Estudo
Um estudo à escala nacional realizado em 2015 mostra que 40% dos portugueses ocupa os tempos livres a ver televisão, resultado...

Médico, assistente graduado sénior de saúde pública, coordenador do Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, Carlos Dias apresentou hoje no 12.º Congresso Português do Acidente Vascular Cerebral, que decorre no Porto até sábado, os resultados do primeiro inquérito nacional de saúde com exame físico.

O especialista afirmou que as conclusões "confirmam uma elevada prevalência de fatores de risco como a hipertensão, obesidade, sedentarismo, uma alimentação que não é saudável e que contribuem para a ocorrência de AVC".

O trabalho de campo decorreu em 2015, abrangendo cerca de 4.200 pessoas distribuídas pelas sete regiões de Portugal, envolvendo homens e mulheres com idades entre os 25 e 74 anos. A análise dos dados foi feita em 2016.

Dos números apurados, Carlos Dias destacou a "elevada frequência de sedentarismo", concluindo o estudo que "mais de 40% dos homens e mulheres referiram que a atividade que melhor caracteriza os seus tempos livres é estar sentado a ver televisão".

A leitura desses dados evidencia preocupação ao médico que coordenou o estudo, lembrando que a "atividade física é essencial no controlo das doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade".

Em declarações, Carlos Dias sublinhou que o estudo também apresentou resultados otimistas, nomeadamente que a taxa de prevalência da diabetes baixou para os 9,8%.

Numa sociedade com cada vez mais apelos, "mas nem sempre saudáveis", Carlos Dias citou como otimistas os números relacionados com a "prevalência da diabetes, que baixou para 9,8%" quando "há sete anos, em que o valor chegou aos 12%".

"Tudo aponta para que a diabetes esteja numa tendência decrescente. Os números mostram-nos também que [a maior parte] dos hipertensos e dos diabéticos sabe que têm a doença, estão medicados e controlados", salientou.

"O outro resultado que considero importante é aquele que nos mostra que nas pessoas de estratos sociais menos favorecidos, como as que têm menor grau de instrução [ou] que estão desempregadas há uma maior frequência desses fatores de risco", alertou Carlos Dias, sugerindo uma "nova linguagem" na relação médico-paciente.

Neste cenário, o médico disse ser "importante perceber que tanto os programas de prevenção da doença como de promoção da saúde poderão ter vantagens se considerarem as suas intervenções de uma forma mais dirigida a estas pessoas, capacitando-as e dando-lhes informação de acordo com o seu nível socioeconómico e grau de instrução".

Sobre o aparente insucesso das sucessivas campanhas de consciencialização para a doença junto da população mais jovem, Carlos Dias explicou que continua a haver uma oferta pouco saudável.

Face às "ofertas múltiplas de bens e de serviços", as gerações mais novas "têm hoje mais dinheiro e disponibilidade de tempo, adotando estilos de vida bem diferentes". O problema é que "nem sempre a oferta parece saudável", apontando os casos da "alimentação, apesar dos programas importantes da redução do sal e do açúcar, cujos efeitos demoram dois a cinco anos a fazerem-se sentir".

SPR alerta
Doentes por tratar, diagnósticos por fazer, sintomas por reconhecer, patologias por diagnosticar. Este é o cenário da doença...

No âmbito Dia Mundial do Doente, que se assinala a 11 de fevereiro, a Sociedade Portuguesa de Reumatologia alerta e sensibiliza para a conjuntura das Doenças Reumáticas em Portugal, numa tentativa de construir um sistema de saúde em que todo o doente reumático possa ser seguido por um reumatologista, tendo a possibilidade de ter um diagnóstico precoce e acesso a tratamento correto e atempado, de forma a minimizar a perda de qualidade de vida associada a estas doenças.

Embora as doenças reumáticas afetem 56% da população do nosso país, ainda são encontradas sérias dificuldades no que diz respeito ao acesso à especialidade, o que se traduz em muitos casos de doentes não diagnosticados e, consequentemente, não medicados, ou seja, doentes que não estão a ser tratados e acompanhados por reumatologistas. Adicionalmente, apesar de ter havido uma evolução muito positiva no que diz respeito ao acesso a cuidados médicos na área da Reumatologia, ainda há zonas de Portugal onde o acesso à especialidade encara graves dificuldades.

A somar a estes fatores, um terço dos doentes que sofrem de doença reumática não reconhece os sintomas. As doenças reumáticas constituem a primeira causa de invalidez e de reformas antecipadas por doença, e estão associadas ao maior número de procura de cuidados de saúde primários. São também as que mais qualidade de vida retiram aos doentes.

Este é o cenário que deverá ser alterado e pelo qual a SPR tem lutado junto da tutela e organizações de saúde. Uma vez que as doenças reumáticas se caracterizam, de forma geral, por quadros inflamatórios nas articulações, é evidente que um maior tempo de espera de consulta se traduz numa progressão da doença. Como tal, quando estes doentes chegam ao especialista já estão num estado em que o tratamento pode não ter a mesma eficácia que tem em pessoas diagnosticadas atempadamente.

