UNICEF
A Guiné-Bissau é o pior país lusófono na taxa de mortalidade neonatal, ocupando o sexto lugar de um índice em que o Fundo das...

No polo oposto figura Portugal (168.ª posição), o que equivale ao 17.º melhor índice, tabela em que o Japão continua a ser considerado o país com menor taxa de mortalidade infantil, com 0,9 mortos por cada mil nados vivos, o que é equivalente a uma morte por cada 1.111 nascimentos.

Entre os piores da tabela, a Guiné-Bissau, com 38,2 mortes por cada mil nados vivos (o que equivale a uma morte por cada 26 nascimentos) é apenas ultrapassada pelo Paquistão (45,6/mil -1/22), República Centro Africana (42,3/mil – 1/25), Afeganistão (40/mil – 1/25), Somália (38,8/mil – 1/26) e Lesoto (38,5/mil – 1/26).

O segundo pior país lusófono é a Guiné Equatorial, que ocupa o 16.º lugar no índice, com 32,0 mortes por mil nados vivos (1 morte em cada 31 nascimentos), à frente de Angola (19.ª posição), Moçambique (24.ª), Timor-Leste (47.ª), São Tomé e Príncipe (69.ª), Cabo Verde (93.ª) e Brasil (109.ª).

Angola, segundo o índice do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), registou em 2016 29,3 mortos por cada mil nados vivos (uma morte em cada 34 nascimentos), Moçambique contou com 27,1/mil (1/37), Timor-Leste com 21,6/mil (1/46), São Tomé e Príncipe com 15,0/mil (1/67), Cabo Verde com 10,2/mil (1/98) e Brasil com 7,8/mil (1/128).

Virando o índice ao contrário, Portugal surge como 17.º melhor entre os 184 países analisados em 2016, tendo registado 2,1 mortes por cada mil nados-vivos, o que equivale a uma morte em cada 476 nascimentos.

O índice da UNICEF revela também que, entre os 25 países que registam a pior média, 21 são africanos e, entre estes, quatro são lusófonos (Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Angola e Moçambique). Paquistão, Afeganistão, Comores e Laos são os restantes quatro.

Além do Japão, apenas a Islândia consegue atingir uma taxa igual ou inferior a uma morte por cada mil nascimentos, com a taxa de mortalidade infantil a situar-se precisamente nesse valor, 1/mil.

O “top 15” é ocupado pelo Japão, Islândia, Singapura, Finlândia, Eslovénia, Estónia, Chipre, Coreia do Sul, Noruega, Luxemburgo, Bielorrússia, Suécia, República Checa, Espanha e Itália. Antes de Portugal, na 17.ª posição, figura Israel.

Segundo o relatório, intitulado “Para Cada Criança, Vida”, todos os anos 2,6 milhões de crianças morrem antes de completar um mês, sobretudo nos países mais pobres do mundo, números considerados pela UNICEF “assustadoramente elevados”.

“Embora tenhamos reduzido para mais da metade o número de mortes entre crianças abaixo dos cinco anos de idade nos últimos 25 anos, não fizemos progressos semelhantes relativamente à redução da mortalidade de crianças com menos de um mês”, refere a diretora executiva da UNICEF, Henrietta H. Fore, para quem a maioria das mortes podia ser evitadas.

O relatório assinala também que oito dos dez lugares mais perigosos para se nascer estão situados na África subsariana, onde a probabilidade de assistência a mulheres durante o parto é menos provável devido à pobreza, conflitos e fragilidade das instituições.

Segundo a UNICEF, as taxas de mortalidade neonatal são estimativas com intervalos de incerteza.

Os rankings são baseados em estimativas medianas de taxas de mortalidade neonatal (mortes de recém-nascidos por 1.000 nados-vivos), não sendo consideradas incertezas, pelo que as posições de classificação estão sujeitas a alterações.

Os rankings excluem países com menos de 1.000 nados-vivos ou com uma população inferior a 90.000 pessoas.

 

Em 2019
A Sociedade Internacional contra a Sida anunciou que a 10.ª Conferência sobre esta doença se realiza na Cidade do México em 2019.

“Estamos muito contentes de trazer a Sociedade Internacional contra a Sida (IAS) à Cidade do México”, afirmou o presidente da IAS, Anton Pozniak.

O responsável afirmou que, em 2008, quando se realizou esta conferência, também na capital mexicana, se falou “mais do que em qualquer outra Conferência Internacional sobre a sida e voltou-se a centrar nos problemas legais e os Direitos Humanos que enfrentam as comunidades vulneráveis e as populações em maior risco”.

O evento bienal, que se realizará de 21 a 24 de julho de 2019, deve reunir mais de seis mil participantes.

A conferência reúne cientistas, clínicos, especialistas em saúde pública e líderes mundiais, para debaterem as mais recentes investigações sobre o VIH (Vírus de Imunodeficiência Humana) e analisar como implementar de forma realista esse conhecimento para combater a epidemia, noticiou a Efe.

Além da Cidade do México, a conferência sobre a sida na região da América Latina e Caraíbas realizou-se em Buenos Aires, em 2001, e no Rio de Janeiro, em 2005.

 

Em 2017
A Câmara Municipal de Matosinhos, no distrito do Porto, apoiou, no ano passado, 82 munícipes carenciados e com doença...

Com o objetivo de alargar o programa solidário, da Associação Dignitude, a um maior número de beneficiários e sensibilizar o setor privado para a importância da sua implicação neste projeto, a autarquia e a instituição estabeleceram ontem um protocolo de colaboração para a sua continuidade.

“O nosso objetivo é aumentar a capacidade de resposta porque há muitas outras pessoas que poderão ser abrangidas se alargarmos os critérios de seleção”, disse a presidente da câmara, Luísa Salgueiro, no decorrer da cerimónia.

Além disso, a socialista revelou que “todas” as farmácias de Matosinhos estão disponíveis para aderir a este projeto.

“Fazia todo o sentido termos este projeto em Matosinhos, pois já temos uma Rede de Atendimento Integrado que procura dar resposta aos problemas das pessoas com mais dificuldades”, explicou.

Por seu lado, a presidente do Conselho Geral e de Supervisão da Associação Dignitude, Maria de Belém Roseira, revelou que no primeiro ano de implementação do programa, em 2015, constatou-se que 24,3% dos beneficiários eram crianças.

“A sociedade civil não pode ficar indiferente a isto. Não estamos a comprometer apenas o presente, estamos a comprometer o futuro”, considerou.

