Apifarma
A dívida dos hospitais aos laboratórios e às empresas de dispositivos médicos ascendia a 1.212 milhões de euros no final de...

Fonte da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) revelou que, em dezembro de 2017, a dívida global dos hospitais públicos à indústria farmacêutica totalizava 906,1 milhões de euros.

Deste valor, 664,6 milhões de euros são dívida vencida (superior a 90 dias), o que representa uma subida de 26,4% em relação a 2016.

Segundo a Apifarma, registou-se um agravamento de 111,7 milhões de euros da dívida total (mais 14%), face a dezembro de 2016 (794,4 milhões de euros).

Ainda assim, entre novembro e dezembro de 2017 a dívida total baixou de 1.113,1 milhões de euros para 906,1 milhões de euros, fruto do pagamento dos hospitais através do aumento do seu capital.

A 13 de novembro de 2017, o ministro da Saúde anunciou na Assembleia da República um reforço de 1.400 milhões de euros para os hospitais com vista ao pagamento de dívidas.

A primeira das três tranches deste reforço, no valor de 400 milhões de euros, já foi disponibilizada e usada pelos hospitais para o respetivo pagamento.

Também a 31 de dezembro de 2017, a dívida total dos hospitais públicos às empresas de dispositivos médicos ascendia a 316 milhões de euros, dos quais 205 milhões de euros eram dívida vencida.

De acordo com o presidente da Associação Portuguesa das Empresas de Dispositivos Médicos (Apormed), João Gonçalves, o tempo de pagamento diminuiu de 416 dias em novembro de 2017 para 367 dias em dezembro.

Esta redução deveu-se ao desbloqueamento da primeira tranche do reforço do capital dos hospitais públicos, no valor de 400 milhões de euros, disse.

Direção-Geral da Saúde
Portugal tem aumentado, nos últimos anos, a taxa de cobertura vacinal contra a gripe nos grupos de risco, afirma a Direção...

Na terça-feira, um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Centro Europeu para o Controlo de Doenças (ECDC) sobre a vacinação contra a gripe na Europa informou que se verifica uma tendência decrescente da vacinação.

Em declarações, a diretora-geral da Saúde afirmou que em Portugal a tendência é a contrária, tendo havido nos últimos anos aumento da cobertura vacinal nas populações de risco.

“A partir da pandemia de 2009/2010, todos os anos temos melhorado os indicadores. Este ano, mais uma vez, ainda numa avaliação preliminar, temos indicação de que vamos ficar com uma cobertura vacinal superior à do ano passado”, disse.

Segundo a Direção-geral da Saúde, desde a época 2015/2016 que se têm vacinado cerca de 60% das pessoas com 65 ou mais anos (quase 2 em cada 3 pessoas).

Para esta última época vacinal, Graça Freitas estima que se tenha atingido uma cobertura de pelo menos 62% na população idosa.

A responsável diz que nos últimos anos se tem aumentado cerca de dois pontos percentuais a taxa de cobertura de vacinação dos idosos.

No caso particular das pessoas residentes em lares tem-se verificado uma cobertura vacinal da ordem dos 90% desde a época 2011/2012, refere ainda a DGS.

Apesar de a cobertura entre os profissionais de saúde também ter registado melhorias, a diretora-geral da Saúde reconhece e lamenta que continue abaixo do que era desejado.

Em Portugal a vacina é gratuita para todas as pessoas com 65 ou mais anos de idade e pessoas residentes em instituições para além de outros grupos de risco.

Dia 13 de fevereiro
O Grupo de Ativistas em Tratamentos – GAT – em parceria com a AIDS Healthcare Foundation (AHF), Junta de Freguesia da...

O GAT adverte que esta forma de prevenção deve estar cada vez mais acessível a todos, e em parceria com AHF, irá lançar um projeto inovador de distribuição de preservativos na Grande Lisboa, intitulado LOVE Condom, que contará com uma unidade móvel de distribuição de preservativos. Adicionalmente, a unidade móvel do GAT, do projeto Move-se da Península de Setúbal, desloca-se a Lisboa e das 10h00 às 18h00, propõe rastreios de VIH, hepatites virais e sífilis. Durante o mesmo período, os voluntários do Grupo de Ativistas em Tratamentos vão estar também a entregar 20 mil preservativos e balões em forma de coração. A animação do evento vai estar a cargo do WOODENdj. A partir das 16h00 as comemorações contam com a presença de um grupo de bailarinos da Unique - agência de Bailarinos, que misturam estilos tão diferentes como salsa, bachata e breakdance.

Para Ricardo Fernandes, diretor executivo do GAT, “os preservativos vão estar sempre na moda! E devem continuar na moda e por isso a promoção do uso e o acesso têm de ser uma prioridade. Os preservativos são o meio mais importante de prevenir a infeção pelo VIH e outras infeções sexualmente transmissíveis.” O diretor Executivo do GAT frisa ainda que “o aumento do acesso aos preservativos é um elemento crítico para atingir o alvo de menos de 500 mil novas infeções por HIV até 2020 - um marco importante nos esforços para acabar com a epidemia de HIV até 2030.”

Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV/SIDA estima-se que, em todo o mundo, 45 milhões de infeções pelo VIH tenham sido evitadas por meio do preservativo desde 1990. Se se atingir a meta de distribuição global de preservativos até 2020, evitar-se-ão 3,4 milhões de novas infeções. O custo por infeção evitada seria de aproximadamente 450 dólares, bem abaixo do custo com a oferta do tratamento antirretroviral.

Em Portugal, o Estudo “Vida Sem Sida”, da Universidade de Lisboa, revelou recentemente que um terço dos infetados pelo VIH/SIDA tem menos de 30 anos. Cerca de 97% dos jovens portugueses entre os 18 e os 24 anos estão genericamente bem informados no que toca à importância do preservativo, mas mais de 60% assumem ter relações sem o seu uso.

Sociedade Portuguesa de Medicina Interna
Colocar as necessidades dos doentes no centro do sistema de saúde deve deixar de ser, defende a Sociedade Portuguesa de...

