O que precisa saber
Na última década, a adesão à Homeopatia tem vindo a aumentar.

A Homeopatia não está comprovada cientificamente - FALSO

A Homeopatia é baseada em estudos clínicos e farmacológicos experimentais. Ao longo dos anos, os medicamentos homeopáticos têm sido extensivamente estudados quanto à sua eficácia em várias indicações. Existem, atualmente, mais de seis mil estudos publicados em revistas médicas e científicas, e indexados na PubMed, dos quais mais de 330 são estudos clínicos e mais de 245 são ensaios clínicos randomizados. A base de dados CORE-Hom dispõe de mais de 1.250 estudos clínicos, dos quais mais de 525 são ensaios clínicos randomizados. Na base de dados HomBRex estão registados mais de 2.400 testes em laboratório.

A Homeopatia é lenta na cura ou no alívio das doenças - FALSO

A Homeopatia atua de forma rápida. Os doentes notam que em pouco tempo o seu organismo começa a responder, sentindo um alívio dos seus sintomas. Em patologias crónicas, em que o doente sofre há meses ou anos, pode-se verificar uma redução da intensidade dos sintomas e da frequência das crises, ao longo de várias semanas ou meses.[1]

A Homeopatia não é eficaz no tratamento de doenças agudas - FALSO

Por atuar rapidamente, a Homeopatia é eficaz no contexto de casos agudos como infeções, febre, vómito, diarreia, etc. Como qualquer outro medicamento, os medicamentos homeopáticos devem ser prescritos por um médico e recomendados por um farmacêutico, porque há emergências que requerem hospitalização e cuidados médicos especializados.

A Homeopatia trata qualquer doença, inclusive o cancro - FALSO

A Homeopatia tem as suas limitações e em nenhum caso deverá ser sugerida no sentido de excluir outras opções terapêuticas que sejam necessárias para o doente. Os medicamentos homeopáticos não substituem os tratamentos convencionais de oncologia.  A Homeopatia não é proposta como um tratamento para o cancro. É, sim, entendida como uma forma de melhorar a qualidade de vida do doente, ao aliviar alguns dos sintomas mais comuns (dor, fadiga, ansiedade e depressão) e reduzir os efeitos secundários de tratamentos como a quimioterapia e radioterapia.[2]

Os Homeopatas não possuem formação no campo da Medicina - FALSO

A Homeopatia é reconhecida em Portugal através da Lei de enquadramento base das Terapêuticas Não Convencionais (Lei n.º 45/2003) onde é estabelecido o enquadramento da atividade e do exercício dos profissionais que exercem estas terapêuticas, tal como são definidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A Homeopatia é uma terapêutica integrante da Medicina e é mais uma opção terapêutica disponível para profissionais de saúde, médicos e farmacêuticos para o tratamento dos seus doentes.

Os medicamentos homeopáticos são placebos - FALSO

Os medicamentos homeopáticos são considerados eficazes numa ampla gama de doenças, tendo por base estudos científicos e controlos rigorosos. Um exemplo disso é o estudo de coorte com 219 doentes com DPOC, seguidos por 37 médicos de 21 unidades de saúde, publicado, recentemente, na Respiratory Medicine, uma das maiores revistas médicas sobre o trato respiratório. Neste estudo, os doentes que tomaram um medicamento homeopático para prevenir infeções respiratórias não só tiveram menos infeções das vias respiratórias superiores (3,3 vezes maior probabilidade de ter 2 ou mais) como estas duraram menos tempo (3,57 dias em vez de 5,22). Estes doentes registaram ainda menos episódios frequentes de bronquite.[3]

A acrescentar a isto, os processos de produção dos medicamentos homeopáticos estão sujeitos a critérios rigorosos e à supervisão das autoridades competentes, à semelhança de qualquer outro medicamento.

A Homeopatia não é compatível com outros medicamentos - FALSO

A Homeopatia é compatível com outros tratamentos, o que permite aumentar as possibilidades terapêuticas, não sendo conhecida nenhuma restrição à toma de medicamentos homeopáticos em combinação com medicamentos convencionais. Cerca de 400.000[4] profissionais de saúde em todo o mundo incluem medicamentos homeopáticos na sua prática clínica, tanto como terapêutica de primeira escolha, em associação com outros medicamentos ou em complemento de outras terapêuticas. Cabe ao profissional de saúde decidir, perante cada um dos seus doentes, quais as melhores opções disponíveis e mais adequadas a cada caso.

Na Homeopatia a automedicação é inofensiva - FALSO

A automedicação deve ser evitada. Apesar dos medicamentos homeopáticos serem seguros, como qualquer medicamento devem ser prescritos por um médico ou aconselhados por um farmacêutico.

Referências: 
1
Homeopatía Suma, https://www.homeopatiasuma.com/
2Homeopatía Suma, https://www.homeopatiasuma.com/
3Conde Diez S et al. Impact of a homeopathic medication on upper respiratory tract infections in COPD patients: Results of an observational, prospective study (EPOXILO). Respir Med. 2019 Jan;146:96-105. Disponible en https://www.resmedjournal.com/article/S0954-6111(18)30370-6/fulltext
4
Chiffres clés. L’homéopathie dans le monde. Boiron. 2016. Disponível em http://www.boiron.fr/l-homeopathie/chiffres-cles.

Fonte: 
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Doente oncológicos
A Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas (APLL), cumprindo a sua missão de formar e informar, promove amanhã pelas 18h00...

Num contexto atual de Emergência Global de Saúde, os doentes hemato-oncológicos têm um novo desafio a enfrentar: viver com uma doença oncológica durante a pandemia do COVID-19. De facto, hoje, muitas são as questões e inseguranças que surgem a todos doentes.

Que precauções ter? O que está a ser feito para manter os padrões de tratamento dos doentes durante esta fase de pandemia e minimizar os riscos de contágio? Há nos hospitais circuitos dedicados para doentes suspeitos de infeção por COVID-19 como foi determinado pela DGS? Os testes para COVID-19 estão a ser realizados a todos os doentes oncológicos antes de cada ciclo de tratamento? Com as restrições atualmente impostas é seguro protelar as consultas de vigilância ou realizá-las por telemedicina? Quais as fases da doença ou tipos de doenças em que tal poderá ser realizado? São algumas das questões que serão respondidas durante este webinar.

