Shire Portugal
O caminho até ao diagnóstico de doença rara é emocional, física e financeiramente desafiador, e impacta significativamente a...

"Reconhecemos que o Dia Mundial das Doenças Raras deve ser assinalado junto da comunidade que vive com uma doença, sendo que para isso trabalhamos todos os dias como um representante dos milhões de pessoas afetadas, das suas famílias e cuidadores e dos médicos que tratam doenças raras", afirma Carla Benedito, diretora geral da Shire Portugal. "A nossa missão é impulsionar a pesquisa e desenvolvimento, além de apoiar as pessoas que vivem com doenças raras, particularmente para aqueles que têm, ainda, muito poucas opções de tratamento disponíveis. Esforçamo-nos, através dos nossos medicamentos e abordagens científicas inovadoras e fornecendo recursos de acesso e apoio, para ser um líder e parceiro valorizado para a comunidade de doenças raras".

Uma das iniciativas a que a Shire se associou este ano foi à Comissão Global para Acabar com a Odisseia do Diagnóstico de Crianças com uma doença rara (Global Commission to End the Diagnostic Odyssey for Children with a Rare Disease). A Shire, a Microsoft e a EURORDIS uniram-se para enfrentar o desafio do diagnóstico multianual a que muitos pacientes são sujeitos, trabalhando com o objetivo de quebrar barreiras ao diagnóstico. A Comissão é parceira de especialistas vindos de vários setores, incluindo associações de doentes, instituições académicas e de investigação, sistemas hospitalares e de saúde, organizações políticas, empresas de tecnologia e biotecnologia, que se juntaram para desenvolver um roteiro necessário de apoio ao campo das doenças raras no acelerar do tempo de diagnóstico.

Estima-se que existam 350 milhões de pessoas em todo o mundo com doenças raras.

 

Saúde mental
Estudo que incluiu mais de 100 mil homens e mulheres que já tiveram depressão considerou todos os tipos de antidepressivos mais...

Há evidências muito fortes de que os antidepressivos são eficazes no tratamento à depressão aguda em adultos. Esta é a conclusão de um estudo, que se prolongou durante seis anos, e que foi agora publicado. Os autores sublinham a importância de um estudo sobre uma doença que afeta 350 milhões de pessoas em todo o mundo e cuja prevalência está a aumentar.

A revista The Lancet publicou um estudo de revisão de 522 ensaios clínicos, com 21 antidepressivos diferentes. A recolha de dados abrangeu 116 477 homens e mulheres que tiveram depressão e que foram alvos de tratamento clínico, pelo menos, durante dois meses, escreve o Diário de Notícias.

Os cientistas envolvidos neste estudo são da opinião de que todos os tipos de antidepressivos estudados, sem exceção, foram mais eficazes no objetivo de diminuir os sintomas de depressão ao longo do tempo do que o placebo - considerando um antidepressivo eficaz aquele que conseguisse diminuir a sintomatologia em 50%.

"Os antidepressivos são uma ferramenta eficaz para a depressão. A falta de tratamento para a depressão é um enorme problema por causa do impacto na sociedade", justificou Andrea Cipriani do Oxford Health Biomedical Research Centre, que liderou o estudo

A surpresa foi parcial, pois esperava-se que alguns antidepressivos se mostrassem mais eficazes do que o placebo, mas ninguém perspetivava que todos se mostrassem superiores ao placebo. "Estávamos abertos a qualquer resultado, por isso podemos dizer que esta é a resposta final a uma dúvida de anos", disse o investigador principal do estudo, Andrea Cipriani, da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

Entre os antidepressivos também foi possível estabelecer um ranking de eficácia. Agomelatina, amitriptilina, escitalopram, mirtazapina, paroxetina , venlafaxina e vortioxetina foram aqueles que se mostraram mais combativos no ataque à redução dos sintomas. Os menos eficazes, concluíram os autores do estudo, mostraram ser a fluoxetina (Prozac, um dos menos eficazes mas dos mais bem tolerados), a fluvoxamina, a reboxetina e a trazodona.

 

Participação gratuita
Promover um maior conhecimento sobre as várias vertentes da saúde e incrementar o interesse da população sobre esta área é o...

Esta iniciativa da Universidade Nova, mais especificamente da Nova School of Business & Economics (Nova SBE) e da Nova Healthcare Initiative (Nova HI), pretende transmitir os conhecimentos produzidos em ambiente académico aos portugueses e abrir a universidade a todos aqueles que tenham interesse em explorar os temas da saúde e assim desenvolverem uma participação mais ativa na sociedade.

“Métodos estatísticos aplicados à saúde”, “Análise de intervenções em saúde”, “Value-based health care”, “Análise económica”, “Economia da saúde”, “Análise de desigualdades em saúde”, “Gestão em saúde: análise de processo” e “Liderança, cultura e gestão da mudança” são os módulos disponibilizados pela Nova SBE através da Nova HI.

Pedro Pita Barros, João Marques Gomes, Julian Perelman e Céu Mateus são alguns dos nomes que fazem parte desta iniciativa e que irão partilhar os seus conhecimentos com os presentes. A participação nesta iniciativa é gratuita mediante inscrição através do e-mail: [email protected].

A Nova SBE é uma das escolas portuguesas de gestão e de economia mais conceituadas e que dá agora a conhecer e põe em prática o trabalho desenvolvido pela Nova HI, unidade de investigação e de consultoria da Nova SBE para as áreas de gestão e de economia da saúde, de saúde pública e de políticas de saúde. Esta unidade produz e dissemina conhecimento científico com o objetivo de contribuir para tomadas de decisão informadas e devidamente fundamentadas.

Para mais informação consulte: https://www.facebook.com/novahealthcareinitiative/ e http://www.novahi.pt.

 

Doença afeta entre 50 a 60 mil portugueses
A Epilepsia é uma doença que resulta de uma perturbação do funcionamento do cérebro, devido a uma de

Conhecida desde a antiguidade, já era representada em papiros e atribuída a entidades sobrenaturais. Hipócrates (460-375 A.C.) reconheceu pela primeira vez que a epilepsia é uma doença do cérebro. Todavia, apesar da grande evolução e progresso no conhecimento médico, com novas opções de tratamento farmacológico e cirúrgico disponíveis, vários séculos depois ainda existe bastante desinformação e alguns preconceitos relacionados com esta doença. 

A sua incidência é elevada, atingindo cerca de 4 a 7 por cada mil habitantes, e estimando-se que existam cerca de 50 000 a 60 000 doentes com epilepsia em Portugal.

A Epilepsia é caracterizada pela repetição espontânea de crises epilépticas, de diversos tipos e cujas manifestações clínicas são diferentes, de acordo com o local de onde se originam as crises. Poderá manifestar-se por convulsões com contração maciça de toda a musculatura, ou apenas por uma perturbação do comportamento habitual. De uma forma simplista poderemos agrupar em crises focais, originadas em redes limitadas a uma área do cérebro ou em crises generalizadas, que rapidamente atingem as redes neuronais bilaterais.

