Centro Hospitalar Cova da Beira
O dinamizador do procedimento médico, que irá originar no Centro Hospitalar Cova da Beira a criação de uma Unidade de Terapia...

A necessidade de se criar uma unidade desta natureza no CHCB, resulta do facto de uma proporção significativa de pessoas com perturbação mental manter sintomas graves e incapacitantes apesar de lhes ministrado o melhor tratamento farmacológico existente, o que torna a disponibilização de estratégias terapêuticas alternativas, que possam ser eficazes nestes casos, absolutamente necessárias. Para o psiquiatra Nuno R. Silva, “a Terapia Electroconvulsiva (TEC) é um tratamento único e altamente eficaz em determinadas situações, podendo representar uma verdadeira mudança na vida da pessoa doente e dos que lhe prestam apoio. Além disso, não há qualquer tipo de sofrimento associado ao tratamento e a eficácia terapêutica é absolutamente indiscutível.”

A TEC é um procedimento em que se estimula o tecido cerebral do doente através de um estímulo elétrico controlado, que não provoca dor de qualquer tipo, realizando-se sob anestesia geral. De acordo com o médico “é utilizada sobretudo no tratamento de perturbações do humor, como perturbação depressiva major e nas várias fases da perturbação bipolar. Pode também ser útil noutras situações clínicas como esquizofrenia, catatonia, síndrome maligno dos neurolépticos, status epilepticus, estado confusional refratário, etc.”.

Para o utente ser proposto para a realização de TEC tem haver uma indicação clínica clara, efetuar vários exames e consentir o procedimento. Segundo Nuno R. Silva, “os principais benefícios desta terapia consistem numa eficácia elevada, com taxas de remissão entre os 60 e os 85%. Em alguns quadros clínicos a eficácia aproxima-se dos 100%. Com a TEC, a maioria dos doentes melhora e, mais do que isso, observa-se muitas vezes uma remissão completa, ou seja, uma melhoria total. Além disso, em situações de risco eminente, em que a própria vida da pessoa pode estar ameaçada, a TEC associa-se habitualmente a uma resposta mais rápida do que com outras modalidades terapêuticas.”

Em Portugal não há muitas unidades de saúde onde esta terapia seja disponibilizada, por exemplo “na região interior centro e norte do país, pelo conhecimento que tenho, este procedimento realiza-se apenas em Vila Real. No litoral centro apenas é disponibilizado nos Hospitais da Universidade de Coimbra. O panorama nacional é de que a maioria dos hospitais não disponibiliza este procedimento aos seus utentes, tendo de referenciar a outros hospitais, por vezes localizados a distância considerável, o que acarreta muitas vezes uma franca dificuldade na acessibilidade a este tratamento”, menciona.

Com a criação desta unidade, o CHCB pretende disponibilizar este tratamento a todos os utentes da sua área de influência e estabelecer uma estreita colaboração com outros hospitais do interior do país por forma a receber doentes encaminhados pelos respetivos serviços de psiquiatria. A par disto, oferecer uma resposta de elevada qualidade, de forma a poder estabelecer a Unidade de TEC do CHCBeira como uma referência a nível nacional e contribuir também na produção de trabalhos de investigação para a comunidade científica internacional.

4 de dezembro - Dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla
No Dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla, que se assinala a 4 dezembro, seis pessoas aceitaram o desafio de partilharam...

#TheWorldvsMS é uma iniciativa global da Sanofi Genzyme que tem como visão ajudar os portadores a terem um papel mais ativo na gestão da sua vida com Esclerose Múltipla (EM), através de uma campanha de educação, incentivando-os a perceber o que podem fazer para obter um maior controlo da doença e uma melhor qualidade de vida. Esta iniciativa dedicada ao tema “#ExijaMais da vida com EM”, conta com o apoio da ANEM (Associação Nacional de Esclerose Múltipla), da SPEM (Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla), da TEM (Associação Todos com Esclerose Múltipla) e do GEEM (Grupo de Estudos de Esclerose Múltipla).

De acordo com o Prof. Dr. João Cerqueira, presidente do GEEM, “os doentes devem estar no centro dos cuidados de saúde e a EM não é exceção. Esta premissa exige não só a inclusão dos doentes em todos os processos de tomada de decisão que a eles dizem respeito, mas também a capacitação de todos os doentes, através da sensibilização e da educação, para a necessidade de tomarem “as rédeas” da sua vida e não se deixarem levar pela doença”.

Neste vídeo os protagonistas foram desafiados a partilharem um momento “limite” em que se aperceberam que precisavam de lidar com a doença de outra forma e “#ExigirMais” da sua vida e como mudaram a sua atitude perante a EM.

Ana García Cebrián, diretora geral da Sanofi Genzyme, afirma que “a qualidade de vida dos doentes é parte integrante do nosso propósito enquanto companhia. Sabemos que apesar de os tratamentos terem um papel fundamental, a forma como cada um olha para a patologia também é determinante, especialmente no caso de uma doença crónica. Esta iniciativa pretende levar as pessoas com EM a terem um papel ativo, a “Exigir Mais, no seu dia a dia e a saberem mais sobre esta patologia”.

Este vídeo integra-se nas ações desenvolvidas no âmbito do projeto internacional “The WorldVs.Ms” e pretende inspirar e incentivar as pessoas com EM a partilharem casos reais da sua vida. Todos os momentos contam desde que representem um ponto de viragem que os levou a terem um papel mais ativo e a melhorarem a sua qualidade de vida. Para mais informação visite www.theworldvsms.com.

Estima-se que em todo o mundo existam cerca de 2,5 milhões de pessoas com EM (dados da Organização Mundial da Saúde) e em Portugal entre as 5.600 e as 8.000 pessoas (João de Sá, 2012; Gisela Kobelt, 2009).

Tempo frio
A Direção-Geral da Saúde recomendou que as pessoas tomem a vacina contra a gripe e que mantenham o corpo quente e hidratado, já...

Numa nota emitida, a Direção-Geral da Saúde (DGS) recorda que o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê tempo frio e seco para os próximos dias, esperando-se temperaturas mínimas negativas em alguns dos distritos do país.

Por isso, a entidade de saúde recomenda à população que se vacine contra a gripe e que se proteja do frio, mantendo o corpo quente, através do uso de luvas, cachecol, gorro/chapéu, calçado e roupa quente e utilizando várias camadas de roupa.

