DGS, INSA e Infarmed com responsabilidades
O Governo avança com o reforço dos stocks de medicamentos e de diversos equipamentos médicos, bem como da reserva estratégica...

De acordo com o Despacho n.º 8057/2020, publicado hoje, dia 19 de agosto os stocks de medicamentos, dispositivos médicos, equipamentos de proteção individual, reagentes e outros materiais de laboratório devem ser reforçados em, no mínimo, 20%, relativamente ao consumo registado no segundo semestre de 2019 quanto aos medicamentos, e relativamente ao consumo registado no primeiro semestre do ano em curso quanto aos demais produtos.

O diploma, elaborado a partir das orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS), do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e do Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, assinala que o esforço de assegurar as condições do Serviço Nacional de Saúde para responder à Covid-19 tem de ser mantido, num quadro de imprevisibilidade da evolução da pandemia e do respetivo impacto nos mercados dos diferentes produtos médicos.

O despacho, assinado em 13 de agosto pela Ministra da Saúde, Marta Temido, delega na DGS, no INSA e no Infarmed o reforço da reserva estratégica nacional de medicamentos e dispositivos, mediante a aquisição imediata dos medicamentos, dispositivos médicos, equipamentos de proteção individual, desinfetantes e material para testes laboratoriais, nomeadamente zaragatoas e reagentes de extração e diagnóstico.

As quantidades a reforçar em cada produto – cuja lista apresentada no despacho inclui o medicamento Remdesivir, autorizado pela Comissão Europeia para o uso no tratamento de doentes infetados pelo novo coronavírus – serão determinadas pelas três entidades do Serviço Nacional de Saúde acima identificadas.

O armazenamento e a distribuição da reserva estratégica nacional de medicamentos e dispositivos ficam a cargo do Laboratório Militar, com a colaboração do Infarmed e das empresas fornecedoras. O INSA fica responsável pelo armazenamento dos reagentes necessários para os testes.

 

 

Boletim Epidemiológico
Portugal registou, nas últimas 24 horas, mais dois óbitos relacionados com a covid-19. De acordo com o boletim da Direção-Geral...

De realçar que uma das vítimas mortais registadas nas últimas 24 horas é a mais nova vítima mortal de sempre em Portugal. A DGS revelou em conferência de imprensa que se trata de uma bebé de quatro meses que, segundo a ministra da saúde, Marta Temido, tinha "outras patologias associadas". A outra vítima mortal tinha mais de 80 anos. Os dois óbitos registaram-se na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Nas últimas 24 horas foram ainda diagnosticados 253 novos casos, aumentando para 54.701 o total de casos confirmados. Dos novos casos, 159 foram registados na região de Lisboa e Vale do Tejo. 65 novos casos foram diagnosticados no Norte, 17 no Centro, sete no Alentejo, quatro no Algarve e um na Madeira.

Do total de infetados, 30.152 são mulheres e 24.549 são homens.

Segundo o boletim da DGS, foram dadas como recuperadas da doença mais 193 pessoas nas últimas 24 horas. No total, 40.129 pacientes já recuperaram. Estão agora internados 329 doentes, menos sete do que ontem, dos quais 35 se encontram em Unidades de Cuidados Intensivos, menos três face ao último balanço.

As autoridades de saúde têm ainda sob vigilância 34.772 contactos. Há atualmente 12.786 casos ativos.

 

Dados oficiais
Os quatro Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) atenderam, durante...

Destas 97.955 chamadas de emergência 10% foram consideradas como emergentes, levando ao acionamento de meios de socorro mais diferenciados. 74% destas chamadas levaram ao acionamento de uma, ou mais, Ambulâncias de Emergência Médica (AEM) ou Postos de Emergência Médica (PEM). Houve 10.368 chamadas, cerca de 11% do total de chamadas recebidas em junho, que foram consideradas como não urgentes, logo foram transferidas para o centro de contacto SNS24.

Os CODU acionaram os quatros helicópteros do Serviço de Helicópteros de Emergência do INEM por 80 ocasiões, uma média de 20 serviços em junho para cada aeronave. As 44 Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER) foram acionadas 5.624 vezes, uma média de 4 saídas por dia para cada VMER. As 40 ambulâncias de Suporte Imediato de Vida foram acionadas 2.127 vezes e as 56 AEM do INEM foram chamadas a intervir por 8.837 ocasiões. Já os 364 PEM localizados em Corpos de Bombeiros e Delegações da Cruz Vermelha Portuguesa tiveram 58.531 ocorrências.

Os 85.578 acionamentos do mês de junho correspondem a uma média diária de 2.853 acionamentos. O Sistema Integrado de Emergência Médica é composto por um total de 666 meios de emergência pré-hospitalar. Este sistema é gerido pelo INEM para dar resposta a situações emergentes de doença súbita e acidentes que ocorram em Portugal Continental.

 

Guia disponível no website da Ordem
A Ordem dos Nutricionistas acaba de lançar um guia orientador para auxiliar os nutricionistas no contexto da alimentação...

Para a Ordem dos Nutricionistas, as cantinas são locais que apresentam um elevado potencial de transmissão pelo facto de serem frequentados por uma grande quantidade de pessoas da comunidade escolar durante um longo período de tempo e, por isso, requerem medidas de prevenção excecionais.

A distribuição de alunos/turmas por diferentes horários; o alargamento do período de almoço; a disponibilização de talheres e guardanapos de papel em saquetas individuais; a eliminação de jarros com água; ou o desaconselhamento do uso de micro-ondas partilhados são algumas das medidas que poderão ser aplicadas.

