Causa mais frequente de cegueira irreversível acima dos 60 anos
A Degenerescência Macular da Idade ou DMI é a causa mais frequente de cegueira irreversível acima do

A doença afeta a visão central. A visão central permite-nos ler, conduzir, reconhecer faces, perceber as cores e, em geral, desempenhar todo o tipo de atividade que exija uma visão do detalhe. Acima dos 50 anos, 1 em cada 7 pessoas pode revelar os primeiros sinais da presença desta doença, sendo em geral assintomáticas. Com o decorrer do tempo podem surgir problemas de definição, distorção da imagem (metamorfopsia) ou perda da visão central (escotoma). Entretanto, deve realçar-se que esta doença não produz perda total de visão. De facto, a maioria das pessoas com doença avançada mantém uma visão da periferia, a visão navegacional.

A prevalência (número total de casos) aumenta com o grupo etário, sendo de 15% dos 65 aos 74 anos, 25% dos 75 aos 84 anos e de 30% acima dos 85 anos. Embora a taxa de incidência (número de novos casos/grupo etário) não esteja a aumentar, o número total de casos está a aumentar devido ao envelhecimento acentuado da população portuguesa. Aplicando as supramencionadas taxas de prevalência por grupo etário aos dados da PORDATA para a população portuguesa, estima-se que haja cerca de 400.000 pessoas sofrendo de DMI em Portugal.

A DMI assume 3 estadios evolutivos: a forma precoce, a intermédia e a tardia. A forma precoce é assinalada pela presença na retina de pequenas formações de cor amarelada, os drusen, em pessoas geralmente assintomáticas. A forma intermédia caracteriza-se pela presença de drusen com maiores dimensões (acima de 125 µm ou 1/10 de milímetro) e de alterações pigmentares na retina, podendo ser igualmente assintomática. Só o médico oftalmologista poderá efetuar o diagnóstico da presença destas duas formas de doença numa consulta de rotina. A forma tardia pode ser de dois tipos: em 80-90% dos casos, uma forma de atrofia progressiva da retina com perda relativamente lenta da visão, embora possa ser relativamente acentuada em alguns casos; em 10-20% dos casos, uma forma exsudativa, com presença de vasos anormais na retina ou imediatamente abaixo dela, que promovem a sua perda de transparência e a sua destruição estrutural, condicionando uma perda acentuada da visão que pode ser muito rápida.

A prevenção assenta numa dieta normal, com presença de fruta e peixe e abstenção de fumar. Existe evidência sugerindo que certos complexos vitamínicos poderão ser eficazes no atraso da progressão da doença, mas deverão ser prescritos apenas nos casos de DMI intermédia. Pessoas cujos pais tiveram DMI possuem um risco aumentado.

As formas exsudativas serão até 20% das formas tardias, sendo a sua prevalência de 1% no grupo dos 55-65 anos e até 4,4% no grupo acima dos 75 anos, o que dará um número estimado de prevalência acima de 7000 doentes necessitando de tratamento. Como os doentes não tratados desenvolvem atrofia da retina e perda irreversível da visão, não é de surpreender que muitos doentes com forma atrófica possam ter tido no

passado uma janela de tratamento que, entretanto, passou. Por isso mesmo, não é de surpreender que se aplicarmos os dados da prevalência da DMI exsudativa aos dados populacionais da PORDATA esse número final possa ser quatro vezes superior.

O tratamento das formas exsudativas consiste na administração de fármacos anti-angiogénicos por injeções no olho (intra-vítreas). O resultado do tratamento depende do número de injeções administradas, devendo ser de 8 injeções, em média no primeiro ano (alguns doentes poderão ter que fazer mais injeções; outros menos) e de 5-6 injeções, em média, no segundo ano, existindo variabilidade entre doentes e entre as formas da própria doença exsudativa. A doença exsudativa pode ser do tipo 1 (membrana neovascular abaixo da retina), do tipo 2 (membrana neovascular acima da retina com atrofia), do tipo 3 (alterações vasculares na retina média) e ainda a chamada vasculopatia polipoide da coroide. É de admitir que em muitos doentes, mas não em todos, o número de injeções vá diminuindo ao longo dos anos. Mais importante que tudo, importa sublinhar que é crucial evitar recaídas da doença, o que implica mais atrofia e um certo grau de perda de visão irreversível. Tudo deve ser feito para evitar essas recaídas. Os medicamentos anti-angiogénicos administrados agem dentro do olho impedindo o crescimento dessas membranas neovasculares anormais e a consequente destruição da retina central, a mácula.

Um ponto fundamental é o atraso no diagnóstico da doença e no respetivo tratamento. Cerca de metade dos casos já se apresentam ao médico oftalmologista com visão abaixo da visão de leitura e 20% já se apresentam com apenas 10% de acuidade visual (20/200, 35 letras ETDRS). De facto, estes doentes perdem 5 letras numa escala de leitura ETDRS por cada duas semanas de atraso. Cerca de 76% dos doentes têm visão de um décimo ao fim de 3 anos, quer devido ao atraso de diagnóstico quer ao tratamento insuficiente. Quando se possui um olho com uma forma exsudativa, o segundo olho tem um risco de 4 a 19% por ano de ser também envolvido. Por consequência, é muito importante, não só a consulta regular com o médico oftalmologista, que deve ser tanto mais frequente quanto maior for o escalão etário a que se pertença, mas também a auto-monitorização com uma grelha de Amsler, que é aproximadamente, uma folha de um caderno de exercícios de matemática. A distorção ou interrupção ou encurvamento das linhas deverá motivar uma consulta imediata com o médico oftalmologista. Muito importante também é não faltar aos tratamentos. Sempre que essa ausência seja inevitável, é necessário reagendar o tratamento mediante contacto imediato com o médico ou o hospital sede do tratamento.

