Infarmed
A venda da loção tónica da marca Leite de Colónia foi suspensa pelo Infarmed, que ordenou a retirada do produto do mercado por...

De acordo a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), as autoridades verificaram que o cosmético “Loção Tónica da marca Leite de Colónia (fórmula original de Dr. Arthur Studart), inclui na sua composição sodium borate e boric acid1”, substâncias que são proibidas em produtos cosméticos.

Por este motivo, o Infarmed determinou “a suspensão imediata da comercialização e a retirada do mercado nacional de todas as embalagens deste produto”.

“As entidades que disponham de embalagens deste produto não as podem vender ou disponibilizar, devendo proceder à sua devolução”, acrescenta o Infarmed, recordando os consumidores que tenham em casa embalagens desta loção tónica que não as devem utilizar.

A Leite de Colónia está no mercado desde 1948 e é uma tradicional marca brasileira de produtos para o cuidado facial.

 

Governo
O Governo vai publicar hoje em Diário da República o despacho que permite abrir concurso para 110 médicos de medicina geral e...

No despacho, o “Ministério da Saúde fica autorizado a desenvolver procedimento concursal simplificado” para contratos de trabalho em funções públicas por tempo indeterminado para 110 médicos de família.

Mantêm-se ainda por abrir os concursos para mais de 700 médicos recém-especialistas da área hospitalar que concluíram a especialidade há cerca de 10 meses, o que tem sido alvo de contestação por parte de sindicatos médicos e da Ordem que representa estes profissionais.

“Face à premência de que se reveste a contratação de médicos na área profissional de medicina geral e familiar, nomeadamente, os que concluíram a respetiva formação médica especializada na 2.ª época de avaliação final do internato médico de 2017, (…) entende-se que devem desde já ser criadas as condições que permitam o recrutamento dos médicos especialistas aqui em causa”, refere o diploma conjunto dos ministros da Saúde e das Finanças, que será hoje publicado em Diário da República.

Na semana passada, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes tinha afirmado publicamente que tinha já assinado o despacho para a contratação destes 110 médicos de medicina geral e familiar.

No início deste mês, um grupo de médicos recém-especializados em medicina geral e familiar que aguardava pela sua colocação há cerca de quatro meses escreveu uma carta aberta ao ministro a protestar contra a demora na abertura dos concursos.

Um outro grupo de médicos, recém-especialistas na área hospitalar e de saúde pública, começou esta semana a enviar também cartas abertas a contestar o atraso na abertura dos concursos, depois de terem terminado a sua especialidade há quase 10 meses.

São mais de 700 médicos nesta situação e que contam com o apoio da Ordem dos Médicos, que considera este atraso como “uma vergonha e um drama nacional”, tendo em conta os utentes que aguardam por consultas hospitalares e por cirurgias.

 

Em 2017
O Centro Gis, de respostas às populações LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Trans) criado pela Associação Plano i, somou mais...

Contando atualmente com 155 utentes, dos quais mais de metade são pessoas trans, a instituição de Matosinhos, distrito do Porto, foi na área da psicologia que mais sentiu a procura dos seus utentes, explicando a coordenadora Paula Allen que tal ficou a dever-se à "necessidade de encontrar uma estabilidade psicoemocional, para depois garantir o resto".

"Enquanto a pessoa não se sentir capaz de trabalhar as suas angústias e preocupações, não será capaz de conseguir o resto", acrescentou Paula Allen, antes de falar de um novo projeto, nascido a meio de 2017, e que consistiu na criação de grupos de terapia gays e trans.

"Nestes grupos, diferenciados, abrimos o espaço para que cada um, com pessoas que pensam da mesma forma, pudesse partilhar os seus problemas, escutando os dos outros, falando de temas como a saúde sexual e reprodutiva, a masturbação, o corpo e a autoconfiança, entre outros", descreveu a também psicóloga.

No Centro Gis, os utentes encontram respostas em áreas como a psiquiatria, endocrinologia, psicologia, além do apoio jurídico, numa oferta alargada com a entrada de voluntários que, "nomeadamente nas ações externas, ajuda nas campanhas de prevenção das doenças sexualmente transmissíveis", acrescentou.

Segundo a responsável, o Centro Gis foi uma das entidades cooptadas para o debate na Assembleia da República sobre a revisão da Lei nº7/2011, que, criticou, obriga, entre outras coisas, à necessidade de uma "pessoa trans ser avaliada por profissionais para obtenção de um relatório médico que ateste aquilo que ela sabe perfeitamente que é".

Paula Allen contesta ainda que o início do "procedimento médico só possa ocorrer aos 18 anos, o que leva a que a infância e, sobretudo, a adolescência sejam vividas em enorme sofrimento", mostrando-se convicta de que alteração da lei "seja ainda este ano", uma vez analisada pela subcomissão para a Igualdade e Não Discriminação da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.

Caso venha a suceder, explicou, "as pessoas trans deixarão de necessitar do relatório médico e a partir dos 16 anos poderão iniciar o processo medicamentoso por sua vontade".

O Centro Gis é um de vários projetos da Associação Plano i e o seu âmbito de atuação prioritário "é a violência doméstica e de género", integrando a rede nacional de apoio a vítimas de violência doméstica".

O nome do Centro Gis "homenageia Gisberta Salce Júnior, uma mulher imigrante brasileira, transexual, seropositiva, toxicodependente, trabalhadora sexual e sem-abrigo que foi assassinada em 2006 depois de brutalmente espancada e violada por um grupo de adolescentes no Porto", lê-se no comunicado do Eros Porto 2018 onde, a convite da organização, irá participar para a sensibilização sobre o tema.

