Ordem dos Médicos
O gastrenterologista Filipe Sousa Cardoso venceu a 2.ª edição do Prémio Banco Carregosa/SRNOM, de 20 mil euros, com um projeto...

O objetivo do estudo foi procurar perceber qual o método mais eficaz de remoção da amónia - substância nociva presente no sangue - para prevenir lesões neurológicas que resultam da doença e são potencialmente fatais, explica, em comunicado, a Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos (SRNOM).

Filipe Sousa Cardoso, especialista em Gastrenterologia do Hospital Curry Cabral – Centro Hospitalar de Lisboa Central, e a sua equipa concluíram que “a técnica contínua foi significativamente mais eficaz a remover a amónia sanguínea e a melhorar a sobrevida dos doentes”.

“Estes resultados sugerem que a utilização atempada deste tipo de tratamento pode ajudar a evitar a morte precoce”, explica o autor.

O médico considera que outra das virtualidades deste projeto é contribuir “para a racionalização dos custos associados à admissão hospitalar destes doentes”, designadamente no que diz respeito “à permanência nos cuidados intensivos ou o potencial transplante de fígado”.

Dos projetos apresentados a concurso, foram distinguidos três com prémios no valor global de 25 mil euros, distribuídos da seguinte forma: 20 mil para o projeto vencedor e cinco mil para duas menções honrosas.

As menções honrosas foram atribuídas a Ana Luísa Neves, especialista em Cardiologia Pediátrica do Centro Hospitalar de São João e investigadora e docente na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, relativo ao seu estudo sobre o “Valor do prognóstico de biomarcadores cardíacos nas cardiopatias congénitas” e a Luís Guimarães Pereira, médico anestesiologista do Centro Hospitalar de São João e docente na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, com o trabalho de investigação “Dor crónica pós-operatória após cirurgia cardíaca”.

A cerimónia de entrega de prémios realiza-se hoje às 21:30, no Salão Nobre da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, no Porto, e contará com a presença do Bastonário da Ordem dos Médicos.

“O prémio insere-se no objetivo de tentarmos ter alternativas de financiamento para a investigação clínica em Portugal, algo que se tornou possível graças a esta parceria com o Banco Carregosa”, esclareceu o presidente da SRNOM, António Araújo.

Visando em termos gerais promover a investigação clínica em Portugal, o prémio tem como objetivo específico “incentivar os jovens médicos a participar ativamente nestes processos, dado que estão mais sensibilizados para este tipo de questões e a área da investigação pode mesmo constituir-se como uma saída profissional para os novos médicos”, acrescentou.

Para Maria Cândida Rocha e Silva, presidente do Banco Carregosa, “a gratidão da sociedade aos investigadores clínicos e médicos, que dedicam as suas vidas a descobrir formas de tratar ou prevenir doenças, cuidando assim do bem-estar de todos, vai muito para além deste prémio. Mas na medida das nossas possibilidades, o Banco Carregosa quer estar presente, dirigindo uma boa parte da sua responsabilidade social para a área da saúde”.

 

Reuma.pt
O Reuma.pt conta com aproximadamente 150.000 registos. este projeto tem tido um papel fundamental no diagnóstico e gestão dos...

As doenças reumáticas afetam cerca de metade dos portugueses e a plataforma Reuma.pt tornou-se numa ferramenta indispensável na avaliação destes doentes. Os registos são instrumentos fundamentais para assegurar a adequada utilização clínica, a avaliação pós-comercialização de fármacos, a sua eficácia e segurança, contribuindo para a otimização do risco-benefício de fármacos. O Reuma.pt constitui um recurso fundamental para o desenvolvimento da investigação clínica em reumatologia e da melhoria dos cuidados prestados aos doentes reumáticos.

Em 2018 celebra-se o 10º aniversário do Reuma.pt e, para assinalar esta data, será realizada uma cerimónia que decorrerá no próximo dia 22 de fevereiro na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. A cerimónia, promovida pela Sociedade Portuguesa de Reumatologia, contará com a presença de especialistas e também com dois painéis onde será discutida a relação com a indústria farmacêutica e farmacovigilância, assim como o papel do doente e a importância da inovação na era digital.

Posta em prática em 2008, esta base de dados nasceu como resposta à exigência cada vez maior de qualidade no seguimento e monitorização de doentes reumáticos, cujo objetivo final é registar de forma prospetiva os doentes Reumáticos tratados com Terapêuticas biotecnológicas e outras terapêuticas e segui-los de modo a poder determinar a eficácia e a segurança da terapêutica e as comorbilidades associadas às doenças reumáticas a longo prazo.

O Reuma.pt é hoje um protótipo vivo de como o bem comum pode mudar positivamente a prática clínica e a saúde dos doentes reumáticos. A prática da reumatologia sem esta plataforma é considerada, hoje em dia, impensável pela maioria dos especialistas. A prova disso é que, ao longo dos anos este projeto tem crescido de forma acentuada e, atualmente, conta já com cerca de 150.000 registos e 83 centros clínicos. Começando a funcionar em unidades informáticas funcionais independentes, instaladas localmente em computadores dos Centros ou nos servidores hospitalares tem ganho visibilidade internacional sendo reconhecido como um projeto ímpar na área dos registos de doentes e de produção e avaliação de dados.

O Reuma.pt é um importante instrumento na prática clínica, uma vez que permite o acesso em qualquer ponto do país, facilitando a comunicação entre profissionais de saúde e ainda permite o acesso a dados que geram informação que pode ser útil numa vertente de farmacoeconomia, e acesso a dados da vida real podendo assim potenciar a investigação cínica e a gestão em saúde. Esta plataforma permite ainda estudar assimetrias e, deste modo, procurar corresponder às necessidades com vista a uma melhor distribuição dos centros da especialidade em Portugal.

Por fim, outra grande mais-valia deste registo, é o facto da avaliação e do registo ser complementado pelo próprio doente. Neste sentido, é também privilegiada a noção que o doente tem do seu estado de saúde, como fator contributivo no seu tratamento, algo pioneiro em Portugal.

