Migrantes
Três organizações não governamentais (ONG) portuguesas juntaram-se num apelo ao primeiro-ministro português para que António...

O apelo está contido numa carta enviada segunda-feira a António Costa pela Amnistia Internacional – Portugal (AI-P), Serviço Jesuíta aos Refugiados – Portugal (JRS-P, na sigla inglesa) e Cáritas, hoje divulgada à imprensa, em que as três ONG exigem também a transferência “imediata” para o território continental dos 15 mil migrantes que se encontram em várias ilhas gregas.

“Enquanto representante de Portugal no Conselho Europeu, o primeiro-ministro deve apoiar o fim da política de confinamento que mantém milhares de requerentes de asilo presos nas ilhas gregas, assim como quaisquer medidas da União [Europeia (UE)] que visem ajudar o governo grego a cumprir as suas obrigações de proteção e acolhimento digno e seguro destas pessoas e o acesso adequado às suas necessidades básicas, lê-se no comunicado conjunto.

Segundo as três ONG, milhares de pessoas, incluindo crianças, mulheres sozinhas ou grávidas e pessoas com deficiência, estão “encurraladas e enfrentam condições deploráveis” que “violam os seus direitos e são prejudiciais ao seu bem-estar, saúde e dignidade”.

Desde a aplicação do Acordo UE/Turquia, em março de 2016, as ilhas de Lesbos, Chios, Samos, Kos e Leros, tornaram-se “locais de confinamento”, sustentam.

“Neste momento, encontram-se cerca de 15 mil pessoas nestas ilhas, 12 mil das quais alojadas em estruturas com capacidade máxima para o acolhimento de cinco mil pessoas”, acrescenta-se no documento, em que se adverte também para a aproximação do inverno.

“Com a aproximação do Inverno, o terceiro desde que as chegadas em larga escala à Europa começaram, é evidente que as autoridades gregas não conseguem dar resposta às necessidades básicas e proteger os direitos dos requerentes de asilo, enquanto estes permanecem nas ilhas”, frisam a AI-P, JRS-P e Cáritas.

A carta enviada ao primeiro-ministro português surge na sequência de uma campanha lançada por 12 organizações humanitárias europeias congéneres, em que apelam ao fim da política de confinamento e à transferência imediata dos requerentes de asilo para o continente.

Na campanha, as 12 organizações enviaram carta idêntica ao chefe do Governo grego, Alexis Tsipras, e aos embaixadores dos Estados membros da UE na Grécia.

“A inação e falta de resposta, até ao momento, por parte do governo grego, levaram a que dezenas de organizações humanitárias levassem a cabo outras medidas em vários países europeus, entre eles, Portugal”, argumentam, considerando “positivo” o anúncio feito recentemente por Tsipras em transferir cerca de 5.000 migrantes para o continente antes do inverno.

“É positivo, mas ainda não suficiente para aliviar a atual sobrelotação do espaço e, acima de tudo, para resolver os problemas sistémicos criados pela situação de emergência e a falta de condições que afetam milhares de pessoas ainda presas nas ilhas gregas”, alertam as três ONG portuguesas e as 12 outras organizações humanitárias internacionais.

OMS e BM
Pelo menos metade da população mundial não tem acesso a cuidados essenciais de saúde, revela um relatório da Organização...

O Tracking Universal Health Coverage: 2017 Global Monitoring Report, que avalia indicadores na área da saúde em mais de 120 países, refere que mais de 800 milhões de pessoas em todo o mundo, o correspondente a 12% da população mundial, gastam menos de 10% do seu orçamento familiar em cuidados de saúde.

Apesar de se ter registado um progresso de 3% no cumprimento da meta de acesso a cuidados de saúde, os dados do relatório indicam que pelo menos 180 milhões de pessoas gastam um quarto do seu orçamento nesta área e que este grupo está a crescer a um ritmo de 5% ao ano.

O diretor de Saúde e Nutrição do Banco Mundial, Timothy G, Evans, assinalou que o crescimento se deve ao facto de "os Governos não conferirem prioridade à saúde pública e de as pessoas terem cada vez mais altas expectativas de como deve estar a sua saúde", levando-as a pagar "porque não obtêm uma cobertura pública suficiente".

A diretora-geral adjunta do departamento de Cobertura Sanitária Universal da OMS, Naoko Yamamoto, realçou o surgimento de entidades privadas de assistência médica para suprir as necessidades que "deveriam ser cobertas pelos serviços públicos".

Yamammoto referiu que China e Índia, com grande densidade populacional, foram os países onde este fenómeno se registou mais acentuadamente no ano passado.

O relatório aponta a América latina como a região no mundo que apresenta a menor percentagem de pessoas que gastam pelo menos 10% do orçamento familiar em assistência na área da saúde, registo que representa 14,8% da população mundial, cerca de 88 milhões de pessoas.

Quase 100 milhões de pessoas caem na extrema pobreza (viver com menos de 1,7 euros por dia), porque têm de pagar pelos cuidados de saúde, e outros 122 milhões de pessoas caem abaixo da linha da pobreza (2,5 euros diários) por causa dos gastos na saúde.

Ainda sobre o que as famílias despendem com a saúde, 6,3 milhões de pessoas caíram na pobreza nos países de fracos recursos, muito embora a percentagem de pessoas revele uma descida nos últimos anos.

Nos países pobres, apenas 17% das mães e filhos recebem assistência médica básica, enquanto a percentagem aumenta para 74% nas nações ricas.

O documento da OMS e do BM destaca ainda que mil milhões de pessoas não recebem tratamento para a hipertensão, mais de 200 milhões de mulheres não têm acesso ao planeamento familiar e cerca de 200 milhões de crianças não recebem todas as vacinas de que necessitariam.

Estudo
A insegurança alimentar, indicador que mede a falta de acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, afeta 24% das...

O estudo resulta de um inquérito conduzido este verão por uma equipa de nutricionistas, visando traçar um retrato das dificuldades que as famílias algarvias têm no acesso à alimentação, assim como avaliar o grau de adesão ao padrão alimentar da dieta mediterrânica, disse Artur Gregório, da associação de desenvolvimento e cidadania In Loco.

