Tratamento
A Associação Portuguesa de Doentes com Parkinson (APDPk) acaba de lançar uma linha de apoio para ajudar doentes e cuidadores a...

“Devido à pandemia de Covid-19 tivemos de cancelar todas as atividades e sessões de terapia que, por norma, oferecemos aos nossos doentes.  Sem algumas dessas terapias, os doentes poderiam regredir no que diz respeito à melhoria dos sintomas”, explica Ana Botas, presidente da APDPk. O manual que a associação lança esta semana pretende colmatar a falta das sessões presenciais e inclui exercícios de fisioterapia, dicas sobre postura, alimentação, hidratação e estilo de vida, para que o estado destes doentes não se deteriore durante o confinamento imposto pela pandemia.

“Já a linha de apoio foi pensada para doentes e cuidadores que muitas vezes nos procuram com questões práticas bem como para nos pedir estratégias para lidar com a depressão e ansiedade, muito características da doença de Parkinson”, refere ainda a presidente da APDPk.

“É muito importante que, mesmo nesta fase difícil, os doentes com Parkinson mantenham os tratamentos prescritos pelos seus médicos e terapeutas e que cumpram rigorosamente com as medidas de distanciamento físico e proteção sugeridas pelas autoridades de saúde. Apesar de a Doença de Parkinson não ser um fator de risco para complicações mais graves da infeção pelo novo coronavírus, é reconhecido que a idade, por si só, aumenta o risco de complicações. As pessoas com Parkinson devem assim adotar os mesmos cuidados das pessoas da mesma idade e que não têm a doença. Relativamente à medicação, é importante reiterar que não há nenhuma necessidade dos doentes pararem ou alterarem qualquer medicamento”, explica Joaquim Ferreira, Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Diretor do CNS – Campus Neurológico e membro do Conselho Científico da APDPk.

Para o ano de 2020 a APDPk definiu como tema a abordar no Dia Mundial da Doença de Parkinson a importância dos cuidadores. Assim sendo este livro inclui também algumas dicas para ajudar os cuidadores a lidar com esta fase mais difícil, tais como:

  • Manter as rotinas e planear as semanas de forma a cumprir alguns objetivos.
  • Manter-se informado através de fontes seguras e fidedignas como a DGS e a OMS.
  • Aproveitar os momentos de descanso do doente com Parkinson e fazer alguma atividade de lazer.

“Nesta fase difícil, gostaríamos de deixar uma mensagem de apoio e esperança a todos os associados da APDPk e famílias e dizer que continuamos empenhados no desenvolvimento e crescimento da associação. Esperamos que rapidamente possamos reunir-nos para realizar atividades ao ar livre, que estamos a planear para o final do isolamento social”, acrescenta Ana Botas.

Para assinalar a efeméride a APDPK desenvolveu ainda, em conjunto com a Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia (SPN), a Sociedade Portuguesa das Doenças do Movimento (SPDMOV) e a CNS Academy, um vídeo que estará disponível no website da associação. Este vídeo contará com informação sobre a doença de Parkinson, assim como testemunhos de doentes e cuidadores que contam na primeira pessoa como é viver com a doença.

Este ano foi marcado por vários avanços e descobertas no tratamento das Doenças do Movimento, em particular na área da deep brain stimulation, uma área em que Portugal tem sido pioneiro: no início deste ano o nosso país foi um dos primeiros do mundo a implantar uma nova tecnologia que permite adaptar de forma precisa, e com base nos dados da atividade neurológica, a terapia às necessidades individuais de cada doente. Este novo sistema de estimulação cerebral profunda permite registar eventos, correlacionando-os com os sinais específicos do cérebro, o que leva a um maior conhecimento sobre a doença e sobre a forma como esta atua no cérebro de cada doente. 

“Este é um avanço muito importante na área de Parkinson e traz uma nova esperança no avanço e no controlo da doença! É para nós muito gratificante saber que Portugal é um dos países na linha da frente do tratamento dos doentes que vivem com Parkinson”, conclui Ana Botas.

A Doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum a nível mundial (depois da Doença de Alzheimer). Em Portugal existem entre 18 a 20 mil doentes de Parkinson e são identificados todos os anos cerca de dois mil novos casos. Esta doença do movimento pode manifestar-se com vários sintomas, que são diferentes entre os doentes. Os sintomas motores mais comuns incluem lentidão dos movimentos, rigidez muscular, tremor e alterações da postura.

Covid-19
As pessoas com doença crónica de idade ativa e sem uma atividade profissional compatível com o teletrabalho, continuam a...

“Neste grupo incluímos pessoas imunodeprimidas e portadoras de doença crónica que de acordo com as orientações da autoridade de saúde são consideradas de risco, designadamente os doentes hipertensos, os doentes diabéticos, os doentes cardiovasculares, os portadores de doença respiratória crónica ou os doentes oncológicos.

Estas patologias, como bem sabemos, não afetam só pessoas idosas já na idade da reforma. Afetam também muitos cidadãos em idade ativa que não podem prescindir dos rendimentos do trabalho para a sua subsistência e do seu agregado familiar”, explica Isabel Saraiva, Presidente da RESPIRA.

A probabilidade de este grupo da população, ao ser contaminado, carecer de internamento hospitalar, de ventilador e de cuidados intensivos, é muito elevada, como o conhecimento e a experiência têm demonstrado noutros países.

A Associação RESPIRA solicita que de forma urgente e imediata seja decretada a medida do Art. 4º, nº 1 b) do Decreto nº 2-A/2020 de 20.03, que permite que as pessoas sujeitas a um dever especial de proteção, não tendo possibilidade pelas características das funções desempenhadas ou por falta de condições técnicas, proceder ao teletrabalho, ser-lhes estendido o regime do isolamento profilático previsto no Art. 19º do D.L. nº 10-A/2020, enquanto durar a situação de pandemia.

“Todos sabemos que os recursos de saúde são escassos. Todos os dias o ouvimos incessantemente na comunicação social que relata situações dramáticas vividas noutros países, incluindo a nossa vizinha Espanha. Todos queremos evitar que tal venha a acontecer no nosso país. Acreditamos que proteger estas pessoas especialmente vulneráveis representa um ganho para todos: para elas, para as suas famílias, para a comunidade, para a saúde e para o país”, conclui Isabel Saraiva.

A Plataforma Saúde em Diálogo - Associação para a Promoção da Saúde e Proteção na Doença dirigiu, na última semana, uma carta sobre este assunto ao Ministério da Saúde e ao Ministérios do Trabalho. A Direção da RESPIRA subscreve e defende esta tomada de posição, assumindo-a como uma prioridade da sua missão.

Covid-19
Face à informação veiculada por vários órgãos de comunicação dando conta de uma potencial ação terapêutica de Hidroxicloroquina...