A grande maioria dos doentes com DMI exsudativa, se tratada convenientemente por forma a evitar recidivas, progride muito mais lentamente e poderá conservar o seu nível de visão de apresentação durante bastante tempo. Existe mesmo a possibilidade que entre 30 a 40% dos doentes possam melhorar a visão que apresentavam quando acorreram ao médico oftalmologista pela primeira vez.

Ler mais:

https://spoftalmologia.pt/wp-content/uploads/2015/10/Degeneresc%C3%AAncia-Macular-Ligada-%C3%A0-Idade.pdf

https://www.ger-portugal.com/retrievedocumentos.aspx?id=77

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Mediante inscrição
A amamentação é um momento muito especial que pode, contudo, gerar muitas preocupações e ansiedade às mães. Para saber como ter...

Na mesma sessão, a terapeuta da fala, e instrutora de Baby Signs, Carina Pinto vai ensinar os pais a comunicar com os seus bebés, antes de começarem a dizer as primeiras palavras.

Para promover uma gestação tranquila e um parto mais preparado, no dia 30 de julho, pelas 10h00, a enfermeira Carmen Ferreira, especialista em saúde materna e obstétrica e autora do blog “Bebé Saudável” e dos livros – “Estamos Grávidos! E agora?” e “Nascemos! E agora?” –, estará presente para ensinar as futuras mães a manterem-se ativas durante a gravidez.

O sono dos bebés é outro assunto que preocupa os pais, e o excesso de informação sobre o tema contribui para o aumento da ansiedade e da confusão junto das famílias. Para abordar os principais mitos sobre este tema, estará presente a psicóloga pediátrica, da ForBabiesBrain, Clementina Almeida.

Nestas duas sessões, as famílias vão ter ainda a oportunidade de conhecer as potencialidades das células estaminais e a sua aplicação terapêutica. Um especialista da Crioestaminal – o laboratório português líder em Células Estaminais e o único com acreditação internacional pela Association for the Advancement of Blood & Biotherapies (AABB) - vai explicar tudo sobre a utilização destas células em Portugal e sobre a adesão ao serviço de criopreservação.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas na plataforma dos eventos.

 

 

 

 

Estudo
No final de dezembro de 2020 iniciou-se a administração das primeiras vacinas contra a covid-19 em Portugal. Entre a crença...

O estudo, realizado entre 21 de abril e 10 de maio de 2021, incluiu um questionário online a 1062 professores (educação pré-escolar, ensinos básico, secundário e superior) e a 890 profissionais de saúde (médicos, farmacêuticos, enfermeiros e dentistas) e um questionário por entrevista telefónica assistida por computador a 602 idosos não institucionalizados.

O trabalho foi coordenado por Teresa Herdeiro, investigadora do Instituto de Biomedicina (iBiMED). A investigação foi também assinada por Tânia Silva e Marta Estrela, igualmente investigadoras daquela unidade de investigação da UA, e contou com a participação de Fátima Roque e de Vítor Roque do Instituto Politécnico da Guarda, de Eva Gomes, da Universidade do Porto, e de Adolfo Figueiras, da Universidade de Santiago de Compostela.

De uma forma geral, sublinha Teresa Herdeiro, “os resultados mostraram que quem tinha maior preocupação quanto à segurança e eficácia das vacinas, era também mais cético em relação à vacinação contra a covid-19”. Este dado foi transversal aos três grupos em estudo (profissionais de saúde, professores e população idosa).

“É igualmente importante salientar que os participantes no estudo que apresentavam maior confiança nas entidades e instituições de saúde, também apresentavam maior predisposição a aceitar a vacinação. Estes dados mostram a importância das instituições de saúde na transmissão da informação às populações”, alerta a investigadora.

Teresa Herdeiro revela que “embora a maioria dos participantes tivesse consciência dos benefícios da vacinação, uma pequena, mas significativa proporção dos inquiridos mostrou preocupação sobre a eficácia da vacina e seus efeitos indesejáveis, e alguns tencionavam recusar a vacinação”. De uma forma global, aponta, “os resultados obtidos neste estudo evidenciam uma elevada confiança da população na vacinação contra a covid-19”.

Tomar ou não tomar?

Cerca de 60 por cento dos profissionais de saúde e idosos e aproximadamente metade dos professores já tinham sido vacinados com a primeira dose, na altura da realização do estudo. Por outro lado, cerca de 10 por cento de todos os participantes referiram que não estavam dispostos a receber a vacina quando esta lhes fosse disponibilizada.

Embora os participantes estivessem conscientes do potencial da vacinação para pôr fim à pandemia da covid-19, principalmente através da prevenção da infeção e das complicações associadas, o estudo conclui que uma grande proporção dos inquiridos (superior a 30 por cento) se mostrou cética em relação a este resultado.

A hesitação na vacinação, aponta o trabalho, estava principalmente relacionada com a incerteza sobre a eficácia e possíveis efeitos indesejáveis da vacina, particularmente entre professores e profissionais de saúde (cerca de 50 por cento), e não com a origem do fabricante da vacina, salientando a necessidade de aumentar a confiança na vacina.