Das respostas obtidas, concluiu-se que 24,2% das famílias no Algarve apresentam um nível de insegurança alimentar ligeiro, o que significa que, no seio daqueles agregados, "existe uma preocupação ou incerteza quanto ao acesso aos alimentos no futuro ou à qualidade adequada dos alimentos", indicou Ezequiel Pinto, um dos autores do estudo.

Dos inquiridos, 26% manifestaram preocupação pelo facto de os alimentos em casa poderem acabar antes que tivessem dinheiro para comprar mais, o que aconteceu em 6% das famílias, enquanto em 14% dos agregados houve a necessidade de consumir "apenas alguns alimentos que ainda tinham em casa, por terem ficado sem dinheiro", ilustrou.

O nutricionista, que dirige o curso de Dietética e Nutrição da Escola Superior de Saúde da Universidade do Algarve, sublinhou que os hábitos tabágicos, o consumo de álcool, o facto de haver um elemento desempregado no agregado e a má perceção do estado de saúde são fatores que aumentam os níveis de insegurança alimentar.

Segundo aquele responsável, o estudo permitiu ainda concluir que "a população algarvia está a afastar-se da dieta mediterrânica", sendo que apenas 24,7% revelou "boa adesão" a este padrão alimentar, o que significa que "há mais insegurança alimentar quando há menos adesão à dieta mediterrânica".

A maioria dos inquiridos no estudo "O estado da alimentação no Algarve: resultados da avaliação regional do estudo de segurança alimentar" são mulheres, acima dos 60 anos.

Dos 384 participantes, a maioria é responsável pela compra e confeção dos alimentos no seu agregado familiar, sendo que 57% têm peso a mais, embora tenha classificado o seu estado de saúde como "razoável" (44%) ou bom (39%).

O estudo foi apresentado durante o primeiro dia da “Universidade Pensar Global, Agir Local”, organizada pela Associação In Loco em parceria com a Câmara de Loulé, e que este ano decorre sob o tema “Alimentação: o retrato da população”.

A equipa do Observatório de Segurança Alimentar do Algarve concluiu a primeira de fase dos trabalhos deste projeto-piloto com a aplicação "InfoFamília" – inquérito de avaliação do estado da insegurança alimentar -, e do Predimed – inquérito de avaliação da adesão ao padrão alimentar da Dieta Mediterrânica -, em todos os 16 municípios do Algarve.

O próximo passo do projeto é a distribuição, no primeiro trimestre de 2018, de um "kit" de sensibilização e educação alimentar, que inclui um vídeo com boas práticas, um manual para qualquer pessoa poder realizar ações desta natureza e um livro de receitas e truques para os agregados familiares.

APCOI e chef José Avillez
"Heróis da Fruta e o misterioso aumento dos superpoderes" é o nome do primeiro livro infantil da APCOI e conta com...

Esta manhã foi apresentado o mais recente livro infantil solidário, intitulado "Heróis da Fruta e o misterioso aumento dos superpoderes" cujas receitas revertem integralmente para a Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil (APCOI) que através do fundo social “Missão 1 Quilo de Ajuda” oferece gratuitamente o lanche aos alunos mais carenciados do país.

O chef José Avillez assina o prefácio e Mário Silva, presidente e fundador da APCOI, fez as ilustrações.

Escrito por nutricionistas, o primeiro livro infantil da APCOI dirige-se aos pais, professores e educadores, pretendendo inspirar as crianças a incluir mais fruta e legumes na sua alimentação diária.

José Avillez mostrou-se entusiasmado e honrado com a escolha, por ter a oportunidade de motivar os mais novos a consumir a dose diária recomendada de fruta e legumes. "Há sempre novas maneiras deliciosas de combinar estes alimentos saudáveis", disse. O chef de cozinha, de 38 anos, e o primeiro português com duas estrelas Michelin em Lisboa, aceitou de imediato o convite da APCOI para escrever o prefácio e não resistiu a incluir uma receita original que todas as crianças poderão experimentar fazer nas suas cozinhas com a ajuda dos adultos.

Mário Silva, presidente da APCOI e ilustrador desta obra infantil solidária acrescenta ainda que "graças à responsabilidade social da editora Goody, será também doado um exemplar do livro à biblioteca escolar de todos os estabelecimentos de ensino que concluírem este ano letivo a primeira etapa do projeto educativo Heróis da Fruta – Lanche Escolar Saudável promovido gratuitamente pela APCOI"

O livro solidário "Heróis da fruta e o misterioso aumento dos superpoderes" é publicado pela APCOI em parceria com a editora Goody e já se encontra à venda em todas as lojas Imaginarium.

"Na Imaginarium, estamos muito satisfeitos por poder juntar-nos a uma causa fundamental como esta para criar, entre as crianças portuguesas, uma maior consciência sobre a importância da alimentação saudável. Colocámos à disposição da APCOI toda a rede de lojas Imaginarium em Portugal, para poder levar esta mensagem ao maior número possível de crianças e famílias, e fazemo-lo de forma solidária" declara Natalia Chueca, diretora de Marketing da Imaginarium.

O simbólico preço de venda do livro é de apenas 3,90€ e já está confirmado que chegará também a todas as lojas Continente, nos próximos dias.

Médicos alertam
Os Cuidados Paliativos do Hospital de Cantanhede, que servem doentes terminais de Coimbra, Figueira da Foz e Leiria, está em ...

Numa nota de imprensa, o SMZC classifica a situação como "dramática", sublinhando a importância do serviço de Cuidados Paliativos do Hospital de Cantanhede para a região, prestando serviços a doentes oncológicos terminais "com situações agudas complexas" provenientes do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Hospital da Figueira da Foz e Hospital de Leiria.

O hospital, explica o sindicato, tem 18 camas de internamento de Cuidados Paliativos e 30 camas de Cuidados Continuados, existindo apenas duas profissionais de Medicina Interna do quadro do hospital a dar assistência às duas unidades.

"Devia haver três médicos dedicados exclusivamente aos paliativos e um para os continuados", disse à agência Lusa a presidente do SMZC, Vitória Martins, sublinhando que as duas médicas que asseguram o serviço estão "a trabalhar numa sobrecarga imensa" e já "com sinais de exaustão".

Segundo Vitória Martins, caso uma das duas médicas adoeça ou entre de férias a situação vai-se tornar "insuportável".