 

Oncologia
Entre 350 a 400 casos de cancro em idade pediátrica surgem anualmente em Portugal, com os países desenvolvidos a registarem nos...

Segundo disse o diretor do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas, Nuno Miranda, Portugal tem por ano cerca de 350 a 400 casos de cancro em crianças ou adolescentes e que as taxas de cura situam-se, em termos globais, nos 80%.

Os tumores mais frequentes em idade pediátrica são as leucemias, seguidas depois de outros tumores, como os do sistema nervoso central e os linfomas.

Hoje decorre em Lisboa um Fórum sobre Cancro Pediátrico, organizada pelo imunoalergologista Carlos Nunes, assessor para o cancro pediátrico na Associação Internacional Lions.

 

Hospitais privados
A Associação Portuguesa de Hospitalização Privada afirmou hoje que o acordo com a ADSE sobre a nova tabela de preços a pagar...

“A ADSE abriu a porta, mas ainda não fez qualquer aproximação e continuamos a aguardar resposta às propostas que formulámos”, lê-se num comunicado da APHP, na qual recorda que enviou uma proposta negocial no dia 01 de fevereiro, a qual teve uma resposta no dia 07 deste mês.

“A APHP congratula-se com o aparente recuo da ADSE que, em missiva, afirma concordar com os princípios e os objetivos negociais propostos pela Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP)”, lê-se no comunicado.

Em causa está a nova tabela de preços que a Direção-Geral de Proteção Social aos Trabalhadores em Funções Pública (ADSE) pretende pagar aos prestadores privados e que representaria, segundo a APHP, um corte de 42 milhões de euros no total do regime convencionado.

Em janeiro, o presidente da APHP, Óscar Gaspar, disse que “um corte de 42 milhões basicamente significa um corte de 10% e um corte de 10% não é comportável porque os operadores privados não trabalham com margens de 10%. Estar a tirar 10% onde não existe obrigaria a trabalhar em negativo e isso colocaria em causa a qualidade da prestação de cuidados de saúde”.

Relativamente às negociações, a APHP disse esperar que “esta abertura se concretize na prática, até porque há muito trabalho a desenvolver e são necessários ajustamentos muito significativos às tabelas da ADSE”.

“Reconhecida a equidade negocial entre as partes, fazem votos que o espírito manifestado pela ADSE se mantenha quando agora se concretizam as normas em causa”, lê-se no comunicado da APHP.

 

Farmacêuticos
A Ordem dos Farmacêuticos considera que o cultivo e uso da planta da canábis é “uma não solução” e representa “deixar os...

Félix Carvalho, do grupo de trabalho da Ordem dos Farmacêuticos sobre a canábis para fins terapêuticos, disse hoje no parlamento que “não se pode dizer [aos doentes] para cultivar plantas em casa como uma suposta mezinha”.

“Não é essa a forma de tratar os doentes em Portugal”, afirmou Félix Carvalho, frisando que a planta da canábis pode ainda “agravar a doença de quem se pretende tratar”.

Félix Carvalho adianta que o que tem sido estudado é a eficácia dos canabinoides em medicamento, não havendo adequadas avaliações de risco e benefício para a planta da canábis.

O representante do grupo de trabalho da Ordem dos Farmacêuticos considera inadequado propor o auto cultivo da planta da canábis, adiantando que “é uma não solução [e] é deixar os doentes abandonados à sua sorte”.

“Vemos com muita preocupação que se pretenda usar o auto cultivo de plantas para soluções que já existem com medicamentos que estão no mercado”, indicou.

Graça Campos, também membro do grupo de trabalho que está hoje a ser ouvido no parlamento, considera que o cultivo da planta da canábis em casa não confere “controlo de qualidade sobre nada”.

“E pode-se acrescentar contaminações de fungos ou possível contaminação de metais pesados se a terra estiver contaminada. Posso acrescentar situações à doença daquela pessoa”, afirmou.

Também Hélder Mota Filipe, antigo dirigente da Autoridade do Medicamento, corroborou no Parlamento que “existem medicamentos canabinoides que fizeram todo o percurso para avaliação em termos de qualidade e segurança”, o que não acontece no caso da planta da canábis, que tem centenas de compostos e muitos deles nem se sabe a sua atividade.

“Estas a discutir o uso da planta em vez do uso destes medicamentos é estar a retroceder”, considerou Hélder Mota Filipe.

Na audição na comissão parlamentar de Saúde, a deputada do CDS Isabel Galriça Neto considerou que esta é “uma matéria científica” e que “não é seguramente política”, entendendo ainda que “há terapêuticas alternativas que fundamentadamente são opções para o tratamento sintomático” para os doentes.

“Temos todas as reservas às questões que envolvem o uso da planta e do auto cultivo”, considerou a deputada, que é médica, indicando ainda que para o CDS esta questão “não é uma premência social”.

 

Canábis
A Ordem dos Farmacêuticos manifestou hoje a sua preocupação relativamente à utilização da planta da canábis para fins...

Esta posição foi hoje também apresentada no parlamento pelo grupo de trabalho da Ordem dos Farmacêuticos sobre a utilização da planta canábis para fins terapêuticos.

Para este grupo de trabalho, composto por quatro peritos, “não existe evidência científica robusta relativamente à relação benefício-risco da utilização” da planta canábis “para fins medicinais”.

“Por outro lado, existem evidências robustas que demonstram a existência de problemas de segurança e potencial toxicológico”, segundo o parecer da Ordem dos Farmacêuticos.