Nas palavras do Presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia, Dr. José Canas da Silva, “é importante que estas doenças sejam diagnosticadas o mais precocemente possível dado que, quando assim não acontece, podem deixar o doente com incapacidade grave. Para que isso seja possível, é urgente que se construa uma rede de referenciação organizada e que funcione corretamente, ao mesmo tempo que é preciso que a reumatologia seja, de uma vez por todas, reconhecida como a especialidade que trata as doenças reumáticas!”

Identificado o panorama nacional, é necessário intervir junto das entidades competentes, num esforço conjunto por um maior reconhecimento destas doenças e por um melhor funcionamento do sistema de saúde, pois só deste modo se consegue garantir que o doente tenha um acompanhamento médico adequado às suas necessidades.

PSP revela
Todos os dias são cerca de 50 as chamadas que escapam à primeira triagem feita pela PSP, a entidade que gere o sistema 112.

Segundo o presidente do INEM, Luís Meira, há "situações em que aparentemente quem ligou tem precisamente a intenção de perturbar a vida de terceiros, referindo-se a uma situação que obriga ao envio de meios e que, por exemplo a meio da noite, vão perturbar determinada pessoa", cita a Rádio Renascença.

Em entrevista à referida rádio, Luís Meira adianta ainda que existem outros casos em que as pessoas "inventam histórias" só "para ver os meios a passar".

O presidente do INEM considera estas práticas "muito graves" porque representam centenas de horas perdidas pelos operadores dos Centros de Orientação de Doentes Urgentes e levam ao acionamento anual de 7.500 meios de emergência.

Luis Meira recorda que "esta situação é crime", punível com pena de prisão até um ano ou 120 dias de multa.

Como funciona o 112?

O 112 é o Número Europeu de Emergência, sendo comum, para além da saúde, a outras situações tais como incêndios, assaltos ou roubos. As chamadas efetuadas para o 112 são atendidas pela PSP e pela GNR, nas Centrais de Emergência, que encaminham de seguida para o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) as chamadas que à saúde digam respeito.

Após receber a chamada transferida pela Central 112, o INEM inicia um processo de localização, triagem e aconselhamento da ocorrência. Essa localização é imprescindível para enviar a ajuda necessária, devendo ser o mais completa possível.

Em 2017, no total, o 112 recebeu um milhão e 370 mil telefonemas.

Estudo
Investigadores do Instituto de Medicina Molecular (iMM) João Lobo Antunes descobriram que a exposição a colesterol sistémico...

Estudos anteriores do laboratório de Sérgio Dias demonstraram que o colesterol favorece a progressão de cancro de mama (aumentando a divisão celular e a capacidade de invasão das células de cancro de mama), e que níveis de colesterol elevados em pacientes com cancro de mama são indicativos de cancros mais agressivos (maior probabilidade de formar metástases e de resistir a quimioterapia).

Este estudo testou a hipótese de que o colesterol pudesse também afetar a resposta imunitária contra cancros de mama. Os investigadores focaram-se em particular nos linfócitos T gama-delta, uma população de glóbulos brancos estudada pelo laboratório de Bruno Silva-Santos para imunoterapia do cancro.

A ideia subjacente à imunoterapia com linfócitos T gama-delta é obter sangue do doente, isolar os seus linfócitos e expandir especificamente os do subtipo gama-delta que são dotados de propriedades anti-tumorais.

Estas células podem depois ser re-injectadas em elevados números nestes mesmos doentes. Esta estratégia ainda está na fase pré-clínica, mas torna-se desde já muito importante conhecer os fatores que poderão determinar o sucesso das células imunitárias após a sua administração.

Células com funcionamento alterado

Neste estudo, o processo foi completamente reproduzido no laboratório, incluindo através da administração das células em modelos animais de cancro de mama.

Os cientistas descobriram que a exposição de linfócitos T gama-delta a colesterol (LDL) altera o seu funcionamento, reduzindo a sua capacidade de reconhecimento de células de cancro de mama, a sua capacidade de ativação, e consequentemente reduzindo a sua eficácia em eliminar células cancerígenas.

A equipa isolou células gama-delta do sangue de dadores saudáveis e expôs essas mesmas células a colesterol, medindo a sua capacidade de incorporar colesterol e quais os efeitos no seu grau de ativação e na sua capacidade de destruir células de cancro de mama.

Utilizando modelos animais de cancro de mama, os cientistas demonstraram que a capacidade antitumoral dos linfócitos T gama-delta é significativamente reduzida quando estas são expostas a colesterol.

A equipa acredita que estes resultados têm importantes implicações no desenvolvimento e implementação de imunoterapias inovadoras para o cancro baseadas na ativação de linfócitos T gama-delta.

Pesquisa
Um novo estudo publicado no "European Journal of Preventive Cardiology" conclui que estar de pé ao invés de sentado...

Já foi provado que estar demasiado tempo sentado pode provocar excesso de peso, obesidade, doenças cardiovasculares e diabetes. Segundo as estimativas atuais, os europeus passam, em média, sete horas por dia sentados e até mesmo as pessoas mais ativas estão a maior parte do dia numa cadeira.