Também é recomendada a ingestão de líquidos e sopas para manter o corpo hidratado e, no exterior, é recomendado cuidado com situações de queda.

Nas casas, a recomendação é que estas se mantenham quentes, alertando a DGS para a necessidade de verificar "se os equipamentos de aquecimento estão em condições de ser usados e o estado de limpeza da chaminé da lareira".

Nos casos de lareiras, braseiras, salamandras ou equipamentos de aquecimento a gás, é preciso "ventilar as divisões da casa", uma vez que "a acumulação de gases pode causar intoxicação ou morte".

Para as pessoas que tenham algum problema de saúde, a DGS recomenda a toma dos medicamentos "conforme a indicação" do médico e recomenda que não se tomem antibióticos "sem indicação médica" e que não se vá de "imediato para a Urgência Hospitalar", devendo antes recorrer à Linha Saúde 24 (808 24 24 24), ao 112 ou ao médico assistente.

No sábado, o IPMA lançou um aviso amarelo (o segundo numa escala de quatro) para os distritos de Bragança, Vila Real, Guarda e Aveiro até às 09:59 de segunda-feira, devido à "persistência de valores baixos de temperatura mínima".

Nos restantes distritos de Portugal continental, a temperatura mínima à noite será de um grau celsius em Beja, dois em Viana do Castelo, Porto e Castelo Branco e três em Aveiro e Portalegre.

Governo
Os estados-membros da União Europeia, incluindo Portugal, e a Comissão Europeia estão "todos empenhados" na luta...

Luís Medeiros Vieira, que participou, em Paris, numa reunião de alto nível sobre a 'xylella fastidiosa', explicou que os estados-membros, a Comissão Europeia, os institutos nacionais de investigação e os próprios agricultores devem "colaborar para debelar esta praga".

Trata-se de uma bactéria que afeta o xilema, tecido das plantas onde circula a seiva, e é disseminada por insetos (mais de 300 espécies), que afeta as culturas agrícolas e espécies florestais de grande importância económica, como árvores de fruto ou videiras.

"Estamos todos empenhados, quer os estados-membros quer a Comissão, no sentido de podermos criar condições para evitar que a praga se propague cada vez mais na União Europeia, portanto, que haja uma contenção. Ao mesmo tempo, também temos que envolver todos os interessados: os nossos institutos de investigação, os nossos agricultores", afirmou o governante.

A reunião juntou representantes de dez estados-membros, incluindo o ministro francês da Agricultura e da Alimentação, Stéphane Travert, e o comissário europeu da Saúde e da Segurança Alimentar, Vytenis Andriukaitis, e, por sugestão de Portugal, as conclusões vão ser apresentadas ao conselho de ministros europeus da Agricultura, em janeiro, e vai ser criado um grupo de trabalho para elaborar um código de boas práticas para deteção e controlo da 'xylella'.

Luís Medeiros Vieira explicou que "foi dado um passo importante que foi sensibilizar a União Europeia para poder também compensar os agricultores" em termos financeiros se forem afetados pela destruição das suas árvores.

"A Comissão está empenhada no reforço em termos de verbas financeiras que permitam, no caso de se verificarem situações que levem à destruição das árvores atingidas, poder também haver uma comparticipação unitária para os agricultores atingidos", declarou.

O secretário de Estado da Agricultura e Alimentação destacou, ainda, que "existe uma verba na ordem dos 10 milhões de euros que a União Europeia disponibiliza para efeitos de apoio à investigação e à prospeção", que vai desde "o apoio ao pagamento das análises, ações de sensibilização" e ações de investigação "com vista a encontrar soluções para debelar esta doença".

O governante sublinhou, também, que "o objetivo último é a erradicação" da 'xylella fastidiosa' mas como "neste momento ainda não existem formas de a erradicar", os estados-membros devem tomar um conjunto de medidas de prevenção.

"É necessário tomar um conjunto de medidas em todos os estados-membros que vão desde a vigilância, desde a deteção precoce da própria praga e, ao mesmo tempo, também cuidados acrescidos nas relações comerciais entre os vários países, nomeadamente, na importação de plantas que provêm de países que possam ter casos detetados desta praga", continuou.

Luís Medeiros Vieira vincou que "até ao momento não foram detetados quaisquer casos" em Portugal e que há um controlo ao nível das fronteiras que permite detetar que o material vegetal importado não tem qualquer problema", assim como planos de vigilância em execução e um plano de contingência nacional.

O governante acrescentou que a reunião de Paris pretendeu "encontrar uma posição solidária de todos os estados-membros da União Europeia" para "o maior problema, até ao momento registado na União Europeia, de caráter fitossanitário" e que "Portugal também é um país de risco".

"Sim, estamos preocupados. Portugal também é um país de risco. É um país mediterrânico, tem condições em termos climatéricos e, ao mesmo tempo, também a sua exposição em termos atlânticos. São [condições] propícias para a propagação deste doença", concluiu.

A bactéria 'xylella fastidiosa' foi detetada pela primeira vez na Europa em 2013, em oliveiras adultas, na região de Apúlia, em Itália, onde devastou uma extensa área de olival.

Em 2015, foram detetados focos em plantas ornamentais na Córsega e no sul de França e, em 2016, em plantas de aloendro na Alemanha e em plantas de cerejeiras num viveiro nas Ilhas Baleares, em Espanha.

O mais recente caso de presença da bactéria na Europa foi confirmado no passado mês de junho num pomar de amendoeiras em Alicante, na região de Valência, em Espanha, tratando-se do primeiro caso na Península Ibérica.

Estudo
Cerca de oito em cada 10 portugueses com VIH terão mais de 50 anos daqui a duas décadas, uma situação que acompanha a evolução...

A proporção de doentes com VIH “com 50 e mais anos de idade aumentará dramaticamente ao longo dos próximos anos, de 39% em 2015, para cerca de 80% em 2037”, avançou António Vaz Carneiro, coordenador e um dos autores do estudo “O Impacto do Envelhecimento nas Pessoas com VIH – Perspetivas Presentes e Desafios Futuros”.

O estudo foi apresentado pelo Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e o Centro de Estudos Avançados da Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais da Universidade Católica Portuguesa, no âmbito das comemorações do Dia Mundial de Luta Contra a Sida, que se assinalou na sexta-feira.

Uma das consequências diretas deste aumento da idade dos doentes com VIH é, segundo o coordenador, o aumento das doenças próprias da idade, com uma taxa de incidência muito superior à da população geral.