O “abem: Rede Solidária do Medicamento” quer garantir o acesso ao medicamento em ambulatório por parte de qualquer cidadão que, em Portugal, se encontre numa situação de carência económica que o impossibilite de adquirir os medicamentos comparticipados que lhe sejam prescritos por receita médica.

O programa destina-se não só a quem beneficia de prestações sociais, mas também a todos os que se deparem com uma situação inesperada de carência económica decorrente de desemprego involuntário ou de doença incapacitante.

Até 2019, a Associação Dignitude pretende alargar a Rede Solidária do Medicamento, que já chegou a mais de 1.500 utentes em nove concelhos do país, a cerca de 50 mil portugueses.

 

Estudo
Análises inovadoras ao sangue e à urina poderão vir a detetar precocemente o autismo nas crianças, ligado a danos nas proteínas...

Uma equipa de cientistas baseada na universidade britânica de Warwick publica hoje um estudo no boletim Molecular Autism em que refere ter encontrado uma relação entre as doenças do espectro do autismo ao analisarem o sangue de crianças diagnosticadas com essas doenças.

As proteínas do plasma sanguíneo dessas crianças apresentaram marcas de oxidação e alterações provocadas por açucares.

"Esperamos que as análises revelem novos fatores causais. Com mais testes, poderemos revelar perfis específicos no sangue e na urina das 'impressões digitais' de compostos com modificações. Isto poderá ajudar-nos a melhorar o diagnóstico das doenças do espectro do autismo e descobrir novas causas", afirmou a docente de Biologia Experimental Naila Rabbani.

Em 30 a 35 por cento dos casos de autismo foram reportadas causas genéticas, enquanto o resto dos casos deverá estar ligado a uma combinação de fatores ambientais, mutações e variantes genéticas raras.

A investigação centrar-se-á agora em mais grupos de crianças, para confirmar a fiabilidade dos diagnósticos e determinar se o teste consegue detetar precocemente as doenças, determinando como poderão evoluir e se os tratamento resultam.

Na investigação participaram ainda a universidade de Birmingam, a de Bolonha, Itália, o Instituto de Ciências Neurológicas de Bolonha e a Fundação Don Carlo Gnocchi.

 

RESPIRA apresenta “Dicionário para doentes com DPOC”
Tosse crónica, fadiga e dificuldade respiratória são alguns dos principais sintomas da Doença Pulmon

Em Portugal existem cerca de 1,5 milhões de pessoas com doenças respiratórias, das quais 800 mil com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica. No entanto, dados oficiais indicam que apenas 86,8% dos casos se encontram atualmente diagnosticados.

“A DPOC é um tipo de doença pulmonar obstrutiva caracterizada pela diminuição prolongada do calibre das vias aéreas respiratórias e destruição do tecido pulmonar”, começa por explicar Isabel Saraiva, vice-presidente da associação RESPIRA.

Entre os principais sintomas estão a falta de ar e tosse com produção de expetoração. Os hábitos tabágicos são apontados como a causa de 90% dos casos de DPOC. “A causa mais comum da DPOC é o consumo do tabaco. O fumo do tabaco estimula a produção de muco e obstrução ao fluxo aéreo”, adianta a representante desta associação. No entanto, alguns casos podem ocorrer como resultado do contato com alguns tipos de poeiras ou como consequência de infeções respiratórias na infância e fatores genéticos.

Quer isto dizer que, embora o doente “típico” seja fumador, com mais de 40 anos, a DPOC pode atingir qualquer pessoa desde que exposta a «fatores de risco».

“As pessoas com mais de 40 anos, fumadores ou expostos a fumos ou poeiras lesivas do aparelho respiratório, caso apresentem sintomas como tosse com expetoração e dispneia (cansaço), devem consultar um pneumologista para despistar da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica”, apela Isabel Saraiva justificando que, “na maior parte das vezes, as pessoas associam um ou mais destes sintomas a patologias de outra natureza, por desconhecerem esta doença e seus sintomas”.

Sem cura e de caráter progressivo, a DPOC pode evoluir para estadios cada vez mais graves, apresentando várias complicações.

“A maior parte dos sintomas da DPOC são devido aos seus efeitos sobre os brônquios, mas esta doença afeta também os vasos sanguíneos dos pulmões e pode causar um peso sobre o coração”, revela a vice-presidente da RESPIRA.

As exacerbações são, no entanto, a complicação mais comum da doença, correspondendo a um período de agravamento dos sintomas para o qual a medicação não é tão eficaz.

Dificuldade em realizar atividades do dia-a-dia, incapacidade para o trabalho e vida pessoal, dependência de terceiros, isolamento social, ansiedade e depressão são algumas das principais consequências de uma doença que apresenta um grande impacto na qualidade de vida dos doentes.

«A DPOC não tem cura, mas pode ser prevenida e tratada»

De acordo com Isabel Saraiva, a cessação tabágica apresenta-se como o pilar do tratamento do doente com DPOC. “Deixar de fumar pode ser o primeiro passo, sendo a medida com maior capacidade de alterar a história natural da doença”, explica.  A verdade é que “muitos dos sintomas, incluindo tosse, falta de ar e pieira, tornar-se-ão menos graves” se se abandonarem os hábitos tabágicos.

Quanto à terapêutica farmacológica, esta visa reduzir os sintomas, aumentando a tolerância ao esforço, e diminui a frequência e gravidade das exacerbações. “Entre os vários medicamentos administrados estão os corticóides inalados ou sistémicos, as vacinas antigripal e antipneumocócica (para evitar infeções respiratórias) e os antibióticos, no caso de exacerbações infeciosas bacterianas”, acrescenta.

Em casos mais graves, pode ser necessária a utilização de oxigénio “quer por períodos curtos, durante exacerbações, quer de forma contínua, quando há insuficiência respiratória crónica”.

“A reabilitação respiratória é também um elemento fundamental na vida destes doentes. Esta técnica inclui treino dos músculos inspiratórios, exercício aeróbico e de reforço muscular”, indica.

Por outro lado, a adoção de um estilo de vida saudável, onde se inclui a prática de atividade física, pode ajudar atrasar a evolução da DPOC e promover uma melhor adaptação do doente aos sintomas.

Para ajudar a compreender a doença, o “Dicionário para doentes com DPOC” foi elaborado a pensar nos que sofrem da patologia e seus cuidadores, incluindo médicos/pneumologistas.

O objetivo é, numa linguagem simples e acessível, descrever sintomas e demonstrar as experiências e sentimentos que estes doentes apresentam relativamente a cada manifestação clínica da doença.