De acordo com a dirigente sindical, a situação já tinha sido exposta em 2016 pela administração, que pediu a contratação de médicos de forma excecional, sendo que até agora não houve qualquer resposta por parte da tutela.

"É extremamente preocupante que a Unidade de Cuidados Paliativos do Hospital de Cantanhede, pioneira na região Centro e com experiência desde 2007, com excelentes profissionais com competência na área, esteja em risco por total ausência de atenção ao problema por parte da ARS [Administração Regional de Saúde] Centro, ACSS [Administração Central do Sistema de Saúde] e, em última análise, do Ministério da Saúde", sublinha a direção do SMZC na nota de imprensa enviada à agência Lusa.

Entretanto, o sindicato mandou um ofício à ARSC, ACSS e ministério para "que sejam tomadas medidas", referiu Vitória Martins.

A agência Lusa tentou obter uma reação junto da ARSC, mas sem sucesso.

Protocolo
Quatro Misericórdias da península de Setúbal vão realizar consultas a utentes adultos sem médico de família da região, de...

O protocolo foi hoje assinado na Santa Casa da Misericórdia de Setúbal, entre a União das Misericórdias Portuguesas (UMP) e a ARS – Administração Regional da Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, e envolve as Misericórdias de Setúbal, Montijo, Barreiro e Sesimbra.

Num comunicado, a Misericórdia de Setúbal revelou que as Misericórdias vão prestar um serviço de consulta a adultos sem médico de família de zonas consideradas mais críticas, nomeadamente de Setúbal, Canha/Pegões, Barreiro e Quinta do Conde/Sesimbra.

De acordo com Manuel Lemos, presidente da UMP, o número total dos utentes que vão ser abrangidos só será quantificado quando “os sistemas informáticos estiverem ligados”, mas, no caso de Setúbal, a Santa Casa local estima que “este serviço representa a realização de cerca de 100 consultas por dia”.

“O objetivo é ajudar o Estado a atender mais pessoas, sobretudo nestas épocas em que este regista alguma dificuldade em encontrar profissionais, e sempre na procura do interesse público, que é ajudar as pessoas e assegurar que elas têm cuidados de saúde”, afirmou Manuel Lemos, citado no comunicado.

O dirigente da UMP salientou ainda que a intenção das Misericórdias “não é atender pessoas que podem ser atendidas pelo Estado”, mas “cobrir aquela parte que, neste momento, por dificuldades profissionais, o Estado não tem [possibilidades de cobrir]”.

“Temos um problema nestes dois agrupamentos de centros de saúde que são utentes que não têm médico de família e não há qualidade em saúde sem acesso fácil ao médico de família”, admitiu, por seu lado, o vice-presidente da ARS – Administração Regional da Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Pinho.

Governo
A atual presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Rosa Matos Zorrinho, vai ser a nova secretária...

Licenciada em sociologia e pós-graduada em administração hospitalar, Rosa Valente Matos Zorrinho, presidiu entre 2005 e 2011 ao conselho diretivo da Administração Regional de Saúde do Alentejo, onde já tinha sido vogal entre 1996 e 2002.

Entre 1990 e 1996, foi administradora no Hospital do Espírito Santo, em Évora, com o pelouro dos recursos humanos. Regressou àquela unidade hospitalar, na qualidade também de administradora, entre 2002 e 2005.

Em 2011 assumiu a presidência da Sociedade Gestora de Recursos e Equipamentos de Saúde dos Açores, tendo sido nomeada para substituir Luís Cunha Ribeiro à frente da ARS de Lisboa, depois de este ter apresentado a sua demissão em 22 de dezembro de 2015, na sequência da morte de David Duarte, que não resistiu ao tempo de espera para ser operado a um aneurisma cerebral no Hospital de São José, Lisboa.

Cancro da mama
A Sociedade Portuguesa de Oncologia, no âmbito da sessão Cancro da mama - Pensar o presente, construir o futuro, que decorreu...

O documento sugere caminhos de ação na área do cancro da mama que, segundo Gabriela Sousa, Presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO), “visam uma maior sensibilização para o cancro da mama, em particular para o cancro da mama metastático, com estratégias concretas para uma abordagem holística à doença. Acredito que o prosseguir destes compromissos contribuirá para fortalecer as políticas nesta área, melhorando, assim, os cuidados de saúde e o apoio social às mulheres que vivem com cancro da mama em Portugal.”

Medidas sugeridas pela SPO na área do cancro da mama:

  1. Aumentar o acesso a informação sobre o cancro em todas as fases da doença.
  2. Impulsionar o conhecimento e gerar compreensão pública sobre os diferentes estadios e impactos da doença, por exemplo, através do apoio e/ou promoção de campanhas educativas e de sensibilização em torno da doença.
  3. Estimular a colaboração entre universidades, investigadores, profissionais de saúde, doentes e seus representantes e indústria farmacêutica, enquanto factor crucial para a gestão da doença.
  4. Impulsionar a recolha e o acesso a dados epidemiológicos sobre a doença metastizada.
  5. Contemplar as necessidades das pessoas com cancro metastático nos planos de intervenção politica para o desenvolvimento da oncologia em Portugal.
  6. Proteger os direitos dos trabalhadores com cancro, nomeadamente na fase da doença metastática.
  7. Facultar mecanismos que permitam evitar fragilidades financeiras na vida das pessoas com cancro que ficam desempregadas.
  8. Desenvolver políticas sobre “cancro e trabalho” de forma a apoiar as entidades empregadoras e os colaboradores a desenvolverem estratégias adequadas e personalizadas para a gestão da doença no local de trabalho.

Sobre o cancro da mama:

  • O cancro da mama é o tipo de cancro mais comum entre as mulheres (não considerando o cancro da pele).
  • Existem cerca de 1,7 milhões de novos casos de cancro da mama, por ano, no mundo.
  • Em Portugal, anualmente são detectados cerca de 6.000 novos casos.
  • 1.500 mulheres morrem, anualmente, em Portugal, com cancro da mama. Esta doença corresponde à segunda causa de morte por cancro, na mulher.
  • Em 2030, a Organização Mundial da Saúde estima que o número de mortes atinja os 805,116 casos, representando um aumento de 43% do número de mortes por cancro da mama.
Artigo de opinião
As alterações da deglutição (disfagia) afetam cerca de 50% dos indivíduos que sofrem de Acidente Vas

As complicações associadas à disfagia são o risco aumentado de infeção, a pneumonia, a malnutrição, a desidratação, a institucionalização, a depressão, o prolongamento do tempo de internamento, o pior prognóstico de recuperação funcional, o aumento dos encargos com sistema nacional de saúde e morte.