Mais de 75 por cento dos participantes consideraram as autoridades competentes como uma fonte de informação fiável relativamente à vacinação contra a covid-19.

O estudo conclui ainda que, enquanto cerca de 90 por cento dos professores e profissionais de saúde gostariam de ser testados quanto à resposta imunitária obtida após infeção por covid-19 ou vacinação, apenas cerca de dois terços dos idosos partilhavam o mesmo desejo.

Parceria entre Universidade Europeia e APIFARMA
Os estudantes dos vários níveis de ensino e investigadores da Universidade Europeia terão, a partir de agora, a possibilidade...

Esta colaboração permite, a estudantes e investigadores da Universidade Europeia, o acesso a instalações e equipamentos da indústria farmacêutica e a oportunidade de desenvolverem projetos colaborativos de âmbito nacional e internacional, com profissionais do setor. Haverá, igualmente, um reforço, valorização e alargamento de ofertas formativas especializadas, nomeadamente nas áreas de pós-graduação em domínios farmacêuticos, de gestão e regulação na indústria farmacêutica e de saúde baseada em valor. Com esta preparação técnica e profissional especializada prevê-se ainda, através deste protocolo, o alargamento do número de profissionais qualificados que poderão aceder a uma carreira na Indústria Farmacêutica e na área das Ciências da Vida.

“O estabelecimento desta parceria com uma organização como a APIFARMA, reconhecida pelo muito relevante trabalho desenvolvido na indústria farmacêutica, significa associar a Universidade Europeia a esta área e a um conjunto de empresas absolutamente fundamentais para o desenvolvimento do tecido empresarial português e, juntas, podermos elevar ainda mais a qualidade e inovação do ensino superior em Portugal. É mais um passo no caminho que a nossa instituição tem vindo a construir na área das Ciências da Saúde em Portugal, com o forte investimento que tem feito (tecnologia, inovação, capital humano e novos programas) e na dinamização do crescimento económico e social do nosso país”, destaca a Reitora da Universidade Europeia, Hélia Gonçalves Pereira.

Uma perspetiva acompanhada pelo presidente da APIFARMA, João Almeida Lopes, que acrescenta: “há muito que a APIFARMA sublinha a relevância do ensino superior para a dinamização da Ciência e da Economia em Portugal. A indústria farmacêutica nacional está muito motivada com este projeto que formará futuros profissionais mais completos e que eleva a qualidade e a eficiência do ensino aos padrões de referência internacionais. Sendo certo que a melhor aprendizagem é aquela que é adquirida com um conhecimento do contexto profissional, esta parceria é uma possibilidade única e que garantirá aos alunos da Universidade Europeia um desenvolvimento académico ímpar”.

Com este protocolo, a Universidade Europeia pretende dar continuidade ao reforço da sua capacidade de diferenciação no âmbito do ensino das Ciências da Saúde, tendo por base o conhecimento profundo que tem adquirido nos últimos anos, promovendo a indispensável ligação ao mundo real das entidades do terceiro setor e, desta forma, contribuir para a formação de profissionais qualificados para ir ao encontro das necessidades da sociedade portuguesa e ajudar ao enriquecimento da rede de ensino superior em Portugal.

Diligências
Lamentando a ocorrência de “eventos de índole comprometedora à prestação de cuidados de Emergência Médica”, a Sociedade...

“A Sociedade Europeia de Emergência Médica, tem vindo a acompanhar os desenvolvimentos dos Serviços Médicos de Emergência em Portugal e desde já lamenta que ocorram eventos de índole comprometedora à prestação de cuidados de Emergência Médica, como aqueles que temos assistido pela sua divulgação através dos órgãos de comunicação social”, escreve em comunicado.

“Do entendimento que detemos e depois das tentativas já levadas a efeito por diversas entidades, sem que qualquer efeito fosse produzido no sentido de colmatar as insuficiências funcionais e organizacionais dos Serviços Médicos de Emergência”, a Sociedade irá avançar com o pedido da criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito.

 

Saúde e bem-estar
A hidratação, a utilização de produtos com fórmulas que combinam vários elementos e o cuidado do cor

A Atida | Mifarma, plataforma online de saúde e bem-estar, sabe que adotar rotinas de autocuidado ajuda a melhorar o bem-estar e a saúde por dentro e por fora. Embora a prioridade nesta altura do ano seja “desligar” e descansar, é fundamental manter alguns hábitos de cuidado básicos durante as férias, pelo que a empresa preparou um guia de cuidados que pode pôr em prática durante estes meses, de forma rápida e fácil:

1. Utilizar produtos “all in one” para cuidar do rosto (e poupar tempo). Uma rotina de cuidados faciais fará com que sinta a pele do rosto muito mais cuidada, revitalizada e saudável. Para o fazer de forma eficiente e sem perder tempo de praia ou piscina, a Atida | Mifarma recomenda produtos que combinem vários elementos, como vitamina C, E e ácido hialurónico, aplicados diariamente, de preferência de manhã e à noite. Existem também fórmulas combinadas que incluem proteção SPF50 e que, para além de nutrir a pele, a protegem dos raios solares. Para além destes passos básicos, pode incluir na sua rotina séruns revitalizantes para sobrancelhas ou contornos de olhos, entre outros.