No fundo, tal como explica Isabel Saraiva, “este livro pretende facilitar a comunicação entre médico e doente, ao clarificar os termos técnicos usados pelo médico, face à linguagem do quotidiano utilizada pelos doentes”.


O manual, elaborado com a ajuda de doentes e médicos de referência de toda a Europa, é fundamental para compreender a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
No 1.º ciclo
Muitos alunos do 1.º ciclo não fazem aulas de Educação Física, apesar de Portugal ser vice-campeão europeu da obesidade...

“Gostávamos que a Educação Física fosse uma realidade no 1.º ciclo, mas temos sérias dúvidas que esteja a ser lecionada”, lamentou Nuno Fialho, vice-presidente do Conselho Nacional das Associações de Professores e de Profissionais de Educação Física (CNAPEF).

No 1.º ciclo são os professores titulares que dão as aulas de Educação Física, mas nem todos se sentem capacitados para o fazer, explicou Nuno Fialho, acrescentando que esta disciplina faz parte das Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) e é facultativa.

“A formação inicial dos professores é muito generalista e por isso muitos não se sentem à vontade para dar esta parte do currículo, que acaba por não ser lecionado”, lamentou.

No entanto, “Portugal é vice-campeão de obesidade infantil”, alertou.

Mas nem tudo são más notícias. Segundo Nuno Fialho, já se nota um esforço no sentido de os professores do 2.º ciclo ajudarem os colegas a darem aulas aos alunos mais novos.

Além disso, existem regiões que já valorizam o desporto: na Região Autónoma da Madeira, por exemplo, há um grupo específico de professores que dão aulas de Educação Física e nos Açores existem projetos de coadjuvação.

A CNAPEF está também preocupada com os alunos do ensino secundário, desde que o anterior ministro da Educação, Nuno Crato, decidiu que a disciplina não contava para a média do secundário.

O resultado foi que os alunos do secundário começaram a fazer menos desporto, segundo uma perceção da CNAPEF com base em informações avançadas por professores e outros especialistas.

“Não temos nenhum estudo sobre o impacto da medida de Nuno Crato, mas ouvimos muitos entendidos, entre professores e outros profissionais, que nos dizem que os alunos estão menos ativos”, afirmou o vice-presidente da CNAPEF, sublinhando que os alunos que mais precisam são os que menos fazem exercício.

Os deputados do Bloco de Esquerda vão apresentar no parlamento, esta terça-feira, uma recomendação ao Governo para que avalie as consequências das alterações feitas pelo anterior Governo em relação à disciplina de Educação Física no ensino secundário.

A recomendação defende ainda a valorização da disciplina através da inclusão das suas classificações para o cálculo da média de conclusão do ensino secundário e acesso ao ensino superior.

Esta ideia foi defendida pelo atual ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e confirmada em 2016 pelo secretário de estado João Costa, que prometeu que a medida começaria a ser aplicada aos alunos que entrassem este ano para o ensino secundário.

No entanto, até ao momento ainda não foi publicado nenhum diploma nesse sentido, o que preocupa a CNAFEP.

O PCP também vai apresentar na terça-feira um projeto de resolução que recomenda ao Governo a reposição da carga letiva da disciplina de Educação Física e a valorização do desporto escolar.

 

Ordem dos Médicos
O gastrenterologista Filipe Sousa Cardoso venceu a 2.ª edição do Prémio Banco Carregosa/SRNOM, de 20 mil euros, com um projeto...

O objetivo do estudo foi procurar perceber qual o método mais eficaz de remoção da amónia - substância nociva presente no sangue - para prevenir lesões neurológicas que resultam da doença e são potencialmente fatais, explica, em comunicado, a Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos (SRNOM).

Filipe Sousa Cardoso, especialista em Gastrenterologia do Hospital Curry Cabral – Centro Hospitalar de Lisboa Central, e a sua equipa concluíram que “a técnica contínua foi significativamente mais eficaz a remover a amónia sanguínea e a melhorar a sobrevida dos doentes”.

“Estes resultados sugerem que a utilização atempada deste tipo de tratamento pode ajudar a evitar a morte precoce”, explica o autor.

O médico considera que outra das virtualidades deste projeto é contribuir “para a racionalização dos custos associados à admissão hospitalar destes doentes”, designadamente no que diz respeito “à permanência nos cuidados intensivos ou o potencial transplante de fígado”.

Dos projetos apresentados a concurso, foram distinguidos três com prémios no valor global de 25 mil euros, distribuídos da seguinte forma: 20 mil para o projeto vencedor e cinco mil para duas menções honrosas.

As menções honrosas foram atribuídas a Ana Luísa Neves, especialista em Cardiologia Pediátrica do Centro Hospitalar de São João e investigadora e docente na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, relativo ao seu estudo sobre o “Valor do prognóstico de biomarcadores cardíacos nas cardiopatias congénitas” e a Luís Guimarães Pereira, médico anestesiologista do Centro Hospitalar de São João e docente na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, com o trabalho de investigação “Dor crónica pós-operatória após cirurgia cardíaca”.

A cerimónia de entrega de prémios realiza-se hoje às 21:30, no Salão Nobre da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, no Porto, e contará com a presença do Bastonário da Ordem dos Médicos.

“O prémio insere-se no objetivo de tentarmos ter alternativas de financiamento para a investigação clínica em Portugal, algo que se tornou possível graças a esta parceria com o Banco Carregosa”, esclareceu o presidente da SRNOM, António Araújo.

Visando em termos gerais promover a investigação clínica em Portugal, o prémio tem como objetivo específico “incentivar os jovens médicos a participar ativamente nestes processos, dado que estão mais sensibilizados para este tipo de questões e a área da investigação pode mesmo constituir-se como uma saída profissional para os novos médicos”, acrescentou.

Para Maria Cândida Rocha e Silva, presidente do Banco Carregosa, “a gratidão da sociedade aos investigadores clínicos e médicos, que dedicam as suas vidas a descobrir formas de tratar ou prevenir doenças, cuidando assim do bem-estar de todos, vai muito para além deste prémio. Mas na medida das nossas possibilidades, o Banco Carregosa quer estar presente, dirigindo uma boa parte da sua responsabilidade social para a área da saúde”.

 

Reuma.pt
O Reuma.pt conta com aproximadamente 150.000 registos. este projeto tem tido um papel fundamental no diagnóstico e gestão dos...

