cutâneas e cicatrizes.

Não posso apanhar sol depois de fazer um peeling?

Não. É fundamental a evicção solar nos primeiros 15 dias depois de um peeling, assegurando sempre a colocação de protetor solar fator 50 quando ocorrer a exposição solar.

Os peelings só são indicados para quem tem uma pele mal tratada?

Os peelings têm uma ação preventiva muito eficaz no processo de envelhecimento e quando devidamente aplicados, por profissionais certificados e experientes são ótimos aliados da saúde da pele.

Os peelings são permanentes?

Não. Nunca deverão ser agressivos ao ponto de causar resultados permanentes.

Qualquer um pode fazer um peeling?

Atualmente existem formulações muito seguras e por isso podemos dizer que sim, qualquer um pode fazer um peeling.

Basta uma sessão de peeling para alcançar resultados?

Uma sessão já permite que se vejam alguns resultados mas é o trabalho cumulativo, ao longo de algumas sessões que nos traz o resultado pretentido. Como já foi dito, estes tratamentos são temporários e não queremos uma agressividade tal que deixe marcas permanentes por isso, é mais seguro e correto uma abordagem gradual e controloda.

O peeling deixa cicatrizes?

Se for realizado por profissionais certificados e experientes não.

Limpeza de pele e peeling são a mesma coisa?

São incomparáveis.

                                                                                     

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Relatório revela
A Beira Baixa é uma das regiões mais envelhecidas dos países da OCDE, segundo um relatório que retrata Portugal como um dos...

O relatório “Prevenir o Envelhecimento de Forma Desigual”, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), revela que a população está a envelhecer de forma cada vez mais acelerada e que as gerações mais jovens irão viver situações de maior desigualdade na velhice.

Portugal não é exceção e surge como uma das regiões com mais idosos mas também um dos cinco países onde a população está a envelhecer mais rapidamente, ao lado da Coreia do Sul, Grécia, Itália e Espanha, revela o estudo onde o Japão é apontado como o mais envelhecido.

“As regiões da OCDE com maior percentagem de idosos, que excede as médias nacionais, são a Evrytania, na Grécia (33%), Akita, no Japão (32%), Halliburton, no Canada (31%), Orense, em Espanha (39%), Beira Baixa, em Portugal (29%), e Savona, em Italia (28%)”, lê-se no documento hoje divulgado.

Os futuros idosos vão viver mais tempo mas estarão em situações mais diversas: haverá quem tenha estado desempregado em algum momento da sua vida e vivido com salários baixos, enquanto outros terão desfrutado de rendas mais altas e empregos mais estáveis.

O relatório analisou também as pensões e descobriu que em um terço dos países da OCDE mais de 85% das desigualdades salariais acabam por se refletir nas pensões. Portugal surge neste grupo ao lado de países como a Turquia, Finlândia, Itália, Espanha, França ou Alemanha.

Além de rendimentos díspares, os relatores falam também em desigualdades na educação, saúde e emprego que começam a aumentar a partir de idades precoces: “Um homem de 25 anos com formação universitária pode esperar viver quase mais oito anos do que alguém com a mesma idade mas com menos formação académica”.

Portugal volta a surgir no capítulo sobre saúde para ser apresentado como um dos cinco países que em 2014 apresentava maiores disparidades regionais de camas hospitalares, juntamente com o Canada, Polónia, Turquia e os EUA.

“A região do Alentejo tem muito poucas camas e médicos - respetivamente, nove e dez por cada mil idosos”, lê-se no documento que aponta como medida positiva os programas educacionais para os adultos que foram lançados nos últimos anos.

'Waves of Drawings'
Um grupo de estudantes da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto criou uma plataforma online que agrega desenhos da...

Os desenhos ilustram a visita do papa Francisco a Fátima por ocasião do centenário das aparições, no passado dia 13 de maio.

"De fácil navegação e bastante intuitivo", o ‘site’ está preparado para ser apresentado em cinco diferentes línguas (português, inglês, francês, italiano e espanhol) e possibilita a consulta dos desenhos através da navegação do mapa de Portugal dividido em distritos, explica a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), em comunicado.

O projeto, denominado 'Waves of Drawings', foi desenvolvido por sete estudantes da FEUP, cinco do Mestrado Integrado em Engenharia Informática e Computação e dois do Mestrado em Multimédia, que realizaram todo o trabalho em regime extra curricular. O grafismo da plataforma ficou a cargo da ‘designer’ Emília Dias da Costa.

A FEUP esclarece que “o pontapé de saída do 'Waves of Drawings', projeto nacional agregador de todas as pediatrias do Serviço Nacional de Saúde (SNS), foi dado pelo Centro Hospitalar de São João”, do Porto, que coordena.

“Após ter organizado, em 2015, uma exposição de desenhos de 28 serviços de pediatria dos estados-membros da União Europeia (UE), decidiu organizar uma outra, desta vez com desenhos de todas as pediatrias do SNS, apresentada no passado mês de setembro, à presidente do Hospital ‘Bambino Gesù’, Mariella Enoc, em Roma”, refere.

O Bambino Gesú, também conhecido como o ‘Hospital do Papa’, é um hospital pediátrico tutelado administrativamente pela Secretaria do Estado do Vaticano e é considerado “um ponto de referência no tratamento de crianças não só de Roma como de toda a Itália”.

Em Berlim
O reitor da Universidade de Coimbra e o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra...

Em comunicado, a Universidade de Coimbra (UC) adianta que o reitor João Gabriel Silva e o presidente do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Fernando Regateiro, tomaram posse dos respetivos cargos na terça-feira, em Berlim, na Alemanha.

"O posicionamento da UC como universidade global fica mais sólido, sendo um grande reforço da necessidade de usarmos sempre patamares de qualidade global", destacou o reitor.

Por seu lado, Fernando Regateiro salientou "o reforço da projeção internacional do CHUC, a par do reconhecimento do elevado nível dos seus profissionais e dos cuidados de saúde que prestam".

Portugal, representado pelo consórcio CHUC e UC, foi admitido a 11 de outubro de 2015 na Aliança M8, considerado o G8 da Saúde, cuja rede é a base académica de excelência e na qual está assente a organização da Cimeira Mundial de Saúde, fórum anual para o diálogo sobre os cuidados de saúde.

A Aliança M8 tem como missão principal a melhoria da saúde a nível global, promovendo a investigação translacional, bem como a inovação na abordagem da prestação de cuidados, almejando o desenvolvimento de sistemas de saúde eficazes na prevenção da doença.

A conferência intercalar da Cimeira Mundial de Saúde de 2018 vai realizar-se em Coimbra, a 19 e 20 de abril, dedicada ao tema da "Medicina de Fronteira".

De acordo com o consórcio português CHUC/UC, são esperados na conferência intercalar de abril de 2018 cerca de 700 especialistas provenientes de todo o mundo, da Europa à Ásia, passando pela África, Médio Oriente, América do Norte, Central e do Sul, que se vão reunir no Convento São Francisco.

Os tópicos principais em análise serão as abordagens das doenças infecciosas nos países em desenvolvimento; as políticas globais de saúde que melhor respondem às necessidades desses países; os desafios e as oportunidades associadas à translação da inovação para os cuidados de saúde; e ainda, num mundo em mudança, o melhor modo de fazer educação médica e biomédica.

Parlamento
O parlamento vai debater na quinta-feira projetos de lei para a criação de uma Ordem dos Técnicos de Saúde e de uma Ordem dos...

O PS e o CDS apresentaram projetos de lei que visam a criação de uma Ordem dos Fisioterapeutas, que teria como missão o “controlo do exercício e acesso à profissão de fisioterapeuta”, a elaboração de normas técnicas e deontológicas e o exercício do poder disciplinar sobre os seus membros.