2. Manter o cabelo hidratado e cuidado. Isto é algo essencial durante todo o ano, mas especialmente durante os meses mais quentes, devido a fatores como a incidência do sol ou o efeito do cloro da piscina. Para cuidar deste ponto sem perder horas de descanso, existem diversas opções de champôs hidratantes que nutrem o cabelo e o couro cabeludo e proporcionam brilho e suavidade. Para complementar, é aconselhável aplicar séruns que estimulem a hidratação e reparação do cabelo.

3. Garantir uma pele saudável e resiliente para mitigar os efeitos do sol. A pele está constantemente exposta e precisa de cuidados diários para se manter saudável e resistente, sobretudo nos meses em que a exposição solar é maior. Pode optar por loções e géis corporais adequados para todos os tipos de pele que nutrem, hidratam e suavizam. No caso dos hidratantes, optar por aqueles com uma textura não oleosa e não gordurosa – são a solução ideal para o quotidiano, especialmente após o banho.

4. Evitar os calcanhares magoados. As sandálias, sejam planas ou de salto, são as rainhas desta época – mas, em conjunto com andar descalço na praia ou na piscina, podem afetar os seus calcanhares. As fissuras, secura, rugosidade ou simplesmente os pés cansados são situações típicas e é, por isso, aconselhável utilizar bálsamos com aloé vera, que aliviam os sintomas.

“Elaborámos este guia simples porque queremos continuar a ser o aliado de todos aqueles que procuram cuidar da sua saúde por dentro e por fora. Foi com este objetivo em mente que surgiu a Atida, uma marca própria da Atida | Mifarma que resolve as necessidades do dia-a-dia e pretende tornar as rotinas de cuidado pessoal mais fáceis e acessíveis,” afirma Verónica Núñez, farmacéutica da Atida I Mifarma. “A Atida não é apenas uma marca de beleza, mas uma opção viável para quem procura estar bem a todos os níveis, apresentando uma vasta gama de produtos que fazem parte da nossa rotina diária.”

 

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Dia Mundial do Cérebro assinalou-se no dia 22 de julho
As doenças neuromusculares incluem-se no grupo das doenças raras e englobam um conjunto alargado de

Estima-se que em Portugal existam mais de 5 mil doentes neuromusculares distribuídos pelas diferentes patologias, em alinhamento com os dados estatísticos internacionais disponíveis.

As doenças neuromusculares podem ser debilitantes, uma vez que destroem ou danificam os neurónios (células nervosas), impedindo que estes comuniquem com o cérebro. Perante este fator, assistimos a uma diminuição progressiva da qualidade de vida dos seus portadores.

Os portadores destas doenças podem ter sintomas, tais como fadiga e fraqueza muscular, que, normalmente, se vão agravando ao longo do tempo. Existem outros sintomas que dependem do tipo de distúrbio neuromuscular e da parte do corpo afetada, podendo apresentar-se em qualquer fase da vida.

Existem doenças neuromusculares que também apresentam envolvimento direto do sistema nervoso central, seja envolvimento do corno anterior da medula espinhal (como a Esclerose Lateral Amiotrófica), visual (como nas doenças mitocondriais) ou mesmo cerebral (doenças metabólicas). Outras afetam exclusivamente o sistema nervoso periférico.

Indiretamente, as doenças neuromusculares cursam frequentemente com dor, perturbações do sono, depressão, ansiedade e reduzem qualidade de vida dos nossos doentes e afetam o seu desempenho profissional e social.

Na sua grande maioria, estas doenças não têm, por enquanto, cura. No que diz respeito ao tratamento, acredita-se que os diversos problemas que afetam os doentes neuromusculares podem ser reduzidos através do apoio das equipas multidisciplinares, que permitirá alcançar um diagnóstico precoce e um tratamento mais adequado.

Por outro lado, os portadores de doenças neuromusculares que recebem diagnósticos tardios ou carecem de apoio experienciam crescentes problemas médicos e sociais, como resultado, os cuidados continuados são de extrema importância.

Desta forma, é importante que os sintomas não sejam ignorados e que as consultas não sejam adiadas. Cuide da saúde do seu cérebro.

 

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O ovo contém nutrientes muito benéficos para o cuidado da pele e do cabelo
O ovo é um dos alimentos mais consumidos em todo o mundo – contudo, o que talvez não saiba é que é t

Fonte natural de proteína e nutrientes, o ovo pode ajudar a aumentar a densidade, luminosidade e suavidade do cabelo. É também um forte aliado do cuidado do rosto, pois ajuda a combater pontos negros, acne e inchaços, para além de hidratar e acalmar a pele, sendo aconselhado no tratamento de queimaduras.

Uma rotina completa à base de ovo

1. Máscara facial

A clara de ovo tem propriedades únicas para tonificar e iluminar o rosto, já que elimina as impurezas que se acumulam nos poros e pode ser aplicada em qualquer tipo de pele.

1.1. Peles oleosas ou com tendência acneica

O ovo é o aliado perfeito para as peles oleosas, limpando a pele de forma completa e tratando o acne sem alterar o pH. Pode reduzir eficazmente o excesso de óleo com a aplicação de uma máscara adequada, que atue de forma eficaz sem danificar a pele ou a secar.

1.2. Peles secas

O ovo ajuda a hidratar a pele em profundidade e é, por isso, recomendado para peles secas e desidratadas. Os especialistas recomendam a utilização de fórmulas com ovo e azeite, como um creme de hidratação intensa, que deverá ser aplicado de manhã e/ou à noite com uma massagem suave, para garantir total absorção.