Um novo estudo pretendeu descobrir se estar de pé - ainda que parado ou a trabalhar numa secretária de pés altos - queima mais calorias do que estar sentado. Para isso, os investigadores analisaram um total de 46 investigações científicas que envolveram 1.184 participantes. Os voluntários tinham em média 33 anos, 60% eram homens, em média pesavam 65 quilogramas e tinham um índice de massa corporal (IMC) saudável (24 kg/m2 ).

Segundo o estudo agora publicado, estar de pé pode queimar mais 0,15 calorias por minuto do que estar sentado. Logo, uma pessoa com 65 quilogramas que esteja de pé durante seis horas gasta mais 54 calorias por dia do que se estiver sentada.

2,5 quilos por ano

O estudo vai ainda mais longe: estimando-se que não há um aumento da quantidade de comida ingerida, trabalhar de pé durante um ano pode resultar na perda de 2,5 quilogramas, ou seja, 10 quilogramas em quatro anos.

"Estar de pé não só queima mais calorias, como a atividade muscular adicional está ligada a menor risco de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral e diabetes. Por isso, os benefícios de estar de pé podem ser maiores do que a simples perda de peso", comenta Francisco Lopez-Jimenez, principal autor do estudo, e responsável pelo departamento de Cardiologia Preventiva da Clínica Mayo, em Rochester, nos Estados Unidos.

No entanto, os cientistas admitem que o dispêndio energético associado à atividade de estar de pé pode ser ainda maior. No estudo, os participantes estiveram de pé e parados, enquanto que no dia a dia a maioria das pessoas pode fazer pequenos movimentos.

"Os nossos resultados podem estar subestimados, já que quando uma pessoa está de pé tende a fazer pequenos movimentos como deslocar o peso do corpo ou balançar-se de um pé para o outro, dar pequenos passos à frente e atrás", frisou o professor Francisco Lopez-Jimenez. "As pessoas que estão de pé podem ainda deslocar-se e pôr o lixo diretamente no caixote do lixo", acrescentou.

Os autores do estudo concluem que substituir a tradicional secretária baixa por uma secretária de pés altos ou estirador no trabalho pode reduzir o risco de ganho de peso.

CHLN
As consultas de interrupção voluntária da gravidez no Hospital Santa Maria, em Lisboa, vão ser retomadas a partir de hoje,...

A informação foi confirmada à agência Lusa por fonte oficial da unidade de saúde, depois de ter sido avançada a data em meados de janeiro pelo presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte, a que pertence o Santa Maria, o maior hospital do país.

Na altura, Carlos Martins recordou à Lusa que a interrupção da consulta esteve ligada com “menor capacidade de resposta aquando do movimento dos enfermeiros especialistas” em saúde materna e obstetrícia, que, alegando não serem pagos para o efeito, se recusaram a exercer funções na área da especialidade.

O hospital Santa Maria estava até hoje a encaminhar para uma clínica privada as mulheres que precisam de uma interrupção da gravidez, a custo da instituição.

Em comunicado emitido em janeiro, a administração do CHLN referiu que, por proposta da direção do departamento de obstetrícia, ginecologia e medicina de reprodução, decidiu “recorrer, sempre que necessário, a unidades privadas, certificadas pelo Ministério da Saúde, para poder dar resposta atempada e com qualidade às grávidas que procuram” os serviços para um aborto.

O CHLN garantia que “o principal objetivo desta medida era naturalmente garantir a segurança, assegurar uma resposta em tempo útil e com qualidade e evitar colocar a grávida em situações de risco, não esquecendo também a natural proteção aos profissionais”.

Em 2016, o Hospital Santa Maria realizou 467 interrupções da gravidez, todas por opção da mulher, segundo o Relatório dos Registos das Interrupções da Gravidez, elaborado pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

No ano anterior, este hospital tinha realizado 454 abortos, pelo mesmo motivo, de acordo com os dados da DGS.

CUF Descobertas
Dos dois novos casos, ontem reportados, de infeção com a bactéria 'legionella' ligados ao Hospital CUF Descobertas,...

Trata-se de uma mulher, de 53 anos, que foi por sua iniciativa ao hospital e "diagnosticada numa fase precoce", não apresentando "sinais de gravidade" de infeção.

Quanto ao segundo caso, é um homem de 77 anos que se encontra internado, "depois de ter sido contactado pelo hospital e aconselhado a dirigir-se ao atendimento permanente caso apresentasse sintomas", refere o CUF Descobertas em comunicado.

O número de casos diagnosticados com a bactéria 'legionella' com ligação ao Hospital CUF Descobertas subiu hoje para 14, três dos quais estão em unidades de cuidados intensivos, informou a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Os 14 casos, mais um em relação a um balanço anterior feito hoje pela DGS, incluem nove mulheres e cinco homens.

Segundo o Hospital CUF Descobertas, quatro desses casos foram diagnosticados em outras unidades de saúde.

De um total de dez pessoas diagnosticadas no CUF Descobertas, nove continuam internadas, mas "encontram-se estáveis e a evoluir favoravelmente". A doente que estava nos cuidados intensivos foi transferida para o internamento geral, precisa o hospital no comunicado.

A nota refere que o hospital já contactou 760 dos 800 doentes internados entre 06 a 25 de janeiro. Destes, 728 não apresentavam, à data, sintomas compatíveis com a infeção por 'legionella'.