As doenças reumáticas afetam cerca de metade dos portugueses e a plataforma Reuma.pt tornou-se numa ferramenta indispensável na avaliação destes doentes. Os registos são instrumentos fundamentais para assegurar a adequada utilização clínica, a avaliação pós-comercialização de fármacos, a sua eficácia e segurança, contribuindo para a otimização do risco-benefício de fármacos. O Reuma.pt constitui um recurso fundamental para o desenvolvimento da investigação clínica em reumatologia e da melhoria dos cuidados prestados aos doentes reumáticos.

Em 2018 celebra-se o 10º aniversário do Reuma.pt e, para assinalar esta data, será realizada uma cerimónia que decorrerá no próximo dia 22 de fevereiro na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. A cerimónia, promovida pela Sociedade Portuguesa de Reumatologia, contará com a presença de especialistas e também com dois painéis onde será discutida a relação com a indústria farmacêutica e farmacovigilância, assim como o papel do doente e a importância da inovação na era digital.

Posta em prática em 2008, esta base de dados nasceu como resposta à exigência cada vez maior de qualidade no seguimento e monitorização de doentes reumáticos, cujo objetivo final é registar de forma prospetiva os doentes Reumáticos tratados com Terapêuticas biotecnológicas e outras terapêuticas e segui-los de modo a poder determinar a eficácia e a segurança da terapêutica e as comorbilidades associadas às doenças reumáticas a longo prazo.

O Reuma.pt é hoje um protótipo vivo de como o bem comum pode mudar positivamente a prática clínica e a saúde dos doentes reumáticos. A prática da reumatologia sem esta plataforma é considerada, hoje em dia, impensável pela maioria dos especialistas. A prova disso é que, ao longo dos anos este projeto tem crescido de forma acentuada e, atualmente, conta já com cerca de 150.000 registos e 83 centros clínicos. Começando a funcionar em unidades informáticas funcionais independentes, instaladas localmente em computadores dos Centros ou nos servidores hospitalares tem ganho visibilidade internacional sendo reconhecido como um projeto ímpar na área dos registos de doentes e de produção e avaliação de dados.

O Reuma.pt é um importante instrumento na prática clínica, uma vez que permite o acesso em qualquer ponto do país, facilitando a comunicação entre profissionais de saúde e ainda permite o acesso a dados que geram informação que pode ser útil numa vertente de farmacoeconomia, e acesso a dados da vida real podendo assim potenciar a investigação cínica e a gestão em saúde. Esta plataforma permite ainda estudar assimetrias e, deste modo, procurar corresponder às necessidades com vista a uma melhor distribuição dos centros da especialidade em Portugal.

Por fim, outra grande mais-valia deste registo, é o facto da avaliação e do registo ser complementado pelo próprio doente. Neste sentido, é também privilegiada a noção que o doente tem do seu estado de saúde, como fator contributivo no seu tratamento, algo pioneiro em Portugal.

A Sociedade Portuguesa de Reumatologia reforça, assim, a importância do Reuma.pt no aumento da qualidade da prestação de cuidados médicos, esperando que os dados avaliados possam contribuir para uma melhor distribuição de unidades hospitalares e centros especializados em pontos do país onde, atualmente, o acesso ainda é escasso.

 

Estudo
Um estudo realizado nos hospitais públicos nacionais revelou que em 6% dos internamentos ocorre pelo menos um evento adverso,...

Estas situações, de acordo com a investigação a que a Lusa teve hoje acesso, custam ao Serviço Nacional de Saúde “mais de 100 milhões de euros por ano”.

Desenvolvido pelo CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde e publicado no Journal of Medical Systems, o trabalho teve como objetivo avaliar a frequência e o impacto dos eventos adversos nos doentes internados em Portugal.

A equipa liderada por Alberto Freitas, especialista em análise de dados na área da Saúde do CINTESIS, avaliou os registos dos internamentos hospitalares de todos os hospitais públicos nacionais entre 2000 e 2015.

As conclusões revelaram que a frequência de eventos adversos aumentou substancialmente de 2,3% para 8%, entre 2000 e 2015.

“Registaram-se mais de 500 mil complicações inesperadas a procedimentos médicos, seguindo-se as reações a medicamentos (279 mil). Os erros resultantes da prestação de cuidados de saúde por parte dos profissionais de saúde são os menos frequentes (apenas 90 mil ocorrências ao longo dos 16 anos do estudo)”, lê-se na investigação.

Alberto Freitas esclarece que “a nível internacional também se regista um aumento dos eventos adversos” e aponta duas possíveis explicações para este fenómeno: “por um lado, os profissionais de saúde estão mais rigorosos no registo destas ocorrências e, por outro, assiste-se efetivamente a um crescimento dos eventos adversos, e isso pode acontecer por várias razões, como o envelhecimento da população”.

Neste trabalho, os autores perceberam que existem, de facto, fatores que se associam a um maior risco de sofrer um evento adverso.

“A idade mais avançada e a coexistência de várias doenças são dois dos fatores que podem potenciar a ocorrência de um evento adverso, quer seja uma falha decorrente da ação de um profissional de saúde, uma complicação inesperada ou uma reação medicamentosa”, refere, em comunicado, Bernardo Sousa Pinto, investigador do CINTESIS e primeiro autor deste trabalho.

Os resultados mostraram também que os pacientes que sofreram um evento adverso ficam internados o dobro dos dias por comparação com os pacientes cujo internamento decorreu dentro da normalidade.

“No total, entre 2000 e 2015, foram registados 5 milhões de dias de internamento adicionais que em parte podiam ter sido evitados”, explica o investigador Bernardo Sousa Pinto.

No âmbito deste trabalho, foi ainda possível estimar os custos financeiros associados a estas ocorrências. Enquanto, num internamento normal os custos medianos são de 1.760 euros, nos internamentos que registam eventos adversos ultrapassam-se os 3 mil euros.

Alberto Freitas acrescenta que, entre 2000 e 2015, os eventos adversos associaram-se a aumentos na fatura do Sistema Nacional de Saúde em 1.700 milhões de euros.

Este trabalho insere-se num projeto mais alargado, desenvolvido pelo CINTESIS, que visa extrair informação relevante dos dados recolhidos diariamente pelos hospitais públicos portugueses.

Além de Alberto Freitas e Bernardo Sousa Pinto, o estudo contou com a colaboração dos investigadores Bernardo Marques e Fernando Lopes.

O CINTESIS - Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde é uma Unidade de Investigação e Desenvolvimento (I&D) cuja missão é encontrar respostas e soluções, no curto prazo, para problemas de saúde concretos, sem nunca perder de vista a relação custo/eficácia.