A apresentação dos argumentos dos farmacêuticos, hoje apresentados no Grupo de Trabalho da Comissão Parlamentar da Saúde sobre a utilização da canábis para fins medicinais, no âmbito dos projetos de lei do BE e do PAN, coube a Félix Carvalho, para quem “não existe evidência científica que comprove a eficácia e segurança do seu uso”.

Félix Carvalho, professor da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, recordou que “já existem medicamentos, cujas substâncias ativas são canabinóides, autorizados no mercado para as indicações terapêuticas com evidência clínica que suporta uma relação benefício-risco positiva, em termos de eficácia e segurança”.

O parecer da Ordem dos Farmacêuticos indica que “não existe evidência científica robusta relativamente à relação benefício-risco da utilização da planta Cannabis sativa L. para fins medicinais”.

Por outro lado, prossegue o documento, “existem evidências robustas que demonstram a existência de problemas de segurança e potencial toxicológico”.

“Face à existência de medicamentos com canabinóides que colmatam as necessidades terapêuticas atuais”, este grupo de trabalho expressa a sua preocupação relativamente à utilização da planta para fins medicinais.

Isto porque “não existe evidência científica que comprove a eficácia e segurança do seu uso, no modelo em que se pretende vir a legislar, nem apresenta mais-valia comparativamente aos medicamentos já aprovados”.

No parecer, os peritos referem que em Portugal existe um medicamento extrato padronizado de THC (Tetra-hidrocanabinol, a principal substância psicoativa nas plantas de canábis) e CBD (canabidiol, uma das substâncias químicas canabinoides encontradas na Cannabis sativa), indicado “na melhoria dos sintomas relacionados com a rigidez muscular (espasticidade) na esclerose múltipla, refratários a outros medicamentos de primeira linha”.

“Nas situações consideradas clinicamente adequadas, este medicamento poderá ser utilizado em regime ‘off-label’, sempre que haja evidência que suporte esta indicação”, indicam os peritos.

O parecer indica ainda que, relativamente ao uso de medicamentos não comercializados em Portugal, existem mecanismos legais que permitem o acesso destes em território nacional, nomeadamente através de Autorização de Utilização Especial (AUE)”.

 

‘Legionella’
Amostras de água de hospitais nas cinco regiões de saúde foram colhidas e estão a ser analisadas no âmbito do Programa de...

O programa arrancou em janeiro, tendo sido determinado no ano passado pelo ministro da Saúde, na sequência do surto ocorrido em novembro de 2017 no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, que provocou 59 infetados e cinco mortos.

No final de uma reunião de trabalho com responsáveis da Direção-Geral da Saúde e Administrações Regionais de Saúde (ARS), no âmbito do Programa de Intervenção Operacional de Prevenção Ambiental da Legionella (PIOPAL), promovida pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), o presidente deste instituto disse à agência Lusa que até ao final do ano terão sido alvo de intervenção todos os hospitais públicos, alguns privados e alguns centros de saúde.

Até ao momento, já chegaram aos laboratórios que irão analisar a água, amostras colhidas em hospitais que as ARS consideraram prioritários, tendo sido abrangidas unidades de saúde localizadas nas cinco regiões.

Para Fernando de Almeida, “este programa vem trazer uma certa especificidade em relação à ‘legionella’ e está muito vocacionado para unidades de prestadores de cuidados de saúde, porque a situação assim o aconselha”.

“É um programa de vigilância laboratorial. Durante a duração do programa vamos fazer um conjunto de avaliações analíticas nas águas das unidades e averiguar como estão”, adiantou, acrescentando que o objetivo é ajudar as administrações a conhecerem o estado das águas, mas também a corrigir o que for necessário.

“Prevenir eventuais novos casos de surtos de ‘legionella’ em ambiente de prestação de cuidados de saúde” é o grande objetivo do programa que durante este ano vai incidir nos hospitais públicos e em alguns privados, bem como centros de saúde, disse.

Em 2019 continuarão os trabalhos do programa, nomeadamente junto dos restantes privados e centros de saúde.

O INSA é responsável por assegurar a realização de vigilância laboratorial da qualidade da água, para pesquisa e identificação da ‘legionella’, em todas as unidades de prestação de cuidados de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

No sábado, a Direção-Geral da Saúde (DGS) declarou o fim do surto de ‘legionella’ no hospital CUF Descobertas, em Lisboa, que infetou 15 pessoas, duas das quais ainda internadas em cuidados intensivos.

Este foi o segundo surto de ‘legionella’ conhecido em hospitais portugueses em dois meses, seguindo-se ao surto ocorrido em novembro de 2017 no hospital público São Francisco Xavier, em Lisboa, que provocou 59 infetados e cinco mortos.

No seguimento deste surto, o ministro da Saúde determinou um plano de vigilância à presença de ‘legionella’ nas várias unidades de saúde, o Programa de Intervenção Operacional de Prevenção Ambiental da Legionella (PIOPAL), criado em novembro do ano passado através do Despacho n.º 10285/2017.

A bactéria ‘legionella’ é responsável pela doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia. A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infeção, podendo ir até dez dias.

A infeção pode ser contraída por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. Apesar de grave, a infeção tem tratamento efetivo.

 

22 de fevereiro - Dia Europeu da Vítima de Crime
No dia 22 de fevereiro assinala-se o Dia Europeu da Vítima de Crime e os problemas de sono são algo que vítimas e criminosos...