É o que defende João Araújo Correia, Secretário-Geral da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) e diretor do Serviço de Medicina do Centro Hospitalar do Porto, que considera que, para o conseguir, “o passo crucial é o estabelecimento de um diálogo fluido entre o médico hospitalar e o do Centro de Saúde, porque sem isso tudo o resto fica comprometido”. A propósito do Dia Mundial do Doente, que se assinala no dia 11 de fevereiro, o especialista aborda alguns dos temas que mais tem estado na ordem do dia no que diz respeito à relação entre utentes e serviços de saúde.

Os dados referentes ao primeiro semestre do ano passado contabilizam mais de 32 mil reclamações na área da saúde (sobretudo em relação ao serviço público), o que configura um aumento de 10,9% face a igual período do ano anterior. Parece que o grau de insatisfação dos utentes/doentes aumentou. Considera que têm, de facto, razões para estar insatisfeitos?

Podemos sempre dizer que o aumento do número de reclamações pode refletir a maior transparência do sistema, em que os utentes têm de facto acesso a um grande conjunto de informações que antes lhes eram negadas. Também é verdade que o aumento da exigência acompanha a evolução socioeconómica da sociedade, pelo que este fenómeno não é exclusivo do nosso país. No entanto, quero também referir um lado perverso dos nossos tempos mais recentes. Os políticos, ao divulgarem de forma frenética os tempos de espera das consultas ou do atendimento na Urgência, comparando os hospitais e, por vezes, penalizando os que têm piores resultados, transmitiram para a população a ideia simplista e errónea de que os problemas nos cuidados de saúde são de apenas aquela equipa ou Instituição e não do Sistema de Saúde disfuncional e subfinanciado. Tenho vindo a ver com grande preocupação a agressividade dos doentes em espera no Serviço de Urgência contra equipes de médicos e enfermeiros, esgotados a trabalhar sem parar, que mesmo assim são acusados de não fazerem o suficiente!

A qualidade da informação disponibilizada e a delicadeza/urbanidade do pessoal clínico são dos principais motivos de queixa dos utentes dos serviços de saúde. O que é que falha para que se sintam assim?

É sempre possível melhorar, nomeadamente na área da comunicação entre médicos e doentes. Quanto à informação “administrativa”, julgo que nunca o acesso foi tão fácil, embora, como já disse, por vezes ela seja mal utilizada. Há de facto outros aspetos em que precisamos de nos aproximar mais do doente e deixá-lo participar mais nas decisões de diagnóstico e terapêutica.

Apesar destes dados, no estudo organizado pela Health Consumer Powerhouse e o Euro Health Index salienta-se a melhoria do indicador relativo aos direitos e informação dos doentes. Há, de facto, esta preocupação de informar o doente, de o incluir nas decisões relacionadas com a sua saúde ou, no geral, os constrangimentos de tempo e económicos impedem que os médicos e profissionais de saúde o consigam fazer?

A comunicação não verbal tem muita relevância para que se estabeleça uma relação de confiança entre o médico e o doente. Se o médico se apresentar com pressa, inquieto, a olhar o relógio de soslaio, não há empatia que resista. Temos de encontrar um equilíbrio entre o tempo eficaz de resposta e a qualidade assistencial que urge preservar.

Relatório
O número de doentes que foram tratados em ambulatório por uso de drogas aumentou em 2016, contrariando a tendência de...

De acordo com o documento, em 2016 estiveram em tratamento 27.834 utentes com problemas relacionados com o uso de drogas no ambulatório da rede pública.

Nesse ano iniciaram tratamento mais de 3.000 pessoas, das quase 60% eram novos tratamentos e o restante utentes em readmissão.

Segundo o “Relatório Anual sobre A Situação do País em Matéria de Drogas e Toxicodependências”, apesar de o número de novos utentes ter sido, em 2016, o mais elevado desde 2010, não apresentou variações relevantes no último quadriénio (mais 5% entre 2013 e 2016 e mais 3% entre 2015 e 2016), por comparação aos acréscimos verificados entre 2010 e 2012.

Relativamente a doentes readmitidos em tratamento, registou-se uma redução pelo quarto ano consecutivo, como adianta o relatório elaborado pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD).

O documento sublinha que o número de doentes em readmissão ficou, em 2016, no valor mais baixo desde 2010.

“Em 2016, nas redes pública e licenciada, registaram-se 665 internamentos por problemas relacionados com o uso de drogas em Unidades de Desabituação (590 nas públicas e 75 nas licenciadas) e 2.064 em comunidades terapêuticas”, aponta.

A heroína continua a ser a droga mais referida pelos utentes com problemas de uso de drogas, mas entre os novos utentes em tratamento, foi a canábis que prevaleceu, sendo a droga associada a 54% dos utentes.

“No último quadriénio e face ao anterior, verificou-se uma tendência de aumento nas proporções de utentes com a canábis e a cocaína como drogas principais”, lê-se no relatório.

“Os indicadores sobre o consumo de droga injetada e partilha de material apontam para reduções destes comportamentos” no mesmo período, acrescenta.

Em relação ao tratamento por problemas com álcool, registaram-se, em 2016, 5.375 episódios de internamentos hospitalares, a maioria dos quais relacionados com doença alcoólica do fígado (65%) e síndrome de dependência alcoólica (21%).

Também neste problema se verificou, no quadriénio 2012-2016, uma diminuição contínua de internamentos (menos 22%), mas só em relação a diagnósticos principais.

Se se considerar diagnósticos secundários relacionados com álcool, o número de internamentos é bastante superior (33.899), “verificando-se neste caso um aumento contínuo ao longo dos últimos anos”, alerta o relatório.

Segundo conclui, estes internamentos por diagnósticos secundários relacionados com consumo de álcool representaram 2,14% do total de internamentos hospitalares em Portugal continental.

Estudo
Um estudo sobre saúde mental concluiu que a maioria (67%) dos familiares de idosos que apresentaram estado confusional agudo...

