Estudo
Cientistas da Universidade de Rockefeller University, em Nova Iorque, descobriram em amostras de solo recolhidas em diversos...

Testes mostraram que compostos naturais encontrados no solo, apelidados de "malacidins", foram capazes de debelar uma série de doenças bacterianas resistentes à maioria dos antibióticos, entre elas a superbactéria MRSA (Staphylococcus aureus), que é resistente à meticilina.

O estudo, divulgado na publicação científica Nature Microbiology, é a nova esperança na corrida para encontrar antibióticos mais eficazes, escreve a BBC. As doenças resistentes a antibióticos são uma das grandes ameaças à saúde mundial e matam 700 mil pessoas por ano.

O chão está repleto de micro-organismos vivos com potencial para produzir componentes terapêuticos, incluindo antibióticos, escreve o Sapo. Sean Brady, líder da equipa de cientistas da Universidade de Rockefeller, é um dos cientistas dedicados a explorar o potencial medicinal do "solo".

A sua equipa está a utilizar uma técnica de sequenciação de genes para analisar mais de mil amostras de solo recolhidas em território norte-americano e já identificou uma nova família de antibióticos, chamada de "malacidins", nas suas amostras, revela o estudo.

Os cientistas testaram esta nova componente natural em roedores contaminados com bactérias resistentes e observaram que infeção que tinham na pele foi eliminada.

Neste momento, escreve a BBC, os cientistas estão a melhorar o medicamento com o intuito de o tornar mais eficaz, na esperança de que essa nova família de antibióticos seja usada em tratamentos em humanos.

"É um longo e árduo caminho entre a descoberta inicial e o uso médico de um antibiótico", admite, no entanto, Sean Brady que frisa que o estudo está ainda numa fase inicial.

 

Diabetes
Cerca de 300 profissionais de saúde vão reunir-se para tentar criar pontes entre os saberes da diabetologia e da cardiologia....

As pessoas com diabetes têm o dobro do risco de sofrer de doenças cardiovasculares, a principal causa de morte em Portugal, quando comparadas com a população em geral. Por isso, o país tem de atuar melhor nas medidas de prevenção e estar alerta para "diagnosticar sinais e sintomas" e "tratar precoce e intensivamente" a doença. Quem o diz é João Filipe Raposo, diretor clínico da Associação Protetora de Diabéticos de Portugal (APDP), que entre amanhã e sábado organiza o encontro "O Coração da Diabetes", no SUD Lisboa.

O evento contará com a presença de 300 profissionais de saúde de áreas relacionadas com a diabetes e as doenças cardiovasculares, como a endocrinologia, a medicina geral e familiar, a medicina interna e a cardiologia, escreve o Diário de Notícias. "Vamos discutir uma das consequências maiores da diabetes, que é a mortalidade e morbilidade cardiovascular", adianta João Filipe Raposo.

A diabetes é responsável, atualmente, por cerca de 30% dos internamentos por enfarte e AVC. Além disso, corresponde "a uma mortalidade superior e mais dias de internamento, com consequências em termos de reabilitação e tratamentos necessários". No encontro, adianta o especialista em endocrinologia, a aposta "é discutir se este panorama - dos mais difíceis de mudar em Portugal e lá fora - pode ser alterado". João Raposo acredita que, "se houver colaboração entre as diferentes especialidades, é possível, com certeza, diagnosticar mais cedo a patologia cardiovascular e tratá-la de modo mais eficaz, evitando que chegue às últimas consequências, que são o internamento e a morte".

Os doentes diabéticos têm um risco de morte de causa vascular duas a três vezes superior ao da população sem diabetes. Destacando que Portugal tem dos "melhores tratamentos do mundo", o diretor clínico da APDP recorda que estes "são caros", o que "ameaça a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e, por outro lado, tem consequências para os doentes e para as suas famílias". Nesse sentido, o especialista propõe que Portugal melhore "a atuação nos comportamentos de prevenção". "O país tem de tratar melhor os fatores de risco, o que implica um melhor controlo da diabetes, dos níveis de colesterol e dos lípidos em geral e da tensão arterial", destaca.

Tratamentos personalizados
Durante o evento, João Raposo diz que é esperado, ainda, que "os profissionais possam rever estratégias para fazer diagnóstico precoce e efetuar terapêutica adequada em função da pessoa que estão a tratar", pois cada vez mais nos aproximamos de uma "medicina personalizada/individualizada".

Em Portugal, o número de diabéticos é superior a um milhão, mas apenas 700 mil pessoas estão diagnosticadas, pois trata-se de uma doença que na maior parte dos casos é assintomática. "Isto significa que quase 400 mil não têm diagnóstico". De acordo com um estudo publicado no final do ano pela Direção-Geral da Saúde, morrem por ano entre 2200 a 2500 mulheres e cerca de 1600 a 1900 homens por diabetes, o que corresponde a mais de 4% das mortes das mulheres e de 3% nos homens. "Mas, normalmente, as pessoas não morrem por diabetes como causa primária, mas por doenças cardiovasculares associadas." Nesse campo, sabe-se que as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em Portugal, com cerca de 35 mil mortes por ano, mas não se sabe quantas dessas pessoas são diabéticas.

Para resolver o problema da diabetes, o especialista em endocrinologia diz que é preciso uma "estratégia global", que passa, em primeiro lugar, por um "programa de prevenção primária" que deve assentar numa "estratégia multissetorial" para a adoção de estilos de vida saudáveis, que envolva instituições de saúde, empresas, escolas, urbanismo, transportes públicos. Segue-se uma "prevenção secundária eficaz", que implica o diagnóstico das quase 400 mil pessoas que não sabem que têm a doença, porque, se for feito precocemente, o tratamento é mais eficaz.

Por último, o país precisa de "políticas mais eficientes e eficazes" para as complicações da diabetes, "uma área em que ainda gastamos muito no tratamento. É necessário fazer diagnóstico precoce das complicações oculares da diabetes".