1.3. Peles muito secas

Para nutrir a pele em profundidade, aconselha-se uma máscara especial feita com 1 clara de ovo, 15g de iogurte natural ou azeite e 10g de casca de laranja ralada. A mistura deve atuar no rosto durante 10 a 15 minutos e, depois de enxaguar, deve aplicar-se um creme hidratante.

2. Eliminar os papos dos olhos

A clara de ovo é um dos melhores ingredientes naturais para tratar os papos nos olhos, pois reduz visivelmente a inflamação. Um creme de contorno de olhos que contenha este ingrediente poderá ser muito útil.

3. Condicionador para o cabelo

Para obter um cabelo macio, maleável e brilhante, recomenda-se a utilização regular de um amaciador que contenha, para além de ovo, azeite ou óleo de coco.

4. Máscaras capilares

4.1. Para combater a caspa

Basta bater claras numa tigela e adicionar algumas gotas de sumo de limão. Aplique o resultado no couro cabeludo com uma massagem suave e deixe repousar durante 30 minutos. Depois de enxaguar, lave o cabelo com o seu champô habitual.

4.2. Para cabelos oleosos

A clara de ovo é um grande aliado para cabelos oleosos, já que combate o excesso de sebo e regula o pH do couro cabeludo sem afetar a produção de óleos naturais. Nada como aplicar uma máscara capilar com limão e ovo para ajudar a combater este problema.

4.3. Para cabelos secos

Os cabelos secos e sem brilho têm muito a ganhar com um champô que contenha clara de ovo e leite de coco, oferecendo os nutrientes de que o cabelo necessita para se regenerar.

4.4. Para cabelos baços e caídos

Acrescentar ovo e limão ao seu champô pode ajudar muito a aumentar o brilho e volume do cabelo, restaurando a sua vivacidade.

“O ovo tem propriedades fantásticas para promover a saúde e equilíbrio da pele e do cabelo, pelo que podemos e devemos incluí-lo na nossa rotina de higiene e cuidado,” afirma Reme Navarro, farmacêutica e Business Strategy da Atida para o Sul da Europa. “Na Atida | Mifarma queremos apoiar todos, através da nossa oferta e aconselhamento, para que estes hábitos possam ser facilmente incorporados nos momentos de autocuidado, sem esforços adicionais.”

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2,6 mil milhões de dólares de investimento em 2021
De acordo com um estudo da consultora Evaluate Medtech, o setor das tecnologias da saúde investiu 17.200 milhões de dólares em...

Até 2028, a tendência será para continuar a investir em I&D, acompanhando as necessidades em saúde a nível mundial. Segundo o estudo da Evaluate Medtech, a  Medtronic, à semelhança do que tem acontecido nos últimos anos, será a empresa que mais investirá em investigação e desenvolvimento nos próximos seis anos, com uma previsão de 3,4 mil milhões de dólares (3,37 mil milhões de euros) investidos até 2028, o que representará cerca de 7,7% das vendas.

Até 2020, o investimento da Medtronic em investigação e desenvolvimento totalizou os 2,5 mil milhões de dólares (2.478 milhões de euros), sendo que o valor foi ultrapassado em 2021, com o investimento total nesta área a chegar aos 2,6 mil milhões de dólares (2.577 milhões de euros), representando 8,3% das vendas.

“É com muito orgulho que constatamos que a nossa liderança não se manifesta apenas em market share, mas também no investimento em investigação e desenvolvimento de novas soluções tecnológicas para a saúde. O nosso objetivo é melhorar e salvar vidas através da inovação das tecnologias de saúde. Para tal, colaboramos com profissionais de saúde e doentes, permitindo uma participação conjunta na solução terapêutica e colaborando na literacia e no desenvolvimento do conhecimento da saúde em geral”, afirma Luís Lopes Pereira, diretor-geral da Medtronic Portugal.

Relativamente a vendas, a consultora indica que a Medtronic - que em 2021 liderou o mercado - continuará em primeiro lugar, aumentando a sua quota de mercado.

Em 2020, as 10 maiores empresas de tecnologia em saúde investiram 15 mil milhões de dólares (14.869 milhões de euros) em novas tecnologias, um investimento que em 2021 voltou a crescer. Segundo a Evaluate Medtech, a tendência será para que este investimento se mantenha, mas com uma redução ao longo dos próximos seis anos.

Saúde e Beleza
A bichectomia é uma cirurgia realizada para remover a Bola de Bichat, tecido gorduroso presente na f

Qual o objetivo da cirurgia?

Segundo o dentista, o procedimento é feito por pacientes que procuram um afinamento da face, criando a sensação de que a pessoa está mais magra.

“Também vale lembrar que ele é indicado para pessoas que mordem as bochechas com frequência por terem um maior volume de tecido nessa região”, disse.

Como a cirurgia é realizada?

Conforme o dentista, são realizadas incisões dentro da boca de 1 a 2 cm, com anestesia local, com ou sem sedação.

“A gordura é tracionada e retirada. Geralmente é um procedimento super-rápido, que dura cerca de 40 minutos. O inchaço é variável para cada paciente, mas normalmente dura cerca de uma semana.”

Podem existir complicações?