Num comunicado conjunto, estes órgãos fazem saber que “a Hidroxicloroquina   é atualmente utilizada   em   diversas   doenças   reumáticas inflamatórias sistémicas”, como o Lúpus Eritematoso Sistémico (LES), Síndrome de Sjögren ou Artrite Reumatoide, tratando-se de “um fármaco essencial no controle   destas doenças graves, incapacitantes   e potencialmente fatais se   não forem atempada e adequadamente tratadas”.  De acordo com os especialistas “a manutenção regular da medicação é essencial para que não se verifiquem agudizações da doença subjacente”, pelo que deve ser garantido a estes doentes o acesso a esta terapêutica.

Já a Cloroquina terá sido retirada do mercado português “há alguns anos, numa decisão unilateral do INFARMED”, esclarecem em comunicado.

Face à situação atual, esta entidades temem que “se possa assistir no contexto de expectativas infundadas no âmbito da pandemia Covid-19, a prescrição indiscriminada e exagerada destes fármacos, sem quaisquer critérios clinicamente definidos” o que poderá não só comprometer a assistência dos doentes reumáticos que precisam dos medicamentos para manter a sua situação clínica estável, como “também a sua disponibilidade para potenciais situações de necessidade de utilização hospitalar” no contexto da infeção pelo novo coronavírus.  

O CEROM e a SPR relembram que “a agência europeia do medicamento, publicou dia 1 de abril de 2020 um Comunicado reforçando que a utilização da Hidroxicloroquina e Cloroquina no contexto da Pandemia COVID-19 deveria ser limitada ao contexto de Ensaios Clínicos ou de Protocolos nacionais validados”.  De acordo com estas duas entidades médicas, a agência europeia reforçou ainda a “necessidade da manutenção da utilização destes fármacos nos doentes crónicos que deles necessitam, sublinhando a exigência de que a sua prescrição não deve ser aumentada (em termos de número de embalagens) para além do estritamente necessário em cada momento clínico”.

Por tudo isto, entre outras medidas, os especialistas pedem que o acesso da Hidroxicloriquina a doentes que não a utilizavam anteriormente seja bloqueado nas farmácias comunitárias, “mantendo a sua disponibilidade a quem já o tomava de forma crónica (mediante prova de receita prévia)”. Por outro lado, dizem que deve ser dispensado a cada doente “o número de embalagens ajustadas para esta situação temporal e os constrangimentos da regra do isolamento social” e que deve ser exigida a apresentação de declaração médica que indique que o utente é portador de uma Doença Reumática Crónica, sempre que existir dúvidas sobre a sua utilização.   

Serviço Nacional de Saúde
A garantia foi dada pela ministra da Saúde, Marta Temido, durante uma conferência de imprensa realizada no último domingo. Para...

Questionada sobre relatos de adiamento de cirurgias urgentes, nomeadamente na área da oncologia, Marta Temido relembrou o despacho que fez a 16 de março sobre a remarcação de cirurgias, mas apenas para casos não urgentes, devido à pandemia da Covid-19.

“Em 16 de março foi determinado que as intervenções cirúrgicas que não fossem consideradas clinicamente urgentes e muito urgentes poderiam ser, em função da avaliação da instituição, da direção clínica, e naturalmente da decisão clínica para cada doente, remarcadas e adiadas para uma data posterior”, disse a governante.

Marta Temido afirmou que esta orientação procurou “precaver que a capacidade de resposta do SNS ficaria preservada para os casos mais urgentes”, continuando a ter resposta no SNS as situações de doentes “prioritários e muitos prioritários”.

“É muito importante referir que os vales cirúrgicos emitidos para o setor privado, para setor convencionado, não foram suspensos. Aquilo que é a resposta que o setor com o qual o SNS se articula está preservada, desde que essas instituições permaneçam a funcionar na medida em que são tendencialmente instituições menos afetados pela covid-19”, frisou.

Marta Temido acrescentou que esta situação é idêntica para os meios complementares de diagnósticos e de terapêutica.

“No mesmo despacho também é dada uma orientação para que os meios complementares de diagnóstico e de terapêutica, que não correspondem a situações urgentes, possam ser remarcados”, disse, frisando que abrange as situações de eventual rastreio.

Segundo a Ministra, a fragilidade e a pressão que está neste momento no sistema de saúde pode constituir uma oportunidade de risco que se quer de toda a forma evitar.

“Naturalmente que as situações que clinicamente e, por isso contamos com o juízo institucional das direções clínicas e de serviço e, em última instância do próprio médico assistência, forem consideradas como situações que tem de ter seguimento são seguida, designadamente aquilo que é a atividade da área oncológica que seja considerada prioritária e muito prioritária”, disse.

População sénior
Perante a epidemia do coronavírus (COVID-19), é pedido a toda a população sénior que se mantenha em
Mulher idosa de olhos claros

Para isso o Grupo ORPEA reuniu uma série de dicas e sugestões para os mais velhos aplicarem no seu dia-a-dia, durante o isolamento: 

Seguir hábitos alimentares corretos

Mantenha uma dieta variada e equilibrada, é essencial em qualquer idade, especialmente na terceira idade. Deve evitar gorduras e açúcar e aderir a outros grupos de alimentos, como legumes e frutas.

Não esquecer a mente

Não basta cuidarmos apenas do nosso exterior, é igualmente importante cuidarmos da mente. A melhor maneira de o fazer é permanecer mentalmente ativo e não passar muitas horas a ver televisão que não estimula o cérebro, levando à inatividade mental. Atividades como ler e desenhar estimulam o cérebro e é também muito importante dormir adequadamente, pois a falta de sono reduz a atividade plástica do cérebro, alterando a concentração, memória e humor.

Dizer não ao stress e ansiedade

Embora neste momento o stress faça parte do dia-a-dia de toda a gente, a ansiedade que dura por longos períodos de tempo altera o cérebro, aumentando o risco de demência. A prática regular de técnicas de relaxamento, como meditação ou ioga, melhorará as habilidades de gestão do stress, que se traduzirão num melhor funcionamento cognitivo. É importante manter-se informado, mas evite passar muito tempo a ver televisão e a receber constantemente informações sobre o coronavírus e outros temas que lhe possam causar ansiedade.

Exercício físico 

A atividade física constante e moderada é benéfica para a mobilidade a longo prazo. O exercício físico é bom para o corpo e também para a mente, pois melhora a atenção, memória e fluência verbal. Na impossibilidade de sair de casa é importante manter-se ativo dentro de casa. Atividades artísticas como dançar para além de o manterem ativo também estimulam a atividade cerebral e, como se isso não bastasse, a criatividade é altamente recompensada.

Manter o contacto com pessoas

Mantenha o contacto com familiares e amigos através do telefone, irá ajudar a manter uma atitude mais positiva e a desenvolver aspirações. Se precisar de alguma coisa como comida, medicamentos, ajuda na limpeza da casa ou com outro tipo de assuntos peça ajuda aos seus familiares e amigos e mantenha também contacto com a junta de freguesia e farmácia da sua localidade de residência.