Teresa Paiva, neurologista, responsável pelo Centro de Medicina do Sono (CENC) e uma das organizadoras do Lisbon Sleep Summit explica que a relação entre sono e comportamentos violentos ou criminosos acontece de várias formas: “as vítimas de crime sofrem ou de stress agudo (insónia, flasbacks, irritabilidade, ansiedade, dificuldades de memória e de concentração, fadiga) ou de stress pós-traumático com insónia complexa, pesadelos graves e depressão e fadiga. Outras sentem desrealização, negação, ou sentido de injustiça (porquê a mim?) ou raiva, rancor ou vingança. Já as vítimas passivas, como por exemplo os habitantes de uma zona onde houve um crime, têm problemas de sono na noite seguinte: adormecem mais tarde e têm disrupções na produção de cortisol (principalmente as crianças). E quem assiste a atos violentos ou ações terroristas tende a ter insónia transitória e inclusão dos conteúdos violentos nos sonhos nos dias subsequentes”.

“Já a privação de sono associa-se a maior prevalência de comportamentos violentos”, refere a especialista. “Isto foi provado num estudo nacional com adolescentes portugueses”. Teresa Paiva refere ainda que “há doenças do sono com comportamentos violentos. O sonambulismo, os distúrbios comportamentais do sono REM (rapid eye movement) e algumas epilepsias noturnas podem ter comportamentos muito violentos não intencionais. E estes factos podem ser usados criminalmente para desculpabilizar criminosos reais”.

Além de “o sono e a violência” , o Lisbon Sleep Summit irá dedicar-se a temas tão diversos como o sono e os desafios na vida das mulheres, o sono e a maternidade e as “coisas” estranhas que as mulheres fazem à noite.

Esta iniciativa é destinada a clínicos, cientistas, entidades públicas e privadas e à sociedade civil, apelando a que participem ativamente na discussão e na criação de soluções para as principais questões negativas associadas ao sono nas Mulheres. Tem como objetivo melhorar o conhecimento relacionado com o sono no género feminino, avaliar o impacto de fatores internos e externos no sono das mulheres em qualquer idade e discutir as diferenças entre géneros no âmbito da Medicina do Sono. Mais informação sobre o Lisbon Sleep Summit em http://www.lisbonsleepsummit.org/

DAWN 2TM – A Diabetes para além dos números
No dia 27 de fevereiro, às 17h, no CIUL - Centro de Informação Urbana de Lisboa (Picoas Plaza), a Associação Protetora dos...

Para o efeito foram realizados mais de 500 inquéritos a nível nacional, incluindo pessoas com diabetes e seus familiares. O estudo integra uma rede de especialistas e organizações de 17 países, como a Federação Internacional de Diabetes (IDF), a Aliança das Organizações Internacionais de doentes (IAPO) e agora também a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) têm iniciado desde 2011 o projeto DAWN com o objetivo de aumentar o conhecimento e a sensibilização sobre as necessidades por satisfazer das pessoas com diabetes e dos seus familiares, para melhorar o diálogo e a colaboração e potenciar o envolvimento das pessoas, aumentando a autogestão e o apoio psicossocial no tratamento da diabetes.

Durante a sessão aberta à população o estudo será comentado por pessoas com diabetes tipo 1 e tipo 2, familiares, profissionais de saúde e deputados e ex-deputados à Assembleia da República com uma ligação à diabetes.

Segundo o último Relatório do Observatório Nacional da Diabetes o número de novos casos diagnosticados em Portugal aumentou em 2015 e a prevalência estimada da diabetes na população portuguesa com idades compreendidas entre os 20 e os 79 anos foi de 13,3%, isto é, mais de 1 milhão de portugueses têm diabetes. Cerca de 44 % desta população desconhece a sua condição. A estes números juntam-se mais de 2 milhões de pessoas com pré-diabetes, o que significa que 40,7% da população portuguesa entre os 20 e os 79 anos já tem diabetes ou pré-diabetes, valores que correspondem a mais de 3,1 milhões de indivíduos.

 

Estudo
Uma equipa de investigadores identificou um gene que poderá desempenhar um papel protetor na prevenção de doenças...

Os investigadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles, nos Estados Unidos, descobriram que um gene conhecido como MeXis atua em células-chave no interior das artérias obstruídas, ajudando a remover o excesso de colesterol nos vasos sanguíneos.

O estudo foi publicado na revista “Nature Medicine”, escreve o Sapo.

O estudo indica que o gene MeXis controla a expressão de uma proteína que liberta o colesterol das paredes dos vasos sanguíneos.

Segundo a investigação, que teve por uma ratinhos de laboratório, genes como o MeXis poderão desempenhar funções biológicas importantes sem produzirem proteínas, mas controlando-as.

Ratinhos com variante genética tiveram menos doenças
O estudo supões que estes genes produzirão uma classe especial de moléculas denominadas ARN longos não codificantes (lncRNA na sua sigla em inglês).

Peter Tontonoz, autor da investigação, acredita que "este estudo diz-nos que os IncRNA são importantes para o funcionamento interno das células envolvidas no desenvolvimento das doenças cardíacas".

No presente estudo, os investigadores descobriram que os ratinhos desprovidos do gene MeXis apresentavam quase o dobro dos bloqueios nos seus vasos sanguíneos em relação a ratinhos com níveis normais do gene.

O colesterol elevado causa cerca de um terço de todas as doenças cardiovasculares, em todo o mundo.

Estima-se que o colesterol elevado cause 18% do total das doenças cerebrovasculares, 56% do total das doenças isquémicas cardíacas e cerca de 4,4 milhões de mortes em todo o mundo, representando cerca de 7,9% do total.