“Há pouca informação para os doentes oncológicos e os doentes sentem-se perdidos. Não têm indicação de quando é que as consultas, que estão a ser adiadas, se vão realizar, dado que não são remarcadas de imediato e isto deixa os doentes inseguros. Com todas as inconsistências que surgem nesta altura é importante falar com essas pessoas, explicar que precauções devem ter para se protegerem”, refere Isabel Barbosa, Presidente da APLL. “Os nossos associados são doentes hemato-oncológicos, muitos deles imunossuprimidos, e familiares, o que obriga a um cuidado redobrado nesta fase de pandemia do COVID-19, e por isso é essencial oferecermos momentos que, de alguma forma, os apoiem a atingir um patamar de “normalidade” na sua vida pessoal, profissional e familiar”, conclui.

Este webinar será também importante para informar outros doentes oncológicos que se deparam com duvidas e incertezas idênticas aos doentes com patologias malignas do sangue.

Este webinar, que no final terá também um tempo de discussão, é moderado pela Prof. Dra. Isabel Barbosa, Presidente da APLL, contará com a participação de Sérgio Chacim (IPO Porto), Herlander Marques (Hospital de Braga, APLL),  João Forjaz Lacerda (CHLN, F. Medicina Lisboa, IMM) e de dois doentes que irão partilhar a sua experiência.

 

Diagnóstico
O número de testes diários à covid-19 em Portugal atingiu, no dia 7 de abril, “quase 10 mil amostras”, tendo desde 1 de março...

“Desde 01 de março, foram realizados mais de 144 mil testes de diagnóstico à covid-19 (a doença provocada pelo novo coronavírus). O dia em que mais testes foram realizados foi na terça-feira. Foram processadas quase 10 mil amostras”, disse António Lacerda Sales na conferência de imprensa diária para fazer um balanço da pandemia no país.   

O responsável esclareceu que “estão em análise” mais instituições para integrar a rede que atualmente realiza testes, que atualmente abrange, para além de “26 laboratórios do Serviço Nacional de Saúde e sete grupos laboratoriais privados”, o “laboratório militar, o Instituto de Medicina Molecular da Universidade de Lisboa e as universidades do Minho e do Algarve”.

De acordo com Lacerda Sales, “em análise” para integrar “em breve” a rede que realiza testes diagnósticos de covid-19 está a Universidade de Coimbra. 

Referindo-se aos testes realizados desde 01 de março, o governante esclareceu que 52% foram feitos nos laboratórios públicos e 48% em privados. 

“Continuamos empenhados em fazer o máximo de testes da nossa capacidade, que são os 11 mil testes diários. Procuramos que os materiais cheguem aos locais que mais precisam a cada momento e de forma equitativa”, observou.

Apoio telefónico
A linha de apoio telefónico da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP), que foi criada há duas semanas, já...

“A linha de apoio da APDP destina-se a todas as pessoas com diabetes que procuram, principalmente, assistência em situações de descompensação da doença e esclarecimento sobre os procedimentos a adotar em caso de infeção pelo novo coronavírus. Além de questões relacionadas com a doença, as dúvidas sobre o enquadramento legal, o dever de proteção dos grupos de risco e as informações veiculadas pela comunicação social e pelas autoridades de saúde, como as medidas de prevenção e de isolamento, são o principal motivo de preocupação de pessoas com diabetes” afirma José Manuel Boavida, presidente da APDP.

José Manuel Boavida acrescenta ainda que “depois de duas semanas em funcionamento foram identificadas algumas situações que necessitaram de acompanhamento presencial, como casos de feridas graves nos pés e risco de cegueira por descolamento de retina. À linha recorreram, também, pessoas com sintomas suspeitos de COVID-19 que foram devidamente encaminhadas para os canais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).”

Os profissionais de saúde da APDP receberam maioritariamente chamadas da Região de Lisboa e Vale do Tejo (67%), mas também do norte (17%), centro (9%) e sul (5%) do país e, inclusivamente, das ilhas e de portugueses residentes no estrangeiro. A associação registou ainda que as mulheres são as que mais procuram o serviço, com uma média de idades que ronda os 60 anos.

O principal objetivo desta linha é que as pessoas com diabetes, em muitas situações, não tenham de se deslocar para resolver o seu problema de saúde e reforçar assim a comunicação com este grupo de risco. Além disso, aconselhar as pessoas com situações muito graves de saúde a não deixar que o medo de contraírem Covid-19 os impeça de se dirigirem a um serviço de urgência.

O número de telefone é o 21 381 61 61 e está disponível das 8.00h às 20.00h, incluindo fins de semana.

 

Iniciativa
A Ordem dos Nutricionistas vai promover um Ciclo de Webinars para dar resposta a dúvidas dos profissionais sobre como atuar...

O primeiro Webinar, no dia 13 de abril, é dedicado aos Cuidados de Saúde Hospitalares e conta com a participação de Patrícia Almeida Nunes, nutricionista e diretora do serviço de nutrição do Centro Hospitalar Lisboa Norte. Já no dia 14 a sessão está a cargo de Raquel Arteiro, nutricionista na Unidade Local de Saúde da Guarda, e será dedicada aos Cuidados de Saúde Primários.

As Instituições de Acolhimento e Apoio Social são o grande enfoque do dia 15 de abril no webinar liderado por Paulo Niza, nutricionista e diretor do serviço de nutrição da Misericórdia de Lagos. Para finalizar, Helena Ávila, nutricionista e diretora da qualidade da Uniself, será responsável pelo último webinar desta sessão, no dia 16 de abril, sobre Empresas de Restauração.

Esta iniciativa surge na sequência da publicação do Guia Orientador “Boas práticas para o nutricionista durante a pandemia COVID-19” da Ordem dos Nutricionistas.

Este documento tem como objetivo auxiliar a tomada de decisão dos nutricionistas durante a pandemia COVID-19, incluindo aspetos a considerar no contexto da restauração, cuidados de saúde hospitalares, cuidados de saúde primários e nas instituições de acolhimento e apoio social.

A ação dos nutricionistas, enquanto profissionais de saúde, na área da alimentação e nutrição, assume-se como preponderante também neste momento. Desta feita, revela-se determinante a partilha de boas práticas entre instituições e profissionais, com vista a melhorar e potenciar a resposta dada, criando e mantendo redes de contacto com as instituições envolventes e entre pares.

Este documento pretende ser um instrumento auxiliador na resposta aos desafios colocados diariamente aos nutricionistas, nas suas diversas áreas de atuação, no contexto desta pandemia.

Comportamento
O ABA – Análise Comportamental Aplicada, lança um novo projeto de solidariedade para ajudar as famílias Portuguesas, durante a...

Este apoio consiste na disponibilização gratuita de um chat ativo no site do ABA, que de 2ª feira a 6ª feira, das 10h às 16h, tem uma equipa de psicólogos e analistas comportamentais a responder a todas as questões colocadas, de forma a ajudar as famílias e facilitar numa dinâmica positiva.