Estilos de vida saudáveis
Tentar minimizar os problemas relacionados com a doença implica apostar na mudança de hábitos de vida dos portugueses. A promoção da atividade física, uma alimentação mais saudável e evitar o tabagismo "são três fatores que contribuirão de forma significativa para prevenir um número elevado de pessoas com obesidade, diabetes e problemas cardiovasculares, o que representará ganhos em termos de saúde".

 

Estudo
O consumo de alimentos ultraprocessados, como refrigerantes, cereais ou bolos industriais, pode aumentar o risco de cancro, de...

Os especialistas da Universidade francesa de Sorbonne e da Universidade de São Paulo, no Brasil, que desenvolveram o estudo, este tipo de alimento é 50% do consumo da dieta de uma pessoa. em alguns países desenvolvidos.

Os investigadores observaram um acréscimo de 10% no consumo de alimentos altamente processados e que foi associado a um aumento de 12% no risco de cancro, especialmente o cancro da mama no caso das mulheres, acrescenta o jornal.

As conclusões basearam-se numa sondagem a 104.980 adultos franceses saudáveis, com idade média de 43 anos, que foram analisados pelo consumo de até 3.300 diferentes tipos de alimentos.

Os alimentos foram agrupados de acordo com o nível em que foram processados e os adultos foram convidados a indicar se, em qualquer momento, tinham sido diagnosticados com cancro.

Os investigadores também levaram em consideração fatores de risco como idade, género ou se eram fumadores e tinham história familiar de cancro.

Embora tenha sido encontrada uma associação entre alimentos processados e cancro, não houve vínculo significativo no caso de alimentos menos processados, como legumes enlatados, queijos ou pão fresco.

O consumo de alimentos frescos e minimamente processados, como vegetais, frutas, arroz, massas ou carne fresca, foi associado a um menor risco geral de cancro, segundo os especialistas.

"Até onde sabemos, este estudo é o primeiro a investigar e destaca o aumento do risco global de cancro - e especificamente da mama - associado ao consumo de alimentos ultraprocessados", observam os autores.

Os investigadores ressalvam, no entanto, que é um estudo apenas de observação e não há conclusões definitivas sobre o vínculo entre esses alimentos e o cancro.

Esses alimentos geralmente contêm altos níveis de gordura saturada, açúcar e sal e menos fibras.

 

Alta tensão
As novas linhas de transporte de eletricidade de alta e muito alta tensão não devem passar sobre "infraestruturas...

De acordo com a proposta de decreto-lei que será hoje publicada em Diário da República, as linhas de transporte de eletricidade de alta e muito alta tensão (AT/MAT) não devem passar sobre "infraestruturas sensíveis", como unidades de saúde e equiparados, quaisquer estabelecimentos de ensino, lares de terceira idade, parques infantis, instalações desportivas e edifícios residenciais.

Quando não existir alternativa técnica economicamente viável ao traçado da linha de transporte e distribuição que permita assegurar o cumprimento da restrição para infraestruturas sensíveis, poderá ocorrer sobrepassagem desde que o proprietário ou proprietários da infraestrutura sensível em causa forneça(m) o seu acordo escrito, após audiência prévia dos demais interessados.

Ao mesmo tempo, a REN - empresa gestora das redes elétricas - terá que adotar "soluções técnicas de minimização dos impactes da instalação da linha de transporte ou de distribuição de eletricidade sobre as infraestruturas em causa".

Tendo em conta critérios sociais, técnicos, de segurança e de ordenamento de território, a proposta deverá ainda incluir "uma distância mínima entre as infraestruturas elétricas AT/MAT e as infraestruturas sensíveis".

O grupo de trabalho para os campos eletromagnéticos, no seu levantamento que antecedeu este decreto-lei, não identificou quaisquer efeitos adversos na saúde para exposições a campos eletromagnéticos dentro dos níveis de referência especificados. O decreto-lei que será hoje publicado em Diário da República aplica-se a todas as novas linhas, instalações ou equipamentos de transporte e distribuição de eletricidade de alta tensão e muito alta tensão, cujo processo de licenciamento se inicie após a entrada em vigor.

Segundo o diploma, a cada cinco anos, com início em 2018, cada operador de rede deve apresentar à Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) planos quinquenais de monitorização dos campos magnéticos ocorridos, sem que os custos possam ser repercutidos nas tarifas dos consumidores finais.

Entretanto, o Laboratório Nacional de Engenharia e Geologia (LNEC), em articulação com a Direção Geral de Saúde, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) e a DGEG, deve desenvolver uma plataforma informática, onde serão disponibilizados os dados sobre essa monitorização bem como informação pública sobre o tema.

 

Purdue Pharma
O fabricante do medicamento opiáceo mais vendido nos Estados Unidos anunciou hoje que ordenou aos seus vendedores que não...

A Purdue Pharma, que esta semana foi referida num relatório de uma senadora democrata como sendo uma das empresas farmacêuticas que alegadamente contribui para uma “epidemia de mortes” relacionadas com o consumo de medicamentos opiáceos, revelou, através do Twitter e na sua página oficial, que deixará de promover, junto dos médicos, o popular analgésico OxyContin.

“Reestruturámos e reduzimos significativamente a nossa operação comercial, e os nossos representantes de vendas já não promoverão os opioides junto dos médicos prescritores", garante a empresa farmacêutica, uma das maiores e mais poderosas da América.

De acordo com o relatório da senadora de Missouri Claire McCaskil, divulgado na terça-feira, as empresas farmacêuticas que vendem alguns dos analgésicos de prescrição mais lucrativos terão contribuído para uma “epidemia de mortes” na América, relacionadas com o consumo de medicamentos opiáceos.

A senadora garante que prescrição excessiva de medicamentos para a dor terá provocado o vício de milhões de americanos, assim como uma explosão de overdoses fatais, entre as quais as dos músicos Prince e Tom Petty.