Plano de emergência

Mesmo que sejam adotadas todas as medidas recomendadas devemos estar preparados e saber exatamente como agir perante uma emergência. É essencial que saiba com quem entrar em contato e como pode fazê-lo de forma rápida, caso precise de ajuda.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Solidariedade
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) lançou a iniciativa «Mensagem H2 – MSH2», que consiste em fazer chegar a...

De acordo com o CHUC, a iniciativa insere-se no «Projeto H2 – Humanizar o Hospital», criado para atenuar a situação de isolamento em que se encontram os doentes internados, salientando que a "situação criada pela pandemia covid-19 veio introduzir alterações profundas na realidade hospitalar".

"Atualmente, um dos aspetos mais preocupantes no que diz respeito à humanização dos cuidados hospitalares é a situação de grande isolamento em que se encontram os doentes infetados, nomeadamente nas unidades de cuidados intensivos ou intermédios, obrigatoriamente afastados do contacto familiar durante várias semanas", salienta o centro hospitalar em comunicado.

Por outro lado, acrescenta, "a situação idêntica também se verifica com os doentes internados por outras patologias, uma vez que as atuais regras de gestão clínica obrigam a uma marcada limitação (ou mesmo proibição) das visitas".

Desenvolvimento do projeto será «progressivo e dinâmico»

De acordo com o CHUC, o desenvolvimento da iniciativa «MSH2» do «Projeto H2» será progressivo e dinâmico, dividido em duas fases distintas: a primeira, focada principalmente nos doentes covid-19, e a segunda, em que serão também abrangidos os doentes internados com outras patologias.

"A dinâmica da sua progressão será ajustada de acordo com o que a prática vier a aconselhar", adianta o comunicado, referindo que, "para os doentes e para as respetivas famílias, esta situação de isolamento e afastamento é, naturalmente, geradora de grande angústia e sofrimento".

A iniciativa MSH2, que recebeu parecer favorável da Comissão de Ética do CHUC, funciona através de um sistema de mensagens em suporte digital, com acesso através da página institucional do centro hospitalar na Internet, conclui o CHUC.

 

Hospitais
O Hospital Dr. Francisco Zagalo – Ovar (HFZ-Ovar) registou no último fim-de-semana os dois primeiros pacientes recuperados da...

“Em ambos os casos cumpriram-se os critérios de estabilidade clínica para obterem alta hospitalar. Ou seja, evoluíram para uma melhoria clínica (resolução, sobretudo, dos sintomas respiratórios), não tiveram febre durante pelo menos três dias (sem estarem a fazer a respetiva medicação para a temperatura) e realizaram dois testes negativos num intervalo de 24 horas”, explicou a médica Inês Costa, a trabalhar na enfermaria dedicada à Covid-19 do HFZ-Ovar.

Os dois doentes infetados – um homem de 74 anos, internado desde 17 de março, e uma mulher de 62 anos, internada desde 19 de março – fizeram tratamento com antipalúdico, recorrendo-se à hidroxicloroquina, um fármaco usado há muitos anos no tratamento de doenças reumatológicas e que está a ser aplicado, em Portugal, em pacientes com Covid-19.

Refira-se que, de acordo com o HFZ-Ovar, neste momento, a unidade hospitalar tem 16 camas ocupadas com doentes com infeção pelo novo coronavírus que não exigem cuidados intensivos.

O hospital – com os poucos recursos de que dispõe – teve de se organizar muito rapidamente, abrindo um serviço dedicado a doentes em Covid-19”, vincou Inês Costa, salientando, porém, que “o trabalho que está a ser desenvolvido é sustentável e bem alicerçado naquilo que são as melhores práticas nacionais e internacionais. Nesse pressuposto, estamos a fazer um esforço por manter essa lógica”, acrescentou a clínica.

 

Covid-19
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) criou uma linha de resposta a necessidades sinalizadas por instituições dos...

As instituições com necessidades de apoio podem contactar a ESEnfC, para o email [email protected]. Desta forma, a ESEnfC e os seus alunos estão, também, a corresponder ao apelo do país para o reforço de emergência às instituições públicas e do terceiro setor, com atividade na área social e da saúde, durante a pandemia da doença COVID-19.

Com vista à melhor articulação desta iniciativa, a ESEnfC partilhou esta bolsa de voluntários com o Instituto de Emprego e Formação Profissional.

Apelo à oferta de equipamentos de proteção e de alojamento para voluntários deslocados

Neste exercício de cidadania, a ESEnfC recomenda aos estudantes, assim como às instituições beneficiárias, a condição da existência de equipamentos de proteção individual. Com vista a incrementar a disponibilidade destes equipamentos, a ESEnfC apela à cooperação de particulares, empresas e instituições parceiras, sob a forma de mecenato social, para a doação de equipamentos ou outro tipo de apoios para reforço da segurança dos estudantes voluntários.

No imediato, o pedido de colaboração situa-se ao nível do fornecimento de equipamentos de proteção individual (máscaras, luvas, óculos...) e da disponibilização de quartos (pensões, hotéis ou equipamentos de alojamento local) para repouso dos prestadores de auxílio, sempre que necessário: concretamente, nas situações em que o apoio requerido vier a implicar deslocações para zonas do país distantes da cidade de Coimbra ou do local de residência dos estudantes voluntários.

Quem quiser cooperar poder canalizar as ofertas para a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e mostrar a disponibilidade de cedência de alojamento gracioso, também para o email [email protected].

 

Quanto mais dormir, melhor
Sempre que se aproxima uma onda de gripe, são várias as dicas de saúde que começam a surgir.
Mulher deitada na cama

Por que é que o sono é tão importante para o bom funcionamento do sistema imunológico? Qual o papel do sistema imunológico na saúde?

Felizmente, a tendência da privação do sono em prol do sucesso está a diminuir. Em vez disso, o sono tornou-se um símbolo de status de tendência: quanto mais se dorme, melhor. Este é um desenvolvimento bastante importante, porque uma noite de sono de qualidade também fortalece o nosso sistema imunológico. Um sistema imunológico que funcione bem é a espinha dorsal da nossa saúde, é essencial para a nossa defesa contra vírus, como muitos estudos independentes por todo o mundo demonstram.

Os vírus infetam as nossas células acoplando-se às proteínas da superfície e injetando a sua própria matéria. Como resultado, a produção das nossas próprias células é invadida e começa a produzir mais e mais vírus. Quando este processo é concluído, a célula infetada morre e liberta esses novos vírus que, por sua vez, infetam outras células. No entanto, somos regularmente expostos a uma variedade de vírus e o nosso sistema imunológico tem as suas próprias funções de proteção. Membros proeminentes das nossas defesas internas são as chamadas células assassinas naturais - um tipo de glóbulos brancos. Estas detetam as células infetadas e param a sua atividade ou removem-nas antes que novos vírus sejam reproduzidos.

