Especialistas
A associação de medicina do sono alertou hoje para os riscos que o tempo frio, associado a alterações na qualidade do ar, pode...

No dia em que chega o inverno, o presidente da Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono (APCMS), Miguel Meira e Cruz, chama a atenção para alguns comportamentos “aparentemente inócuos” que as pessoas têm para aumentar o conforto e o bem-estar nas suas casas, mas que podem representar alguns riscos para a saúde.

Entre esses atos, o investigador do Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa aponta o acendimento de lareiras ou aquecimentos, o aumento das temperaturas dos banhos e dos alimentos ou o encerramento de portas e janelas.

As velas, incensos, produtos de limpeza ou simples atividades como cozinhar e aspirar também podem promover a emissão de uma grande variedade de poluentes (matéria particulada, compostos orgânicos voláteis, formaldeído, entre outros).

“Alguns destes comportamentos podem ser arriscados e, em muitos casos, comprometer mesmo a saúde” porque alteram a qualidade do ar nos espaços interiores, diz Miguel Meira e Cruz num comunicado enviado à agência Lusa.

Para minimizar a exposição e o impacto dos poluentes na saúde, “é essencial ventilar corretamente os espaços para diluir os poluentes”, dando especial atenção aos espaços onde se dorme para “garantir uma boa ventilação e, assim, um sono repousado e de qualidade”.

Miguel Meira Cruz lembra que, durante o período de sono, o organismo se encontra “mais vulnerável, com menor capacidade de responder de forma adequada a desafios ambientais”.

“Existem mesmo momentos durante o sono em que dependemos muito do ambiente externo, de tal forma que os mecanismos de controlo homeostáticos, que procuram estabelecer um equilibro orgânico, nem sempre funcionam de acordo”, disse, dando como exemplo o impacto das variações da temperatura enquanto se dorme na qualidade do sono.

Além disso, a ventilação inadequada dos espaços promove a acumulação de poluentes, a qual pode gerar, caso exista vulnerabilidade individual, um maior ou menor impacto na função respiratória durante o sono.

Este impacto pode caracterizar-se por promover um aumento do risco de perturbação respiratória, assim como um aumento de despertares e, consequentemente, uma má qualidade de sono, explicou.

“Estes aspetos podem ser particularmente significativos em idades extremas por diferentes motivos e, sobretudo, em doentes com alterações de sono estabelecidas ou com doença respiratória não controlada”, explicou.

Cláudio D'Elia, pneumologista pediátrico e membro da APCMS, também reconhece que a qualidade do ar é um fator determinante para o controlo da função respiratória nas crianças e que a atenção dedicada a este aspeto pode muitas vezes evitar complicações que afetam, por exemplo, os asmáticos.

Espinho
A Câmara de Espinho distribuiu ontem por 53 munícipes com dificuldades económicas o equivalente a 25.000 euros em tratamentos...

A medida vem sendo posta em prática no concelho desde 2015 e visa assegurar tratamentos essenciais a cidadãos que as instituições parceiras da Rede Social do Concelho de Espinho já identificaram como comprovadamente em situação de não os poderem financiar por meios próprios.

"A autarquia contratualizou os tratamentos com clínicas dentárias e óticas, mediante os melhores orçamentos apresentados", explica fonte da autarquia. "Os beneficiários primeiro foram às consultas de avaliação, para saberem de que tratamentos precisavam e serem apresentados os devidos orçamentos, e agora assinam um documento que permitirá à Câmara pagar esses procedimentos diretamente às clínicas e óticas, depois de realizados", revela.

Os apoios em causa abrangem cidadãos "dos 20 aos 50 anos" e as respetivas verbas irão financiar sobretudo a aplicação de próteses dentárias e a aquisição de óculos com lentes graduadas.

"São situações que estes cidadãos precisam mesmo corrigir, não apenas por questões de saúde, mas também para melhorarem as circunstâncias da sua vida ativa", realça a mesma fonte da autarquia.

A Câmara Municipal propõe-se, por isso, "continuar a reforçar este apoio e alargá-lo aos munícipes sinalizados com necessidades de saúde e carência económica comprovadas, no sentido de lhes devolver a autoestima, promover a sua saúde oral e aumentar as possibilidades de inserção profissional de quem está desempregado".

Na Maia
O Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto e a Câmara da Maia assinam sexta-feira um protocolo...

A unidade de Ensino Superior construirá o centro no prazo estimado de três anos, enquanto à autarquia cabe a cedência de um terreno, em regime de direito de superfície pelos próximos 30 anos, no Lugar do Padrão, freguesia de Moreira.

"O objetivo é combater uma deficiência que existe no nosso país que é a ausência de instalações devidamente apropriadas para fazer experimentação animal com animais de médio e grande porte. Este centro é importante para a nossa atividade, mas também para o país", disse o diretor do ICBAS, António Sousa Pereira.

Já o presidente da Câmara da Maia, António Silva Tiago, vincou que este concelho "está sempre disponível para acolher e apoiar projetos de vanguarda no domínio da ciência, que acrescentem valor ao território e às pessoas".

"Estou certo que esta parceria que agora se inicia trará à região não só desenvolvimento científico e económico como também irá contribuir para a criação de inúmeros postos de trabalho diretos e indiretos", disse o autarca.

O futuro do Centro de Investigação em Ciência Animal custará cerca de 2,5 milhões de euros, estando a ser definido o modelo de financiamento que poderá passar pelos fundos estruturais.

Os responsáveis não avançam com números quanto a previsão de alunos ou postos de trabalho envolvidos, mas atualmente o ICBAS tem nas suas fileiras 351 na licenciatura em medicina veterinária, de um total de 2.341 alunos, mais de três centenas de investigadores e perto de uma no que se refere a pessoal não docente.

António Sousa Pereira salientou que, além do ICBAS, que surge como promotor, o projeto envolve a Universidade de Trás-os-Montes, a Universidade do Minho e a Universidade de Évora, bem como todo o tecido empresarial do setor através de empresas associadas.