 

Guterres alerta
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, alerta que o mundo "corre o risco de perder a corrida" face à...

"As alterações climáticas são a maior ameaça coletiva e do planeta e continuam a andar mais depressa do que nós próprios", disse António Guterres, no discurso de aceitação do título de Doutor Honoris Causa proposto pelo Instituto Superior Técnico (IST), que decorreu na Aula Magna da Universidade de Lisboa.

António Guterres advertiu que a humanidade corre "o risco de perder esta corrida" e frisou a necessidade de um compromisso coletivo e "de uma ambição acrescida" para a concretização dos acordos internacionais no domínio das alterações climáticas, escreve o Sapo.

Lembrando que alguns decisores internacionais ainda não acreditam nos efeitos das alterações climáticas, Guterres salientou que ainda existe "falta ambição suficiente para aplicar os Acordos de Paris e para assumir que estes compromissos não são suficientes".

Seca em Portugal
O secretário-geral da ONU lembrou algumas consequências do aquecimento global, mencionando, entre outros, o cenário de seca vivido em Portugal, e acentuou que há que "fazer tudo para inverter esta aceleração".

Guterres foi distinguido com o grau de Doutor Honoris Causa numa cerimónia na Aula Magna, com a presença de diversas individualidades, nomeadamente o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa, vários ministros, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa e membros do corpo diplomático acreditado em Portugal.

O anúncio da atribuição do título honorífico ao ex-primeiro-ministro português foi feito em janeiro último pelo Instituto Superior Técnico (IST), onde o aluno António Guterres "teve um percurso académico excecional" e se licenciou em engenharia eletrotécnica em 1971.

Guterres foi deputado durante 17 anos, tendo-se estreado na Assembleia da República em 1976, e foi primeiro-ministro de Portugal entre 1995 e 2002.

Mais tarde, em 2003, depois de ter deixado o cargo de primeiro-ministro, foi professor convidado do IST, antes de assumir funções durante dez anos, entre 2005 e 2015, como Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados.

Desde 01 de janeiro de 2017 que Guterres é secretário-geral das Nações Unidas.

 

Estudo
As emissões de artigos poluentes como perfumes, desodorizantes e tintas já competem com os gases libertados pelos automóveis.

Uma equipa de cientistas dos Estados Unidos observou, na cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos, que as emissões poluentes de produtos usados em casa - como perfumes, tintas, vernizes, purificadores, tinteiros, pesticidas, cosméticos e produtos limpeza - contribuem tanto para a poluição atmosférica como as emissões dos automóveis, escreve o Sapo.

A explicação está nos compostos orgânicos voláteis, hidrocarbonetos que se apresentam em estado gasoso à temperatura ambiente nos referidos produtos, lê-se no estudo.

Segundo a investigação, a atmosfera oxida esses compostos e, através de uma cascata de reações químicas, os mesmos acabam integrados e decompostos em nanopartículas finas suspensas.

Causam doenças respiratórias e cancro
De acordo com a investigação publicada na revista Science, essas minúsculas partículas entram na parte mais profunda dos pulmões e podem causar diversas doenças respiratórias, entra elas o cancro do pulmão.

"É surpreendente. Estamos há seis ou sete anos a discutir se isto era possível. E eu estava entre os defendiam que não", afirma o engenheiro químico José Luis Jiménez, co-autor do estudo, citado pelo jornal espanhol El País.

Segundo os cientistas, o estudo realizado em Los Angeles pode ser extrapolado para outras metrópoles e países industrializados.

"Perfumes, desodorizantes, champôs, tintas (...) emitem compostos orgânicos voláteis. Medimos esses compostos (...) e são muito mais altos de manhã do que à tarde", explica Jiménez, nascido em Zaragoza, Espanha, em 1968, e professor da Universidade do Colorado (EUA).

 

Estudo
As séries televisivas sobre hospitais, como “Anatomia de Grey”, podem criar falsas expectativas nos doentes que recebem...

A investigação desenvolvida por especialistas do Saint Joseph's Hospital and Medical Center de Phoenix, no Estado norte-ameriacno do Arizona, argumenta que, em algumas ocasiões, os guiões televisivos podem gerar visões “pouco realistas”, nomeadamente sobre a rapidez da recuperação dos doentes com ferimentos graves provocados por acidentes.

As expectativas irreais sobre a saúde podem ter grande importância nos processos de avaliação do nível de satisfação do paciente pelos cuidados que lhe são ministrados, pois a sua opinião influi nos controlos de qualidade e na relação entre o salário e o rendimento dos profissionais clínicos, como acontece nos Estados Unidos, segundo os autores do estúdio.

Muitos desses programas e série televisivos afirmam que fazem um esforço para oferecer tramas narrativas tão autênticas quanto o possível, mas limitações de tempo do formato e a necessidade de manter o telespetador atento, levam os argumentistas a apresentar soluções “pouco realistas”.

Par avaliar o impacto, os investigadores compararam casos de 290 pacientes fictícios em 299 episódios das primeiras doze temporadas da série norte-americana “Anatomia de Grey” com os 4.812 pacientes reais com lesões traumáticas, obtidos do Banco Nacional de Dados sobre o Trauma, de 2012, dos Estados Unidos.

Os especialistas verificaram que a taxa de mortalidade era três vezes mais alta na série televisiva do que na vida real, cerca de 22% face a 07%, respetivamente.

Todavia, verificaram que a maioria dos pacientes de “Anatomia de Grey”, 71%, que chegou aos serviços de urgência foram imediatamente conduzidos para a sala de operações, quando na vida real, apenas 25% se submete a uma cirurgia.