Por outro lado, um estudo promovido pela Direcção-Geral da Saúde (DGS) em junho mostra que um em cada três portugueses reporta preocupação ou incerteza quanto ao acesso aos alimentos por dificuldades económicas, no contexto da COVID-19, motivo pelo qual a Ordem dos Nutricionistas considera que as escolas têm um papel imprescindível no fornecimento de uma alimentação adequada para as crianças e jovens em idade escolar.

“Poderemos passar por um período de grande instabilidade económica e financeira, que se pode traduzir em carência alimentar, pelo que a escola deve ter um papel ativo na identificação e controlo destas situações. Temos a obrigação de, agora mais do que nunca, cuidar das nossas crianças”, salienta Alexandra Bento, bastonária da Ordem dos Nutricionistas.

“É urgente a presença de nutricionistas nas escolas, nomeadamente para a implementação de mecanismos que permitam a identificação de alunos em situação de insegurança alimentar, bem como para a intervenção necessária para mitigar este problema e o seu impacto na saúde” reforça Alexandra Bento.

O guia, intitulado “Alimentação escolar em tempos de COVID-19”, prevê, ainda, um conjunto de medidas que poderão ser implementadas independentemente de os estabelecimentos permanecerem abertos ou ser decretado o seu encerramento, uma vez que o fornecimento de refeições escolares deverá ser assegurado, prevenindo o surgimento e agravamento de situações de insegurança alimentar.

A Ordem dos Nutricionistas sublinha que as refeições escolares devem ser completas, variadas, equilibradas e seguras ajudando a satisfazer as necessidades energéticas e nutricionais dos alunos, bem como respeitar as prescrições clínicas, alergias, intolerâncias e hábitos culturais.

Alexandra Bento refere ainda “Fizemos a nossa a parte, elaborando orientações para auxiliar os nutricionistas na sua prática profissional. Agora esperamos que o Governo faça a sua parte, desenvolvendo uma estratégia para a alimentação escolar nesta fase de pandemia, contratando os nutricionistas previstos no Orçamento de Estado para 2020, para que estes a possam por em ação”.

O manual, disponível no website da Ordem dos Nutricionistas, está dividido em três partes, focando-se nos procedimentos a ter em conta no fornecimento das refeições escolares, desde a gestão de equipas, higiene pessoal e das instalações, até à preparação e confeção das refeições; nas diretrizes do fornecimento de fruta, hortícolas e laticínios; bem como na educação e a literacia alimentar em contexto escolar.

Contra a Covid-19
A empresa biotecnológica polaca Biomed anunciou esta terça-feira o lançamento da primeira fase de produção de um medicamento...

Espera-se que o fármaco comece a ser testado no fim de outubro em vários hospitais, disse em conferência de imprensa um dos administradores da empresa, Piotr Fic, citado pela agência noticiosa AFP. Os ensaios clínicos vão ter a duração de quatro meses antes de o medicamento ser aprovado para uso hospitalar.

O processo de homologação típico de um medicamento foi encurtado na Polónia de sete para cinco meses por causa da pandemia. Numa primeira fase, a empresa Biomed terá capacidade para fabricar cerca de 3.000 doses do medicamento experimental injetável, que poderá ser administrado a qualquer doente, seja qual for o seu grupo sanguíneo.

O lançamento da produção do novo fármaco foi possível graças à colheita de 150 a 200 litros de plasma sanguíneo, em particular de mineiros da região da Silésia, fortemente atingida pela pandemia. No limite, a companhia biotecnológica polaca, especialista em medicamentos à base de plasma sanguíneo, terá capacidade para fabricar entre 30.000 a 40.000 doses do fármaco se tiver as quantidades de plasma necessárias.

O tratamento experimental do coronavírus com plasma de doentes recuperados — que contém anticorpos neutralizadores do coronavírus que causa a doença — tem sido aplicado em situações muito específicas e graves, mas, de acordo com especialistas, não é isento de riscos como a intolerância.

Por cá, o Instituto Português do Sangue e da Transplantação anunciou, no passado mês de maio,  o arranque da recolha de plasma sanguíneo de doentes recuperados para ensaios clínicos.

 

 

Causas e medidas preventivas
Estima-se que 5% da população mundial viva com deficiência auditiva. Quase 32 milhões são crianças.

Em todo o mundo, existem hoje cerca de 360 milhões de pessoas com perda moderada a profunda de audição.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, as causas são variadas, como condições genéticas, complicações de nascimento, algumas doenças infecciosas,  barulho, uso de drogas e a velhice.

Instituído por esta entidade, o Dia Mundial da Audição tem como objetivo alertar e despertar consciências quanto à necessidade de prevenir e controlar a perda de audição, sobretudo nas crianças.

Estima-se que a grande maioria das crianças com problemas de audição vive em países subdesenvolvidos, de baixo e médio rendimento. 1,9% vive na região africana onde os acessos aos cuidados básicos de saúde e vacinação são limitados.

A OMS estima que 75% da perda auditiva em crianças com menos de 15 anos, nestes países, seja evitável, uma vez que quase metade dos casos de surdez são consequência direta de doenças como o sarampo, a rubéola, e meningite e infeções nos ouvidos.

As complicações no parto, incluindo a prematuridade, o baixo peso, a asfixia perinatal e icterícia neonatal são apontadas como causa de 17% dos casos de perda auditiva.