Foi com o objetivo de estudar “o impacto deste problema, tão recorrente nos idosos, com repercussões nos seus familiares e profissionais de saúde” que uma equipa multidisciplinar, envolvendo médicos, enfermeiros, psicólogos e investigadores, do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS) e da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto se juntou, já desde 2010, ao Serviço de Medicina Intensiva do Centro Hospitalar de S. João (CHSJ), sob a coordenação de José Artur Paiva.

Os investigadores implementaram o estudo em duas Unidades de Cuidados Intermédios do CHSJ, entre setembro e dezembro de 2016.

Foram avaliados 42 pacientes, sendo que 28,6% desenvolveram síndrome confusional aguda. Dos 42 pacientes, 32 membros da família estavam presentes no momento de internamento.

Na sua maioria, os membros da família recrutados eram as filhas, casadas com cerca de 50 anos de idade, sendo que 36% coabitavam com o idoso. Os profissionais de saúde incluídos no estudo correspondiam a 12 enfermeiras, com uma média de idade de 33 anos, exercendo maioritariamente há mais de 10 anos.

Numa escala de 0 a 4, em média, os níveis de desgaste psicológico dos familiares destes idosos era de 3, sendo que 67% reportaram níveis graves de sofrimento psicológico. Entre os enfermeiros, a taxa situou-se nos 42%.

Afetando cerca de metade dos idosos internados, “a síndrome confusional aguda é um problema neuropsiquiátrico grave e frequente, caracterizada por uma alteração na atenção, consciência e cognição (por exemplo, com desorientação, défice de memória, de linguagem, de capacidade visuoespacial ou alteração da perceção), com curso flutuante e causa orgânica subjacente”, explicam os autores.

Esta síndrome, muitas vezes não reconhecida, está associada a um maior período de permanência no hospital, institucionalização precoce, demência e maior risco de morte.

“Ver um ente querido sob o efeito desta síndrome é uma experiência marcante também para os seus familiares e isso deve ser reconhecido e minimizado. O nível de sofrimento psicológico reportado por esses familiares é assinalável e merece ser reconhecido e combatido”, salienta Lia Fernandes, responsável pelo estudo e investigadora na área do Envelhecimento e Saúde Mental do CINTESIS.

Os enfermeiros são especialmente afetados quando estes pacientes ficam muito agitados, interferindo com os cuidados que lhe são prestados e com a sua própria segurança. Os autores defendem assim, a necessidade de ser desenvolvida “uma abordagem sistémica para a gestão desta síndrome confusional aguda durante o internamento, focada não só nos doentes, mas também nas necessidades dos familiares e dos enfermeiros”.

“Os familiares podem beneficiar de intervenções de suporte e programas psico-educacionais. O corpo de enfermagem necessita de apoio e de treino especializado, sobretudo quando lidam com a agitação psicomotora dos idosos”, defende Lia Fernandes, antecipando a necessidade de seguimento destes doentes que sofreram de síndrome confusional aguda, bem como dos seus familiares e cuidadores.

Financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), o estudo contou ainda com a colaboração de Elika Pinho, Raquel Correia, Emília Moreira, Luís Lopes e Luís Azevedo.

O trabalho foi publicado na revista científica Aging & Mental Health.

Relatório
Vinte e sete pessoas morreram em 2016 vítimas de ‘overdose’, uma diminuição de 33% face ao ano anterior que quebra um ciclo de...

Citando os registos do Instituto Nacional de Medicina Legal, o Relatório Anual sobre A Situação do País em Matéria de Drogas e Toxicodependências 2016 refere que “dos 208 óbitos com pelo menos uma substância ilícita no metabolismo e com informação sobre a causa de morte, 27 (13%) foram considerados ‘overdoses’”.

“Após os aumentos nos dois anos anteriores, em 2016 diminuíram as ‘overdoses’ (-33%), mantendo-se os valores dos últimos seis anos aquém dos registados entre 2008 e 2010”, sublinha o relatório do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD).

Nas ‘overdoses’ destaca-se a presença de opiáceos (44%), metadona (37%) e cocaína (33%), sendo que na maioria das vezes (89%) foi detetada mais do que uma substância no organismo.

Nestes casos, o destaque foi para a associação de drogas ilícitas com o álcool (44%) ou benzodiazepinas (41%).

Relativamente às outras causas das mortes com a presença de drogas (181), 39% foram atribuídas a acidentes, 35% a morte natural, 16% a suicídio e 4% a homicídio.

O relatório revela ainda que, em 2016, foram instaurados 10.765 processos de contraordenações por consumo de droga, o valor mais elevado desde 2001 e que representa um ligeiro aumento (4%) face a 2015.

A maioria dos processos (86%) estavam relacionados com a posse de 'cannabis'.

Estudo
O Estado pouparia mais de 100 milhões de euros num ano se todos os centros de saúde fossem transformados em unidades de saúde...

A coordenação nacional para a reforma do Serviço Nacional de Saúde (SNS) na área dos cuidados de saúde primários, nomeada pelo Ministério da Saúde, realizou uma avaliação de custos e das consequências das unidades de saúde familiar (USF) e dos tradicionais centros de saúde.

O estudo, datado de janeiro deste ano, disponível no portal do SNS, é baseado nas unidades de cuidados primários de saúde existentes em 2015, ano em que havia 370 centros de saúde tradicionais, 207 USF de modelo A e 193 USF de modelo B.

Segundo as contas da coordenação nacional para a reforma do SNS nos cuidados de saúde primários, se todos os tradicionais centros de saúde fossem transformados em USF modelo B haveria uma poupança de 103 milhões de euros, tendo por referência o ano de 2015.

A análise mostra que o rácio de utentes inscritos por profissional de saúde “é claramente superior nas USF B” em todos os grupos profissionais, sendo os enfermeiros o grupo em que a diferença é maior.