Nas sociedades atuais a alimentação é responsável por muito mais do que satisfazer uma necessidade fisiológica. É “à volta da mesa” que a nossa sociedade festeja os grandes acontecimentos da vida: casamentos, batizados, aniversários, convívio com amigos e família, almoços e jantares de trabalho, etc. Alterações da deglutição além das implicações diretas sobre a saúde (como descritas superiormente) acarretam também um isolamento, depressão e menor participação na vida familiar e social diminuindo muito a qualidade de vida do sobrevivente e cuidadores.

As alterações da deglutição pós-AVC devem estar a cargo de uma equipa de reabilitação multidisciplinar bem treinada e coordenada por médico especialista de Medicina Física e de Reabilitação. O rastreio da disfagia deve ser feito o mais precoce possível, idealmente no próprio Serviço de Urgência, antes de ser dado ao sobrevivente de AVC qualquer medicação, alimentação ou hidratação. Na realidade portuguesa a esmagadora maioria das vezes este rastreio é efetuado à entrada da Unidade de AVC ou da enfermaria. Este rastreio pode ser efetuado por enfermagem, terapia da fala ou médico. Após um rastreio positivo deve ser efetuada uma avaliação formal de todo o aparelho da deglutição para que se possa estabelecer um programa de reabilitação individualizado. Esta avaliação formal poderá ser efetuada por terapia da fala ou médico fisiatra. Ao mesmo tempo deve ser efetuado um exame complementar de diagnóstico que permita ter total segurança no tipo de alimentação e hidratação a implementar a cada doente em particular. Esse exame poderá ser uma nasofaringoscopia deglutória (quando disponível) e efetuada por otorrinolaringologista ou uma vídeofluroscopia efetuada por médico fisiatra. Se as alterações da deglutição persistirem por mais 5-6 dias deverá ser realizada uma videofluroscopia (caso ainda não tenha sido feita) de modo a melhor esclarecer a fisiopatologia da disfagia a fim de melhor orientar o tratamento. O tratamento específico da disfagia é depois executado pela terapia da fala. Em caso de ser necessário alterar as consistências, texturas e/ou volumes da alimentação ou hidratação o nutricionista deve ser chamado a intervir. Em Portugal o médico mais capaz de retirar o máximo de informação com o mínimo de radiação de uma videofluroscopia será o médico fisiatra, pelo que defendo que deverá ser o médico responsável pela realização do exame. Além desta responsabilidade, o fisiatra, deve ainda coordenar toda a equipa de reabilitação para que todos os diferentes profissionais entrem atempadamente no processo de reabilitação a fim de evitar as nefastas consequências descritas superiormente e para que todo o potencial da reabilitação da deglutição seja atingida.

 
Dr.ª Bárbara Moreira da Cruz
Fisiatra
Hospital da Senhora da Oliveira, Guimarães

Fonte: 
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto descobriram um conjunto de moléculas que podem ajudar a...

Este projeto, desenvolvido pelo grupo de Bioquímica Computacional da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), tem como objetivo criar medicamentos que potenciem o efeito do fármaco Levadopa, impedindo que este seja degradado pelo organismo antes de chegar ao cérebro, que é o seu alvo, ajudando assim a retardar a progressão da doença, indicou o investigador Pedro Fernandes.

Para descobrir estas moléculas, a equipa - que na última década se tem dedicado à descoberta de novos fármacos para doenças específicas - recorreu ao uso de supercomputadores, que vasculham bases de dados com milhões de substâncias, num período de seis meses, com um custo "muito mais baixo" do que se a tarefa fosse efetuada num laboratório tradicional.

Segundo Pedro Fernandes, a maioria dos fármacos são pequenas moléculas, ingeridas oralmente num comprimido, cujo efeito é provocado ao ligarem-se a outras moléculas existentes no organismo, designadas "recetores", que originam doenças quando estão desregulados.

No grupo dos recetores, continuou, encontram-se as enzimas, que são responsáveis por acelerar as reações químicas no organismo.

No caso da doença de Parkinson, a equipa descobriu as moléculas que podem inibir uma enzima que acelera a degradação do fármaco Levadopa.

Uma vez descobertas, explicou o investigador, as moléculas foram compradas e estão atualmente a ser testadas em laboratório, numa colaboração com a Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, para confirmar se as previsões computacionais encontraram realmente a "molécula mágica".

Pedro Fernandes adiantou que, caso se verifique que as moléculas detetadas são mesmo as "perfeitas" para ajudar no tratamento do Parkinson, estas podem ser a base para o desenvolvido de um medicamento.

No entanto, esse é um "caminho longo", sendo necessário realizar testes em células animais e humanas, antes de o medicamento ser aprovado para comercialização.

O grupo de Bioquímica Computacional da FCUP tem-se dedicado igualmente à descoberta de fármacos para a diabetes, a SIDA, o excesso de colesterol, o cancro e a hipertensão.

Para além de Pedro Fernandes, faz ainda parte da equipa a investigadora Maria João Ramos, sendo ambos do centro de investigação UCIBIO@REQUIMTE, do Departamento de Química e Bioquímica da FCUP.

Os projetos desenvolvidos pelo grupo, iniciados em 2008, são financiados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e pelo Programa Operacional Regional do Norte (Norte 2020).

Bruxelas
A Comissão Europeia comprometeu-se hoje a apresentar em 2018 legislação para reforçar a transparência e qualidade dos estudos...

O compromisso hoje assumido responde à Iniciativa de Cidadania Europeia (ICE) que pediu a proibição do uso do herbicida glifosato, anunciando medidas para tornar o processo de autorização, restrição ou proibição de pesticidas mais transparente no futuro.

Na próxima primavera, o executivo comunitário deverá, assim, propor o reforço da governação no que diz respeito à realização dos estudos relevantes sobre substâncias, incluindo, por exemplo, a participação das autoridades públicas na decisão sobre os estudos que devem ser realizados para casos específicos.