Para ajudar os pais a interpretar os comportamentos e atitudes dos seus filhos, o ABA disponibiliza também vários vídeos, que serão lançados 2 vezes por semana, no site e na sua página de Facebook, com sugestões das melhores formas de reagir aos problemas com que são confrontados a nível comportamental e dicas como se deve proceder positivamente em família. Os vídeos farão uma abordagem do tema bilateral, sob o ponto de vista das crianças e dos pais, dirigindo-se á família como um todo.

“Dada a situação atual de Pandemia do COVID 19, que todos estamos a viver, a equipa do ABA está preocupada com a forma que as famílias estão a lidar com esta situação.” Afirma Sara Aleixo Alves, Supervisora Clínica do ABA. “Por isso pensámos como podíamos ajudar digitalmente, uma vez que as famílias estão a cumprir o distanciamento social, e esta foi a melhor forma e mais rápida que encontrámos, querendo proporcionar o bem-estar de todas as famílias.” Conclui Sara.

Da equipa ABA fazem parte 30 profissionais da área de saúde e educação com as seguintes especialidades: Psicologia clínica e educacional, psicomotricidade, educação especial e análise comportamental. Todos os seus membros são formados na implementação de estratégias baseadas na análise comportamental aplicada. Com base em princípios básicos, o ABA promove uma mudança comportamental positiva em crianças e adultos, cujo objetivo principal é melhorar a qualidade de vida dos indivíduos e do seu meio envolvente.

 

 

Apoio adicional
O financiamento apoiará os países nos quais o UnitedHealth Group tem uma presença importante, incluindo Brasil, Chile, Colômbia...

O UnitedHealth Group (NYSE: UNH) contribuirá com um montante inicial de 10 milhões de dólares para combater a pandemia internacional da COVID-19 em países onde os seus negócios UnitedHealthcare e Optum operam, incluindo Brasil, Chile, Colômbia, Índia, Irlanda, Peru, Filipinas e Portugal. Em consonância com os esforços da empresa nos Estados Unidos, o financiamento apoiará os mais diretamente afetados pela emergência de saúde pública, incluindo profissionais de saúde, idosos e pessoas que sofrem de insegurança alimentar ou carência de alojamento, além de expandir o acesso aos cuidados em comunidades carentes.

“A COVID-19 é uma emergência de saúde global e o UnitedHealth Group está empenhado em garantir a segurança e o bem-estar das pessoas em todo o mundo”, afirmou Dave Wichmann, CEO do UnitedHealth Group. “Este investimento adicional de 10 milhões de dólares apoiará este esforço e irá complementar o empenho de implementação dos nossos recursos nacionais, ampla experiência clínica e a solidariedade da nossa equipa no apoio aos mais necessitados neste momento sem precedentes”.

O UnitedHealth Group desenvolveu parcerias com as principais organizações não governamentais, universidades e sistemas de saúde pública de cada país. O financiamento fornecerá apoio essencial em resposta às necessidades únicas e mais urgentes de cada país, tais como:

Fazer face à insegurança alimentar e financiar cuidados de saúde e de higiene para indivíduos e famílias vulneráveis.

Ajudar a expandir a capacidade dos sistemas de saúde locais para tratar doentes com COVID-19 através de equipamentos, materiais e camas hospitalares.

Adquirir equipamentos de proteção e kits de segurança para profissionais de saúde e outros profissionais da linha de frente.

“Estamos a trabalhar nas comunidades internacionais no sentido de disponibilizar recursos de forma rápida e eficiente, num esforço para combater a COVID-19 e prestar apoio aos mais afetados por esta crise de saúde global”, disse Wichmann.

Os detalhes das parcerias específicas de cada país serão anunciados nas próximas semanas.

Pandemia
O Registo Nacional de Doenças Reumáticas – Reuma.pt – desenvolveu uma plataforma específica de registo de doentes reumáticos...

Perante a pandemia causada pelo SARS-CoV-2 a Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR), através do Reuma.pt, deu prioridade à compreensão de como é que este vírus afeta os doentes reumáticos e em particular se as terapêuticas imunomoduladoras (corticoides, csDMARDs, bDMARDs, tsDMARDs) influenciam a evolução da infeção.

Assim, o Reuma.pt desenvolveu em tempo recorde um formulário específico para registo da infeção por SARS-CoV-2 em colaboração com a EULAR-COVID-19 Database. Este formulário contém os mesmos campos que o registo europeu e os casos serão partilhados, de forma segura e anonimizada, com a plataforma europeia que por sua vez irá alimentar o registo global de doentes reumáticos COVID-19 Global Rheumatology Alliance (rheum-covid.org).

“Os dados têm de sair das salas da Direção-Geral da Saúde para a comunidade científica e com isto a SPR garante dados nacionais de qualidade relativamente a doentes reumáticos com Covid- 19”, afirma Luís Cunha Miranda, presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia.

O conhecimento dos dados nacionais e a partilha com os outros países europeus, no âmbito da EULAR (European League Against Rheumatism), tem sido desde sempre uma estratégia da reumatologia portuguesa, através do Reuma.pt. “Neste caso pudemos, em um curto espaço de tempo, responder às dúvidas clínicas e à necessidade de informação que esta pandemia nos impõe”, explica Luís Cunha Miranda

 

 

Sintomas e tratamento
Mais prevalente entre as mulheres, sobretudo entre os 20 e os 40 anos, a Doença de Graves é consider

Como em todas as doenças autoimunes, a Doença de Graves surge por defeito do sistema imunitário que, ao atacar a tiroide, leva à sua hiperatividade. A produção de hormonas tiroideias - T3 e T4 - em excesso resulta numa disfunção conhecida por hipertiroidismo.

De acordo com Maria João Oliveira, endocrinologista e Membro do Conselho Científico da ADTI - Associação das Doenças da Tiróide, o hipertiroidismo aparece geralmente de uma forma súbita com uma clínica exuberante” que inclui alterações do humor, irritabilidade, agitação, perda inexplicada de peso apesar de aumento do apetite, tremor, suores, intolerância ao calor, palpitações, diarreia, irregularidades menstruais, aumento do volume cervical (bócio). “No caso da Doença de Graves podem aparecer alterações oculares, como edema das pálpebras (olhos inchados) e proeminência dos globos oculares, a oftalmopatia de Graves, e também edema dos membros inferiores – conhecida como dermopatia de Graves”, explica a especialista.