A Sociedade Portuguesa de Reumatologia reforça, assim, a importância do Reuma.pt no aumento da qualidade da prestação de cuidados médicos, esperando que os dados avaliados possam contribuir para uma melhor distribuição de unidades hospitalares e centros especializados em pontos do país onde, atualmente, o acesso ainda é escasso.

 

Estudo
Um estudo realizado nos hospitais públicos nacionais revelou que em 6% dos internamentos ocorre pelo menos um evento adverso,...

Estas situações, de acordo com a investigação a que a Lusa teve hoje acesso, custam ao Serviço Nacional de Saúde “mais de 100 milhões de euros por ano”.

Desenvolvido pelo CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde e publicado no Journal of Medical Systems, o trabalho teve como objetivo avaliar a frequência e o impacto dos eventos adversos nos doentes internados em Portugal.

A equipa liderada por Alberto Freitas, especialista em análise de dados na área da Saúde do CINTESIS, avaliou os registos dos internamentos hospitalares de todos os hospitais públicos nacionais entre 2000 e 2015.

As conclusões revelaram que a frequência de eventos adversos aumentou substancialmente de 2,3% para 8%, entre 2000 e 2015.

“Registaram-se mais de 500 mil complicações inesperadas a procedimentos médicos, seguindo-se as reações a medicamentos (279 mil). Os erros resultantes da prestação de cuidados de saúde por parte dos profissionais de saúde são os menos frequentes (apenas 90 mil ocorrências ao longo dos 16 anos do estudo)”, lê-se na investigação.

Alberto Freitas esclarece que “a nível internacional também se regista um aumento dos eventos adversos” e aponta duas possíveis explicações para este fenómeno: “por um lado, os profissionais de saúde estão mais rigorosos no registo destas ocorrências e, por outro, assiste-se efetivamente a um crescimento dos eventos adversos, e isso pode acontecer por várias razões, como o envelhecimento da população”.

Neste trabalho, os autores perceberam que existem, de facto, fatores que se associam a um maior risco de sofrer um evento adverso.

“A idade mais avançada e a coexistência de várias doenças são dois dos fatores que podem potenciar a ocorrência de um evento adverso, quer seja uma falha decorrente da ação de um profissional de saúde, uma complicação inesperada ou uma reação medicamentosa”, refere, em comunicado, Bernardo Sousa Pinto, investigador do CINTESIS e primeiro autor deste trabalho.

Os resultados mostraram também que os pacientes que sofreram um evento adverso ficam internados o dobro dos dias por comparação com os pacientes cujo internamento decorreu dentro da normalidade.

“No total, entre 2000 e 2015, foram registados 5 milhões de dias de internamento adicionais que em parte podiam ter sido evitados”, explica o investigador Bernardo Sousa Pinto.

No âmbito deste trabalho, foi ainda possível estimar os custos financeiros associados a estas ocorrências. Enquanto, num internamento normal os custos medianos são de 1.760 euros, nos internamentos que registam eventos adversos ultrapassam-se os 3 mil euros.

Alberto Freitas acrescenta que, entre 2000 e 2015, os eventos adversos associaram-se a aumentos na fatura do Sistema Nacional de Saúde em 1.700 milhões de euros.

Este trabalho insere-se num projeto mais alargado, desenvolvido pelo CINTESIS, que visa extrair informação relevante dos dados recolhidos diariamente pelos hospitais públicos portugueses.

Além de Alberto Freitas e Bernardo Sousa Pinto, o estudo contou com a colaboração dos investigadores Bernardo Marques e Fernando Lopes.

O CINTESIS - Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde é uma Unidade de Investigação e Desenvolvimento (I&D) cuja missão é encontrar respostas e soluções, no curto prazo, para problemas de saúde concretos, sem nunca perder de vista a relação custo/eficácia.

Sediado na Universidade do Porto, o CINTESIS beneficia da colaboração das Universidades Nova de Lisboa, Aveiro, Algarve e Madeira, bem como da Escola Superior de Enfermagem do Porto.

No total, o centro agrega mais de 450 investigadores.

 

Profissionais de saúde
A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo recebe terça-feira os certificados que permitirão a este organismo...

A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) é a primeira Administração Regional de Saúde a ser acreditada pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) para formar em suporte básico de vida e desfibrilhação automática externa.

“Com esta acreditação, a ARSLVT passa a garantir que os profissionais de saúde que trabalham nos cuidados de saúde primários da região têm acesso a formação relevante na sua área de atuação”, segundo um comunicado do INEM.

Este organismo acrescentou que a ARSLVT dispõe atualmente de 165 desfibrilhadores automáticos externos.

O primeiro curso destinado a profissionais de saúde será ministrado por quatro enfermeiros, os quais estarão presentes na sessão de entrega dos certificados de acreditação, segundo informou a ARSLVT.

Nesta sessão participarão os presidentes da ARSLVT, do INEM e a secretária de Estado da Saúde, Rosa Valente de Matos.

De acordo com o INEM, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que em Portugal 10 mil pessoas sejam vítimas de morte súbita todos os anos.

“Está demonstrado que a desfibrilhação precoce, realizada entre três a cinco minutos após o colapso da vítima, resulta em taxas de sobrevivência de 50 a 70%”, prossegue o Instituto.

 

Santiago do Cacém
A obra de ampliação do Serviço de Urgência do Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém (Setúbal), já em curso,...

No orçamento previsto para a empreitada, 1,2 milhões de euros, não está ainda incluído o valor da instalação dos equipamentos necessários, que vai ainda ser “contabilizado” pela administração, explicou hoje Luís Matias, presidente da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA), da qual faz parte o Hospital do Litoral Alentejano (HLA).

Segundo o mesmo responsável, está também prevista uma “segunda fase” de intervenção para a “reestruturação” do atual Serviço de Urgência, obra que “não está ainda consignada”.

A obra de ampliação atualmente em curso pretende resolver o congestionamento do Serviço de Urgência, destacou Luís Matias, considerando a intervenção “muito necessária”.