Bruxelas quer ainda melhorar a transparência, a qualidade e a independência das avaliações científicas das substâncias.

Também hoje, a Comissão Europeia renovou por cinco anos a aplicação do glifosato, depois de uma avaliação científica exaustiva de todos os dados disponíveis ter concluído não haver qualquer ligação entre o glifosato e o cancro e que foi aprovada pelos Estados-Membros em 27 de novembro de 2017.

Direção
A direção da Casa dos Marcos, unidade para doentes raros criada pela associação Raríssimas, afirma que continua a trabalhar e a...

Em comunicado, o conselho diretivo e a coordenação da Casa dos Marcos refere, em nome dos trabalhadores, que tem orgulho de trabalhar “numa instituição que prossegue uma das missões mais nobres de uma sociedade, ou seja, a atenção e o cuidado devidos a quem não pode cuidar de si próprio e vive numa permanente situação de necessidade”.

“Neste momento é nosso dever transmitir que nos mantemos, como até agora, a cumprir as nossas funções e que não estão em causa quaisquer serviços prestados na Casa dos Marcos. Antes de mais, demarcamo-nos de toda e qualquer atitude menos ética ou ilícita que tenha sido praticada em nome da instituição, seja pela ex-presidente ou por qualquer membro da direção, e reafirmamos a lealdade, apenas e só, à causa para a qual trabalhamos”, refere a nota.

Contactada pela Lusa, a coordenadora do departamento jurídico da Casa dos Marcos, Manuela Duarte Neves, indicou que a referência a Paula Brito e Costa como ex-presidente se deve ao facto de o conselho diretivo e trabalhadores considerarem que esta “se vai demitir”.

“Importa que, inequivocamente, os nossos parceiros, mecenas, pais e cuidadores estejam cientes do nosso propósito e que, connosco, prossigam a nossa missão de forma cada vez mais assertiva e com o máximo rigor”, acrescenta a nota enviada à Lusa.

Segundo Manuela Duarte Neves, trabalham na Casa dos Marcos cerca de 150 pessoas.

A Casa dos Marcos tem um conselho diretivo próprio, que é composto por quatro elementos, sendo um deles a presidente da Raríssimas, a única que não subscreveu este comunicado agora divulgado, explicou Manuel Duarte Neves.

O canal televisivo TVI divulgou no sábado uma reportagem sobre a gestão da associação Raríssimas - Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras, financiada por subsídios do Estado e donativos. A investigação mostra documentos que colocam em causa a gestão da instituição de solidariedade social, nomeadamente da sua presidente, Paula Brito e Costa, que alegadamente terá usado o dinheiro em compra de vestidos e vários gastos pessoais.

Na segunda-feira, a Procuradoria-Geral da Republica (PGR) informou que o Ministério Público está a investigar a Raríssimas, após uma denúncia anónima relativa a alegadas irregularidades na gestão financeira e ao uso indevido de dinheiros da associação pela sua presidente.

Também na segunda-feira, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social anunciou que vai “avaliar a situação” da Raríssimas e “agir em conformidade”, após a denúncia de alegadas irregularidades na gestão financeira e de uso indevido de dinheiros da associação pela sua presidente.

Antes da posição do ministério, a direção da Raríssimas divulgou um comunicado na rede social Facebook no qual diz que as acusações apresentadas na reportagem são “insidiosas e baseadas em documentação apresentada de forma descontextualizada”, afirmando que as despesas da presidente em representação da associação estão registadas “contabilisticamente e auditadas, tendo sido aprovadas por todos os órgãos da direção”.

A direção da Raríssimas destaca ainda que, “contrariamente ao que foi dito na reportagem, não está em causa a sustentabilidade financeira” da associação.

Quanto aos valores de vencimentos que a reportagem mostra, diz a Raríssimas que “foram artificialmente inflacionados” e que os ordenados que paga se baseiam na “tabela salarial definida pela CNIS - Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social”.

VirtualSign
Um sistema de tradução bilateral entre língua gestual e texto, desenvolvido pelo Politécnico do Porto, vai ser instalado em 644...

O sistema VirtualSign, que converte texto em sinais, exibidos através de movimentos de um ‘avatar' [representação gráfica de uma pessoa], será instalado em todos os estados do Brasil, no primeiro trimestre de 2018, já adaptado à língua gestual do Brasil, informou o vice-presidente do Politécnico do Porto (P.Porto), Carlos Ramos.

À semelhança do que é utilizado em Portugal, a tecnologia que será instalada no Brasil terá incorporada uma luva com 14 sensores e um sistema de captação do movimento corporal que, em conjunto, permitem que se identifiquem os gestos realizados por um surdo e, desse modo, traduzir tais gestos em texto.

De acordo com Carlos Ramos, a diferença é que esta nova versão da luva custará 250 euros, ou seja, 20 vezes menos do que a primeira luva desenvolvida, que rondava os cinco mil euros, facto que pode levar à generalização da aquisição do sistema.

O VirtualSign vai chegar a todos os estados brasileiros, tirando partido da rede de institutos federais, que estão em 644 campus.

Na primeira fase vai ser instalado em 50 campus, atingindo os 250 numa segunda etapa fase (com previsão de arranque para 2019) e alastrando aos restantes numa última fase.

"Vamos começar pelos institutos federais, por ser uma boa maneira de generalizar para todos os estados do Brasil, seguindo-se as prefeituras (câmaras municipais), escolas primárias, hospitais e outras entidades", referiu Carlos Ramos, considerando que este sistema faz sentido em qualquer local físico ou virtual onde o utilizador de língua gestual possa estar ou usar.

E acrescentou: "com a instalação deste sistema num país com uma dimensão continental como o Brasil, fica demonstrada a capacidade de ser usado em qualquer parte do mundo, desde que se efetue o trabalho de criação do dicionário de língua gestual local”.

A entrada deste sistema no Brasil, continuou o vice-presidente, só foi possível com a agregação do Instituto Federal de Góias (responsável pela criação da luva de baixo custo) e do Instituto Nacional de Educação de Surdos, que já colaboram na introdução do dicionário de gestos da língua usada no Brasil no VirtualSign. 