Segundo o documento, os centros de saúde tradicionais têm “um custo por inscrito e um custo por utilizador significativamente superior ao das USF B”.

Nas USF B o custo anual por utente inscrito é de 257 euros, enquanto nos centros de saúde é de 289 euros. Essa diferença torna-se ainda mais significativa quando são analisados os custos por utilizador, com um acréscimo de 80 euros anuais por utilizador nos centros de saúde em relação ao modelo das USF B.

A análise conclui que havia uma “melhoria significativa dos resultados em saúde em todos os indicadores” se toda a população inscrita nas unidades de cuidados de saúde personalizados (os tradicionais centros de saúde) estivesse inscrita em USF modelo B.

Apesar do aumento do custo com os recursos humanos, esta análise mostra que haveria uma “redução significativa dos custos globais”, gerando uma poupança de 103.611.995 euros em 2015.

O acréscimo de custos com recursos humanos seria na ordem dos 38 milhões de euros, mas depois haveria poupanças na despesa de medicamentos faturado por utilizador (menos 64 milhões), na despesa com meios complementares de diagnósticos (menos 15 milhões), no custo das urgências (menos 37 milhões) e nos custos com internamentos evitáveis (menos 26 milhões).

Na avaliação publicada no portal do SNS, é ainda salientado que as USF modelo B “são um espaço formativo por excelência”, onde o número de médicos internos em formação em medicina geral e familiar é quase metade do total de médicos em formação.

Criadas em 2005, as USF foram fundadas como uma forma alternativa ao habitual centro de saúde, prestando também cuidados primários de saúde, mas com autonomia de funcionamento e sujeitas a regras de financiamento próprias, baseados também em incentivos financeiros a profissionais e à própria organização.

O modelo B de USF é uma forma mais evoluída de organização e está definido como aquele em que equipas com maior amadurecimento organizacional e maiores exigências de contratualização garantem maior disponibilidade para atingir níveis avançados de acesso para os utentes, elevado desempenho clínico e eficiência económica.

O Ministério da Saúde determinou, em despacho, que este ano vão ser abertas cerca de 20 novas USF modelo A e limitam a 20 o número de USF a transitar para modelo B.

A Ordem dos Médicos e a Associação que representa as USF vieram já criticar publicamente o despacho do Ministério da Saúde, por considerarem que inibe o desenvolvimento dos cuidados de saúde primários e significa um retrocesso no desenvolvimento das USF.

Efeitos adversos
Investigadores do Norte coordenaram o primeiro livro redigido em português sobre os fundamentos da Toxicologia, uma ciência que...

"Os desafios que se colocam à sociedade atual, num plano de desenvolvimento sustentado, implicam uma atenção permanente ao impacto do desenvolvimento na saúde ambiental e humana", sendo necessária a formação adequada de profissionais com competências na área da Toxicologia, disse o investigador Ricardo Jorge Dinis-Oliveira, da Cooperativa de Ensino Superior, Politécnico e Universitário (CESPU), um dos coordenadores do livro "Toxicologia Fundamental".

Nesse sentido, continuou o professor, a edição deste livro, que contou com mais de 25 autores de diferentes áreas e é o primeiro redigido em língua portuguesa, representa "um marco importante" no desenvolvimento pedagógico e científico dessa área para os países lusófonos.

A Toxicologia estuda os efeitos adversos de agentes químicos, físicos ou biológicos sobre os organismos vivos e o ecossistema, incluindo a prevenção e a melhoria de tais efeitos adversos, sendo uma disciplina de estudo "relativamente recente e extremamente multidisciplinar", que integra conhecimentos de diferentes áreas, explicou.

Esses agentes podem ser poluentes ambientais, fumo do tabaco, nitrosaminas e outros carcinogénicos, substâncias psicoativas, cocaína, anfetaminas, heroína, monóxido de carbono, fármacos, metais pesados e desregulados do sistema endócrino, entre outros.

Adequado para diferentes cursos superiores, o livro constituiu-se como um suporte pedagógico para estudantes e professores nas áreas de Ciências Farmacêuticas, Ciências Forenses, Ciências Biomédicas, Medicina, Análises Clínicas e Biologia.

Redigido numa linguagem "que pretende chegar a todos que tenham curiosidade ou desejem aprofundar conhecimentos", foca-se "no que mais útil e atual se pratica nesta área", notou o investigador.

O docente acredita que a atualidade e pertinência científica deste livro constitui "um forte sinal da excelência da rede de competências toxicológicas que existe em Portugal", servindo para colmatar uma lacuna existente nessa área.

"Toxicologia Fundamental" é ainda coordenadora pelos docentes Félix Dias Carvalho e Maria de Lourdes Bastos, da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP). Os três investigadores são membros do laboratório UCIBIO-REQUIMTE.

Ricardo Jorge Dinis-Oliveira já coordenou outras três obras, dedicadas à Toxicologia Forense e as suas aplicações em sede judicial ou judiciária e ao esclarecimento das Ciências Forenses, incluindo os conceitos, a abrangência e as perspetivas futuras.

Em janeiro, foi convidado para editor chefe, durante os próximos dois anos, da revista científica Current Drug Abuse Reviews (CDAR), que publica trabalhos, estudos e ensaios clínicos de medicamentos, bem como avanços no abuso e dependência de álcool e drogas.

Segundo o próprio, este convite representa a afirmação e o reconhecimento internacional da boa produção científica que o grupo de investigação do qual faz parte tem conseguido.

Desde que acabou os estudos, Ricardo Jorge Dinis-Oliveira tem desenvolvido atividade científica e académica nas áreas da Toxicologia e Farmacologia das Substâncias Psicoativas, Pesticidas e Fármacos, nos seus aspetos pré-clínicos, clínicos e forenses.

O docente contribuiu para a descoberta de antídotos, para o desenvolvimento de compostos com interesse analgésico em drogas de abuso, tendo estudado igualmente uma das drogas de produção caseira "mais tóxicas", o krokodil.

Estudo
As condições socioeconómicas dos locais de residência afetam a qualidade de vida dos seus habitantes, principalmente a forma...