“Ao contrário do que acontecia nos primeiros anos da pandemia, a população mais jovem registará, dentro de 20 anos, uma prevalência reduzida, com o grupo de indivíduos até 29 anos a representar apenas 2% do número total e o dos da faixa etária entre os 30 e os 49 anos de idade, 18%”, afirmou.

Segundo o coordenador, “em todo o mundo, mais de 4,2 mil milhões de pessoas infetadas pelo VIH têm mais de 50 anos de idade, e 26% do total terá mais de 70 anos”.

Para os autores do estudo, o sistema de Saúde não está preparado para fazer face aos desafios que se apresentam face ao envelhecimento da população com VIH e defendem ser “necessário que se opere uma transformação no sistema”.

O estudo defende ainda a necessidade de organizar os serviços de saúde a prestar aos doentes com VIH “atenção e especialização em múltiplos domínios do sistema de saúde e seus responsáveis”

“O local natural para tratar de doenças crónicas, riscos de saúde, e aumento de incidência de doença são os Cuidados de Saúde Primários e não os hospitais como hoje acontece relativamente às pessoas com infeção por VIH/Sida”, refere Vaz Carneiro.

“A somar a tudo isto, verificar-se-á, nestes doentes, uma menor qualidade de vida e o isolamento social por estigma, o que condiciona o seu apoio regular. Sem suportes sociais funcionais a partir dos quais se possam obter cuidados e assistência, esta população buscará apoios mais formais num período de reduzidos recursos económicos”, acrescentou.

“Estes doentes serão relegados em idades precoces para serviços de cuidados de saúde domiciliários onerosos, assim como para cuidados continuados comunitários”, concluiu.

Unicef
A cada hora que passa 18 crianças são infetadas com o Vírus da Imunodeficiência Humana, responsável pela morte de 120 mil...

As projeções da Atualização Estatística da Agência das Nações Unidas para a Infância (Unicef) sobre Crianças e o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) referem que, “se as tendências atuais persistirem, haverá, até 2030, 3,5 milhões de novas infeções pelo VIH em adolescentes”.

Para o responsável pelo setor da SIDA da Unicef, Chewe Luo, “é inaceitável que continuemos a ver tantas crianças a morrer devido ao VIH e tão pouco progresso para evitar novas infeções por VIH nos adolescentes".

“A epidemia do VIH não acabou, continua a ser uma ameaça para a vida das crianças e dos jovens, e mais pode e deve ser feito para evitar isto", acrescentou.

A Unicef adianta que os objetivos estabelecidos para acabar com a Sida entre crianças no documento interagências das Nações Unidas, 2020 Super-Fast-Track, publicado em 2016, não serão alcançados.

O documento refere alguns progressos, nomeadamente na prevenção da transmissão do vírus de mãe para filho, uma vez que cerca de dois milhões de novas infeções entre crianças foram evitadas desde 2000.

A organização adverte, contudo, que “este progresso não deve levar à inércia, pois a Atualização Estatística destaca que as crianças até aos quatro anos de idade que vivem com VIH enfrentam o maior risco de morte pelo vírus, em comparação com outras faixas etárias”.

Os autores denunciam ainda atrasos nos testes e no tratamento pediátrico do VIH. “Apenas 43% dos bebés expostos ao VIH são testados nos primeiros dois meses de vida e só a mesma percentagem de crianças que vivem com VIH recebe tratamento antirretroviral”, lê-se no documento.

Outra crítica da Unicef vai para o progresso na prevenção de novas infeções por VIH entre adolescentes e a melhoria dos testes e tratamento nesta população que “tem sido inaceitavelmente lento”.

Só em 2016, prossegue o documento, “55.000 adolescentes (10-19 anos) morreram por causas relacionadas com a Sida, dos quais 91% deles eram originários da África subsaariana”.

Segundo os dados, “para cada cinco adolescentes rapazes com VIH, existem sete raparigas infetadas”.

Entre as soluções apontadas pela Unicef consta o investimento e a utilização em soluções inovadoras, como o auto-teste de VIH, tratamento profilático pré-exposição e novos medicamentos pediátricos

“Ampliar a resposta para as crianças, incluindo a expansão dos programas de tratamento e o investimento em novas tecnologias para diagnóstico em pontos de atendimento” e “fortalecer a capacidade dos governos para a recolha de dados completos e desagregados relativamente a dados sobre testes e tratamento, especialmente em adolescentes” são outras das medidas propostas.

A Unicef defende que as intervenções para adolescentes na África subsaariana sejam prioritárias.

Liga Portuguesa Contra a Sida
A presidente da Liga Portuguesa Contra a Sida considerou a profilaxia pré-exposição(Prep) e o autoteste de VIH estratégias...

Estas novas estratégias são “uma realidade que está para breve” e podem vir a ser “mais eficazes para combater os números” da infeção e para “melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com o VIH, nomeadamente das populações mais vulneráveis”, disse Eugénia Saraiva, que falava a propósito do Dia Mundial Contra a Sida, que se assinalou na sexta-feira.

No entanto, a liga defende que a distribuição da Prep deve ser associada “ao uso consistente do preservativo”, defendeu.

A profilaxia pré-exposição consiste na toma de um medicamento que é um antirretroviral usado para tratar pessoas com VIH e que tem demonstrado resultados como método de prevenção.

Relativamente ao autoteste do VIH, Eugénia Saraiva adiantou que está em análise no Infarmed, esperando que a autoridade nacional do medicamento receba os contributos das organizações da sociedade civil sobre esta medida.

“A medicação é prevenção e tratamento, [por isso], temos que estar felizes com estas estratégias”, que têm de monitorizadas pelo Ministério da Saúde, seguindo as normas de orientação.

Para assinalar o Dia Mundial Contra a Sida, a Liga realizou sexta-feira uma ação de sensibilização, que incluiu rastreios ao VIH, na Praça do Comércio, em Lisboa.

Como mensagem para este dia, Eugénia Saraiva apelou a “mais prevenção, mais literacia de saúde, mais diagnóstico precoce e igualdade e equidade no tratamento e acesso para todos”.

Também o presidente do GAT - Grupo de Ativistas em Tratamentos, Luís Mendão, defendeu um reforço do investimento na prevenção e na luta contra a discriminação.

Reconhecendo que tem havido nos últimos anos “uma atenção política” relativamente às respostas ao VIH/Sida, Luís Mendão disse que ainda persistem “duas lacunas muito importantes”, uma das quais a “implementação de decisões”.

