Organização Mundial da Saúde
A Organização Mundial da Saúde recomenda que as equipas médicas e de enfermagem não interfiram no trabalho de parto de uma...

Numa nova recomendação sobre os nascimentos e partos emitida esta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) vem pôr em causa orientações que foram adotadas duraram décadas e que indicavam que um trabalho de parto que progride com uma taxa de dilatação do colo do útero menor que um centímetro por hora não fosse considerado normal.

Perante este cenário, muitas vezes as mulheres recebem oxitocina para acelerar o trabalho de parto ou acabam por ser encaminhadas para cesarianas ou para trabalhos de parto com fórceps.

Na sua nova orientação, a OMS pediu a eliminação da referência à dilatação de um centímetro por hora.

“Pesquisas recentes mostraram que esta linha não se aplica a todas as mulheres e que cada nascimento é único", disse Olufemi Oladapo, perito em saúde materna da OMS.

Segundo o responsável, a recomendação vai no sentido de indicar que esse limite de um centímetro de dilatação “não deve ser usado para identificar as mulheres em risco".

Para a OMS, muitas mulheres preferem um nascimento natural e confiam nos seus corpos para dar à luz o seu bebé sem intervenção médica desnecessária.

A organização considera que, mesmo quando a intervenção médica é necessária, é preciso incluir as mulheres na tomada de decisões sobre os cuidados que recebem.

A nova recomendação reconhece que cada trabalho de parto é único e que a duração da primeira etapa do processo varia de uma mulher para outra.

O documento divulgado esta semana pela OMS inclui 56 recomendações sobre o que é necessário para o trabalho de parto e imediatamente após a mulher ter o bebé.

Nas recomendações inclui o direito a ter um acompanhante à sua escolha durante o trabalho de parto e respeito pelas opções e tomada de decisão da mulher na gestão da sua dor, nas posições escolhidas durante o trabalho de parto e ainda o respeito pelo seu desejo de um parto totalmente natural, até na fase de expulsão.

 

Compreender a Síndrome
De causa complexa e “não totalmente compreendida”, a síndrome de Asperger é uma condição que condici
Criança a segurar em peluche a caminhar sozinha

O que é?

Previamente designado como Perturbação de Asperger, foi pela primeira vez descrita pelo austríaco Hans Asperger em 1944 que se referia a um síndrome em indivíduos com inteligência normal que mostravam dificuldades na interação social e tinham um comportamento diferente sem que tivessem atraso do desenvolvimento ou da linguagem.

Caracteriza-se, portanto, por uma dificuldade na interação social com interesse reduzido nas atividades e associado a comportamento por vezes estranho. Não está associado a atraso da linguagem ou do desenvolvimento intelectual, podendo até contrariamente, associar-se a excelentes capacidades académicas. Manifesta-se num amplo leque de gravidade.

Quais os sinais de alerta?

Podem incluir dificuldade em estabelecer contacto ocular, interpretação literal da linguagem, dificuldades em entender ou expressar emoções, dificuldades na coordenação motora ou interesses específicos. São idênticos em ambos os sexos, podendo ser mais difíceis de identificar no sexo feminino por serem tendencialmente mais tímidas ou reservadas na infância.

Os portadores desta síndrome têm interesses limitados e sobre assuntos específicos que envolvem a memorização ou ordenação de factos.

O que causa?

A causa é complexa e não totalmente compreendida, resulta de contribuições genéticas, ambientais e perinatais que influenciam o desenvolvimento cerebral.

Como se diagnostica?

O diagnóstico é clínico. Inclui os seguintes indicadores de dificuldade de interação social:

  • dificuldades na comunicação não verbal;
  • incapacidade para estabelecer relações esperadas para a idade.

O interesse por um número restrito de atividades e determinados padrões de comportamento são características habituais. Quando se manifesta de forma ténue podem não ser facilmente identificados como algo diferenciador em relação outras crianças.

O atraso da linguagem, atraso intelectual ou a dificuldade de adaptação não são características desta perturbação.

Atualmente o fenótipo de Asperger é incluído no diagnóstico de Perturbação do Espectro do Autismo. Desde 2013, com a revisão do manual da American Psychiatric Association, o DSM-5, a Síndrome de Asperger passa a ser denominada de Perturbação do Espectro do Autismo de nível 1, o mais ligeiro de três níveis.

Qual é o prognóstico?

Actualmente, não existe cura, mas quanto mais precocemente se intervier na área das competências sociais, linguagem e autonomia funcional, mais favorável será a evolução. O prognóstico depende sobretudo do grau de desenvolvimento intelectual e das competências sociais.

Qual o tratamento?

O grande objetivo da intervenção terapêutica é a promoção da interação social. A dificuldade em aceitar regras rígidas pode ser uma dificuldade para estas crianças, portanto uma estratégia utilizada é intervenção de forma a deixá-los confortáveis com regras e rotinas. As intervenções específicas que podem ser fornecidas incluem estratégias de comunicação e linguagem e treino de habilidades sociais. Para jovens e adultos, as intervenções podem incluir treino de relaxamento, orientação e aconselhamento profissional.
Não existem psicofármacos para tratar as características essenciais da síndrome, focalizando-se estas no tratamento das co-morbilidades, nomeadamente défices de atenção ou perturbações do humor.

Referências:
Kaplan & Sadock - 11ª edição ISBN:9788582713785
Asperger Syndrome Author: James Robert Brasic, MD, MPH; Chief Editor: Caroly Pataki, MD, Medscape
Federação Portuguesa de Autismo

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Ministérios da Saúde e da Defesa Nacional
O Laboratório Militar vai produzir oito medicamentos que deixaram de ser fabricados pela indústria farmacêutica ou que têm...