O diretor também considerou a localização "excelente para permitir acesso de produtores, quer alunos" e evidenciou a crescente importância do estudo de temas como a segurança alimentar, investigação sobre doenças emergentes e uso das novas tecnologias.

"Será importante na ligação humana - queremos desenvolver a interface com a medicina humana - porque o que acontece atualmente é que quando se quer fazer treino de cirurgia em animais vivos, tem de se ir para Espanha ou para França. Em Portugal são poucos os centros. O ICBAS tem um acreditado pela União Europeia, mas é muito pequeno", descreveu o responsável.

A área da medicina ligada à pecuária e o melhoramento animal também são aspetos contemplados na missão do futuro Centro de Investigação em Ciência Animal. "Temos uma emergência de doenças associadas a consumos e à produção pecuária e tudo isso tem de ser muito investigado. Precisamos de ter a certeza de que tudo aquilo que comemos é seguro e sem riscos para a saúde", frisou António Sousa Pereira.

Já nos documentos ligado a este projeto lê-se que o futuro centro "reforçará a componente de investigação científica no mestrado integrado em medicina veterinária, abrindo espaço ao desenvolvimento de projetos de translação nas áreas de medicina experimental humana e de segurança alimentar.

"A unidade a construir permitirá a melhoria das condições de investigação, ensino e prestação de serviços na área da ciência animal, bem como o desenvolvimento de novas áreas de experimentação em interface com as ciências médicas", conclui a descrição.

Instituto Nacional de Estatística
Os dias com qualidade do ar boa foram mais numerosos em 2016 e atingiram 83,2% do total, sendo que a classificação "fraco...

"Em 2016, comparativamente a 2015, a representatividade do número de dias com classificação da qualidade do ar 'bom' aumentou 6,8 pontos percentuais (83,2% do total em 2016)", segundo as Estatísticas do Ambiente 2016.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) aponta também que a representatividade das restantes classes diminuiu ('muito bom' teve 8,1%, menos 2,2 pontos percentuais face a 2015, o 'médio' 7,2%, menos 3,3 pontos face a 2015, e 'fraco' teve 1,4%, menos 1,3 pontos).

Entre 2012 e 2016 verificou-se o predomínio da classe de qualidade do ar 'bom', sendo que, em média, 78% dos dias tiveram esta classificação.

As classes 'médio' e 'muito bom' representaram, em média, 11% e 8,5%, respetivamente, do número total de dias no mesmo período.

Na análise aos poluentes, o INE refere que entre 2012-2016, o número de dias com concentrações de ozono troposférico superiores a 120 microgramas por metro cúbico (µg/m3), tanto nas zonas rurais como nas aglomerações urbanas, esteve abaixo do limite máximo de 25 dias.

Quanto às partículas inaláveis (PM10), "o valor agregado das concentrações médias anuais, resultante dos níveis mais elevados medidos em cada zona ou aglomeração, esteve muito abaixo" do limite anual de 40 µg/m3, situando-se nos 17 µg/m3.

Em 2016, verificou-se um decréscimo de 15% nas PM10 na comparação com 2015, igualando valores de 2014, acrescenta o INE.

"A avaliação das partículas PM10 em 2016, relativa ao número de dias com excedências ao valor limite diário de 50 µg/m3, a não exceder mais de 35 vezes por ano civil, após o desconto das contribuições provenientes do transporte de poeiras do norte de África permitido pela legislação, mostra que o limite não foi ultrapassado em nenhuma zona ou aglomeração", aponta o INE.

Além disso, refere "um decréscimo generalizado do número de excedências nas várias zonas e aglomerações face a 2015", para o que terão contribuído as condições climatéricas com uma maior instabilidade atmosférica, assim como temperatura e precipitação acima das normais.

Assembleia da República
A comissão de trabalhadores do Infarmed vai ser ouvida na comissão parlamentar de Saúde para prestar esclarecimentos sobre a...

Uma nota da comissão de trabalhadores da Autoridade do Medicamento – Infarmed, refere que os representantes dos funcionários se congratulam com “a iniciativa de que irá ser requerida a sua presença para esclarecimentos à comissão de saúde”.

Ontem, o ministro da Saúde foi ouvido em comissão parlamentar sobre a decisão do Governo de transferir para o Porto a sede do Infarmed, uma decisão que teve a discordância da maioria dos trabalhadores da instituição, que afirmaram que recusam deslocar-se.

A comissão de trabalhadores diz ainda que na comissão parlamentar de saúde pretende mostrar algumas contradições manifestadas pelo Ministério da Saúde: “Esta será uma oportunidade para esclarecer os senhores deputados sobre algumas informações prestadas pelo senhor ministro da Saúde, que contradizem a informação por ele prestada aos representantes dos trabalhadores do Infarmed no decorrer da reunião realizada no Ministério da Saúde a 11 de dezembro”.

O anúncio de que a sede da Autoridade Nacional do Medicamento sairia de Lisboa para o Porto foi feito pelo ministro Adalberto Campos Fernandes a 21 de novembro durante uma conferência em Lisboa e apanhou de surpresa os trabalhadores da instituição.

O anúncio foi feito um dia depois de se saber que o Porto não foi a cidade escolhida para receber a sede da Agência Europeia do Medicamento (EMA).

Ministério da Saúde
O Governo recuou na intenção de tornar obrigatória a avaliação em centros específicos de alguns condutores para obterem...

Em resposta escrita, o Ministério da Saúde indica que o “Governo considerou que não devia ser proibido aos médicos, no exercício da sua atividade, poderem efetuar a avaliação da aptidão física e mental para emissão ou renovação das cartas de condução, em qualquer uma das modalidades [de condutores]”.

Em março deste ano, o Governo comprometeu-se, através do Portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS), a criar centros de avaliação específicos de modo a que “a avaliação da aptidão física e mental e a avaliação da aptidão psicológica dos candidatos e condutores do grupo 2 [pesados e profissionais] seja efetuada obrigatoriamente” nesses centros ou serviços.