O seu diagnóstico é realizado com base nos sintomas manifestados pelo paciente e confirmado com recurso à medicina laboratorial, onde se destaca a presença de anticorpos contra a tiroide. “Quando há uma suspeita clínica de hipertiroidismo pode ser realizada uma análise ao sangue onde é doseada a TSH – a hormona da hipófise que estimula a tiróide e que no hipertiroidismo está diminuída - e a T3 e T4 – hormonas da tiróide que no hipertiroidismo circulam em excesso no sangue. Pode existir excesso de uma só ou de ambas. Posteriormente poderão ser necessários outros exames: determinação de anticorpos tiroideus e contra o receptor da TSH (TRABs) – estes são os específicos da doença de Graves e confirmam a doença, cintigrafia da tiróide ou ecografia para avaliar a morfologia da glândula”, esclarece Maria João Oliveira.

Por outro lado, há que ter em atenção aos chamados fatores de risco como a história familiar da doença ou de tiroidite autoimune, ser fumador, ou “aparecimento de acontecimento que cause uma emoção forte como morte de um ente querido ou perda de emprego”, esclarece a especialista. Sabe-se ainda, por exemplo, os portadores de outras doenças autoimunes como diabetes tipo I ou artrite reumatoide, têm maior probabilidade de desenvolver a doença.

Contudo, e embora o seu diagnóstico seja fácil, Maria João Oliveira realça que, em alguns casos, este processo pode não ser tão rápido quanto o desejado. “Quando predominam alguns sintomas como as alterações de humor e a ansiedade, pode ser confundido com uma patologia psiquiátrica e, quando a perda de peso é marcada, pode ser confundido com uma doença neoplásica. Na população mais idosa os sintomas podem ser mais frustes e o diagnóstico pode ser atrasado, o que coloca em risco a vida destes doentes mais frágeis”, explica a endocrinologista.

Entre as principais complicações associadas a esta doença autoimune está a insuficiência cardíaca “com falência deste órgão por esforço excessivo do sistema cardiovascular”. “No entanto, um hipertiroidismo prolongado não tratado pode levar a uma exaustão de todo o organismo e a um estado de debilidade do doente”, revela a especialista.

Por outro lado, em caso de oftalmopatia severa, pode ocorrer a deformação permanente dos globos oculares com compromisso sério da visão.

Com o objetivo de travar a produção descontrolada de hormonas da tiroide, o tratamento da Doença de Graves pode variar entre medicação, terapia de Iodo radioativo ou cirurgia.

“Em Portugal há dois fármacos que atuam diminuindo a produção de hormonas pela tiroide: o propiltiouracilo e o tiamazol”, começa por explicar a endocrinologista adiantando que, no entanto, atualmente “prefere-se o uso do tiamazol (Metibasol)”, por ser menos tóxico para o fígado.  Segundo Maria João Oliveira, alguns doentes conseguem uma remissão do hipertiroidismo com o uso prolongado destes fármacos (cerca de 12-18 meses), embora noutros apenas se consiga um controlo provisório. No entanto adverte: “podem ter alguns efeitos laterais, como reações cutâneas, alterações hepáticas, redução dos glóbulos brancos, e o seu uso deve ser vigiado e controlado por um médico endocrinologista”.  Quando a remissão não é permanente tem de se partir para o chamado tratamento definitivo: Iodo radioativo ou cirurgia.

O Iodo radioativo “é administrado por via oral (geralmente em cápsulas ou sob a forma líquida) e ao entrar nas células da tiroide destrói algumas, provocando uma fibrose. O seu efeito terapêutico raramente acontece nos primeiros dois meses, manifestando-se depois, de um modo geral, até 6 meses após a sua administração”.

Ocasionalmente o hipertiroidismo mantém-se e é necessária uma 2ª dose. Como consequência resulta num hipotiroidismo (glândula menos ativa) e “é preciso ficar a tomar hormona tiroideia de substituição”, revela a médica especialista.

Nos casos em que a hormona da tiroide está muito aumentada ou quando há contraindicação para o tratamento do Iodo radioativo – como é o caso de mulheres grávidas ou a amamentar -, a hipótese de tratamento é a cirurgia. Nestas situações pode optar-se para remoção total ou parcial da tiroide, resultando num hipotiroidismo “sendo depois necessário tomar hormona tiroideia para o resto da vida”.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Covid-19
O Governo criou a Comissão de Acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva para a Covid-19, presidida por João...

A Comissão, constituída por proposta da Direção-Geral da Saúde, tem como fundamento o “estado de emergência nacional e a situação de calamidade pública provocada pela pandemia Covid-19”, lê-se no diploma, publicado em Diário da República.

Segundo o despacho, compete à Comissão:

Acompanhar e avaliar a implementação dos planos de contingência nacionais, regionais e locais, para as respostas de medicina intensiva à pandemia Covid-19;

Acompanhar e avaliar a implementação da Norma n.º 5/2020, de 26 de março, da Direção-Geral da Saúde;

Propor as medidas necessárias para ultrapassar situações imprevistas no âmbito da resposta em medicina intensiva para a COVID-19.

Na conferência de imprensa de atualização da situação da Covid-19 em Portugal que decorreu esta quarta-feira, no Ministério da Saúde, João Gouveia sublinhou que “a resposta da medicina intensiva tem sido excelente”, contudo, não escondeu que há carências. A solução passará pela adaptação de especialistas de outras áreas.

 

 

Resposta ao novo Coronavírus
A Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA) anunciou hoje que entraram em funcionamento três centros de diagnóstico da...

Em comunicado, a ULSNA explica que está instalado um centro de diagnóstico no Núcleo Empresarial da Região de Portalegre (NERPOR), com o objetivo de dar resposta aos utentes dos concelhos de Portalegre, Castelo de Vide, Marvão, Crato, Nisa, Monforte e Arronches.

Em Elvas, está instalado um centro de diagnóstico no Coliseu Comendador Rondão de Almeida para dar resposta aos utentes daquele concelho e aos de Fronteira, Sousel e Campo Maior.

Já o centro de diagnóstico de Ponte de Sor, instalado no estádio municipal, vai dar resposta aos utentes daquele concelho e de Avis, Alter do Chão e Gavião

 

O que se sabe
Os probióticos podem proteger contra a infeção pelo vírus SARS-CoV-2 e ajudar a evitar o COVID-19?

Publireportagem

Probióticos e doença de COVID-19

Como não há vacina disponível ou tratamento clinicamente eficaz comprovado no momento, segundo as orientações da DGS, a prevenção de COVID-19 passa por:

 

  • distanciamento social: manter distância de pelo menos um metro
  • evitar cumprimentos que impliquem contacto físico
  • etiqueta respiratória:
  1. tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir
  2. utilizar um lenço de papel ou o braço, nunca com as mãos
  3. deitar o lenço de papel no lixo
  4. lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir
  • reforçar as medidas de higiene:
  • lavar frequentemente as mãos com água e sabão ou com uma solução de base
  • alcoólica
  • evitar contacto próximo com doentes com infeções respiratórias e
  • reforço do sistema imunológico.