O documento, que resulta de uma investigação começada em 2017, denuncia “a capacidade da indústria de opiáceos de moldar a opinião pública” e levanta questões sobre o seu papel na “epidemia de overdoses”, que terá custado “centenas de milhares de vidas americanas” nos últimos anos.

Entre 2012 e 2017, as empresas terão canalizado dez milhões de dólares para grupos de defesa, lobistas e para médicos que prescrevem o uso deste tipo de medicamentos, de acordo o relatório.

As conclusões do relatório podem reforçar centenas de ações judiciais destinadas a responsabilizar as farmacêuticas que comercializam analgésicos opioides. Segundo os acusadores, 340 mil americanos morreram desde 2000 por problemas relacionados com o consumo de medicamentos deste género.

Dez estados e dezenas de cidades e condados americanos processaram empresas como a Purdue, Endo International e Janssen Pharmaceuticals, da Johnson & Johnson, acusando-as de desencadear a epidemia ao minimizarem os riscos de dependência e overdose de analgésicos como OxyContin e Percocet.

A indústria farmacêutica é acusada de “ignorar provas” que mostravam que o uso de medicamentos deste género aumenta o risco de abstinência, abuso e dependência.

Em outubro, o presidente Donald Trump descreveu a crise de opioides como uma emergência nacional de saúde pública. Estima-se que 2,4 milhões de americanos sejam viciados em opioides, narcóticos que incluem tanto os analgésicos receitados como a heroína.

 

Conselho de Ministros
O Governo deverá aprovar hoje as linhas orientadoras para ter, em 2022, uma unidade de saúde capaz de tratar anualmente 700...

A aprovação consta na ordem de trabalhos da reunião de hoje do Conselho de Ministros, dedicada ao conhecimento e à inovação, segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior.

O anúncio da criação de uma unidade de tratamento do cancro baseada na física nuclear foi feito em setembro pelo ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, Manuel Heitor, em declarações, depois de ter participado em Viena, Áustria, na abertura da 61.ª Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).

O projeto, para o qual foi criado um grupo de trabalho, formado nomeadamente por representantes do ministério, do Instituto Superior Técnico e do Instituto Português de Oncologia de Lisboa, implica um investimento de 100 milhões de euros, que Manuel Heitor pensa poder ser suportado por fundos comunitários e por fundos reembolsáveis do Banco Europeu de Investimento.

Portugal espera congregar para este projeto, além da AIEA, o apoio do CERN - Organização Europeia para a Investigação Nuclear, que tem participação portuguesa, e da universidade norte-americana do Texas, com a qual reforçou a cooperação científica e tecnológica para as terapias oncológicas, uma vez que a cidade texana de Houston dispõe de uma unidade de tratamento de cancro com tecnologia nuclear de protões de alta energia.

De acordo com o ministro, esta tecnologia, que se baseia em feixes de protões de "alta intensidade", é eficaz e tem menos efeitos secundários do que a quimioterapia e radioterapia, sendo igualmente utilizada com aplicações na oncologia na Alemanha, no Reino Unido e na Suíça.

A nova unidade de tratamento de doentes com cancro, do Serviço Nacional de Saúde, que o ministro espera poder estar instalada em 2022, poderá vir a funcionar no 'campus' tecnológico e nuclear do Instituto Superior Técnico, em Bobadela, Loures, aproveitando a "maior concentração de técnicos em ciências e tecnologias nucleares".

No fundo, é "reorientar muita dessa capacidade para as terapias oncológicas", acentuou na altura, lembrando que a "possibilidade de formar mais técnicos" surgiu este ano letivo com a abertura de mais vagas no ensino superior em física, a pensar na aplicação médica.

 

IPO de Coimbra
O IPO de Coimbra esclareceu que as recomendações da Entidade Reguladora da Saúde relativamente a reclamações no serviço estão...

Em declarações, o presidente do IPO de Coimbra, Carlos Santos, explicou que as reclamações analisadas têm mais de um ano e que, no decorrer do processo de averiguações, "em sede de contraditório, houve oportunidade de dizer que não representam minimamente aquilo que é a realidade" do instituto.

"A própria ERS reconhece que as situações que estiveram na origem das reclamações estão já resolvidas, pois são muito pontuais, tinham a ver com alguma caracterização do serviço de informação ao nível da marcação dos doentes para o hospital de Dia", salientou o responsável.

Para Carlos Santos, o problema foi resolvido "e não havia necessidade de o tornar público desta forma, como está reconhecido no sítio da ERS na Internet".

Segundo o presidente do IPO Coimbra, na base das recomendações estão um conjunto de 16 reclamações, num universo de 200 mil contactos ao longo de todo o ano, "que não têm a mínima representatividade, embora todas as reclamações façam sentido" para o instituto.

O responsável destacou que a unidade que dirige, à semelhança das outras do país, "presta um serviço de elevadíssima qualidade aos seus doentes e que a segurança dos cuidados prestados está garantida em todos os aspetos".

As reclamações no IPO Coimbra referem-se a alegados atrasos no acesso a tratamentos, marcações de consultas por blocos, atrasos nos serviços de farmácia e dificuldades no acesso a transportes.

O IPO esclareceu, em comunicado, "que nunca existiu qualquer atraso nos serviços de farmácia, dispondo de uma das unidades de preparação de citotóxicos melhores do país".

"As reclamações sobre acesso a transportes não têm fundamento. A decisão de prescrição de transporte é uma decisão clínica e todos os doentes com critério clínico em razão da sua doença têm direito a transporte", lê-se na nota.

Além disso, acrescenta, "não tem rigorosamente nenhum atraso no início dos tratamentos de radioterapia ou de quimioterapia e regista um TMRG para cirurgia dos melhores do Serviço Nacional de Saúde".

O IPO de Coimbra referiu que realiza cerca de 200.000 contactos por ano, entre consultas externas, tratamentos de radioterapia, de quimioterapia, meios complementares de diagnóstico e terapêutica e procedimentos cirúrgicos.

Adiantou ainda que gastou em transporte não urgente de doentes, em 2017, mais de 1,6 milhões de euros, num orçamento que, no mesmo ano, se situou abaixo dos 50 milhões.