A prevenção é, neste aspeto, apontada como crucial, pelo que a Organização Mundial de Saúde apela ao reforço da vacinação, à melhoria da divulgação da práticas de boa higiéne e à prestação de serviços de saúde materno-infantil mais rubostos.

A deteção precoce, através de programas de rastreio auditivo, bem como a prestação de serviços de reabilitação são essenciais para a redução do impacto da deficiência auditiva, facilitando a educação e o desenvolvimento social.

Na realidade, sabe-se que, num contexto mais geral, a perda auditiva não tratada pode afetar o desenvolvimento social e económico da comunidade.

Por outro lado, a exposição a som muito alto ou o uso incorreto de dispositivos de audio são apontados como fatores de risco em crescimento nos países desenvolvidos.

Atualmente, cerca de 1 bilhão de adolescentes e jovens  correm o risco de perda de audição devido à exposição a um volume prejudicial para a saúde.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o nível seguro de som para a audição humana não pode ascender os 60 décibeis. No entanto, a verdade é que esse valor é facilmente ultrapassado, trazendo prejuízo à saúde auditiva.

Som de buzinas, o trânsito nas grandes cidades, os aparelhos eletrónicos são uma “ameaça” constante.

Para evitar problemas futuros de audição, a OMS propõe uma série de medidas. Algumas tão simples como manter o volume dos aparelhos baixo ou usar auriculares apropriados.

Como proteger a audição

  • Evite ouvir música alta por período prolongado. De acordo com os especialistas, ouvir música num volume muito alto  pode prejudicar a membrana dos tímpanos.
  • Máximo de 60 décibeis. O volume dos aparelhos de som não deve passar os 60 décibeis. A recomendação é da Organização Mundial de Saúde.
  • Use protetores de ouvidos. Se no trabalho está exposto, de forma permanente ou constante, a som muito alto, use protetores auditivos.
  • Use auriculares adequados. Dê preferência aos auriculares em forma de concha que distribuem melhor o som e prejudicam menos a audição.
  • Não ligue vários aparelhos eletrónicos ao mesmo tempo. Ligar mais do que um aparelho ao mesmo tempo pode ser prejudicial aos ouvidos.
  • Cuidado com o trânsito. Sempre que possível, circule com as janelas do carro fechadas. Sobretudo em dias de muito trânsito. O barulho das buzinas e os ruídos automóveis, para além de causarem stress, podem danificar a audição.
  • Dê silêncio aos ouvidos. Sempre que possível, fique em silêncio. Dê descanso aos seus ouvidos.
  • Fique atento aos sintomas da perda de audição. Os sintomas de perda de audição são quase imperceptíveis. Fique atento aos “zumbidos” e faça rastreios regularmente. 
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
«Juntos Vamos Dar Rosto à Sépsis»
No âmbito do Dia Mundial da Sépsis, que se assinala no dia 13 de setembro, bioMérieux, empresa líder em soluções de diagnóstico...

A iniciativa “Juntos Vamos Dar Rosto à Sépsis” pretende reunir testemunhos reais e envolver a sociedade, ao contribuir para aumentar o conhecimento sobre esta infeção potencialmente fatal que afeta cerca de 49 milhões de pessoas em todo o mundo. As histórias podem ser submetidas através da Internet, no seguinte formulário https://biomerieux.wufoo.com/forms/z107n6kz0wzxbxw/

Eleonora Bunsow, Medical Advisor da bioMérieux Iberia, refere que “Apesar dos avanços clínicos, a incidência de sépsis está a aumentar. O diagnóstico atempado é fundamental para a recuperação dos doentes. As hipóteses de sobrevivência rondam os 80% num doente que inicia uma terapêutica antimicrobiana na primeira hora de diagnóstico, mas esta percentagem desce 7,6% por cada hora seguinte. Por outro lado, se um doente receber inicialmente um tratamento antimicrobiano inadequado, tem cinco vezes menos probabilidades de sobreviver.”

A sépsis afeta milhões de pessoas todos os anos, estimando-se que seja responsável por 20 por cento das mortes por ano em todo o mundo. De acordo com um estudo publicado na revista Lancet, em 2017, morreram 11 milhões de pessoas com sépsis. Em Portugal, segundo a Direcção-Geral da Saúde (DGS), 22% dos internamentos em unidade de cuidados intensivos são devidos à sépsis e 40% destes doentes acabam por morrer. Apesar de ser uma infeção ainda desconhecida para grande parte dos portugueses, causa mais mortes a nível hospitalar do que o acidente vascular cerebral (AVC). Os efeitos a longo prazo para os sobreviventes da sépsis incluem danos permanentes nos órgãos, assim como incapacidade física e cognitiva.

 

 

 

Cientistas deixam alerta
Segundo o Centro de Oceanografia Nacional do Reino Unido, a quantidade de plástico depositado no Atlântico é 10 vezes superior...

As novas medições aos 200 metros superiores do Atlântico encontraram entre 12 e 21 milhões de toneladas de partículas microscópicas de três dos tipos mais comuns de plástico, em cerca de 5% do oceano. O que representa uma concentração no Atlântico de cerca de 200 milhões de toneladas dos plásticos comuns.

As estimativas anteriores, com base em cálculos da quantidade de resíduos urbanos geridos nas áreas costeiras, apontavam para uma quantidade entre os 17 milhões e 47 milhões de toneladas de plástico lançadas no Atlântico, ao longo de 65 anos compreendidos entre 1950 a 2015.