Ajuz explicou que existem algumas complicações possíveis, como: sangramento, infeções, e outras mais específicas, porém igualmente raras.
“Diante disso, é sempre muito importante confiar no profissional com quem você realizará seu procedimento, seja ele qual for. O seu tempo de trabalho, as outras cirurgias que ele realizou. Vivemos em uma época em que apenas a rede social vale, mas quando falamos de saúde e beleza, devemos olhar muito além disso”, finalizou.

 

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Enfermeiro especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica
António Fernando Salgueiro Amaral é novo Presidente da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), eleito ontem (dia 20...

O docente, que tomará posse brevemente, assume a liderança da instituição, no último mandato exercida pela professora Aida Maria de Oliveira Cruz Mendes que, por limite de idade, não se recandidatou ao lugar.

Competência, compromisso e cooperação são palavras-chave – de resto, também o título – de um programa de ação, sufragado pelo Conselho Geral da ESEnfC, através do qual Fernando Amaral elege como prioridades a integração na Universidade (por direito próprio e agora também ancorado no início da oferta do doutoramento, programa de 3º ciclo ministrado em colaboração), a valorização do ensino, da cooperação e da internacionalização, o incentivo à investigação e a criação de uma escola aberta para o mundo.

«Garantir as condições para que nenhum estudante fique para trás em razão de condicionalismos económicos e ou sociais, consolidar a marca ESEnfC no panorama nacional e internacional e promover a Escola como um ambiente de estudo cultural e socialmente cativante e promotor do bem-estar para todos» são compromissos do professor coordenador da ESEnfC.

Por outro lado, o novo Presidente eleito assume «o propósito de uma gestão pelo conhecimento e na conciliação trabalho e vida particular, que permita desocultar os talentos de cada um dos profissionais e maximizá-los, não apenas para que a escola obtenha benefício, mas também para a criação de um ambiente onde cada um se sinta realizado profissionalmente e com maior satisfação e bem-estar».

Além deste «compromisso de trabalhar com todos», com uma candidatura a ocorrer «num tempo de grande imprevisibilidade», Fernando Amaral propõe-se «garantir a transição digital/tecnológica, promovendo a conceção de um verdadeiro sistema de informação, de modo a reduzir trabalho e esforço aos vários níveis da organização, evitando trabalho redundante, menor pegada ecológica, maior eficiência e mais satisfação».

Quem é Fernando Amaral Professor coordenador na ESEnfC, enfermeiro especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica, com a opção de controlo de infeção, o novo Presidente da ESEnfC possui o curso de Pedagogia Aplicada ao Ensino de Enfermagem e o curso de Direção Estratégica de Instituições do Ensino Superior na Cátedra UNESCO da Universidade Politécnica de Catalunha. É mestre em Gestão e Economia da Saúde pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (UC) e doutor em Gestão de Empresas, na especialidade de Estratégia e Comportamento Organizacional, também pela UC, onde realizou uma tese centrada na efetividade dos cuidados de Enfermagem.

Fernando Amaral foi, também, investigador principal de alguns projetos de investigação financiados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, pela União Europeia e pela Ordem dos Enfermeiros.

Na carreira docente desde 1988 – ingressou na Escola de Enfermagem de Bissaya Barreto –, o atual coordenador do Gabinete de Relações Nacionais e Internacionais da ESEnfC já ocupou os cargos de presidente e vice-presidente do Conselho Científico, do Conselho Pedagógico. Fez, ainda, parte do Conselho Geral nos últimos tês mandatos. O Presidente da ESEnfC é eleito pelo Conselho Geral, órgão de governo composto por 25 membros: 14 representantes dos professores e ou investigadores, três representantes dos estudantes, um representante do pessoal não docente e sete personalidades externas de reconhecido mérito. A eleição é feita por voto secreto, requerendo uma maioria absoluta do número estatutário dos membros do Conselho Geral.

O Presidente da ESEnfC é o órgão superior de governo e de representação externa da instituição e a ele compete a condução da política da Escola, presidindo igualmente ao Conselho de Gestão. O mandato do Presidente tem a duração de quatro anos, sendo-lhe vedada a possibilidade de cumprir além de dois mandatos consecutivos.

Prémio de 100 mil euros
O prazo para entrega das candidaturas à 20ª edição do Prémio BIAL de Medicina Clínica termina no último dia de agosto.

Promovido pela Fundação BIAL, o prémio tem um valor de 100 mil euros e o trabalho vencedor será também publicado em livro.

As candidaturas serão analisadas por um júri independente presidido por Manuel Sobrinho Simões que, para além do vencedor, poderá ainda atribuir, no máximo, duas menções honrosas no valor de 10 mil euros cada.

O Prémio BIAL de Medicina Clínica visa galardoar uma obra intelectual original, de índole médica, com tema livre e dirigida à prática clínica, que represente um trabalho com resultados de grande qualidade e relevância. Não são elegíveis trabalhos publicados sob a forma de artigos, livros ou teses, e, pelo menos um dos autores, tem de ser médico nacional de um país de expressão oficial portuguesa.

Desde o seu início, o Prémio BIAL já distinguiu 105 trabalhos de 302 autores, tendo sido editadas e distribuídas gratuitamente aos profissionais de saúde 41 obras premiadas, num total de mais de 320.000 exemplares.

No total, foram analisadas 686 obras candidatas de 1.742 investigadores, médicos e cientistas de 20 países.