“Continuamos a deparar-nos diariamente com dificuldades, barreiras, dados pouco credíveis, que tornam muito difícil monitorizarmos os progressos que eventualmente estejam a ser feitos”, adiantou.

Luis Mendão referiu ainda a necessidade de diminuir os custos com a medicação para o VIH, mantendo a qualidade do tratamento.

“Do ano passado para este ano, conseguiu-se criar um teto de despesa, que permite tratar todas as pessoas que o sistema encontre, de 173 milhões de euros”, menos 57 milhões face ao ano anterior.

Mas o dinheiro investido fora do tratamento é “demasiado curto”, lamentou.

“Temos tido problemas com a dispensa de preservativos e gel, com a remoção real de barreiras no acesso ao tratamento e hospitais” e “temos zero de investimento real para o combate à discriminação e ao estigma, que ainda têm níveis intoleráveis em Portugal, incluindo no sistema nacional de saúde.

Segundo o relatório do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças e da OMS para a Europa, Portugal registou até hoje 56.001 diagnósticos de infeção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, dos quais 1.030 em 2016.

Instituto Ricardo Jorge
Portugal mantém a tendência decrescente no número anual de novos diagnósticos de infeção por VIH e sida, registando, em 2016,...

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) publicou o Relatório Infeção VIH e SIDA – Situação em Portugal em 2016, elaborado pela Unidade de Referência e Vigilância Epidemiológica do seu Departamento de Doenças Infecciosas, em colaboração com o Programa Nacional da Infeção VIH, sida e Tuberculose da Direção-Geral da Saúde.

O relatório reúne informação epidemiológica que caracteriza a situação em Portugal a 31 de dezembro de 2016, obtida a partir das notificações de casos de infeção por VIH e sida que o INSA recebe, colige e analisa desde 1985.

“Os dados da vigilância epidemiológica referente à infeção por VIH e sida apresentados neste relatório revelam que Portugal mantém a tendência decrescente no número anual de novos diagnósticos de infeção por VIH e sida, observada desde o ano 2000, embora as taxas apuradas para os anos mais recentes continuem a ser das mais elevadas na União Europeia”, refere o relatório.

O documento salienta que se encontram registados cumulativamente, até 30 de junho de 2017, 56.001 casos de infeção por VIH, dos quais 21.614 são casos de sida, em que o diagnóstico aconteceu até final do ano passado.

“Segundo a informação epidemiológica obtida a partir das notificações de casos de infeção, em 2016 foram diagnosticados 1030 novos casos de infeção por VIH em Portugal”, acrescenta.

Helena Cortes Martins, responsável pela vigilância da infeção por VIH e sida no Departamento de Doenças Infecciosas do INSA, destaca o “predomínio de casos do sexo masculino, com idades inferiores às observadas nos casos em mulheres”.

“A taxa mais elevada de novos diagnósticos (26,1 por 100 mil habitantes) é observada no grupo etário 25-29 anos, apesar do maior número de novos casos se ter verificado no grupo 30-39 anos”, explicou.

A especialista destacou ainda que os novos casos referentes a homens que têm sexo com homens “foram, nos dois últimos anos, a maioria dos casos do sexo masculino, bem como dos novos diagnósticos em pessoas com menos de 30 anos”.

Helena Cortes Martins, autora do relatório, salienta também percentagem de diagnósticos tardios, particularmente em casos de transmissão heterossexual.

“Em mais de metade dos novos casos (55%) de 2016 o diagnóstico foi tardio, proporção que foi mais elevada (64%) nos casos em que a transmissão ocorreu por contacto heterossexual”, explica.

A especialista disse ainda que estão em curso importantes iniciativas a nível nacional no âmbito da prevenção da infeção por VIH, do acesso atempado ao diagnóstico da infeção e da melhoria da informação epidemiológica nacional

“A informação epidemiológica de qualidade e atempada é essencial para a monitorização dos objetivos 90-90-90 e, nesse sentido, está a decorrer um processo de recolha de informação em falta e de melhoria das aplicações informáticas de suporte, que se espera vir a ter impacto significativo na rapidez da obtenção da informação epidemiológica nacional, na completude dos dados e, naturalmente, na qualidade dos mesmos”, concluiu.

Prémios Santa Casa
Estudos sobre a memória em doentes com demência e novos tratamentos para a Alzheimer e as lesões na medula espinal foram...

Os prémios Mantero Belard e Melo e Castro 2017, no valor de 200 mil euros cada um, foram atribuídos respetivamente aos investigadores Maria José Diógenes (Instituto de Medicina Molecular de Lisboa) e António Salgado (Universidade do Minho).

No valor de 40 mil euros, o Prémio João Lobo Antunes, entregue pela primeira vez este ano, foi para o neurologista Bruno André Miranda. Os três vencedores foram divulgados pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que promove os prémios.

A equipa de Maria José Diógenes está a estudar num novo tratamento para a doença de Alzheimer e na identificação de um novo biomarcador (indicador do estado de uma patologia).

A doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência, não tem cura. Os medicamentos atualmente administrados aos pacientes "são escassos e não resolvem o problema", vincou a cientista.

Em estudos anteriores, o seu grupo de trabalho verificou que o funcionamento de uma determinada proteína do cérebro - fator neurotráfico derivado do cérebro - está desregulado nos doentes de Alzheimer, porque o recetor que a ativa "é cortado", formando-se "dois fragmentos" aparentemente tóxicos.

A proteína, que nestes doentes está alterada, "protege o sistema nervoso", ajudando os neurónios (células cerebrais) a manterem-se saudáveis.

A equipa de Maria José Diógenes 'desenhou' uma molécula, já testada em culturas de neurónios de ratos, que impede a alteração na funcionalidade da proteína.

Agora, pretende testar a substância, que poderá ser promissora no tratamento da Alzheimer, em roedores vivos com a doença.

Além disso, a investigadora quer perceber, através de amostras de cérebros de pessoas com Alzheimer que morreram, qual o padrão da alteração da proteína (fator neurotráfico derivado do cérebro).

Maria José Diógenes propõe-se ainda pesquisar se no líquido cefalorraquidiano, que é recolhido da medula espinal dos doentes através de uma punção lombar, é possível encontrar um novo biomarcador da Alzheimer e correlacioná-lo com a evolução da patologia.