"O Laboratório Militar reúne as condições técnicas e científicas para a sua produção, tendo-se identificado ainda a necessidade de se proceder à modernização das condições infraestruturais e a necessidade de um reforço dos meios humanos da instituição", é referido no despacho dos Ministérios da Saúde e da Defesa Nacional, hoje publicado em Diário da República.

O despacho estabelece, assim, um prazo de 90 dias para que o Laboratório Militar e a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) apresentem uma “proposta com as alterações legislativas necessárias” para que as Forças Armadas possam produzir aqueles medicamentos.

O Exército, após o parecer do Infarmed, deverá apresentar, num prazo de 120 dias, um plano para a “modernização das condições” de infraestruturas do Laboratório Militar para possibilitar a produção e armazenamento dos oito medicamentos.

O plano deve identificar o calendário e as “fontes de financiamento e da programação financeira da modernização do Laboratório” e, em colaboração com o ministério da Saúde, apresentar “no prazo de 120 dias, o modelo de negócio”, incluindo a “forma da relação contratual” entre as duas instituições.

O despacho hoje publicado resulta das conclusões do grupo de trabalho entre os Ministérios da Saúde e da Defesa Nacional criado em janeiro de 2017, que identificou oito medicamentos que “deixaram de ser produzidos pela indústria farmacêutica pelo seu baixo custo e/ou por serem utilizados em quantidades reduzidas”.

De acordo com uma resposta do ministério da Defesa a perguntas do CDS-PP, noticiada pelo Público no passado dia 06, o governo estima que serão necessários “investimentos na ordem dos 16,75 milhões de euros” durante dois anos.

O grupo de trabalho afastou a possibilidade de produzir medicamentos oncológicos “devido aos elevados requisitos técnicos e de segurança de produção exigidos”.

Entre os medicamentos que poderão ser produzidos estão um medicamento para a Doença de Wilson, um anti-inflamatório, um corticosteroide e um modificador biológico que normaliza o crescimento do cabelo, segundo noticiou o Público, no passado dia 06.

O despacho hoje publicado em Diário da República determina ainda “a necessidade de um reforço dos meios humanos da instituição”, para garantir a “obtenção da Autorização de Introdução no Mercado, devendo o fabrico dos medicamentos pelo Laboratório Militar obedecer às Boas Práticas de Fabrico”.

 

Unidades de Saúde
O ministro da Saúde garantiu hoje que o dinheiro para pagamento de dívidas dos hospitais aos fornecedores já está nas Unidades...

Adalberto Campos Fernandes falava aos jornalistas à margem da cerimónia que assinalou os 60 anos do Instituto Português do Sangue e da Transplantação, comentando assim uma notícia de hoje do Jornal de Notícias que diz que o ministro das Finanças bloqueou as verbas para os hospitais pagarem as dívidas aos seus fornecedores.

Segundo o ministro, está-se neste momento no processo de “categorizar os fornecedores” e “dentro de dias será feita a liquidação de faturas”.

O ministro realçou ainda que, no final do primeiro trimestre, vai ser atingido “o valor mais baixo de sempre de pagamentos em atraso no Serviço Nacional de Saúde”.

Campos Fernandes considerou que há atualmente “uma tentativa de fazer da saúde um alvo fácil”, considerando que o setor “está sob uma atenção especial de alguma oposição”.

Para o ministro, “trabalhar em cima do ruído é difícil”, defendendo por isso que se trabalhe “com a verdade”.

O governante considera que a oposição tem dado a ideia, por exemplo, de que as listas de espera no Serviço Nacional de Saúde (SNS) têm piorado, garantindo que na próxima semana mostrará indicadores que demonstram “maior acesso”, com mais doentes assistidos e operados.

 

Ministro anuncia
O ministro da Saúde anunciou hoje que assinou, na quinta-feira, o despacho para abertura de concurso para os médicos recém...

Adalberto Campos Fernandes reconheceu que falta ainda a abertura de concurso para os recém-especialistas hospitalares, garantindo que está a trabalhar no assunto.

O ministro assumiu que houve um atraso que “gostaria de ter evitado” na abertura dos concursos para cerca de 700 médicos que acabaram há meses o internato do Serviço Nacional de Saúde.

Em relação aos médicos de Medicina Geral e Familiar, o concurso a abrir será para um grupo de mais de uma centena de clínicos para os Centros de Saúde.

Os sindicatos médicos e a Ordem dos Médicos têm criticado o atraso na abertura destes concursos, sendo que o ministro da Saúde tinha dito, há mais de um mês, no parlamento, que esses concursos seriam abertos “dentro de dias”.

A Ordem dos Médicos chegou mesmo a classificar como uma “vergonha nacional” a não abertura dos concursos para cerca de 700 recém-especialistas hospitalares e de saúde pública que já concluíram o internato em abril e em outubro do ano passado.

Segundo o Sindicato Independente dos Médicos, pelo menos 200 dos cerca de 700 médicos recém-especialistas já saíram para o estrangeiro ou para hospitais privados e parcerias público-privadas, desistindo de esperar pela abertura de concursos.

 

Infarmed
Mais de 15.000 doentes com hepatite C iniciaram tratamento nos últimos três anos, situando-se a taxa de cura em 97%, anunciou...

Desde que foi firmado o acordo para a utilização dos primeiros medicamentos antivíricos de ação direta aprovados em Portugal, foram concluídos mais de 12.000 tratamentos e 8.870 doentes ficaram curados.

Os dados inscritos no portal do Portal da Hepatite C, gerido pela Infarmed, revelam que até 14 de fevereiro foram autorizados 18.929 tratamentos no país, a maioria em homens (73%).

A média etária é de 50 anos para os homens e de 55 para as mulheres.

“De realçar, a redução do número de tratamentos numa fase mais avançada da doença, nomeadamente de cirrose, nos doentes abrangidos”, afirma o Infarmed em comunicado.