Segundo o vice-presidente do P.Porto, em Portugal o projeto continua a evoluir, estando neste momento em desenvolvimento a validação de um dicionário e vocabulário mais amplo, com várias entidades a demonstrarem interesse no sistema, como acontece com as câmaras municipais.

"O que faz falta é um entendimento do interesse em generalizar o projeto, como está a acontecer no Brasil. Seria bom que tal como foi feito lá, também em Portugal tivéssemos uma entidade governamental que quisesse pegar no projeto e generalizar o seu uso", acrescentou.

A responsável pelo VirtualSign é Paula Escudeiro, coordenadora do Gilt, uma unidade dedicada às tecnologias de computação gráfica, interação e aprendizagem, do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), pertencente ao P.Porto.

Direção-Geral da Saúde
A Direção-Geral da Saúde lançou hoje um manual de orientação para a “utilização adequada” dos cabazes alimentares que começaram...

“Este manual destina-se aos técnicos de saúde, de educação e de ação social que trabalham na área, mas também às famílias e entidades que recebem estes apoios. Através dele faz-se a pedagogia da utilização adequada dos alimentos disponibilizados regularmente”, refere a Direção-Geral da Saúde (DGS) em comunicado.

Segundo a DGS, o objetivo é “qualificar as famílias para uma confeção adequada, para a utilização racional das quantidades e processos de conservação, evitando desperdícios, e ainda para a promoção de ementas variadas, nutricionalmente equilibradas e adaptadas aos gostos de cada família”.

O manual tem “uma linguagem simples” e muitas imagens e esquemas que permitem “uma fácil compreensão da mensagem”.

As primeiras entregas de cabazes alimentares, que vieram substituir as cantinas sociais criadas no período de crise pelo governo PSD-CDS-PP, ocorreram no passado dia 07 de novembro, disse hoje uma fonte do Ministério do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social.

Este modelo de apoio alimentar, desenhado pelo Programa Operacional de Apoio às Pessoas mais Carenciadas, visa apoiar duplamente as famílias mais carenciadas, através do fornecimento de alimentos nutricionalmente adequados e capacitando as famílias para melhor gerirem os alimentos que recebem ou adquirem diariamente

Segundo a fonte do Ministério, o modelo de execução do programa no país assenta numa rede de 135 parcerias distribuídas por todo o território, que integram mais de 600 entidades com a responsabilidade de armazenar os alimentos destinados ao território onde atuam e de proceder à sua distribuição pelas pessoas carenciadas.

O programa está vocacionado fundamentalmente para pessoas com capacidade para cozinhar, pelo que estas entidades são ainda financiadas para desenvolver ações de acompanhamento dos destinatários do Programa, como o propósito, entre outros, de melhorar as suas competências no domínio da nutrição e confeção alimentar, adiantou a mesma fonte.

Os alimentos disponibilizados foram recomendados pelos técnicos do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da DGS, “algo inédito na relação entre a Saúde e a Segurança Social”, adianta a Direção-Geral da Saúde.

“Até muito recentemente, os modelos de apoio alimentar existentes não tinham como referência a qualidade nutricional e adequação da alimentação fornecida”, sendo muitas vezes os alimentos distribuídos “pouco interessantes do ponto de vista nutricional”.

A DGS sublinha ainda que “os alimentos que mais se encontravam em falta” nestas famílias não correspondiam habitualmente aos alimentos distribuídos, como por exemplo os produtos hortícolas, a carne e o pescado.

Segundo o Governo, cerca de 60 mil pessoas vão receber cabazes alimentares, que integram na sua composição carne, peixe e legumes congelados, com o objetivo de cobrir as suas necessidades nutricionais diárias em 50 por cento.

No Porto
O Centro de Mama do Centro Hospitalar de São João, Porto, foi reconhecido como “centro de excelência no tratamento e estudo da...

De acordo com Paulo Dinis, o Centro de Mama do Hospital de São João, integrado na Clínica da Mulher, tornou-se “no primeiro centro de mama do Serviço Nacional de Saúde a obter a Certificação Clínica Europeia EUSOMA”, que será entregue na sexta-feira.

“Esta certificação é o reconhecimento de um trabalho de elevada qualidade assistencial, no campo das doenças oncológicas da mama, prestado por uma equipa de trabalho multidisciplinar desde há vários anos”, referiu o responsável.

No Centro de Mama trabalham diariamente clínicos (cirurgiões gerais e ginecologistas), imagiologistas, geneticistas, psiquiatras, psicólogos clínicos, enfermeiras especializadas, técnicos de radiologia e outro pessoal de apoio administrativo e logístico.

Este centro, a funcionar desde 2008, realiza anualmente cerca de dez mil consultas e 1.100 cirurgias.

No ano de abertura, o Centro de Mama recebeu 136 doentes com cancro da mama e em 2017 ficará muito próximo das 400 doentes.

Em 2016 foram realizadas 9.942 consultas externas e 1.087 cirurgias. O tempo de espera para uma consulta de especialidade é de três dias e para cirurgia oncológica é de dez dias.

A certificação atribuída pela Sociedade Europeia de Especialistas em Cancro de Mama (EUSOMA) surgiu da “vontade de melhorar a qualidade assistencial do Centro de Mama e de dispor de ferramentas que permitam comparar o desempenho clínico com outros centros de mama europeus igualmente certificados”, referiu Paulo Dinis.

Paralelamente, acrescentou, “permitirá divulgar resultados e índices de sobrevivência, num processo de melhoria continua. Para isso foram alterados alguns procedimentos clínicos, de forma a corresponder às exigências da acreditação, corrigidas algumas falhas administrativas e melhorado o registo de dados clínicos”.

Publicado em Diário da República
O grupo de trabalho que vai avaliar a deslocalização da sede do Infarmed tem de apresentar um relatório ao ministro da Saúde...

O grupo de trabalho, coordenado pelo antigo presidente do Infarmed Henrique Luz Rodrigues, deve realizar uma “avaliação de caráter técnico e científico”, bem como analisar os impactos a nível nacional e internacional da deslocalização da sede da Autoridade do Medicamento, que o Governo quer colocar no Porto.

De acordo com o despacho assinado pelo ministro Adalberto Campos Fernandes, ao grupo de trabalho compete “a avaliação dos cenários alternativos para a implementação da deslocalização do Infarmed para a cidade do Porto”, que deve ser feita “num quadro de total autonomia e independência técnica e científica”.