Para além de Manuel Sobrinho Simões, o júri inclui João Bessa (Escola de Medicina - U. Minho), Jaime Branco (Faculdade de Ciências Médicas | Nova Medical School | U. Nova de Lisboa), Filipe Caseiro Alves (Faculdade de Medicina - U. Coimbra), Miguel Castelo-Branco (Faculdade de Ciências da Saúde - U. Beira Interior), Altamiro da Costa Pereira (Faculdade de Medicina - U. Porto), Henrique Cyrne Carvalho (Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar - U. Porto), Helena Leitão (Faculdade de Medicina e Ciências Biomédicas - U. Algarve)e José Melo Cristino (Faculdade de Medicina - U. Lisboa).

O regulamento, formulário de candidatura e mais informação sobre esta edição estão disponíveis aqui.

Entrevista | Dr. Miguel Costa e Silva
Do total de casos diagnosticados, estima-se que a entre 20 e 30% dos doentes com Psoríase sofram de

Considerada uma doença sistémica, estima-se que a psoríase afete cerca de 300 mil portugueses. Uma vez que ainda é mal compreendida, começo por lhe perguntar que doença é esta e a que sinais devemos estar atentos?

A psoríase é uma doença dermatológica crónica, de caráter inflamatório, imuno-mediada e de ocorrência universal. Esta doença pode-se manifestar de várias formas.  A variante mais comum, a psoríase em placas, manifesta-se por placas eritematosas e descamativas, cobertas por escamas esbranquiçadas a prateadas, envolvendo preferencialmente os cotovelos, joelhos, região lombo-sagrada e couro cabeludo, associando-se frequentemente a prurido e escoriações resultantes do ato de coçar. Existem, no entanto, outras formas de psoríase: palmoplantar, gutata (ou em gotas que se caracteriza por pequenas manchas vermelhas bem individualizadas), inversa (ocorre sobretudo nas pregas da pele), pustulosa, eritrodérmica (inflamação atingindo mais de 90% da superfície corporal) e artropática (artrite psoriática). Podíamos falar de psoríases, e não apenas na psoríase.

A partir de que idade podem surgir as primeiras manifestações da doença? Quais as faixas etárias mais atingidas?

A psoríase ocorre em aproximadamente 2% da população mundial, afetando ambos os géneros de forma semelhante. Embora se possa manifestar em qualquer idade, tem uma incidência bimodal, ou seja, apresenta dois picos de incidência: a maioria dos casos ocorre entre os 15 e os 30 anos, havendo um segundo pico entre os 50 e os 60 anos de idade.

Apesar das causas exatas ainda permanecerem desconhecidas, quais os fatores de riscos associados a esta doença? E quais as principais complicações?

Apesar da etiologia da doença não ser totalmente conhecida, reconhece-se o papel da hereditariedade, dos fatores ambientais e do sistema imunológico no desenvolvimento desta patologia. Estão descritos vários genes que conferem risco ou suscetibilidade para a doença e existe história familiar em cerca de um terço dos casos. A interação entre os fatores genéticos, ambientais e o sistema imunitário desencadeia uma sequência de eventos que culminam na expressão clínica da doença.

Quais as comorbidades mais comuns da psoríase?

A psoríase é uma doença inflamatória crónica e sistémica, o que significa que é uma doença que se manifesta na pele, mas isso é apenas a ponta do iceberg. Há um processo inflamatório sistémico, dos vasos, das articulações e de alguns órgãos o que torna a psoríase um fator de risco independente para comorbilidades cardiometabólicas (diabetes mellitus, resistência à insulina, obesidade, hipertensão arterial, dislipidemia, síndrome metabólica) e para o aparecimento de aterosclerose precoce que se vai traduzir num risco superior de eventos cardiovasculares (enfarte agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral), comparativamente à população geral. Para além disso os doentes com psoríase têm uma maior incidência de comorbilidades psiquiátricas (como depressão e ansiedade), artrite psoriática, doença inflamatória intestinal, uveíte e esteatose hepática não alcoólica, além da maior prevalência de hábitos tabágicos e alcoólicos.

Por conseguinte, é crucial que o dermatologista reconheça precocemente estas comorbilidades, que podem ter um impacto significativo na sobrevida dos doentes e influenciar as opções terapêuticas.

O que pode ativar ou agravar os sintomas da doença?

Estímulos exógenos, tais como infeções víricas e bacterianas (como por exemplo infeção VIH e amigdalites estreptocócicas), medicamentos (betabloqueadores, o lítio, fármacos antimaláricos, etc) traumatismos na pele, queimaduras solares, tempo frio e seco, mas também o estado imunológico do indivíduo e o stress, em doentes geneticamente predispostos podem promover as manifestações da psoríase. Além dos fatores de risco já referidos o tabagismo, a obesidade e o alcoolismo também podem agravar a psoríase.

O que determina a gravidade da doença? O que caracteriza os quadros de psoríase moderada a grave, por exemplo?

Em 70 a 80 por cento dos casos, as manifestações da psoríase são ligeiras. No entanto, a psoríase pode ter diferentes graus de gravidade que é objetivamente baseada nas características das lesões, extensão de pele envolvida, e o compromisso que a doença exerce sobre a qualidade de vida do doente. O índice de severidade e área da psoríase (PASI) é o mais utilizado para avaliar a gravidade da patologia em ensaios clínicos, tendo em consideração o eritema, a espessura e o grau de descamação das lesões, bem como a área da superfície corporal envolvida. A psoríase diz-se grave quando o PASI é superior a 10. Esta avaliação, devido à sua complexidade, nem sempre é realizada na prática clínica, sendo a psoríase clinicamente classificada como ligeira se as lesões atingirem menos de 2% da superfície corporal, moderada caso envolvam 2 a 10% e severa quando atinge mais de 10%. O outro método é o índice dermatológico de qualidade de vida (DLQI), no qual são colocadas perguntas ao doente para avaliar o impacto da doença na vida do mesmo. A psoríase diz-se grave quando o DLQI é superior a 10.