A Ordem dos Médicos e o Sindicato Independente dos Médicos já vieram contestar esta decisão do Governo de não avançar afinal com a obrigatoriedade de avaliação em centros específicos pelo menos para os condutores do grupo 2. Os médicos do SNS têm reclamado centros de avaliação específicos, queixando-se de que a tarefa de avaliação de condutores ou candidatos os sobrecarrega desnecessariamente.

A resposta enviada pelo Ministério da Saúde mostra que o Governo deixou de considerar a necessidade de tornar obrigatória a avaliação de qualquer condutor por parte de serviços ou centros específicos para o efeito.

Um diploma publicado em 7 de dezembro estabelece que a avaliação dos condutores “é realizada por médicos no exercício da sua profissão” ou nos serviços clínicos específicos, deixando a opção a cargo dos condutores ou candidatos a condutores.

Esta decisão ou recuo do Governo nesta matéria é interpretada pela Ordem dos Médicos e pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) como um rompimento dos compromissos assumidos com todos os médicos, que advogavam que alguns condutores tivessem de ser avaliados em centros específicos, libertando os médicos do SNS de uma tarefa que tem sido considerada pesada e difícil de executar por parte de muitos médicos de família.

Segundo o Ministério da Saúde, os primeiros serviços clínicos específicos para avaliação da aptidão física e psicológica dos condutores deverão começar a abrir nos primeiros meses de 2018, sendo já possível que dentro de um mês ocorra a abertura de alguns.

O Ministério entende ainda que o SNS tem revelado condições e que tem respondido de forma efetiva à avaliação de condutores e passagem de atestados.

“O software para a emissão eletrónica da avaliação da aptidão física e mental, para a emissão ou renovação das cartas de condução, nas instituições do SNS, existe desde Abril de 2017, sendo emitidos por dia útil mais de 1.250 atestados médicos, quer nos cuidados de saúde primários, quer nos hospitalares, constituindo-se como o principal local e o principal sistema de informação para a emissão destes documentos, com condições de acesso, segurança e qualidade, reconhecida pelos próprios utentes”, refere a resposta escrita do Ministério.

Acrescenta o Governo que já estão licenciados e autorizados 17 programas informáticos privados que emitiram os documentos de avaliação da aptidão física e mental, para a emissão ou renovação das cartas de condução, para mais de 120.000 utentes.

Em nove meses foram cerca de 10 mil os médicos que já usaram uma dessas plataformas para a emissão eletrónica dos documentos no âmbito dos atestados para as cartas de condução.

Ontem, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Ordem dos Médicos contestaram a publicação do diploma sobre o regulamento da habilitação legal para conduzir que não torna obrigatório o recurso aos serviços específicos para avaliação dos condutores.

“É com incompreensão e estupefação que o SIM constata” a publicação do diploma que estabelece a avaliação em serviços clínicos como sendo opcional quer para os condutores do grupo 1 (a generalidade dos condutores de ligeiros) quer para o grupo 2 (pesados e motoristas profissionais).

Para o Sindicato, a avaliação física, mental e psicológica dos condutores deve ser feita em organismos próprios e era esse o compromisso do Governo pelo menos em relação aos condutores do grupo 2.

Para o bastonário da Ordem dos Médicos, “o Governo não cumpriu com o que se comprometeu” e foi contra “os compromissos assumidos com todos os médicos portugueses”.

Em declarações, o bastonário Miguel Guimarães considera que este diploma vai continuar a sobrecarregar os médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com a avaliação de condutores e de candidatos a condutores.

“O processo transcrito das regras europeias [para os atestados das cartas de condução] implica uma série de questões que, se for feita no SNS, faz com que os cidadãos não vão ter a sua carta ou a sua renovação da carta em tempo útil”, afirma o bastonário.

Ministro das Finanças
O ministro das Finanças, Mário Centeno, disse que este ano a dívida do setor da saúde não será superior à de 2016 e destacou...

"No final deste ano, a dívida da saúde não vai ser superior à do ano passado", afirmou Mário Centeno, numa audição no Parlamento, perante os deputados da Comissão de Trabalho e Segurança Social.

Em outubro, o ministro da saúde, Adalberto Campos Fernandes, anunciou no parlamento a transferência de 1,4 mil milhões de euros para regularizar a dívida do Serviço Nacional de Saúde (SNS) a fornecedores externos.

Em setembro, a dívida a fornecedores na área da saúde ascendia a 2.072 milhões de euros, dos quais mais de 900 milhões eram referentes a pagamentos em atraso (acima de 90 dias).

Já até final do ano, disse então o responsável pela saúde, haverá um reforço de 400 milhões de euros para os hospitais.

O ministro Mário Centeno falou também hoje do número de trabalhadores da saúde, tendo destacado por duas vezes o aumento destes profissionais face aos que existiam tanto em 2014 como em 2015.

Segundo o governante, trabalham hoje no setor da saúde mais de 125 mil pessoas, "mais seis mil do que no mesmo mês de 2015 e mais nove mil do que em 2014".

Por categorias, face ao final de 2014, Centeno disse que há hoje mais 10% de médicos, 13% de médicos internos, 11% de enfermeiros, 6% técnicos de diagnóstico e 4% de assistentes operacionais (auxiliares de ação médica).

Bastonária
A bastonária da Ordem dos Nutricionistas considerou hoje “claramente positiva” a redução do excesso de peso das crianças entre...

“Desde 2008 até à atualidade temos uma redução de 7,2% da prevalência de excesso de peso das crianças entre os 6 e os 8 anos, o que é claramente positivo e podemos dizer que estamos na direção certa, mas os resultados ainda são insuficientes porque de facto temos 30,7% das crianças com peso a mais”, disse Alexandra Bento.

Alexandra Bento comentava desta forma os resultados do sistema de vigilância que analisa o estado nutricional infantil (COSI), que registou em 2016 uma diminuição nos três indicadores: obesidade, excesso de peso e baixo peso.

Os resultados do COSI 2016, que avaliou 6.745 crianças das 230 escolas do primeiro ciclo do Ensino Básico, indicam que 30,7% tinham excesso de peso (31,6% em 2013), 11,7% eram obesas (13,9% em 2013) e 0,9% tinham baixo peso (2,7% em 2013).