O grupo liderado pelo investigador António Salgado, da Universidade do Minho, vai testar em ratos e em cães um novo tratamento combinado para lesões da medula espinal, na origem das paraplegias e tetraplegias, que se traduzem na impossibilidade de execução de movimentos como o levantar e o andar.

Um dos coordenadores do trabalho, Nuno Silva, explicou que a equipa vai usar um medicamento, o Riluzol, para "proteger o tecido neuronal" e "promover a regeneração do tecido nervoso com células estaminais" (células que se podem diferenciar noutras e se autorrenovarem) e com biomaterais, neste caso um novo hidrogel.

Com este hidrogel, as células estaminais "conseguem crescer e sobreviver mais tempo e regenerar o tecido", esclareceu o cientista do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde da Universidade do Minho.

A terceira componente do tratamento consiste na estimulação epidural (estimulação elétrica de baixa intensidade da medula espinal).

Para Nuno Silva, especialista em medicina regenerativa, uma lesão "tão complexa" como a da medula espinal tem de ser abordada em "várias frentes".

Neurologista no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, Bruno André Miranda propõe-se testar de que modo a memória episódica (a associada a acontecimentos pessoais) e a generalizada (a que está ligada ao conhecimento culturalmente partilhado e baseado em conceitos) contribuem para o planeamento futuro do dia-a-dia, da tomada de uma decisão, e de que como esse planeamento é afetado na demência.

"A demência não é um problema da memória, mas é um problema do uso da memória para o planeamento futuro das tarefas do dia-a-dia", assinalou o médico e investigador, que vai trabalhar com dois tipos de demências, a doença de Alzheimer e a demência frontotemporal.

Bruno André Miranda irá estudar grupos de doentes com Alzheimer e demência frontotemporal sujeitando-os a testes neuropsicológicos, questionários de pensamento passado e futuro e tarefas de decisão. Os resultados obtidos serão correlacionados com as zonas do cérebro responsáveis pela memória episódica e generalizada.

O Prémio Mantero Belard distingue a investigação científica ou clínica em doenças neurodegenerativas ligadas ao envelhecimento, como Alzheimer e Parkinson, enquanto o Prémio Melo e Castro é para trabalhos que potenciem a recuperação e o tratamento de lesões vertebro-medulares.

O Prémio João Lobo Antunes, criado em 2016 em homenagem ao neurocirurgião com o mesmo nome falecido nesse ano, destina-se, na generalidade, à investigação clínica na área das neurociências.

Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde revelou que da lista de doentes com VIH notificados e ausentes do acompanhamento do Serviço Nacional de...

O Ministério adianta que dos 2.250 doentes identificados, de um universo de nove mil diagnosticados com VIH e que não estão a ser seguidos nos hospitais, desconhecendo-se o seu paradeiro, cerca de metade já morreram e que “apenas quatro por cento abandonaram a consulta”.

A explicação do Ministério para o desconhecimento do paradeiro dos doentes prende-se com o facto de, até setembro, não ter havido interoperabilidade entre o SIVIDA (sistema de acompanhamento dos doentes VIH) e o SICO (sistema de notificação de óbitos), pelo que, os doentes não foram excluídos das listas nacionais.

“Da totalidade dos doentes que não estão em seguimento analisados, apenas cerca de 4% constituem abandonos de consulta (e que estão a ser contactados e sensibilizados para a adesão às consultas do VIH)”, refere a resposta do Ministério, adiantado que há ainda “um valor considerável que corresponde a erros de notificação, duplicações de registos (nomeadamente inter-hospitais) e a transferências entre serviços”.

Num despacho de 25 setembro, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, determina a implementação, até 31 de dezembro, do sistema informático do VIH em todos os estabelecimentos hospitalares do Serviço Nacional de Saúde que seguem pessoas infetadas com o vírus da imunodeficiência humana.

“A Direção do Programa Prioritário VIH/SIDA da DGS tem, desde a publicação do despacho, acompanhado com regularidade semanal a evolução do processo de renotificação de cada um dos doentes listados (e que foram identificados nos últimos 20 anos) e que não se encontram em seguimento no SNS há um período superior a 12 meses”, acrescenta o Ministério.

Segundo o relatório do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças e da Organização Mundial da Saúde para a Europa, Portugal registou até hoje 56.001 diagnósticos de infeção VIH, 1.030 dos quais em 2016.

Sanofi
A farmacêutica francesa Sanofi anunciou que a sua vacina contra a febre dengue, a única do mercado, pode causar versões mais...

Os resultados recentes, obtidos a partir da avaliação de dados recolhidos durante seis anos, revelam que a vacina protege as pessoas contra novas infeções, caso estas já tenham estado expostas à dengue, não acontecendo o mesmo com aquelas que nunca tiveram contacto com a doença, informou a Sanofi em comunicado.

Nos casos em que os indivíduos não foram previamente infetados pelo vírus da dengue, os resultados desta análise demonstram que, a longo prazo, a vacina pode originar casos mais graves da doença, indicou a Sanofi.

Esta descoberta, notou a empresa, evidencia a natureza complexa da doença.

Segundo a farmacêutica francesa, as pessoas afetadas pela dengue mais de uma vez podem correr o risco de desenvolver uma versão hemorrágica da doença.

A dengue, que se assemelha a uma gripe, é transmitida por mosquitos e tem maior incidência em países com climas tropicais e subtropicais. Na maioria desses países a vacinação é recomendada para todas as pessoas com mais de nove anos.

A doença pode causar dor nas articulações, náuseas, vómitos e erupção cutânea e, em casos graves, originar problemas respiratórios, hemorragia e insuficiência orgânica.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de metade da população mundial está em risco de infeção com dengue e aproximadamente 96 milhões de pessoas são infetadas diariamente com a doença.

A Sanofi propõe que as autoridades atualizem as informações de prescrição da vacina, apelando igualmente para que os médicos avaliem a probabilidade de infeção prévia de dengue nos indivíduos, antes de decidir sobre a toma.

"Para indivíduos que não foram previamente infetados pelo vírus da dengue, a vacinação não deve ser recomendada", frisou a Sanofi.

Com base nos resultados divulgados, a farmacêutica espera uma perda de 100 milhões de euros.

Atualmente não existe tratamento específico para a dengue.

Estudo AGING POSITIVE
A Infeção VIH/SIDA está a aumentar na população de adultos mais velhos e idosos.