A criação de uma Ordem dos Fisioterapeutas tinha sido já apresentada pelo CDS em anteriores legislaturas e o partido considera que “é altura de retomar a iniciativa”. Atualmente existem em Portugal cerca de 10 mil fisioterapeutas.

Quanto à criação de uma Ordem dos Técnicos de Saúde, o projeto de lei do PS considera que o “exercício liberal ou não assalariado destas profissões das tecnologias da saúde” e a sua crescente complexidade “tornam imperiosa a necessidade de se dispor de uma efetiva regulação profissional”.

Para o PS, é necessário que os profissionais das tecnologias da saúde “detenham as competências específicas para o efeito e que estejam sujeitos a regras técnicas, de ética e deontológicas no seu exercício profissional como sucede nas demais profissões regulamentadas da saúde”.

Assim, segundo o projeto de lei socialista, a Ordem dos Técnicos de Saúde terá “personalidade jurídica e gozará de autonomia científica, disciplinar, administrativa, financeira e regulamentar”.

Deve competir a esta Ordem criar códigos deontológicos e normas técnicas específicas a quem exerça uma das profissões representadas.

A Ordem deve agregar os licenciados nas áreas das tecnologias da saúde, uma opção que “se afasta de uma indesejável diversidade de estruturas representativas das profissões”, que no limite levaria à criação de tantas ordens quantas as profissões que representa.

O PS considera assim que não era possível criar ordens para cada uma das profissões das tecnologias de saúde, optando por agregar todas numa só Ordem.

Em Portugal existem atualmente 16 ordens profissionais, segundo informação disponível no site do Conselho Nacional das Ordens Profissionais.

Na área da saúde existem oito ordens: a Ordem dos Médicos, a Ordem dos Enfermeiros, a Ordem dos Médicos Dentistas, a Ordem dos Veterinários, a Ordem dos Farmacêuticos, a Ordem dos Biólogos, a Ordem dos Nutricionistas e a Ordem dos Psicólogos.

No Porto
Investigadores do Porto estão a utilizar as propriedades bioativas dos pigmentos que conferem a cor vermelha ao vinho do Porto...

As antocianinas, que são consideradas bons antioxidantes, estão associadas à prevenção de doenças e ao combate ao envelhecimento precoce, disse o investigador Nuno Mateus, do Laboratório Associado REQUIMTE, sediado no Departamento de Química e Biologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP).

Segundo o investigador, estas atuam na captação de radicais livres, em propriedades antimicrobianas e em atividades de cicatrização e quimio-preventivas, no entanto, a sua estabilidade é "muito afetada por fatores como o pH, a luz e a temperatura".

Devido a isso, para além das antocianinas nas suas formas nativas (com cor vermelha), os investigadores vão utilizar alguns dos seus derivados, que sejam mais estáveis mas que mantenham a bioatividade e exibam cores atrativas (como o laranja e o azul), para incorporar os produtos para de prevenção e cuidados de pele.

Para testar os compostos desenvolvidos, a equipa utiliza um sistema elétrico não-invasivo que permite quantificar a adesão celular, a proliferação, a mobilidade e a resposta celular a um estímulo externo, denominado ECIS (Electric Cell-substrate Impedance Sensing).

Este método possibilita igualmente induzir danos (como por exemplo uma ferida num modelo de pele), registar o processo de cicatrização e monitorizar de forma contínua mono-camadas de células, que desempenham um papel essencial na regulação do livre movimento de moléculas entre os diferentes tecidos.

"Em várias doenças, assim como nos estados inflamatórios, estas barreiras ficam comprometidas, e desta forma, a monitorização da permeabilidade de células tratadas com compostos naturais é de elevado interesse", disse o investigador.

De acordo com Nuno Mateus, a utilização de métodos que utilizem modelos de pele ou epiderme humana reconstruídos surge como uma alternativa para o uso de modelos animais.

"Estes são modelos biológicos reprodutivos, acessíveis e similares ao local de aplicação final (pele), permitindo avaliar as matérias-primas e as formulações finais", explicou.

Alguns dos próximos passos do projeto, que está no segundo ano, passam por estudos de proteção do envelhecimento celular da pele na presença dos derivados de antocianinas e os danos UV, o seu efeito no crescimento do microbiota da pele e a otimização das formulações finais e estudos da estabilidade à luz, temperatura e humidade.

Financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), finaliza em março de 2019 e envolve professores, investigadores, bolseiros de pós-doutoramento e alunos de doutoramento.

O grupo de investigação do qual Nuno Mateus faz parte tem-se dedicado durante os últimos 20 anos à recuperação de antocianinas de agro resíduos e ao estudo da química de diferentes classes de compostos presentes em matrizes alimentares, mais concretamente no vinho tinto.

Vacinómetro
Mais de 560 mil portugueses com 65 ou mais anos já se vacinaram contra a gripe desde o início deste mês, mas a taxa de...

Segundo os dados do “Vacinómetro”, que monitoriza a vacinação contra a gripe em grupos prioritários da época gripal, os dados para os grupos avaliados mostram uma taxa de vacinação inferior em relação ao mesmo período do ano passado.

Esta diminuição pode ser “explicada pelas condições ambientais, com temperaturas mais elevadas que têm sido registadas neste outono”, refere o comunicado que divulga os primeiros dados do “Vacinómetro”, que permite monitorizar em tempo real, a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários recomendados pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

Vacinaram-se desde o dia 1 de outubro 27,7% das pessoas a partir dos 65 anos, 22% das pessoas portadoras de doença crónica e 19% dos profissionais de saúde com contacto direto com doentes.

Entre os que têm idades entre os 60 e os 64 anos vacinaram-se nas primeiras semanas de outubro cerca de 14,5% dos portugueses.

“Destacamos ainda que dentro da população não vacinada, 43,7% tenciona vacinar-se contra a gripe, durante esta época”, refere o comunicado.

Os dados indicam também que, do total do grupo inquirido, foram vacinados, pela primeira vez, 16,9 % das pessoas pertencentes aos grupos prioritários para a vacinação.

De todo o grupo dos vacinados, mais de metade levou a vacina por recomendação do médico. Um quarto fê-lo por iniciativa própria e os restantes ou por iniciativas em contexto laboral, ou por recomendação do farmacêutico ou porque sabem fazer parte de um grupo de risco.

A vacina contra a gripe é “fortemente recomendada” para grupos como pessoas com idades acima dos 65 anos, doentes crónicos e imunodeprimidos a partir dos seis meses, grávidas e profissionais de saúde ou prestadores de cuidados em lares de idoso. Recomenda-se também a pessoas com idade entre os 60 e os 64 anos.

O “Vacinómetro” é promovido pela Sociedade Portuguesa de Pneumologia, pela Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, com o apoio de um laboratório farmacêutico.

OCDE
O “envelhecimento desigual” diminuiu na atual geração, que tem rendimentos mais elevados e corre menores riscos de pobreza que...

Num relatório hoje divulgado, sob o título “Para Impedir o Envelhecimento Desigual”, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) explica que a tendência para o agravamento das condições de desigualdade na velhice das gerações mais novas se prende com uma maior esperança de vida, a par de condições mais precárias oferecidas pelo mercado de trabalho e do aumento da desigualdade na distribuição de rendimentos e nos orçamentos familiares.

“Envelhecer de forma desigual é prejudicial para o futuro crescimento económico, sobretudo quando a desigualdade de oportunidades desemboca em privilégio ou exclusão, minando a mobilidade social intergeracional e pondo em causa a coesão social”, lê-se no documento, a que a agência Lusa teve acesso.