A distinção entres estas duas categorias tem implicações terapêuticas e prognósticas, por isso é fundamental uma descrição exaustiva das crises com vista a identificar uma síndrome especifica.

O que causa a Epilepsia?

A expressão da epilepsia num indivíduo é o resultado de múltiplos fatores genéticos e ambientais. Esta é uma área em grande evolução e atualmente as causas são agrupadas em (1) Genéticas (2) Estruturais (3) Metabólicas (4) Imunológicas (5) Infeciosas e (6) Desconhecidas.

Como se faz o diagnóstico?

O diagnóstico é fundamentalmente clínico e baseia-se na história clínica, sendo importante a história familiar, os antecedentes pessoais e sobretudo a descrição pormenorizada dos acontecimentos. Na descrição da crise importa caracterizar muito bem a situação em que ocorreu (sono/alerta, repouso/exercício), o que estava a fazer, a sequência exata de acontecimentos e o estado após a crise. Na maioria dos casos será necessário recorrer a exames complementares, Electroencefalograma (EEG) e Ressonância magnética cerebral, para ajudar a definir o tipo de Epilepsia e orientar a terapêutica farmacológica ou eventualmente cirúrgica.

Qual é o tratamento?

O tratamento é geralmente farmacológico. A terapêutica deve ser mantida durante, pelo menos, dois anos com reavaliações periódicas. Em determinadas situações, sobretudo nalgumas crianças, será possível suspender a medicação, mas sempre sob aconselhamento médico. No entanto, na maioria dos casos deverá manter-se ao longo da vida. É importante salientar que nem todas as crises epilépticas são controláveis, cerca de um terço dos doentes poderão necessitar de várias tentativas de ajuste da medicação, alguns de uma dieta especial (dieta cetogénica) e nalguns doentes poderá estar indicado um tratamento cirúrgico. Este consiste em retirar uma parte do tecido cerebral, a zona onde se iniciam as crises, sem retirar tecido que possa prejudicar o normal funcionamento do cérebro, mas tem indicações específicas.

O que fazer perante uma crise epiléptica?

A principal atitude é:

  • manter a calma;
  • não tentar restringir os movimentos, desapertar o colarinho;
  • evitar traumatismo da cabeça, colocando a mão, ou um casaco dobrado, debaixo da mesma;
  • recomenda-se ainda desviar móveis ou objetos que possam magoar;
  • Colocar a pessoa na posição lateral de segurança quando os abalos (‘convulsões’) pararem.

O que não deve fazer

  • nunca colocar nada na boca, nem puxar a língua, não existe o perigo se enrolar ou obstruir a passagem de ar, como comummente se pensa;
  • nunca dar água;
  • deve manter-se junto à pessoa e esperar que a crise passe.

Quando levar ao Hospital

  • Dirija-se ao hospital apenas se tiver uma primeira crise, se esta durar mais de 5 minutos, se a pessoa não recuperar a consciência ou se houver algum traumatismo ou ferimento decorrente da crise;
  • Se o doente sofrer uma crise epiléptica como tantas outras, não é necessário chamar a ambulância ou ir ao hospital.
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Presidente
A presidente da Raríssimas, Margarida Laygue, alerta que a associação corre o risco de fechar caso os mecenas deixem de a...

“Efetivamente há esse risco, não vou negar, mas estamos a trabalhar para inverter a situação”, afirmou, na Casa dos Marcos, na Moita, a nova presidente da Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras.

Segundo Margarida Laygue, o Estado “tem sido exemplar” e tem “permitido continuar” o trabalho da associação, que apoia 247 utentes.

[O Estado continua] “a apoiar-nos como sempre apoiou nas contratualizações que fazemos, dos utentes que recebemos do Estado”, o que permite continuar o serviço em determinadas valências, frisou.

No entanto, “há uma percentagem grande” do trabalho da instituição que “sobrevive com o apoio dos mecenas e essa parte está a ser afetada”.

“Não estarmos continuamente a receber esses apoios vai fazer com que haja um risco” de a instituição fechar portas, advertiu.

Quando fez um mês que tomou posse, no início de fevereiro, Margarida Laygue apelou em conferência de imprensa para a ajuda dos portugueses, principalmente dos mecenas, para salvar a instituição.

Depois deste apelo, disse que houve “algumas manifestações” de pessoas que escreveram a dizer que queriam contribuir com algum donativo e de duas empresas.

“Infelizmente não teve a extensão de impacto que pretendíamos que tivesse, mas não desistimos e vamos continuar”, afirmou Margarida Laygue, reconhecendo que “do ponto de vista geral” pensou que “iria mobilizar muito mais” apoios e reiterando que vai prosseguir o trabalho de recuperar a confiança dos portugueses.

Apesar de reconhecer que ainda “é muito pouco tempo” para a direção dar provas, pediu aos portugueses para darem “um voto de confiança” no trabalho que está a desenvolver.

Alguns passos já foram dados para salvar a instituição, como “cortar alguns custos que não eram imprescindíveis para a associação” e negociar com os fornecedores para se reduzir as despesas mensais.

Uma “auditoria certificada às contas de 2017”, “rever o orçamento traçado”, contactar com os mecenas e a criação de um sistema para que estes sejam informados sobre como foram aplicadas as verbas doadas são outras medidas em desenvolvimento, adiantou.

Apesar de toda a polémica que envolveu a Raríssimas e que levou à destituição da antiga presidente, Paula Brito da Costa, que foi constituída arguida, a associação conseguiu garantir que “todos os serviços continuassem a funcionar” com o apoio dos colaboradores que fizeram “um esforço para continuar com as suas obrigações”.

Os pais também “estão tranquilos”, porque “nada foi interrompido” nos serviços terapêuticos e de acompanhamento, no lar, na unidade de cuidados continuados e no centro de reabilitação.

Para Margarida Laygue, “o importante é a causa” e a instituição poder “permanecer para além das pessoas” que a estão a dirigir.

“Eu estou só a fazer um papel e por isso chamo a atenção e digo que a Paula Costa e a Margarida Laygue não são nada importantes ao lado da causa que é a Raríssimas”, vincou.

No entanto, reconheceu que o caso que envolve a anterior presidente levou a que se fizessem conotações com a instituição.

“Acho que, até certo ponto, foi personalizada essa obra e associada à pessoa que fez este trabalho notável efetivamente. Fazem essas ligações, o caso foi mediático, o foco foi muito nessa pessoa e é normal que façam essas conotações”, referiu.

Paula Brito da Costa, fundadora da Raríssimas, demitiu-se da presidência após uma reportagem da TVI em que se levantavam suspeitas sobre a sua gestão, nomeadamente a utilização de verbas da instituição para diversos gastos pessoais.

Sobre o que a levou a abraçar este desafio, Margarida Laygue disse que foi o facto de também ser mãe de “uma menina rara”, que frequenta diariamente há mais de um ano e meio a Casa dos Marcos para fazer os tratamentos e terapias que precisa.

“Quando surgiu esta polémica na televisão (…) fiquei bastante preocupada”, afirmou, porque “infelizmente não existem assim tantas respostas que congreguem tantas especialidades de reabilitação como a Raríssimas consegue fazer na Casa dos Marcos”.