Entre os que sobreviveram a um acidente grave, na série televisiva, apenas 06% foi levado para uma unidade de cuidados intensivos a longo prazo, face a 22% dos pacientes da base de dados norte-americana, que recebe este tipo de tratamento, segundo noticia a Efe.

 

UNICEF
A Guiné-Bissau é o pior país lusófono na taxa de mortalidade neonatal, ocupando o sexto lugar de um índice em que o Fundo das...

No polo oposto figura Portugal (168.ª posição), o que equivale ao 17.º melhor índice, tabela em que o Japão continua a ser considerado o país com menor taxa de mortalidade infantil, com 0,9 mortos por cada mil nados vivos, o que é equivalente a uma morte por cada 1.111 nascimentos.

Entre os piores da tabela, a Guiné-Bissau, com 38,2 mortes por cada mil nados vivos (o que equivale a uma morte por cada 26 nascimentos) é apenas ultrapassada pelo Paquistão (45,6/mil -1/22), República Centro Africana (42,3/mil – 1/25), Afeganistão (40/mil – 1/25), Somália (38,8/mil – 1/26) e Lesoto (38,5/mil – 1/26).

O segundo pior país lusófono é a Guiné Equatorial, que ocupa o 16.º lugar no índice, com 32,0 mortes por mil nados vivos (1 morte em cada 31 nascimentos), à frente de Angola (19.ª posição), Moçambique (24.ª), Timor-Leste (47.ª), São Tomé e Príncipe (69.ª), Cabo Verde (93.ª) e Brasil (109.ª).

Angola, segundo o índice do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), registou em 2016 29,3 mortos por cada mil nados vivos (uma morte em cada 34 nascimentos), Moçambique contou com 27,1/mil (1/37), Timor-Leste com 21,6/mil (1/46), São Tomé e Príncipe com 15,0/mil (1/67), Cabo Verde com 10,2/mil (1/98) e Brasil com 7,8/mil (1/128).

Virando o índice ao contrário, Portugal surge como 17.º melhor entre os 184 países analisados em 2016, tendo registado 2,1 mortes por cada mil nados-vivos, o que equivale a uma morte em cada 476 nascimentos.

O índice da UNICEF revela também que, entre os 25 países que registam a pior média, 21 são africanos e, entre estes, quatro são lusófonos (Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Angola e Moçambique). Paquistão, Afeganistão, Comores e Laos são os restantes quatro.

Além do Japão, apenas a Islândia consegue atingir uma taxa igual ou inferior a uma morte por cada mil nascimentos, com a taxa de mortalidade infantil a situar-se precisamente nesse valor, 1/mil.

O “top 15” é ocupado pelo Japão, Islândia, Singapura, Finlândia, Eslovénia, Estónia, Chipre, Coreia do Sul, Noruega, Luxemburgo, Bielorrússia, Suécia, República Checa, Espanha e Itália. Antes de Portugal, na 17.ª posição, figura Israel.

Segundo o relatório, intitulado “Para Cada Criança, Vida”, todos os anos 2,6 milhões de crianças morrem antes de completar um mês, sobretudo nos países mais pobres do mundo, números considerados pela UNICEF “assustadoramente elevados”.

“Embora tenhamos reduzido para mais da metade o número de mortes entre crianças abaixo dos cinco anos de idade nos últimos 25 anos, não fizemos progressos semelhantes relativamente à redução da mortalidade de crianças com menos de um mês”, refere a diretora executiva da UNICEF, Henrietta H. Fore, para quem a maioria das mortes podia ser evitadas.

O relatório assinala também que oito dos dez lugares mais perigosos para se nascer estão situados na África subsariana, onde a probabilidade de assistência a mulheres durante o parto é menos provável devido à pobreza, conflitos e fragilidade das instituições.

Segundo a UNICEF, as taxas de mortalidade neonatal são estimativas com intervalos de incerteza.

Os rankings são baseados em estimativas medianas de taxas de mortalidade neonatal (mortes de recém-nascidos por 1.000 nados-vivos), não sendo consideradas incertezas, pelo que as posições de classificação estão sujeitas a alterações.

Os rankings excluem países com menos de 1.000 nados-vivos ou com uma população inferior a 90.000 pessoas.

 

Em 2019
A Sociedade Internacional contra a Sida anunciou que a 10.ª Conferência sobre esta doença se realiza na Cidade do México em 2019.

“Estamos muito contentes de trazer a Sociedade Internacional contra a Sida (IAS) à Cidade do México”, afirmou o presidente da IAS, Anton Pozniak.

O responsável afirmou que, em 2008, quando se realizou esta conferência, também na capital mexicana, se falou “mais do que em qualquer outra Conferência Internacional sobre a sida e voltou-se a centrar nos problemas legais e os Direitos Humanos que enfrentam as comunidades vulneráveis e as populações em maior risco”.

O evento bienal, que se realizará de 21 a 24 de julho de 2019, deve reunir mais de seis mil participantes.

A conferência reúne cientistas, clínicos, especialistas em saúde pública e líderes mundiais, para debaterem as mais recentes investigações sobre o VIH (Vírus de Imunodeficiência Humana) e analisar como implementar de forma realista esse conhecimento para combater a epidemia, noticiou a Efe.

Além da Cidade do México, a conferência sobre a sida na região da América Latina e Caraíbas realizou-se em Buenos Aires, em 2001, e no Rio de Janeiro, em 2005.

 

Em 2017
A Câmara Municipal de Matosinhos, no distrito do Porto, apoiou, no ano passado, 82 munícipes carenciados e com doença...