“Temos uma urgência mesmo muito congestionada, temos uma população dispersa e bastante idosa, temos necessidade de ampliar e de criar dignidade na urgência, com espaços melhores”, afirmou o responsável da ULSLA, reconhecendo que, “neste momento, muitos utentes têm de aguardar em corredores”, mas garantindo que “isso vai deixar de acontecer”.

Nesse sentido, exemplificou, vão ser criadas salas e áreas de observação com capacidade para nove macas, dez camas e mais de 40 cadeirões “para utentes que têm de aguardar algum tempo enquanto são monitorizados”.

Com a ampliação dos serviços, vai ser também necessário o reforço da equipa de enfermagem, com “mais um ou dois” profissionais por turno, indicou o administrador.

A intervenção é ambicionada há mais de dez anos por utentes e autarcas, tendo em outubro de 2015 sido lançado o concurso público para a empreitada, embora a obra apenas tenha avançado no início deste ano.

“São boas notícias”, disse o porta-voz da Comissão de Utentes de Santiago do Cacém, Dinis Silva, satisfeito com o arranque das obras, aproveitando para lembrar que esta “é uma reivindicação” com “mais de dez anos” que vai permitir “melhores condições de atendimento e de trabalho”.

Além deste investimento, a ULSLA tem outros projetos em curso ou já aprovados para avançar este ano, adiantou o administrador, referindo estar prevista a deslocação dentro do HLA das instalações da farmácia hospitalar.

Este mês, devem ficar concluídos outros investimentos na melhoria de instalações geridas pela ULSLA, como as obras de adaptação de duas antigas escolas primárias para acolher as Extensões de Saúde do Torrão, no concelho de Alcácer do Sal, e de Alvalade, no concelho de Santiago do Cacém.

Em projeto está também a construção do novo Centro de Saúde de Santiago do Cacém, uma obra que também tem feito parte das reivindicações de utentes e autarcas.

“Estamos a iniciar os primeiros contactos para criar um novo Centro de Saúde em Santiago do Cacém”, afirmou Luís Matias, adiantando que o edifício deverá ser construído num terreno cedido pelo município.

O HLA foi inaugurado em 2004, tendo em 2012 sido criada a ULSLA, que passou a integrar a unidade hospitalar e os cinco centros de saúde do litoral alentejano, em Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines, no distrito de Setúbal, e Odemira, no distrito de Beja, que abrangem uma população de cerca de 97 mil habitantes.

 

Parlamento
A petição para a discussão da Carta para a Participação Pública em Saúde na Assembleia da República superou hoje as 4.000...

Elaborado por associações de pessoas com doença, a Carta para a Participação Pública em Saúde é subscrita por 90 organizações da sociedade civil e 32 individualidades, entre as quais os ex-ministros da Saúde António Correia de Campos e Ana Jorge, o “pai” do Serviço Nacional de Saúde (SNS) António Arnaut e a dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), Guadalupe Simões.

De acordo com a petição, “para além do direito à participação, o contributo dos/as cidadãos/ãs, enquanto pessoas que vivem com doença, utentes dos serviços de saúde ou consumidores de cuidados de saúde, e das organizações que os/as representam é extremamente relevante e, por isso, indispensável”.

“A experiência adquirida sobre a doença, os cuidados de saúde e as instituições de saúde, dão-lhes um conhecimento único, com o qual podem contribuir para a tomada de decisão em saúde”, prossegue o documento.

Sofia Crisóstomo, do movimento “Mais participação, melhor saúde”, disse à agência Lusa que o grande objetivo desta iniciativa é transformar a Carta numa iniciativa legislativa.

Na prática, explicou, os subscritores pretendem ver implementadas medidas, algumas das quais já previstas, como a participação dos utentes nos conselhos consultivos dos hospitais.

Lançada em 2016, a petição alcançou hoje as 4.000 assinaturas e vai ser, por isso, discutida na Assembleia da República.

 

OMS
O sarampo provocou 35 mortes no ano passado, incluindo uma em Portugal, na região europeia considerada pela Organização Mundial...

De acordo com uma nota da Organização Mundial da Saúde (OMS) hoje divulgada, nesses 53 países houve mais de 20 mil casos de sarampo em 2017, 35 deles mortais.

Na semana passada, o Centro Europeu de Controlo de Doenças dava conta de 14 mil casos de sarampo em 30 países europeus no ano passado, triplicando o número de casos da doença em 2016.

“Cada nova pessoa afetada pelo sarampo na Europa relembra-nos que crianças e adultos não vacinados, independentemente de onde vivam, continuam em risco de contrair a doença e de a passar a outros que possam ainda não estar vacinados. Mais de 20 mil casos de sarampo e 35 vidas perdidas em 2017 são uma tragédia que não podemos aceitar”, considera a diretora regional da OMS Europa, Zsuzsanna Jakab, numa nota hoje divulgada pela instituição.

A OMS recorda que os surtos de sarampo registados no ano passado afetaram um em cada quatro países da região europeia, tendo sido notificados surtos em 15 dos 53 países abrangidos pela OMS Europa.

Ministros da Saúde de 11 países vão encontrar-se na terça-feira em Montenegro para discutir a problemática das vacinas e debater formas de atingir taxas elevadas de vacinação.

O país europeu com mais casos reportados desde 1 de janeiro de 2017 até ao momento continua a ser a Roménia, seguido de Itália, da Ucrânia e da Grécia.

Em 2017, Portugal teve dois surtos simultâneos de sarampo (num total de 29 casos), que chegaram a provocar a morte de uma jovem de 17 anos.

O sarampo é uma doença grave, para a qual existe vacina, contudo, o Centro Europeu de Controlo de Doenças estima que haja uma elevada incidência de casos em crianças menores de um ano de idade, que ainda são muito novas para receber a primeira dose da vacina. Daí que reforce a importância de todos os outros grupos estarem vacinados de forma a que não apanhem nem transmitam a doença.

Segundo os dados de 2017, mais de 87% das pessoas que contraíram sarampo não estavam vacinadas.

 

Reclusos
O projeto em vigor para os presos infetados com Sida e hepatites vai estender-se aos cuidados de saúde primários. E as cadeias...