O corpo, e especialmente nosso intestino, é o lar de triliões de bactérias benéficas que vivem em perfeita harmonia, ajudando-nos a digerir alimentos, eliminando toxinas, produzindo moléculas ativas e educando nosso sistema imunológico a nos proteger contra micróbios nocivos. Os cientistas denominaram esse ecossistema microbiano como microbioma intestinal (1). Hoje, a ciência alcançou um nível sólido de entendimento das correlações observadas entre a estrutura e composição do microbioma intestinal e o estado de saúde ou doença.

Recentemente, observou-se que uma alteração da homeostase fisiológica da microbiota intestinal, também conhecida como disbiose, está correlacionada com algumas doenças. A disbiose associada à perda de diversidade de espécies foi correlacionada com doenças muito diversas, desde diarreia associada a antibióticos e diabetes tipo 2 ou doenças infeciosas comuns, entre outras (2).

As bactérias probióticas podem interagir com o microbioma intestinal para reforçar o nosso sistema imunológico, aumentar as respostas imunológicas e promover sinalização imunológica específica com relevância fisiológica (3, 4).

Durante as últimas décadas, vários probióticos demonstraram prevenir e / ou diminuir a duração de infeções bacterianas ou virais. A maioria das informações disponíveis hoje sobre o reforço da saúde imunológica por meio de probióticos foi demonstrada em modelos animais.

Em camundongos, a inoculação intranasal de L. reuteri ou L. plantarum tem demonstrado efeitos protetores contra a infeção letal pelo vírus da pneumonia (5).

No entanto, mesmo que alguns padrões sejam comuns, nem todos os probióticos envolvem os mesmos mecanismos de ação. A especificidade da estirpe é crucial para definir o probiótico correto para a indicação correta.

Demonstrou-se que a estipe Lactobacillus Reuteri DSM 17938 protege contra infeções do trato respiratório superior e infeções gastrointestinais em crianças de 6 meses a 3 anos (6), e reduz a incidência de diarreia em crianças de 1 a 6 anos (7, 8). Um estudo randomizado, controlado por placebo, com L. reuteri ATCC 55730 mostrou melhoria da salubridade no local de trabalho, reduzindo as licenças médicas de curto prazo causadas por infeções respiratórias ou gastrointestinais em trabalhadores na Suécia (9). Ainda, uma metanálise recente mostrou que os probióticos podem estar associados ao menor uso de antibióticos em bebés e crianças no contexto de redução do risco de infeções agudas comuns (10).

Além disso, probióticos e prebióticos demonstraram ser eficazes no aumento da imunogenicidade, influenciando as taxas de soroconversão (surgimento de um anticorpoespecífico no soro de um paciente) e seroproteção (intervalo de tempo durante o qual um anticorpo específico se desenvolve como resposta a um antígeno e se torna detetável no soro) em adultos inoculados com vacinas contra influenza (11).

Combinar probióticos com vitaminas também pode ser uma estratégia válida para impulsionar o sistema imunológico de maneira genérica. Por exemplo, a vitamina D pode modular a resposta imune inata e adaptativa além de seus efeitos na homeostase óssea e de cálcio. De facto, foi demonstrado que não apenas o recetor de vitamina D é expresso na superfície das células imunes, mas também que todas as células imunológicas são capazes de sintetizar o metabólito da vitamina D (12).

Conclusões

Não existe uma justificativa científica do uso de probióticos para proteger, prevenir ou tratar a infeção por COVID-19 e SARS-CoV-2 especificamente. No entanto, o reforço do nosso sistema imunológico por qualquer estratégia cientificamente válida, faz sentido. É importante ajudar na manutenção de uma diversidade microbiana intestinal saudável e prevenir a disbiose intestinal em idosos, bebés e na população em geral. Combinar uma dieta saudável e equilibrada com probióticos, suplementação vitamínica, entre outros, poderá ajudar no reforço do nosso sistema imunológico durante o surto de COVID-19.

Referências:

(1) Qin J, et al. A human gut microbial gene catalogue established by metagenomic sequencing. Nature. Mar 4;464(7285):59-65 (2010).

(2) Le Chatelier E, et al. Richness of human gut microbiome correlates with metabolic markers. Nature. Aug 29;500(7464):541-6 (2013).

(3) Yan F, Polk DB. Probiotics and immune health. Curr Opin Gastroenterol. 2011 Oct;27(6):496-501. doi: 10.1097/MOG.0b013e32834baa4d. Review.

(4) Wieërs G, Belkhir L, Enaud R, Leclercq S, Philippart de Foy JM, Dequenne I, de Timary P, Cani PD. How Probiotics Affect the Microbiota. Front Cell Infect Microbiol. 2020 Jan 15;9:454. doi: 10.3389/fcimb.2019.00454. eCollection 2019. Review.

(5) Gabryszewski SJ, Bachar O, Dyer KD, et al. Lactobacillus-mediated priming of the respiratory mucosa protects against lethal pneumovirus infection. J Im- munol 2011; 186:1151 – 1161.

(6) Gutierrez-Castrellon P, Lopez-Velazquez G, Diaz-Garcia L, Jimenez-Gutierrez C, MancillaRamirez J, Estevez-Jimenez J, Parra M. Diarrhea in preschool children and Lactobacillus reuteri: a randomized controlled trial. Pediatrics. 2014 Apr;133(4):e904-9. doi: 10.1542/peds.2013- 0652. Epub 2014 Mar 17.

(7) Agustina R, Kok FJ, van de Rest O, Fahmida U, Firmansyah A, Lukito W, Feskens EJM, van den Heuvel EGHM, Albers R, Bovee-Oudenhoven IMJ. (2012). Randomized trial of probiotics and calcium on diarrhea and respiratory tract infections in Indonesian children. Pediatrics 129: e1155-e1164.

(8) Weizman Z1, Asli G, Alsheikh A. Effect of a probiotic infant formula on infections in childcare centers: comparison of two probiotic agents. Pediatrics. 2005 Jan;115(1):5-9.

(9) Tubelius P1, Stan V, Zachrisson A. Increasing work-place healthiness with the probiotic Lactobacillus reuteri: a randomised, double-blind placebo-controlled study. Environ Health. 2005 Nov 7;4:25.

(10) King S, Tancredi D, Lenoir-Wijnkoop I, Gould K, Vann H, Connors G, Sanders ME, Linder JA, Shane AL, Merenstein D. Does probiotic consumption reduce antibiotic utilization for common acute infections? A systematic review and meta-analysis. Eur J Public Health. 2019 Jun 1;29(3):494-499. doi: 10.1093/eurpub/cky185.