Segundo Katsiaryna Pabortsava, do Centro de Oceanografia Nacional do Reino Unido, principal autora do estudo citada pelo ‘The Guardian’, a principal descoberta “é que há uma quantidade enorme de partículas microplásticas, mesmo muito pequenas, no oceano Atlântico superior, numa quantidade muito superior à estimativa anterior. A quantidade de plástico foi enormemente subestimada”.

Com esta descoberta, os especialistas esperam estimular os legisladores a reforçarem as suas apostas no que ainda pode ser feito para impedir que tanto plástico chegue aos mares, colocando a vida marinha em grande risco.

“A sociedade está muito preocupada com o plástico, com a saúde dos oceanos e com a saúde humana”, disse Pabortsava, alertando para a urgência de “responder a perguntas fundamentais sobre os efeitos deste plástico e aferir se prejudica a saúde do oceano. Os efeitos podem ser sérios, mas podem demorar algum tempo a atingir níveis subletais”.

 

Investigação
De acordo com um estudo publicado hoje no ‘European Respiratory Journal’, a forte presença de uma enzima específica na zona do...

Investigadores que estão a estudar tecidos removidos no decurso de cirurgias de narizes de pacientes acreditam ter descoberto a razão para tantos infetados com covid-19 perderem o olfato, mesmo quando não apresentam quaisquer outros sintomas.

As conclusões deste estudo, podem também ajudar a explicar a razão de a covid-19 ser tão infeciosa, sugerindo que concentrar a atenção nesta zona do corpo pode traduzir-se em encontrar tratamentos mais eficazes.

As experiências revelaram a presença de níveis muito elevados da enzima ACE-2 na zona do nariz responsável pelo olfato e acredita-se que essa enzima é o “ponto de entrada” do novo coronavírus nas células, provocando a infeção.

O estudo foi conduzido por Andrew P. Lane, diretor do departamento de otorrinolaringologia, e pelo investigador Mengfei Chen, ambos da Universidade de Medicina Johns Hopkins, nos EUA.

“Enquanto outros vírus respiratórios regra geral causam perda de olfato através da obstrução dos canais de circulação de ar, que inflamam, este vírus por vezes causa a perda de olfato na ausência de qualquer outro sintoma nasal”, disse Andrew Lane, citado em comunicado de imprensa.

A equipa de investigadores usou amostras de tecido retiradas da parte de trás do nariz de 23 pacientes em cirurgias para tratar tumores e outras doenças, tendo ainda estudado biopsias da traqueia de sete pacientes. Nenhum dos pacientes que fez parte do estudo foi diagnosticado com o novo coronavírus que provoca a doença covid-19.

Em laboratório, os investigadores usaram tintas fluorescentes nas amostras de tecido para detetar e visualizar a presença da enzima e comparar os níveis de presença em diferentes tipos de células e partes do nariz e trato respiratório superior.

Descobriram que a maior concentração da enzima se encontra, de longe, na área da parte de trás do nariz responsável pelo olfato. O nível de concentração da enzima nessas células era 200 a 700 vezes superior à encontrada em outros tecidos retirados do nariz ou da traqueia. A enzima não foi detetada nos neurónios olfativos, as células nervosas que passam a informação dos cheiros para o cérebro.

“Os resultados sugerem que esta zona do nariz pode ser a porta de entrada do novo coronavírus no corpo”, disse Chen, acrescentando que esta é uma zona do corpo de fácil acesso para um vírus, podendo ser a explicação de ser tão fácil contrair covid-19.

“Estamos agora a realizar mais experiências em laboratório para perceber se o vírus está, ou não, a usar estas células para entrar e infetar o corpo. Se for esse o caso, poderemos combater a infeção com tratamentos antivirais aplicados diretamente no nariz”, acrescentou Lane.

Investigação
Na luta contra o coronavírus, investigadores de várias instituições na Alemanha reuniram os seus recursos para estudar a...

No início de uma infeção covid-19, o coronavírus SARS-CoV-2 fica ancorado na superfície das células humanas usando proteínas espinhosas. Esta proteína está no centro do desenvolvimento de vacinas porque desencadeia uma resposta imune em humanos. Um grupo de cientistas alemães, incluindo membros da EMBL em Heidelberg, o Instituto Max Planck de Biofísica, o Instituto Paul Ehrlich e a Universidade Goethe Frankfurt, estudaram a estrutura superficial do vírus para obter insights que podem ser usados para o desenvolvimento de vacinas e terapêuticas eficazes para o tratamento de pacientes infetados.

A equipa combinou tomografia crio-elétron, média de subtomogramas e simulações de dinâmica molecular para analisar a estrutura molecular da proteína de pico em seu ambiente natural, vírus intactos e com resolução quase atômica. Com a ajuda do sistema de imagens de microscopia crio-elétron da emBL, foram produzidos 266 criotomogramas de cerca de 1000 vírus diferentes, cada um deles carrega uma média de 40 proteínas de pico na sua superfície. A média do subtomograma e o processamento de imagens, combinados com simulações de dinâmica molecular, finalmente forneceram novas informações estruturais importantes sobre essas espinhas.