Equipas hospitalares (um médico infecciologista e um enfermeiro) vão passar a ir em breve às prisões da sua área geográfica para dar consultas aos presos infetados com Sida e hepatites B e C, segundo um despacho das secretarias de Estado adjuntas da Justiça e da Saúde que entrou em vigor a 4 de fevereiro.

Nesta articulação para facilitar o acesso da população reclusa ao Serviço Nacional de Saúde deverá ser possível, já este ano, "que o projeto se estenda a outras áreas, a começar pelos cuidados de saúde primários", explicou ao Diário de Notícias Isabel Aldir, diretora da Direção Geral de Saúde para a área das hepatites virais, da Infeção VIH/Sida e tuberculose. "Começámos a articular com os cuidados de saúde primários para que cada centro de saúde assuma que tem de dar uma resposta à população reclusa", frisou.

No final deste ano "prevê-se ligar [informaticamente] 49 estabelecimentos prisionais com 52 hospitais, e com as mais de 700 unidades de cuidados de saúde familiares ou de cuidados personalizados", adiantou o gabinete de imprensa da DGS, com base em dados dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).

A prestação de cuidados de saúde primários será também através da deslocação de equipas dos centros de saúde da área geográfica das cadeias. O transporte das equipas é assegurado pelas prisões. " É uma solução que parece equilibrada", sublinhou Isabel Aldir.

Com estes projetos vai ser possível colmatar a falta de médicos e enfermeiros em permanência nas cadeias - o diretor geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Celso Manata, denunciou a situação em algumas ocasiões - e evita-se as idas dos presos aos hospitais ou centros de saúde, o que envolve o empenhamento de guardas-prisionais que fazem falta nos estabelecimentos prisionais. Assim, passa a equipa médica a ir à cadeia.

"Provavelmente teremos já este ano situações de deslocação dos médicos dos centros de saúde às prisões", afirma a secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Helena Mesquita Ribeiro. Outra novidade é que o projeto da telemedicina vai avançar em algumas prisões: "Nos estabelecimentos prisionais do Linhó (Sintra), EP Sintra, Lisboa (EPL) e Custoias (Porto) está a ser criada uma solução técnica para permitir o acesso das prisões ao sistema de informação do SNS através da desmaterialização dos processos clínicos e da realização de consultas por telemedicina."

Rede de referenciação hospitalar
A secretária de Estado Adjunta e da Justiça explicou que nesta articulação com o SNS "foi dada prioridade às doenças infetocontagiosas até pela repercussão que têm em meio prisional". Para tal foi criada uma rede de referenciação hospitalar identificada no despacho e que inclui hospitais de norte a sul do país. O projeto arrancou em fase experimental há um ano na cadeia de Custoias (Porto), com consultas semanais de médicos do Centro Hospitalar de São João a 100 presos doentes com infeções víricas, 68 dos quais já receberam a medicação contra a hepatite C, adiantou Helena Mesquita Ribeiro.

Segundo dados do Ministério da Justiça, dos 13318 reclusos 1364 (10,24%) tinham hepatite C, 601 (4,51%) estavam infetados com Sida e 262 (1, 97%) com hepatite B. "A prevalência é sempre maior nas grandes cadeias de Lisboa e Porto (EPL e Custoias)", sublinhou.

Está também previsto o alargamento do projeto a outras doenças em meio prisional, adiantou, por sua vez, a diretora da DGS para a área das infeções virais, Isabel Aldir: "Reconhecendo a oportunidade de trabalharmos em conjunto começámos pela área das infeções virais mas o grupo de trabalho pensa alargar a outras doenças prevalentes nas prisões como as cardiovasculares, por exemplo."

Além de Custoias, também o EP das Caldas da Rainha já está a receber uma equipa com um infecciologista e um enfermeiro. E o Centro Hospitalar de Setúbal está a ultimar os preparativos para ir ao EP Pinheiro da Cruz (Grândola).

Os hospitais e as prisões estão a celebrar protocolos para a deslocação das equipas (têm 45 dias para o fazer desde a entrada em vigor do despacho). As parcerias em condições de arrancar nesta primeira fase são: Custoias, com equipas do Centro Hospitalar de São João; Linhó (Hospital de Cascais); EP Sintra (Hospital Amadora Sintra); EPL (Centros Hospitalares de Lisboa Ocidental e Lisboa Norte e Hospital Prisional de Caxias) e o EP Coimbra (Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra). Para estes "a formalização das assinaturas deve acontecer nos próximos dias", informaram os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde. Segundo o SPMS, o Hospital de Cascais tem um protocolo mais antigo em vigor, assinado com as prisões de Tires e Linhó, em 2011, "e está a funcionar com um upgrade mais recente, com um computador portátil no hospital, acesso remoto ao sistema hospitalar, pedido das análises, etc. Mas vai ainda sofrer algumas pequenas alterações para que o modelo seja uniforme a nível nacional".

 

Estudo
São vários os estudos que ligam as longas horas em cima de uma bicicleta à disfunção erétil e também a outros problemas de...

Benjamin Breyer, urologista, professor e cirurgião da Universidade da Califórnia, em São Francisco, liderou o estudo e defende que este é mais fiável porque incide sobre um universo maior do que os até agora feitos: 2500 homens.

Explica o Guardian que foram recrutados vários ciclistas, assim como nadadores e corredores que não andam de bicicleta, tendo estes homens sido questionados sobre a sua saúde sexual e genital. Os autores descobriram então que os ciclistas não estão pior do que os praticantes de natação e corrida, nas áreas estudadas. Podem ter, no entanto, mais perturbações a nível urinário, escreve o Sapo.

Descobriram, aliás, que quanto maior a intensidade na prática do ciclismo, menos são os caos de disfunção erétil.

Benjamin Breyer alerta, no entanto, que devem ser evitados os comportamentos na bicicleta que levem ao adormecimento da zona do períneo. Assegura, no seguimento do estudo, que o ciclismo não causa disfunção erétil: "A minha sensação é que, para muitos, os benefícios cardiovasculares do exercício vão apoiar e potencialmente melhorar a performance, não afetá-la".