O instituto indica que está em crescimento o número de doentes em fase precoce de tratamento, o que “claramente beneficia o prognóstico e o aumento da qualidade de vida”.

Atualmente estão disponíveis no mercado sete medicamentos “de última geração” indicados para todos os tipos de hepatite C. “Está ainda aprovado um oitavo medicamento que aguarda o início de comercialização”, refere a autoridade que regula o comércio de medicamentos em Portugal.

“A decisão de tratar todas as pessoas infetadas pelo vírus da hepatite C faz com que Portugal seja um dos primeiros países europeus, e mesmo a nível mundial, a implementar uma medida estruturante para a eliminação deste grave problema de saúde pública”, acrescenta a Autoridade do Medicamento.

A instituição recorda que a Organização Mundial de Saúde tem defendido como meta para 2030 uma redução de 90% nas novas infeções crónicas e de 65% na mortalidade por estas doenças.

No passado dia 09, o Centro Hospitalar São João, anunciou que o acompanhamento iniciado há um ano no Estabelecimento Prisional do Porto aos indivíduos infetados pelo vírus da hepatite C atingiu o objetivo, "eliminando a doença".

 

Estudo
Um estudo recentemente feito conseguiu eliminar, em parte, uma enzima chamada BACE1, revertendo desta forma a formação de...

A eliminação gradual desta enzima – a BACE1 - “reverte totalmente a formação de placas amilóide” no cérebro de ratos com esta doença, algo que “traz uma esperança” de que os remédios que contenham esta enzima possam tratar, com sucesso, a doença nos humanos.

Vários investigadores do estudo, nomeadamente do hospital universitário Cleveland Clinic, nos EUA, garantiram que a descoberta, além de reverter a formação das placas, pode ainda ajudar a “melhorar a função cognitiva do animal”. O estudo foi publicado no Journal of Experimental Medicine, escreve o SOL.

Segundo o estudo e várias explicações médicas, a acumulação anormal do peptídeo beta-amilóide, pode gerar grandes placas amilóides no cérebro e atrapalhar a função das sinapses neuronais. Desta forma, a BACE1 ajuda a produzir o peptídeo beta-amilóide e, por isso, são desenvolvidos remédios que inibem essa mesma enzima como tratamento potencial do Alzheimer.

No entanto, a enzima também funções necessárias ao bom funcionamento do cérebro.

A equipa responsável pelo estudo, liderada por Riqiang Yan, criou ratos que perdiam gradualmente a enzima, conforme iam envelhecendo, que se desenvolveram com normalidade e, aparentemente, permaneciam saudáveis com o passar do tempo. Esses mesmos ratos foram cruzados com outros que começavam a desenvolver as tais placas aos 75 dias de vida.

“Esta é a primeira observação de uma inversão tão drástica dos depósitos de amilóide, em qualquer estudo jamais feito da doença de Alzheimer em ratos”, afirmou Riqiang Yan.

A redução da atividade da BACE1 também representou um nível mais baixo do peptídeo beta-amiloide e “reverteu outras caraterísticas da doença de Alzheimer, tais como a ativação dos microgliócitos (células ligadas à formação de neurónios) e a formação de processos neuronais anómalos”, referiu o cientista.

 

Estados Unidos
O sangue dos mais jovens é capaz de rejuvenescer o corpo dos mais velhos? A pergunta pode parece ser idiota, mas alguns...

A ideia futurista parece saída de um filme de vampiros. Nasceu em Silicon Valley, na Califórnia. Entre os seus adeptos está Peter Thiel, cofundador da empresa de pagamentos online PayPal, escreve a BBC.

Há dezenas de anos, em pleno século XIX, um cientista francês chamado Paul Bert fez costuras duplas em roedores para que dois ou mais animais partilhassem o mesmo fluxo sanguíneo. Em laboratório, escreve o Sapo, o cientista descobriu que os ratinhos mais velhos começaram a mostrar sinais de rejuvenescimento: melhor memória, mais agilidade e cicatrização mais rápida.

Anos depois, cientistas de universidades norte-americanas como Harvard e Stanford decidiram dar seguimento aos estudos deste francês. A técnica, conhecida como parabiose, transformou-se na base de trabalho de algumas empresas na Califórnia que tentam replicar os efeitos rejuvenescedores em humanos.

Em 2016, Jesse Karmazin, um médico graduado pela Universidade Stanford, fundou a Ambrosia, uma startup que investiga os efeitos do sangue de pessoas mais jovens no combate das doenças ligadas ao envelhecimento. "Acreditamos que reverte o processo de velhice e funciona para uma série de doenças associadas ao envelhecimento, como as doenças do coração, a diabetes e o Alzheimer", cita a referida televisão britânica.

Numa experiência levada a cabo por Jesse Karmazin participaram 150 pessoas com idades entre os 35 e 80 anos, que pagaram 8 mil dólares pelo tratamento. "É uma transfusão simples", explica o médico. "Recebemos o excesso de plasma de bancos de sangue. Nós só usamos o plasma, que é um fluido sanguíneo, sem as células", diz.

Segundo este médico, há vários utentes que procuram a clínica - a Ambrosia tem uma na Califórnia e outra na Florida - para receberem o plasma jovem de forma intravenosa.

Controvérsia em cima da mesa
Porém, o que para o fundador da Ambrosia parece ser simples desperta receio e dúvidas junto da comunidade científica. "Para mim, fazer experiências com pessoas saudáveis e dar-lhes plasma com a esperança de que possam viver mais anos é ir longe demais", afirma Eric Verdin, presidente do Instituto Buck de Investigação sobre o Envelhecimento, também sediado na Califórnia.