Os resultados foram surpreendentes: os dados mostraram que a parte esférica da proteína do pico, que contém a região de ligação recetora e o maquinário necessário para fusão com a célula alvo, está conectada a uma haste flexível. "A parte superior esférica da proteína do pico tem uma estrutura bem reproduzida por proteínas recombinantes usadas para o desenvolvimento de vacinas", explica Martin Beck, líder do grupo na EMBL e diretor do Instituto Max Planck (MPI) para biofísica.

"Esperava-se que a haste fosse bastante rígida", acrescenta Gerhard Hummer, do MPI de Biofísica e do Instituto de Biofísica da Universidade Goethe de Frankfurt. "Mas nos nossos modelos de computador e nas imagens reais, descobrimos que as hastes são extremamente flexíveis. Ao combinar simulações de dinâmica molecular com tomografia crio-elétron, a equipa de investigação identificou as três articulações – quadris, joelhos e tornozelos – que dão flexibilidade ao caule. "Como um balão em uma corda, as hastes parecem mover-se sobre a superfície do vírus, permitindo que eles procurem o recetor para acoplar à célula alvo", explica Jacomine Krijnse Locker, líder do grupo no Instituto Paul Ehrlich. Para prevenir infeções, essas espinhas são atacadas por anticorpos. Mas as imagens e modelos também mostraram que toda a proteína do pico, incluindo o caule, está coberta com cadeias de glicanos - moléculas semelhantes ao açúcar. Essas cadeias formam uma espécie de manto protetor que esconde as espinhas de anticorpos neutralizantes: outro importante achado no caminho para vacinas e fármacos eficazes.

Lar de idosos
Segundo um relatório da Ordem dos Médicos (OM) a maioria não das mortes, no lar de Reguengos de Monsaraz, onde ocorreu um surto...

“A maioria das mortes não ocorreu por pneumonia covid-19, mas sim por outras causas, nomeadamente falência renal, provavelmente por impossibilidade de uma monitorização contínua clínica e laboratorial adequada”, pode ler-se no relatório com as conclusões médicas sobre o lar, onde morreram 16 utentes, uma funcionária e um motorista da Câmara Municipal de Reguengos.

No relatório foi feita uma “marcha cronológica”, na qual foi possível identificar diversos atrasos no tratamento da doença viral que foi diagnosticada pela primeira vez a 18 de junho, resultando na morte de uma funcionária já no hospital de Évora.

A autoridade de saúde pública e a segurança social só visitaram o lar a 23 de junho e, “só no dia 26” foram “desenhados os circuitos dos doentes para separação dos circuitos. A 2 de julho, os doentes infetados são finalmente transferidos para o pavilhão multiusos do Parque de Feiras do município, que acabou por ser um «alojamento sanitário”.

Enquanto aguardavam pelo resultado dos testes (processo que durou três dias), todos os doentes “coabitam nos quartos, nos corredores, nos espaços comuns, partilham casas-de-banho” e “nunca usam máscara”, alerta o documento, apontando aqui algumas falhas.

O cenário descrito pela OM é assustador: “Quartos de quatro ou cinco camas numa parte do edifício antigo, degradado, com calor extremo, cheiro horrível, lixo no chão, vestígios de urina seca no pavimento. Vemos doentes acamados, desidratados, desnutridos, alguns com escaras e com pensos repassados, alguns só usando uma fralda, completamente desorientados”.

Médicos que denunciaram falta de condições terão sido ameaçados

O documento revela ainda que inicialmente o lar recebeu uma equipa não especializada para lidar com o surto do novo coronavírus, equipa essa que denunciou a falta de condições a que os utentes estavam sujeitos, mas foi ameaçada com um processo disciplinar por parte do presidente da Administração Regional de Saúde do Alentejo, caso desistisse do lar.

Importa referir que o lar não tinha qualquer plano de contingência para tratar a doença, nem sequer havia a possibilidade de os pacientes ficarem em isolamento ou até cumprirem com a regra da “distância social exigida”.

Os pacientes “estiveram alguns dias sem fazer a terapêutica habitual por não haver ninguém que a preparasse ou administrasse” e não puderam receber alguns medicamentos “importantes”, uma vez que não existiam “processos clínicos organizados e atualizados”, ou “insulina por falta de canetas”.

1º Hospital público no norte com consulta de Artrite Reumatoide
A Unidade de Reumatologia do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) iniciou, recentemente, duas consultas diferenciadas: a...

A consulta dedicada à Artrite Reumatoide coloca o CHTS como "o primeiro hospital público do Norte a disponibilizar uma consulta inteiramente dedicada a esta patologia", destaca o centro hospitalar.

A Artrite Reumatóide é uma doença reumática inflamatória crónica, autoimune, que atinge cerca de 1% da população portuguesa, afetando mais mulheres que homens.

A doença tem como características principais a dor, inchaço e rigidez articular. Contudo, é uma doença sistémica que pode envolver diversos órgãos do corpo humano, tais como os olhos, pulmões, pele, vasos sanguíneos ou glândulas salivares.

De causa ainda é desconhecida, Artrite Reumatóide é uma doença crónica porque não tem cura, mas, "se eficazmente tratada, tem bom prognóstico vital e funcional, sendo muito importante o diagnóstico precoce e a rápida instituição de tratamento modificador da doença",  revela o centro hospitalar. 

De acordo com o CHTS, a consulta de Técnicas Reumatológicas abrange áreas como infiltrações intra-articulares, biopsias e ecografia músculo-esquelética.

No âmbito desta consulta, "foi realizada pela Unidade de Reumatologia, a semana passada, a primeira biópsia sinoval, uma técnica ecoguiada",  informa o centro hospitalar.