"O assunto tem mais nuances do que simplesmente saber se o ciclismo causa ou não disfunção erétil. Certamente que sentar-se no sofá ou à frente do computador oito horas por dia é a pior coisa para a saúde sexual e geral", diz também o especialista.

 

Medicamentos
Descontos nos medicamentos não poderão ser superiores a 3%, segundo um projeto de despacho do ministro da Saúde. Medida visa...

Os descontos que algumas farmácias fazem em medicamentos sujeitos a receita médica podem vir a ser limitados no futuro. O Ministério da Saúde elaborou um projeto de despacho em que prevê que o desconto praticado pelas farmácias não poderá ser superior a 3% sobre a parte não comparticipada destes fármacos — quando atualmente há estabelecimentos que praticam descontos de 10%, 15% e até 20% para conquistarem clientela.

“Os trabalhos sobre esta matéria ainda estão a decorrer”, admitiu ao jornal Público o gabinete do ministro da Saúde, sem adiantar mais detalhes sobre este processo que se antevê polémico. Não é uma decisão fácil: a emperrar a intenção da tutela de impor restrições aos descontos praticados por algumas farmácias, há já um parecer desfavorável da Autoridade da Concorrência (AdC); também pesará o facto de a medida ser previsivelmente impopular, uma vez que muitas pessoas se habituaram a comprar medicamentos com descontos em farmácias, desde que tal passou a ser possível há mais de uma década.

Foi com o Estatuto do Medicamento, decreto-lei aprovado no governo de José Sócrates quando era ministro da Saúde Correia de Campos, que se abriu a porta a esta possibilidade — que tinha sido recomendada no ano anterior pela AdC. Desde então, multiplicaram-se as farmácias que anunciam e praticam descontos, sobretudo nas grandes cidades, levando outras a fazer o mesmo para não perderem clientes.

É uma matéria complexa que está em estudo desde há algum tempo porque estará a ter um efeito perverso, ao provocar dificuldades às farmácias mais pequenas, sobretudo as que estão localizadas no interior do país. Foi, aliás, em resposta a uma pergunta do grupo parlamentar do PCP — ao qual chegaram queixas de várias farmácias contra a “desregulamentação dos descontos praticados” — que o gabinete do ministro da Saúde adiantou, no início deste mês, que elaborou o tal projeto de despacho prevendo que o desconto (que incide exclusivamente sobre a parte não comparticipada do preço do medicamento) não pudesse ser superior a 3%.

A "situação económica do sector das farmácias em Portugal é, publica e manifestamente, débil e com elevado risco de sustentabilidade”, argumenta o gabinete do ministro. Um risco que, acrescenta, afeta "negativamente o acesso dos cidadãos a medicamentos e ameaça a capilaridade e distribuição equitativa da rede de farmácias por todo o país”.

Para fundamentar a intenção de passar a estabelecer um limite aos descontos, lembra ainda que, no cenário europeu, “poucos países permitem descontos da farmácia ao utente” e, quando o fazem, isso acontece apenas em medicamentos com preços regulados. Ou seja, “não podem ser feitos descontos nos medicamentos comparticipados”.

E dá o exemplo dos países que servem de referência a Portugal para fixar o preço dos medicamentos comparticipados, como Espanha, França e Itália, onde apenas são permitidos descontos em medicamentos não comparticipados ou não sujeitos a receita médica. Para justificar a fixação de um desconto máximo de 3%, o ministério alude a um estudo da Universidade de Aveiro, segundo o qual, em média, os grossistas concedem um desconto comercial de 3,5% às farmácias.

"Guerra desleal"
O problema é que a Autoridade da Concorrência é contra. Num parecer pedido ao regulador — e citado nesta resposta —, a AdC recomenda que não sejam introduzidos limites aos descontos a praticar pelas farmácias, de modo a “preservar o grau de concorrência atualmente existente", que é "indispensável a uma afetação eficiente de recursos e ao bem-estar dos consumidores".

Já a Direção-Geral das Atividades Económicas, apesar de admitir que esta medida possa fazer sentido em farmácias situadas "em territórios de grande densidade", considera que a proibição de descontos superiores a 3% no preço dos medicamentos terá um impacto reduzido para as farmácias situadas em zonas onde há pouca oferta.

“Nós bem queríamos que esta questão fosse regulamentada, porque tem havido uma guerra desleal entre farmácias e este era precisamente um dos pontos do acordo assinado há cerca de um ano com o Ministério da Saúde”, sublinha Manuela Pacheco, presidente da Associação das Farmácias de Portugal (AFP), que representa 153 estabelecimentos. A principal associação do sector, a Associação Nacional de Farmácias (ANF), não se quis pronunciar sobre esta matéria.

"É um assunto muito complicado", admite a farmacêutica, que avisa que há o risco de pequenas farmácias fecharem por não terem hipótese de concorrer com esta prática dos grupos com muitas farmácias e grande peso económico. Grupos que, diz, "chegam a fazer descontos de 20 a 25%". Nas aldeias há quem prefira não comprar na farmácia local e opte por adquirir os remédios quando vai à cidade, diz.

"Mas comprar medicamentos não é o mesmo que comprar cerejas ou batatas”, enfatiza, frisando que isto tem "um custo, em termos de saúde pública, porque não há um seguimento do utente".

Um responsável da Ordem dos Farmacêuticos (OF) citado na última edição da revista da instituição, também está a favor da limitação dos descontos. “Os descontos são praticados, na maioria dos casos, por unidades com maior poder económico e de forma indiscriminada, independentemente da capacidade financeira do pagador. A degradação do preço não é salutar, porque distorce a concorrência, pondo em risco a sustentabilidade dos mais pequenos”, sustenta João Almeida, da OF. De resto, acrescenta, “não faz muito sentido que o Estado fixe o preço e as margens e depois permita uma desregulação nos descontos”.

Especialista
A transmissão do Vírus do Papiloma Humano (HPV) é feita por contacto sexual e, por isso, muitos pais não veem urgência na...