Em termos de saúde pública, Vânia Rocha, primeira autora do estudo, alerta para “a necessidade de se apostar em políticas a vários níveis – tanto individual como contextual (ambiente físico e social) – para aumentar a qualidade de vida dos habitantes da cidade do Porto”.

“É importante apostar em intervenções ao nível dos locais, como o aumento da disponibilidade de espaços verdes, a melhoria das infraestruturas, a redução da criminalidade, e também em ações que melhorem a literacia e os comportamentos em saúde dos residentes, para se melhorar a qualidade de vida das pessoas”, considera Vânia Rocha.

Perceber se há uma relação entre os locais onde se vive e a qualidade de vida dos habitantes “é particularmente importante, pois as áreas de residência são espaços privilegiados, onde ocorrem interações pessoais, se formam valores e padrões culturais e se estabelecem hábitos de consumo, que podem influenciar a saúde e os comportamentos em saúde dos indivíduos”, defendem os investigadores.

Referem que como até à data não existiam, em Portugal, estudos que avaliassem esta relação, decidiram estudar “se o nível de privação socioeconómica dos locais de residência da cidade do Porto (medido através da tipologia de habitação, atratividade dos locais, desemprego, nível de escolaridade, qualidade das infraestruturas, entre outros indicadores) influenciava a qualidade de vida dos habitantes, nomeadamente as componentes relacionadas com a saúde física e mental”.

A investigação envolveu 1.154 indivíduos da coorte EPIPorto - um estudo de base populacional, que avalia, há 18 anos, os determinantes de saúde da população adulta residente no Porto. Avaliou-se a saúde física e mental dos participantes (a partir de um questionário de qualidade de vida) e classificou-se a sua área de residência.

Concluiu-se que os indivíduos que habitavam em zonas menos favorecidas da cidade consideravam ter pior qualidade de vida, nomeadamente pior saúde física, do que aqueles que moravam em zonas mais favorecidas do Porto, independentemente das suas características individuais (idade, género e educação) e comportamentais (tabagismo, sedentarismo e alcoolismo, por exemplo).

Assim, o que estes resultados mostram é que duas pessoas com as mesmas características – idade, sexo, nível de escolaridade – que vivam em zonas da cidade expostas a diferentes níveis de privação têm níveis de qualidade de vida distintos.

O estudo designado Neighbourhood socioeconomic deprivation and health-related quality of life: A multilevel analysis foi recentemente publicado na revista “PLOS One”.

OMS
A vacinação contra a gripe nos grupos de risco caiu na Europa nos últimos sete anos e cerca de metade dos países reportaram uma...

A Organização Mundial da Saúde e o Centro Europeu de Controlo de Doenças analisaram a cobertura vacinal em relação à gripe na região europeia entre 2008/09 e 2014/15 e ontem divulgaram as principais conclusões.

As duas organizações avisam que todos os anos morrem cerca de 44 mil pessoas de doenças respiratórias associadas à gripe na região europeia e referem que uma diminuição da vacinação reduz a capacidade de proteger as pessoas durante as epidemias anuais de gripe e durante uma próxima pandemia.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) insta os países europeus a aumentarem as suas coberturas vacinais, atingindo uma meta de 75% de vacinados nos grupos de riscos e nas pessoas mais velhas, a partir dos 65 anos.

Apesar dos constantes apelos, em pelo menos metade dos países europeus apenas um em cada três idosos são vacinados contra a gripe.

De acordo com os dados das duas organizações, das 44 mil mortes anuais atribuíveis à gripe, 34 mil ocorrem em pessoas com mais de 65 anos.

A OMS refere que a diminuição na vacinação pode estar ligada a múltiplos fatores, sobretudo consoante os países. Nos estados com menos recursos, onde a gripe pode não ser considerada uma prioridade, a baixa cobertura pode estar ligada a menor procura.

Já nos países onde as vacinas estão amplamente disponíveis, uma quebra nas taxas de vacinação pode estar relacionada com uma falta de confiança nas vacinas ou nas autoridades de saúde ou a barreiras no acesso aos serviços de saúde.

Estudo
Uma equipa de cientistas liderada pelo português Jorge Ruas descobriu que a prática diária de exercício físico induz a perda de...

Os resultados da descoberta, feita numa experiência com ratinhos, foram publicados na revista científica Cell Metabolism.

A equipa coordenada por Jorge Ruas, professor-associado e investigador do Instituto Karolinska, na Suécia, já tinha concluído, em 2014, que a substância em causa, o ácido quinurénico, aumentava com a prática de exercício físico, com músculos 'treinados', e evitava, de certa forma, estados depressivos provocados pelo 'stress', ao eliminar do cérebro os efeitos tóxicos de uma outra substância, a quinurenina.

Agora, os investigadores descobriram que o ácido quinurénico atua também nas células adiposas, aumenta o gasto de energia e faz perder peso, ao mesmo tempo que interfere com o sistema imunitário fortalecendo as respostas anti-inflamatórias.

Mas, para que isso aconteça, os músculos têm de estar 'treinados', exercitados com a prática diária de atividade física.

Face às conclusões, Jorge Ruas considera que a substância pode ser um bom alvo terapêutico para doenças como a obesidade, em que há um excesso de gordura armazenada.

Na prática, explicou o investigador, o que o ácido quinurénico faz é "forçar o organismo a queimar gordura adicional", ao converter a gordura branca, que é armazenada, em gordura castanha, a que se dissipa sob a forma de calor para controlar a temperatura corporal.

Para a experiência, que decorreu durante um mês, a equipa usou dois grupos de ratinhos, aos quais deu uma dieta alimentar hipercalórica.

A um dos grupos, o de controlo, foi administrado um placebo. Ao outro, uma dose diária de ácido quinurénico, em quantidades correspondentes aos níveis atingidos após a prática de exercício físico como a corrida.