De acordo com os relatores, novos dados sobre a mortalidade na velhice mostram que as condições socioeconómicas têm maior impacto na desigualdade da longevidade do que antes se verificava.

E também que os problemas relacionados com a desigualdade na velhice são mais agudos em economias emergentes, sendo que muitas delas enfrentam um rápido envelhecimento da população numa fase relativamente embrionária do desenvolvimento, têm maiores desigualdades em matéria de saúde que os países da OCDE e um sistema de proteção social menos eficiente.

Quanto à crescente desigualdade de rendimentos de uma geração para outra, o relatório indica que apesar de, neste momento, na maioria dos países, o rendimento médio das pessoas ser ainda mais elevado do que o das anteriores quando tinham a mesma idade, essa situação já não se verifica para os nascidos de 1960 em diante, quando comparado com o rendimento das gerações nascidas uma década antes.

“A desigualdade de rendimento na mesma idade tem estado a acentuar-se de uma geração para outra em dois terços dos países, em particular entre os grupos mais jovens, para quem a desigualdade é agora muito mais elevada que para os mais velhos”, sublinham os relatores.

As desvantagens no acesso à saúde, à educação, ao trabalho e a um salário produzem um efeito de dominó e refletem-se no curso da vida das pessoas: em todas as idades, homens e mulheres com problemas de saúde trabalham menos e ganham menos quando trabalham, sendo que, na totalidade da vida laboral, a falta de saúde reduz os rendimentos obtidos em 33% por homens com pouca instrução e em 17% naqueles com instrução superior, ao passo que os efeitos nos rendimentos das mulheres não são tão significativos.

O documento conclui também que as pessoas com baixos níveis de instrução habitualmente se reformam quando atingem a idade de reforma, enquanto as que têm mais instrução tendem a trabalhar para além desse limite etário.

A falta de saúde é um dos fatores que levam os trabalhadores mais velhos a pedir a reforma antecipada, mas, no entanto, a saúde só até certo ponto explica a acentuada queda da taxa de emprego a partir dos 55 anos, o que aponta para a importância de outros fatores, tais como o modo como funciona a formação profissional, o funcionamento dos mercados de trabalho e os sistemas de cálculo das pensões.

Segundo este relatório, a desigualdade de rendimento na velhice e a transposição dessa desigualdade para as pensões varia muito entre países.

Em média, cerca de dois terços da desigualdade nos rendimentos obtidos durante a vida laboral são transpostos para a desigualdade nas pensões – de menos de 25% em muitos países anglo-saxónicos até mais de 85% em cerca de um terço dos países da OCDE.

As pessoas com salários e, depois, pensões menores tendem a ter uma esperança de vida menor do que aquelas que têm rendimentos mais elevados, e isso reduz ainda mais 13% o total das pensões que auferem.

Os autores deste estudo concluíram ainda que a dependência na velhice é sentida de forma mais aguda pelos grupos socioeconómicos mais baixos e que, apesar de ter diminuído o fosso do emprego entre homens e mulheres, persistem “grandes desigualdades entre géneros”, com o pagamento anual de pensões para pessoas com mais de 65 anos a ser, em média, cerca de 27% mais baixo para as mulheres e a pobreza na velhice a atingi-las muito mais que aos homens.

Opinião
A passagem da idade fértil para a menopausa, algo perfeitamente natural, fisiológico, e que deverá a

A mulher atual, e felizmente mercê da evolução dos cuidados de saúde, tem uma esperança de vida que leva a que mais de 1/3 da vida seja passado em pós-menopausa.

Mas tão ou ainda mais importante é dar qualidade de vida. Dar mais vida aos anos e não apenas mais anos à vida.

A passagem da idade fértil para a menopausa, algo perfeitamente natural, fisiológico, e que deverá acontecer entre os 45 e os 55 anos está muitas vezes, em mais de 70% das mulheres, acompanhado de sintomas que chegam a ser incapacitantes para o desempenho das tarefas quotidianas. E tudo isto acontece numa altura da vida em que aquela mulher está no auge da carreira, pode também coincidir com a saida dos filhos de casa, o sindrome do ninho vazio.

Num curto prazo a redução ou mesmo ausência da produção de estrogénios está associado a sintomas vasomotores, os famigerados calores - afrontamentos, alterações cognitivas e do humor. Ainda com o passar dos anos as complicações cardiovasculares, osteoporose, manifestações genitourinárias e diminuição das funções cognitivsa, como é exemplo a alteração da memória.

Ainda que possa ser encarado como algo natural, também é  verdade que existem terapêuticas que podem reverter todo o processo e que com a devida individualização quer na dose, quer na via de admnistração, poderemos voltar a dar aquela mulher a alegria de vida que tinha e que perdeu.

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Saúde oral
Cerca de 3 em cada 4 pessoas sofrem de alguma forma de “doença das gengivas”.
Boca saudável

As doenças periodontais dividem-se em dois grupos:

Gengivite

Há apenas inflamação da gengiva e é facilmente tratável. São muito frequentes e muitas vezes passam despercebidas porque não provocam dores.

Periodontite

Todos os tecidos periodontais são afetados e há destruição irreversível do osso e do ligamento que suportam os dentes. Com o tratamento o processo destrutivo é detido. Se não se efetuar o tratamento, os dentes vão perdendo o seu suporte, podem abanar e até cair.

Em geral, as periodontites, não provocam quaisquer dores, mesmo em casos avançados: são doenças muito “silenciosas”.

As Periodontites (antigamente conhecidas por “piorreia”) são a principal causa de perda de dentes nos adultos.

Quais as causas?

As gengivites e as periodontites são infeções. São provocadas por bactérias da placa bacteriana (que é a massa esbranquiçada que se vai acumulando sobre os dentes ao longo do dia). Se esta placa não for removida com a escovagem (2 vezes por dia no mínimo), acumula-se e calcifica, formando o tártaro. O tártaro como é rugoso e está colado aos dentes leva a que mais placa bacteriana se forme e dificulta a limpeza. Neste ponto, quando temos tártaro e a escovagem já não consegue fazer uma limpeza eficaz, é necessário fazer uma destartarização ou uma limpeza mais profunda.

Só algumas das bactérias da placa bacteriana é que provocam as doenças periodontais: as que se acumulam no sulco que existe entre a gengiva e o dente.

Quem é afetado?

Gengivite

Toda a população está em risco de desenvolver Gengivite, caso, ao lavar os dentes, não remova eficazmente a placa bacteriana do sulco existente entre a gengiva e o dente. Fatores que podem agravar as gengivites:

  • Gravidez, puberdade e contracetivos;
  • Alguns medicamentos;
  • Próteses ou restaurações mal desenhadas que dificultam a higiene oral.

Periodontite

Nem todos os indivíduos com má higiene oral e Gengivite desenvolvem Periodontite.

O que determina a destruição dos tecidos de suporte dos dentes é uma característica das defesas da gengiva de cada indivíduo, chamada “suscetibilidade” ou tendência para a infeção do periodonto, que herdamos da nossa família.

Para além disso, há situações em que a suscetibilidade à periodontite está aumentada:

  • Tabagismo;
  • Stress emocional;
  • Diabetes e outras doenças que levam à diminuição das defesas.

Existem riscos para a saúde geral?

Atualmente sabe-se que a Periodontite pode colocar-nos numa situação de risco acrescido para certas doenças sistémicas, na medida em que são infeções de longa duração. As doenças em que esta associação está mais comprovada são:

  • Diabetes;
  • Doenças Cardiovasculares.

Quais os sinais de alarme?