 

Ordem dos Médicos
O Governo de Macau está a recrutar 14 médicos especialistas em Portugal, que irão trabalhar no Centro Hospitalar Conde de São...

“Os serviços de saúde da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM-China), perante o crescimento e desenvolvimento da medicina, verificou ser necessário e urgente recrutar médicos especialistas em Portugal”, de acordo com a nota da Ordem dos Médicos.

As especialidades médicas procuradas são cardiologia (3 vagas), ortopedia (3), oftalmologia (3), otorrinolaringologia (2) e anestesiologia (3).

A remuneração de um médico especialista é fixada consoante a experiência profissional, entre 84.915,00 e 114.750,00 patacas (equivalente a 8.524,00 euros e 11.519,00 euros), prestando 45 horas semanais de trabalho, de acordo com a Ordem dos Médicos.

De acordo com as disposições do estatuto dos trabalhadores da Administração Pública de Macau, os médicos terão ainda direito a subsídio de Natal, a 22 dias úteis de férias e subsídio de férias após um ano de serviço.

Os trabalhadores recrutados terão ainda direito a um bilhete de avião de ida e volta para Macau, em classe económica, bem como alojamento.

Os candidatos interessados devem enviar para os serviços de saúde, entre hoje e 13 de março, os documentos comprovativos das habilitações académicas e profissionais, anexando o currículo, utilizando o correio eletrónico [email protected]

Após a verificação dos requisitos, será organizada pela Ordem dos Médicos portuguesa uma entrevista por videoconferência ou pessoalmente.

Mais esclarecimentos podem ser obtidos pelo correio eletrónico [email protected] ou [email protected], ou através da Ordem dos Médicos portuguesa.

 

35 mil portugueses morrem na sequência de doença cardíaca
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte na União Europeia, representando um terço

Hipertensão arterial, obesidade, dislipidemia, tabagismo e diabetes são apontados como os principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares que, em Portugal, vitimam, todos os anos, cerca de 35 mil pessoas.

As doenças cardiovasculares são, de acordo com Fátima Veiga, cardiologista do Hospital de Santa Maria e do Instituto Nacional de Medicina Preventiva, a principal causa de morte na União Europeia e representam “um terço da mortalidade em Portugal”.

Entre as doenças que mais matam no nosso país estão o Acidente Vascular Cerebral e o Enfarte do Miocárdio, ambos associados à aterosclerose. Este fenómeno, que corresponde à acumulação de gorduras na parede dos vasos sanguíneos, tem início numa fase precoce da vida e progride silenciosamente durante anos, estando na origem das principais doenças cardiovasculares. “Cerca de 20 mil pessoas morrem de AVC e cerca de 10 mil de enfarte agudo do miocárdio”, acrescenta a especialista.

Estima-se, no entanto, que 80% das mortes prematuras por doenças cardiovasculares podem vir a ser prevenidas. “Podemos reduzir o risco cardiovascular através do controlo dos fatores de risco modificáveis, com particular enfoque na hipertensão, dislipidemia e tabagismo”, reforça Fátima Veiga.

Para esta especialista, faltam campanhas eficazes que apelem a hábitos de vida mais saudáveis. “A Direção Geral da Saúde devia promover campanhas de hábitos de vida saudáveis, redução do consumo de sal, incentivo à prática de exercício físico e melhoria do acesso ao médico de família para a realização de rastreios periódicos”, justifica.

“É necessário reduzir o número de mortes prematuras e atrasar o desenvolvimento das doenças cardiovasculares”, afirma.

Mas se é tão importante estarmos atentos aos fatores de risco modificáveis, há que ter também especial atenção à história familiar. A verdade é que “se alguém da família teve enfarte ou AVC em idade jovem, hipercolesterolemia, diabetes ou coagulopatias, a probabilidade de vir a ter doença cardiovascular aumenta”.

Quanto ao seu diagnóstico, sabe-se que as doenças cardiovasculares cursam, muitas vezes, de forma silenciosa. “Mas o doente deve estar atento ao aparecimento de cansaço repentino, que pode ser confundido com a dor no peito ou estômago que se sente com o esforço físico”, alerta a cardiologista.

A importância do Selénio e coenzima Q10 para saúde cardiovascular

De acordo com um estudo sueco, desenvolvido na Universidade de Linköping e publicado no International Journal of Cardiology, uma terapia combinada de selénio e coenzima Q10 demonstrou ser capaz de reduzir em 50% o risco de morte por doença cardíaca em pessoas de idade avançada.

“É sabido que estes dois elementos, a coenzima Q10 e o selénio, são necessários para o mecanismo de defesa contra o stress oxidativo, condição que está presente nas inflamações e no endotélio vascular nos idosos”, explica Fátima Veiga revelando que o resultado desta pesquisa tem um enorme impacto em matéria de prevenção “considerando que outros tipos de intervenções, invasivas para o doente e extremamente dispendiosas, têm uma redução inferior da mortalidade”.

Esta análise permitiu ainda concluir que os pacientes com cardiomiopatia apresentam níveis mais baixos de selénio e da coenzima Q10 e beneficiariam da suplementação diária destes dois elementos. “Os doentes com disfunção ventricular são particularmente afetados pelo stress oxidativo e pelo processo inflamatório envolvido”, explica acrescentando que, tendo em conta os resultados divulgados, “recomendaria a suplementação de coenzima Q10 e selénio aos doentes idosos, diabéticos e com doença isquémica cardíaca que têm um risco aumentado de morte cardiovascular”.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
'Gago Conference on European Science Policy'
O patologista Manuel Sobrinho Simões considerou hoje que "só se percebe o cancro juntando médicos e cientistas",...

Sobrinho Simões falava aos jornalistas, durante a primeira edição da 'Gago Conference', que decorre no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), a propósito do anúncio feito pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, sobre o apoio à investigação, através da criação de uma agência de financiamento.