Para a bastonária, estes resultados apontam que se está “na direção certa”, na redução da prevalência do excesso de peso e da obesidade.

Contudo, “ainda são insuficientes, o que nos deve motivar para apostarmos com mais força, com mais vigor, em medidas que sejam preventivas, desenhadas intencionalmente para estas crianças” para que possam comer melhor e ter um peso adequado.

“O que desejamos é que num espaço de tempo, o mais curto possível, possamos dizer que Portugal compara com os países do norte da Europa”, que têm os melhores resultados nesta área.

O estudo demonstra também que “os hábitos alimentares das crianças continuam a não ser os adequados”, disse Alexandra Bento.

“Há mais consciência do problema, o que não quer que haja mais ação” para o contrariar”, frisou.

O que se verifica é que as crianças que têm peso a mais são filhas maioritariamente de adultos que também têm peso a mais, o que mostra que “os hábitos em casa não são adequados para que se tenha uma alimentação correta”.

Para Alexandra Bento, o ambiente familiar e o ambiente escolar “devem merecer grande atenção” e “o Estado terá que liderar uma grande ação no sentido de melhorar os hábitos alimentares das crianças”, defendeu.

Em 2016, as regiões que apresentaram uma prevalência de excesso de peso infantil acima da apresentada a nível nacional no COSI Portugal (30,7%) foram as regiões Norte (33,9%), a Madeira (31,6%) e os Açores (31%).

Coordenado cientificamente e conduzido pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), em articulação com a Direção-Geral da Saúde (DGS), o COSI produz dados comparáveis entre países da Europa e permite a monitorização da obesidade infantil a cada dois, três anos.

Parlamento
O ministro da Saúde afirmou hoje no parlamento que não existe nenhum “acordo secreto de natureza imobiliária” na origem da...

“Olhe nos meus lábios: não há nenhum compromisso”, afirmou Adalberto Campos Fernandes, numa audição no parlamento, dirigindo-se à deputada do CDS Isabel Galriça Neto que antes questionara o ministro sobre a existência de compromissos com agentes imobiliários.

A deputada recordou que as instalações do Infarmed, localizado no Parque da Saúde, em Lisboa, são atualmente alugadas a “um preço simbólico”, enquanto a deslocalização para o Porto poderia implicar a ocupação de imóveis, nomeadamente privados.

“O Porto não merece essa insinuação, que é descortês e deselegante”, afirmou Adalberto Campos Fernandes que aproveitou a intervenção para negar a existência de qualquer querela norte-sul.

Antes, o deputado do BE Moisés Ferreira tinha defendido a integração dos trabalhadores do Infarmed no grupo que está a avaliar a deslocalização deste organismo para o Porto, mas o ministro da Saúde optou por uma colaboração “muito intensa”.

O ministro garantiu perante os deputados que os trabalhadores são a “questão central” desta mudança e assegurou que “nada será feito que prejudique ou não tenha em conta os interesses profissionais e os direitos de escolha e de opção dos trabalhadores”.

“Estas são duas linhas de segurança: continuidade de atividade e o respeito pelas condições de trabalho dos profissionais”, disse Adalberto Campos Fernandes.

Para Moisés Ferreira, “se os trabalhadores não integrarem a mudança, não há Infarmed”.

“Pela sua especialização, estes trabalhadores não podem ser colocados à margem da mudança”, adiantou o deputado bloquista, afirmando não entender a razão por os trabalhadores não estarem presentes no grupo de trabalho criado após o anúncio desta deslocalização para avaliar a mudança.

Também o PCP achou “estranho” a ausência de representantes destes trabalhadores no grupo.

“Quem melhor conhece o impacto desta mudança do que os trabalhadores?”, questionou a deputada Carla Cruz.

O grupo de trabalho, coordenado pelo antigo presidente do Infarmed Henrique Luz Rodrigues, deve realizar uma “avaliação de caráter técnico e científico”, bem como analisar os impactos a nível nacional e internacional da deslocalização da sede da Autoridade do Medicamento, que o Governo quer colocar no Porto.

Para Adalberto Campos Fernandes, a ausência de representantes dos trabalhadores neste grupo deveu-se às opções que visaram “manter o exercício de independência”. “Com os trabalhadores lá dentro, poderia levar a outro tipo de representações”, disse.

“Recomendei que deve haver uma colaboração muito intensa com a comissão de trabalhadores que já apresentou propostas. Não deixaremos de ter em conta o seu contributo, posição e sentimento em relação ao seu trabalho”, disse.

Ainda assim, o ministro disse que poderá sugerir ao grupo de trabalho a inclusão de representantes dos trabalhadores, ressalvando que não é por estarem fora da constituição do grupo de trabalho que eles serão menos ouvidos.

A audição de Adalberto Campos Fernandes foi solicitada pelo PSD.

O anúncio de que a sede da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) sairia de Lisboa para o Porto foi feito por Adalberto Campos Fernandes a 21 de novembro durante uma conferência em Lisboa e apanhou de surpresa os trabalhadores da instituição.

A maioria dos funcionários manifestou já que não está disposta a ir para o Porto.

Aves migratórias
As autoridades da Coreia do Sul anunciaram ter detetado duas estirpes altamente patogénicas do vírus da gripe aviária, cuja...

As duas estirpes do vírus foram detetadas em instalações de criação de patos da província de Jeolla do Sul, no sudoeste do país.

A primeira, detetada em 19 de novembro, é do subtipo H5N6. A segunda estirpe, cujo alerta foi dado em 02 de dezembro, é do mesmo subtipo, embora a sequência genética do vírus seja ligeiramente diferente.

As variantes altamente patogénicas do vírus são aquelas que, segundo a Organização Mundial de Saúde, podem fazer com que as aves fiquem gravemente doentes e têm uma elevada taxa de mortalidade.

A Coreia do Sul intensificou, nas últimas semanas, as medidas de quarentena nas instalações de criação de patos em Jeolla do Sul, após a descoberta dos casos de gripe aviária.