Para termos células assassinas naturais suficientes no corpo, o sono é de extrema importância. Se dormimos pouco regularmente, somos muito mais suscetíveis a doenças e infeções. Investigadores estudaram como é que o número de glóbulos brancos (células assassinas naturais) se desenvolve sob privação de sono. Resultado: os grupos de teste que dormiram apenas quatro horas em vez de oito tiveram uma redução na proporção das suas células assassinas naturais em 70%. Esta é uma descoberta impressionante e um apelo claro para garantir sempre um sono de qualidade.

Quantas horas devemos dormir por noite e quando devemos ir para a cama?

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda entre sete a nove horas de sono por noite. Ao contrário da crença popular, não é possível compensar o sono perdido. Não há um horário uniforme ou ideal para ir para a cama. Mas existe o relógio biológico interno - chamado pelos biólogos de cronógrafo - o ritmo circadiano. Durante o ciclo dia-noite da Terra, este relógio interno é sincronizado repetidamente. No entanto, a sincronização dos nossos relógios internos é muito individual, o que explica a existência de madrugadores e pessoas que preferem acordar tarde.

Além do ritmo circadiano, os bioquímicos também nos afetam quando estamos cansamos. No líquido cefalorraquidiano, esses compostos bioquímicos acumulam-se no corpo durante o dia e aumentam o nosso desejo de dormir. Por outro lado, enquanto dormimos, estas substâncias são decompostas. Um dos bioquímicos mais importantes é a adenosina. A adenosina inibe as “áreas ativas” do cérebro e provoca-nos o sentimento de cansaço. A cafeína atua como um inibidor da adenosina. Como a cafeína tem um período ativo de seis a oito horas antes de ser completamente degradada, deve ser evitada a partir do final da tarde.

O que mais pode ser feito para promover um bom sono?

Antes de mais, gostaria de destacar o relógio interno e a sua ligação com a luz e o escuro. O relógio interno é amplamente controlado pela melatonina. Os recetores dos nossos olhos são sensíveis à luz azul e sinalizam ao cérebro que é de dia e, por isso, devemos estar alertas e acordados. Para que a melatonina mantenha um ciclo saudável de sono/ vigília, telemóveis ou computadores, por exemplo, devem ser utilizados apenas até duas horas antes da hora de dormir. Para além deste, existe outro motivo: estudos comprovam que atividades online, como contatos sociais ou consulta de notícias atuais, podem impedir que estejamos calmos e relaxados adormecer.

Eu também recomendo dormir a uma temperatura ambiente de cerca de 19°C e beber mais água durante o dia do que à noite. Abraçar algo quente ou tomar um banho também pode melhorar a rapidez e facilidade com que adormecemos. O calor dilata os vasos sanguíneos nas mãos e nos pés. Parece paradoxal, mas isso liberta o excesso de calor corporal, e é exatamente isso que o corpo precisa para adormecer e dormir.

Devido à situação que vivemos atualmente, que cuidados é que as pessoas que estão a praticar teletrabalho devem ter em relação ao sono?

As pessoas que tiveram de montar o seu escritório em casa devem idealmente escolher um local fora do quarto ou, pelo menos, um canto separado para trabalhar. Recomendamos áreas compartimentadas para a rotina diária e para o trabalho, e locais para descanso e lazer. Isto também se aplica a horários - embora não deva sair de casa, é importante separar o horário de trabalho dos intervalos e, conscientemente, terminar o período de trabalho a uma hora estipulada.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Covid-19
A disponibilidade contínua de medicamentos, em especial aqueles que são utilizados para tratar doentes com COVID-19, está a...

Alguns Estados-Membros da UE indicaram que está a começar a haver escassez de certos medicamentos utilizados para o tratamento de doentes com COVID-19 ou esperam que essa escassez ocorra muito em breve. Estes incluem medicamentos usados em unidades de terapia intensiva, como certos anestésicos, antibióticos e relaxantes musculares, bem como medicamentos que têm vido a ser utilizados na covid-19. Por conseguinte, as autoridades da UE estão a colocar em prática medidas adicionais para mitigar o impacto da pandemia na cadeia de fornecimento de medicamentos de forma coordenada.

O número de escassez de medicamentos aumentou nos últimos anos e a questão é agravada nesta pandemia por vários fatores, como por exemplo, o bloqueio em fábricas devido à quarentena, problemas logísticos causados pelo encerramento das fronteiras, proibições de exportação, bloqueios em países terceiros que fornecem medicamentos para a EU ou aumento da demanda devido ao tratamento de pacientes COVID-19. Para evitar escassez de produtos, alguns Estados-Membros impuseram restrições ao número de pacotes que podem ser prescritos aos pacientes ou comprados pelos cidadãos.

Para ajudar a mitigar as interrupções no fornecimento, o Diretor Executivo da UE do Grupo sobre a Escassez de Medicamentos Causados por Grandes Eventos, que fornece liderança estratégica para ações urgentes e coordenadas sobre a escassez dentro da UE nesta pandemia, está atualmente a criar, juntamente com a indústria farmacêutica, um sistema, o sistema i-SPOC (único ponto de contato da indústria), para acelerar a interação sobre a escassez entre a indústria e o Grupo. Com este sistema, cada empresa farmacêutica reportará diretamente à Agência Europeia de Medicamentos, tanto para medicamentos autorizados centralmente quanto nacionalmente, escassez antecipada ou escassez atual de medicamentos críticos utilizados no contexto do COVID-19. Ressalta-se que, paralelamente, essas empresas continuarão reportando tais carências às autoridades competentes nacionais em causa.

O sistema i-SPOC, semelhante à rede single point of contact (SPOC) criada em 2019 entre a EMA (Agência Europeia de Medicamentos) e as autoridades competentes nacionais para compartilhar informações sobre a escassez de medicamentos, baseia-se na nomeação de um i-SPOC em cada empresa farmacêutica, que alimentará informações sobre a atual ou antecipada escassez de medicamentos relacionados ao COVID-19 à EMA. Este novo mecanismo permitirá uma melhor supervisão das questões de abastecimento em curso, independentemente da rota de licenciamento e um fluxo mais rápido de informações com a indústria farmacêutica com o objetivo de mitigar e, se possível, prevenir escassez no contexto dos medicamentos COVID-19.

No contexto da pandemia, a EMA e a rede da UE estão considerando medidas de mitigação, como ações regulatórias para apoiar o aumento das capacidades de produção, por exemplo, através da aceleração da aprovação de uma nova linha de produção ou local. Também estão em curso discussões com a indústria farmacêutica para aumentar a capacidade de produção de todos os medicamentos utilizados no contexto do COVID-19 e, em particular, para medicamentos potencialmente em risco de escassez de suprimentos.