Pensou que “era essencial ajudar de alguma forma, fosse ela qual fosse, para que a Raríssimas continuasse”.

Os impactos de não haver direção “podiam ser bastantes negativos” e alguém “tinha de assumir este papel”.

Quando pais e colaboradores decidiram apresentar uma lista, Margarida Laygue disse que se sentiu “impelida, quase que instintivamente, para o fazer”.

“Foi tudo muito rápido, acho que nem eu estava bem preparada na altura, mas era o meu coração de mãe a falar mais alto de que tínhamos de fazer qualquer coisa”, observou.

“Assim foi, a nossa lista ganhou e cá estamos nós com um desafio enorme pela frente para ajudar a Raríssimas a continuar o seu trabalho”, disse ainda.

 

Estudo da Empregabilidade
Cerca de 70% dos dentistas que trabalham no estrangeiro não pretendem regressar a Portugal, segundo dados da Ordem dos Médicos...

Segundo o Estudo da Empregabilidade realizado aos dentistas portugueses, apenas 30% dos profissionais emigrados pretende voltar a Portugal, mas sem um horizonte de tempo definido.

De acordo com a Ordem dos Médicos Dentistas, um em cada dez dentistas portugueses está a trabalhar no estrangeiro, sendo um total de 1.500 em 11 mil profissionais no ativo.

“Não estamos a dar condições de segurança, condições de remuneração e de carreira. O que estamos a oferecer em Portugal é uma grande precariedade a estes jovens médicos dentistas. E grande parte deles vai exercer para o estrangeiro, nomeadamente para países da Europa”, afirmou o bastonário, Orlando Monteiro da Silva.

A larga maioria dos emigrados que não pretende sequer regressar a Portugal indica que, no estrangeiro, tem melhores condições de trabalho e de vida.

Segundo o Estudo da Empregabilidade, realizado no ano passado e agora divulgado, 60% dos dentistas a exercer em Portugal trabalham em dois ou mais consultórios e mais de metade dos que se formaram há menos de uma década trabalha em mais de quatro consultórios.

O bastonário dos Médicos Dentistas sublinha que as condições de trabalho são difíceis, sobretudo para os médicos mais jovens, que trabalham muitas horas, em vários consultórios ao mesmo tempo e com deslocações grandes, por vezes a uma ou duas horas do local de residência.

“Os nossos colegas mais jovens, sobretudo com menos de 10 anos de profissão têm uma grande precariedade, remunerações baixas, sem perspetivas de carreira e isso leva-os, nomeadamente, à emigração. É fundamental que a sociedade e os candidatos ao curso de Medicina Dentária se informem sobre as condições de emprego que vão encontrar e que desfaçam essa ideia de que a medicina dentária é uma profissão onde se ganha muito bem. Não é assim de há muito tempo a esta parte”, aconselha Orlando Monteiro da Silva.

Ao Governo, a Ordem dos Médicos Dentistas recomenda e apela a que sejam reduzidas as vagas nos sete cursos de Medicina Dentária existentes em Portugal.

“Parece-me óbvio que as faculdades têm de repensar a sua oferta para não continuarmos a formar pessoas para as convidarmos a exercer fora de Portugal”, indica o bastonário, lembrando que todos os anos saem dos cursos entre 600 a 700 novos licenciados em medicina dentária.

O responsável defende que este valor devia ser progressivamente reduzido, pelo menos 10 a 15 por cento por ano, apostando antes na formação pós-graduada.

Aliás, Portugal tem um médico dentista por cada mil habitantes, quando as recomendações internacionais apontam para um profissional para 1.500 a 2.000 habitantes.

“As próprias faculdades sabem que estão a formar médicos dentistas ou para o desemprego ou, talvez ainda mais grave, para o subemprego, a precariedade. Um médico dentista, por ser uma profissão ainda liberal, raras vezes se pode considerar desempregado. Ele está é numa situação grave de subemprego”, comenta o bastonário dos Médicos Dentistas.

 

Saúde oral
A Ordem dos Médicos Dentistas quer que o Estado comparticipe cuidados de saúde oral aos utentes do Serviço Nacional de Saúde,...

“Era fundamental [criar] uma comparticipação para os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) quando não exista médicos dentistas nos centros de saúde, para complementar o programa do cheque dentista e para a generalidade da população. É preciso criar mecanismos de comparticipação das consultas. Para ajudar as famílias, até da classe média, a ter acesso à medicina dentária”, refere o bastonário dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva.

De acordo com o Estudo da Empregabilidade realizado no ano passado e agora divulgado pela Ordem, entre 50 a 60 por cento dos utentes em Portugal pagam integralmente no ato da consulta ou do tratamento no médico dentista.

Há ainda 13 a 16% que paga através de seguro de saúde, 10 a 13% por subsistema público e cinco a sete por cento por plano de saúde. Depois, cerca de 6% por cheque dentista e três a cinco por cento a crédito.

Apesar de 44% dos médicos dentistas considerarem que o número de utentes subiu entre 2016 e 2017, a Ordem sublinha que há uma larga fatia da população que “não tem capacidade económica para ir ao médico dentista”.

“As pessoas que não têm capacidade económica não vão ao médico dentista e as que não vão também não têm capacidade para fazer um seguro [de saúde]. É preciso investir muito no acesso à medicina dentária, criar outros mecanismos que ajudem os portugueses com menores recursos. Mesmo a classe média está impedida, em grande parte, de ter acesso à medicina dentária, porque apenas está presente no setor privado”, afirma Orlando Monteiro da Silva.

Embora aplauda os projetos que há menos de dois anos começaram a integrar médicos dentistas nos centros de saúde, o bastonário indica que a presença de dentistas no SNS ainda é tímida.

Por isso, defende comparticipações para ajudar a população a recorrer à medicina dentária.

A Ordem dos Médicos Dentistas chegou já a propor a criação de um seguro estatal para a saúde oral que funcione à semelhança da ADSE dos funcionários públicos.

Segundo um estudo apresentado pela Ordem em 2016, o Estado precisaria de 280 milhões de euros anuais para dar a todos os utentes acesso a cuidados de medicina dentária em regime de convenção com consultórios privados.

O custo anual de 280 milhões de euros permitiria incluir cerca de 90% dos cuidados de saúde para todos os utentes do SNS. Ou seja, naqueles custos estão contemplados os cuidados e tratamentos mais frequentes, como extrações, desvitalizações ou limpezas.

O estudo e 2016 apresentou vários cenários para aumentar o acesso dos portugueses a cuidados de saúde oral e recomenda que se opte pelo aumento da cobertura pública através de prestação privada, um regime convencionado como já acontece noutras áreas (análises clínicas, por exemplo).

A aplicação deste regime aponta para um encargo SNS de 280 milhões de euros por ano, o que daria uma despesa de 28 euros por cada português.

 

Casa de Saúde da Idanha
A robótica e terapias digitais no apoio a vítimas de demência está em destaque no congresso internacional dedicado às doenças...