Os restantes 32 tinham sintomatologia e foram aconselhados a recorrer ao atendimento permanente.

Destes, 25 já se deslocaram ao Hospital CUF Descobertas e "todos apresentaram análises negativas a legionella", com exceção do homem de 77 anos que está internado.

O surto de 'legionella' surgiu no passado fim de semana e poderá estar ligado à rede de águas do hospital, que está a contactar todas as pessoas que ali estiveram internadas entre os dias 06 e 25.

Na segunda-feira, quando havia seis doentes notificados, o diretor clínico adjunto do hospital, Paulo Gomes, admitia que pudessem surgir mais casos, mas garantia a segurança do hospital para doentes e trabalhadores.

Um comunicado da DGS refere que "as autoridades de saúde, em articulação com o Conselho de Administração do Hospital CUF Descobertas e em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, mantêm a necessária intervenção junto do hospital com o objetivo de assegurar o diagnóstico e tratamento dos doentes, o reforço da vigilância epidemiológica, o reforço da vigilância ambiental e a implementação das medidas necessárias para interromper a transmissão", sublinhando que essas medidas foram já aplicadas.

A bactéria 'Legionella pneumophila' é responsável pela doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia. A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infeção, podendo ir até dez dias.

Médicos de Família
O presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo garantiu hoje a inexistência de ilegalidades na...

“Seria inadmissível deixar que as 525 mil pessoas que não têm médico de família ficassem sem cuidados médicos ao nível dos centros de saúde e por isso estamos adotar o procedimento habitual. Não há nada de ilegal neste processo, porque não temos médicos indiferenciados a fazer o trabalho de médicos especialistas”, afirma Luís Pisco, presidente da ARSLVT, citado num comunicado.

A Ordem dos Médicos afirma que é ilegal a contratação de médicos sem especialidade para exercerem medicina geral e familiar e admite avançar com uma providência cautelar para travar um concurso em Lisboa e Vale do Tejo.

O bastonário da Ordem classifica como “absurda” a atitude da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), que está a preparar a contratação, através de empresas, de mais de 3.500 horas semanais de serviços médicos indiferenciados para os centros de saúde.

Para Miguel Guimarães, a legislação proíbe o exercício da especialidade de medicina geral e familiar no Serviço Nacional de Saúde (SNS) a médicos indiferenciados.

A ARSLVT esclarece que o recurso à contratação de serviços médicos é algo que acontece “há pelo menos 10 anos”, considerando a necessidade de dar resposta a situações pontuais de procura de cuidados médicos.

“Esta tem sido a solução encontrada ao longo do tempo para garantir que os utentes não fiquem sem cuidados médicos nos centros de saúde onde estão inscritas. Os clínicos contratados em prestação de serviços, quer através de empresas, quer diretamente, não substituem médicos de família”, salienta.

Segundo o documento, não são atribuídas listas de utentes porque são contratados para realizar consultas de recurso, consultas a utentes sem médico ou integrar as equipas médicas quando os horários dos centros de saúde são prolongados em função de planos de contingência.

A ARSLVT refere que espera a “colocação a muito curto prazo de 43 especialistas em Medicina Geral e Familiar na região”, o que irá reduzir o número de utentes sem médico de família e melhorar a resposta aos cidadãos.

“A ARSLVT compreende a preocupação da Ordem dos Médicos, mas considera que a mesma deve resultar de algum equívoco porque os médicos de família não foram nem serão substituídos por médicos sem especialidade”, conclui.

Plano Nacional de Vacinação
A Direção-Geral da Saúde (DGS) assegurou que "a interrupção temporária" da avaliação do Plano Nacional de Vacinação ...

Em comunicado, a DGS adianta que a avaliação anual nacional do PNV, pedida em janeiro às administrações regionais de saúde, foi suspensa, por tempo não precisado, "para minimizar a perturbação dos serviços por incorreções identificadas". A avaliação, que é divulgada anualmente em abril, permite saber as taxas de cobertura de vacinação.

Apesar da suspensão temporária da avaliação do PNV, a Direção-Geral da Saúde garante que essa avaliação, com informação reportada a 31 de dezembro, "vai ser efetuada de forma atempada".

Na terça-feira, médicos de saúde pública queixaram-se da suspensão da avaliação do PNV e da impossibilidade de se saber o estado vacinal das crianças devido a um erro informático. O Ministério da Saúde negou então qualquer problema.

Hoje, a Direção-Geral da Saúde assegurou que a interrupção da avaliação do Plano Nacional de Vacinação "não põe em causa a saúde pública, nem a vacinação dos cidadãos nas idades recomendadas pelo PNV" e visa "tão só a melhoria da qualidade da informação".

A DGS adianta que "o módulo de monitorização e avaliação" do VACINAS, o novo sistema de informação e gestão da vacinação que substituiu progressivamente, em 2017, o anterior, o SINUS, "está a ser alvo de aperfeiçoamento nos algoritmos que permitem o cálculo da proporção de pessoas vacinadas em cada idade e por vacina".

A entidade nacional de saúde pública reconhece que "há atualmente um número pequeno de unidades" de saúde" que ainda não utilizam o novo sistema de informação e gestão da vacinação "por razões técnicas", devido "a incompatibilidades de 'software' externo".