O pediatra Paulo Oom considera que a vacinação de rapazes contra Vírus do Papiloma Humano (HPV) deve ser feita o mais cedo possível. "Sabemos que a vacina é mais eficaz se for feita em idades mais precoces", explica o pediatra à TSF.

Paulo Oom defende também que é uma boa ideia aproveitar as janelas de oportunidade. "Aproveitar outros momentos de vacinação, por exemplo, aos dez anos as crianças têm vacinas que fazem parte do Programa Nacional de Vacinação e, tal como nas raparigas, a vacina foi introduzida nesta idade também aproveitando um momento que já é conhecido de toda a população, as vacinas dos 10 anos, portanto, aproveitando esse momento devemos vacinar os rapazes nessa idade também".

O pediatra acredita que a melhor forma de prevenir o vírus do papiloma humano é mesmo a vacinação. "A prevenção pode ser feita através do preservativo, mas sabemos que o preservativo não protege 100% dos casos de infeção por HPV e, portanto, aqui a vacinação tem um papel fundamental", explica Paulo Oom.

Desde 2008, a vacina está incluída no Plano Nacional de Vacinação das raparigas. Sabe-se que a vacinação dos rapazes pode conferir a proteção individual e a proteção indireta dos(as) parceiros(as) e, por isso, a Direção-Geral da Saúde já admitiu alargar a vacina aos rapazes.

 

Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde constituiu uma comissão para elaborar uma Estratégia Nacional para a Saúde da Visão, que deve ser...

A comissão é presidida por António Augusto Magalhães, oftalmologista do Centro Hospitalar de São João e integra mais outras 13 pessoas, como o pediatra Gonçalo Cordeiro Ferreira, do Centro Hospitalar de Lisboa Central ou o oftalmologista Joaquim Neto Murta, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

A comissão tem 60 dias, a partir de hoje, para apresentar uma proposta de Estratégia Nacional para a Saúde da Visão e os elementos que a integram não são remunerados.

Fernando Araújo, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde que assina o despacho, indica no diploma que uma estratégia para a saúde da visão se justifica “face aos resultados positivos” obtidos com as experiências piloto para o rastreio da ambliopia em crianças, bem como o da retinopatia diabética.

Segundo o Programa da Direção-Geral da Saúde para a Saúde da Visão, em Portugal estima-se que cerca de metade da população sofre de alterações da visão, desde a diminuição da acuidade visual até à cegueira e que cerca de 20% das crianças e metade da população adulta sofre de erros refrativos significativos e que cerca de metade das pessoas com cegueira se encontra em idade produtiva.

Em Portugal, as principais causas de perda de visão incluem a catarata, a diabetes ocular, o glaucoma e as doenças maculares, como a degenerescência macular relacionada com a idade.

 

Centro Europeu de Controlo de Doenças
A China reportou esta semana o primeiro caso humano de gripe aviária A (H7N4) numa mulher de 68 anos, segundo o Centro Europeu...

No seu relatório semanal que abrange a semana de 11 a 17 de fevereiro, o ECDC diz que o primeiro caso foi detetado numa mulher que vive na província de Jiangsu, que desenvolveu sintomas em finais de dezembro passado e que se encontra já tratada.

Foi admitida no hospital para tratamento no dia 1 de janeiro e acabou por ter alta dia 22 do mesmo mês.

A mulher teve contacto com aves de capoeira antes do início dos sintomas, mas nenhum dos seus familiares ou contactos próximos apresentou sintomas durante o período em que esteve a ser tratada.

Segundo o relatório do ECDC disponível no seu ‘site’, o organismo de controlo e prevenção de doenças da China indicou que uma análise genética mostrou que a origem do vírus era aviária.

De acordo com o organismo europeu, trata-se do primeiro caso humano de gripe aviária A (H7N4).

As autoridades europeias referem que são necessárias outras análises genéticas para caracterizar a relação entre a origem do novo vírus e os anteriores vírus de gripe aviária A (como o H7N9), que causaram infeções humanas desde 2013.

 

Centro Europeu de Controlo de Doenças
Mais de 14 mil casos de sarampo foram notificados em 30 países europeus no ano passado, triplicando o número de situações...

“Os surtos de sarampo continuam a ocorrer nos países da União Europeia e do espaço económico europeu e existe o risco de propagação e transmissão sustentada em áreas com populações suscetíveis”, avisa o organismo da União Europeia.

Segundo o Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla inglesa), foram em 2017 reportados 14.451 casos de sarampo, quando em 2016 foram notificados 4.643 casos.

O país europeu com mais casos reportados desde 1 de janeiro de 2017 até ao momento continua a ser a Roménia, com mais de 10.600, seguido de seguido de Itália, com 4.991 casos, da Grécia (1.463 casos) e da Alemanha, com menos de mil.

Em 2017, Portugal teve dois surtos simultâneos de sarampo (num total de 29 casos), que chegaram a provocar a morte de uma jovem de 17 anos.

O sarampo é uma doença grave, para a qual existe vacina, tendo provocado a morte a 50 pessoas desde início de 2016 até hoje no espaço europeu.

Contudo, o ECD estima que há uma elevada incidência de casos em crianças menores de um ano de idade, que ainda são muito novas para receber a primeira dose da vacina. Daí que reforce a importância de todos os outros grupos estarem vacinados de forma a que não apanhem nem transmitam a doença.

Segundo os dados de 2017, mais de 87% das pessoas que contraíram sarampo não estavam vacinadas.

 

Legionella
A Direção-Geral da Saúde declarou o fim do surto de ‘legionella’ no hospital CUF Descobertas, em Lisboa, que infetou 15 pessoas...

“De acordo com a literatura científica, o período de incubação é de dois a 10 dias na maioria dos doentes, não estando descritos casos que ultrapassem os 20 dias. Assim, com a informação disponível, considera-se que este surto está terminado, uma vez que todos os casos diagnosticados, independentemente da data de início de sintomas ou de diagnóstico, tiveram contacto com o hospital e contraíram a infeção antes do tratamento da fonte de transmissão (28 de janeiro)”, refere uma nota da Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgada no sábado, indicando que contudo as autoridades continuam atentas à situação.