Resultado: ao fim de três a quatro dias, os roedores com níveis de ácido quinurénico aumentados começaram a perder tecido adiposo e, em consequência disso, a perder peso, independentemente da quantidade de comida ingerida.

No estudo, os cientistas descobriram ainda que uma proteína na superfície das células adiposas e imunitárias, a GPR35, funciona como um recetor do ácido quinurénico, mas também de outras pequenas moléculas, "algumas delas sintéticas".

Em futuros trabalhos, Jorge Ruas e restante equipa, da qual fazem parte outros investigadores portugueses, vão testar o que é mais eficaz para travar ou reverter a obesidade, se a administração direta de doses de ácido quinurénico ou de moléculas sintéticas com a mesma função.

A investigação foi realizada em colaboração com instituições científicas da Dinamarca e da Noruega.

Embaixador
A dívida de Angola com tratamento médico de cidadãos angolanos em Portugal ronda os cinco milhões de dólares, anunciou ontem o...

Marcos Barrica disse que, por essa razão, os doentes em tratamento em Portugal passam por dificuldades.

"Há dificuldades reconhecidas, que não são novas, periodicamente temos vindo a reportar e estamos a acompanhar. Há dificuldades temos que reconhecer isso", afirmou Marcos Barrica, em declarações à Rádio Nacional de Angola.

Segundo o embaixador de Angola em Portugal, essa questão "está em vias de resolução", porquanto "há um esforço muito grande por parte do Estado angolano para resolver a dívida".

"E tem vindo a ser resolvida, essa divida é repartida em várias áreas, não só na área clínica, mas também em todos os domínios conexos, por exemplo, o alojamento dos doentes e acompanhantes, estão nas pensões e às vezes em casas particulares, o transporte e o subsídio que recebem mensalmente, tudo isto configura-se então na dívida que se tem", explicou o diplomata angolano.

O embaixador de Angola em Portugal informou ainda que o Ministério da Saúde angolano enviou há bem pouco tempo uma delegação, dirigida pela Junta Nacional de Saúde, para fazer uma radiografia da situação do setor da saúde.

"Estamos crentes que com o trabalho feito e com as conclusões recolhidas poderão sim estar em melhores condições para a solução que se espera seja encontrada", frisou.

Há um ano, o ex-ministro da Saúde de Angola, Luís Gomes Sambo, afirmou que o Estado angolano estava a resolver o problema da dívida que contraiu com países para onde são transportados doentes, entre os quais Portugal, mas sem avançar o valor da mesma.

"Conformo que temos evacuado muitos doentes e ultrapassado a capacidade orçamental, estamos neste momento a resolver o problema da dívida, estamos a pagar a dívida, ao mesmo tempo que estamos a diminuir o número de doentes evacuados para esses países", disse então Luís Gomes Sambo.

Estudo
Algumas espécies de formigas produzem os seus próprios antibióticos, o que pode ter implicações na procura de novos...

“Estas descobertas sugerem que as formigas podem no futuro ser uma fonte de novos antibióticos para ajudar a luta contra as doenças nos humanos”, disse o principal autor do estudo, Clint Penick, investigador assistente da Universidade do Estado do Arizona e ex-investigador da Universidade de Carolina do Norte.

Os investigadores lembram que as formigas, tal como os seres humanos, lidam com a doença e combatem as bactérias que causam algumas dessas doenças produzindo os seus próprios antibióticos. No entanto, segundo o estudo comparativo, 40% das espécies de formigas testadas não parece produzir antibióticos.

Adrian Smith, outro dos autores do estudo, professor assistente e investigador em ciências biológicas, da Universidade de Carolina do Norte, disse que uma das espécies examinadas, a 'formiga ladra' (Solenopsis molesta) foi a que teve “o efeito antibiótico mais poderoso de todas as espécies testadas”.

O estudo “Imunidade externa nas sociedades das formigas: a sociabilidade e o tamanho da colónia não implica investimento em antimicrobianos”, foi apresentado pela Universidade da Carolina do Norte, Estados Unidos, e é publicado na revista “Royal Society Open Science”.

Para o estudo os investigadores testaram as propriedades antimicrobianas associadas a 20 espécies de formigas. Foi usado um solvente para remover as substâncias na superfície do corpo de cada formiga, sendo a solução resultante introduzida numa pasta bacteriana.

O crescimento das bactérias na pasta foi depois comparado com o crescimento das bactérias num grupo de controle. Havendo um crescimento menor de bactérias (comparado com o grupo de controle) tal significaria que um agente antimicrobiano estava ativo. A pasta contendo a solução da formiga ladra não mostrou crescimento bacteriano.

Os investigadores descobriram que 12 das 20 espécies de formigas testadas tinham algum tipo de agente antimicrobiano nos seus exoesqueletos. As outras oito ou não usavam antibióticos ou se usavam eram ineficazes contra a bactéria usada no estudo.

“Encontrar espécies que carregam um poderoso agente antimicrobiano é uma boa notícia para os que querem descobrir novos antibióticos que podem ajudar os seres humanos. Mas o facto de muitas espécies parecerem ter pouca ou nenhuma defesa química contra os micróbios patogénicos também é importante”, disse Adrian Smith.

Até agora pensava-se, erradamente, que a maioria, se não todas as espécies de formigas, possuía agentes antimicrobianos, mas parece que muitas espécies “encontraram formas alternativas de prevenir as infeções que não dependem de produtos químicos antimicrobianos”, afirmou Clint Penick.

Os investigadores dizem que o estudo é um primeiro passo de um trabalho sem limites. Nos testes apenas foi usado um agente bacteriano, pelo que não se sabe como é que cada espécie de formiga reage a com outras bactérias. Também é preciso determinar que substâncias produzem os efeitos antibióticos e que estratégias alternativas aos antibióticos usam algumas espécies de formigas para se defender das doenças.

Ordem
A Ordem dos Nutricionistas alertou hoje o governo para a necessidade destes profissionais nas escolas para assegurarem a...