Desde outubro, sublinha a DGS, "está disponível ao público a informação com a atualização diária das vacinas administradas em Portugal continental nas unidades de saúde [do Serviço Nacional de Saúde] migradas no VACINAS".

Dados DGS
O número de casos diagnosticados de ‘legionella’ com ligação ao Hospital CUF Descobertas subiu para 14, três dos quais estão em...

Os 14 casos, mais um em relação a um balanço anterior feito hoje pela DGS, incluem nove mulheres e cinco homens.

O surto de ‘legionella’ surgiu no passado fim de semana e poderá estar ligado à rede de águas do hospital, que está a contactar todas as pessoas que ali estiveram internadas entre os dias 06 e 25.

Na segunda-feira, quando havia seis doentes notificados, o diretor clínico adjunto do hospital, Paulo Gomes, admitia que pudessem surgir mais casos, mas garantia a segurança do hospital para doentes e trabalhadores.

Um comunicado da DGS refere que "as autoridades de saúde, em articulação com o Conselho de Administração do Hospital CUF Descobertas e em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, mantêm a necessária intervenção junto do hospital com o objetivo de assegurar o diagnóstico e tratamento dos doentes, o reforço da vigilância epidemiológica, o reforço da vigilância ambiental e a implementação das medidas necessárias para interromper a transmissão", sublinhando que essas medidas foram já aplicadas.

A bactéria “Legionella pneumophila” é responsável pela doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia. A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infeção, podendo ir até dez dias.

Estudo
Neurocientistas portugueses descobriram que basta ativar uma substância nas células cerebrais, a dopamina, antes do início de...

A descoberta, feita numa experiência com ratinhos, perspetiva tratamentos mais eficazes para a doença de Parkinson, uma patologia neurodegenerativa que afeta a coordenação motora e que tem como um dos problemas a dificuldade de iniciação do movimento e a lentidão do movimento.

Rui Costa, coordenador da equipa científica, e Joaquim Alves da Silva, ambos neurocientistas do Centro Champalimaud, em Lisboa, e da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, analisaram em ratinhos saudáveis a atividade dos neurónios (células cerebrais) que produzem dopamina antes da iniciação do movimento.

Verificaram, depois de colocarem elétrodos nos roedores, que a atividade dos neurónios dopaminérgicos, os que libertam dopamina, "está relacionada com o quão rápido e vigoroso vai ser o movimento", disse à Lusa Rui Costa, assinalando que a atividade neuronal é menor para movimentos mais lentos e é maior para movimentos mais rápidos.

Posteriormente, recorrendo à técnica da optogenética, que permite estudar 'in vivo' o comportamento dos neurónios usando 'laser' e proteínas 'marcadoras', os investigadores conseguiram 'silenciar' ou 'ativar' as células implicadas na produção de dopamina.

Rui Costa, Joaquim Alves da Silva e outros cientistas observaram que se consegue 'calar' o pico de atividade destas células mesmo antes da iniciação do movimento e ativá-lo quando os ratinhos estão parados.

A equipa constatou, por outro lado, que a inibição ou a ativação da atividade dos neurónios dopaminérgicos, que funciona como gatilho para os movimentos voluntários se iniciarem, não funcionou quando os animais já estavam em movimento.

O comportamento das células cerebrais foi testado nos ratinhos em ações espontâneas - os roedores podiam estar quietos ou andar quando quisessem - e em ações de estímulo-recompensa - os animais tinham de carregar numa alavanca para acederem a açúcar.

Em ambas as situações, foi registado um pico de atividade nos neurónios que produzem dopamina antes da iniciação do movimento, de acordo com Rui Costa.

Num próximo passo da investigação, os cientistas pretendem aferir de que forma os resultados obtidos podem "tentar melhorar os tratamentos" da doença de Parkinson, "associando-os à vontade de iniciar o movimento".

Além disso, propõem-se estudar com mais detalhe estas células, uma vez que, na experiência, nem todos os neurónios que produzem dopamina ficaram ativos antes da iniciação do movimento, apenas 30 a 40 por cento, nas contas de Rui Costa.

"Achamos que são um subtipo específico [de neurónios dopaminérgicos] especialmente vulnerável para morrer com a doença de Parkinson", admitiu.

Atualmente, para aliviar os sintomas da doença, embora podendo causar efeitos adversos como movimentos involuntários, o paciente é sujeito a doses contínuas de dopamina ou a estimulação cerebral profunda, independentemente de manifestar ou não vontade de se mexer ou quando está a meio da execução de um movimento.

Como alternativa terapêutica, os investigadores sugerem a administração de dopamina ou a estimulação elétrica do cérebro apenas no momento em que o doente tenciona iniciar um movimento corporal.

Relatório revela
O Brasil, a Rússia, a Índia, a China e a África do Sul perderam 46.200 milhões de dólares em produtividade no ano de 2012...

"Estudar o impacto económico do cancro nas economias emergentes leva-nos a pensar a importância de travar cancros evitáveis nestes países. Não se trata apenas do elevado custo humano, mas também do seu impacto na economia", disse a principal autora do relatório, publicado no "Journal Cancer", Alison Pearce.