O anúncio aconteceu durante a primeira 'Gago Conference on European Science Policy' (nomeada em homenagem ao antigo ministro da Ciência Mariano Gago, que visa fomentar o envolvimento de cientistas, políticos e empresários na definição de políticas europeias para reforçar a ciência e a tecnologia.

Manuel Sobrinho Simões, codiretor do i3S, considera que o Porto foi precursor nesta matéria, tendo estabelecido "há muito tempo" uma associação entre o IPO e os centros de investigação.

"Essa política está a dar os seus frutos porque se percebeu que só conseguimos evoluir na cura do cancro se o percebermos muito bem, e só se percebe o cancro se juntarmos médicos e cientistas", indicou o patologista, um dos organizadores da primeira edição da conferência, centrada no cancro e nas políticas de saúde associadas.

O patologista frisou que, recorrendo a instituições como a agência que se pretende criar, é possível formar bons profissionais de saúde.

O codiretor do i3S explicou que a agência vai permitir a criação de especializações nas áreas das ciências médicas e da saúde, aumentando igualmente a investigação de translação, sobretudo aquelas que resultam da iniciativa dos investigadores.

"Vamos começar a ter mais pessoas que vêm da clínica para a investigação fundamental e que depois voltam para clínica, fazendo uma investigação centrada no doente, o que vai ser um salto espetacular", assegurou.

Questionado sobre a criação da nova agência quando já existe a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), Manuel Heitor disse que "esta área clínica tem mecanismos próprios de avaliação e de financiamento", sendo "uma especificidade tão característica da própria atividade de investigação que muitos países, nomeadamente do centro e norte da Europa, já especializaram os mecanismos de financiamento e avaliação na área, criando agências especializadas".

Portugal vai ainda integrar, através do Porto.Comprehensive Cancer Center - consórcio entre o I3S e o IPO-Porto que agrega 24 grupos de investigação - o Cancer Core Europe, uma rede europeia de investigação em cancro.

Investimento
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, anunciou hoje, no Porto, um investimento em Portugal de ...

“A ideia é fazer-se uma agência de financiamento, como têm surgido noutros pontos da Europa, reunindo o esforço público e privado, partilhados igualmente”, afirmou Manuel Heitor, que falava aos jornalistas na primeira edição da Gago Conference, evento que hoje reúne, no Porto, investigadores e decisores para debater políticas de saúde na área do cancro.

A criação de uma agência de financiamento para a investigação clínica será debatida no Conselho de Ministros na próxima quinta-feira, que será dedicado à Ciência.

“Estamos hoje aqui a antecipar, com um conjunto de cientistas, com o comissário europeu e líderes europeus, como é que Portugal pode acompanhar o grande desafio de até 2030 três em cada quatro doentes de cancro tenham perspetivas de vida longa”, sublinhou.

Segundo Manuel Heitor, “é preciso investir, reunir um esforço público e privado e é isso que tem sido debatido nos últimos seis meses para se criar um mecanismo novo em Portugal de financiar e de avaliar os chamados centros académicos clínicos”.

“Há um ano criámos com o Ministério da Saúde, com as escolas médicas, com os centros de investigação biomédica e com unidades de cuidados de saúde o chamado Conselho Nacional dos Centros Académicos Clínicos e, agora, vamos dar mais um passo na formalização desses centros académicos e na orientação para a criação de uma agência que possa avaliar e financiar e, assim, podermos aproximar-nos da Europa”, referiu o ministro.

Justificando a criação de uma nova agência quando já existe a Fundação para a Ciência e Tecnologia, Manuel Heitor disse que “esta área clínica tem mecanismos próprios de avaliação e de financiamento, é uma especificidade tão característica da própria atividade de investigação que muitos países, nomeadamente do centro e norte da Europa, já especializaram os mecanismos de financiamento e avaliação na área, criando agências especializadas”.

“É esse o passo que estamos a dar, de especializar o nosso sistema de financiamento e avaliação na área clínica”, disse o ministro da Ciência, acrescentando que se pretende uma aproximação da Europa, seguindo as melhores práticas, e este “é um passo decisivo” para melhorar a relação entre o sistema científico e o Serviço Nacional de Saúde.

O ministro disse ainda que Portugal vai integrar, através do Porto.Comprehensive Cancer Center – consórcio entre o I3S e o IPO-Porto que agrega 24 grupos de investigação – a mais importante rede europeia de investigação em cancro, o Cancer Core Europe.

Pedido de contratação
Dezassete enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia vão abandonar o hospital Santa Maria, confirmou hoje o...

O administrador do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, Carlos Martins, admitiu problemas com enfermeiros especialistas, que começaram com um movimento de protesto desses profissionais no verão passado, que deixaram de cumprir funções especializadas pelas quais não eram pagos.

Depois deste movimento, segundo Carlos Martins, abriu um concurso de contratualização interno no Serviço Nacional de Saúde a partir de novembro, levando alguns enfermeiros a optarem por concorrer e a preferirem ir trabalhar para os cuidados primários de saúde.

“Houve um período de seis meses em que tivemos sistematicamente de fazer reprogramação e procurar garantir a segurança da mulher e dos doentes à nossa responsabilidade”, reconheceu o administrador.

No total, vão sair do hospital Santa Maria, em Lisboa, 17 enfermeiros especialistas, segundo os dados fornecidos por Carlos Martins hoje aos deputados, sendo que alguns optaram por aceitar convites de unidades privadas.

O Santa Maria contratou um total de 560 horas semanais em prestação de serviço e aguarda a autorização do Ministério das Finanças para contratar oito enfermeiros por tempo indeterminado, ou seja, com vinculação ao quadro.

O administrador do hospital disse ainda que até junho o Santa Maria precisará provavelmente de mais sete enfermeiros, a acrescer aos oito em relação aos quais ainda aguarda autorização das Finanças.

“Temos todo o apoio da tutela [Ministério da Saúde], mas esses pedidos têm de seguir para o Ministério das Finanças”, indicou Carlos Martins, acrescentando que espera rapidez das Finanças relativamente ao pedido de oito contratos que já foi feito.