O psiquiatra Pedro Varandas, diretor da Casa de Saúde da Idanha, onde se realiza o congresso, disse que já começou o uso de robôs e meios digitais na assistência a doentes em países como os Estados Unidos e o Japão.

Assinalando o envelhecimento da população portuguesa, o coordenador científico do congresso defendeu que "Portugal terá que pensar muito seriamente o que quer fazer nesta área", uma vez que não existe uma rede de cuidados específicos para estas doenças, que se estima que afetem "entre 50 mil a 60 mil pessoas" no país.

"Os equipamentos para internamento, por exemplo, são muito escassos. Quando as pessoas precisam de ser internadas, até por outras patologias, vão para dispositivos desadequados", referiu.

Meios digitais e robóticos que interagem com os doentes providenciam "conforto e dignidade" para os doentes, como "Paro", um robô com um grau de inteligência artificial que permite a interação com pessoas como se fosse um animal de estimação, e cujo criador, Takanori Shibata, estará presente no congresso.

"Estas doenças não podem ser travadas, mas podem ser estabilizadas", disse Pedro Varandas, acrescentando que há "técnicas neuro-psiquiátricas" modernas que visam alguma "reabilitação cognitiva", tentando recuperar áreas da memória e melhorar o desempenho intelectual dos doentes, maioritariamente de idade avançada.

O risco genético é um fator importante no desenvolvimento destas doenças, entre as quais sobressai o Alzheimer, mas os riscos ambientais decorrentes de "estilo de vida, alimentação, exercício", são também determinantes, disse.

Com as comunicações do congresso, que decorre quinta e sexta-feira, pretende-se fazer um ponto de situação nos cuidados prestados e no conhecimento científico mais atual.

 

Banco Farmacêutico
Os portugueses doaram 15.000 medicamentos e produtos de saúde, com um valor estimado em 60.000 mil euros, a 100 instituições de...

A X jornada de recolha de medicamentos, principal iniciativa do Banco Farmacêutico, realizou-se no sábado em 230 farmácias de todo o país e contou com o apoio de 600 voluntários.

Dados divulgados hoje pelo Banco Farmacêutico revelam que os portugueses doaram 15 mil medicamentos e produtos de saúde, mais 1.000 face ao anterior.

O número de farmácias aderentes também aumentou com mais dez a juntarem-se à iniciativa. “Embora tenha sido uma subida ligeira, permitiu ao Banco Farmacêutico estar, pela primeira vez, presente em todos os distritos de Portugal Continental”, referiu a organização em comunicado.

“Aumentamos o número de farmácias, de voluntários, de instituições apoiadas e de medicamentos doados, o que nos possibilita ajudar milhares de pessoas, que de outra forma não teriam possibilidade de adquirir estes medicamentos”, afirma o presidente do Banco Farmacêutico, Luís Mendonça, citado no comunicado.

Desde 2009, ano em que a iniciativa decorreu pela primeira vez em Portugal, o Banco Farmacêutico ajudou instituições de solidariedade social com 97.000 medicamentos e produtos de saúde.

O Banco Farmacêutico afirma que “o empenho das farmácias aderentes e respetivas equipas foi essencial para o sucesso da iniciativa, pela sua participação ativa na divulgação e ligação às comunidades onde se inserem, sensibilizando-as para esta causa”.

Foi “igualmente importante o papel que os voluntários desempenharam ao longo de toda esta ação, estando presentes em cada farmácia e divulgando o Banco Farmacêutico a todos os utentes”, sublinha.

 

Pediatra IPO/Porto
As células dendríticas foram um negócio que entrou em decadência, pois os pais das crianças com cancro deixaram de falar nelas,...

Armando Pinto falava durante o Fórum “Cancro Pediátrico”, organizado pela associação Lions e que hoje reúne, em Lisboa, vários especialistas em oncologia pediátrica.

Para o diretor do serviço de pediatria do Instituto Português de Oncologia (IPO), faz parte do dia a dia dos médicos que atendem crianças com cancro responder a dúvidas dos pais sobre as terapias alternativas.

“O dr. google entra todos os dias nos nossos serviços e consultórios. O que eu tento explicar é que algumas dessas terapias são puramente experimentais e, embora não seja contra as experiências, elas não passam disso”, disse.

Há alguns anos, muitos foram os pais de crianças com cancro que questionaram a eficácia das células dendríticas - que atuam ao nível do sistema imunitário e são usadas em tratamentos ainda experimentais - sobre as quais existia um aceso debate nas redes sociais, mas o assunto “saiu de cena”.

“Inicialmente foi uma experiência e depois transformou-se num negócio rentável que está a entrar em decadência. Saiu de cena, pois os pais deixaram de falar nele”, adiantou Armando Pinto.

Este médico recordou que o IPO do Porto está ligado em rede aos outros centros europeus e que às crianças e aos seus pais é sempre proposto o tratamento considerado mais adequado.

Nesta escolha não são feitas contas, conforme afirmou Armando Pinto: “Tratamos os doentes e não pensamos em contas”, disse.

Em relação a esta área da medicina, o especialista partilhou com a audiência que é muitas vezes questionado sobre como consegue tratar estes doentes, tão novos.

“Aos doentes é que deve ser perguntado como aguentam as doenças. Os médicos são uns privilegiados porque podem ajudar os doentes e fazer qualquer coisa para mudar o mundo”, sublinhou.

Ao serviço de pediatria do IPO do Porto chegam todos os anos 100 novos casos, o que representa um por cento dos 10.000 novos doentes que a instituição trata.

“Somos os senhores um por cento do IPO do Porto”, ironizou, recordando que, apesar de todos os profissionais de saúde reconhecerem a importância de as crianças serem tratadas o melhor possível, estes são os primeiros a recusar fazê-lo, alegando tratar-se de casos para a pediatria.

Neste serviço, um novo caso é tratado como um incêndio: “Todos os canais têm de ser ativados e depressa. Os pediatras têm pressa”, disse, referindo-se ao facto de a maioria das doenças oncológicas serem de crescimento rápido nas crianças.

Em Portugal surge uma nova criança com cancro todos os dias.

Na Europa, todos os anos são registados 35.000 novos casos de cancro em crianças e jovens até aos 24 anos.

 

Câmara de Gaia
A Câmara de Vila Nova de Gaia vai distribuir gratuitamente vacinas que não estão previstas no Plano Nacional de Vacinação,...

Em declarações, Eduardo Vítor Rodrigues explicou que o Programa Municipal de Vacinação, que foi aprovado na segunda-feira em reunião de câmara, "pela primeira vez faz uma cobertura de várias faixas etárias vulneráveis com vacinas para além do Plano Nacional de Vacinação".

"A expectativa é que o plano sirva para um objetivo social e seja interpretado como uma mais valia para quem nasce em Vila Nova de Gaia. Queremos garantir que ninguém fica fora de vacinas que são absolutamente decisivas", disse o autarca.

Em causa estão a Rotavirús (sobre a principal causa de gastroenterite aguda em todo o mundo), a Pneumocócica (evita infeções graves, indicada para crianças até aos dois anos) e a Bexero (protege contra a meningite B).