Além disso, as autoridades europeias estão a considerar áreas onde as regras regulatórias poderiam ser aplicadas com maior flexibilidade durante a pandemia para garantir o fornecimento de medicamentos críticos. Embora a escassez de medicamentos seja tratada a nível nacional pelas autoridades competentes nacionais, a EMA foi convidada a assumir o papel de coordenadora central para apoiar ativamente as ações de prevenção e gestão dos Estados-Membros durante esta extraordinária crise de saúde. Trata-se de um novo tipo de atividade que não pode fazer uso dos mecanismos existentes e significa que a Agência tem que colocar em prática novos processos ad hoc e priorizar recursos para essa atividade. A Agência tem, por exemplo, recolhido proativamente informações dos Estados-Membros para monitorizar ou antecipar a escassez de nível da UE em ambientes hospitalares. Também se relacionou com os Estados-Membros sobre como a proibição de exportação de 14 substâncias ativas (APIs) emitidas pelas autoridades indianas impacta a disponibilidade de certos medicamentos nos Estados-Membros.

Medicamentos
A Comissão Europeia aprovou a utilização do ácido bempedóico e a sua combinação fixa com ezetimiba para o tratamento de adultos...

O ácido bempedóico tem um mecanismo de ação único complementar às estatinas e outras terapêuticas antidislipidémicas, permitindo uma redução adicional do c-LDL sobre as outras terapêuticas antidislipidémicas, quando comparado com placebo. As duas aprovações foram suportadas pelos resultados do programa de estudos CLEAR, realizado com mais de quatro mil doentes com risco cardiovascular elevado ou muito elevado.

“As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte na Europa, matando mais de quatro milhões de pessoas todos os anos. O c-LDL elevado é uma das principais causas dos ataques cardíacos, AVC’s e outros eventos que podem conduzir à morte” afirmou Alberico L. Catapano, presidente da Task Force das recomendações ESC/EASe, Professor de Farmacologia no Departamento de Ciências Farmacológicas e Biomoleculares na Universidade de Milão. “As recomendações da ESC/EAS indicam a redução consistente do c-LDL de forma a minimizar o risco cardiovascular. A aprovação do ácido bempedóico e a sua combinação fixa com ezetimiba oferece uma nova e importante opção de tratamento que pode ser associada a outras terapêuticas antidislipidémicas para ajudar a reduzir o c-LDL nas pessoas com maior risco de ocorrência de ataque cardíaco ou AVC”.

O ácido bempedóico é um tratamento novo, de primeira linha, económico, que reduz o colesterol e que pode ser combinado com outros tratamentos para uma maior otimização destes valores.  Permite uma redução adicional do c-LDL até 28% em relação a outras terapêuticas antidislipidémicas (corrigido por placebo) sendo um inibidor da adenosina trifosfato citrato liase (ACL), uma enzima que é responsável pela produção de colesterol no fígado.

O comprimido de uma associação fixa de ácido bempedóico e ezetimiba que combina duas formas complementares de redução dos níveis de colesterol de uma forma conveniente, tomado uma vez ao dia, potencia a adesão ao tratamento pelos doentes também pela diminuição do número de comprimidos a tomar. O ácido bempedóico inibe a produção de colesterol no fígado enquanto a ezetimiba reduz a absorção do colesterol dietético no intestino. Num ensaio clínico de fase 3, quando comparado com placebo, esta substância ativa permitiu uma redução de 38% do c-LDL em doentes de alto risco que já tomavam a dose máxima tolerada de estatinas.

A análise de segurança, envolvendo mais de 3600 doentes, confirmou que o ácido bempedóico é bem tolerado e, no geral, as taxas de eventos adversos foram similares às do grupo placebo. Devido ao seu novo mecanismo de ação, o ácido bempedóico não é ativado no sistema músculo-esquelético o que diminui potencialmente a ocorrência de eventos adversos relacionados com o tecido muscular.

Até à data verifica-se que 80% dos doentes não atingem os valores de c-LDL definidos pelas recomendações ESC/EAS mesmo sob terapêuticas, tais como as estatinas, e consequentemente têm um risco acrescido da ocorrência de um ataque cardíaco ou AVC.

Saúde mental
Criada em parceria com Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, a Fundação Calouste Gulbenkian e a Ordem dos Psicólogos...

A Linha de Aconselhamento Psicológico conta com 63 novos psicólogos que prestam aconselhamento quer a profissionais de saúde, proteção civil e forças de segurança, quer à população em geral.

Este novo serviço como objetivos “ajudar a uma melhor gestão de emoções como o stress, a ansiedade, angústia, medo; promover a resiliência psicológica e reforçar o sentimento de segurança da população e dos cuidadores encaminhando para entidades de apoio emergente em caso de necessidade”.

Na fase inicial de funcionamento, este projeto vai ser acompanhado por uma comissão que irá otimizar a integração e articulação com a rede de serviços de Saúde Mental.

A Fundação Calouste Gulbenkian, no âmbito do Fundo de Emergência COVID-19 e em linha com prioridade que sempre deu à saúde mental, contribuiu com um montante de 300 mil euros.

A Ordem dos Psicólogos prestou o seu contributo na conceção e desenho da linha, na formação dos profissionais e ainda na supervisão clínica do serviço.

O SNS 24 reforça, assim, uma das suas missões, que passa por assegurar melhor acessibilidade à saúde e maior eficiência na gestão dos recursos, prestando mais apoio aos cidadãos, designadamente a lidar com o isolamento e os problemas de saúde mental associados, no momento crítico que o país atravessa.

 

 

Covid-19
O avião da TAP fretado pelo Estado português, com 20 toneladas de equipamento e material médico proveniente de Pequim,...

O Airbus A330-941 chegou a Lisboa também com um milhão de máscaras cirúrgicas, 6.680 máscaras FFP2, 17 mil fatos de proteção e três mil viseiras.

“Sinalizamos neste dia a chegada ao nosso país da primeira entrega de novos ventiladores no âmbito do plano de reforço da capacidade em que temos vindo a trabalhar intensamente, em articulação com várias áreas governativas. Além da Saúde, os Negócios Estrangeiros, os Assuntos Fiscais, Economia e Defesa”, afirmou a Secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira.

“Num contexto de grandes exigências no mercado internacional por todos conhecidas, com o contributo inestimável de várias entidades privadas e com a valiosa intervenção do melhor da nossa diplomacia, está a ser possível fazer chegar a Portugal este equipamento que é, como sabemos, imprescindível no sucesso do combate a esta pandemia e, acima de tudo, para salvar vidas”, acrescentou Jamila Madeira.

Entre os doadores do material destacam-se a EDP, a empresária Ming-Chu Hsu, a REN, o ISCTE, a câmara de Vizela e o treinador de futebol Vítor Pereira.

O material vai ser distribuído por várias unidades hospitalares de todas as regiões do país.

 

Universidade de Coimbra
Dois grupos de investigadores da Universidade de Coimbra (UC) obtiveram financiamento para o estudo de doenças do cérebro e do...