Os países emergentes Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (BRICS), que representam mais de 40% da população mundial e 25% da riqueza produzida, acumulam 42% das mortes relacionadas com cancro.

A Agência Internacional de Investigação do Cancro, com sede em Lyon (sudeste de França), apela a estes países que "promovam mudanças no estilo de vida", nomeadamente o sedentarismo, a ingestão de álcool ou o consumo de tabaco, para prevenir esta doença.

O organismo pede também mais políticas de saúde e exemplifica com a vacinação contra o vírus da hepatite B para prevenir o cancro do fígado, que afeta sobretudo a China, ou contra o vírus do papiloma humano (VPH), para evitar o cancro do colo do útero.

A agência alerta para o "rápido crescimento dos índices de obesidade" no Brasil como um fator de risco, tal como o tabaco.

"Apesar das bem-sucedidas políticas de controlo de tabaco, como a implementada no Brasil, esta substância permanece como um significativo aumento do risco" tanto no Brasil como na África do Sul, dizem os autores do estudo.

Tribunal de Justiça Europeu
A Itália e a cidade de Milão contestaram junto dos tribunais europeus a decisão da União Europeia de instalar a Agência...

A instituição indicou que o Tribunal recebeu o pedido destinado a “anular a decisão do Conselho da União Europeia de estabelecer a sede da Agência Europeia do Medicamento (EMA) em Amesterdão na sequência do Brexit” (saída do Reino Unido da União Europeia).

O Porto foi uma das cidades candidatas à reinstalação da sede da EMA.

O primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, já tinha dito na televisão que tencionava contestar a escolha, feita através de sorteio após um escrutínio complexo com a participação de 27 ministros da UE (sem o Reino Unido), do qual resultou um empate entre duas cidades.

A EMA está atualmente em Londres, de onde sairá na sequência do Brexit.

A contestação dos italianos surge depois de declarações das autoridades holandesas, na segunda-feira, reconhecendo que o edifício que deverá albergar a EMA não estaria pronto até novembro do próximo ano.

Ministro das Finanças
O ministro das Finanças reconheceu hoje que existe um problema com os pagamentos aos fornecedores na saúde, mas afirmou que o...

"Os pagamentos em atraso são um problema que o Governo reconhece e está a atacar", afirmou hoje Centeno na comissão de Orçamento e Finanças, no Parlamento, em Lisboa.

O governante afirmou que, para este ano, estão já previstos 1.400 milhões de euros para saldar dívida e pagamentos em atraso na Saúde, sendo que 500 milhões de euros são referentes à capitalização dos Hospitais EPE (Empresa Pública Empresarial) feita já em 2017 e que será usada em 2018.

Os pagamentos em atraso na saúde ficaram nos 844 milhões de euros no final de 2017, o que compara com 550 milhões de euros em 2016 (mais 294 milhões de euros), segundo a síntese de execução orçamental de dezembro divulgada na semana passada pela Direção-Geral de Orçamento (DGO).

O governante justificou o facto de os pagamentos em atraso terem aumentado com mais investimentos na saúde, dizendo que estas despesas são reflexo da "melhoria do Serviço Nacional de Ambulatório", com mais tratamentos e cirurgias, em 2016 e 2017.

Disse ainda Centeno que, com o atual Governo, tem aumentado os funcionários nos hospitais e outros equipamentos do Serviço Nacional de Saúde.

Já na semana passada as Finanças disseram que, em 2017, as "despesas com pessoal na saúde cresceram 5,4% [em termos homólogos], representando metade do crescimento das despesas com pessoal na Administração Central], o que justificaram com o "reforço do número de efetivos" no SNS.

"Face ao final de 2015, há hoje mais 1.830 médicos (mais 7,3%) e mais 2.720 enfermeiros (mais 7,1%)", lia-se no comunicado.

Ainda sobre os pagamentos em atraso, Centeno afirmou hoje que o Governo quer alterar o modo como o Estado lida com a dívida na saúde e que estão já a ser preparadas alterações, sem explicar em que sentido.

"Estamos a preparar uma análise estrutural da forma como esta despesa é constituída no Serviço Nacional de saúde e uma nova forma de gerir este volume de endividamento", disse apenas.

O tema da saúde e dos pagamentos em atraso aos fornecedores de bens e serviços foi hoje abrangente às intervenções dos deputados de todos os partidos, tendo recebido mais críticas por parte do PSD e CDS-PP.

A deputada Inês Domingos, do PSD, considerou mesmo que "os pagamentos em atraso são uma forma de austeridade encapotada".

Direção-Geral da Saúde
O número de casos diagnosticados de ‘legionella’ no Hospital CUF Descobertas subiu para 13, três dos quais estão em unidades de...

Destes 13 casos diagnosticados, nove são mulheres.

O surto de ‘legionella’ surgiu no passado fim de semana e poderá estar ligado à rede de águas do hospital, que está a contactar todas as pessoas que ali estiveram internadas entre os dias 06 e 25.

Na segunda-feira, quando havia seis doentes notificados, o diretor clínico adjunto do hospital, Paulo Gomes, admitia que pudessem surgir mais casos, mas garantia a segurança do hospital para doentes e trabalhadores.