A Ambrosia não é a única empresa a trabalhar com transfusões de sangue para estes fins. "Há estudos e experiências incrivelmente importantes", reconhece Verdin. "Até consigo aceitar que se extraia plasma de pessoas jovens para dar a pacientes com Alzheimer avançado, como faz a Alkahest", exemplifica.

A empresa citada por Verdin é outra startup, nascida em 2014 na Califórnia.
Fundada pelos neurocientistas Tony Wyss-Coray e Saul Villeda, a Alkahest acabou de concluir a primeira fase de um teste com 18 pessoas com Alzheimer que receberam uma dose semanal de plasma de doadores jovens durante quatro semanas.

Segundo um artigo da revista científica Nature, publicado em setembro de 2017, o teste é ainda pequeno demais para se falar em benefícios clínicos comprovados, admite Wyss-Coray, embora os doentes portadores daquela patologia neurodegenerativa tenham demonstrado uma clara redução dos sintomas da doença após a experiência clínica.

 

Estudo
O álcool destrói mais massa cinzenta do cérebro em adultos e jovens do que a cannabis sativa, revela um estudo da universidade...

"Enquanto a marijuana pode ter alguns efeitos negativos, definitivamente estão muito longe das consequências negativas do álcool", diz um dos autores do estudo, Kent Hutchison, citado pelo jornal Medical News Today.

Kent Hutchison e Rachel Thayer, da Universidade de Colorado-Boulder, concluíram num estudo baseado em 850 adultos e 430 adolescentes que o consumo de álcool leva à destruição de neurónios e à diminuição das massas cinzenta e branca do cérebro nos adultos e à diminuição de massa cinzenta em jovens.

A massa cinzenta controla as funções do cérebro e a branca controla a comunicação entre os nervos e o cérebro, escreve o Sapo.

No entanto, segundo o mesmo estudo, o consumo de marijuana, aparentemente não provoca alterações na estrutura do cérebro a longo prazo nem em adultos nem em jovens.

Por que motivo se deve aprovar a canábis?
A propósito de debate nacional em curso sobre a legalização da canábis terapêutica, o oncologista Jorge Espírito Santo defende que estão comprovados os benefícios de derivados da canábis em várias situações clínicas.

“O debate é útil, mas tendo em conta as vantagens que já estão comprovadas, não há muito a debater”, frisa o médico.

“Penso que a sua utilidade (de canabinoides) é indiscutível e espero bem que, a partir de quinta-feira, os médicos e os doentes portugueses possam ter acesso a mais alternativas terapêuticas”, declarou o oncologista, que é um dos cerca de cem subscritores de uma carta aberta que defende a legalização da canábis com fins medicinais.

Nessa carta, os subscritores, entre eles o médico João Semedo, o primeiro presidente da Autoridade do Medicamento (Infarmed), José Aranda da Silva, e o médico e presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, Henrique Barros, recordam que muitos países já legalizaram a prescrição da cannabis, dando como exemplos o Canadá, a Dinamarca a Argentina e o México.

 

Ordem dos Médicos
Portugal terá este ano os primeiros psiquiatras forenses com título atribuído pela Ordem dos Médicos, cabendo a estes...

Os primeiros a terem título atribuído são, ao todo, cerca de 40 profissionais, segundo o presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental e coordenador da comissão instaladora da subespecialidade.

Em entrevista à agência Lusa, João Marques-Teixeira prevê que dentro de cinco anos Portugal atinja cerca de 100 médicos com a subespecialidade de psiquiatria forense, de forma a ter centros específicos nos vários serviços de psiquiatria do país.

Os psiquiatras forenses pertencem ao ramo da psiquiatria que lida com as questões ligadas ao direito, exigindo ao psiquiatra um conhecimento aprofundado da lei.

No início do ano foi admitido o primeiro grupo de subespecialistas com título atribuído pela Ordem dos Médicos, depois de um processo de criação da subespecialidade.

“A médio prazo, nos próximos cinco anos, devíamos duplicar [os profissionais] e chegar aos 90 ou 100”, disse.

Segundo João Marques-Teixeira, a relação entre a psiquiatria e o direito tem-se tornado “cada vez mais específica”, criando a necessidade de “especialistas que se focassem exatamente nessas relações diretas entre psiquiatria e direito”.

Um psiquiatra forense é chamado a atuar em diversas vertentes, como explica João Marques-Teixeira, intervindo em exames de psiquiatria forense pedidos pelos tribunais no âmbito do direito criminal ou cível.

No direito criminal pode, por exemplo, avaliar as capacidades mentais de um presumível homicida, para perceber se pode ser considerado imputável e se é capaz de discernir os seus atos ou consequências.

No âmbito cível, as perícias de um psiquiatra forense podem envolver, por exemplo, a avaliação das condições mentais de alguém que faz um testamento.

A psiquiatria forense é já praticada por psiquiatras em geral e deverá continuar a sê-lo enquanto não houver subespecialistas forenses suficientes no país.

A criação desta subespecialidade na Ordem dos Médicos deve-se precisamente à necessidade crescente de especialização e de mais profissionais nesta área.

“O número atual de subespecialistas ainda não está completamente fechado, mais de 45 propuseram-se e cerca de 40 deverão ser aceites”, afirmou João Marques-Teixeira, presidente da comissão instaladora da subespecialidade de psiquiatria forense.

O especialista contou que houve um período de aceitação de candidaturas, tendo sido definido uma comissão coordenadora para definir os critérios a que os currículos dos psiquiatras deviam obedecer para lhes serem atribuídos os primeiros títulos de subespecialistas.

A partir daqui, o processo vai seguir de forma ser constituído um colégio de subespecialidade em psiquiatria forense, que passa a ser o órgão que tem de criar condições de formação para os futuros subespecialistas, que deverão passar a ser reconhecidos através de um exame.