 

SPMC
A Sociedade Portuguesa da Medicina Chinesa (SPMC) considera “sectária” a posição da Ordem dos Médicos sobre a medicina chinesa...

“Há posicionamentos sectários por parte das ordens que são compreensíveis do ponto de vista corporativo, mas nada têm que ver com ciência”, disse à Lusa António Moreira, da direção da SPMC.

António Moreira respondia às declarações do bastonário da Ordem dos Médicos, que hoje acusou o Governo de ameaçar a saúde dos portugueses validando cientificamente práticas tradicionais chinesas através de uma licenciatura.

Em causa está a publicação de uma portaria conjunta dos ministérios da Saúde e da Ciência e Ensino Superior de validação da criação do ciclo de estudos que conferem o grau de licenciado em Medicina Tradicional Chinesa.

“A posição da Ordem dos Médicos não é seguramente a posição dos médicos que todos os dias enviam pacientes para colegas da medicina tradicional chinesa e não é com certeza a de clínicos que recorrem aos serviços da medicina tradicional chinesa para se tratarem, tal como pessoas da medicina tradicional chinesa recorrem à medicina ocidental para se tratarem”, afirmou António Moreira.

O representante da SPMC defende que a capacidade preventiva e de evitar a progressão de doenças da medicina tradicional chinesa "é uma arma poderosa que deve ser usada por todas as instituições de saúde".

Em declarações à agência Lusa, o responsável sublinhou ainda “a coragem de colocar cá fora uma regulamentação da lei que deveria ter sido feita há mais de 10 anos”.

Questionado sobre quantos países têm licenciaturas em Medicina Tradicional Chinesa, António Moreira respondeu: “Tal como existe aqui, há provavelmente em mais dois ou três países”.

“Mas esse não é o principal problema. As terapias não convencionais foram regulamentadas em Portugal porque as pessoas precisam de separar o trigo do joio e saber com quem podem contar, não confundir uma oferta de curandeiro com uma oferta de alguém que domina um conjunto de procedimentos que vão sendo apurados todos os dias e que foram passando pelo crivo da experiência e do conhecimento”, sublinhou.

O representante da Sociedade Portuguesa de Medicina Chinesa lembra ainda que “a humanidade tem quase 10.000 anos e a ciência tem 300”, sublinhando: “Há conclusões que a ciência refuta passado algum tempo. A ciência vai mudando”.

“O anterior bastonário defendia que isto deveria passar pelo Ensino Superior e passar pelo crivo da ciência. Agora vamos passar pelo crivo da ciência”, afirmou.

“Temos formação no ensino superior de um mestrado em medicina tradicional chinesa que existe há 10 anos (…). Não compreendo qual é a preocupação”, concluiu António Moreira, considerando que “não faz sentido dizer que a medicina tradicional chinesa não tem base científica”.

“Vejam a quantidade de estudos publicados em revistas da especialidade, a quantidade de estudos aleatoriamente controlados para tratamentos da medicina tradicional chinesa e os medicamentos feitos à base da fitoterapia chinesa”.

 

Reações
Os ministros da Saúde e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Adalberto Campos e Manuel Heitor, respetivamente,...

“Não faz nenhum sentido agitar a ideia de insegurança dos portugueses apenas e só porque o Estado está a cumprir uma lei da Assembleia da República aprovada sem votos contra em 2013 e que tinha sido aprovada por unanimidade em 2003”, disse o ministro da Saúde.

Adalberto Campos Fernandes afirmou que “o que se está a fazer é enquadrar aquilo que não estava enquadrado e pôr-se dentro do sistema aquilo que estava fora do sistema. Se isso não é zelar pela qualidade e pela segurança das pessoas, então o que será?”.

Também o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior quis “deixar bem claro que o Governo em Portugal não cria cursos”.

“Já passámos há muitos anos essa fase. Nós podemos orgulhar-nos de ter uma agência de acreditação e de avaliação que segue as melhores práticas internacionais e um dos aspetos que obviamente hoje certifica - e que, mais uma vez, estamos a reforçar - é a capacidade científica de qualquer instituição de ensino superior antes de poder dar um curso”, referiu Manuel Heitor.

A Ordem dos Médicos acusou o Governo de ameaçar a saúde dos portugueses validando cientificamente práticas tradicionais chinesas através de uma licenciatura e admite avançar para "formas inéditas" de mostrar o descontentamento dos médicos.

Em causa está uma portaria conjunta dos ministérios da Saúde e da Ciência e Ensino Superior de validação da criação de ciclos de estudo que conferem o grau de licenciado em medicina tradicional chinesa.

 

 

IVG
O hospital de Santa Maria, em Lisboa, enviou 137 mulheres para realizarem interrupção voluntária de gravidez numa clínica...

A primeira consulta de interrupção voluntária de gravidez (IVG) no maior hospital do país esteve encerrada no início do ano por falta de enfermeiros especialistas, tendo sido retomada no dia 1 de fevereiro.

O presidente da administração do Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHLN), onde está integrado o Santa Maria, está hoje a ser ouvido no parlamento sobre o encerramento desta consulta, a pedido do PCP.

Carlos Martins disse aos deputados que 137 utentes foram enviadas para realizar interrupção da gravidez no privado, e por escolha da mulher, durante o período de encerramento da consulta. Daquelas 137 utentes, 127 utentes abortaram através de método cirúrgico e apenas 10 fizeram-no por método medicamentoso.

Alguns deputados questionaram Carlos Martins sobre o recurso a uma clínica privada, com o responsável a indicar que foi acautelado o interesse público.

“A nossa lógica é sempre procurar resposta no Serviço Nacional de Saúde (SNS), depois nas parcerias público-privadas, porque fazem parte do perímetro do SNS, e por último no privado. Mas fá-lo-emos sempre que estiver em causa a segurança e o risco do utente e a lista de espera”, afirmou Carlos Martins.

