Relatório

Em 2017 foram realizadas mais de 15 mil interrupções de gravidez

Desde 2011 que, em Portugal, o número anual de interrupções de gravidez tem vindo a decrescer. O último relatório da Direção Geral da Saúde dá conta de que, em 2017, foram feitos mais de 15 mil abortos. A maioria das mulheres estava grávida pela primeira vez.

De acordo com o Relatório dos Registos das Interrupções da Gravidez, foram realizadas 15492 interrupções de gravidez ao abrigo do Código Penal, em 2017. Cerca de 11 mil foram realizadas no Serviço Nacional de Saúde, as restantes (4457) em serviços privados.

Globalmente, quase metade das mulheres (47,2%) recorreu aos serviços de atendimento hospitalar por iniciativa própria. A maioria encontrava-se na faixa etária dos 20-24 anos, seguindo-se a faixa dos 25-29 anos representando 22,39% do total das mulheres que escolheram não levar a gravidez a termo.  

Segundo o documento, são as mulheres entre os 30 e os 34 anos as que apresentam uma probabilidade mais elevada de levar a gravidez até ao fim. Esta faixa etária foi a que registou o menos número de intervenções.

96% das mulheres interrompeu a gravidez até as 10 semanas por opção, 3% pela existência de doença grave ou malformação congénita no feto.

Lisboa e Vale do Tejo foi a região que registou maior número de interrupções voluntárias (57%), seguindo-se a região norte com 22,8% e o Algarve com 6,6%. Em 18,3% das interrupções da gravidez a mulher tinha nacionalidade estrangeira, sendo esta percentagem semelhante à do ano anterior.

O método escolhido em 70,2% dos casos foi a IG medicamentosa. Apenas 28,8% recorreu ao método cirúrgico. No entanto, as instituições públicas e privadas diferiram quanto ao método: nas públicas o medicamentoso ocorreu em 98,2% dos casos, enquanto nas privadas predominou o método cirúrgico (93,9%).

Em cerca de metade dos casos, a mulher tinha pelo menos um filho. 70% recorreu à interrupção da gravidez pela primeira vez.

O estudo da Direção Geral da Saúde permitiu ainda estabelecer uma associação entre a interrupção voluntária da gravidez e a profissão das mulheres. “Em 40% das IG, as mulheres tinham frequência do ensino secundário e em 24,7% do ensino superior. Apenas 0,2% manifestou ausência de instrução”, pode ler-se no relatório.

Fonte: 
DGS
Nota: 
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