 

Gripe
A atividade gripal mantém-se de baixa intensidade e com tendência decrescente em Portugal, de acordo com o último Boletim de...

A taxa de incidência de síndroma gripal na semana de 05 a 11 de fevereiro foi de 27,9 por 100.000 habitantes, quando no boletim divulgado a 08 deste mês a taxa era de 37,3, segundo os dados reportados pelo Instituto Ricardo Jorge.

Nos cuidados de saúde primários, o número e a proporção de consultas por síndrome gripal apresentam uma tendência decrescente pela quinta semana consecutiva.

No que se refere aos cuidados de saúde hospitalares, o comunicado da Direção-Geral da Saúde (DGS) indica que se verificou uma diminuição da procura dos serviços de urgência nesta semana, bem como uma estabilidade do número de doentes internados (por todas as causas).

“Nas últimas cinco semanas, a proporção de atendimentos por síndrome gripal em urgência hospitalar manteve-se estável”, refere o documento.

A nota da DGS indica igualmente que na semana de 05 a 11 de fevereiro foram internados 17 doentes nas Unidades de Cuidados Intensivos por gripe.

A proporção de atendimentos na linha SNS 24 por síndrome gripal diminuiu e “verificou-se uma estabilidade no número de acionamentos registados pelo Instituto Nacional de Emergência Médica”, acrescenta.

De acordo com o Sistema de Vigilância Diária da Mortalidade, os valores da mortalidade por todas as causas registados na semana em análise estão “dentro do esperado”.

 

Infarmed
A Agência Europeia de Medicamento está a fazer uma revisão de segurança do medicamento Esmya, usado em tratamento pré...

Segundo uma nota publicada na página da Internet do Infarmed, o Comité de Avaliação e Risco em Farmacovigilância (PRAC) da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) foi notificado de casos de lesões hepáticas graves, incluindo casos de insuficiência hepática aguda que necessitaram de transplante.

Por isso, e até que a avaliação seja concluída, a EMA e o Infarmed recomendam aos doentes como precaução, durante o tratamento com Esmya, a realização de análises para verificar a função hepática.

“Se os testes indicarem problemas no fígado, o tratamento deve ser interrompido. Se apresentar náuseas, vómitos, dor de barriga, falta de apetite, fadiga ou cor amarelada dos olhos ou pele, contacte o seu médico imediatamente, uma vez que pode ser sintomas de problemas hepáticos”, é indicado na nota.

Aos profissionais de saúde é recomendado que o tratamento com Esmya não deve ser iniciado em novas doentes ou reiniciado em doentes que tenham terminado um ciclo de tratamento.

“A função hepática deve ser monitorizada, no mínimo mensalmente, em doentes em tratamento com Esmya. As doentes que, durante o tratamento, tenham um aumento dos níveis de transamínases para valores superiores ao dobro do limite máximo devem interromper o tratamento e ter vigilância apropriada”, é referido na nota.

Em Portugal, o medicamento Esmya, contendo acetato de ulipristal, está indicado para o tratamento pré-operatório e intermitente de sintomas moderados a graves de miomas uterinos em mulheres adultas em idade reprodutiva.

 

Presidente do Infarmed
A presidente do Infarmed defendeu o uso da canábis como medicamento, desde que em condições específicas e controladas e não...

“Penso que seria fantástico para algumas pessoas e patologias, haver acesso”, mas com “cultivo controlado, prescrição médica, acompanhamento médico” e venda em farmácia, e eventualmente com a criação de um gabinete específico de acompanhamento dentro do Infarmed, disse Maria do Céu Machado.

A presidente do Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, falava na Comissão de Saúde da Assembleia da República, num grupo de trabalho que está a avaliar a utilização da canábis para fins medicinais, no seguimento de dois projetos de lei nesse sentido, um do Bloco de Esquerda e outro do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN). Os dois projetos admitem o auto cultivo da planta.

Ouvida pelos deputados a presidente do Infarmed começou por lembrar que as propriedades da planta são conhecidas há séculos e referiu que a mesma tem mais de 400 constituintes e 60 canabinoides, sendo que os constituintes variam consoante as condições em que é cultivada.

Maria do Céu Machado insistiu na questão da segurança da planta, porque a mesma se contamina muito facilmente com metais pesados, fungos e pesticidas e o Infarmed, assegurou, não tem capacidade para controlar cada cultivo particular.

“Num medicamento interessa a eficácia, a qualidade e a segurança. Coloca-se o problema da qualidade e da eficácia. Se não for regulado o cultivo a planta facilmente se contamina”, alertou.

A responsável explicou também aos deputados o circuito do medicamento para dizer que não vê grande necessidade de nova legislação sobre a matéria, porque medicamentos com base em canábis já podem ser prescritos, e que em Portugal não houve até agora qualquer pedido de autorização de introdução no mercado de um medicamento do género.

Na União Europeia, disse, há neste momento 42 ensaios clínicos, acrescentando que em países com legislação específica sobre a matéria os medicamentos à base de canábis são indicados para esclerose múltipla e doenças oncológicas. A Holanda, frisou, alterou a legislação para proteger os doentes, introduzindo o controlo de qualidade e venda nas farmácias e criação de uma agência específica.

No período das respostas a dúvidas dos deputados Maria Antónia Almeida Santos (PS), Moisés Ferreira (Bloco de Esquerda, que coordena o grupo), Isabel Galriça Neto (CDS-PP) e Carla Cruz (PCP), Maria do Céu Machado reafirmou que as plantas variam muito e facilmente se contaminam, pelo que o Infarmed não pode assim garantir a eficácia, a qualidade e a segurança de um produto à base de canábis que alguém cultivou em casa.

E disse desconhecer o motivo porque nunca foi pedida uma autorização de comercialização de medicamento em Portugal, referindo ainda que já houve medicamentos à base de canábis no mercado europeu que foram retirados por terem efeitos adversos graves.