(11) Lei WT1, Shih PC2, Liu SJ3, Lin CY4, Yeh TL5. Effect of Probiotics and Prebiotics on Immune Response to Influenza Vaccination in Adults: A Systematic Review and Meta-Analysis of Randomized Controlled Trials. Nutrients. 2017 Oct 27;9(11). pii: E1175. doi: 10.3390/nu9111175.

(12) Aranow C. Vitamin D and the immune system. J Investig Med. 2011 Aug;59(6):881-6. doi: 10.2310/JIM.0b013e31821b8755.

Sobre Lactobacillus Reuteri Protectis:

Lactobacillus Reuteri Protectis, é um probiótico que ajuda na manutenção de uma Microbiota saudável, promovendo o equilíbrio Intestinal e conferindo proteção contra agentes patogénicos.6-7

Lactobacillus Reuteri Protectis, é uma das estirpes com mais evidência científica da sua eficácia e segurança.6-8 O Lactobacillus Reuteri Protectis é uma das poucas estirpes cujo habitat natural é o aparelho digestivo humano, logo é especialmente adaptado para prosperar nesse meio ambiente.1-4

Geralmente o Lactobacillus Reuteri Protectis está entre as primeiras espécies bacterianas a colonizar naturalmente o trato gastrointestinal do recém-nascido. A maioria das outras estirpes probióticas são habitantes temporários ou transitórios do trato gastrointestinal, derivados da ingestão de alimentos.11

Lactobacillus Reuteri Protectis produz uma substância antimicrobiana, a Reuterina, que inibe o crescimento de microrganismos patogénicos (maus). Ao mesmo tempo L. Reuteri apoia as populações de outras bactérias boas, que fazem parte da microbiota normal e saudável.4

Nota: Os suplementos alimentares têm como principal objetivo complementar a alimentação e suprimir a carência de determinados nutrientes. Mesmo com uma alimentação correta nem sempre é possível corresponder as necessidades do organismo.

(Suplementos alimentares - os benefícios para a saúde, 2019)

Referências Sobre Lactobacillus Reuteri Protectis:

1).Wu Ry et al. Neurogastroenterol. Motil.2013; 25: e205-e214;

2).Indrio F. Et al. Publicado online a 13 de Janeiro de 2014 in JAMA Pediatrics.

3).Liu, Y et al. Am J Physiol Gastrointest Liver Physiol. 2012: 302: G808-G817;

4).Valeur et al 2014; 5).FAO/WHO (2001, 2002) Joint Working Group Guidelines for Probiotics in Food. Gramatically modified by ISAPP (2013);

6).Emara M et al. Therap Adv Gastroent. 2014. 1(1): 4-13;

7).Lionetti et al . Alim. Pharmacol. Ther 2006 24 1461-1468;

8). http://www.biogaia.com.clinical studies – atualizado 2019;

9) George Kerry, R et al. (2019). Benefaction of probiotics for human health: a review. Disponivel em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1021949818300309;

10) Palm NW, de Zoete MR, Flavell RA. Immune-microbiota interactions in health and disease. Clin Immunol. 2015 Aug;159(2):122-127. Epub 2015 Jun 30. Review. PubMed PMID: 26141651; PubMed Central PMCID: PMC4943041;

11) Mu Q et al. Role of Lactobacillus reuteri in Human Health and Diseases. Front Microbiol. 2018; 9: 757.;

12) Garica Rodena Cl. Et al. 2016 Effect of Formula Containing Lactobacillus reuteri DSM 17938 on Fecal Microbiota of Infants Born by Cesarean-Section. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2016 Dec;63(6):681-687. + Francavilla R. Intervention for Dysbiosis in Children Born byC-section. Ann Nutr Metab 2018;73(suppl 3):33–39

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo genético
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) está a desenvolver o estudo da diversidade genética do novo...

Este trabalho de investigação pretende, numa primeira fase, sequenciar o genoma de cerca de 1000 coronavírus SARS-CoV-2.

Coordenado pelo investigador João Paulo Gomes do Departamento de Doenças Infeciosas do INSA, o «Estudo da diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 (COVID-19) em Portugal» visa determinar os perfis mutacionais do SARS-CoV-2 para identificação e monitorização de cadeias de transmissão do novo coronavírus, bem como identificação de novas introduções do vírus em Portugal.

O trabalho do INSA, que vai ao encontro das orientações das autoridades de saúde e da comunidade científica internacional de efetuar estudos focados no genoma do novo coronavírus, permitirá também determinar o início da transmissão na comunidade e aferir sobre o impacto das medidas de contenção.

Outro dos objetivos da investigação passa por determinar possíveis associações entre perfis mutacionais do SARS-CoV-2 e diferentes graus severidade da doença (Covid-19).

O estudo possibilitará ainda determinar o grau de variabilidade genética de antigénios do SARS-CoV-2 (proteínas do vírus que induzem uma resposta do nosso sistema imunitário) com possível impacto no desenvolvimento de medidas profiláticas (vacinas) e determinar o grau de variabilidade genética de proteínas do coronavírus que são alvos de fármacos antivirais, com possível impacto no desenvolvimento de medidas terapêuticas.

No âmbito deste estudo, o qual foi submetido a pedido de financiamento à Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e à Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica (AICIB), mas que se pretende que seja alargado a curto prazo mediante financiamento compatível, foi já criado um site em que estão disponíveis todos os resultados obtidos e que será atualizado à medida que existirem mais dados.

A nova plataforma estará também disponível através do portal “«Science4COVID-19», criado recentemente pela FCT e pela AICIB, em colaboração com o INSA.

Até à data, foram analisados cerca de 100 genomas de SARS-CoV-2 obtidos de amostras positivas colhidas em vários pontos do país. A sequência completa do genoma é identificada com recurso a tecnologias de sequenciação de nova geração e análise bioinformática através da plataforma online INSaFLU, sendo, posteriormente, a integração dos dados genómicos de Portugal na diversidade à escala global efetuada com recurso às ferramentas do projeto Nextstrain.

Dispensa em farmácia hospitalar
Os medicamentos dispensados nas farmácias hospitalares em regime de ambulatório podem, a pedido do utente, ser dispensados nas...

Esta é uma das medidas previstas no despacho da Ministra da Saúde, Marta Temido, já publicado em Diário da República, que estabelece “as medidas de caráter excecional e temporário” de fornecimento de medicamentos dispensados por farmácia hospitalar em regime de ambulatório, a pedido do utente.

O despacho determina que os Serviços Farmacêuticos Hospitalares devem «assegurar um serviço de proximidade, adotando medidas que assegurem a continuidade do fornecimento dos medicamentos, protegendo os utentes que deles necessitem, evitando as suas deslocações aos hospitais e, consequentemente, minimizando o risco da sua exposição».