Serão abrangidos bebés nascidos no hospital de Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, bem como idosos, adultos portadores de doenças crónicas e outros grupos de acordo com a sinalização que a rede venha a fazer.

"Associamos algum deste trabalho a uma relação forte com as unidades de pediatria e obstetrícia do Hospital de Gaia. Além do aspeto social, temos uma missão de caráter estratégico que visa a sustentabilidade dos nascimentos em Gaia", disse Eduardo Vítor Rodrigues.

O presidente da câmara avançou que o plano "deverá entrar em vigor rapidamente", tendo um financiamento entre os 380 mil euros e os 400 mil euros por ano.

A expectativa é de que venha a beneficiar cerca de 1.800 crianças, 25.000 idosos e entre 10.000 e 15.000 pessoas de outros grupos, cuja adesão dependerá da vontade das famílias e da sinalização feita.

"Espero que se traduza para as famílias numa resposta economicamente vantajosa", concluiu o autarca.

 

Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge
A representatividade dos doentes e das associações é o mote para a conferência 2018 da Aliança Portuguesa para as Doenças Raras...

O debate terá lugar a 27 de fevereiro, a partir das 9h30, no Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), antecipando o Dia Mundial das Doenças Raras que se assinala a 28 de fevereiro.

“Na Europa existem vários exemplos de Alianças Nacionais que congregam centenas de associações de doentes. Em Portugal muitas das associações de doenças raras não se encontram representadas em nenhuma das duas estruturas agregadoras existentes”, explica Marta Jacinto, presidente da Aliança Portuguesa de Associações de Doenças Raras. “É urgente analisar e avaliar a forma como se congregam as associações para as doenças raras. No panorama atual é necessária uma estrutura forte, coesa, agregadora e representativa de todas as associações de doenças raras, para que se possa defender as necessidades de quem vive com uma doença rara, sensibilizar a opinião pública e representar as associações e as doenças raras de forma transversal junto das entidades decisoras tanto em Portugal como na Europa”, acrescenta a responsável justificando a escolha do tema para o debate deste ano.

O evento “Mostre que apoia as Doenças Raras” irá ainda promover e divulgar as práticas de investigação e acesso a tratamento em doenças raras em Portugal, chamando a atenção para a importância do papel das associações no desenvolvimento de políticas, programas de investigação e protocolos para doenças raras específicas.

Durante a parte da manhã, as temáticas irão assim incidir sobre as questões da investigação. A parte da tarde terá como foco de discussão a representação dos doentes e das associações, desde os fundamentos legais aos modelos de funcionamento das Alianças Nacionais de Associações na Europa.

Consulte o programa completo em www.aliancadoencasraras.org/ddr2018.html

 

Desafio da Quercus
A Quercus desafia os portugueses a desistirem dos produtos descartáveis durante 40 dias, no âmbito de uma iniciativa europeia...

Chamada "#40 dias sem plástico", a campanha vai decorrer no período da Quaresma (assinalado por alguns grupos cristãos antes da Páscoa) e é divulgada em Portugal pela associação de defesa do ambiente Quercus.

Trata-se de "um desafio ambiental europeu e diário que convida a desistirmos dos produtos descartáveis e a sensibilizar as populações para modos de vida mais amigos do ambiente", explica a Quercus em comunicado.

Segundo a coordenadora da área dos resíduos da associação, Carmen Lima, "Portugal está em linha com os países que mais consomem este tipo de produtos, mas alguns deles, como a França e o Reino Unido, já [têm] legislação pronta para eliminar o [seu] uso" e reduzir o consumo de plásticos, escreve o Sapo.

A associação espera que Portugal passe rapidamente a fazer parte deste grupo de países e avança que, estimativas citadas pelos ambientalistas referem ser consumida por ano nos restaurantes uma quantidade de palhinhas suficiente para dar a volta ao planeta cinco vezes.

Vários partidos apresentaram já propostas visando a proibição ou redução do uso de utensílios descartáreis nos restaurantes, diplomas que estão a ser analisados na Assembleia da República.

Partículas levam à morte e contaminação de animais
"A situação não é animadora", salienta a associação, já que o consumo de produtos descartáveis está a crescer e estudos recentes mostram que 259 milhões de copos de café, 10 mil milhões de beatas de cigarros, 40 milhões de embalagens de 'take-away', mil milhões de palhinhas de plástico e 721 milhões de garrafas descartáveis são consumidos em Portugal em cada ano.

Plásticos, como cotonetes, palhinhas ou sacos de plásticos descartáveis, vão parar aos oceanos e deterioram-se, dando origem a pequenas partículas que são ingeridas pelos animais e levam à sua morte.

Saúde dos humanos em risco
Os microplásticos também são um ingrediente de muitos cosméticos e produtos de higiene pessoal, como exfoliantes para cabelo, corpo e rosto, pastas e cremes dentais, entrando na rede de esgotos, mas como são demasiado pequenos para serem completamente filtrados nos sistemas de tratamento vão para os rios e mares.

Estas partículas acabam por entrar na cadeia alimentar dos humanos, "podendo colocar a saúde em risco", alerta a Quercus.

A poluição do mar pelos plásticos é um problema global. Em 1990, a produção de plástico era metade da atual e daqui a alguns anos poderá existir no oceano mais plástico do que peixe, se nada for feito para evitar o elevado consumo deste material, conclui.

 

Entrevista
Qual a diferença entre erro médico e evento adverso?

AdS: O que se pode entender por erro médico e evento adverso?

Um erro médico é uma falha, não intencional, que ocorre numa ação que é previamente planeada para se atingir determinado resultado. Ou seja, um desvio ou engano de um plano de cuidados previamente estabelecido, que resulta ou tem potencial em resultar em dano para o paciente.

Já o termo «evento adverso» é mais abrangente, englobando todo o tipo de incidentes que causam dano ao paciente e que estão relacionados com os cuidados que lhe são prestados e não com o curso da sua doença.

O erro médico é um dos exemplos que pode contribuir para um evento adverso, mas este não tem de ser necessariamente uma consquência de um erro.

AdS: Qual a diferença entre erro médico e negligência médica? São termos que facilmente se confundem? Porquê?

O erro médico, como referido anteriormente, pode ser traduzido numa falha, engano ou lapso de um plano que vai prejudicar o resultado esperado. No erro médico pressupõem-se que foram realizados todos os cuidados inerentes ao processo em causa e tomadas todas as devidas providências para o plano previamente estabelecido, no entanto, ocorre um desvio indesejado desse plano. Este erro pode acontecer a qualquer profissional diligente e, habitualmente, não está relacionado com a violação do dever ou dos cuidados daquele profissional.

No caso da negligência médica ocorre uma violação do dever e dos cuidados que são da responsabilidade do profissional e para os quais ele está capacitado. Ou seja, está relacionado com o incumprimento das regras ou dos cuidados médicos, transgressão do dever e pressupõe a existência de um tipo de culpa ou de atuação ilícita.