Em janeiro passado os projetos de lei do BE e do PAN para a utilização terapêutica da canábis baixaram sem votação, à comissão parlamentar de saúde, após um debate no parlamento em que os partidos se dividiram.

A baixa à comissão foi acordada entre os partidos com propostas e justificada, em plenário, pela deputada bloquista Mariana Mortágua como uma tentativa de se tentar "uma solução de compromisso" para se conseguir a "melhor lei possível" no parlamento.

 

Estudo
Cientistas descobriram que um antioxidante evita a transmissão sexual do vírus Zika em ratos, revela a publicação PLOS Pathogens.

Uma equipa de investigadores de Taiwan tratou machos de rato com ebselen, um antioxidante e anti-inflamatório, e verificou que a droga sintética evita a transmissão do vírus Zika a fêmeas através do esperma.

Na ausência de medicamentos e vacinas contra a infeção por Zika, os cientistas estão a explorar oportunidades para prevenir a transmissão do vírus.

O Zika transmite-se entre pessoas sobretudo através da picada de um mosquito. Recentes estudos sugerem, no entanto, que a transmissão sexual pode acontecer mais frequentemente do que se pensava de homens para mulheres.

A infeção de mulheres com Zika foi associada à microcefalia (cabeça e cérebro mais pequenos) em fetos e recém-nascidos. Surtos da doença foram identificados na América Latina, incluindo Brasil, em África e na Ásia.

Segundo os cientistas da Academia Sinica, em Taiwan, que realizaram o novo estudo, os resultados obtidos mostram o papel potencial da droga sintética ebselen na prevenção e no tratamento da infeção por Zika nas pessoas.

No estudo, os investigadores analisaram previamente os efeitos do Zika no tecido testicular dos ratos-macho e verificaram que o vírus causa danos nas células, incluindo as do esperma, aumentando a inflamação nos testículos. Os danos foram atenuados com a administração de ebselen.

 

Estudo
As células estaminais de uma pessoa poderão um dia ser usadas para vaciná-la contra muitos tipo de cancro, sugerem cientistas...

As células estaminais pluripotentes induzidas são feitas a partir de amostras celulares recolhidas na pele ou no sangue. São geneticamente tratadas para regredir até à sua primeira fase de desenvolvimento, quando são indiferenciadas e podem evoluir para constituírem qualquer tipo de tecido.

A investigação da Universidade de Stanford, que por enquanto só fez testes com ratos, prevê que possam ser usadas para treinar o sistema imunitário para este atacar ou prevenir tumores.

Quando usadas na medicina regenerativa, as células estaminais são juntas a outras proteínas para encorajar a sua especialização em tipos específicos.

"Descobrimos que são muito semelhantes, superficialmente, a células de tumores", afirmou o diretor do Instituto Cardiovascular de Stanford, Joseph Wu.

À semelhança das células cancerosas, nas células imaturas muitas vezes não ocorrem os mecanismos que servem para bloquear o crescimento anormal, o que leva a que proliferem rapidamente.

Quando os investigadores imunizaram ratos com células pluripotentes compatíveis, "o sistema imunitário pôde ser programado para rejeitar o desenvolvimento de tumores no futuro", acrescentou.

O principal autor do estudo, publicado no boletim Cell Stem Cell, Nigel Kooreman, afirmou que no contexto de uma vacina, estas células desencadeiam uma resposta específica ao cancro por parte de todo o sistema imunitário".

"Uma vez alertado, o sistema imunitário ataca os cancros que se desenvolvam no corpo", indicou.

O próximo passo da investigação é estudar se a mesma reação acontece com cancros em seres humanos e células imunitárias num contexto laboratorial.

"Embora ainda seja precisa muita investigação, a ideia é bastante simples: "tiramos sangue, fazemos células pluripotentes e injetamo-las para prevenir futuros cancros", sintetizou.

 

Direção-Geral da Saúde
O psiquiatra e professor universitário Fernando Miguel Teixeira Xavier é o novo diretor do programa para a área da Saúde Mental...

Fernando Miguel Teixeira Xavier vai substituir no cargo o psiquiatra Álvaro Carvalho, que morreu no início do mês passado.

O novo diretor do programa para a área da Saúde Mental é assistente graduado sénior de psiquiatria do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental e é professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa.

Segundo o despacho assinado pela diretora-geral da Saúde a nomeação é válida por três anos, podendo ser renovável.

Álvaro Carvalho tinha sido o diretor do Programa Nacional para a Saúde Mental da Direção-Geral da Saúde desde 2012, cargo que ocupou até à sua morte, em janeiro.

 

Padrão dos Descobrimentos
Seres extraordinários ou maravilhosos, associados ao insólito e desconhecido, os monstros acompanharam a História de todas as...

A mostra, intitulada "A espantosa variedade do Mundo", que é inaugurada às 17:00, vai ficar patente até 03 de junho naquele monumento, comissariada por Palmira Fontes da Costa e por Adelino Cardoso, com a colaboração da Fundação Champalimaud.

Ilustrada com variadas representações de monstros, imaginárias ou a partir do real, livros antigos e objetos que podiam ter pertencido a Gabinetes de Curiosidades, a exposição propõe uma reflexão científica sobre o insólito, associado ao desconhecido, à diferença e à raridade.

Durante uma visita guiada aos jornalistas, os comissários evocaram os monstros que têm amedrontado ou maravilhado a Humanidade, desde a Idade Média até aos dias de hoje, nas suas várias formas, naturais ou sociais.

Questionada sobre a função da figura do monstro, já que acompanha o homem desde sempre, Palmira Fontes da Costa apontou várias: "Interpelam o outro pela sua diferença extrema, e podem levantar questões sobre a identidade da Humanidade".