Criada em 2019, a Unidade de Reumatologia do CHTS é composta por dois médicos reumatologistas, Tiago Meirinhos, coordenador da unidade, e João Lagoas Gomes.

O Presidente do Conselho de Administração do CHTS, Carlos Alberto, refere a unidade “como mais uma das especialidades novas que foram incorporadas, nestes últimos 3 anos, na lista de serviços que esta unidade hospitalar presta à enorme população desta região”.

Em relação a toda a atividade assistencial, o CHTS recorda que, logo em maio, “iniciou a retoma progressiva da atividade, prevendo-se, em 31 de dezembro, listas de espera a não ultrapassar os 9 meses, tanto para consulta como para cirurgia”

Balanço
As equipas multidisciplinares, criadas no âmbito do combate à Covid-19 na área Metropolitana de Lisboa, contactaram, entre o...

Profissionais da Saúde, Segurança Social, Proteção Civil / Municípios e forças de segurança têm ido ao terreno sensibilizar a população para as medidas de prevenção da doença, bem como verificar e encontrar soluções para quem necessita de apoio alimentar e realojamento, o que tem tido um impacto positivo no combate à doença.

Entre os dias 30 de junho e 14 de agosto, os elementos das equipas constituídas nos Agrupamentos de Centros de Saúde da Amadora, Lisboa Norte, Lisboa Central, Lisboa Ocidental e Oeiras, Loures-Odivelas e Sintra realizaram ações de rua e visitas a agregados familiares. No total, 9.493 pessoas foram alvo desta intervenção.

Além de contactar pessoas que possam necessitar de ajuda complementar para cumprir o confinamento/isolamento profilático – e assim ajudar a quebrar as cadeias de transmissão da Covid-19 – estas equipas também têm visitado estabelecimentos comerciais e realizados ações de sensibilização à população.

 

Boas Práticas em Contexto Covid-19
Decorrem, até ao dia 20 de setembro, as candidaturas ao Prémio Saúde Sustentável 2020, este ano dedicado à partilha das «Boas...

Podem candidatar-se a esta iniciativa qualquer entidade ou área funcional, prestadoras de cuidados de saúde, dos setores público, privado ou social.

De acordo com o regulamento do Prémio, as candidaturas podem ser submetidas em nome da instituição ou área funcional de uma forma global ou de uma iniciativa concreta.

Nesta edição especial, pretende-se destacar iniciativas que tenham surgido durante a pandemia Covid-19, como resposta ou adaptação do sistema de saúde, mas também serão aceites projetos que, não estando diretamente ligados à doença Covid-19, tenham decorrido no contexto da pandemia.

Os Prémios Saúde Sustentável são atribuídos em dois âmbitos: institucional e personalidade. Tendo em conta o seu caráter extraordinário, a edição de 2020 estará particularmente direcionada para projetos que tenham sido implementados em contexto de Covid-19.

Promovida pelo Jornal de Negócios e pela Sanofi, a iniciativa conta, entre outros, com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, como parceiro institucional.

 

Universidade da Califórnia
Vírus transmitidos pelo ar como o da gripe (influenza) podem propagar-se através do pó, fibras e outras partículas...

“É realmente chocante para a maioria dos virologistas e epidemiologistas que partículas de pó transmitidas pelo ar, ao invés de gotículas de respiração, possam transportar o vírus ‘influenza’ com capacidade para infetar animais”, disse, citado em comunicado, o professor William Ristenpart, da Universidade da Califórnia, um dos investigadores que liderou o estudo da Universidade da Califórnia e da faculdade de Medicina Icahn School of Medicine do Hospital de Monte Sinai hoje publicado no boletim científico ‘Nature Communications’.

“A suposição implícita é sempre que a transmissão por via aérea ocorre com base em gotículas respiratórias emitidas pela tosse, espirros ou a falar. A transmissão por via de poeiras abre uma série de novas áreas de investigação e tem profundas implicações na forma como interpretamos as experiências laboratoriais, assim como na investigação epidemiológica de epidemias”, disse.

Acredita-se que o vírus da gripe se propague por vários meios diferentes, como gotículas exaladas do trato respiratório, ou através de objetos secundários onde se possa alojar como maçanetas ou lenços usados. Estes objetos secundários são denominados ‘fómites’. Ainda se sabe pouco sobre qual das vias possa ser a mais importante e a resposta pode ser diferente para diferentes estirpes do vírus influenza ou outros vírus respiratórios, incluindo coronavírus, como o novo SARS-CoV2, que provoca a doença covid-19.

No novo estudo, Ristenpart e a estudante de engenharia Sima Asadi, Universidade da Califórnia, juntaram-se a um grupo de virologistas liderado por Nicole Bouvier, no hospital Monte Sinai, para perceber de que forma partículas minúsculas e de origem não respiratória a que chamaram “fómites aerossolizados” podem transportar influenza entre porquinhos da Índia.

Com um recurso a um medidor de partículas automatizado para contar partículas transmitidas pelo ar, concluíram que porquinhos da Índia não infetados emitiam picos de até mil partículas, de pó por exemplo, por segundo enquanto se moviam na gaiola. As partículas emitidas pela respiração dos animais permaneceram a uma taxa constante muito mais baixa.