Muitas vezes esta doença passa despercebida porque não provoca dor.

É necessário estar atento a:

  • Gengivas que sagram espontaneamente;
  • Gengivas que sagram à escovagem (o que muitas vezes não notamos pois tendemos a evitá-lo, como defesa, o que só agrava o problema);
  • Gengivas vermelhas e aumentadas de volume (“inchadas”);
  • Gengivas “deslocadas” dos dentes;
  • Dentes “descarnados” (raízes expostas);
  • Dentes que mudaram de posição ou que ficaram inclinados.

Como se desenvolvem as doenças Periodontais?

A gengiva saudável é fina, firme e não sangra (nem com a escovagem).

Ainda que não tenhamos consciência disso, existe um sulco com cerca de 2 mm entre a gengiva e o dente (sulco gengival). Nas radiografias é visível o osso suportando toda a raiz.

Gengivite

Por desconhecermos a existência do sulco gengival, facilmente deixamos acumular aí placa bacteriana: a gengivite surgirá por esse motivo. A gengiva inflama para se defender desta infeção, fica avermelhada e sangra com facilidade. Esta hemorragia pode ser detetada pelo doente ao escovar as gengivas ou pelo dentista.

Como apenas a gengiva esta afetada, nas radiografias o osso vê-se intacto.

Periodontite

Nos indivíduos com “suscetibilidade”, se a Gengivite não for tratada, evolui para Periodontite. Na Periodontite, os tecidos que suportam o dente (osso e ligamento que une a raiz a este) são destruídos ao “fugir” da placa bacteriana e os dentes ficam com mobilidade. O sulco gengival transforma-se em bolsa periodontal, com placa bacteriana, pus e tártaro sobre as raízes. Nas radiografias é visível a destruição óssea. 

Será possível evitar o aparecimento das doenças Periodontais?

Sim. Limpando com eficácia a placa bacteriana que se acumula entre os dentes e as gengivas.

Como?

Escovando os dentes pelo menos 2 vezes por dia e utilizando um dentífrico com flúor.

  • É importante que coloque a escova de forma a que os filamentos entrem no sulco gengival.
  • Escove todas as superfícies, pelo lado de fora (dos lábios e bochechas) e pelo lado de dentro (da língua e palato ou céu da boca), em pequenos movimentos de vai-vém.

É necessário também limpar os espaços entre os dentes. A limpeza interdentária deve ser efetuada 1 vez por dia, com fio / fita dentária ou, se os espaços forem largos, com escovilhões interdentários.

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Venezuela
A escassez de medicamentos básicos destinados a tratamentos de doenças como a hipertensão, diabetes, diarreia e infeções...

Os dados foram divulgados pela Convite AC, uma Organização Não Governamental (ONG) que monitoriza o sistema de saúde venezuelano e promove os direitos sociais para todas as pessoas.

Segundo a Convite, a média de escassez de medicamentos para a diabetes é de 91,7%, com a cidade de Maracaibo a registou o maior falta (96,1%), seguida por Nueva Esparta (91,7%), a Área Metropolitana de Caracas (91,1%), Barquisimeto (87,7%) e Mérida (78,2%).

Por outro lado, a média de escassez de medicamentos para a hipertensão é de 94%, tendo sido registada a maior ausência em Caracas e Maracaibo, ambas cidades com 97,5% cada, seguindo-se Nueva Esparta (88,9%), Barquisimeto (85,8%) e Mérida com 73,1%.

Com uma média 96,8% de escassez de medicamentos para tratar da diarreia, a cidade de Caracas e Maracaibo registam as maiores faltas (99% cada), seguidas por Nueva Esparta (95,8%), Barquisimeto (92,1%) e Mérida (76,9%).

Segundo a Convite, há ainda 95,3% de escassez de medicamentos para tratar as infeções respiratórias agudas, uma situação que afeta principalmente Mérida (97,1%), seguindo-se Nueva Esparta (96,4%), Caracas e Maracaibo (95,8% cada) e Barquisimeto (92,1%).

"Em geral, os dados conseguidos pelas investigações são similares aos índices de escassez global de medicamentos, que têm sido feito públicos por agrupações não governamentais e câmaras farmacêuticas", explica.

Na Venezuela é cada vez mais frequente as queixas da população sobre dificuldades para conseguir medicamentos, no mercado local, tanto para tratamentos especializados como para básicos.

São também cada vez mais frequentes as queixas de altos preços dos produtos, por exemplo para a diabetes, para os quais é necessário 40% do salário mínimo nacional, para 15 dias de tratamento, por exemplo com Metformina.

Auditoria do Tribunal de Contas
A Administração Central do Sistema de Saúde rejeitou ontem que tenha existido “qualquer intervenção artificial” na gestão das...

“A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) rejeita que tenha existido qualquer intervenção artificial na gestão das listas de utentes, tendo tido oportunidade de detalhar exaustivamente, em sede de contraditório à presente auditoria, todas as intervenções realizadas nesta área”, refere em comunicado, a propósito de uma auditoria do Tribunal de Contas (TdC).

Mais tempo de espera para uma consulta hospitalar e mais utentes a aguardarem por uma cirurgia entre 2014 e 2016 foram alguns dos aspetos identificados pelo TdC.

De acordo com o relatório da auditoria ao acesso a cuidados de saúde no Serviço Nacional de Saúde (SNS), que incidiu no triénio 2014-2016, ocorreu “uma degradação do acesso dos utentes a consultas de especialidade hospitalar e à cirurgia programada”.

De acordo com o Tribunal de Contas, “o Sistema Consulta a Tempo e Horas, gerido pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), não dispõe de informação completa e fiável, que garanta o respeito pelos tempos máximos de resposta aos utentes do SNS”.

Em 2016, este sistema “cobriu apenas 34% do total de primeiras consultas de especialidade hospitalar realizadas no SNS (1.117.912 de 3.478.511 consultas)”.

“Ao não ser universal”, o sistema “não garante a todos os utentes as mesmas condições de acesso”, concluíram os auditores.

O relatório prossegue, afirmando que “as diminuições verificadas em 2013 e 2016 no número de utentes a aguardar primeira consulta de especialidade hospitalar não traduzem uma melhoria efetiva do acesso, resultando de procedimentos administrativos de validação e limpeza das listas de espera, centralizados na ACSS”.

A ACSS, que tem como missão assegurar a gestão dos recursos financeiros e humanos do Ministério da Saúde e do SNS, refere que tem realizado um trabalho de “melhoria contínua dos registos e da informação” sobre o desempenho das instituições do SNS, nomeadamente na área do acesso às cirurgias e às consultas hospitalares.

“Este trabalho foi reforçado em 2016, em articulação com todas as instituições do SNS, envolvendo, entre outras tarefas, a eliminação de erros administrativos que persistiam por limitações associadas ao sistema de informação de gestão do acesso às consultas e que colocavam em causa a obtenção de dados fiáveis e rigorosos”, salienta.

A ACSS aponta que foi possível disponibilizar “informação robusta sobre áreas do acesso aos cuidados de saúde que até então não eram valorizadas” e que na área das cirurgias foram reforçados os procedimentos associados à gestão do acesso.

“O SIGA SNS – Sistema Integrado de Gestão do Acesso ao SNS encontra-se em fase de implementação, trazendo novas regras e processos operacionais de gestão do acesso, numa perspetiva integrada e contínua e permitindo ultrapassar definitivamente as limitações dos atuais sistemas de informação do acesso à consulta e cirurgia”, conclui.

Incêndios
O Grupo de Crise da Administração Regional de Saúde do Centro para os Incêndios defendeu ontem a necessidade de “prosseguir a...