"Os monstros eram muitas vezes anunciadores de uma mensagem divina, pelo seu desvio da norma, moral ou costumes, para que fosse restabelecida, e eram simbólicos na sua representação", fosse através de chifres, olhos em partes do corpo inusitadas, com certos poderes, figuras híbridas, que misturavam o animal e o humano.

Esta exposição centra-se no monstro representado a partir da Idade Média e no mundo ocidental, mas estas figuras "acompanharam o ser humano ao longo de toda a História e todas as culturas", apontou a comissária.

Vários livros dos séculos XVI e XVII, provenientes da Biblioteca Nacional de Portugal e da Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra, são apresentados com desenhos de figuras espantosas desenhadas pelos autores, sobretudo médicos, ou pessoas de maior erudição, que tentaram estudar e fixar o conhecimento da época.

A partir dos séculos XVII e XVIII, "começam a surgir tentativas de explicar as causas da monstruosidade", apontou Adelino Cardoso, acrescentando que surgem então os Gabinetes de Curiosidades, onde o público podia observar um pouco de tudo o que é diferente e exótico, de minerais a animais ou a seres humanos com deformações.

Nesta mostra surgem alguns desses exemplares, nomeadamente bebés siameses mortos à nascença e um ser sem cérebro, provenientes do Museu Patológico da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, ou um peixe monstruoso.

Na secção final da exposição entra a atividade da biologia e da medicina, através da colaboração com a Fundação Champalimaud, que salienta a descoberta do ADN e das novas tecnologias, permitindo aceder, por exemplo, aos vírus e suas mutações.

"As mutações em animais e seres humanos começaram a ser observadas em laboratório e foram exploradas como falhas genéticas, de forma a poderem ser compensadas ou tratadas", apontou André Valente, da fundação, responsável por esta secção.

Um aquário com dezenas de peixes zebra mostra como são usados em investigação, nomeadamente sobre o cancro e várias formas de o tratar.

"Hoje, o espanto não é 'naif', é informado, e tem a ver com a beleza e a complexidade da vida", comentou, acrescentando que os avanços da ciência têm trazido soluções e a abertura de novas fronteiras sobre o que será o futuro.

A exposição inclui um programa de visitas conversadas, aos domingos, e também para públicos com necessidades especiais, aos sábados, em linguagem gestual e com áudio descrição.

 

Banco Farmacêutico
Mais de 200 farmácias de todo o país vão recolher, no sábado, medicamentos para distribuir pelos utentes de 100 instituições de...

A Jornada de Recolha de Medicamentos, que visa unir a sociedade no apoio aos mais necessitados, assinala este ano dez anos e pela primeira vez decorrerá em todos os distritos de Portugal continental, disse hoje a porta-voz do Banco Farmacêutico, Ana Formigal.

Entre as 09:00 e as 19:00 de sábado, 600 voluntários vão recolher nas 230 farmácias aderentes medicamentos não sujeitos a receita médica e produtos de saúde que serão depois distribuídos pelos “milhares de utentes” apoiados pelas 100 Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPPS) beneficiárias.

Ana Formigal destacou o papel que os voluntários desempenham ao longo da iniciativa, estando presentes em cada farmácia a fazer a recolha e a divulgar a importância que o Banco Farmacêutico tem para os seus beneficiários.

Cada farmácia está alocada a uma instituição, que pode ser um lar de terceira idade, um centro paroquial, uma casa de acolhimento de crianças em risco, e recolhe os medicamentos consoantes as necessidades específicas da associação.

“Se uma farmácia está a recolher para a Ajuda de Berço está a recolher coisas diferentes do que outra que está a recolher para a Comunidade Vida e Paz”, exemplificou a responsável.

Segundo Ana Formigal, o objetivo é colmatar as necessidades e não haver excesso de produtos que não interessam à instituição, uma situação que as “pessoas valorizam muito”.

Também “valorizam o facto de as farmácias estarem a receber para a instituição da sua área de influência”, porque conhecem o trabalho da IPSS e “doam com mais facilidade e mais vontade”, sublinhou.

Com esta iniciativa “estamos a abranger milhares de pessoas carenciadas”, que de outra forma não tinham possibilidade de adquirir estes medicamentos.

Os medicamentos doados têm de ser novos, seguros, de qualidade e que não tenham saído do circuito do medicamento, ou seja, são apenas aceites medicamentos dispensados nas farmácias.

“Fomos pioneiros e continuamos sempre na linha da frente desta temática, porque não há muitas iniciativas deste género e é uma carência muito acentuada em Portugal”, disse Ana Formigal.

A iniciativa nasceu “muito modestamente” há 10 anos nos distritos de Lisboa e Setúbal. Desde então, “temos vindo sempre a crescer, o que é importante porque conseguimos angariar mais medicamentos e alertar as pessoas para esta necessidade e envolver os voluntários no trabalho social”, disse Ana Formigal.

Nas nove edições anteriores, o Banco Farmacêutico entregou um total de 82 mil medicamentos e produtos de saúde a diversas instituições de solidariedade social.

Em 2017 conseguiu angariar um total de 14.000 medicamentos, uma “subida bastante significativa face aos anos anteriores”.

 

No Porto
A Escola Superior de Enfermagem do Porto vai dispor de um simulador clínico virtual destinado a melhorar as competências dos...

Desenvolvido por uma equipa de investigação do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde e da Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP), nos últimos dois anos, o novo sistema “está totalmente ajustado às necessidades de formação e treino específicos dos enfermeiros”.

De acordo com os investigadores, a mesa de simulação instalada na ESEP, que será já este mês utilizada por mais de 300 futuros enfermeiros, já existia. Trata-se de um equipamento designado Body Interact, desenvolvido e comercializado pela empresa Take the Wind, mas “o novo ‘software’ - que agrega a informação relativa aos cenários clínicos específicos para o treino dos enfermeiros - é único no mundo”.