No início do mês, após ter sido detetado outro caso, as autoridades da Coreia do Sul ordenaram o abate de cerca de 76.000 patos em cinco quintas localizadas num raio de três quilómetros em torno do foco de infeção.

No ano passado, a Coreia do Sul teve de sacrificar mais de 30 milhões de aves para conter aquele que foi o pior surto de gripe aviária registado no país asiático.

Estudo
Mais de 76% das crianças portuguesas do 1.º ciclo vão para a escola de carro e menos de 18% deslocam-se a pé ou de bicicleta,...

O sistema de vigilância que analisa o estado nutricional infantil divulga hoje os seus resultados relativos a 2016, integrando também uma avaliação sobre a atividade física e sobre os comportamentos sedentários por parte das crianças.

A percentagem de crianças que se deslocam de automóvel para a escola cresceu significativamente de 2008 para 2016, passando de 57% para mais de 76 por cento.

No último ano analisado, mais de 64% dos encarregados de educação consideraram que o caminho de ida e regresso da escola não era seguro, sendo as regiões Centro, da Madeira e dos Açores as que têm maior percentagem de pais a considerarem os trajetos inseguros para as crianças se deslocarem a pé ou de bicicleta.

Além de questionarem as famílias, os investigadores do estudo coordenado pelo Instituto Doutor Ricardo Jorge perguntaram também às escolas como avaliam os acessos aos recintos escolares.

Pouco mais de metade (51,4%) das escolas considerou a acesso à escola seguro, sendo novamente na Madeira e nos Açores que se detetou uma maior percentagem de escolas a considerar o caminho de casa para a escola como inseguro.

Para o estudo Childhood Obesity Surveillance Initiative (COSI) foram avaliadas 6.745 crianças de 230 escolas portuguesas do 1.º ciclo do ensino básico (dos 6 aos 8 anos de idade).

Em 2016
Mais de 75% das crianças portuguesas dos 6 aos 8 anos passam entre uma e duas horas por dia a jogar jogos eletrónicos durante a...

O estudo Childhood Obesity Surveillance Initiative (COSI), em que foram avaliadas 6.745 crianças em Portugal, mostra que em 2016 quase 60% utilizavam o computador para jogos eletrónicos cerca de uma hora por dia durante a semana, enquanto 16% despendiam na atividade duas horas por dia e 4,5% cerca de três horas ou mais.

Ao fim de semana, cerca de 80% das crianças estavam no computador duas ou mais horas por dia.

As atividades sedentárias frente ao computador foram reportadas em maior proporção em 2016 do que no mesmo estudo realizado em 2008.

Há quase dez anos, apenas 12% das crianças avaliadas usava o computador para jogos entre uma e duas horas durante a semana, o que contrasta com os 75% em 2016.

Apesar disso, mais de 66% dos menores analisados brinca fora de casa durante o fim de semana três ou mais horas por dia.

Durante a semana, há uma redução das brincadeiras fora de casa, mas ainda assim cerca de 70% das crianças brinca fora entre uma e duas horas por dia.

Aliás, o estudo COSI aponta para uma melhoria dos indicadores de atividade física na infância, com poucas crianças (1,7%) a indicar que nunca praticam atividade física em 2016, o que contrasta com os quase 20% que o afirmavam em 2008.

Também a prática de três ou mais horas de atividade física espontânea ao fim de semana foi maior em 2016 (com 66%) do que em 2008 (50,8%).

Quanto à atividade física em ambiente escolar, cerca de 65% dos estabelecimentos de ensino avaliados disponibilizavam pelo menos 90 minutos semanais de educação física às crianças do primeiro ciclo. Outras 25% das escolas oferecem entre 60 e 90 minutos de educação física por semana.

Sistema de vigilância
A percentagem de crianças dos 6 aos 8 anos obesas, com excesso de peso e baixo peso diminuiu em 2016, segundo o sistema de...

Coordenado cientificamente e conduzido pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), em articulação com a Direção-Geral da Saúde (DGS), o COSI produz dados comparáveis entre países da Europa e permite a monitorização da obesidade infantil a cada dois, três anos.

Relativamente à última análise (2013), o COSI registou em 2016 uma diminuição nos três indicadores: obesidade, excesso de peso e baixo peso.

Para o COSI 2016 foram avaliadas 6.745 crianças (50,4% do sexo feminino) das 230 escolas do primeiro ciclo do Ensino Básico.

Os resultados indicam que 30,7% tinham excesso de peso (31,6% em 2013), 11,7% eram obesas (13,9% em 2013) e 0,9% tinham baixo peso (2,7% em 2013).

Nos últimos oito anos, o estudo COSI Portugal (2008 a 2016) mostrou uma tendência invertida na prevalência de excesso de peso, já que em 2008 esta era de 37,9% (+7,2%).

Relativamente à prevalência de obesidade, verificou-se igualmente uma diminuição, passando de 15,3% em 2008 para 11,7% em 2016.

No ano passado, e de acordo com os critérios desenvolvidos, as regiões do Algarve, Madeira e Açores foram as que apresentaram a maior prevalência de baixo peso (1,3%), enquanto a região dos Açores foi a que apresentou a maior prevalência de obesidade (17%).

Em 2016, as regiões que apresentaram uma prevalência de excesso de peso infantil acima da apresentada a nível nacional no COSI Portugal (30,7%) foram as regiões Norte (33,9%), a Madeira (31,6%) e os Açores (31%).

O Algarve foi a região com menor prevalência de excesso de peso infantil (21,1%).

A investigação identificou as áreas classificadas de rurais com as com maiores prevalências de excesso de peso e obesidade. Na zona semiurbana registou-se a maior prevalência de baixo peso.

Das crianças avaliadas (entre os 6 e os 8 anos), as com 8 anos foram as que apresentaram valores médios de excesso de peso (pré-obesidade e obesidade) e baixo peso mais elevados.

Os rapazes registaram uma maior prevalência de obesidade (12,6%), enquanto as raparigas tinham uma maior prevalência de excesso de peso (31,6%).