O transporte dos medicamentos pode ser efetuado pelo próprio estabelecimento hospitalar, por distribuidores por grosso de medicamentos de uso humano devidamente autorizados para o efeito ou por farmácias comunitárias, com a observância das Boas Práticas de Distribuição de Medicamentos de Uso Humano.

Orientações
A Direção-Geral da Saúde (DGS) divulgou no início da semana uma orientação sobre a terapia nutricional no doente com Covid-19.

Trata-se de um documento importante para todos os profissionais de saúde que estão na linha da frente na prestação de cuidados aos doentes com Covid-19 e que realça a importância da terapia nutricional na abordagem terapêutica destes doentes, em particular para os doentes que se encontram hospitalizados, nomeadamente os doentes com maior gravidade e doentes críticos.

O suporte nutricional é uma das componentes essenciais da prestação de cuidados a todos os doentes internados nas enfermarias (em áreas dedicadas a doentes Covid-19) e da prestação de cuidados da medicina intensiva, podendo reduzir o risco de complicações.

Este foi um documento produzido pelo Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) da DGS, como o apoio de diversos peritos nesta área com o apoio de algumas instituições como a Ordem dos Nutricionistas e a Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, estando disponível no seu site. 

 

 

Cuidados de saúde
A Organização Mundial de Saúde (OMS) apresentou hoje formalmente a ferramenta ADAPTT Surge Planning Support Tool como...

Esta ferramenta foi desenvolvida pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) e pela GLINTT- Global Intelligent Technologies, em colaboração com a OMS, tendo as entidades portuguesas acordado em libertar a ferramenta em open source.

Desde a semana passada, esta ferramenta está a ser utilizada em testes por vários países das regiões da OMS, estando traduzida em quatro línguas no momento: Inglês, Russo, Espanhol e Português.

ADAPTT Surge Planning Support Tool é uma ferramenta gráfica, destinada a ser utilizada por especialistas seniores em planeamento de cuidados de saúde e decisores políticos, permitindo que os diferentes Estados Membros da OMS se concentrem nas informações de planeamento de recursos, tais como o número de camas necessários – total, moderado, grave (oxigenoterapia) e crítico (incluindo ventilação mecânica, terapia de substituição da função renal e oxigenação por membrana extracorpórea); as datas de escassez prevista de cada tipologia de camas e os recursos humanos detalhados necessários, particularmente diferentes especialidades e competências de médicos, enfermeiros e técnicos auxiliares de saúde.

A ferramenta é flexível, permitindo que os utilizadores dos vários países insiram os seus dados epidemiológicos, variem os cenários de mitigação (ao usar o modelo epidemiológico ilustrativo da ferramenta) e adaptem a ferramenta a diferentes taxas de ataque.

A ADAPTT possibilita a introdução das práticas e atividades hospitalares, assim como a capacidade de diferentes tipologias de camas e de recursos humanos (usando os códigos ISCO da OIT). Através desta ferramenta é ainda possível determinar os incrementos de necessidade de recursos humanos, devido à probabilidade de infeção dos profissionais de saúde.

A ferramenta foi disponibilizada ao Ministério da Saúde Português a 30 de março, estando a APAH e a Glintt disponíveis para apoio técnico na utilização da mesma. As entidades continuam a desenvolver esforços para a melhoria e evolução desta ferramenta, nomeadamente para o apoio na previsão de quantidades de produtos (e.g. EPI, reagentes) e recursos humanos necessários na comunidade.

Investigação
Biotest, BPL Group, LFB, e Octapharma juntaram-se à aliança formada pela CSL Behring e a Takeda para desenvolver uma terapia...

"Os tempos sem precedentes que vivemos, exigem de nós coragem e ousadia", disse Carla Benedito, Directora Geral da Takeda Portugal. “Concordamos coletivamente que, ao trabalhar sem medir esforços reunindo os melhores e mais avançados recursos da indústria, poderíamos acelerar a introdução de uma terapia com potencial para tratar os doentes com COVID-19. Convidamos todas as empresas e instituições com foco em plasma para apoiar ou se juntar a esta Aliança, pela sobrevivência e luta contra um inimigo comum.”

“Líderes lideram durante a incerteza. Não há dúvida de que todos estamos a experimentar o impacto do COVID-19”, disse Bill Mezzanotte, vice-presidente executivo da CSL Behring e responsável de investigação e desenvolvimento. “Esse esforço visa acelerar uma opção de confiança, escalável e sustentável para os cuidadores tratarem doentes que sofrem com o impacto da COVID-19. Além de reunir recursos do setor, também colaboraremos com os esforços académicos e do governo como uma única aliança sempre que possível, incluindo atividades importantes, como ensaios clínicos. Isto tornará o processo mais eficiente para todas as partes interessadas também.”

A colaboração alavancará os conhecimentos de ponta e o trabalho que as empresas já têm em andamento. Os especialistas da aliança começarão a colaborar em aspetos importantes, como colheita de plasma, desenvolvimento de ensaios clínicos e fabrico. Outras empresas e instituições também se podem unir à aliança.

O desenvolvimento de uma hiperimune exigirá a doação de plasma de muitas pessoas que se recuperaram totalmente do COVID-19 e cujo sangue contém anticorpos que podem combater o novo coronavírus. Uma vez colhido, o plasma "convalescente" será transportado para as instalações de fabrico, onde passará por um processo exclusivo, incluindo processos eficazes de inativação e remoção de vírus, e depois purificado no produto.

 

 

 

Solidariedade
O Fundo de Emergência abem COVID-19 angariou 101.798,77€ em donativos. Este valor é resultado da generosidade de cidadãos...

A iniciativa pretende levar Saúde aos mais frágeis durante a pandemia do coronavírus. «Faça também parte desta causa contribuindo com um donativo», apela Maria de Belém Roseira, embaixadora da Associação Dignitude.

Podem usufruir do Fundo de Emergência beneficiários do Programa Abem inseridos em grupos de risco e outros cidadãos que, devido à pandemia apresentem necessidades específicas, desde que referenciados por entidades parceiras do Programa (Autarquias, Instituições Particulares de Solidariedade Social, Cáritas e Misericórdias).

 Ao Fundo solidário associaram-se empresas como a REN, GSK Farma, ViiV Healthcare, Fidelidade, Fundação AGEAS, VICTORIA Seguros e Associação Nacional das Farmácias. Também o Prémio João Cordeiro reverteu o valor a favor desta causa.

Medicamentos
A Comissão Europeia estendeu a atual autorização de introdução no Mercado de brigatinib ao uso em monoterapia para o...