Miguel Padilha, investigador do CINTESIS e professor da ESEP, refere em comunicado que esta é uma “ferramenta bem adaptada às novas gerações de jovens estudantes, que conhecem, dominam e preferem sistemas pedagógicos mais interativos”.

Mas o investigador e professor universitário garante que este equipamento não constituiu apenas uma forma de tornar a transmissão do conhecimento mais atrativa.

“Este sistema de simulação na área da enfermagem foi pensado para treinar o processo de raciocínio e de tomada de decisão dos enfermeiros que, confrontados com casos reais, têm de saber tomar as decisões corretas de forma rápida e eficaz. O algoritmo fisiológico desenvolvido faz com que as reações da máquina sejam dinâmicas. Ou seja, os cenários não se repetem, o que promove o treino das competências cognitivas dos estudantes”, sustenta.

De acordo com Miguel Padilha, “através da utilização deste simulador nas aulas da Escola Superior de Enfermagem do Porto será possível estabelecer um patamar mínimo para as competências de decisão clínica dos estudantes que, em última análise, beneficiará os doentes, através do aumento da qualidade e segurança dos cuidados em saúde”.

Paulo Machado, também investigador do CINTESIS e professor da ESEP, envolvido na criação desta nova ferramenta de ensino na área da enfermagem, salienta que “este sistema é adaptável a dezenas de cenários clínicos pré-configurados e totalmente dinâmicos em áreas como a cardiologia, endocrinologia, neurologia, doenças respiratórias, doenças infecciosas, trauma, gravidez e pediatria.”

A tecnologia em causa oferece aos estudantes e profissionais uma experiência realista com um doente virtual e complementa as atuais estratégias de aprendizagem na educação em saúde, contribuindo para um processo de aprendizagem mais rápido e efetivo.

 

Conheça os sinais de alarme
Oito em cada dez crianças com cancro podem ser curadas se, aos primeiros sinais da doença, forem encaminhadas para os serviços...

Salomé Freitas, 20 anos, sobreviveu a uma leucemia, diagnosticada quando tinha 12 anos. Quando lhe disseram que tinha leucemia, Salomé temeu o pior: "Senti que a minha vida ia acabar ali, não tive grande esperança", contou. Depois do diagnóstico, seguiram-se dois anos de tratamento de quimioterapia e, associada ao tratamento, “vierem inúmeros efeitos secundários e doenças secundárias.

Houve um dia em que os médicos lhe disseram que estava curada: "Foi um processo gradual, fui-me sentindo melhor ao longo do tempo e a minha vida foi voltando à normalidade". "Quando me apercebi que estava tudo bem foi uma vitória", comentou Salomé, que se tornou há dois anos voluntária da Acreditar para ajudar crianças com cancro.

Em Portugal, surgem anualmente cerca de 350 novos casos de cancro infantil, um número que se tem mantido estável na última década. "Se o cancro for detetado a tempo, em cada dez crianças, oito podem ficar curadas e praticamente sem sequelas", realçou Margarida Cruz, diretora-geral da Associação Acreditar . "São números animadores e um sinal enorme de esperança para os pais, que ficam tão devastados quando veem um filho com cancro", frisou.

O cancro mais frequente nas crianças é a leucemia, que tem um prognóstico de cura "muito bom" quando é detetada a tempo. "Mais de 90 por cento das crianças ficam curadas e praticamente sem sequelas", frisou Margarida Cruz. Em Portugal, "o diagnóstico é feito, normalmente, com muita rapidez", mas é preciso sensibilizar os pais, a população e as autoridades para que estejam atentas.

"Procuramos chamar a atenção dos pais, sem alarme, para quando há determinados sinais, como dores de cabeça e nódoas negras recorrentes numa criança, recorrerem ao pediatra para que a doença seja detetada o mais rápido possível e a criança possa ser tratada", disse a responsável.

Quais são os sintomas de alarme do cancro pediátrico?
Os sintomas e sinais da doença variam em função do tipo de tumor. É importante que os pais estejam atentos às queixas das crianças (que são a pista mais importante para descobrir a doença), aos sinais a ela associados, ao período temporal desde a manifestação dos sintomas e à forma como eles afetam a vida normal da criança.

Muitos sinais e sintomas do cancro assemelham-se aos de doenças comuns na infância, motivo pelo qual se torna fundamental que os pais estejam vigilantes em relação às mudanças que surgem no corpo e no comportamento das crianças.

Dores ósseas ou musculares, tosse contínua, febre, palidez, dor de cabeça, vómitos, infeções constantes, emagrecimento sem causa, inchaços na face e no pescoço, aparecimento de nódulos no corpo, dificuldades de locomoção e desenvolvimento de massa palpável no abdómen são alguns sintomas que podem fazer suspeitar de doença oncológica.

Existem determinados sinais e sintomas que estão associados especificamente a alguns tipos de cancro, nomeadamente, febre recorrente acompanhada por dores nos ossos, facilidade em ter infeções, palidez e hemorragias podem fazer suspeitar de leucemia.

Manchas brancas nos olhos, estrabismo súbito, cegueira, abaulamento do globo ocular, febre inexplicável prolongada, perda súbita de peso, palidez, fadiga, sangramento fácil, ossos doridos, dores inexplicáveis nas articulações e costas, fraturas fáceis, mudança ou deterioração da caminhada, equilíbrio ou no discurso ou inchaço na região da cabeça são outros sintomas que devem levar os pais a procurar ajuda médica.

“Muitas vezes, os pais não procuram ajuda por desconhecimento dos sintomas ou receio, por isso é tão importante partilhar os sinais de alerta e as taxas de sucesso no caso de diagnóstico precoce”, sublinhou Margarida Cruz.

 

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