O surto tinha sido detetado no final de janeiro, quando foram diagnosticados dois casos de infeção por ‘legionella’ na unidade privada de saúde de Lisboa.

Neste surto foram confirmados 15 casos de doença dos legionários, sendo que um dos doentes não precisou de internamento, 12 já tiveram alta clínica e dois estão ainda internados em unidades de cuidados intensivos.

No dia 27 de janeiro, o hospital CUF Descobertas informou as autoridades de saúde sobre dois casos diagnosticados da infeção por ‘legionella’, tendo sido iniciada uma investigação sobre as possíveis fontes de infeção.

Segundo informação da DGS dias depois, a fonte estaria na canalização do hospital, provavelmente em chuveiros.

A interrupção da transmissão ocorreu em 28 de janeiro, horas após a identificação do surto e da potencial fonte emissora, lembra a DGS.

Este foi o segundo surto de ‘legionella’ conhecido em hospitais portugueses em dois meses, seguindo-se ao surto ocorrido em novembro de 2017 no hospital público São Francisco Xavier, em Lisboa, que provocou 59 infetados e cinco mortos.

A bactéria ‘legionella’ é responsável pela doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia. A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infeção, podendo ir até dez dias.

A infeção pode ser contraída por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. Apesar de grave, a infeção tem tratamento efetivo.

 

Câmara de Coimbra
A Câmara de Coimbra vai decidir sobre a concessão de isenção do pagamento de 472 mil euros em taxas relativas às obras de...

O executivo municipal de Coimbra vai “analisar e votar, na sua reunião de hoje, uma proposta para a isenção do pagamento de taxas urbanísticas, num valor superior a 472 mil euros”, ao Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra, “referente à obra de remodelação e ampliação do Serviço de Cirurgia e de Imagiologia”, anunciou a autarquia.

A isenção, cuja concessão se enquadra no Regulamento Municipal de Urbanização e Edificação (RMUE), é justificada pela Câmara com o “relevante interesse público municipal” da atividade desenvolvida pelo IPO.

“Este tipo de investimentos é daqueles que todas as pessoas beneficiam”, sustenta o presidente da Câmara, Manuel Machado.

De acordo com o RMUE, podem, “eventualmente, beneficiar de isenção ou redução de taxas e compensações urbanísticas” entidades da administração central indireta do Estado, nomeadamente entidades públicas empresariais (EPE) – como é o caso do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra, Francisco Gentil, EPE.

Esse benefício “tem por base e efetua-se em função do interesse público da operação urbanística a executar, mediante deliberação fundamentada da Câmara Municipal, que definirá os respetivos termos e condições”, acrescenta o regulamento.

A Câmara de Coimbra aprovou, em novembro de 2016, uma redução em 50% das taxas urbanísticas referentes a esta obra, com base no anterior RMUE, mas o IPO de Coimbra voltou a requerer a isenção das taxas, desta vez ao abrigo do novo regulamento, que entrou em vigor em julho de 2017, pedido que vai agora ser debatido e votado.

 

Ministério das Finanças
O Ministério das Finanças garante que foram transferidos para os hospitais os 500 milhões de euros para pagamento de dívidas,...

Numa resposta, o Ministério das Finanças adianta que foi feito em 29 de dezembro um aumento de capital estatutário no montante de 500,19 milhões de euros para 39 hospitais do Serviço Nacional de Saúde, de modo a garantir a sustentabilidade das unidades e a diminuir a dívida aos fornecedores.

“Estas verbas destinam-se exclusivamente ao pagamento de dívida vencida a fornecedores, por ordem de maturidade, cabendo à Inspeção-geral de Finanças supervisionar o processo, sendo o mesmo acompanhado pela Administração Central do Sistema de Saúde”, escreve o gabinete de Mário Centeno.

Mas os pagamentos, que serão feitos por antiguidade da dívida, só começam a ser pagos “após identificação e validação das dívidas por regularizar”.

“Só após identificação e validação das dívidas a regularizar estarão reunidas as condições para se proceder aos pagamentos através da aplicação dos saldos de gerência em despesa, nos termos das normas orçamentais em vigor”, indica o Ministério das Finanças.

Na sexta-feira, o ministro da Saúde já tinha garantido aos jornalistas que o dinheiro para pagamento de dívidas dos hospitais aos fornecedores já está nas unidades de saúde e que está “a ser finalizado o processo de definição dos pagamentos”.

Segundo o ministro, está-se neste momento no processo de “categorizar os fornecedores” e “dentro de dias será feita a liquidação de faturas”.

Adalberto Campos Fernandes comentava assim uma notícia de sexta-feira do Jornal de Notícias que diz que o ministro das Finanças bloqueou as verbas para os hospitais pagarem as dívidas aos seus fornecedores.

 

Oncologia
O Hospital de Guimarães, através do seu Serviço de Imagiologia, começou a tratar tumores por termoablação percutânea, uma nova...

Em comunicado, o Hospital de Guimarães explica que a técnica pode ser usada no tratamento de tumores benignos e malignos, primários e metastáticos, demorando cada procedimento "aproximadamente uma hora".

"Este procedimento, realizado por um médico radiologista de intervenção, consiste em usar uma corrente alternada de alta frequência produzida por um gerador, aquecendo uma agulha a mais de 60 graus centígrados, e, assim, causar destruição intencional de proteínas e dano nos tecidos. Para isso, é introduzida uma agulha através da pele até à lesão, sob controlo por ecografia ou Tomografia Computorizada", explica no texto a médica radiologista de intervenção do Hospital, Teresa Dionísio.

Para este procedimento é feita apenas uma pequena incisão de cerca de dois milímetros na pele para introduzir a agulha, não deixando cicatrizes nem acarretando tratamentos de penso.

A clínica aponta "várias vantagens" para os doentes: "a rapidez do procedimento e os raros efeitos secundários são exemplos. Mas, acima de tudo, é mais uma ferramenta, mais uma possibilidade terapêutica, que passa a existir quando, por exemplo, não é possível operar alguns tumores", enumera.