Porquinhos da Índia imunizados e com o vírus influenza espalhado no pelo podiam transmitir o vírus através do ar para outros porquinhos da Índia suscetíveis à infeção, demonstrando que o vírus não precisava de ter origem direta no trato respiratório para ser infeccioso.

Os investigadores testaram ainda se fibras microscópicas de um objeto podiam transportar vírus infecciosos. Aplicaram em lenços de papel faciais o vírus influenza, deixaram secar, e depois amassaram-nos em frente ao medidor de partículas automatizado. Amassar os lenços libertou até 900 partículas por segundo numa área suficientemente vasta para permitir a sua inalação.

Os investigadores conseguiram também infetar células com as partículas libertadas pelos lenços de papel contaminados com o vírus.

Causas e sintomas
A tosse é sempre um sinal de alerta, mas nem sempre esta é motivada por questões de saúde graves.

A tosse é um mecanismo de defesa natural e, embora seja mais frequente na época mais fria do ano, ela pode surgir em qualquer altura, tendo como função remover secreções e corpos estranho das vias aéreas.

Tendo em conta a sua duração, a tosse pode ser considerada como tosse aguda, sempre que tenha uma duração até 3 semanas; ou crónica, quando se prolonga por mais de oito semana.

A tosse também pode ser seca, ou irritativa, ou produtiva quando está associada a expetoração.

O que pode causar a tosse?

A tosse pode ter como causa a infeções virais do trato respiratório superior, estando muitas vezes associada a uma constipação. As infeções do trato respiratório superior são a causa mais frequente para a tosse aguda. Por outro lado, este tipo de tosse pode ser ainda provocado pela aspiração de um corpo estranho.

Quanto à tosse crónica, é mais frequente nos fumadores e pode estar associada a uma doença pulmonar subjacente, como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica.

Asma, alergias, refluxo-gastroesofágico, doença cardíaca ou a utilização de alguns medicamentos, como alguns hipertensores, podem também estar na origem da tosse crónica.

Que posso fazer para melhorar a tosse?

Habitualmente, a tosse aguda é quase sempre inofensiva, melhorando por si, ao fim de três semanas e embora deve sempre consultar o médico sempre que a tosse seja mais prolongada, há pequenos gestos que o podem ajudar a aliviar a tosse:

  • Beber entre 6 a 9 copos de água por dia. Em alternativa pode beber chá. É importante manter o organismo hidratado quer em caso de tosse produtiva ou de tosse seca.
  • Se for fumador, deixe de fumar. Fumar é uma das causas mais comuns de tosse crónica. Para além de melhorar a tosse, deixar de fumar traz inúmeros benefícios para a sua saúde geral.
  • Experimente humidificar o ambiente, que favorece o amolecimento das secreções, facilitando a sua expulsão.
  • Ao dormir, opte por elevar a cabeça para aliviar a tosse durante a noite.
  • Experimente soluções caseiras, como o mel e o limão, para ajudar a lubrificar as vias respiratórias.

Quando devo consultar o médico?

Deve sempre procurar conselho médico se a tosse se fizer acompanhar de outros sintomas ou se for muito persistente. Tome nota:

  • Tosse com sangue sem qualquer motivo aparente;
  • Tosse acompanhada de muco de cor amarelada ou esverdeada;
  • Febre elevada;
  • Prolongamento da tosse por mais duas a três semanas;
  • Dor no ombro ou no peito, para além da tosse;
  • Presença de dificuldades respiratórias;
  • Perda de peso sem motivo aparente;
  • Rouquidão durante mais de três semanas com ou sem tosse associada;
  • Aparecimento de pequenos nódulos ou inchaço no pescoço ou acima das clavículas;
  • Sensação de mal-estar persistente.

O que tem de saber sobre os medicamentos de venda livre:

Existem xaropes e comprimidos para a tosse que se dividem em três grandes grupos: os expetorantes, os mucolíticos e os antitússicos.

Para a tosse produtiva estão indicados os expetorantes, uma vez que alteram a consistência do muco e aumentam o volume das secreções respiratórias, tornando mais fácil a sua eliminação.

Também para a tosse produtiva, pode ser indicado um xarope mucolítico. Este diminui a viscosidade e altera a estrutura do muco, facilitando a sua eliminação.

Para a tosse seca, recomendam-se os antitússicos, uma vez que atuam sobre o reflexo da tosse, suprimindo-a. Estes devem ser utilizados durante curtos períodos de tempo e apenas quando não é possível tratar a causa da tosse.

É muito importante que não utilize os expetorantes e os mucolíticos em conjunto com os antitússicos, já que os primeiros facilitam a eliminação das secreções, e os últimos impedem a sua expulsão ao inibir a tosse. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Projeto estuda resistências, novos fármacos e meios diagnósticos
O Instituto de Investigação em Ciências da Vida e da Saúde (ICVS) da Escola de Medicina da Universidade do Minho está a...

“O meu objetivo é poder contribuir para a redução do número de casos de morte por malária, em todo o mundo”, afirma Isabel Veiga, investigadora do ICVS, responsável pelo projeto. Os estudos desenvolvidos, com enfase na espécie mais mortífera Plasmodium falciparum, vão desde a descoberta e validação de fatores moleculares que levam à falência terapêutica, desenvolvimento de novos fármacos e, até mesmo, ao desenvolvimento de dispositivos diagnósticos para a doença.