Capital Criativo Healthcare Investments II
A Luz Saúde notificou a Autoridade da Concorrência da compra de 70% da Capital Criativo Healthcare Investments II, que controla...

A operação de concentração consiste na aquisição indireta pela Luz Saúde do controlo das sociedades Idealmed III - Serviços de Saúde, Imacentro - Clínica de Imagiologia Médica do Centro e Idealmed Ponte Galante, através da aquisição de 70% do capital da Capital Criativo Health Care Investments II, que detém o controlo direto das Sociedades Idealmed.

A Idealmed já era detida em 10% pela dona do Hospital da Luz, segundo o aviso publicado hoje.

Numa comunicação à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), em 22 de janeiro, a Luz Saúde destaca que a Unidade Hospitalar de Coimbra, inaugurada em 2012, dispõe de cinco salas de bloco cirúrgico, duas salas de parto, 71 gabinetes de consulta e capacidade para 66 camas de internamento.

A Capital Criativo Health Care Investments II é dona da totalidade do capital da Idealmed III, Serviços de Saúde, Imacentro – Clínica de Imagiologia Médica do Centro e Idealmed Ponte Galante, empresas que compõem o grupo Idealmed.

Este grupo, por seu turno, detém a Unidade Hospitalar de Coimbra e quatro clínicas de cuidados em regime de ambulatório no centro de Coimbra, Figueira da Foz, Pombal e Cantanhede, adianta a nota à CMVM.

Bruxelas
A Comissão Europeia propôs hoje, em Bruxelas, o reforço da cooperação entre os Estados-membros da União Europeia na Avaliação...

Segundo uma nota de imprensa hoje divulgada, a proposta de regulamento sobre a Avaliação das Tecnologias de Saúde (ATS) vai proporcionar uma base de cooperação permanente entre os Estados-membros para a avaliação conjunta de novos medicamentos e determinados dispositivos médicos.

Com a ATS, os 28 poderão colaborar no âmbito de quatro pilares: o da avaliação clínica conjunta, de consultas científicas conjuntas, na identificação de tecnologias de saúde emergentes e no prosseguimento de uma cooperação voluntária noutros domínios.

Para Bruxelas, o reforço das avaliações “pode conduzir a ferramentas inovadoras e eficazes no domínio da saúde que cheguem aos doentes mais rapidamente”.

Para as autoridades nacionais, a ATS poderá permitir que as políticas de saúde sejam formuladas “com base em elementos de prova mais sólidos”.

A avaliação da tecnologia da saúde é um processo multidisciplinar que resume informações sobre as questões médicas, sociais, económicas e éticas relacionadas com o uso de uma tecnologia de saúde de forma sistemática, transparente, imparcial e robusta.

A ATS tem como objetivo responder a questões clínicas como a eficácia de uma nova tecnologia quando comparada com existentes ou quais as melhores opções para um paciente, entre outras.

A proposta da Comissão centra-se nos aspetos clínicos da ATS, ou seja, a definição do problema e a relativa segurança e eficácia clínica de uma tecnologia da saúde em comparação com as tecnologias existentes.

A proposta irá agora ser debatida pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho de ministros da Saúde da União Europeia (UE).

A comissão Europeia prevê que se torne aplicável três anos após a sua adoção e entrada em vigor, com um período suplementar de três anos que permita uma abordagem de integração progressiva por parte dos Estados-membros para que se adaptem ao novo sistema.

Em Vila Verde
As farmácias de Vila Verde doaram, em 2017, um total de 2.000 euros, possibilitando o acesso gratuito a medicamentos a 64...

A doação foi feita ao abrigo do protocolo de colaboração Medivida, promovido pelo Núcleo Local de Inserção de Vila Verde e estabelecido entre o município, as farmácias aderentes e as instituições particulares de solidariedade Social (IPSS) Casa do Povo de Ribeira do Neiva e Centro Comunitário de Prado.

As farmácias contribuem anualmente com uma verba destinada à aquisição de medicamentos para pessoas que apresentam problemas de saúde e que se encontram numa situação de fragilidade económica.

As verbas são entregues às IPSS, que depois as encaminham para as famílias sinalizadas.

Em 2017, as farmácias doaram 2.000 euros, verba que permitiu dar resposta a 64 pedidos de ajuda com medicação, a que correspondem 102 prescrições médicas.

“Além do acesso à medicação, estas famílias beneficiam do apoio das equipas de atendimento e acompanhamento social que fazem parte das IPSS envolvidas no projeto”, refere uma nota publicada no ‘site’ do município.

Beneficiam do apoio os munícipes cujo rendimento familiar 'per capita' seja igual ou inferior a 50% do Indexante dos Apoios Sociais.

Portadores de doenças crónicas, idosos, famílias monoparentais e pessoas com incapacidades têm prioridade no acesso ao apoio.

Desde que o projeto foi lançado, em 2015, já foram apoiadas com medicação mais de 100 famílias.

Perturbações do sono
A insónia crónica é hoje considerada uma doença grave que afeta cerca de 9% da população e que, quan

Alice Alves já conta com uma longa e penosa “relação” com a insónia, praticamente desde os seus 19 anos. “Comecei a ter algumas dificuldades em adormecer em determinados momentos da minha vida, e que coincidiam com os períodos de maior stress associados à minha vida académica”, recorda admitindo que, no entanto, durante muito tempo, não lhe atribuiu qualquer importância. “Sempre pensei que fosse normal. Sentia-me ansiosa e isso refletia-se à noite...”, justifica.