Este aumento deve-se, fundamentalmente, a duas circunstâncias. Em primeiro lugar, a terapia antirretroviral aumentou a esperança de vida dos doentes, permitindo que pessoas que se infetaram mais jovens, tenham uma expectativa de longevidade quase comparável à da população em geral. Por outro lado, as novas infeções adquiridas em idades mais avançadas estão também a aumentar, correspondendo a 18,5% dos novos diagnósticos na Europa em 2016. Em Portugal, esta tendência é ainda mais acentuada, constituindo 25% dos novos diagnósticos em 2016. Nesse ano, foram notificados 1.030 novos casos de infeção VIH, correspondendo a uma taxa de 10/100.000 habitantes, uma das mais elevadas da Europa Ocidental, de acordo com o relatório do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) e da OMS publicado em novembro de 2017.

A infeção VIH é, atualmente, considerada uma doença crónica: com um tratamento adequado as pessoas podem viver mais tempo e com qualidade de vida. Contudo, algumas doenças associadas ao envelhecimento, como sejam as doenças cardiovasculares, dislipidémia, doença renal, demência e algumas neoplasias têm uma maior preponderância nos doentes com infeção VIH. O tratamento destas condições e a possibilidade do seu agravamento com a infeção e/ou os fármacos antirretrovirais, bem como a gestão das frequentes interações medicamentosas determinam a necessidade de uma vigilância médica regular destes doentes em unidades de saúde especializadas e veio trazer novos desafios aos profissionais de saúde.

De modo a podermos conhecer com maior profundidade a realidade portuguesa, realizou-se, em 2016, um estudo de âmbito nacional, em 7 hospitais especializados, de norte a sul do país. O estudo AGING POSITIVE é, assim, o primeiro estudo realizado a nível nacional, multicêntrico e observacional, junto da população adulta com 50 ou mais anos infetada por VIH, que veio permitir caracterizar a população que envelhece com VIH em Portugal. Foram incluídos 401 doentes, com uma idade media de 59,4 anos, maioritariamente do sexo masculino (72,6%), todos sob tratamento antiretroviral e com supressão viral mantida. O tempo médio de duração da infeção VIH foi de 12 anos. Os resultados, que foram apresentados na conferência da Sociedade Clínica Europeia de Sida, (EACS) em outubro de 2017, revelaram uma prevalência muito elevada de co-morbilidades, nomeadamente hipercolesterolémia (60,8%), hipertensão arterial (39,7%) e depressão/ansiedade (23,9%). Outras co-morbilidades com prevalência elevada foram também a diabetes mellitus (13.5%), a insuficiência renal (8%) e as neoplasias (8%), entre outras. Os fármacos antilipídicos e os anti-hipertensores foram os medicamentos mais frequentemente prescritos. Em 56% dos casos, para além do seguimento hospitalar, os doentes tinham também seguimento nos cuidados de saúde primários.

Este estudo confirmou a elevada prevalência de co-morbilidades e medicações concomitantes nos doentes mais velhos que vivem com VIH em Portugal. Um dos riscos mais importantes que este estudo permite antever é a possibilidade de interações medicamentosas, potenciado pela gestão partilhada do doente com médicos não especialistas e pela necessidade de tratamentos para outras co-morbilidades. A escolha de tratamentos antirretrovirais com menor risco de interações medicamentosas torna-se assim de extrema importância nesta faixa etária.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Associação Nacional das Farmácias
As farmácias estão a vender menos vacinas contra a gripe do que em igual período do ano passado, com menos 57.500 vacinas...

O barómetro da época gripal 2017/2018 da ANF indica que entre 01 de outubro e quarta-feira foram vendidas nas farmácias 433.741, conta as 491.213 dispensadas em igual período do ano passado.

Em outubro, a diminuição nas vendas das vacinas contra a gripe situou-se nos 14,83%, passando das 339.402 embalagens vendidas em 2016 para as 298.080 este ano.

A quebra continuou em novembro, com menos 10.727 embalagens dispensadas nestes estabelecimentos.

Em Portugal, há 2.500 farmácias habilitadas a administrar a vacina contra a gripe.

A diretora dos serviços farmacêuticos da Associação Nacional das Farmácias (ANF), Rute Hora, alerta para a importância da vacinação.

“O frio está a chegar e este ano é expectável que o vírus seja mais agressivo”, afirmou, sublinhando que “as pessoas devem vacinar-se já. Nunca é tarde para prevenir”.

Na terça-feira, a Direção-Geral da Saúde (DGS) revelou que mais de um milhão de vacinas contra a gripe foram administradas pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) desde outubro, o que representa mais 19 por cento face ao mesmo período do ano passado.

O Estado comprou para a época gripal atual 1,4 milhões de vacinas, que este ano passaram a ser também gratuitas para as pessoas com diabetes e para os bombeiros que tenham recomendação para a vacina, a juntar aos grupos que já as recebiam gratuitamente nos centros de saúde, como os idosos.

Crianças
O Centro de Informação Antivenenos alertou para as cápsulas solúveis de detergente, que podem ser confundidas com guloseimas...

A responsável do centro, que funciona na dependência do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), Fátima Rato, disse que o alerta tem hoje "toda a pertinência", porque apesar de o número de casos ter vindo a baixar, as "cores brilhantes e chamativas" das cápsulas continuam a ser confundíveis com as de guloseimas, rebuçados ou doces.

"As lesões resultantes destes casos são de baixa gravidade, mas as oculares são as mais preocupantes", disse Fátima Rato. Segundo os números do centro, em 2015 houve 140 casos de exposição de crianças com menos de 10 anos a detergentes, 115 em 2016 e 41 casos no primeiro semestre deste ano.

Ainda há poucos dias o INEM foi chamado por causa de uma criança que trincou uma cápsula, que rebentou e espirrou o detergente para os olhos, referiu Fátima Rato.

Problemas nas vias respiratórias ou digestivas são menos frequentes porque as crianças tendem a cuspir o produto, que sabe mal, acrescentou.

Dos casos registados em 2015, em 56 as crianças tinham menos de dois anos, em 2016 foram 29 e no primeiro semestre, nove casos com crianças com menos de dois anos.

A maior parte das situações ocorre nos escalões etários mais baixos com particular incidência nas crianças até aos dois anos de idade.

Fátima Rato indicou que parte do problema assenta na indústria, mas que campanhas televisivas e alertas da União Europeia têm levado os fabricantes a tentar tornar os invólucros, que se dissolvem nas máquinas de lavar roupa ou loiça em contacto com a água, menos apelativos para as crianças, tornando-as opacos.