Como podemos perceber pelas suas definições, são termos que facilmente se confundem, até porque, na prática, nem sempre é fácil esmiuçar se o dano derivou de um erro não culposo ou, se pelo contrário, adveio de um erro culposo proveniente da falta de cuidado adequado e exigível a um profissional médico. E é deste dilema que é importante a abertura de processos de inquérito e investigação, para se descortinar e analisar o tipo de ocorrência.

AdS: Quais a causas de erro médico mais frequentes? E como podem estes ser classificados?

As principais causas de erro médico são lapsos ou erros de destreza, que resultam de distrações momentâneas e que fazem com que a ação planeada não seja realizada, sendo substituída por outra indesejada. Ocorrem, habitualmente, em pessoas mais experientes por défice de observância de regras, nomeadamente na repetição de atos habituais, omissões após uma interrupção, interferências, confusão na percepção, quebras na atenção.

Outro tipo de erro está associado a má aplicação de regras, por inadequada aplicação de regras boas (excesso de informação, força da regra, generalidade e adequação, rigidez na aplicação) ou má aplicação de regras más (regra mal concebida, desadequada para o caso ou mal aplicada). Os erros podem decorrer também, por exemplo, de má utilização do conhecimento.

Podem também ser classificados quanto à sua preventabilidade: erros preveníveis (os mais frequentes), potencialmente preveníveis ou não preveníveis. Ou quanto à fase do processo clínico: erros de diagnóstico, de terapêutica (os mais frequentes) ou de prevenção.

AdS: Tendo em conta que os cuidados de saúde podem ser prestados por uma equipa multidisciplinar, como se apuram responsabilidades?

Por regra há uma sucessão de pequenas falhas para que um evento adverso ocorra, e não é fruto exclusivo dum erro individual.

O modelo do queijo Suíço, proposto por James Reason em 2000, é uma interessante forma de analisar este contexto, onde para acontecer um evento grave é, por regra, necessário um alinhar de falhas, humanas e do sistema, até ocorrer esse evento. Em muitas ocasiões, acontece o designado “quase evento” em que são quebradas algumas regras de segurança mas felizmente o evento acabou por não suceder. Quer nos eventos, quer nos quase eventos é desejável uma consciencialização coletiva que falhas ou erros ocorrem a todos os profissionais, em todas as organizações, e para o seu bom funcionamento é importante haver um sistema de deteção, monitorização e correção precoce dos erros, objetivando eliminar a sua replicação futura.

Assim, por regra, deve-se evitar procurar o “bode expiatório” quando ocorre um evento grave, mas sim, procurar perceber melhor todas as falhas ocorridas que culminaram nesse evento e trabalhar, desde logo, coletivamente, no mecanismo de correção e evitar eventos futuros.

Portanto, de facto, em muitos casos há uma responsabilização coletiva, com menos ou mais responsabilidade de cada elemento, que deve ser ponderada, analisada, com eventuais punições se for oportuno, mas acima de tudo trabalhar-se para minimizar a probabilidade de erros voltarem a ocorrer.

AdS: São sempre abertos processos de inquérito ou investigação?

Na ocorrência de um evento ou quase-evento há varias formas de analisar a situação. Podem, por exemplo, ser contactadas as Ordens Profissionais respetivas para uma eventual investigação, pode ser ativado um mecanismo interno nos hospitais designado “Gestão de Risco”, que é analisado por uma equipa específica intra-hospitalar para esse fim.

Pouco comum ainda, em Portugal, é a implementação de equipas de “Segurança do Doente”, nas unidades de saúde, que analisam eventos e quase eventos ocorridos num determinado período de tempo, dialogando construtivamente sobre a possibilidade da implementação de medidas de melhoria para evitar a sua ocorrência futura. Um problema no contexto português na implementação deste tipo de mecanismos prende-se com uma excessiva cultura de culpabilização individual, que desincentiva os profissionais a partilharem com os colegas, de forma construtiva, as condições que foram propícias aos eventuais erros e que podem e devem ser corrigidas no futuro para uma melhor prestação de cuidados de saúde.

AdS: Quando dá conta da ocorrência de um erro médico ou evento adverso, o que deve o profissional de saúde fazer? 

No livro “Competências Clínicas Práticas e Preparação para OSCE”, no capítulo Segurança do Doente, os autores Ana Cláudia Carneiro e Jorge Fonseca fazem uma boa descrição de como agir nessas circusntâncias. Há um processo que deve ser seguido e, sem entrar em demasia nos detalhes explicitados pelos autores nessa obra, é importante reunir toda a informação necessária, as pessoas envolvidas, incluindo a presença do responsável superior que deve liderar o processo de comunicação.

O diálogo com os doentes e seus familiares deve ocorrer, sempre que possível, num local onde se garanta a adequada privacidade, e explicar calma e transparentemente os detalhes da ocorrência, mantendo disponibilidade para esclarecer quaisquer dúvidas nesse momento ou futuramente.

Deve ser dialogado sobre os possíveis passos clínicos futuros e, como em todas as decisões médicas, deve ser decidido em consenso com o doente ou seus tutores. Adicionalmente, é importante providenciar apoio adequado à família ou doente, como é o caso do apoio psicológico.

AdS: Já que refere que deve ser prestado apoio aos doentes e familiares, que tipo de apoio tem o profissional de saúde nestas circunstâncias?

Esta é uma excelente questão. O apoio aos doentes e seus familiares deve ser a prioridade de todas as instituições de saíde, e deve ser providenciado conforme descrito anterimente, com uma equipa dedicada, incluindo médicos, psicólogis e assistentes sociais que devem dar os cuidados necessários ao doente e familiares. Infelizmente, nem sempre existe capital humano suficiente para que esse apoio decorra conforme desejado.

Mas um aspeto muito negligenciado prende-se com o apoio adicional que pode e devia ser dado aos profissionais de saúde perante as circunstâncias de lidarem frequentemente com situação clínicas complexas, não apenas decorrente de eventuais erros mas muito frequentemente no seguimento de situações que culminaram com um desfecho clínico desfavorável, em que os doentes e seus familiares são os principais a sofrer com essas circunstâncias, mas os profissionais de saúde também são afetados. Na grande maioria das ocasiões deram o seu melhor, com adequada abordagem técnica, mas o desfecho infeliz cria um sentimento de impotência e até insegurança. É, de facto, importantíssimo maior apoio aos profissionais de saúde expostos frequentemente a estas circunstâncias, por vezes traumatizantes, e que contribuem também para os elevados índices de esgotamento que afetam muitos profissionais de saúde.

AdS: Para terminar, como se pode prevenir o erro em medicina?

Do ponto de vista institucional dever ser implementadas medidas facilitadoras de boas práticas em saúde, como por exemplo haver espaço físico, material e recursos humanos adequados às necessidades em cada organização. E esta é um responsabilidade maioritariamente do gestores da instituição.

Do ponto de vista profissional, em cada classe devem ser seguidas as boas práticas em saúde, ajustadas a cada contexto, se possível seguindo protocolos devidamente validados.