Cansaço, irritação, perda de concentração e ansiedade passaram a fazer parte do dia-a-dia desta jovem professora. “Acho que, a dada altura, me habituei a esta instabilidade, ao ponto de já conseguir prever as noites que passaria acordada”, revela.

Não dormir tornou-se um hábito para Alice que passou a planear, ao longo do dia, tudo o que faria quando não conseguisse adormecer. “Pensava no que faria, por exemplo, se acordasse às 3 da manhã e não voltasse a conseguir pregar olho. Umas vezes lia, outras deixava tarefas que não tinha conseguido fazer para essa altura, como passar a ferro ou arrumar a casa”, conta revelando, no entanto, que a longo prazo a situação que estaria a tentar descomplicar lhe viria a trazer graves consequências quer a nível pessoal que a nível profissional.

“Eu acho que não tive noção do que me estava a acontecer até dar conta de que eu já não saía com os meus amigos, já não tinha vontade de falar com eles sequer e quando comecei a ter dificuldades em concentrar-me no trabalho. O cansaço era tal, que, a dado momento, eu só queria estar sozinha, não queria ouvir ninguém...”, recorda. Haviam-se passado vários meses e as insónias eram cada vez mais frequentes.

“Desconhecia que era possível sofrer de insónia crónica. Não se fala muito de perturbações do sono, pois não? Eu acho que seria muito importante as pessoas perceberem que não dormir pode prejudicar a nossa saúde fisíca e mental”, desabafa Alice.

A jovem professora, hoje com 27 anos, convive há três com a insónia crónica. “Há dias em que acho que vou enlouquecer”, afirma.

“Quando procurei o médico, ele rapidamente desvalorizou os sintomas e prescreveu-me uns comprimidos para dormir que funcionaram numa fase inicial. Com o tempo comecei a notar que estava a entrar numa espiral de dependência do farmáco...”, revela.

A facilidade com que são prescritas benzodiazepinas em casos como o de Alice deixa alarmados alguns especialistas. Sabe-se que, apesar dos alegados benefícios, estas apresentam vários riscos. Atuando sobre o Sistema Nervoso Central, com uma ação ansiolítica e hipnótica, estão associadas ao risco de depressão e a alterações no comportamento (agressividade, alucinação) quando utilizadas durante um largo período de tempo.

“Agora sei o quão importante é sermos bem acompanhados durante o tratamento desta doença.  E que mais tão ou mais importante que a medicação é o tratamento não farmacológico, como a terapia”, refere. “Muitas vezes, a insónia surge porque algo dentro de nós não está bem, precisa ser resolvido. E a medicação por si só, não resolve o problema. Casos há em que o agrava”, acrescenta Alice.

A insónia é a perturbação do sono mais frequente e mais prevalente nas mulheres. Além de aumentar a incidência de várias doenças graves, a privação de sono potencia ainda a probabilidade de ocorrerem acidentes.

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Em 2017
Os 85 elementos da Liga dos Amigos do hospital de Viana do Castelo realizaram, em 2017, mais de 10 mil horas de trabalho...

A Liga dos Amigos do Hospital de Viana do Castelo, fundada há 36 anos, refere que "no trabalho de apoio direto aos doentes foram realizados em média 125 turnos individuais de voluntariado por semana, totalizando 9.082 horas, a que acrescem 1.502 horas ocupadas na promoção da dádiva de sangue, secretariado e coordenação das atividades diárias" da instituição.

Com um corpo de voluntariado composto por 85 membros - 74 mulheres e 11 homens - aquela liga, dirigida pelo ex-presidente da Câmara de Viana do Castelo, Defensor Moura, serviu, em 2017, "5.516 pequenos-almoços gratuitos a doentes mais carenciados ou de localidades mais afastadas que chegam em jejum ao hospital para fazer análises ou outros exames"

Os dados, que constam do relatório de atividades e contas de 2017, aprovados, por unanimidade, em assembleia-geral realizada na segunda-feira, referem que os voluntários da Liga, "ainda em número insuficiente para as necessidades dos serviços, já apoiam nove unidades de internamento (três de medicina, duas de cirurgia e uma de especialidades cirúrgicas, duas de ortopedia e uma de pediatria), acompanhando os doentes que não têm visitas e apoiando nas tarefas quotidianas os doentes mais dependentes, especialmente ajudando-os nas refeições".

"No internamento, as duas voluntárias que fazem serviço de cabeleireira satisfizeram todos os pedidos que foram enviados à Liga pelos responsáveis dos serviços, tendo efetuado 109 lavagens, cortes de cabelo e penteados a doentes internados", especificou a instituição.

Em 2017, para assinalar o 36.º aniversário, a Liga "ofereceu 17 televisores LCD, cinco cadeirões articulados, banheira rodada e cadeira de transporte de crianças e outros, a diversos serviços hospitalares, adquiridos com as verbas doadas por 114 amigos beneméritos" da instituição.

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