Sediado na Universidade do Porto, o CINTESIS beneficia da colaboração das Universidades Nova de Lisboa, Aveiro, Algarve e Madeira, bem como da Escola Superior de Enfermagem do Porto.

No total, o centro agrega mais de 450 investigadores.

 

Profissionais de saúde
A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo recebe terça-feira os certificados que permitirão a este organismo...

A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) é a primeira Administração Regional de Saúde a ser acreditada pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) para formar em suporte básico de vida e desfibrilhação automática externa.

“Com esta acreditação, a ARSLVT passa a garantir que os profissionais de saúde que trabalham nos cuidados de saúde primários da região têm acesso a formação relevante na sua área de atuação”, segundo um comunicado do INEM.

Este organismo acrescentou que a ARSLVT dispõe atualmente de 165 desfibrilhadores automáticos externos.

O primeiro curso destinado a profissionais de saúde será ministrado por quatro enfermeiros, os quais estarão presentes na sessão de entrega dos certificados de acreditação, segundo informou a ARSLVT.

Nesta sessão participarão os presidentes da ARSLVT, do INEM e a secretária de Estado da Saúde, Rosa Valente de Matos.

De acordo com o INEM, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que em Portugal 10 mil pessoas sejam vítimas de morte súbita todos os anos.

“Está demonstrado que a desfibrilhação precoce, realizada entre três a cinco minutos após o colapso da vítima, resulta em taxas de sobrevivência de 50 a 70%”, prossegue o Instituto.

 

Santiago do Cacém
A obra de ampliação do Serviço de Urgência do Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém (Setúbal), já em curso,...

No orçamento previsto para a empreitada, 1,2 milhões de euros, não está ainda incluído o valor da instalação dos equipamentos necessários, que vai ainda ser “contabilizado” pela administração, explicou hoje Luís Matias, presidente da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA), da qual faz parte o Hospital do Litoral Alentejano (HLA).

Segundo o mesmo responsável, está também prevista uma “segunda fase” de intervenção para a “reestruturação” do atual Serviço de Urgência, obra que “não está ainda consignada”.

A obra de ampliação atualmente em curso pretende resolver o congestionamento do Serviço de Urgência, destacou Luís Matias, considerando a intervenção “muito necessária”.

“Temos uma urgência mesmo muito congestionada, temos uma população dispersa e bastante idosa, temos necessidade de ampliar e de criar dignidade na urgência, com espaços melhores”, afirmou o responsável da ULSLA, reconhecendo que, “neste momento, muitos utentes têm de aguardar em corredores”, mas garantindo que “isso vai deixar de acontecer”.

Nesse sentido, exemplificou, vão ser criadas salas e áreas de observação com capacidade para nove macas, dez camas e mais de 40 cadeirões “para utentes que têm de aguardar algum tempo enquanto são monitorizados”.

Com a ampliação dos serviços, vai ser também necessário o reforço da equipa de enfermagem, com “mais um ou dois” profissionais por turno, indicou o administrador.

A intervenção é ambicionada há mais de dez anos por utentes e autarcas, tendo em outubro de 2015 sido lançado o concurso público para a empreitada, embora a obra apenas tenha avançado no início deste ano.

“São boas notícias”, disse o porta-voz da Comissão de Utentes de Santiago do Cacém, Dinis Silva, satisfeito com o arranque das obras, aproveitando para lembrar que esta “é uma reivindicação” com “mais de dez anos” que vai permitir “melhores condições de atendimento e de trabalho”.

Além deste investimento, a ULSLA tem outros projetos em curso ou já aprovados para avançar este ano, adiantou o administrador, referindo estar prevista a deslocação dentro do HLA das instalações da farmácia hospitalar.

Este mês, devem ficar concluídos outros investimentos na melhoria de instalações geridas pela ULSLA, como as obras de adaptação de duas antigas escolas primárias para acolher as Extensões de Saúde do Torrão, no concelho de Alcácer do Sal, e de Alvalade, no concelho de Santiago do Cacém.

Em projeto está também a construção do novo Centro de Saúde de Santiago do Cacém, uma obra que também tem feito parte das reivindicações de utentes e autarcas.

“Estamos a iniciar os primeiros contactos para criar um novo Centro de Saúde em Santiago do Cacém”, afirmou Luís Matias, adiantando que o edifício deverá ser construído num terreno cedido pelo município.

O HLA foi inaugurado em 2004, tendo em 2012 sido criada a ULSLA, que passou a integrar a unidade hospitalar e os cinco centros de saúde do litoral alentejano, em Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines, no distrito de Setúbal, e Odemira, no distrito de Beja, que abrangem uma população de cerca de 97 mil habitantes.

 

Parlamento
A petição para a discussão da Carta para a Participação Pública em Saúde na Assembleia da República superou hoje as 4.000...

Elaborado por associações de pessoas com doença, a Carta para a Participação Pública em Saúde é subscrita por 90 organizações da sociedade civil e 32 individualidades, entre as quais os ex-ministros da Saúde António Correia de Campos e Ana Jorge, o “pai” do Serviço Nacional de Saúde (SNS) António Arnaut e a dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), Guadalupe Simões.

De acordo com a petição, “para além do direito à participação, o contributo dos/as cidadãos/ãs, enquanto pessoas que vivem com doença, utentes dos serviços de saúde ou consumidores de cuidados de saúde, e das organizações que os/as representam é extremamente relevante e, por isso, indispensável”.

“A experiência adquirida sobre a doença, os cuidados de saúde e as instituições de saúde, dão-lhes um conhecimento único, com o qual podem contribuir para a tomada de decisão em saúde”, prossegue o documento.

Sofia Crisóstomo, do movimento “Mais participação, melhor saúde”, disse à agência Lusa que o grande objetivo desta iniciativa é transformar a Carta numa iniciativa legislativa.

Na prática, explicou, os subscritores pretendem ver implementadas medidas, algumas das quais já previstas, como a participação dos utentes nos conselhos consultivos dos hospitais.

Lançada em 2016, a petição alcançou hoje as 4.000 assinaturas e vai ser, por isso, discutida na Assembleia da República.

 

OMS
O sarampo provocou 35 mortes no ano passado, incluindo uma em Portugal, na região europeia considerada pela Organização Mundial...

De acordo com uma nota da Organização Mundial da Saúde (OMS) hoje divulgada, nesses 53 países houve mais de 20 mil casos de sarampo em 2017, 35 deles mortais.