“É importante realçar que os números têm vindo a diminuir desde as últimas duas décadas, com mais de um milhão de mortes reportadas no ano 2000. Este decréscimo, muito encorajador, deveu-se, entre outras medidas, ao uso da combinação terapêutica baseada na substância artemisinina. No entanto, é também de salientar que a presente realidade de resistência, reportada em 2008, à composição atualmente utilizada, pode estar a refletir-se no número de casos que temos atualmente, e que tem vindo a manter-se, desde 2015”, explica a investigadora, referindo que trabalhar em malária começou por ser uma oportunidade de estágio, que gostou e à qual se tem dedicado ao longo do últimos 16 anos.

“A verdade é que esta doença também me agarrou pelo coração, pois afeta maioritariamente crianças, com menos de cinco anos. Tive a oportunidade marcante de presenciar crianças em coma por malária, numa viagem de estudo em Uganda, África, em 2007.”

Isabel Veiga lembra, ainda, que Portugal já foi um país de malária e que, apesar de, atualmente, se tratar de uma doença de países tropicais e subtropicais, é de declaração obrigatória no nosso país. Portugal regista uma média de 200 casos importados por ano, maioritariamente em portugueses que estiveram em trabalho nos PALOP. “A malária torna-se assim uma doença com relevância de estudo para o nosso país. Em colaboração com alguns hospitais do Norte, tenho vindo a desenvolver um estudo de marcadores moleculares de resistência dos casos importados.”

A malária é uma doença provocada por protozoários do género Plasmodium. O parasita é transmitido através da picada do mosquito (género Anopheles). Uma vez no ser humano, os parasitas vão primeiramente multiplicar-se no fígado, passando posteriormente a infetar os glóbulos vermelhos do sangue. Além de febre, os sintomas da malária são variáveis, sendo os casos mais graves, inclusive morte, causados pela espécie Plasmodium falciparum.

Com duração de 2 semanas
O Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, anunciou ontem que já começaram os testes de segurança da aplicação...

“Começam hoje os testes de segurança da aplicação, que, segundo o Centro Nacional de Cibersegurança, terão uma duração de mais ou menos duas semanas”, adiantou o governante, ontem, em declarações aos jornalistas na conferência de imprensa de atualização dos dados da pandemia da COVID-19. 

Paralelamente, revelou Lacerda Sales, a Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) está a “trabalhar para garantir que o SNS 24 tem toda a informação necessária para dar resposta a questões relativamente à aplicação, bem como para garantir o seu encaminhamento em caso de necessidade”. 

O Secretário de Estado da Saúde afirmou que o trabalho continua a ser feito “com firmeza e convicção”. “Não podemos achar que o problema está resolvido quando temos ciclos mais positivos como é o atual. Só mantendo as medidas de proteção conseguimos prolongar no tempo esses resultados até haver tratamento ou vacina”, destacou. 

 

 

Covid-19
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já veio alertar que a disseminação do novo coronavírus estar a ser feita por pessoas com...

"A epidemia está a mudar", afirmou o diretor-regional da OMS para o Pacífico Ocidental, Takeshi Kasai, numa conferência de imprensa transmitida na internet, acrescentando que são as pessoas na faixa dos 20, 30 e 40 anos que estão a promover a disseminação da infeção. “Muitos não sabem que estão infetados e isso aumenta o risco de transmissão para os mais vulneráveis", adiantou.

"O que estamos a observar não é simplesmente um ressurgimento. Acreditamos que seja um sinal de que entramos numa nova fase de pandemia na Ásia-Pacífico", acrescentou Kasai.

A OMS frisa que a transferência da maioria dos casos para uma franja jovem da população põe em risco os grupos mais vulneráveis, onde se incluem os idosos e os doentes em áreas de grande densidade populacional.

A pandemia de COVID-19 já provocou pelo menos 770.429 mortos e infetou mais de 21,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde, morreram pelo menos 1.779 pessoas no contexto da COVID-19.

 

Descuido com medidas de proteção
A Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, alertou esta segunda-feira para a possibilidade de contágio da COVID-19 em contexto...

As declarações da especialista em saúde pública foram proferidas na conferência de imprensa de imprensa de atualização dos dados da pandemia da COVID-19, onde foi questionada sobre a situação na região Norte. 

“Todos nos recordamos que quando a epidemia começou, a região mais precocemente e mais intensamente afetada foi a região Norte. Depois apresentou acalmia, sobretudo quando comparado com a região de Lisboa, mas nunca deixou de ter casos”, recordou. 

Neste momento, adiantou, existem surtos. “O concelho de Vila do Conde tem sido particularmente afetado”, frisou, destacando que os surtos têm origem familiar e social. 

Graça Freitas aproveitou para chamar a atenção das famílias, porque é “muito fácil” no convívio familiar “termos algumas distrações que podem levar a contágio”. 

“Mesmo sendo da mesma família, vimos daquilo a que se chamam bolhas ou núcleos diferentes. Quando nos encontramos, basta uma dessas bolhas ter um caso infetado que pode propagar”, alertou. 

De acordo com o boletim epidemiológico publicado esta segunda-feira pela DGS, Portugal regista esta segunda-feira mais 103 casos de recuperação da COVID-19, o que eleva para 39.800 o número total de recuperados, ou seja, 73.4% do total de infetados. 

Desde março, foram confirmados 54.234 casos de COVID-19 em Portugal, o que representa um aumento de 123 em relação ao dia anterior (mais 0.2%). 

Por outro lado, o país acumula 1.779 óbitos (mais um do que ontem) relacionados com a pandemia da COVID-19.

 

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