Em relação ao baixo peso, a percentagem é igual em ambos os sexos, inferior a um por cento.

O documento indica que entre a primeira ronda efetuada para o COSI (2008) e a quarta ronda (2016), “todas as regiões portuguesas mostraram um decréscimo na prevalência de excesso de peso (incluindo obesidade)”.

“O decréscimo foi mais acentuado na Região dos Açores (de 46,6% em 2008 para 31% em 2016), seguindo-se Lisboa e Vale do Tejo (de 38,3% para 29,3%) e Centro (de 38,1% para 30%).

No capítulo dedicado aos hábitos alimentares, os investigadores detetaram em 2016 um maior consumo de carne (17,3%) do que de peixe (9,8%).

O consumo diário de fruta foi mais frequente (63,3%) do que a sopa de legumes (56,6%) e de outros legumes (37,7%).

A maioria (75,1%) das crianças inquiridas consome até três vezes por semana biscoitos ou bolachas doces, bolos e donuts.

“Na mesma frequência semanal, 86,8% reportou o consumo de rebuçados, gomas ou chocolates e 65,3% o consumo de refrigerantes açucarados”, lê-se no documento.

O documento indica que o consumo semanal de pizzas, batatas fritas, hambúrgueres, enchidos e salsichas, até três vezes por semana, foi de 88,7 por cento.

Também até três vezes por semana registou-se um consumo de batatas fritas de pacote, folhados e pipocas na ordem dos 83,3 por cento.

Chile
O jogador de futebol português Cristiano Ronaldo negou que vá construir um hospital pediátrico no Chile e disse não ter...

Na segunda-feira, numa notícia difundida pela agência de notícias espanhola Efe, citando uma nota difundida na capital chilena pela empresa Brafman Associati Law Firm de Nova York, ligada a Alessandro Proto, afirmava-se que Ronaldo iría construir o hospital em 2020.

Porém, ontem, fontes da assessoria de imprensa do jogador em Portugal, também citadas pela Efe, negam o teor da informação, que dizem ser uma “falsa notícia”, e acrescentam que Cristiano Ronaldo não tem qualquer ligação com a empresa que a difundiu.

Segundo a Efe, o empresário italiano Alessandro Proto já divulgou outras mentiras sobre a sua suposta relação com Ronaldo e com outras celebridades.

Além de desmentirem a notícia, os assessores de Cristiano Ronaldo apelam aos meios de comunicação social para que não deem crédito a qualquer informação ligada a esse empresário.

Cancer Core Europe
Um consórcio criado pelo Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO-Porto) e pelo Instituto de Investigação e Inovação em...

Segundo um comunicado, esta candidatura é um dos dados que serão anunciados na quinta-feira, no i3S, durante a apresentação do relatório de atividades do Porto.Comprehensive Cancer Centre (Porto.CCC), que resulta de uma parceria entre aquele instituto de saúde e o IPO-Porto.

Em declarações à Lusa, o presidente do Conselho de Administração do IPO-Porto, Laranja Pontes, avançou que a decisão sobre a candidatura para integração do Porto.CCC na associação Cancer Core Europe será divulgada no segundo semestre de 2018.

De acordo com o responsável, esta integração poderá levar à atribuição de fundos para investigações na área do cancro e à partilha de ideias, metodologias e boas práticas com as seis instituições que já integram a associação.

“O Porto.CCC é um prestador de cuidados de saúde de grande volume, que tem integrado no tratamento a componente de investigação clínica, translacional e básica, num padrão muito elevado”, indicou Laranja Pontes.

No período de um ano, o consórcio produziu 380 trabalhos científicos, publicados em revistas internacionais de Oncologia, e participou em 120 ensaios clínicos (alguns na área da imuno-oncologia).

“Conseguimos ter cada vez mais a confiança das entidades que fazem investigação clínica, somos contactados para ensaios de fase muito inicial, que são os mais interessantes do ponto de vista científico e mesmo de prestação de serviços e acesso a medicamentos inovadores”, acrescentou o presidente do Conselho de Administração do IPO-Porto.

Segundo contou, a decisão de construir o Porto.CCC assumiu-se “como um passo estratégico num universo europeu, e mundial até, extremamente competitivo”.

O i3S e o IPO-Porto “não são competidores em nada, completamo-nos. Sozinhos não somos capazes de fazer tudo”, sublinhou, acrescentando que juntos são “mais fortes e muito mais competitivos” e representam “o que de melhor se faz em oncologia em Portugal”.

Sobrinho Simões, diretor do Ipatimup e membro da Comissão diretiva do i3S, referido na nota informativa, considera que o IPO-Porto “é muito bom” nos cancros da próstata, bexiga, rim e linfomas, enquanto o Ipatimup, e agora o i3S, é uma “referência mundial” nos cancros do estômago e da tireóide e outros órgãos endócrinos e neuroendocrinos.

Além disso, partilham “créditos nos cancros colorretal e de mama”, sendo, por isso, “uma parceria que faz todo o sentido”, acrescentou.

O consórcio foi convidado a integrar a Rede Europeia de Referência (RER) Genturis, que visa melhorar a assistência e os cuidados de saúde prestados aos doentes e às famílias com síndromes hereditários raros ligados ao cancro, através de investigação colaborativa entre parceiros nacionais e europeus.

A Genturis conta com a participação da investigadora Carla Oliveira, do i3S, da patologista Fátima Carneiro, do Centro Hospitalar São João, e do investigador Manuel Teixeira, do IPO-Porto.

O Porto.CCC pretende organizar uma conferência internacional - “1st Gago Conference” - dedicada à investigação do cancro na Europa, que contará com a presença do Comissário Europeu Carlos Moedas e de mais de uma dezena de especialistas mundiais na área do cancro, com data prevista para 14 de fevereiro de 2018.

Ministro da Saúde
O município de Sintra sempre teve respostas na área da saúde “abaixo daquilo que precisava”, face ao número de habitantes,...