O Hospital de Guimarães explica ainda que o procedimento é realizado na sala de Tomografia Computorizada, sob sedo-analgesia com apoio de médico anestesista, e dura, no total, aproximadamente uma hora, embora o tempo de ablação em si mesmo seja de cerca de 12 minutos.

Na maioria dos casos, refere o texto, "o doente fica em vigilância por 12 a 24 horas, tendo alta clínica no dia seguinte à realização deste tratamento", lê-se.

O Hospital prevê um grande potencial de utilização desta técnica, tendo em conta as suas vantagens e uma vez que pode ser utilizada para tratamento de uma grande variedade de tumores.

 

Organização Mundial da Saúde
A Organização Mundial da Saúde recomenda que as equipas médicas e de enfermagem não interfiram no trabalho de parto de uma...

Numa nova recomendação sobre os nascimentos e partos emitida esta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) vem pôr em causa orientações que foram adotadas duraram décadas e que indicavam que um trabalho de parto que progride com uma taxa de dilatação do colo do útero menor que um centímetro por hora não fosse considerado normal.

Perante este cenário, muitas vezes as mulheres recebem oxitocina para acelerar o trabalho de parto ou acabam por ser encaminhadas para cesarianas ou para trabalhos de parto com fórceps.

Na sua nova orientação, a OMS pediu a eliminação da referência à dilatação de um centímetro por hora.

“Pesquisas recentes mostraram que esta linha não se aplica a todas as mulheres e que cada nascimento é único", disse Olufemi Oladapo, perito em saúde materna da OMS.

Segundo o responsável, a recomendação vai no sentido de indicar que esse limite de um centímetro de dilatação “não deve ser usado para identificar as mulheres em risco".

Para a OMS, muitas mulheres preferem um nascimento natural e confiam nos seus corpos para dar à luz o seu bebé sem intervenção médica desnecessária.

A organização considera que, mesmo quando a intervenção médica é necessária, é preciso incluir as mulheres na tomada de decisões sobre os cuidados que recebem.

A nova recomendação reconhece que cada trabalho de parto é único e que a duração da primeira etapa do processo varia de uma mulher para outra.

O documento divulgado esta semana pela OMS inclui 56 recomendações sobre o que é necessário para o trabalho de parto e imediatamente após a mulher ter o bebé.

Nas recomendações inclui o direito a ter um acompanhante à sua escolha durante o trabalho de parto e respeito pelas opções e tomada de decisão da mulher na gestão da sua dor, nas posições escolhidas durante o trabalho de parto e ainda o respeito pelo seu desejo de um parto totalmente natural, até na fase de expulsão.

 

Compreender a Síndrome
De causa complexa e “não totalmente compreendida”, a síndrome de Asperger é uma condição que condici
Criança a segurar em peluche a caminhar sozinha

O que é?

Previamente designado como Perturbação de Asperger, foi pela primeira vez descrita pelo austríaco Hans Asperger em 1944 que se referia a um síndrome em indivíduos com inteligência normal que mostravam dificuldades na interação social e tinham um comportamento diferente sem que tivessem atraso do desenvolvimento ou da linguagem.

Caracteriza-se, portanto, por uma dificuldade na interação social com interesse reduzido nas atividades e associado a comportamento por vezes estranho. Não está associado a atraso da linguagem ou do desenvolvimento intelectual, podendo até contrariamente, associar-se a excelentes capacidades académicas. Manifesta-se num amplo leque de gravidade.

Quais os sinais de alerta?

Podem incluir dificuldade em estabelecer contacto ocular, interpretação literal da linguagem, dificuldades em entender ou expressar emoções, dificuldades na coordenação motora ou interesses específicos. São idênticos em ambos os sexos, podendo ser mais difíceis de identificar no sexo feminino por serem tendencialmente mais tímidas ou reservadas na infância.

Os portadores desta síndrome têm interesses limitados e sobre assuntos específicos que envolvem a memorização ou ordenação de factos.

O que causa?

A causa é complexa e não totalmente compreendida, resulta de contribuições genéticas, ambientais e perinatais que influenciam o desenvolvimento cerebral.

Como se diagnostica?

O diagnóstico é clínico. Inclui os seguintes indicadores de dificuldade de interação social:

  • dificuldades na comunicação não verbal;
  • incapacidade para estabelecer relações esperadas para a idade.

O interesse por um número restrito de atividades e determinados padrões de comportamento são características habituais. Quando se manifesta de forma ténue podem não ser facilmente identificados como algo diferenciador em relação outras crianças.

O atraso da linguagem, atraso intelectual ou a dificuldade de adaptação não são características desta perturbação.

Atualmente o fenótipo de Asperger é incluído no diagnóstico de Perturbação do Espectro do Autismo. Desde 2013, com a revisão do manual da American Psychiatric Association, o DSM-5, a Síndrome de Asperger passa a ser denominada de Perturbação do Espectro do Autismo de nível 1, o mais ligeiro de três níveis.

Qual é o prognóstico?

Actualmente, não existe cura, mas quanto mais precocemente se intervier na área das competências sociais, linguagem e autonomia funcional, mais favorável será a evolução. O prognóstico depende sobretudo do grau de desenvolvimento intelectual e das competências sociais.

Qual o tratamento?

O grande objetivo da intervenção terapêutica é a promoção da interação social. A dificuldade em aceitar regras rígidas pode ser uma dificuldade para estas crianças, portanto uma estratégia utilizada é intervenção de forma a deixá-los confortáveis com regras e rotinas. As intervenções específicas que podem ser fornecidas incluem estratégias de comunicação e linguagem e treino de habilidades sociais. Para jovens e adultos, as intervenções podem incluir treino de relaxamento, orientação e aconselhamento profissional.
Não existem psicofármacos para tratar as características essenciais da síndrome, focalizando-se estas no tratamento das co-morbilidades, nomeadamente défices de atenção ou perturbações do humor.

Referências:
Kaplan & Sadock - 11ª edição ISBN:9788582713785
Asperger Syndrome Author: James Robert Brasic, MD, MPH; Chief Editor: Caroly Pataki, MD, Medscape
Federação Portuguesa de Autismo

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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