O projeto DYNABrain, uma ERA Chair, visa o recrutamento para o Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC-UC) de um grupo de investigação de excelência na área de Neurociências de Sistemas e Computacionais, aplicadas ao estudo de doenças neuropsiquiátricas e neurodegenerativas. Adicionalmente, prevê a criação de um programa doutoral em Neurociências Integrativas para a formação de investigadores de topo nesta área de investigação. O projeto é coordenado por Ana Luísa Carvalho, líder de grupo no CNC-UC e professora no Departamento de Ciências da Vida (DCV) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

"O projeto DYNABrain recrutará um grupo de investigação na área de Neurociências de Sistemas, e capitaliza na excelente capacidade de investigação existente na UC na área de Neurociências Celular e Molecular e no estudo de Doenças do Cérebro", refere Ana Luísa Carvalho.

"A área de Neurociências de Sistemas tira partido de avanços tecnológicos recentes que permitem identificar circuitos e redes neuronais na base do comportamento, e de que forma alterações na sua atividade estão relacionadas com doenças neuropsiquiátricas e com a fase inicial de doenças neurodegenerativas. O DYNABrain permitirá ainda otimizar a formação avançada na área de Neurociências na UC", explica.

Já o projeto RESETageing, que tem como coordenador nacional o investigador Lino Ferreira, líder de grupo no CNC-UC e investigador coordenador na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), foi financiado na categoria Twinning, permitindo a várias instituições, com diferentes competências e indicadores de desempenho, partilhar as melhores práticas entre si.

Este projeto tem como objetivo potenciar as competências científicas e de inovação da Universidade de Coimbra na área do envelhecimento cardiovascular, uma vez que as doenças cardiovasculares são a principal causa de morbilidade/mortalidade em Portugal. Colaboram no RESETageing três parceiros internacionais com elevado conhecimento na área do envelhecimento: a Universidade de Newcastle upon Tyne (Reino Unido), a Universidade de Maastricht (Países Baixos) e o Leibniz Institute on Aging - Fritz Lipman Institute (Alemanha).

Lino Ferreira nota que "o envelhecimento demográfico na Europa, e em particular em Portugal, tem vindo a acentuar-se ao longo dos anos. Em Portugal, por cada 100 jovens existem atualmente 154 idosos (em 1960 existiam apenas 27), por outro lado a esperança média de vida aumentou cerca de 7 anos no mesmo período. Hoje uma pessoa com 65 anos vive, em média, mais 20 anos, no entanto apenas 7 desses anos são anos de vida saudável. Durante os restantes anos as pessoas sofrem múltiplas doenças e incapacidades, que têm um impacto significativo quer no seu bem-estar, quer nas economias das diferentes sociedades".

"Este é o segundo projeto de tipologia Twinning no âmbito do programa Horizonte 2020 que a Universidade de Coimbra consegue captar financiamento, ambos na área das doenças cardiovasculares", conclui o investigador.

Segundo Cláudia Cavadas, vice-reitora da UC para a área da investigação, "estes dois projetos vão permitir potenciar a investigação de excelência na Universidade de Coimbra, nomeadamente na área das neurociências e no envelhecimento cardiovascular. Este financiamento vai ainda contribuir para formar uma nova geração de jovens investigadores nessas áreas científicas, com uma componente de formação avançada noutras competências, nomeadamente relacionadas com a inovação e empreendedorismo".

 

Opinião
A doença cardiovascular, como enfartes agudos do miocárdio ou acidentes vasculares cerebrais (AVC) c
Pés com ténis em degraus de madeira

As pessoas com diabetes, colesterol elevado, excesso de peso / obesidade ou hipertensão arterial apresentam um risco elevado de desenvolver doença cardiovascular. O número de pessoas com pelo menos um destes fatores de risco tem vindo a aumentar de forma dramática, em Portugal e no mundo. Atualmente quase um terço dos portugueses são hipertensos ou apresentam excesso de peso e 15% dos doentes são diabéticos.

Estes fatores de risco são, muitas vezes, silenciosos, e é importante estarmos atentos e controlarmos o peso, a tensão arterial e o açúcar no sangue regularmente. O acumular de fatores de risco vai levar ao desenvolvimento de aterosclerose, ou seja, as nossas artérias ‘envelhecem’ precocemente, tornando-nos mais suscetíveis de sofrer um enfarte ou um AVC. Uma pessoa com mais de 60 anos, que fume e apresente hipertensão arterial ou colesterol elevado apresenta um risco superior a 10% de ter um enfarte em 10 anos.

Como podemos melhorar a nossa saúde vascular?

A atividade física é um dos elementos que mais contribui para a redução de risco vascular, principalmente nas pessoas que apresentam outras doenças.

A ideia de que para o exercício físico ser eficaz as pessoas têm que treinar como atletas de alta competição deve ser posta de parte, assim como a ideia do ‘para fazer só isto, mais vale não fazer nada’. Qualquer exercício é mais eficaz do que nenhum exercício. Atividades tão simples como levantar-se da cadeira de trinta em trinta minutos podem ter um impacto significativa na nossa saúde cardiovascular.

A atividade física deve ser adaptada a cada pessoa, e deve ser iniciada de forma gradual, para que seja bem tolerada e não um instrumento de tortura. Não vale a pena pedir a uma pessoa que nunca fez exercício para ir correr a maratona, mas talvez uma caminhada de 30 minutos três vezes por semana não pareça assim tão complicado.

Está documentado também, que a atividade física regular, reduz eficazmente a pressão arterial e a sensibilidade à insulina (que é o primeiro passo para controlar a diabetes).

Qual é a quantidade de exercício ideal para reduzir o risco?

O mais recomendado pelas sociedades europeias e internacionais que se dedicam ao estudo da doença cardiovascular é a realização de 150 minutos de atividade física moderada por semana. O que pode corresponder a uma caminhada diária, acompanhada ou não de treino de musculação (força) ou outras atividades como natação, ioga ou desportos coletivos.

Qual o tipo de exercício mais eficaz?

Todos os tipos de exercício são eficazes para reduzir o risco cardiovascular, mas o ideal parece ser a conjugação de exercício aeróbico (corrida, caminhada) com exercício de força (musculação).

Não perder peso significa que não estou a ser eficaz?

Não. Está comprovado que mesmo não havendo perda de peso, o exercício reduz a percentagem de massa gorda e aumenta a percentagem de massa magra (músculo), pelo que o peso de pode manter, apesar de nos tornarmos metabolicamente mais saudáveis.

Que outras medidas podem ser tomadas?

O exercício só por si já apresenta uma elevada eficácia na redução de risco, no entanto, a conjugação com uma dieta equilibrada, preferencialmente acompanhada por um nutricionista, traz benefício adicional. Não esquecer que a prevenção é o caminho a seguir, para não correr atrás do prejuízo quando a doença já está instalada. Se formos eficazes na prevenção evitamos ou atrasamos a necessidade de intervenções médicas, sejam elas na forma de comprimidos ou cirurgias.