O Centro recomenda aos pais que mantenham os detergentes fora do alcance das crianças, fechando as embalagens logo a seguir ao uso.

Se acontecer contacto com olhos, a recomendação é lavar abundantemente com água corrente e contactar o centro pelo telefone 808250143, que funciona 24 horas por dia.

Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares
No próximo dia 4 de Dezembro realiza-se a 10ª Edição do Caminho dos Hospitais. “Os Desafios da Cibersegurança na Saúde” chegam...

A utilização crescente de meios tecnológicos na área da saúde permite disponibilizar informação aos cidadãos e profissionais de saúde em tempo útil, incrementando, no entanto, a sua exposição ao risco. Por outro lado, o atual nível de complexidade dos sistemas de informação e os riscos que lhes são inerentes, reclamam a criação e manutenção de meios que garantam a adequada segurança.

Nos últimos tempos, têm vindo a verificar-se um crescente número de incidentes de segurança, representando uma ameaça para o funcionamento das redes e dos sistemas de informação o que torna premente reforçar os mecanismos de proteção dos sistemas dos meios e dos recursos técnicos e logísticos necessários à melhor preservação dos meios tecnológicos ao serviço do cidadão.

Do vasto painel de oradores que já passaram por esta iniciativa, esta 10.ª edição do Caminho dos Hospitais  irá receber Carla Barbosa, advogada e investigadora no Centro de Direito Biomédico da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra; Henrique Martins, Presidente do Conselho de Administração de Serviços Partilhados do Ministério da Saúde; Pedro Couceiro, Diretor do Serviço de Gestão de Sistema de Informação do IPO de Coimbra e, por fim, Teresa Magalhães, Coordenadora do Grupo de Trabalho da APAH para gestão de Informação em Saúde.

O projeto Caminho dos Hospitais começou em setembro de 2016, com um debate promovido pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) no Hospital do Espírito Santo, em Évora e vai já na sua 10.ª edição, num roteiro que já incluiu também o Centro Hospitalar (CH) Cova da Beira, o CH do Porto, o CH Lisboa Norte, a ULS de Matosinhos, a ULS de Castelo Branco (ULSCB), o Hospital Prof. Doutor Fernando da Fonseca (HFF) e o Centro Hospitalar Trás-Os-Montes e Alto Douro.

Segundo o Presidente da APAH, Alexandre Lourenço “Esta iniciativa pretende apostar numa estratégia de proximidade para com os associados, criando mecanismos que diminuam situações de periferia através de visitas e reuniões programáticas mensais às instituições de saúde do SNS, de forma descentralizada, dando especial enfoque a questões da atualidade”.

10 de dezembro - Dia Internacional dos Direitos Humanos
No mundo existem pelo menos 400 milhões de pessoas sem acesso a cuidados de saúde. Em Portugal, ainda há pessoas que não têm...

“Todos têm direito à proteção da saúde e o dever de a defender e promover”. Assim dita o Artigo 64º da Constituição Portuguesa. A Sociedade Portuguesa de Cardiologia, no Dia Internacional dos Direitos Humanos vem alertar para a necessidade de garantir o acesso a cuidados de saúde por parte dos portugueses que, em pleno século XXI, ainda não têm acesso a cuidados de saúde adequados.

No mundo, há milhões de pessoas que, embora tenham manifestações de doença cardiovascular, não conseguem obter ajuda pois o hospital mais próximo fica a vários quilómetros de distância. A situação é preocupante quando se verifica que, mesmo em Portugal, existe uma faixa da população envelhecida e com acesso limitado a infraestruturas de saúde. Importa, portanto, ultrapassar questões sociais, geográficas, económicas ou mesmo culturais que impedem que as pessoas obtenham cuidados de saúde.

A taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares diminuiu de forma considerável nas últimas décadas, em parte devido à melhoria dos cuidados de saúde. No entanto 1 em cada 3 portugueses continua a morrer por doença cardiovascular, o que poderia ser evitável caso o diagnóstico atempado e o tratamento adequado fossem conseguidos. Segundo o Relatório da Primavera 2017, muitos portugueses não conseguem fazer a terapêutica prescrita pelo médico por não terem condições económicas para adquirir os medicamentos. No caso das doenças cardíacas, a maioria delas crónicas, esta situação é obviamente preocupante.

Não é só o acesso a cuidados de saúde que é decisivo, pois muitos portugueses desconhecem os fatores de risco responsáveis por várias doenças e não sabem como fazer uma prevenção adequada das mesmas. Por esse motivo, a aposta na literacia da população no que toca às questões da saúde, deve ser prioridade.

A propósito do Dia Internacional dos Direitos Humanos, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia alerta os portugueses para a necessidade de garantir o acesso à saúde por parte de todos os cidadãos. Apesar de o panorama das doenças cardiovasculares ter melhorado nas últimas décadas, ainda há um longo caminho a percorrer.

Instituto Português do Sangue e da Transplantação
Os primeiros 30 mil litros de plasma português para transformação em medicamentos vão começar a ser fracionados e, numa segunda...

A informação foi avançada pelo presidente do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), João Paulo Almeida e Sousa, para quem a utilização do plasma português, com vista à autossuficiência de Portugal em alguns dos medicamentos provenientes do plasma fracionado, é “um desafio”.

Após anos em que o plasma remanescente do utilizado nas transfusões não era aproveitado, obrigando à aquisição dos produtos farmacêuticos produzidos com este material, Portugal vai enviar para fracionamento os primeiros 30 mil litros de plasma, oriundos do IPST.

O fracionamento do plasma será feito pela empresa Octapharma, no seguimento de um procedimento concursal de diálogo concorrencial, já concluído.

Segundo João Paulo Almeida e Sousa, destes 30 mil litros de plasma deverão resultar albumina humana, imunoglobulina e fator VIII. Existem outros produtos que resultam do plasma fracionado, mas Portugal vai continuar a adquiri-los, uma vez que não recolhe quantidades suficientes de sangue.

Uma nova fase do Programa Estratégico de Fracionamento de Plasma acontece hoje com a assinatura de um protocolo entre o IPST, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) e os hospitais que mais sangue recolhem.

De acordo com João Paulo Almeida e Sousa, esta contribuição dos hospitais deverá resultar num aumento para 50 mil litros de plasma fracionado, numa ação que decorrerá em 2018 e 2019.