O grupo deve elaborar um relatório “destinado a produzir propostas, modelos de intervenção e cenários de deslocalização do Infarmed para o Porto tendo em conta a avaliação do impacto estratégico, técnico económico e socioprofissional”.

Além de Henrique Luz Rodrigues, que coordena, o grupo é presidido por mais 26 personalidades da área da saúde, como o antigo bastonário da Ordem dos Farmacêuticos Aranda da Silva, o médico Pereira Miguel, o médico António Vaz Carneiro, o também ex-presidente do Infarmed Hélder Mota Filipe ou os economistas António Leal Lopes e Óscar Lourenço.

Até 30 de junho de 2018, o grupo tem de apresentar ao ministro da Saúde propostas de cenários para o modelo de deslocalização, uma avaliação da relação de custo-benefício, a identificação de eventuais riscos e constrangimentos e a análise do impacto nos profissionais do Infarmed.

O anúncio de transferir a sede do Infarmed de Lisboa para o Porto, feito em novembro pelo ministro da Saúde, apanhou de surpresa os trabalhadores da instituição. A esmagadora maioria dos funcionários manifestou já que não está disposta a ir para o Porto.

Adalberto Campos Fernandes admitiu já que a decisão de transferência da sede foi "muito mal comunicada" e assumiu as responsabilidades por essa má comunicação.

"Foi muito mal comunicada e o responsável por essa má comunicação tem um nome: sou eu. E é por isso que assumo as minhas responsabilidades e terei agora de explicar detalhadamente, de trabalhar detalhadamente com todos, para que essa comunicação seja recomposta", afirmou Adalberto Campos Fernandes aos jornalistas há uma semana, no final de uma comissão parlamentar de Saúde e questionado pela agência Lusa sobre a questão da transferência da sede do Infarmed.

O anúncio de que a sede da Autoridade Nacional do Medicamento - Infarmed sairia de Lisboa para o Porto foi feito pelo ministro durante uma conferência em Lisboa.

"Mas em política a humildade e a capacidade de reconhecimento do erro não deve servir para nos desviar de um caminho", afirmou.

O ministro continuou, assim, a dizer que a decisão política de transferir a sede do Infarmed já estava tomada há mais tempo e recusou comentar a entrevista da presidente do organismo, que disse nunca ter percebido que se tratava de uma decisão, mas antes de uma intenção.

12 de dezembro - Dia Mundial da Deglutição
Na data em que se assinala o Dia Mundial da Deglutição – 12 de dezembro - , a Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular...

“Destes, 40% apresentam aspiração para a via aérea de forma silenciosa (sem tosse). A esmagadora maioria das vezes estas alterações são transitórias, cerca de 80% dos doentes recuperam parcial ou totalmente durante as duas primeiras semanas pós- Acidente Vascular Cerebral (AVC), mas cerca de 15% dos sobreviventes de AVC apresentam alterações da deglutição aos 3 meses pós-AVC”, descreve a Dr.ª Bárbara Moreira da Cruz, fisiatra do Hospital da Senhora da Oliveira, em Guimarães.

De acordo com a especialista, entre as complicações associadas à disfagia encontram-se o risco aumentado de infeção, a pneumonia, a malnutrição, a desidratação, a institucionalização, a depressão, o prolongamento do tempo de internamento, o pior prognóstico de recuperação funcional, o aumento dos encargos com sistema nacional de saúde e morte.

A abordagem das alterações da deglutição pós-AVC deve estar a cargo de uma equipa de reabilitação multidisciplinar bem treinada e coordenada por médico especialista de Medicina Física e de Reabilitação. O rastreio da disfagia deve ser feito o mais precocemente possível, idealmente no próprio Serviço de Urgência, antes de ser dado ao sobrevivente de AVC qualquer medicação, alimentação ou hidratação.

Na realidade portuguesa a esmagadora maioria das vezes este rastreio é efetuado à entrada da Unidade de AVC ou da enfermaria. Este rastreio pode ser assegurado pela equipa de enfermagem, pela terapia da fala ou pelo médico.

“Após um rastreio positivo deve ser efetuada uma avaliação formal de todo o aparelho da deglutição para que se possa estabelecer um programa de reabilitação individualizado. Esta avaliação formal poderá ser efetuada por terapia da fala ou médico fisiatra. Ao mesmo tempo deve ser efetuado um exame complementar de diagnóstico que permita ter total segurança no tipo de alimentação e hidratação a implementar a cada doente em particular”, descreve a Dr.ª Bárbara Moreira da Cruz.

Site peticaopublica.com
A petição pública que pede a “demissão imediata” da presidente da Associação Raríssimas atingiu mais de dez mil assinaturas um...

A petição, dirigida nomeadamente ao Presidente da República, ao presidente da Assembleia da República e ao primeiro-ministro, considera “inadmissível” que Paula Brito e Costa “continue a desempenhar funções até que sejam averiguadas todas as provas expostas na reportagem pela jornalista Ana Leal da TVI”.

No site peticaopublica.com, o texto da petição a pedir a demissão imediata da Presidente da Raríssimas tinha hoje de manhã, pelas 10:00, mais de 10.100 assinaturas.

Os autores da petição pedem para que a "justiça seja feita perante todos os funcionários da mesma instituição e principalmente pelos seus doentes".

O canal televisivo TVI divulgou no sábado uma reportagem sobre a gestão da associação Raríssimas - Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras, financiada por subsídios do Estado e donativos. A investigação mostra documentos que colocam em causa a gestão da instituição de solidariedade social, nomeadamente da sua presidente, Paula Brito e Costa, que alegadamente terá usado o dinheiro em compra de vestidos e vários gastos pessoais.

Na segunda-feira, a Procuradoria-Geral da Republica (PGR) informou que o Ministério Público está a investigar a Raríssimas, após uma denúncia anónima relativa a alegadas irregularidades na gestão financeira e ao uso indevido de dinheiros da associação pela sua presidente.

Também na segunda-feira, o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social anunciou que vai “avaliar a situação” da Raríssimas e “agir em conformidade”, após a denúncia de alegadas irregularidades na gestão financeira e de uso indevido de dinheiros da associação pela sua presidente.