Com o objetivo de alargar o programa solidário, da Associação Dignitude, a um maior número de beneficiários e sensibilizar o setor privado para a importância da sua implicação neste projeto, a autarquia e a instituição estabeleceram ontem um protocolo de colaboração para a sua continuidade.

“O nosso objetivo é aumentar a capacidade de resposta porque há muitas outras pessoas que poderão ser abrangidas se alargarmos os critérios de seleção”, disse a presidente da câmara, Luísa Salgueiro, no decorrer da cerimónia.

Além disso, a socialista revelou que “todas” as farmácias de Matosinhos estão disponíveis para aderir a este projeto.

“Fazia todo o sentido termos este projeto em Matosinhos, pois já temos uma Rede de Atendimento Integrado que procura dar resposta aos problemas das pessoas com mais dificuldades”, explicou.

Por seu lado, a presidente do Conselho Geral e de Supervisão da Associação Dignitude, Maria de Belém Roseira, revelou que no primeiro ano de implementação do programa, em 2015, constatou-se que 24,3% dos beneficiários eram crianças.

“A sociedade civil não pode ficar indiferente a isto. Não estamos a comprometer apenas o presente, estamos a comprometer o futuro”, considerou.

O “abem: Rede Solidária do Medicamento” quer garantir o acesso ao medicamento em ambulatório por parte de qualquer cidadão que, em Portugal, se encontre numa situação de carência económica que o impossibilite de adquirir os medicamentos comparticipados que lhe sejam prescritos por receita médica.

O programa destina-se não só a quem beneficia de prestações sociais, mas também a todos os que se deparem com uma situação inesperada de carência económica decorrente de desemprego involuntário ou de doença incapacitante.

Até 2019, a Associação Dignitude pretende alargar a Rede Solidária do Medicamento, que já chegou a mais de 1.500 utentes em nove concelhos do país, a cerca de 50 mil portugueses.

 

Estudo
Análises inovadoras ao sangue e à urina poderão vir a detetar precocemente o autismo nas crianças, ligado a danos nas proteínas...

Uma equipa de cientistas baseada na universidade britânica de Warwick publica hoje um estudo no boletim Molecular Autism em que refere ter encontrado uma relação entre as doenças do espectro do autismo ao analisarem o sangue de crianças diagnosticadas com essas doenças.

As proteínas do plasma sanguíneo dessas crianças apresentaram marcas de oxidação e alterações provocadas por açucares.

"Esperamos que as análises revelem novos fatores causais. Com mais testes, poderemos revelar perfis específicos no sangue e na urina das 'impressões digitais' de compostos com modificações. Isto poderá ajudar-nos a melhorar o diagnóstico das doenças do espectro do autismo e descobrir novas causas", afirmou a docente de Biologia Experimental Naila Rabbani.

Em 30 a 35 por cento dos casos de autismo foram reportadas causas genéticas, enquanto o resto dos casos deverá estar ligado a uma combinação de fatores ambientais, mutações e variantes genéticas raras.

A investigação centrar-se-á agora em mais grupos de crianças, para confirmar a fiabilidade dos diagnósticos e determinar se o teste consegue detetar precocemente as doenças, determinando como poderão evoluir e se os tratamento resultam.

Na investigação participaram ainda a universidade de Birmingam, a de Bolonha, Itália, o Instituto de Ciências Neurológicas de Bolonha e a Fundação Don Carlo Gnocchi.

 

RESPIRA apresenta “Dicionário para doentes com DPOC”
Tosse crónica, fadiga e dificuldade respiratória são alguns dos principais sintomas da Doença Pulmon

Em Portugal existem cerca de 1,5 milhões de pessoas com doenças respiratórias, das quais 800 mil com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica. No entanto, dados oficiais indicam que apenas 86,8% dos casos se encontram atualmente diagnosticados.

“A DPOC é um tipo de doença pulmonar obstrutiva caracterizada pela diminuição prolongada do calibre das vias aéreas respiratórias e destruição do tecido pulmonar”, começa por explicar Isabel Saraiva, vice-presidente da associação RESPIRA.

Entre os principais sintomas estão a falta de ar e tosse com produção de expetoração. Os hábitos tabágicos são apontados como a causa de 90% dos casos de DPOC. “A causa mais comum da DPOC é o consumo do tabaco. O fumo do tabaco estimula a produção de muco e obstrução ao fluxo aéreo”, adianta a representante desta associação. No entanto, alguns casos podem ocorrer como resultado do contato com alguns tipos de poeiras ou como consequência de infeções respiratórias na infância e fatores genéticos.

Quer isto dizer que, embora o doente “típico” seja fumador, com mais de 40 anos, a DPOC pode atingir qualquer pessoa desde que exposta a «fatores de risco».

“As pessoas com mais de 40 anos, fumadores ou expostos a fumos ou poeiras lesivas do aparelho respiratório, caso apresentem sintomas como tosse com expetoração e dispneia (cansaço), devem consultar um pneumologista para despistar da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica”, apela Isabel Saraiva justificando que, “na maior parte das vezes, as pessoas associam um ou mais destes sintomas a patologias de outra natureza, por desconhecerem esta doença e seus sintomas”.

Sem cura e de caráter progressivo, a DPOC pode evoluir para estadios cada vez mais graves, apresentando várias complicações.

“A maior parte dos sintomas da DPOC são devido aos seus efeitos sobre os brônquios, mas esta doença afeta também os vasos sanguíneos dos pulmões e pode causar um peso sobre o coração”, revela a vice-presidente da RESPIRA.