Nesta fase de contingência o que posso fazer?

Com as limitações impostas pelo isolamento social temos que ser mais criativos no que toca ao exercício físico. Numa era de redes sociais, em que estar em casa não significa estar isolado, existem inúmeros programas de exercício online que podemos seguir. Exercício simples como saltar à corda, agachamentos, abdominais, pranchas, burpees, ioga ou alongamentos podem facilmente ser feitos em casa e em família.

É importante dizer também, que quando estamos doentes, com sintomas de COVID-19 ou outros, o importante é descansar e manter a hidratação adequada, não sendo o momento adequado para iniciar um programa de exercício.

O que devo reter deste artigo?

O importante é não estar parado à frente da televisão e do computador, o sedentarismo é o que nos faz perder mais anos de vida, existem alternativas simples para tornar a nossa vida menos sedentária, por isso levante-se e ande, pela sua saúde.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Quarentena
O projeto PsiQuaren10 do ISPA – Instituto Universitário, coordenado pela Professora Ivone Patrão, está a desenvolver um estudo...

As três preocupações atuais mais identificadas são: a saúde (contágio, exposição e evolução negativa da doença), o desemprego e a crise financeira. Ao nível do impacto psicossocial, 58% sente que a quarentena perturbou muito as suas rotinas; 35% sente que a quarentena tem perturbado muito o seu sono e 16% sente que necessita de apoio psicológico para lidar com a quarentena. Ao nível do impacto emocional 51% sentem-se muito ansiosos, 37% sentem-se exaustos; 35% sentem-se irritados e 28% sentem-se muito deprimidos.

Totalizando até à data 317 participantes, 38% destes indicam que sentem mais conflitos familiares agora do que antes da quarentena e na questão do tempo passado online, 85% das pessoas referem agora passar mais horas na Internet.

As maiores necessidades durante a quarentena são o convívio social, a manutenção ou existência de rotinas/ocupação do tempo e preocupações com o exercício físico, saúde e/ou alimentação. 

O projeto PsiQuaren10, com o objetivo de acompanhar os portugueses durante a quarentena, ganhou forma nas redes sociais (Facebook e Instagram). Com esta iniciativa pretende-se fazer uma intervenção psicossocial de curta duração, num momento de crise, promovendo o bem-estar durante e após a quarentena por Covid-19.

O estudo, desenvolvido online, tem por objetivo identificar as necessidades e preocupações dos portugueses para melhor ir ao seu encontro. Além da informação veiculada nas redes sociais de promoção de estratégias para lidar com a situação atual, os utilizadores poderão também contar com consultas online, cumprindo as normas da Ordem dos Psicólogos Portugueses e sendo talhadas às facilidades de acesso de cada um.

 

 

 

O SITEU (Sindicato de Todos os Enfermeiros Unidos) revela que há cada vez menos enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde. “Os...

A pandemia Covid-19 está a provocar o caos nos serviços, tendo já alastrado às IPSS, como lares, hospitais privados e cuidados continuados.

Gorete Pimentel, presidente da direção do SITEU, revela que “o défice de enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde (SNS) é crónico e denunciado há muitos anos, mas o enorme afluxo de doentes nas últimas semanas está a tornar a situação impossível. Os enfermeiros estão a trabalhar horas intermináveis sem folgas, sem condições de proteção mínimas, expostos ao contágio. E a situação ainda vai piorar mais com a subida esperada de casos nas próximas semanas”.

O número de enfermeiros doentes com Covid-19 sobe todos os dias, o que deixa os serviços ainda mais depurados.

O SITEU denuncia as condições que o Governo está a oferecer para a entrada de novos enfermeiros, com contratos de 4 meses e a ganhar 6,42 euros por hora.

Gorete Pimentel questiona “quem quererá ir para o olho do furacão nestas condições, sem treino e sem equipamento de proteção? Numa altura em que não sabemos quando atingiremos o pico, quanto mais regressar á normalidade?”

Situação gravíssima nos Cuidados Intensivos

A presidente do SITEU lembra que “são necessários três a quatro meses para que um enfermeiro seja integrado numa unidade de cuidados intensivos. Estes tempos não estão a ser respeitados, e já há enfermeiros sem treino em unidades de cuidados intensivos. Há instituições que, apesar do grau de exigência de uma Unidade de Cuidados Intensivos, têm quatro enfermeiros para nove doentes em cuidados intensivos, não cumprindo com as dotações mínimas seguras, de dois doentes para um enfermeiro em situação normal sem necessidade de uso específico de EPI. Há ainda unidades de cuidados intensivos que não têm a área de coorte definida, os enfermeiros estão a vestir e a despir o EPI na área infetada, correndo um grande risco de infeção”.

“Os doentes em cuidados intensivos necessitam de um cuidado e vigilância especializados, com um conhecimento técnico científico ‘dominado’, existindo uma sobrecarga ainda maior agora com a Covid-19 por causa dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) que têm de ser vestidos e despidos de modo rigoroso para o enfermeiro não se infetar”, acrescenta Gorete Pimentel.

O SITEU salienta que apenas os enfermeiros que se encontravam em bolsas de reserva de recrutamento de concursos anteriores estão a entrar para as instituições, com a esperança de ficarem com uma renovação de contrato quando esta emergência nacional passar.

Para Gorete Pimentel “os enfermeiros que não estão nesta bolsa de recrutamento, e que têm agora a possibilidade de exercer a sua profissão, pensam duas vezes, se o devem fazer. Porque recursos materiais, conseguem-se, mas recursos humanos de mão-de-obra qualificada são finitos, e as máquinas não se ligam sozinhas. Os doentes internados, em qualquer tipo de instituição, não se cuidam sozinhos, necessitam sempre de cuidados de enfermagem. Desde o beber um copo de água até o virar-se na cama, desde a administração da medicação até à vigilância, e se esta surte o efeito pretendido, desde a prevenção e promoção do bem-estar e da sua saúde – são necessários enfermeiros”.

O SITEU exige ao Governo que contrate imediatamente enfermeiros para reforçar as equipas de saúde, pois mais tarde será tarde demais e não haverá enfermeiros nos hospitais. Para que os enfermeiros aceitem os contratos que lhes oferecem, o SITEU considera que são necessários incentivos que valorizem a profissão e reconheçam os riscos adicionais a que os enfermeiros estão expostos, nesta altura de pandemia, com turnos ainda mais exigentes, com maior rotatividade e a que acresce um ainda maior desgaste físico e emocional.

Mesmo que assintomáticos
Os doentes oncológicos são muitas vezes sujeitos a tratamentos que alteram a sua capacidade imunológica inata e poderão estar...