Na semana passada, o Centro Europeu de Controlo de Doenças dava conta de 14 mil casos de sarampo em 30 países europeus no ano passado, triplicando o número de casos da doença em 2016.

“Cada nova pessoa afetada pelo sarampo na Europa relembra-nos que crianças e adultos não vacinados, independentemente de onde vivam, continuam em risco de contrair a doença e de a passar a outros que possam ainda não estar vacinados. Mais de 20 mil casos de sarampo e 35 vidas perdidas em 2017 são uma tragédia que não podemos aceitar”, considera a diretora regional da OMS Europa, Zsuzsanna Jakab, numa nota hoje divulgada pela instituição.

A OMS recorda que os surtos de sarampo registados no ano passado afetaram um em cada quatro países da região europeia, tendo sido notificados surtos em 15 dos 53 países abrangidos pela OMS Europa.

Ministros da Saúde de 11 países vão encontrar-se na terça-feira em Montenegro para discutir a problemática das vacinas e debater formas de atingir taxas elevadas de vacinação.

O país europeu com mais casos reportados desde 1 de janeiro de 2017 até ao momento continua a ser a Roménia, seguido de Itália, da Ucrânia e da Grécia.

Em 2017, Portugal teve dois surtos simultâneos de sarampo (num total de 29 casos), que chegaram a provocar a morte de uma jovem de 17 anos.

O sarampo é uma doença grave, para a qual existe vacina, contudo, o Centro Europeu de Controlo de Doenças estima que haja uma elevada incidência de casos em crianças menores de um ano de idade, que ainda são muito novas para receber a primeira dose da vacina. Daí que reforce a importância de todos os outros grupos estarem vacinados de forma a que não apanhem nem transmitam a doença.

Segundo os dados de 2017, mais de 87% das pessoas que contraíram sarampo não estavam vacinadas.

 

Reclusos
O projeto em vigor para os presos infetados com Sida e hepatites vai estender-se aos cuidados de saúde primários. E as cadeias...

Equipas hospitalares (um médico infecciologista e um enfermeiro) vão passar a ir em breve às prisões da sua área geográfica para dar consultas aos presos infetados com Sida e hepatites B e C, segundo um despacho das secretarias de Estado adjuntas da Justiça e da Saúde que entrou em vigor a 4 de fevereiro.

Nesta articulação para facilitar o acesso da população reclusa ao Serviço Nacional de Saúde deverá ser possível, já este ano, "que o projeto se estenda a outras áreas, a começar pelos cuidados de saúde primários", explicou ao Diário de Notícias Isabel Aldir, diretora da Direção Geral de Saúde para a área das hepatites virais, da Infeção VIH/Sida e tuberculose. "Começámos a articular com os cuidados de saúde primários para que cada centro de saúde assuma que tem de dar uma resposta à população reclusa", frisou.

No final deste ano "prevê-se ligar [informaticamente] 49 estabelecimentos prisionais com 52 hospitais, e com as mais de 700 unidades de cuidados de saúde familiares ou de cuidados personalizados", adiantou o gabinete de imprensa da DGS, com base em dados dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).

A prestação de cuidados de saúde primários será também através da deslocação de equipas dos centros de saúde da área geográfica das cadeias. O transporte das equipas é assegurado pelas prisões. " É uma solução que parece equilibrada", sublinhou Isabel Aldir.

Com estes projetos vai ser possível colmatar a falta de médicos e enfermeiros em permanência nas cadeias - o diretor geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Celso Manata, denunciou a situação em algumas ocasiões - e evita-se as idas dos presos aos hospitais ou centros de saúde, o que envolve o empenhamento de guardas-prisionais que fazem falta nos estabelecimentos prisionais. Assim, passa a equipa médica a ir à cadeia.

"Provavelmente teremos já este ano situações de deslocação dos médicos dos centros de saúde às prisões", afirma a secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Helena Mesquita Ribeiro. Outra novidade é que o projeto da telemedicina vai avançar em algumas prisões: "Nos estabelecimentos prisionais do Linhó (Sintra), EP Sintra, Lisboa (EPL) e Custoias (Porto) está a ser criada uma solução técnica para permitir o acesso das prisões ao sistema de informação do SNS através da desmaterialização dos processos clínicos e da realização de consultas por telemedicina."

Rede de referenciação hospitalar
A secretária de Estado Adjunta e da Justiça explicou que nesta articulação com o SNS "foi dada prioridade às doenças infetocontagiosas até pela repercussão que têm em meio prisional". Para tal foi criada uma rede de referenciação hospitalar identificada no despacho e que inclui hospitais de norte a sul do país. O projeto arrancou em fase experimental há um ano na cadeia de Custoias (Porto), com consultas semanais de médicos do Centro Hospitalar de São João a 100 presos doentes com infeções víricas, 68 dos quais já receberam a medicação contra a hepatite C, adiantou Helena Mesquita Ribeiro.

Segundo dados do Ministério da Justiça, dos 13318 reclusos 1364 (10,24%) tinham hepatite C, 601 (4,51%) estavam infetados com Sida e 262 (1, 97%) com hepatite B. "A prevalência é sempre maior nas grandes cadeias de Lisboa e Porto (EPL e Custoias)", sublinhou.

Está também previsto o alargamento do projeto a outras doenças em meio prisional, adiantou, por sua vez, a diretora da DGS para a área das infeções virais, Isabel Aldir: "Reconhecendo a oportunidade de trabalharmos em conjunto começámos pela área das infeções virais mas o grupo de trabalho pensa alargar a outras doenças prevalentes nas prisões como as cardiovasculares, por exemplo."

Além de Custoias, também o EP das Caldas da Rainha já está a receber uma equipa com um infecciologista e um enfermeiro. E o Centro Hospitalar de Setúbal está a ultimar os preparativos para ir ao EP Pinheiro da Cruz (Grândola).

Os hospitais e as prisões estão a celebrar protocolos para a deslocação das equipas (têm 45 dias para o fazer desde a entrada em vigor do despacho). As parcerias em condições de arrancar nesta primeira fase são: Custoias, com equipas do Centro Hospitalar de São João; Linhó (Hospital de Cascais); EP Sintra (Hospital Amadora Sintra); EPL (Centros Hospitalares de Lisboa Ocidental e Lisboa Norte e Hospital Prisional de Caxias) e o EP Coimbra (Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra). Para estes "a formalização das assinaturas deve acontecer nos próximos dias", informaram os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde. Segundo o SPMS, o Hospital de Cascais tem um protocolo mais antigo em vigor, assinado com as prisões de Tires e Linhó, em 2011, "e está a funcionar com um upgrade mais recente, com um computador portátil no hospital, acesso remoto ao sistema hospitalar, pedido das análises, etc. Mas vai ainda sofrer algumas pequenas alterações para que o modelo seja uniforme a nível nacional".