No final de um encontro com a secretária de Estado Adjunta e da Educação, a bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, disse que partilhou com a governante uma proposta sobre “o que deve ser a alimentação escolar”.

“Queremos informar e capacitar as nossas crianças para escolhas mais saudáveis e criar um ambiente mais saudável, nos bufetes e nos refeitórios”, disse Alexandra Bento.

A bastonária defendeu a verificação das normas existentes e a serem criadas por equipas que vão ao terreno averiguar a qualidade do que é servido às crianças.

Além de “uma oferta alimentar mais saudável”, a Ordem defende uma oferta “atrativa”.

“Nada contra vontade. O que se pretende é envolvê-los [aos alunos] nesta cultura alimentar saudável”, referiu.

Para a Ordem, esta intervenção só poderá ser bem-sucedida com “a presença de nutricionistas nas escolas que acautelem que a alimentação servida nas escolas é saudável e apelativa”.

Estudo
Quase um terço dos portugueses com mais de 15 anos bebe refrigerantes, um consumo maior nos homens, nos mais jovens e nos que...

Publicado na última edição do Boletim Epidemiológico “Observações”, do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), o estudo de Mariana Neto e Irina Kislaya foi realizado com base nos dados do Inquérito Nacional de Saúde 2014 (INS 2014) com o objetivo de estimar a prevalência do consumo de refrigerantes e as suas características sociodemográficas na população portuguesa.

A investigação apurou uma “prevalência do consumo de bebidas refrigerantes na população portuguesa com mais de 15 anos de idade de 31%”.

“Verificou-se que o consumo era superior no sexo masculino (35,2%) e nos participantes mais jovens, decrescendo com a idade”, referem as autoras que identificaram ainda “diferenças regionais significativas, sendo a Região Autónoma dos Açores a região do país com o maior consumo de refrigerantes”.

Nesta região autónoma, o consumo de refrigerantes atingiu os 48,6%, segundo o estudo “Consumo de refrigerantes nas refeições principais em Portugal: dados do Inquérito Nacional de Saúde 2014”.

De acordo com o artigo publicado no Boletim do INSA, “os participantes com menor nível de escolaridade tendiam, de forma significativa, a consumir mais refrigerantes, à semelhança dos participantes solteiros”.

Em relação aos rendimentos, as autoras verificaram que “existia um decréscimo de consumo em relação aos escalões mais elevados”.

As autoras começam por recordar que “o excesso do consumo de açúcar simples (‘free sugar’) está associado ao excesso de peso e obesidade, doenças crónicas, como diabetes tipo 2 e à ocorrência de cáries dentárias.

De acordo com a investigação “o consumo de refrigerantes, estimado pelo Inquérito Nacional de Saúde 2014 é elevado na população portuguesa”.

Distrofia Muscular de Duchenne
Os doentes neuromusculares, com um diagnóstico de Distrofia Muscular de Duchenne e uma mutação “Non Sense”, em fase ambulatória...

A APN – Associação Portuguesa de Neuromusculares, congratula-se pelo facto e pela sensibilidade demonstrada no decorrer de todo o processo. Ao longo dos últimos 2 anos, todas as partes envolvidas procuraram, com empenho, todos os caminhos possíveis para que Portugal pudesse juntar-se aos países onde o tratamento já é uma realidade. Depois do Reino Unido e Itália, o nosso país pode, finalmente, considerar-se na linha da frente dos medicamentos inovadores. Esta aprovação, vai permitir que, logo após a confirmação do diagnóstico, exclusivamente para esta mutação, as crianças afetadas possam iniciar o tratamento que poderá permitir um alargamento da fase de marcha e uma menor degradação da massa muscular. Isso conduzirá, inevitavelmente, a uma melhoria substancial da sua qualidade de vida e da sua autonomia.

Desde que foram iniciados os ensaios clínicos de fase 3, a APN foi sendo informada dos resultados. Esteve, portanto, sempre na primeira linha pela aprovação deste tratamento logo que foi conhecida a autorização por parte da EMA (Agência Europeia do Medicamento). Consideramos, pois, que a comparticipação total deste fármaco, por parte do SNS, abriu uma nova era. A dos medicamentos órfãos para as doenças neuromusculares.

Estamos cada vez mais empenhados em participar, de forma construtiva, na criação de soluções e de caminhos, para uma diminuição significativa dos tempos de aprovação dos novos medicamentos destinados ao tratamento de doenças raras. Acreditamos que os organismos responsáveis, também estejam. 

A segunda causa de cegueira no mundo
Um diagnóstico precoce, incluindo a medição da pressão intraocular e um tratamento adequado, permitem retardar a progressão do...

O glaucoma é uma doença neurodegenerativa em que o nervo ótico encontra-se danificado. Geralmente está associado a um aumento da pressão intraocular (PIO). Segundo a OMS, é a segunda causa de cegueira no mundo. Em Portugal, estima-se que mais de 100 mil pessoas sofram de glaucoma, no entanto, está pouco diagnosticado por ser assintomático.

Esta doença evolui de forma lenta e progressiva, provocando lesões irreversíveis no nervo ótico. Devido aos tratamentos disponíveis atualmente, é possível atrasar e, em alguns casos, abrandar a sua evolução, melhorando assim a qualidade de vida dos doentes. Estes fármacos atuam através da redução da pressão intraocular, reduzindo desse modo o dano no nervo ótico.

80 milhões em 2020
Atualmente estima-se que 60 milhões de pessoas sofram de glaucoma em todo o mundo. Este número aumenta em 2,4 milhões a cada ano, pelo que em 2020 haverá quase 80 milhões de doentes com glaucoma. Por isso, os especialistas insistem cada vez mais na importância da deteção precoce e no início do tratamento adequado.

Como explica o Dr. António Figueiredo, Presidente do Grupo Português de Glaucoma da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, "a prevenção e a adesão ao tratamento são a melhor estratégia de que se dispõe para travar o glaucoma e evitar que este leve à cegueira".