“Estamos a fazer por Sintra aquilo que Sintra já merecia, de facto, há muitos anos, porque foi um concelho que sempre teve uma elevada pressão demográfica e teve infelizmente respostas de saúde abaixo daquilo que precisava”, afirmou o ministro da Saúde.

O governante acrescentou que, além da construção de novos centros de saúde, o presidente da autarquia informou que está à beira de ser adjudicado o concurso para o projeto de construção do Hospital de Proximidade de Sintra.

“O Hospital de Amadora-Sintra vai beneficiar muito, não só do novo polo hospitalar, como beneficiará também da nova oferta de Cascais, que nós esperamos que em concurso público internacional possa também alargar em número de freguesias”, explicou Adalberto Campos Fernandes.

Para o ministro, o investimento previsto na construção do futuro Hospital de Lisboa Oriental também contribuirá para alterar positivamente a situação de assistência médica na região de Lisboa e Vale do Tejo.

O governante assinalou a inauguração do novo Centro de Saúde de Queluz com o descerramento de três placas, uma à entrada do equipamento, e outras duas, no interior, relacionadas com a Unidade de Saúde Familiar (USF) D. Maria I e a unidade de Psiquiatria da Infância e da Adolescência do Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra).

“Esta nova unidade de saúde familiar permite atribuir médico de família a mais 13 mil utentes”, informou a Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo.

Na USF de Queluz trabalham sete médicos, sete enfermeiros e cinco administrativos no secretariado clínico, com um horário de funcionamento de segunda a sexta, das 8:00 às 20:00.

Uma fonte da ARS adiantou à Lusa que, dos 23 mil utentes servidos pelo novo centro de saúde, ficam sem médico de família perto de 11 mil utentes, que deverão ser abrangidos por uma nova equipa médica a contratar “até ao final do ano de 2018”.

“Estamos a transformar, no melhor sentido do termo, o nosso concelho na área da saúde”, salientou o presidente da autarquia, Basílio Horta (PS), acrescentando que a adaptação da antiga escola básica na Rua D. Fernando II, em Queluz, implicou um investimento de cerca de 1 milhão e 100 mil euros.

O município comparticipou com 30% do financiamento do novo equipamento de saúde e cedeu o terreno, sendo responsável pelo projeto e pela execução da obra.

As novas instalações foram entregues ao Ministério da Saúde e colocadas ao serviço a 02 de outubro, para que os utentes deixassem de ter de recorrer às antigas instalações num prédio de habitação na cidade de Queluz.

O presidente da autarquia notou ainda a conclusão, no primeiro trimestre de 2018, do novo centro de saúde de Sintra, integralmente financiado em cerca de 900 mil euros pelo município, e a construção em curso de novos centros em Agualva, Almargem do Bispo e Algueirão-Mem Martins.

Segundo informou a ARS, o ACES (Agrupamento de Centros de Saúde) de Sintra passa a ter em funcionamento 15 USF, nove Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados, cinco Unidades de Cuidados na Comunidade, uma Unidade de Saúde Pública e uma Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados.

O município assumiu a construção do Hospital de Proximidade de Sintra, para funcionar em articulação com o Amadora-Sintra, cedendo o terreno na zona da Cavaleira (Algueirão) e financiando a obra em cerca de 30 milhões de euros, assumindo o Governo o equipamento e funcionamento da nova unidade.

Administração Regional de Saúde
Um doente com diagnóstico inicial de legionella morreu ontem no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), onde...

Em comunicado, o Departamento de Saúde Pública da ARS do Centro confirma o óbito do doente, “após contacto com a administração” do CHUC.

Segundo o gabinete de relações públicas da Administração Regional de Saúde, aguarda-se agora “a realização de autópsia médico-legal para determinação da causa da morte” do paciente.

“A investigação ambiental relacionada com este caso foi efetuada pelo departamento e pela Unidade de Saúde Pública do Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Mondego, não se tendo identificado fontes de emissão de aerossóis contaminados com potencial infeccioso”, adianta.

Por outro lado, o Departamento de Saúde Pública da ARS do Centro afirma “ter-se estado em presença de um caso isolado” e recorda que a legionella “não se transmite de pessoa a pessoa”.

“Toda a situação clínica do doente em causa foi devidamente explicada aos familiares pela equipa médica assistente”, acrescenta.

Na sua edição ‘online’, o semanário regional Campeão das Províncias noticiou ao início da manhã que “um homem que padecia de legionella morreu hoje", em Coimbra, após ter estado internado "durante um mês".

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) nunca teve tantos médicos...

“Quero chamar a atenção de que nunca o SNS teve tantos médicos especialistas colocados em todo o país. O exemplo de Sintra é um bom exemplo, mas no interior do país, por todo o território continental, nós temos mais médicos colocados”, afirmou o ministro na inauguração do novo Centro de Saúde de Queluz, em funcionamento desde 02 de outubro e com cerca de 23 mil utentes.

“Hoje temos em Sintra a maior cobertura de cidadãos com médico de família, o maior número de médicos de família, mas faltam-nos ainda 16 ou 17. Cá estamos até 2019 para continuar a absorver no sistema todos os profissionais qualificados que estejam disponíveis”, assegurou Adalberto Campos Fernandes.

Adalberto Campos Fernandes enfatizou ainda que “o número de profissionais de saúde a emigrar tem vindo a cair”.

O ministro disse que o SNS possui hoje “mais 7.500 profissionais” do que em 2014, mas considerou que o aumento “não é suficiente” e o ministério continuará a trabalhar para aumentar o número de médicos e outros profissionais “num quadro de respeito pelo exercício global do país”.

“Sem contas públicas equilibradas, não há serviços públicos de qualidade, e não há funções sociais que sejam garantidas”, frisou.

Segundo adiantou uma fonte oficial do Ministério da Saúde, de acordo com dados até 14 de dezembro, o SNS tem contratados 5.541 médicos de família.

O presidente da Câmara de Sintra sublinhou que o Agrupamento de Centros de Saúde (Aces) do concelho possui 422 mil pessoas inscritas e que “há bem pouco tempo faltavam mais de 60 médicos de família e agora são 16”.