 

Estudo
São vários os estudos que ligam as longas horas em cima de uma bicicleta à disfunção erétil e também a outros problemas de...

Benjamin Breyer, urologista, professor e cirurgião da Universidade da Califórnia, em São Francisco, liderou o estudo e defende que este é mais fiável porque incide sobre um universo maior do que os até agora feitos: 2500 homens.

Explica o Guardian que foram recrutados vários ciclistas, assim como nadadores e corredores que não andam de bicicleta, tendo estes homens sido questionados sobre a sua saúde sexual e genital. Os autores descobriram então que os ciclistas não estão pior do que os praticantes de natação e corrida, nas áreas estudadas. Podem ter, no entanto, mais perturbações a nível urinário, escreve o Sapo.

Descobriram, aliás, que quanto maior a intensidade na prática do ciclismo, menos são os caos de disfunção erétil.

Benjamin Breyer alerta, no entanto, que devem ser evitados os comportamentos na bicicleta que levem ao adormecimento da zona do períneo. Assegura, no seguimento do estudo, que o ciclismo não causa disfunção erétil: "A minha sensação é que, para muitos, os benefícios cardiovasculares do exercício vão apoiar e potencialmente melhorar a performance, não afetá-la".

"O assunto tem mais nuances do que simplesmente saber se o ciclismo causa ou não disfunção erétil. Certamente que sentar-se no sofá ou à frente do computador oito horas por dia é a pior coisa para a saúde sexual e geral", diz também o especialista.

 

Medicamentos
Descontos nos medicamentos não poderão ser superiores a 3%, segundo um projeto de despacho do ministro da Saúde. Medida visa...

Os descontos que algumas farmácias fazem em medicamentos sujeitos a receita médica podem vir a ser limitados no futuro. O Ministério da Saúde elaborou um projeto de despacho em que prevê que o desconto praticado pelas farmácias não poderá ser superior a 3% sobre a parte não comparticipada destes fármacos — quando atualmente há estabelecimentos que praticam descontos de 10%, 15% e até 20% para conquistarem clientela.

“Os trabalhos sobre esta matéria ainda estão a decorrer”, admitiu ao jornal Público o gabinete do ministro da Saúde, sem adiantar mais detalhes sobre este processo que se antevê polémico. Não é uma decisão fácil: a emperrar a intenção da tutela de impor restrições aos descontos praticados por algumas farmácias, há já um parecer desfavorável da Autoridade da Concorrência (AdC); também pesará o facto de a medida ser previsivelmente impopular, uma vez que muitas pessoas se habituaram a comprar medicamentos com descontos em farmácias, desde que tal passou a ser possível há mais de uma década.

Foi com o Estatuto do Medicamento, decreto-lei aprovado no governo de José Sócrates quando era ministro da Saúde Correia de Campos, que se abriu a porta a esta possibilidade — que tinha sido recomendada no ano anterior pela AdC. Desde então, multiplicaram-se as farmácias que anunciam e praticam descontos, sobretudo nas grandes cidades, levando outras a fazer o mesmo para não perderem clientes.

É uma matéria complexa que está em estudo desde há algum tempo porque estará a ter um efeito perverso, ao provocar dificuldades às farmácias mais pequenas, sobretudo as que estão localizadas no interior do país. Foi, aliás, em resposta a uma pergunta do grupo parlamentar do PCP — ao qual chegaram queixas de várias farmácias contra a “desregulamentação dos descontos praticados” — que o gabinete do ministro da Saúde adiantou, no início deste mês, que elaborou o tal projeto de despacho prevendo que o desconto (que incide exclusivamente sobre a parte não comparticipada do preço do medicamento) não pudesse ser superior a 3%.

A "situação económica do sector das farmácias em Portugal é, publica e manifestamente, débil e com elevado risco de sustentabilidade”, argumenta o gabinete do ministro. Um risco que, acrescenta, afeta "negativamente o acesso dos cidadãos a medicamentos e ameaça a capilaridade e distribuição equitativa da rede de farmácias por todo o país”.

Para fundamentar a intenção de passar a estabelecer um limite aos descontos, lembra ainda que, no cenário europeu, “poucos países permitem descontos da farmácia ao utente” e, quando o fazem, isso acontece apenas em medicamentos com preços regulados. Ou seja, “não podem ser feitos descontos nos medicamentos comparticipados”.

E dá o exemplo dos países que servem de referência a Portugal para fixar o preço dos medicamentos comparticipados, como Espanha, França e Itália, onde apenas são permitidos descontos em medicamentos não comparticipados ou não sujeitos a receita médica. Para justificar a fixação de um desconto máximo de 3%, o ministério alude a um estudo da Universidade de Aveiro, segundo o qual, em média, os grossistas concedem um desconto comercial de 3,5% às farmácias.

"Guerra desleal"
O problema é que a Autoridade da Concorrência é contra. Num parecer pedido ao regulador — e citado nesta resposta —, a AdC recomenda que não sejam introduzidos limites aos descontos a praticar pelas farmácias, de modo a “preservar o grau de concorrência atualmente existente", que é "indispensável a uma afetação eficiente de recursos e ao bem-estar dos consumidores".

Já a Direção-Geral das Atividades Económicas, apesar de admitir que esta medida possa fazer sentido em farmácias situadas "em territórios de grande densidade", considera que a proibição de descontos superiores a 3% no preço dos medicamentos terá um impacto reduzido para as farmácias situadas em zonas onde há pouca oferta.

“Nós bem queríamos que esta questão fosse regulamentada, porque tem havido uma guerra desleal entre farmácias e este era precisamente um dos pontos do acordo assinado há cerca de um ano com o Ministério da Saúde”, sublinha Manuela Pacheco, presidente da Associação das Farmácias de Portugal (AFP), que representa 153 estabelecimentos. A principal associação do sector, a Associação Nacional de Farmácias (ANF), não se quis pronunciar sobre esta matéria.

"É um assunto muito complicado", admite a farmacêutica, que avisa que há o risco de pequenas farmácias fecharem por não terem hipótese de concorrer com esta prática dos grupos com muitas farmácias e grande peso económico. Grupos que, diz, "chegam a fazer descontos de 20 a 25%". Nas aldeias há quem prefira não comprar na farmácia local e opte por adquirir os remédios quando vai à cidade, diz.