Exames periódicos a partir dos 40 anos
A medição periódica da pressão intraocular é a ferramenta de diagnóstico mais eficaz na prevenção do glaucoma. Neste sentido, o Dr. António Figueiredo refere que "todas as pessoas com mais de 40 anos devem ir regularmente ao oftalmologista, já que, além de verificar a pressão ocular, é importante avaliar o estado do nervo ótico, especialmente nas pessoas com antecedentes familiares de glaucoma". O risco de se sofrer desta doença aumenta a partir dos 60 anos.

O tratamento
Existem várias opções para o tratamento farmacológico, sob a forma de colírio, com uma ou duas substâncias ativas na sua formulação. Geralmente, começa-se com uma monoterapia e, no caso de não ser suficiente, pode acrescentar-se um segundo ou até mesmo um terceiro fármaco. Estão disponíveis várias classes terapêuticas, como as prostaglandinas, betabloqueadores, inibidores da anidrase carbónica... Quando não se consegue controlar a pressão intraocular poderá ser necessária a cirurgia ocular.

Governo
Quase 240 casos de mutilação genital feminina foram detetados em Portugal entre 2014 e 2017, avançou hoje a secretária de...

Nos últimos três anos, “deu-se conta de 237 casos, é demasiado”, afirmou a secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Rosa Monteiro, num encontro na Associação Corações com Coroa (CCC), em Lisboa, que assinalou o Dia Internacional da Tolerância Zero Contra a Mutilação Genital Feminina.

“Estes números são dramáticos, mas a ideia da dor e da crueldade subjacente a esta prática, além de nos deixar arrepiados tem de nos mobilizar para a ação”, sustentou Rosa Monteiro.

Para a governante, é preciso ter “muita coragem para enfrentar o ‘status quo’”, que “não fala porque desconhece”, porque “é incómodo” ou “porque há outros assuntos prioritários”.

Rosa Monteiro assinalou os progressos feitos em Portugal e no mundo para combater esta prática, mas advertiu que é preciso fazer mais.

“Se não fizermos de maneira diferente, se não intensificarmos esta luta”, estima-se que, até 2030, 54 milhões de raparigas e mulheres possam vir a ser excisadas.

Rosa Monteiro observou que esta “é uma ameaça” que também aumenta com a intensificação dos fluxos migratórios: “Isto traz às nossas sociedades realidades com as quais temos de saber trabalhar”.

“Temos de capacitar os profissionais de saúde, os magistrados, os profissionais de justiça”, mas também quem trabalha nas escolas para que aprendam “a despistar, a apoiar, a encaminhar e a capacitar estas meninas e mulheres”, defendeu.

Este trabalho tem também de ser desenvolvido junto das pessoas e nas comunidades no sentido de as levar a compreender que “há alternativas e caminhos diferentes para as raparigas e mulheres que lhes permitem um estatuto social igualmente valorizado que não passe por estas práticas de violência”.

Para Rosa Monteiro, o “grande obstáculo” à denúncia é o “pacto de silêncio entre as mulheres”, que “vem de gerações, das avós, das mães e das próprias meninas e raparigas que foram vítimas em Portugal ou quando vão de férias ao seu país de origem”.

Em declarações, no final do encontro, a embaixadora de Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) e presidente da associação CCC, Catarina Furtado, disse à agência Lusa que ainda “há um trabalho gigante a fazer-se” para erradicar esta prática.

“Já conseguimos, do ponto de vista legislativo, e Portugal teve aqui um papel fundamental, que existisse uma lei de 2011 na Guiné-Bissau”, que é um dos países onde mais se pratica a mutilação genital feminina, a proibir esta prática.

A prática já está a ser erradicada nalgumas comunidades, “fruto do investimento político” e do trabalho de organizações não-governamentais nacionais e internacionais, mas ainda há muitas localidades onde continua a fazer-se “longe dos olhos da lei”, lamentou.

“Curiosamente verificamos que as comunidades que, em Portugal, praticam a mutilação genital feminina, a maioria guineense, estão mais atrasadas ao nível do conhecimento sobre as consequências nefastas desta prática do que as pessoas que estão nos seus países de origem”, frisou a embaixadora da FNUAP.

Isto acontece porque as pessoas “saíram há muito tempo dos seus países, vêm com os seus rituais, com as suas tradições, estão muito fechadas dentro das suas comunidades” e não têm esse conhecimento que resulta do trabalho realizado com as comunidades, líderes religiosos, profissionais, de saúde, professores que “tem sido muito positivo”.

“Esse trabalho também tem de ser feito aqui com investimento político, com as associações que estão no terreno, para que estes números não nos envergonhem também a nós. Quando as pessoas dizem ‘é lá longe’, é mentira. É ‘cá perto’ e com cidadãos portugueses”, salientou Catarina Furtado.

Segundo um estudo da Universidade Nova, feito com dados de 2015, existem em Portugal cerca de 6.600 mulheres excisadas.

União Europeia
O Parlamento Europeu vai criar uma comissão especial sobre o processo de autorização para o uso de pesticidas e herbicidas na...

O Parlamento Europeu (PE) aprovou hoje o mandato da comissão especial - cuja composição (30 eurodeputados) só será decidida na quinta-feira - que irá analisar o processo de autorização de pesticidas e herbicidas para avaliar, nomeadamente, eventuais falhas ou conflitos de interesse.

Esta comissão, segundo uma nota de imprensa, responde às preocupações levantadas sobre o risco que representa a utilização do herbicida glifosato, cuja licença foi renovada em novembro pelos Estados-membros.

Os eurodeputados que irão integrar a comissão terão como objetivos a avaliação do procedimento de autorização para pesticidas na União Europeia (UE), de potenciais falhas no modo como as substâncias são cientificamente avaliadas e aprovadas, do papel da Comissão Europeia na renovação da licença de utilização do glifosato e da eventual existência de conflitos de interesse no procedimento de aprovação.

O mandato da comissão é de nove meses após sua primeira reunião, tendo que apresentar um relatório final das conclusões e recomendações.

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