Numa reunião do Grupo de Crise para os Incêndios na região Centro, realizada hoje, na ARS do Centro, foi sublinhada “a necessidade de se prosseguir a dinâmica assistencial de proximidade com as populações, utilizando os recursos existentes a nível de cuidados de saúde primários em articulação com os hospitais, valorizando a intervenção das unidades de saúde mental comunitárias”, afirma a Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro.

“A articulação dos cuidados de saúde primários diretamente com os autarcas das câmaras municipais e juntas de freguesia foi também um dos assuntos em discussão” durante o encontro, refere a mesma nota, adiantando que o ministro da Saúde participou na parte “final dos trabalhos”.

Criado no âmbito dos incêndios que começaram em 17 de junho em Pedrógão Grande, o Grupo de Crise da ARS para os Incêndios na região Centro, que é multidisciplinar, reformulou a sua constituição “face à ocorrência dos fogos florestais de outubro”, indica a ARS.

A reunião de ontem, que surgiu “na sequência dos incêndios verificados nos últimos dias na região Centro”, contou com a participação do Conselho Diretivo da ARS Centro, presidido por José Tereso, do Grupo de Crise e de "todas as entidades responsáveis pela prestação de cuidados de saúde, designadamente agrupamentos de centros de saúde (ACeS), unidades locais de saúde, hospitais e centros hospitalares”.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, “expressou o seu reconhecimento pelo intenso trabalho desenvolvido pelas unidades de saúde durante o passado fim de semana”, dominado pelos incêndios florestais, acrescenta a ARS do Centro.

Adalberto Campos Fernandes, que também “destacou que as unidades de saúde devem intensificar a partilha de recursos e prosseguir o caminho da entreajuda”, juntou-se à reunião depois de ter acompanhado o primeiro-ministro, António Costa, que se deslocou, ontem de manhã, à Unidade de Queimados do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

A Unidade de Queimados é um dos serviços do CHUC onde estão internados um total de 31 feridos dos incêndios de domingo e segunda-feira na região Centro.

Num mercado da cidade de Coimbra
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra dispõe, desde o último sábado, de um Centro de Intervenção na Comunidade situado no...

O espaço foi cedido pela União de Freguesias de Coimbra (UFC), no decurso da realização de atividades de ensino clínico – de Fundamentos de Enfermagem na Comunidade, unidade curricular do 4º semestre da licenciatura – na referida subdivisão administrativa da cidade, que engloba as freguesias da Sé Nova, Santa Cruz, Almedina e São Bartolomeu.

Inaugurado pela Presidente da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), Maria da Conceição Bento, e pelo executivo da UFC, liderado por Hélder Rodrigues de Abreu, este é um espaço considerado «ideal para o ensino-aprendizagem dos estudantes, seja no âmbito da educação para a saúde, seja no contacto com a comunidade», e ainda para a «realização de procedimentos de Enfermagem diversos», explica a professora Suzana Duarte (na foto em anexo, ao centro).

Todos os anos, 40 estudantes da ESEnfC, alunos de Fundamentos de Enfermagem na Comunidade, frequentam este ensino clínico em espaços da UFC, tanto em instalações das juntas de freguesia, como em paróquias, ou em instituições de apoio à população, fazendo rastreios e educação para saúde.

Conselho Metropolitano do Porto
O presidente do Conselho Metropolitano do Porto, Emídio Sousa, revelou hoje que Portugal “está num lote muito restrito de...

O também presidente de Câmara de Santa Maria da Feira, que anunciou hoje a cedência da presidência do Conselho Metropolitano do Porto (CMP) a um autarca do PS, afirmou, em conferência de imprensa, que na passada semana esteve em Bruxelas a fazer “lobby” no Parlamento Europeu, “com personalidades importantes do Partido Popular Europeu”.

“Foi importante porque, neste momento, estão a organizar-se sindicatos de voto porque vai haver uma primeira ronda e depois um conjunto mais pequeno de países passará para uma segunda ronda”, disse.

Emídio Sousa explicou que “cada país dá três votos à primeira opção, e dois à segunda opção, o que significa que todos os países com candidatura” vão dar mais votos ao seu próprio candidato.

“Portanto, o importante é captar os dois votos que dão acesso à próxima ronda. Os votos espanhóis estão seguros, tal como os da Suécia, e mais dois ou três países que não se pode revelar. A candidatura portuguesa fez um trabalho de diplomacia que indica que vamos passar à segunda ronda”, assegurou, acrescentando que na fase seguinte importa captar os votos dos que não passam.

O autarca realçou ainda as possibilidades de investimento que uma “das agências mais cobiçadas na Europa” pode gerar, não só na região Norte e na Área Metropolitana do Porto, mas também no concelho de Santa Maria da Feira, no qual já lhe foram garantidos “investimentos significativos”.

“Falamos de 900 trabalhos altamente qualificados de meio académico, científico, cultural, hotelaria, restauração, transportes. Mexe com tudo isto. Não é por acaso que estou empenhadíssimo nesta candidatura”, explanou.

Finalizou, garantindo que já fez “contactos ao mais alto nível”, em Bruxelas, para atrair para Santa Maria da Feira “empresas de investigação e farmácia muito importantes”.

Incêndios
As equipas de psicólogos do INEM realizaram, desde domingo, 126 assistências às vítimas e familiares dos incêndios que...

Sónia Cunha, responsável pelo Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise do INEM, disse que, desde domingo, estão no terreno cinco unidades móveis, que contaram com o apoio de elementos da Cruz Vermelha Portuguesa.

Desde o início dos fogos na zona Centro - que provocaram 37 mortos, dezenas de feridos e destruíram centenas de habitações e empresas – estas equipas têm-se deslocado até junto das vítimas, nomeadamente as que viram os seus bens destruídos pelas chamas, bem como familiares de mortos e ainda bombeiros.

Os familiares das vítimas mortais receberam as primeiras atenções dos psicólogos, que as apoiaram à medida que iam identificando os mortos.

No caso dos bombeiros, Sónia Cunha explicou que foram vários os que manifestaram sinais de crise psicológica, provocada pelo “sentimento de impotência” face à dimensão dos incêndios.

Tal como aconteceu nos incêndios de há quatro meses, em Pedrógão Grande, “a vulnerabilidade” das populações atingidas foi o sentimento mais identificado pelas equipas de psicólogos que encontraram nestas pessoas a dor de “não conseguirem controlar o que está à sua volta”.

A psicóloga considera que a proximidade da catástrofe em Pedrógão Grande poderá ter agravado este sentimento de vulnerabilidade, uma vez que “ainda não passou o tempo suficiente para as pessoas se organizarem”.

Ao contrário dos fogos em Pedrógão Grande, a dispersão da área atingida por estes incêndios que começaram no domingo representa um desafio maior para as equipas de apoio psicológico que, por esta razão, e apesar dos fogos já estarem controlados, vão permanecer mais tempo no local.

Instituto de Inovação em Saúde
Uma equipa do Instituto de Inovação em Saúde que está a desenvolver um 'kit' para permitir diagnosticar e melhorar a...

Numa nota de imprensa hoje divulgada, o Instituto de Inovação em Saúde (i3S) explica que BfK IDEAS 2017 é uma iniciativa do Programa Born From Knowledge (BfK) de valorização do conhecimento científico e tecnológico, promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior através da Agência Nacional de Inovação (ANI).

O 'kit' está a ser desenvolvido por uma equipa de três investigadoras do i3S (Maria Inês Almeida, Susana Santos e Inês Alencastre) e dois elementos da Unidade de Transferência de Tecnologia do Instituto (Sofia Esteves e Bárbara Macedo), designada MyRNA Diagnostics, e resultou de uma colaboração entre o i3S e uma equipa de médicos psiquiatras da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).