“Os doentes com CPNPC ALK+, particularmente aqueles que desenvolveram metástases cerebrais, precisam de opções de tratamento adicionais que sejam comprovadamente eficazes no cenário de primeira linha”, afirmou Joana Tato, PhD, Disease Area Lead Oncology. “Como o brigatinib demonstrou superioridade quando comparado com crizotinib neste cenário, inclusivamente em doentes cuja doença metastizou para o cérebro, esta aprovação é um avanço importante para esses doentes e oferece aos médicos da União Europeia outra opção para ir ao encontro das necessidades dos doentes com CPNPC ALK+”.

“O CPNPC ALK+ é uma doença complexa e subtil, e as pessoas com esta forma de cancro do pulmão podem beneficiar da disponibilidade de uma variedade de opções de tratamento”, afirmou Stefania Vallone, Presidente da Lung Cancer Europe (LUCE). “Congratulamo-nos com a disponibilização de opções de tratamento adicionais que possam beneficiar a comunidade oncológica europeia e os doentes com esta forma grave e rara de doença, e esperamos que em breve estas opções estejam acessíveis aos doentes de toda a Europa.”

A aprovação baseia-se nos resultados do ensaio de fase 3 do estudo ALTA-1L, que avaliou a segurança e eficácia do brigatinib em comparação com crizotinib em doentes com CPNPC localmente avançado ou metastático ALK+ que não receberam tratamento prévio com inibidores ALK. Os resultados do ensaio clínico demonstraram a superioridade do brigatinib quando comparado com crizotinib, com repostas significativas observadas em doentes com metástases cerebrais. Após mais de dois anos de seguimento, brigatinib reduziu o risco de progressão de doença intracraniana ou morte em 69% em doentes com metástases cerebrais no momento de entrada no estudo (hazard ratio [HR] = 0.31, 95% CI: 0.17–0.56), de acordo com a avaliação feita pelo comité de revisão independente, e reduziu o risco de progressão de doença ou morte em 76% em doentes com metástases cerebrais no momento de entrada no estudo (HR = 0.24, 95% CI: 0.12–0.45), conforme avaliação pelos investigadores. O brigatinib também demonstrou uma eficácia global consistente na população total (intent to treat population), com uma mediana de sobrevivência livre de progressão (PFS) duas vezes superior à de crizotinib de 24.0 meses (IC 95%: 18.5–NE) versus 11.0 meses (95% CI: 9.2–12.9), para crizotinib, conforme avaliação pelo comité de revisão independente e 29.4 meses (IC 95%: 21.2-NE) versus 9.2 meses (95% CI: 7.4-12.9), conforme avaliação pelos investigadores.

 O perfil de segurança no estudo ALTA-1L foi globalmente consistente com o já descrito no resumo das caraterísticas do medicamento (RCM). Os efeitos adversos reportados mais comuns de grau ≥3 no braço de ALUNBRIG foram o aumento da CPK (24.3%), aumento da lipase (14.0%) e hipertensão (11.8%). No braço de crizotinib foi reportado o aumento da ALT (10.2%), da AST (6.6%), e da lipase (6.6%).

Opinião
Chegamos ao Dia Mundial da Saúde, 7 de abril, num momento crítico para a área da saúde em todo o mun

Segundo dados do Eurostat, o cancro é responsável por mais de um quarto das mortes na União Europeia, com o cancro do pulmão a ser o mais fatal entre os homens e o da mama entre as mulheres.

Em Portugal, é a segunda causa de morte e a sua incidência aumenta, em média, cerca de 3% por ano. E muitos desses novos doentes, que são mais do que um número, são pessoas, vidas humanas, estão a ser forçados a lidar com as complicações típicas da sua doença, somadas às provocadas pelo COVID-19.

Infelizmente, estes doentes não podem ser tratados da mesma maneira que há um mês, pois, para proteger do contágio todos aqueles que foram ou estão a ser tratados com terapias imunossupressoras, têm de se fazer as consultas médicas através da chamada telemedicina. O objetivo é impedir que o doente e seus cuidadores se desloquem de suas casas a todo custo, e muito menos para um centro de saúde, porque o risco de contágio é alto e as consequências podem ser delicadas.

Sabemos que aqueles que se dedicam de corpo e alma à oncologia se adaptaram rapidamente à nova situação para minimizar o impacto nos doentes, com serviços de medicamentos para entrega ao domicílio para aqueles que recebem tratamentos orais, por exemplo. Ou medidas de segurança extremas com aqueles que não têm escolha a não ser receber os seus ciclos de quimioterapia, rádio ou outras terapias a serem aplicadas in loco, adotando-se normalmente rotinas de administração mais espaçadas no tempo.

Também vimos como, a partir da DGS, foram estabelecidas uma série de recomendações para estes especialistas nos quais o atendimento ao doente oncológico é prioritário, especialmente em casos mais avançados. E sempre ponderando os riscos e consequências que uma possível infeção por coronavírus poderia ter para o doente.

Menos Medicina de Precisão

Outra das consequências do confinamento e saturação dos serviços de saúde para os doentes com cancro é a redução do uso de ferramentas de medicina de precisão, principalmente aquelas que exigem a presença do doente. Nos casos em que uma amostra de tumor já foi extraída, por exemplo, podem ser realizadas análises genómicas e os resultados enviados on-line ao especialista que a solicitou. Uma técnica comum em laboratórios como o nosso, que pode ajudar o oncologista a encontrar uma certa terapia para os seus doentes no menor curto espaço de tempo e sem a necessidade de eles se deslocarem de casa. Os resultados podem até recomendar tratamentos orais que deixam de lado as deslocações dos doentes nestes tempos difíceis.

De qualquer forma, e diante de qualquer dúvida que possa surgir, não há nada melhor do que usar as chamadas telefónicas ou de vídeo com o especialista adequado, do doente para o médico ou do médico aos laboratórios. Toda ação conta para minimizar os riscos.

Em suma, estes são tempos difíceis para todos e, principalmente, para os doentes oncológicos, especialmente para aqueles que aguardam cirurgias, exames e tratamentos em centros hospitalares.

O tempo que passa durante a pandemia e o confinamento será um duro teste físico e psicológico para os doentes e suas famílias, mas devem saber que não estão sozinhos na luta e que há um bom número de profissionais que, à distância, aguardam os seus casos, fazendo tudo o que é possível para que os doentes superem o seu problema de saúde no menor tempo possível. Não apenas neste muito marcado Dia Mundial da Saúde, mas em todos os outros.

E lembrem-se: estas guerras, tanto a da doença oncológica como a do coronavírus, vamos vencer entre todos.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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