O administrador do CHLN indicou que os preços pagos à clínica privada que realizaram as interrupções de gravidez neste âmbito foram negociados e ficaram abaixo do que está definido na portaria que estabelece os valores do aborto por desejo da mulher até às 10 semanas de gravidez.

As primeiras consultas de interrupção de gravidez foram retomadas dia 1 de fevereiro, sendo que tiveram de ser recrutados novos enfermeiros especialistas.

A falta de enfermeiros de saúde materna e obstetrícia resultou num movimento nacional desses enfermeiros especializados, que no verão passado, durante largas semanas, deixaram de cumprir funções de especialista por não serem pagos para o efeito.

 

Estudo
– Mais de sete em cada dez portugueses (75%) vão ao médico otorrinolaringologista apenas quando existe um problema e quase...

Desconforto, dor de ouvidos, infeção e otite são dos principais motivos que levam os inquiridos ao médico (41%), seguindo-se a sensação de ouvidos tapados (33%), os problemas de audição (26%) ou as vertigens (18%). A atenção à saúde auditiva desperta sobretudo a partir dos 55 anos, embora nesta idade prevaleçam as revisões específicas, não periódicas. Ao todo, três em cada dez pessoas reconhecem não ouvir bem.

Apesar do desleixo, é elevada a percentagem dos que assumem o pouco cuidado com os ouvidos (87%). E é alta também a dos que reconhecem que a perda de audição provoca problemas depressivos e de autoestima (85%), assim como isolamento social (49%).

A higiene auditiva divide opiniões: de um lado os que defendem que não deve, de todo, existir (12%); do outro os apoiantes da limpeza, que elegem os cotonetes como o método preferido (46%), aos quais se junta os que limpam superficialmente com papel (25%) e os que preferem a água (11%). Limpeza regular dos ouvidos junto de um médico ou enfermeiro é a escolha de uma minoria (6%).

Sons relaxantes vs sons enervantes

É consensual: os sons da natureza são os que mais relaxam a população. Seja o barulho do mar (recolhe 83% das preferências) ou da montanha (51%), não há muitas dúvidas sobre o que os portugueses gostam. No top três das preferências entra ainda o silêncio (com 39% de adeptos). No reverso da medalha, ou seja, na lista de sons que, pelo contrário, enervam os portugueses, encontra-se o barulho das obras, sejam as realizadas na rua (59%) ou as da autoria dos vizinhos (55%), e ainda o trânsito (44%). Sons que têm mesmo impacto no estado de ânimo dos inquiridos. Aproximadamente um em cada três portugueses (35,1%) é afetado pelo som, sendo as mulheres (41%) as mais sensíveis, assim como os jovens.

Se há atividades que se podem fazer com som, outras há em que o silêncio é mesmo de ouro. Tudo depende das preferências. O som é a companhia preferida no momento em que se realizam tarefas domésticas (89%), quando se cozinha (84%), pratica desporto (80%), trabalha (70%) ou come (69%). Mas é o silêncio o eleito quando se trata de dormir (89%), ler (81%), estudar (65%) e relaxar (54%).

Ouvir música é uma das atividades que os portugueses admitem fazer com um volume mais elevado, algo partilhado sobretudo pelos mais jovens: quatro em cada dez inquiridos com idades entre os 18 e os 24 anos reconhecem ouvir música com um volume acima da média.

 

 

Distinção
Uma equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC) venceu a...

O projeto distinguido pretende estudar como a mitocôndria (organelo responsável pela maioria da energia produzida nas células) regula o modo como o nosso corpo responde a vários estresses fisiológicos, incluindo dieta e exercício físico, nomeadamente através da libertação de pequenas moléculas ao nível hepático e muscular. 

As moléculas atuam em vários alvos importantes nas células, traduzindo-se em vários efeitos benéficos, como o combate aos efeitos da obesidade e do envelhecimento devido ao seu papel na regulação do metabolismo celular.

Ainda se conhece muito pouco sobre a regulação da libertação destas moléculas e da sua possível utilização clínica em vários tipos de patologias, contudo sabe-se que elas são codificadas pelo ADN da mitocôndria, o que constitui um avanço recente na pesquisa mitocondrial.

O coordenador do projeto, Paulo Oliveira, explica que «a investigação na regulação no metabolismo das células pela mitocôndria tem tido avanços notáveis nos últimos anos, sendo o projeto atual muito relevante para o desenho de novas terapias e para compreender o processo de adaptação mitocondrial a vários estresses fisiológicos, nomeadamente alimentação deficiente ou, em sentido contrário, ao exercício físico.»

«Com este apoio muito importante da FLAD conseguimos iniciar uma colaboração com um grupo de investigação nos Estados Unidos, que é possivelmente a maior referência na área, permitindo aumentar a internacionalização do CNC e da UC e contribuir igualmente para a formação avançada de jovens cientistas que terão a oportunidade de se deslocar a este país e participar em atividades científicas comuns», salienta.

O FLAD Healthcare 2020 destina-se a apoiar programas científicos de centros de investigação portugueses da área da saúde, realizados em colaboração com centros de investigação dos Estados Unidos da América, com o objetivo de incrementar a rede de conhecimentos entre os dois países, facilitando o desenvolvimento de intercâmbios e parcerias institucionais.

O estudo vai ser realizado em cooperação com um grupo de investigação da Faculdade de Gerontologia «Leonard Davis» da Universidade do Sul da Califórnia, sob a orientação de Pinchas Cohen.

 

Estudo
Os sintomas do enfarte agudo do miocárdio (ataque cardíaco) são hoje mais conhecidos da população portuguesa, segundo um...

Iniciativa do movimento Stent for Life, que visa salvar vidas através da melhoria do tratamento proporcionado às vítimas de enfarte, este estudo foi coordenado pelo cardiologista Helder Pereira e será apresentado hoje, Dia Nacional do Doente Coronário.