Tendo em conta que o diagnóstico da depressão é atualmente baseado em entrevistas clínicas e não existem testes complementares de diagnóstico, que possam ser aplicados como rotina na clínica, a equipa apresentou uma ideia de negócio baseada num 'kit' destinado a diagnosticar a depressão através de uma análise ao sangue.

A ideia tem sido desenvolvida no âmbito de uma colaboração entre o grupo Microenvironments for New Therapies do i3S-INEB, liderado por Mário Barbosa, e uma equipa de médicos psiquiatras da FMUP, liderada por Rui Coelho.

Este projeto é financiado pelo programa NORTE2020 e conta com a colaboração do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa.

“O diagnóstico da depressão é atualmente baseado em entrevistas clínicas. Os prestadores de cuidados de saúde mental sentem necessidade de utilização de métodos sensíveis e específicos para melhorar a percentagem de pacientes com depressão (superior a 300 milhões em todo o mundo) que recebem tratamento eficaz (inferir a 50%)”, sublinha a equipa.

De acordo com os investigadores, o projeto “deteta e quantifica um painel específico de biomarcadores moleculares numa amostra de sangue, o que permite um diagnóstico quantitativo e uma melhor monotorização da doença”.

“Os resultados do nosso produto são analisados por um algoritmo e serão fornecidos dentro de 24 a 48 horas após a colheita de sangue. A solução permite aos clínicos basear a suas decisões terapêuticas num teste biológico quantificável, diminuindo a prescrição excessiva, melhorando a precisão do diagnóstico e permitindo a monitorização da doença durante a terapêutica”, explicam.

Para a equipa “MyRNA Diagnostics”, o facto de o projeto ter sido distinguido com o primeiro prémio do BfK IDEAS 2017 significa “um apoio crucial nesta fase do processo para fazer chegar este produto até ao mercado e até aos que mais precisam, que são os pacientes”.

“Este prémio é um incentivo para continuarmos a trabalhar nesta ideia com toda a convicção de que faremos a diferença para os clínicos e para os doentes que sofrem de depressão”, sublinham, acrescentando que “além de ser uma honra e uma excelente motivação para continuar, permitirá sem dúvida o arranque do projeto através dos serviços especializados de consultoria e propriedade intelectual”.

A missão do Programa Born From Knowledge (BfK) é promover, divulgar e premiar a produção de conhecimento e inovação em Portugal, dando visibilidade ao investimento em Ciência e ao seu impacto económico e social.

Para além do acesso a um programa de aceleração em ciência e tecnologia, os vencedores do concurso BfK IDEAS 2017 irão usufruir do serviço de diagnóstico de Propriedade Industrial ao projeto, com o apoio da Patentree – Intellectual Property (www.patents.pt).

O primeiro classificado - MyRNA Diagnostics - terá ainda acesso a serviços de consultoria especializada e depósito de um pedido provisório de patente nacional.

Incêndios
A Caixa Geral de Depósitos vai alocar 500 mil euros para equipar unidades de saúde da região de Coimbra que têm estado a cuidar...

Numa conferência a propósito do Dia Internacional da Erradicação da Pobreza, organizada hoje em Lisboa pelo Montepio, o presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, disse que, dos 2,6 milhões de euros angariados pelo banco público para as vítimas do incêndio que deflagrou em junho em Pedrógão Grande, alastrando a outros concelhos e deixando mais de 60 mortos e que estão a ser geridos pela Fundação Calouste Gulbenkian, "uma parte já foi para projetos concretos e cerca de 500 mil euros vão ser aplicados junto de instituições de saúde para equipar as que tem ajudado as populações, quer nas unidades de queimados quer noutras, na zona de Coimbra".

Questionado sobre se a Caixa irá replicar esta iniciativa para apoiar as vítimas dos incêndios deste domingo na zona Centro, que fizeram mais de 30 mortos, Paulo Macedo não se comprometeu e disse apenas que vai ponderar.

"Neste momento, a nossa preocupação tem de ser que esses fundos sejam aplicados. Houve uma generosidade dos portugueses muito maior do que a que era esperada e o que nos interessa saber é se esses fundos estão a ser aplicados, e estão. Sobre se podem ser aplicados também para este tipo de vítimas ou não, isso é algo que teremos de ponderar", respondeu aos jornalistas à margem do evento.

Durante a sua intervenção, de cerca de 45 minutos, na conferência sobre a erradicação da pobreza, Paulo Macedo abordou as formas de atuação dos diversos intervenientes no problema, designadamente os governos, as pessoas e as empresas.

Relativamente à intervenção dos governos, o presidente da Comissão Executiva da Caixa afirmou que "tipicamente fazem a sua ação pela função redistributiva do Estado, através dos impostos", acrescentando que o IRS em Portugal "é um dos impostos mais progressivos que existe em qualquer sociedade desenvolvida" e que essa progressividade "é muitíssimo maior, não por causa das taxas, mas pela velocidade a que se chega à taxa máxima".

Paulo Macedo destacou o papel das instituições: "Ninguém liga à qualidade das organizações e ninguém a discute. Não tenho dúvida nenhuma que é dos fatores que mais afeta a pobreza", afirmou, acrescentando que as "instituições fortes" têm de ter estabilidade, combater as indústrias extrativas e ser sustentáveis.

"As instituições são as que combatem as indústrias extrativas ou, se quiserem, que combatem as rendas excessivas e vemos que há um conjunto de Estados que tem um conjunto de pessoas - regra geral famílias - que conseguem tirar uma renda da sociedade. Quando há qualidade das instituições, há um equilíbrio entre os interesses individuais e coletivos; quando não há, é-se capturado. Tirar rendas do Estado é uma coisa que não nos impressiona demasiado, exceto quando percebemos que, se as rendas vão para um lado, não vão para o outro. [Eliminar estas rendas] não resolveria tudo, mas daria um enorme contributo", concluiu.

Ainda em relação aos governos, o presidente da CGD abordou a questão da corrupção e deu como exemplo os casos da China, da Índia e do Brasil, que foram "os países que tiraram mais pessoas da pobreza nas últimas décadas" e que têm campanhas ativas de combate à corrupção porque reconhecem que é um problema.

Depois, na atuação dos indivíduos, Paulo Macedo entende que "o desafio é haver um equilíbrio entre a procura e a oferta", uma vez que "há um número alargado de pessoas que quer contribuir e as instituições nem sempre conseguem responder".

Finalmente, na atuação das empresas, o presidente do banco público referiu a importância de se fazerem "investimentos responsáveis" e deu alguns exemplos do que a CGD está a fazer.

Em particular no apoio à educação, Paulo Macedo disse que, este ano, "a Caixa atribuiu sete milhões de euros" às universidades "de todo o país", um montante que, neste momento, é gerido pelas próprias instituições universitária, mas que acredita que "irá evoluir forçosamente".

Paulo Macedo pretende também que "uma parte no futuro seja para converter em bolsas para isenção de propinas para um conjunto de estudantes poder beneficiar diretamente".

Interrogado pelos jornalistas sobre assuntos relacionados com a banca, em particular sobre a plataforma criada para gerir o crédito malparado dos bancos, o responsável da CGD escusou-se a responder.

Entrevista
No âmbito do Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, que se assinalou a 14 de Outubro, o Atlas da Saúde

Porque é que a palavra “paliativo” assusta? Que preconceito é este que ainda hoje existe em torno de uma área tão importante?