Será importante também a implementação de mecanismos de monitorização de eventuais erros, para os identificar, analisá-los e trabalhar no sentido de minimizar a possibilidade de novos eventos.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Algumas horas por semana de atividade física, mesmo de baixa intensidade, como caminhar ou fazer jardinagem, podem diminuir o...

O volume total de atividade física está associado a um menor risco de morte por qualquer causa, concluem os autores de um estudo publicado na revista médica British Journal of Sports Medicine.

A investigação, segundo o Sapo, mostra que cada meia hora adicional de atividade de baixa intensidade por dia (como colocar plantas em vasos, passear o cão ou caminhar) está associado a uma redução de 17% do risco de morte prematura na idade adulta.

Meia hora adicional de atividade moderada ou intensa reduz ainda mais o risco: até 33%. "As diretrizes britânicas e norte-americanas sobre a atividade física não mencionam [até agora] nenhuma vantagem de uma atividade de intensidade leve", indica Barbara Jefferis, epidemiologista da University College London, à agência de notícias France Presse.

"Mas os resultados do estudo sugerem que todas as atividades, não importa a sua intensidade, são saudáveis", explica.

O estudo teve início em 1978 e contou com cerca de 8.000 homens entre os 40 e os 59 anos de 24 cidades britânicas.

Entre 2010 e 2012, os 3.137 sobreviventes passaram por um exame médico e responderam a perguntas sobre o seu estilo de vida e qualidade de sono. No entanto, o estudo concentrou-se em 1.181 homens que usaram um aparelho de acompanhamento do volume e intensidade do exercício físico durante sete dias.

Os autores lembram que este tipo de estudos de observação não permitem estabelecer formalmente uma relação de causa e efeito.

Além disso, não está claro se as observações desse estudo podem ser aplicadas às mulheres, embora a priori não haja motivos para que os resultados difiram, afirmam os investigadores.

 

Médicos alertam
Em Portugal, ocorrem cerca de 10.000 casos de paragem cardiorrespiratória ou morte súbita por ano. Segundo dados do INEM,...

"Podemos estar rodeados de médicos, mas se não temos os meios necessários para socorrer um cidadão perante um episódio de morte súbita, a situação não se vai resolver", sintetiza desta forma o flagelo da morte súbita cardíaca em Portugal, João Morais, presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC).

Em Portugal ocorrem cerca de 10.000 casos de paragem cardiorrespiratória por ano, escreve o Sapo. Segundo dados do INEM, apenas 3% das vítimas sobrevive, o que reflete lacunas do nosso sistema de socorro pré-hospitalar.

Falta de cultura de socorro
"Não existe uma cultura de socorro enraizada na sociedade portuguesa e, segundo o INEM, em 57% das paragens cardiorrespiratórias presenciadas não é realizada qualquer manobra de reanimação até chegada do socorro", alertam os médicos da SPC em comunicado.

"A área da prevenção da morte súbita cardíaca, no entender dos cardiologistas, está longe de ter uma resposta adequada e é, por isso, um dos domínios onde ainda há muito por fazer. Esta é seguramente uma das áreas em que é possível ter os maiores ganhos em saúde. Infelizmente, e apesar de a Lei estar a evoluir no sentido de combater esta realidade, e de termos um Serviço de Emergência Médica satisfatório, de qualidade e que cobre todo o panorama nacional, um cidadão que sofra um episódio de morte súbita ainda está votado à sorte: à sorte quanto ao local onde decorre o episódio e à sorte de quem está por perto", lê-se ainda na nota.

Apenas alguns minutos
Se o coração parar, há apenas um hiato de apenas alguns minutos para fazer um conjunto de manobras, no tempo certo, com o apoio necessário para poder salvar uma vida. É nestes minutos que muito ainda está por fazer.

A cadeia de sobrevivência, isto é, o conjunto de manobras que deverão ser efetuados quando uma pessoa sofre de um episódio de morte súbita, prevê os seguintes passos: reconhecer que a vítima está em paragem cardiorrespiratória, ligar 112, iniciar de imediato  as manobras de Suporte Básico de Vida, aceder e utilizar um Desfibrilhador Automático Externo (DAE) (necessário na maioria dos casos de morte súbita) e manter as manobras até chegada das equipas do INEM que depois continuará os cuidados pós-ressuscitação.

"Se estes passos não forem executados correta e atempadamente a possibilidade de sobrevivência diminui muito e rapidamente", frisam os médicos.

O que fazer perante um episódio de morte súbita?
Quando ocorre um episódio de morte súbita, o impulso é ligar o 112, o que, sendo crucial, não basta. Quando ocorre um episódio de morte súbita, o tempo necessário para que ocorra uma lesão cerebral irreversível pode ser inferior a 5 minutos e o INEM raramente chega a tempo de evitar o pior.

É nesses momentos que a probabilidade de alguém sobreviver, sem uma lesão cerebral, pode depender de si. Se cada um de nós soubesse manobras de Suporte Básico de Vida (SBV), inúmeros casos de morte súbita poderiam sido evitados.

O SBV é conjunto de medidas utilizadas para restabelecer a vida de uma vítima em paragem cardio-respiratória. O SBV é vital até a chegada do SIV (Suporte intermediário de vida - transporte até o hospital). Um rápido SBV proporciona um incremento das hipóteses de sobrevivência.

 

Estudo
Os conselhos para perder peso costumam ser: consumir menos hidratos de carbono (e, portanto, açúcares), ou menos lípidos ...

Fatores como a genética e o metabolismo da insulina são fundamentais para uma dieta eficaz, segundo as conclusões publicadas no Journal of the American Medical Association (Jama).

Essas descobertas, escreve o Sapo, podem ter consequências importantes no mercado norte-americano da perda de peso - avaliado em 66 mil milhões de dólares -, sobretudo na última tendência do setor: a dieta do ADN, que pretende determinar o melhor regime em função da genética individual.

"Todos ouvimos histórias de um amigo que fez uma dieta que deu certo e de outro que tentou o mesmo método mas não funcionou", comentou Christopher Gardner, professor de Medicina da Universidade de Stanford, na Califórnia, citado pela agência de notícias France Presse.

"Isso acontece porque somos todos diferentes e estamos a começar a compreender as razões desta diversidade", acrescentou.

Em média, cada pessoa perdeu cerca de 5,9 quilos
No estudo participaram 609 pessoas entre os 18 e os 50 anos, 57% eram mulheres. Os voluntários foram separados em dois grupos: durante um ano, um fez o regime de restrição de gordura, e o outro, o de açúcar.

Em média, cada pessoa perdeu cerca de 5,9 quilogramas nos dois grupos. Alguns perderam muito mais - até 27 quilos - enquanto outros engordaram 9 quilos.

Os cientistas não encontraram uma relação entre o regime realizado e a perda de peso significativa. "Não há uma diferença destacável na evolução de peso entre uma dieta equilibrada e leve em gorduras e uma dieta equilibrada e leve em açúcares", concluíram os investigadores.

"Uma parte dos genomas dos participantes foram sequenciados, o que permitiu aos cientistas encontrar a presença de genes associados à produção de proteínas que modificam o metabolismo dos hidratos de carbono e dos lípidos", segundo o relatório.