"Mas comprar medicamentos não é o mesmo que comprar cerejas ou batatas”, enfatiza, frisando que isto tem "um custo, em termos de saúde pública, porque não há um seguimento do utente".

Um responsável da Ordem dos Farmacêuticos (OF) citado na última edição da revista da instituição, também está a favor da limitação dos descontos. “Os descontos são praticados, na maioria dos casos, por unidades com maior poder económico e de forma indiscriminada, independentemente da capacidade financeira do pagador. A degradação do preço não é salutar, porque distorce a concorrência, pondo em risco a sustentabilidade dos mais pequenos”, sustenta João Almeida, da OF. De resto, acrescenta, “não faz muito sentido que o Estado fixe o preço e as margens e depois permita uma desregulação nos descontos”.

Especialista
A transmissão do Vírus do Papiloma Humano (HPV) é feita por contacto sexual e, por isso, muitos pais não veem urgência na...

O pediatra Paulo Oom considera que a vacinação de rapazes contra Vírus do Papiloma Humano (HPV) deve ser feita o mais cedo possível. "Sabemos que a vacina é mais eficaz se for feita em idades mais precoces", explica o pediatra à TSF.

Paulo Oom defende também que é uma boa ideia aproveitar as janelas de oportunidade. "Aproveitar outros momentos de vacinação, por exemplo, aos dez anos as crianças têm vacinas que fazem parte do Programa Nacional de Vacinação e, tal como nas raparigas, a vacina foi introduzida nesta idade também aproveitando um momento que já é conhecido de toda a população, as vacinas dos 10 anos, portanto, aproveitando esse momento devemos vacinar os rapazes nessa idade também".

O pediatra acredita que a melhor forma de prevenir o vírus do papiloma humano é mesmo a vacinação. "A prevenção pode ser feita através do preservativo, mas sabemos que o preservativo não protege 100% dos casos de infeção por HPV e, portanto, aqui a vacinação tem um papel fundamental", explica Paulo Oom.

Desde 2008, a vacina está incluída no Plano Nacional de Vacinação das raparigas. Sabe-se que a vacinação dos rapazes pode conferir a proteção individual e a proteção indireta dos(as) parceiros(as) e, por isso, a Direção-Geral da Saúde já admitiu alargar a vacina aos rapazes.

 

Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde constituiu uma comissão para elaborar uma Estratégia Nacional para a Saúde da Visão, que deve ser...

A comissão é presidida por António Augusto Magalhães, oftalmologista do Centro Hospitalar de São João e integra mais outras 13 pessoas, como o pediatra Gonçalo Cordeiro Ferreira, do Centro Hospitalar de Lisboa Central ou o oftalmologista Joaquim Neto Murta, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

A comissão tem 60 dias, a partir de hoje, para apresentar uma proposta de Estratégia Nacional para a Saúde da Visão e os elementos que a integram não são remunerados.

Fernando Araújo, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde que assina o despacho, indica no diploma que uma estratégia para a saúde da visão se justifica “face aos resultados positivos” obtidos com as experiências piloto para o rastreio da ambliopia em crianças, bem como o da retinopatia diabética.

Segundo o Programa da Direção-Geral da Saúde para a Saúde da Visão, em Portugal estima-se que cerca de metade da população sofre de alterações da visão, desde a diminuição da acuidade visual até à cegueira e que cerca de 20% das crianças e metade da população adulta sofre de erros refrativos significativos e que cerca de metade das pessoas com cegueira se encontra em idade produtiva.

Em Portugal, as principais causas de perda de visão incluem a catarata, a diabetes ocular, o glaucoma e as doenças maculares, como a degenerescência macular relacionada com a idade.

 

Centro Europeu de Controlo de Doenças
A China reportou esta semana o primeiro caso humano de gripe aviária A (H7N4) numa mulher de 68 anos, segundo o Centro Europeu...

No seu relatório semanal que abrange a semana de 11 a 17 de fevereiro, o ECDC diz que o primeiro caso foi detetado numa mulher que vive na província de Jiangsu, que desenvolveu sintomas em finais de dezembro passado e que se encontra já tratada.

Foi admitida no hospital para tratamento no dia 1 de janeiro e acabou por ter alta dia 22 do mesmo mês.

A mulher teve contacto com aves de capoeira antes do início dos sintomas, mas nenhum dos seus familiares ou contactos próximos apresentou sintomas durante o período em que esteve a ser tratada.

Segundo o relatório do ECDC disponível no seu ‘site’, o organismo de controlo e prevenção de doenças da China indicou que uma análise genética mostrou que a origem do vírus era aviária.

De acordo com o organismo europeu, trata-se do primeiro caso humano de gripe aviária A (H7N4).

As autoridades europeias referem que são necessárias outras análises genéticas para caracterizar a relação entre a origem do novo vírus e os anteriores vírus de gripe aviária A (como o H7N9), que causaram infeções humanas desde 2013.

 

Centro Europeu de Controlo de Doenças
Mais de 14 mil casos de sarampo foram notificados em 30 países europeus no ano passado, triplicando o número de situações...

“Os surtos de sarampo continuam a ocorrer nos países da União Europeia e do espaço económico europeu e existe o risco de propagação e transmissão sustentada em áreas com populações suscetíveis”, avisa o organismo da União Europeia.

Segundo o Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa), foram em 2017 reportados 14.451 casos de sarampo, quando em 2016 foram notificados 4.643 casos.

O país europeu com mais casos reportados desde 1 de janeiro de 2017 até ao momento continua a ser a Roménia, com mais de 10.600, seguido de seguido de Itália, com 4.991 casos, da Grécia (1.463 casos) e da Alemanha, com menos de mil.

Em 2017, Portugal teve dois surtos simultâneos de sarampo (num total de 29 casos), que chegaram a provocar a morte de uma jovem de 17 anos.

O sarampo é uma doença grave, para a qual existe vacina, tendo provocado a morte a 50 pessoas desde início de 2016 até hoje no espaço europeu.

Contudo, o ECD estima que há uma elevada incidência de casos em crianças menores de um ano de idade, que ainda são muito novas para receber a primeira dose da vacina. Daí que reforce a importância de todos os outros grupos estarem vacinados de forma a que não apanhem nem transmitam a doença.

Segundo os dados de 2017, mais de 87% das pessoas que contraíram sarampo não estavam vacinadas.

 

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