Assusta e continuará a assustar pois não temos uma cultura de reflexão sobre o morrer e a morte. São medos inerentes a todos nós mas mais ainda quando não nos dedicamos a investir nos nossos próprios processos formativos e de desenvolvimento pessoal. Ter medo da morte é humano. O medo da morte é inerente à condição humana, não o medo da morte mas o medo do morrer, do processo em si. O medo de morrer só, medo de sofrer, medo de não ser respeitado nas suas vontades etc. Por isso quando refletimos sobre a morte temos de olhar seriamente para a vida, aceitá-la e cumprir as tarefas mais importantes que temos para connosco e com os outros: dizer “obrigada”, dizer “desculpa”, dizer “amo-te”, dizer “perdoa-me”, dizer “perdoo-me” e dizer “adeus”.

O que são cuidados paliativos? Podemos afirmar que são apenas cuidados de fim de vida?

A Lei de Bases dos Cuidados Paliativos define Cuidados Paliativos como: “Cuidados ativos, coordenados e globais, prestados por unidades e equipas específicas, em internamento ou no domicílio a doentes em situação de sofrimento decorrente de doença incurável ou grave, em fase avançada e progressiva, assim como às suas famílias, com o principal objetivo de promover o seu bem-estar e a sua qualidade de vida, através da prevenção e alívio do sofrimento físico, psicológico, social e espiritual, com base na identificação precoce e no tratamento rigoroso da dor e outros sintomas físicos, mas também psicossociais e espirituais”.

Os cuidados paliativos são prestados em função das necessidades da pessoa doente e não do diagnóstico e prognóstico. Estando inclusive destinados a pessoas doentes em situações de sofrimento associados muitas vezes a tratamentos com intuito curativo.

São cuidados que se destinam ao acompanhamento de situações complexas que ultrapassam em muito a fase designada por “fim de vida”. Como exemplo temos as doenças em que há tratamento disponível para prolongar a vida, mas o prognóstico é incerto (doença pulmonar obstrutiva crónica, insuficiência cardíaca e outras falências de órgão, fibrose quística e outras), as situações neurológicas não progressivas cuja severidade provoca necessidades clinicas complexas, que são ameaçadoras da vida (acidente vascular cerebral, paralisia cerebral, entre outras).

Considerando a sua experiência, quem sofre mais: doente ou família? De que modo os familiares podem ajudar a atenuar o sofrimento do doente? E qual a importância da intervenção psicológica neste processo?

Sendo o sofrimento humano uma condição universal mas singular a cada um não poderemos nunca quantificar quem sofre mais. Sofremos de formas diferentes mas sofremos. A família será um elemento facilitador na abordagem do sofrimento do doente e eventualmente atenuar este, se a qualidade relacional intrínseca a uma dinâmica familiar assim o permitir. Por mais pequena que seja uma família, são sistemas sociais complexos e como tal a intervenção psicológica nunca é estabelecida de forma isolada mas em equipa interdisciplinar. A nossa intervenção será focada na pessoa doente mas também em vários elementos do sistema familiar. O tema doença poderá ser mais facilmente aceite por todos como porta de entrada para outros temas. Para abordar o sofrimento, temos de avaliar expectativas, avaliar o nível de exaustão familiar, os medos, as culpas, a comunicação intrafamiliar e facilitar as despedidas e as últimas vontades, validando o sofrimento de cada interveniente.

Há ainda a ideia de que os cuidados paliativos são só para os “ricos”. É uma ideia errada?

Mais do que errada é completamente desprovida de sentido ético e clínico. Se o sofrimento é inerente à condição humana, se as vulnerabilidades pessoais não têm idade, género, estado civil nem condição socioeconómica determinada como ter uma resposta a nível da saúde, uma especialidade da saúde só para algumas pessoas? Sabemos que a cobertura nacional destas equipas ainda não é total mas no último ano 2016/2017 muito se tem conquistado. O papel fundamental do Serviço Nacional de Saúde é garantir que haja justiça e equidade de cuidados de saúde. Assim, os cuidados paliativos têm de fazer parte integrante de uma política pública de saúde (recomendações da OMS). 

Neste sentido, quem pode, e como pode, recorrer a estes cuidados?

Todas as pessoas que estejam na condição descrita inicialmente: pessoas em situação de sofrimento decorrente de doença incurável ou grave, em fase avançada e progressiva, independente da idade e local de residência. O acesso poderá ser feito através dos Cuidados Saúde Primários ou pelos Hospitais que sabem onde existem as várias equipas (Equipas Comunitárias de Suporte em Cuidados Paliativos, Equipas Intra-hospitalares de Suporte em Cuidados Paliativos e Unidades de Cuidados Paliativos de Hospitais de Agudos e Unidades de Cuidados Paliativos da Rede Nacional De Cuidados Continuados) e quais os procedimentos para referenciar um doente a qualquer uma das equipas.

Qualquer pessoa poderá saber que equipas temos e a sua localização, através do link http://www.sns.gov.pt/sns/cuidados-paliativos/unidades-de-cuidados-paliativos/ e fazer o contacto no sentido de obter as devidas indicações.

Na sua opinião, o que falta fazer para que os cuidados paliativos passem a ser encarados como um direito básico dos doentes?

Os cuidados paliativos são um direito universal. A acessibilidade ainda não se encontra a 100% pois a cobertura nacional ainda está a ser desenvolvida. Só este ano 2016/2017 foi criada a 1ª Comissão Nacional de Cuidados Paliativos (CNCP) constituída pela Presidente Dr.ª Edna Gonçalves, Dr.ª Fátima Teixeira, Profª Doutora Carla Reigada, Enf.º Ricardo Silva e eu, que fizemos a proposta de regulamentação da Lei de Bases dos Cuidados Paliativos de 2012 e a proposta do Plano Estratégico para o Desenvolvimento dos Cuidados Paliativos para o Biénio 2017/20182. Muito já foi conseguido mas muito há para se fazer mas para serem encarados como um direito básico pelo cidadão e pelos profissionais de saúde, é preciso que o acesso e a informação do que são cuidados alcancem a sociedade como um todo.

Quanto aos profissionais de saúde, acha que devia haver mais formação e informação nesta área? O que falta fazer?

Esta área é um dos Eixos Prioritários definidos pela CNCP no Plano Estratégico:

“a) Desenvolver “centros diferenciados” em Cuidados Paliativos nos hospitais dos grupos de financiamento E e F para potenciar a formação específica (teórica e prática), a nível pré e pós-graduado e capacitar os profissionais de saúde que vão integrar as equipas de CP.

b) Fomentar a formação básica em CP ao nível da formação pré-graduada, incluindo conteúdos de Cuidados Paliativos, com prática clínica, nos planos curriculares de todas as escolas de medicina, enfermagem, psicologia e serviço social.

c) Trabalhar com as ordens/associações profissionais no sentido de definirem perfis de especialistas em CP.

d) Criar o Consórcio de Parceiros Estratégicos na qualificação dos profissionais das equipas de Cuidados Paliativos (ARS, Escolas Superiores de Saúde, APCP, entre outros) http://www.sns.gov.pt/wp-content/uploads/2016/09/Plano-Estratégico-CP_2017-2018-1.pdf

e) Formar os profissionais das equipas consultoras (ECSCP e EIHSCP) sobre o uso de instrumentos de identificação precoce de doentes com necessidades paliativas (...).

f) Elaborar o plano curricular de um Curso de Cuidados Paliativos de nível intermédio a realizar nas ARS (…)

g) Trabalhar com o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) no sentido de melhorar o atendimento prestado aos doentes em cuidados paliativos e suas famílias.

h) Elaborar um roadmap dos diferentes profissionais (médicos, enfermeiros, assistentes socais, psicólogos, fisioterapeutas, entre outros) com formação especializada e dos locais onde estão a trabalhar.

i) Estabelecer orientações estratégicas e técnicas no domínio da formação contínua e específica dos diversos grupos de profissionais e voluntários a envolver na prestação de Cuidados Paliativos.”