Antes da posição do ministério, a direção da Raríssimas divulgou um comunicado na rede social Facebook no qual diz que as acusações apresentadas na reportagem são “insidiosas e baseadas em documentação apresentada de forma descontextualizada”, afirmando que as despesas da presidente em representação da associação estão registadas “contabilisticamente e auditadas, tendo sido aprovadas por todos os órgãos da direção”.

A direção da Raríssimas destaca ainda que, “contrariamente ao que foi dito na reportagem, não está em causa a sustentabilidade financeira” da associação.

Quanto aos valores de vencimentos que a reportagem mostra, diz a Raríssimas que “foram artificialmente inflacionados” e que os ordenados que paga se baseiam na “tabela salarial definida pela CNIS - Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social”.

Disfagia
Ao longo da sua vida o ser humano deglute milhões de vezes sem se aperceber da complexidade deste at

A disfagia, do grego «Dys» significa dificuldade e «fagia», significa comer, entende-se como uma «dificuldade em comer», sendo uma perturbação da deglutição. Existem vários tipos de disfagia, dependendo do local onde ocorrem as dificuldades. Estas dificuldades podem ocorrer em todas as idades, desde o nascimento até ao envelhecimento.

Existem vários sinais e sintomas inerentes à disfagia, entre os quais se destacam: desidratação e desnutrição; perda de peso inexplicável e de forma acentuada, num curto período de tempo; dor a engolir; febres frequentes; pneumonias de repetição/ infeções respiratórias; voz alterada após a deglutição; sensação de alimento preso na garganta; engasgamento frequente ou falta de ar durante/após as refeições ou quando bebe líquidos e sensação de que os alimentos ou líquidos voltam do estômago para a boca.

O terapeuta da fala é o profissional envolvido nas alterações da deglutição: é responsável, por um lado, pela avaliação, onde existe a possibilidade de serem descritas queixas em relação ao processo de deglutição e, eventualmente, levantar hipóteses sobre a origem da disfagia e, por outro lado, pela intervenção nesta área, onde é trabalhada a reabilitação, dependendo sempre dos sinais e sintomas apresentados de cada pessoa. Aqui, o terapeuta da fala deverá ter como objetivo o estabelecimento de uma relação entre o tipo de deglutição segura e adequada a cada caso: quanto mais precoce for a avaliação e o diagnóstico, mais eficaz será o tratamento.

A disfagia, apesar de, como já foi referido, poder ocorrer em qualquer idade, tem uma maior incidência na população envelhecida, pois durante o processo de envelhecimento existe uma redução da funcionalidade de vários órgãos e sistemas do organismo. A prevalência de disfagia aumenta com a idade e constitui alguns problemas para os indivíduos mais idosos, comprometendo o seu estado nutricional, dificultando a administração de medicamentos sólidos, aumentando o risco de uma pneumonia por aspiração e não menos importante, prejudicando a sua qualidade de vida.

Podem ser várias as causas de disfagia nesta população, podendo incluir o Acidente Vascular Cerebral, a demência, as doenças neuromusculares e também tumores de cabeça e pescoço. Neste tipo de população é necessário, por vezes, a alteração da dieta alimentar, nomeadamente, a alteração do volume e consistência do bolo alimentar, e também a reabilitação do processo de deglutição, utilizando técnicas e exercícios específicos a cada caso. 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Infarmed
Os representantes dos funcionários do Infarmed lamentaram ontem o facto de não haver um seu representante no grupo de...

“Uma das coisas que lamentamos junto do ministro [da Saúde, Adalberto Campos Fernandes] foi o facto de a comissão de trabalhadores não estar incluída neste grupo de trabalho. Nós dissemos que era fundamental a comissão de trabalhadores estar representada. Mas, mais uma vez, fomos colocados à parte”, declarou o presidente da Comissão de Trabalhadores (CT) do Infarmed, Rui Spínola.

A comissão de trabalhadores do Infarmed reuniu-se ontem à tarde com o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

“[ O ministro] informou-nos que amanhã (terça-feira) será publicado em Diário da República, um despacho nomeando um grupo de trabalho”, disse ainda Rui Spínola.

“Este grupo de trabalho tem como objetivo, nos próximos seis meses, produzir um relatório técnico-científico com as implicações económicas e financeiras, e que este grupo de trabalho não está condicionado ao poder político”, de acordo com o ministro, acrescentou o responsável da CT.

Adalberto Campos Fernandes manifestou-se no sábado, em Bruxelas, convicto de que “a decisão política” do Governo sobre o Infarmed “será suportada” pela avaliação técnica e científica rigorosa de um grupo de trabalho “muito qualificado”.

O anúncio feito pelo ministro de Saúde de transferir a sede do Infarmed de Lisboa para o Porto apanhou de surpresa os trabalhadores da instituição quando foi divulgado, em novembro.

A esmagadora maioria dos funcionários manifestou já que não está disposta a ir para o Porto.

“O Governo terá em conta o relatório produzido por este grupo de trabalho na decisão final”, afirmou Rui Spínola.

“Nós vamos partir do princípio que este grupo é completamente isento, sem condicionalismo políticos. Nós, a comissão de trabalhadores, estamos convictos que no final o relatório produzido irá de encontro com a nossa expectativa desde o primeiro dia”, acrescentou.

Rui Spínola indicou que os trabalhadores estão “convictos que nem este ministro da Saúde, nem o Governo tomarão uma decisão que irá prejudicar o Infarmed, a instituição e a sua missão.

"Se o grupo fizer um trabalho isento, no final as conclusões serão muito parecidas com aquelas que temos desde o primeiro dia. Nós demonstramos toda a nossa vontade de participar no grupo de trabalho, sempre que assim seja solicitado, representarmos os trabalhadores do Infarmed e fazermos parte da solução”, disse ainda o presidente da comissão de trabalhadores do Infarmed.

Durante a reunião, Rui Spínola disse que transmitiram a Campos Fernandes "que as linhas vermelhas traçadas pelo senhor ministro na última reunião tinham sido atingidas, quer a vontade demonstrada pelos trabalhadores, quer a missão do Infarmed (...)".

A comissão de trabalhadores do Infarmed já havia indicado que a reprovação dos trabalhadores relativa a uma eventual transferência e o “risco da continuidade da missão do Infarmed” estão comprovados.

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