As exacerbações são, no entanto, a complicação mais comum da doença, correspondendo a um período de agravamento dos sintomas para o qual a medicação não é tão eficaz.

Dificuldade em realizar atividades do dia-a-dia, incapacidade para o trabalho e vida pessoal, dependência de terceiros, isolamento social, ansiedade e depressão são algumas das principais consequências de uma doença que apresenta um grande impacto na qualidade de vida dos doentes.

«A DPOC não tem cura, mas pode ser prevenida e tratada»

De acordo com Isabel Saraiva, a cessação tabágica apresenta-se como o pilar do tratamento do doente com DPOC. “Deixar de fumar pode ser o primeiro passo, sendo a medida com maior capacidade de alterar a história natural da doença”, explica.  A verdade é que “muitos dos sintomas, incluindo tosse, falta de ar e pieira, tornar-se-ão menos graves” se se abandonarem os hábitos tabágicos.

Quanto à terapêutica farmacológica, esta visa reduzir os sintomas, aumentando a tolerância ao esforço, e diminui a frequência e gravidade das exacerbações. “Entre os vários medicamentos administrados estão os corticóides inalados ou sistémicos, as vacinas antigripal e antipneumocócica (para evitar infeções respiratórias) e os antibióticos, no caso de exacerbações infeciosas bacterianas”, acrescenta.

Em casos mais graves, pode ser necessária a utilização de oxigénio “quer por períodos curtos, durante exacerbações, quer de forma contínua, quando há insuficiência respiratória crónica”.

“A reabilitação respiratória é também um elemento fundamental na vida destes doentes. Esta técnica inclui treino dos músculos inspiratórios, exercício aeróbico e de reforço muscular”, indica.

Por outro lado, a adoção de um estilo de vida saudável, onde se inclui a prática de atividade física, pode ajudar atrasar a evolução da DPOC e promover uma melhor adaptação do doente aos sintomas.

Para ajudar a compreender a doença, o “Dicionário para doentes com DPOC” foi elaborado a pensar nos que sofrem da patologia e seus cuidadores, incluindo médicos/pneumologistas.

O objetivo é, numa linguagem simples e acessível, descrever sintomas e demonstrar as experiências e sentimentos que estes doentes apresentam relativamente a cada manifestação clínica da doença.

No fundo, tal como explica Isabel Saraiva, “este livro pretende facilitar a comunicação entre médico e doente, ao clarificar os termos técnicos usados pelo médico, face à linguagem do quotidiano utilizada pelos doentes”.


O manual, elaborado com a ajuda de doentes e médicos de referência de toda a Europa, é fundamental para compreender a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
No 1.º ciclo
Muitos alunos do 1.º ciclo não fazem aulas de Educação Física, apesar de Portugal ser vice-campeão europeu da obesidade...

“Gostávamos que a Educação Física fosse uma realidade no 1.º ciclo, mas temos sérias dúvidas que esteja a ser lecionada”, lamentou Nuno Fialho, vice-presidente do Conselho Nacional das Associações de Professores e de Profissionais de Educação Física (CNAPEF).

No 1.º ciclo são os professores titulares que dão as aulas de Educação Física, mas nem todos se sentem capacitados para o fazer, explicou Nuno Fialho, acrescentando que esta disciplina faz parte das Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) e é facultativa.

“A formação inicial dos professores é muito generalista e por isso muitos não se sentem à vontade para dar esta parte do currículo, que acaba por não ser lecionado”, lamentou.

No entanto, “Portugal é vice-campeão de obesidade infantil”, alertou.

Mas nem tudo são más notícias. Segundo Nuno Fialho, já se nota um esforço no sentido de os professores do 2.º ciclo ajudarem os colegas a darem aulas aos alunos mais novos.

Além disso, existem regiões que já valorizam o desporto: na Região Autónoma da Madeira, por exemplo, há um grupo específico de professores que dão aulas de Educação Física e nos Açores existem projetos de coadjuvação.

A CNAPEF está também preocupada com os alunos do ensino secundário, desde que o anterior ministro da Educação, Nuno Crato, decidiu que a disciplina não contava para a média do secundário.

O resultado foi que os alunos do secundário começaram a fazer menos desporto, segundo uma perceção da CNAPEF com base em informações avançadas por professores e outros especialistas.

“Não temos nenhum estudo sobre o impacto da medida de Nuno Crato, mas ouvimos muitos entendidos, entre professores e outros profissionais, que nos dizem que os alunos estão menos ativos”, afirmou o vice-presidente da CNAPEF, sublinhando que os alunos que mais precisam são os que menos fazem exercício.

Os deputados do Bloco de Esquerda vão apresentar no parlamento, esta terça-feira, uma recomendação ao Governo para que avalie as consequências das alterações feitas pelo anterior Governo em relação à disciplina de Educação Física no ensino secundário.

A recomendação defende ainda a valorização da disciplina através da inclusão das suas classificações para o cálculo da média de conclusão do ensino secundário e acesso ao ensino superior.

Esta ideia foi defendida pelo atual ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e confirmada em 2016 pelo secretário de estado João Costa, que prometeu que a medida começaria a ser aplicada aos alunos que entrassem este ano para o ensino secundário.

No entanto, até ao momento ainda não foi publicado nenhum diploma nesse sentido, o que preocupa a CNAFEP.

O PCP também vai apresentar na terça-feira um projeto de resolução que recomenda ao Governo a reposição da carga letiva da disciplina de Educação Física e a valorização do desporto escolar.

 

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