Os participantes consumiram também açúcar em jejum para medir a produção de insulina. "Nenhum perfil genético e nenhuma secreção de insulina foram associados aos efeitos das dietas sobre a perda de peso", concluíram.

 

Organização Mundial de Saúde
A mulher deve ter o direito de decidir se quer um parto com ou sem intervenção médica e deve ser sempre considerada nas tomadas...

Sem dúvida que os avanços da medicina e os partos acompanhados pelos profissionais de saúde têm diminuído a taxa de mortalidade neonatal, mas em muitos casos têm-se verificado um recurso desnecessário a intervenções médicas durante o parto. Para assegurar que as mulheres grávidas têm a melhor experiência possível, a Organização Mundial de Saúde (OMS) criou um manual com 56 recomendações baseadas em resultados científicos.

A gravidez e o parto são processos naturais que, na maior parte dos casos, não apresentam complicações nem razões para que sejam tratados como situações de risco, escreve o Observador. Ainda assim, e na tentativa de garantir o nascimento de um bebé saudável, as intervenções médicas sobrepõe-se à vontade da mãe.

“As orientações [agora divulgadas] colocam a mãe e o bebé no centro do modelo dos cuidados, de forma atingir os melhores resultados possíveis a nível físico, emocional e psicológico”, diz Princess Nothemba Simelela, subdiretora-geral da OMS para a Família, Mulheres, Crianças e Adolescentes. “O aumento da medicalização do parto natural está a debilitar a capacidade das mães de parir e a afetar negativamente a experiência do parto.”

As recomendações têm alguns pontos-chave, como:

  • evitar intervenções médicas desnecessárias;
  • encorajar as mulheres a manterem-se ativas durante a primeira fase do trabalho de parto;
  • permitir que escolham a posição para o parto;
  • permitir que sejam acompanhadas por uma pessoa à sua escolha;
  • garantir uma boa comunicação entre grávida e profissionais de saúde;
  • assegurar a privacidade e confidencialidade;
  • fornecer informação adequada sobre o alívio da dor.

“Muitas mulheres querem um parto natural e preferem confiar no seu corpo durante o parto sem a intervenção médica”, diz Ian Askew, diretor do Departamento de Saúde e Investigação Reprodutiva. “Mesmo que uma intervenção médica seja desejada ou necessária, a inclusão da mulher nas tomadas de decisão sobre os cuidados de saúde a que vai ser sujeita é importante para assegurar que tem uma experiência de parto positiva.”

As linhas orientadoras gerais têm em consideração um aspeto fundamental: cada parto é único. E para cada mulher o tempo do trabalho de parto pode ser diferente, por isso há que dar espaço a que o processo decorra naturalmente. Nesse sentido, a OMS recomenda que se deixe de usar a velocidade da dilatação como único indicador para acelerar o nascimento.

 

Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil
A APCOI - Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil já apresentou os 327 videoclipes criados pelos milhares de alunos...

Nesta divertida competição que se assemelha a um "festival da canção" inter-escolar, as crianças partilham a cantar as lições sobre nutrição e saúde que aprenderam ao longo dos últimos meses e convidam todos os portugueses para escolher e votar no seu vídeo favorito.

A votação, aberta a todo o público, decorre até às 23:59 do dia 15 de março no site www.heroisdafruta.com e vai apurar 80 finalistas: os 3 mais votados, bem como o mais partilhado de cada distrito ou região autónoma.

Mário Silva, presidente e fundador da APCOI e mentor do projeto "Heróis da Fruta - Lanche Escolar Saudável" lembrou que “cada voto em qualquer hino dos heróis da fruta reverte como donativo para a “Missão 1 Quilo de Ajuda”, o nosso fundo social que nos permite distribuir gratuitamente cabazes semanais nas escolas para apoiar a inclusão de fruta no lanche escolar dos alunos mais carenciados do país”.

Mário Silva, acrescentou ainda que “todas as pessoas que votarem nos videoclipes dos heróis da fruta ficarão também habilitadas a ganhar fantásticos prémios imediatos. São mais de mil e quinhentas experiências à escolha para parques aquáticos, zoológicos, museus, aquários, centros de ciência viva e parques de diversões".

Lista das escolas participantes por distrito ou região:

R. A. Açores – 13 escolas
R. A. Madeira – 16 escolas
Aveiro – 18 escolas
Beja – 16 escolas
Braga – 23 escolas
Bragança – 5 escolas
Castelo Branco – 6 escolas
Coimbra – 14 escolas
Évora – 6 escolas
Faro – 7 escolas
Guarda – 5 escolas
Leiria – 29 escolas
Lisboa - 50 escolas
Portalegre – 7 escolas
Porto – 47 escolas
Setúbal – 23 escolas
Santarém – 24 escolas
Viseu – 9 escolas
Vila Real – 7 escolas
Viana do Castelo – 2 escolas

 

12º Inspired Evolution
O debate sobre as novas terapêuticas para o combate ao cancro do pulmão, um dos tumores de maior incidência em todo o mundo e a...

Na edição deste ano do evento destacam-se nomes como António Araújo, diretor do Serviço de Oncologia Médica do Centro Hospitalar do Porto, Venceslau Hespanhol, presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, Manuel Teixeira, diretor do Centro de Investigação do IPO do Porto, assim como personalidades internacionais - Dolores Isla (Espanha), Maurice Pérol (França) ou Romana Wass (Alemanha) -, que vão dar a conhecer os novos avanços nesta área e as novidades terapêuticas disponíveis.

Uma delas é a imunoterapia, uma forma de tratamento que, segundo Fernando Barata, presidente do Grupo de Estudo do Cancro do Pulmão, já conseguiu benefícios assinaláveis. “Falamos globalmente de um duplicar da sobrevivência mediana e, para alguns doentes, num controlo a longo prazo.”

A imunoterapia pode mesmo configurar um novo paradigma no tratamento destas doenças. “O cancro do pulmão é uma doença de elevada carga sintomatológica e de drástico impacto pessoal, familiar e social. Em Portugal, mais de 4.300 pessoas por ano são diagnosticadas com cancro do pulmão”, refere Fernando Barata. “O número de novos casos aumenta todos os anos e a maioria dos doentes chega-nos numa fase avançada, disseminada.” E embora, acrescenta, a quimioterapia “foi e continue a ser a principal arma terapêutica, todos sentíamos que precisávamos de outras armas eficazes”.

Mas esta inovação não é única. A investigação prossegue e são várias as áreas em desenvolvimento, até porque, como afirma o especialista, “hoje e sempre devemos esperar avanços que nos permitam a médio ou longo prazo controlar esta epidemia. Com o envelhecimento, a doença oncológica será cada vez mais uma realidade. O cancro do pulmão é e continuará a ser uma das principais doenças oncológicas. Temos que continuar a apostar na prevenção e reforçar as medidas antitabágicas e de proteção face à poluição global. Temos que continuar a acreditar na inovação no diagnóstico e no tratamento para, mesmo na doença, termos mais vida com qualidade”. 

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