Os sintomas mais referidos como indicadores de um enfarte do miocárdio são a dor no peito (95%), arritmias/palpitações (89%) e paralisia/dormência no braço (86%).

Estes valores apontam para um aumento do conhecimento das pessoas em relação a este tipo de enfarte, já que atualmente 95% associaram a “dor no peito” a esta doença, contra 85% num inquérito realizado há seis anos.

A esmagadora maioria dos inquiridos (92%) afirmou que existem fatores de risco associados ao enfarte do miocárdio e alguns dos quais podem ser evitados.

A maioria (66%) considera que todos os tipos de pessoas têm propensão para um enfarte do miocárdio e mais de 60% associam dor no peito, náuseas e vómitos a enfarte do miocárdio.

Perante estes sintomas, 38% ligavam para o 112, enquanto 27% optavam por uma urgência hospitalar.

Entre os critérios apontados pelos inquiridos como fatores de risco para o enfarte do miocárdio, o excesso de peso e alimentação desequilibrada foram referidos por 99%. A maioria (55%) afirma que o enfarte pode ocorrer em qualquer idade.

Para 68% dos inquiridos, o eletrocardiograma é a melhor forma de diagnosticar um enfarte, seguindo-se a avaliação clínica (52%) e o ecocardiograma (42%).

A maioria dos inquiridos (86%) consideram que o enfarte do miocárdio pode ser prevenido e que uma alimentação saudável é a melhor forma de o prevenir.

O enfarte do miocárdio ocorre quando as artérias que irrigam o coração ficam bloqueadas, impedindo assim este órgão de receber o necessário sangue e oxigénio.

Neste estudo, 20% afirmaram que o enfarte do miocárdio acontece devido a problemas do coração e 18% por causa de veias entupidas.

 

Estudo
Alguns produtos químicos usados em embalagens de alimentos, em frigideiras antiaderentes e em roupas interferem com o...

Conhecidos como substâncias polifluoralquil e perfluoralquil, ou PFASs, alguns desses produtos foram anteriormente associados a situações oncológicas, alterações hormonais, disfunção imunológica e colesterol elevado.

“Pela primeira vez, nossos resultados descobriram um novo caminho pelo qual os PFASs podem interferir com a regulação da massa corporal em seres humanos e, assim, contribuir para a epidemia de obesidade”, revela o autor principal do estudo, Qi Sun, professor do departamento de Nutrição da Universidade de Harvard.

Os pesquisadores descobriram que os PFASs - também conhecidos como "obesogenes" por sua interferência com a regulação do peso corporal - estão vinculados a um ritmo metabólico mais lento em momentos de repouso.

Pessoas com altos níveis de PFASs no sangue também apresentaram um metabolismo mais lento durante o processo de perda de peso.

O estudo, publicado na revista PLOS Medicine e realizado na década de 2000, analisou os efeitos de quatro dietas ao longo de um período de dois anos. Os níveis de perda de peso e PFAS no sangue foram medidos em 621 pessoas obesas ou com sobrepeso.

Em média, os participantes perderam 6,4 quilos nos primeiros seis meses, mas ganharam 2,7 quilos nos 18 meses seguintes.

Aqueles que ganharam mais peso apresentavam as maiores concentrações de PFASs no sangue, “um vínculo mais forte entre as mulheres", segundo o estudo divulgado na revista PLOS Medicine.

As PFASs estão presentes no ambiente há 60 anos, tendo contaminado a água potável perto de locais industriais, bases militares ou unidades de tratamento de água.

"Os resultados sugerem que limitar ou evitar a exposição a PFASs pode ajudar as pessoas a manter uma massa corporal estável após a perda de peso, especialmente para as mulheres", diz o investigador de Harvard, Philippe Grandjean, co-autor do estudo.

Oposição
A Ordem dos Médicos acusa o Governo de ameaçar a saúde dos portugueses validando cientificamente práticas tradicionais chinesas...

Em causa está uma portaria conjunta dos ministérios da Saúde e da Ciência e Ensino Superior de validação da criação de ciclos de estudo que conferem o grau de licenciado em medicina tradicional chinesa.

Para o bastonário Miguel Guimarães, a criação de um ciclo de estudos com formação de quatro anos "em práticas que não têm base científica constitui um perigo para a saúde e para as finanças dos portugueses".

O representante dos médicos considera mesmo que isto pode gerar atrasos em diagnósticos e tratamentos de situações potencialmente graves.

"É importante que a população entenda que estes ciclos de estudo não habilitam à prática da medicina, que é exclusiva dos médicos", alerta, em declarações à agência Lusa.

Miguel Guimarães acusa o Governo de "estar a contribuir para um retrocesso sem precedentes" no que é a essência da fundamentação científica de investigação e na evolução da inovação tecnológica e terapêutica própria da medicina.

"É uma atitude irresponsável", afirma, prevendo que irá provocar um aumento da publicidade enganosa.

"A publicidade enganosa irá aumentar de forma brutal, legalizada pelo ministro da Saúde", acrescenta.

O bastonário refere que o ministro Adalberto Campos Fernandes introduz assim "mais um fator de agravamento no desconforto e descontentamento dos médicos" e diz que vai reunir-se com a comunidade médica para decidir "formas inéditas" de manifestarem o seu "profundo desagrado".

A criação do ciclo de estudos em medicina tradicional chinesa é, para a Ordem, uma forma de "induzir as pessoas em erro, criando licenciaturas em terapêuticas que não têm a devida fundamentação científica".

O bastonário afirma não estar a criticar as práticas tradicionais chinesas, mas diz que necessitam de uma investigação científica profunda e de uma regulação, que não significa a criação de licenciaturas.

Miguel Guimarães avisa que a portaria publicada na semana passada pode mesmo pôr em causa as relações institucionais entre a Ordem e o Governo.

"A Ordem fica totalmente legitimada para liderar um processo de oposição firme de todos os médicos a uma política de saúde patológica que não serve os doentes", refere, indicando que a posição foi aprovada com total consenso pelo Conselho Executivo da Ordem.

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