No âmbito das medidas gerais de prevenção e controlo, a Direção-Geral da Saúde publicou uma norma no âmbito da abordagem a estes doentes. Este documento determina,  por exemplo, que a reorganização dos serviços de saúde permita uma diminuição do número de vezes que o doente oncológico se desloca às unidades de saúde, que os profissionais que prestam cuidados a este grupo façam autovigilância de sinais e sintomas sugestivos de COVID-19 e que, mediante a implementação dos planos de contingência, haja uma redução da força de trabalho em cerca de 10-15%, com possibilidade de recurso à teleconsulta.

Tal como está previsto na norma 004/2020, a organização da prestação de cuidados devem permitir que as unidades que prestam cuidados a doentes oncológicos tenham um circuito de doentes separado fisicamente da restante atividade assistencial. Se não existir um edifício hospitalar próprio para estes doentes, a norma considera que possam ser transferidos para outras unidades de saúde, “onde exista a possibilidade de manter a separação física do circuito do doente oncológico dos restantes doentes”.

Por outro lado, lê-se na norma, “as unidades hospitalares dedicadas exclusivamente à Doença Oncológica (Instituto Português de Oncologia) não devem prestar cuidados a doentes com suspeita ou confirmação de COVID-19”.

Nestes doentes, as medidas de distanciamento social e restantes recomendações gerais são particularmente importantes. Adicionalmente, “todos os doentes oncológicos devem fazer autovigilância dos sintomas (febre, tosse e dificuldade respiratória), antes de aceder a qualquer unidade de saúde”.

A norma determina também quando é que os doentes oncológicos devem ser testados para SARS-CoV-2, mesmo que estejam assintomáticos, nomeadamente antes de iniciar a quimioterapia e a radioterapia. Se existir um caso positivo, “o seu circuito hospitalar deve ser o definido para os doentes com COVID-19”. Nesses casos, devem suspender o tratamento sistémico com quimioterapia até resolução da infeção, ou, caso estejam indicados para radioterapia, adiar o seu início. Caso não possa ser adiado, “os doentes devem ser referenciados para unidades hospitalares capacitadas para o tratamento de doentes COVID-19 que disponham de serviços de radioterapia”. E o mesmo se aplica aos procedimentos cirúrgicos.

Covid-19
O Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, afirmou, na conferência de imprensa de ontem onde foram apresentados...

O Secretário de Estado referiu que “Foram oferecidos 400 ventiladores invasivos por diversas entidades, muitos dos quais já chegaram aos hospitais, outros com previsões de entrega em breve. Recebemos 140 ventiladores não invasivos cedidos a título de empréstimo, a maioria já entregues por todo o País. Para além disso, foram adquiridos cerca de 900 pela Administração Central do Sistema de Saúde, alguns dos quais já em Portugal. 144 chegam já no próximo domingo”.

António Lacerda Sales afirmou ainda que, na próxima semana, chegam a Portugal mais 200 mil testes, acrescentando que todos os dias a SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde está a trabalhar “para que sejam repostos os kits de testagem e material de proteção individual”.

A este propósito, o Secretário de Estado disse que estão encomendadas mais 400 mil zaragatoas, das quais 80 mil chegam amanhã e as restantes com entregas previstas nas próximas semanas e que “farão face aos constrangimentos, que resultam da elevada procura, numa situação adversa e com as limitações que todos conhecemos”.

António Lacerda Sales voltou a referir a importância de manter as regras de isolamento social, como forma de tentar conter a disseminação do novo coronavírus.

“Numa altura em que se renova o estado de emergência, importa manter a malha apertada ao novo coronavírus, quer através da contenção social, quer robustecendo os mecanismos de respostas do sistema de saúde, capacitando-o para as novas fases da epidemia”, afirmou.

 

 

 

 

Diagnóstico
A análise é feita pela Sociedade Portuguesa de Reumatologia, que estima ainda uma poupança média anual, por cada novo caso, de...

A Artrite Reumatóide (AR) é uma doença reumática crónica, inflamatória, imunomediada que se carateriza pela inflamação das articulações e que pode conduzir à destruição do tecido articular e periarticular. É uma doença crónica porque não tem cura, mas se eficazmente tratada, tem bom prognóstico vital e funcional. Em Portugal afeta 0,7% da população.

A data que assinala o dia foi instituída, em 1999, pelo Ministério da Saúde tendo em conta o elevado número de pessoas que, em Portugal, padecem da doença.

Apesar de atingir homens e mulheres, a artrite reumatoide é duas a quatro vezes mais incidente nestas últimas, com o pico da ocorrência a registar-se após a menopausa. No entanto, a doença pode desenvolver-se em todas as idades, incluindo na adolescência. A sua incidência aumenta com a idade e os estudos revelam que atinge o pico entre os 35 e os 50 anos. Calcula-se que a doença atinja entre 50 a 60 mil portugueses.

O surgimento desta doença resulta de uma interação complexa de múltiplos fatores genéticos, imunológicos e ambientais, cuja influência exata na origem da doença ainda está por determinar, refere Luís Cunha Miranda, presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR). E acrescenta que “embora não se previna a AR, um diagnóstico precoce das DRM (Doenças Reumáticas e Músculo-esqueléticas), como no caso da Artrite Reumatoide, pode representar uma poupança média anual por cada novo caso de, aproximadamente, 30%, uma vez que a artrite reumatoide está na origem do abandono do mercado de trabalho em mais de 50% dos doentes.

A presença de artrite (inflamação nas articulações) é uma característica fundamental da doença. A inflamação articular causa alterações características: edema, dor das articulações e, por vezes, rubor e calor. Causa também rigidez, uma sensação de prisão dos movimentos, especialmente no início da manhã ou depois de períodos de repouso.

Os doentes sentem dor e dificuldade em mobilizar as articulações, mas os sintomas podem ser muito variados. Nos últimos anos, tem havido uma melhoria significativa no tratamento desta doença com o uso mais eficaz dos medicamentos existentes e dos novos que vão surgindo no mercado.

“O tratamento precoce pode resultar em melhoria substancial do prognóstico a longo prazo. A AR não é uma doença rara e a sua prevalência (frequência) varia de 0,5-1,5% da população nos países industrializados. Em Portugal estima-se que afete 0,7% da população” explica o presidente da SPR.

O Reuma.pt é, um registo nacional sobre as diversas doenças reumáticas que desde 2008, é uma das ferramentas essenciais no seguimento e na melhoria clínica dos doentes em consultas de reumatologia, melhorando a capacidade de decisão dos reumatologistas, mas igualmente a qualidade de vida e o seguimento a longo prazo destes doentes. Os dados do Reuma.pt revelam que o seguimento dos doentes com AR por parte da reumatologia tem aumentado. Em 2019, estão em seguimento, registados no Reuma.pt 8231 doentes, contra os 5002 de 2014. Também o número de consultas passou de 39805, em 2014, para as 87946, em 2019. E com isso tem havido cada vez mais um melhor controlo da doença mas dado o número de doentes existente em Portugal muito tem ainda que ser feito para fazer chegar em tempo útil estes doentes ao especialista de reumatologia.

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