O presidente do IPST adiantou que este aproveitamento do plasma nacional deverá resultar numa poupança de 40% dos gastos com estes produtos, embora o principal objetivo seja maximizar o plasma recolhido e, dessa forma, “respeitar as dádivas voluntárias e não remuneradas”.

CTT
4000 postais ilustrados vão divulgar a imagem da profissão pelo território nacional. Cerimónia de obliteração é já no dia 7 de...

Os CTT - Correios de Portugal acabam de editar um bilhete-postal evocativo dos 135 anos de ensino de Enfermagem em Portugal, cujas comemorações, organizadas em 2016 pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), se estendem, assim, até ao final do corrente ano.

Foram emitidos 4000 exemplares deste bilhete-postal com taxa paga, que está autorizado a circular no correio nacional e que, já a partir de dezembro, poderão ser adquiridos em lojas dos CTT distribuídas pelo país, pelo preço de 50 cêntimos.

O postal é ilustrado com fotografias que retratam os primórdios – associados à primeira escola de profissionais no país ("Escola dos Enfermeiros de Coimbra"), fundada em 1881 pelo médico Costa Simões –, mas também a atualidade do ensino da profissão.

A cerimónia do primeiro dia de lançamento deste postal inteiro (designação para postal com selo de franquia já impresso) e aposição do respetivo carimbo comemorativo realiza-se, no dia 7 de dezembro, na abertura (pouco depois das 20h30) do Concerto Natal Solidário que a ESEnfC vai promover a favor dos sem-abrigo.

O diretor de Filatelia dos CTT - Correios de Portugal, Raul Moreira, fará um enquadramento do ato de obliteração (carimbar), do ponto de vista histórico, e convidará as personalidades escolhidas pela ESEnfC para marcarem o postal com o carimbo comemorativo.

A Presidente da ESEnfC, Maria da Conceição Bento, também usará da palavra.

A edição pelos CTT de valores postais segue, segundo o Estatuto do Selo Postal português, “o propósito prioritário de evocar, nas edições e nas emissões de selos e postais, personagens, criações, efemérides, histórias e patrimónios que fazem parte do que há de mais profundo e genuíno na tradição, na cultura e na alma portuguesas”.

Kidney Care 4 All
A Kidney Care 4 All é uma associação sem fins lucrativos focada em melhorar a saúde renal em países desfavorecidos e apela ao...

Para que esta missão de duas semanas possa acontecer de uma forma sustentável, uma equipa de 5 médicos voluntários precisa de angariar 5200€ para cobrir despesas de transporte e estadia.

A Kidney Care 4 All precisa portanto da ajuda de todos e para tal basta entrar na página da PPL (uma plataforma de crowdfunding), que funciona de modo simples: utiliza a mecânica "tudo ou nada", ou seja, se o objetivo de financiamento for atingido dentro do prazo, recebemos os fundos; se o montante mínimo não for angariado, os fundos serão devolvidos aos apoiantes.

Por isso, a sua contribuição faz toda a diferença! Como ajudar?

Basta entrar na página através de https://ppl.com.pt/causas/kidney-care, e seguir os seguintes passos:

1. Escolher o valor com que quer contribuir (lateral direita da página):

2. Deixar a uma mensagem e os seus dados (o email é obrigatório, o resto é facultativo)

3. Escolher o método de pagamento que prefere

4. Fazer a sua contribuição de acordo com o método escolhido!

Todas as contribuições fazem a diferença - ajude a levar esta equipa de voluntários até São Tomé!

Sobre as doenças renais em África
Sabia que as doenças renais são a terceira causa de morte que mais cresceu nos últimos 20 anos na África subsariana? E que a existência de conhecimento médico renal é praticamente inexistente neste continente? A Kidney Care 4 All quer mudar isso! Por isso conta com a sua ajuda para ajudar a formar profissionais de saúde. A próxima missão é já em Dezembro, em São Tomé e Príncipe.

Levar conhecimento médico na área da saúde renal aos países africanos de língua portuguesa enquanto rastreiam populações desfavorecidas nestas áreas do globo é o principal objetivo dos cinco médicos nefrologistas (especialistas em saúde dos rins) que criaram a Kidney Care 4 All.

A importância desta área específica da saúde é cada vez maior: as alterações na alimentação da população têm levado a um aumento generalizado da tensão arterial, o que tem feito com que a doença renal crónica (DRC) aumente exponencialmente de ano para ano. A DRC é causa de morte de milhares de africanos que não têm acesso a um diagnóstico e tratamento adequados, porque a nefrologia é ainda um privilégio de países desenvolvidos.

Mas os médicos da Kidney Care 4 All acreditam que esta realidade pode ser alterada através da sensibilização para as doenças renais e suas causas, da partilha de conhecimento e do fornecimento de ferramentas para diagnóstico e tratamento precoce. Por isso realizaram já uma primeira missão no início deste ano em São Tomé e Príncipe, durante a qual rastrearam mais de 800 são-tomenses, enquanto partilhavam conhecimento com colegas locais. Vão agora levar o seu trabalho mais longe numa segunda missão no mesmo país em Dezembro deste ano, durante a qual vão continuar a rastrear a população e a consolidar a formação iniciada junto dos profissionais de saúde locais.

Matosinhos
É já uma espécie de tradição de Natal. Há seis anos que o MAR Shopping Matosinhos e o Instituto Português do Sangue e da...

Como em anos anteriores, a unidade móvel do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) volta a marcar presença no MAR Shopping Matosinhos para fazer colheitas de sangue. Os interessados devem dirigir-se ao parque exterior do centro comercial, junto à entrada MAR, na próxima terça-feira, 5 de dezembro, entre as 14h00 e as 19h00.

A parceria entre as duas entidades permitiu já angariar mais de 500 dadores inscritos.

Para Ofélia Alves, responsável de programação e colheitas do Centro de Sangue e Transplantação do Porto, “não podemos esquecer que as doenças não tiram férias nem se compadecem das épocas festivas e, portanto, precisamos de dadores todos os dias do ano. Além disso, avizinha-se uma época particularmente sensível em que há uma grande quantidade de pessoas na rua, nas estradas e em que aumenta o risco de acidentes, por exemplo.”

Apesar das colheitas estarem em níveis estáveis é indispensável continuar a missão de sensibilizar para a necessidade de colheitas regulares de sangue, em particular junto dos jovens.

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