“Há um progresso notável que se tem vindo a fazer”, elogiou Basílio Horta (PS), acrescentando ser preciso criar condições para que os profissionais de saúde aceitem trabalhar nos centros de saúde do concelho.

Questionado sobre a necessidade de aumentar a fiscalização a instituições como a Raríssimas, Adalberto Campos Fernandes pediu para não se confundir “a árvore com a floresta”.

“Não confundamos comportamentos individuais, ou dos agentes, com aquilo que é a missão especial, de mérito social, de instituições como a Raríssimas, que têm servido ao longo dos últimos anos famílias que precisam daquele tipo de apoios”, vincou o ministro.

O governante defendeu que se deve “pensar nas crianças e nas famílias” e que, apesar do caso “muito negativo” de alegadas irregularidades na Raríssimas, “o setor social e as IPSS [Instituições Particulares de Solidariedade Social] têm sido fundamentais nos últimos anos, nas últimas décadas para ajudar os portugueses que mais precisam”.

Uma reportagem da TVI sobre alegadas irregularidades nas contas da Raríssimas colocaram a presidente da associação, Paula Brito e Costa, que entretanto se demitiu, como suspeita de utilizar fundos da IPSS para fins pessoais.

O secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, também se demitiu na sequência da divulgação de ter sido consultor da associação.

Em relação ao processo de mudança da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) para o Porto, o ministro disse apenas que, na altura própria, “o governo tomará em devida consideração aquilo que forem as recomendações do grupo de trabalho” criado para avaliar a transferência.

Parlamento Europeu
A Ordem dos Enfermeiros vai pedir ao Parlamento Europeu que crie uma recomendação para incentivar as companhias aéreas a terem...

A ideia partiu de um enfermeiro também licenciado em gestão aeronáutica, que criou, juntamente com a Ordem, um projeto que pretende mostrar a necessidade de integrar um enfermeiro na formação como tripulante de cabine.

A Ordem dos Enfermeiros propõe mesmo criar uma área de competência acrescida aos enfermeiros que seria uma formação em enfermagem de voo, competência que ficaria averbada na cédula profissional.

“Quando emergências médicas ocorrem em voo, o acesso aos cuidados é limitado. São inúmeras as vezes que os profissionais de saúde são chamados a assistir um passageiro, apesar da formação limitada e/ou experiência com estas situações a 30.000 pés de altitude”, refere o resumo do estudo elaborado com o apoio da Ordem dos Enfermeiros.

Dados internacionais apontam para que as emergências a bordo de aviões tenham uma incidência de um para 10 mil a 40 mil passageiros. Um só estudo realizado em 2005 revelou que uma única transportadora internacional teve cerca de 500 incidentes médicos relatados ao longo de um período de seis meses.

Os estudos internacionais apontam para um aumento do número de emergências médicas a bordo de aeronaves comerciais, sobretudo devido ao aumento da acessibilidade de viajar por avião e ao aumento da esperança de vida.

Segundo o estudo apoiado pela Ordem dos Enfermeiros, um enfermeiro integrado na tripulação de um voo daria maior segurança e bem-estar aos passageiros, por se tratar de um profissional preparado a atuar num ambiente que é geralmente estranho aos profissionais de saúde.

Além de assistir casos de emergência durante o voo, estes enfermeiros poderiam ser o apoio ao transporte de doentes estabilizados e que possam viajar em avião comercial.

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, sublinha que este trabalho permitiu verificar a “viabilidade económica” para as companhias aéreas.

“A existência de enfermeiros a bordo dos aviões tem o efeito de evitar mortes que são desnecessárias e acaba por descer os custos que as companhias aéreas têm com alguns eventos a bordo, que muitas vezes obrigam a aterragens de emergência”, afirmou a bastonária.

O projeto foi já enviado ao Parlamento Europeu e a Ordem espera que seja possível emitir uma recomendação às companhias aeras para chamar a atenção para esta problemática.

O objetivo, diz Ana Rita Cavaco, é estar próximo das pessoas e contribuir para que tenham melhor segurança e qualidade de vida, mas a bastonária não descarta a ideia de que é uma nova área de empregabilidade para os enfermeiros.

O comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, receberá na quarta-feira a bastonária dos Enfermeiros, que apresentará em Bruxelas este projeto, designado como ‘Care4flight’.

Tribunal Europeu dos Direitos do Homem
O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem condenou hoje o Estado português a pagar 23 mil euros por danos morais devido à morte...

A ação foi intentada no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH) pela viúva do paciente, Maria Isabel Lopes de Sousa Fernandes, por considerar que houve vários atos de negligência médica após a cirurgia a que o marido foi submetido aos polipos nasais, a 27 de novembro de 1997, tendo, após complicações pós-operatórias, o mesmo vindo a falecer de septicemia.

O TEDH condenou o Estado português neste processo, em 15 de dezembro de 2015, ao considerar que, neste caso, houve violação material e formal do artigo 2 da Convenção dos Direitos do Homem relativo ao direito à vida.

Na altura, o TEDH entendeu que a ausência de coordenação entre o serviço de otorrinolaringologia e o serviço de urgências do hospital revelam um serviço hospitalar público disfuncional, privando o paciente da possibilidade de acesso aos serviços de urgência apropriados.

Na deliberação então tomada, o TEDH considerou ainda que o sistema jurídico português não funcionou de maneira efetiva, não tendo as averiguações internas conseguido estabelecer o nexo de causalidade entre as doenças contraídas pelo paciente e a cirurgia a que foi submetido.

Na mesma deliberação, o tribunal entendeu ainda que o paciente devia ter sido devidamente esclarecido pelos médicos dos riscos inerentes à cirurgia a que se submeteu.

A 11 de março de 2016, o Estado português recorreu da decisão para o Plenário do TEDH, tendo os 17 juízes, por 15 votos a favor e dois contra, considerado que a justiça penal foi ineficaz e que o sistema de saúde falhou em providenciar uma resposta médica adequada e em tempo útil, condenado o Estado português a pagar á viúva 23 mil euros por danos morais.

Páginas