Muitas das propostas já estão em marcha.

Que mensagens gostaria de deixar no âmbito deste tema?

O caminho faz-se caminhando. Acredito no trabalho que está a ser desenvolvido. Acredito que a qualidade do mesmo está já a permitir que muitas pessoas doentes e suas famílias beneficiem destes cuidados. Acredito que a conjugação de vontades, dos Cidadãos, dos Profissionais de Saúde e do Ministério da Saúde irá permitir levar os Cuidados Paliativos onde sejam precisos, tal como o tema eleito por “The Worldwide Hospice Palliative Care Alliance (WHPCA)3 para este ano: “Cobertura Universal de Saúde – Não deixe aqueles que sofrem para trás”. O compromisso é de todos e foi assumido pelos países presentes durante uma das reunião na Organização Mundial da Saúde (OMS) para alcançar a cobertura universal de saúde até 2030. 

 

 

 

*Helena Salazar é Mestre em Cuidados Paliativos pela Faculdade de Medicina da UL (FMUL) e membro dos Grupos de Trabalho da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP) e da Comissão Nacional de Cuidados Paliativos.

É coordenadora do manual “Intervenção Psicológica em Cuidados Paliativos”, da editora Pactor – uma obra elaborada por profissionais com longa experiência em Cuidados Paliativos e que serve de guia e de incentivo à atualização profissional. Destinado a psicólogos e a outros profissionais de saúde é também de grande interesse para o público em geral com interesse numa área tão importante.

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Tribunal de Contas
Mais tempo de espera para uma consulta hospitalar e mais utentes a aguardarem por uma cirurgia entre 2014 e 2016 foram alguns...

De acordo com o relatório de uma auditoria ao acesso a cuidados de saúde no Serviço Nacional de Saúde (SNS), que incidiu no triénio 2014-2016, neste período ocorreu “uma degradação do acesso dos utentes a consultas de especialidade hospitalar e à cirurgia programada”.

Nessa data, “ocorreu um aumento do tempo de espera no acesso a consultas de especialidade, que constituiu um entrave ao acesso às consultas hospitalares no SNS”, lê-se no documento.

Segundo os auditores, “o aumento do tempo médio de espera para a realização de uma primeira consulta de especialidade hospitalar de 115 para 121 dias interrompeu a tendência de redução dos tempos que se observava desde 2011”.

O Tribunal de Contas (TdC) indica que “os pedidos de consulta, cuja prioridade deveria ser determinada por um profissional médico, no hospital, no prazo de cinco dias, permaneceram em 2016, em média, entre 10 dias na Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte e 53 dias na ARS do Algarve, sem uma prioridade associada, demora que constitui um risco para a saúde dos doentes”.

De acordo com o Tribunal de Contas, “o Sistema Consulta a Tempo e Horas, gerido pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), não dispõe de informação completa e fiável, que garanta o respeito pelos tempos máximos de resposta aos utentes do SNS”.

Em 2016, este sistema “cobriu apenas 34% do total de primeiras consultas de especialidade hospitalar realizadas no SNS (1.117.912 de 3.478.511 consultas)”.

“Ao não ser universal”, o sistema “não garante a todos os utentes as mesmas condições de acesso”, concluíram os auditores.

O relatório prossegue, afirmando que “as diminuições verificadas em 2013 e 2016 no número de utentes a aguardar primeira consulta de especialidade hospitalar não traduzem uma melhoria efetiva do acesso, resultando de procedimentos administrativos de validação e limpeza das listas de espera, centralizados na ACSS”.

“A falta de fiabilidade dos indicadores prejudica em especial a utilização desta informação, pelos médicos e utentes, na escolha do hospital de destino aquando da referenciação para uma primeira consulta hospitalar, no âmbito da medida introduzida em 2016 de Livre Acesso e Circulação do Utente no SNS”, lê-se no documento.

Para o TdC, “as medidas centralizadas, desenvolvidas pela ACSS, em 2016, de validação e limpeza das listas de espera para primeiras consultas de especialidade hospitalar, incluíram a eliminação administrativa de pedidos com elevada antiguidade, gerando melhorias nos indicadores de acesso”.

“Foram dadas instruções pela ACSS às unidades hospitalares, no sentido de serem recusados administrativamente pedidos de consulta com tempos de espera muito elevados e ser promovida uma nova inscrição a nível hospitalar, produzindo resultados falsos sobre o tempo de espera efetivo do utente”.

Segundo o Tribunal de Contas, existiu “um elevado número de erros de integração da informação que se mantêm por meras razões burocráticas, uma vez que os dados disponíveis no sistema de informação central não coincidem com os registos efetuados pelos hospitais”.

“A ACSS transferiu para os hospitais o ónus de verificação e validação da informação, com uma elevada carga administrativa associada, que provocou consideráveis constrangimentos ao normal desenvolvimento dos trabalhos em cada entidade”, prossegue o documento.

Em matéria de cirurgia programada no SNS, o relatório aponta para “uma degradação” no triénio 2014-2016, a qual se traduziu no “aumento da lista de espera em 27 mil utentes (mais 15%), do tempo médio de espera em 11 dias (mais 13%) e do incumprimento dos tempos máximos de resposta garantidos (de 7,4% em 2014 para 10,9% em 2016).

“A produção cirúrgica do SNS no triénio (1.679.153 cirurgias programadas) não deu resposta à procura (1.982.941 novas inscrições de utentes para cirurgia), pelo que a lista de espera aumentou 15%. Esta tem vindo a crescer desde 2012 (26% até 2016), invertendo a tendência de descida verificada entre 2006 e 2010”.

Segundo o documento, “a tendência de evolução do tempo médio de espera dos utentes operados apresenta uma inflexão em 2010, passando a crescer cerca de 2,1 dias, em média, ao ano”.

“Este aumento reverteu parcialmente o ganho que havia ocorrido entre 2006 e 2010 (de 147 para 78 dias, em média um decréscimo de 17,4 dias ao ano). O maior aumento anual, de 6 dias, ocorreu em 2016”.

O incumprimento dos Tempos Máximos de Resposta Garantida (TMRG) nos utentes operados aumentou no triénio e foi maior nos casos mais prioritários.

Em 2016, nos doentes com doença oncológica (8.621 utentes), quase 20% foram operados para além do tempo que seria recomendável.

Os auditores concluíram que “a capacidade de resposta dos hospitais do SNS na doença oncológica deteriorou-se face a 2014, ano em que o incumprimento havia sido de 16%”.

O relatório aponta ainda para uma “produção cirúrgica insuficiente face à procura e a não transferência para outros hospitais, nos prazos legalmente previstos, dos utentes que permaneciam em lista para além dos tempos máximos definidos, constituíram entraves ao acesso à cirurgia programada no SNS”.

Em 2016, lê-se no documento, “a ACSS interrompeu, por razões burocráticas, a transferência automática e regular dos utentes em Lista de Inscritos para Cirurgia (LIC), o que agravou o tempo de espera, condicionando o direito de acesso aos cuidados de saúde dos utentes”.

“No último trimestre de 2016, num período de apenas 23 dias (entre 03 e 26 de outubro) foram emitidos 49.495 vales cirurgia e notas de transferência, 60,5% do total de emissões do ano. Nos anos anteriores (2014 e 2015), a emissão de vales cirurgia e notas de transferência ocorreu, como seria expectável, ao longo de todo o ano”.

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