Neste sentido, em que consiste o seu tratamento? Que opções terapêuticas se encontram disponíveis? E quais os principais desafios quanto a esta matéria?

No sentido estrito da palavra, não existe cura para a psoríase. Contudo, existem tratamentos disponíveis que possibilitam uma resolução de grande parte (ou até de todas) as manifestações psoriáticas permitindo melhorar a qualidade de vida dos doentes.  Os tratamentos tópicos - que incluem cremes, pomadas e champôs - geralmente são suficientes para o controlo das formas ligeiras de psoríase e são um complemento importante dos tratamentos sistémicos nas formas mais graves. Para os casos de maior gravidade ou em situação de resistência aos tratamentos locais, existem soluções na forma de fototerapia, que recorre à radiação ultravioleta A ou B, medicamentos orais ou injetáveis que incluem retinóides, imunomoduladores e imunossupressores. Casos graves e selecionados podem recorrer a medicamentes biológicos. Apesar de sujeitos a protocolos de prescrição específicos (pelo seu custo superior) são opções extremamente eficazes e seguras, desprovidas de toxicidade cumulativa e específica de órgão, que bloqueiam de forma seletiva as células e mediadores inflamatórios envolvidos na patogénese da psoríase garantindo grande probabilidade de controlo da doença. Constituem, à data, a maior revolução no tratamento da psoríase.

O que explica o subtratamento da psoríase moderada a grave? O que falha?

O subtratamento na psoríase é um problema bem conhecido e a satisfação com o tratamento entre aqueles que vivem com psoríase é frequentemente citada como sendo modesta, na melhor das hipóteses.

No entanto, atualmente temos disponível uma gama ampla de tratamentos eficazes para a psoríase e muitos doentes e até médicos não Dermatologistas desconhecem a possibilidade de atingir 100% de remissão. É certamente necessária uma maior consciencialização do paciente sobre as opções de tratamento disponíveis. Além disso, uma fonte segura e confiável de educação do paciente pode ajudar a combater a desinformação que influencia as decisões dos pacientes.

Enfrentar os problemas de conscientização e desinformação requer uma educação eficaz do paciente.

Após o diagnóstico, que cuidados deve o doente ter?

Gerir o carácter flutuante, crónico e altamente impactante da doença é muito difícil sem ajuda especializada. Além, claro, do tratamento diário da pele, um estilo de vida saudável, com um regime alimentar adequado, exercício físico regular, abstinência de consumo de tabaco ou bebidas alcoólicas, pode ajudar no combate à psoríase. A gestão destes fatores comportamentais, bem como o cumprimento rigoroso do tratamento instituído, são fundamentais. Por fim, o doente poderá sempre recorrer ao seu dermatologista para dúvidas que possam surgir, quer sejam relativas à doença, bem como ao tratamento. É numa relação médico-doente sólida que reside o sucesso do controlo da psoríase.

Qual o impacto da doença na qualidade de vida e na saúde mental de quem convive com a psoríase?

A psoríase, pelas suas características é frequentemente conhecida como a doença dos “três nãos”, uma vez que não mata, não contagia, mas, não tem cura. Sendo, portanto, uma doença crónica que afeta predominantemente a pele, fica à vista de todos e isso pode causar grande impacto na qualidade de vida que se faz sentir tanto a nível físico como emocional, social, profissional e económico. A nível físico, a doença origina sintomas como o prurido, o ardor, a sensação de desconforto, a dor na pele e nas articulações e a incapacidade funcional. A nível psicoemocional, podem ser notórios sintomas de ansiedade, raiva, frustração, baixa autoestima, inibição, constrangimento, tristeza, solidão, depressão e maior frequência de ideação suicida. A nível interpessoal, sexual e social, foca-se a estigmatização, a discriminação, o isolamento, a rejeição social, a menor tendência para procurar relacionamentos, a disfunção sexual e a diminuição da participação em atividades desportivas e sociais. A nível profissional, está demonstrado que a psoríase contribui para absentismo laboral, afeta as oportunidades de emprego e as perspetivas de carreira e associa-se a menor produtividade. Do ponto de vista económico, é de prever que a psoríase se associe a avultadas despesas pagas pelos doentes (consultas, tratamentos, produtos para cuidado da pele) e a sobrecarga financeira para o sistema de saúde.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sociedade Portuguesa de Oftalmologia alerta
Na semana em que se assinala o Dia Mundial dos Avós (26 de julho), a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) alerta para a...

Segundo dados oficiais da Organização Mundial da Saúde (OMS), a DMI é a principal causa de cegueira nos países desenvolvidos e a principal causa de perda grave de visão depois dos 50 anos de idade. Em Portugal estima-se que 12% das pessoas, neste grupo etário, sofram de DMI e que cerca de 1% apresentam a forma avançada da doença.

“Os principais fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento da DMI são a idade, a genética e o tabagismo. Uma vez que a cegueira é uma das consequências mais graves provocadas por esta doença, é fundamental um diagnóstico precoce e um acompanhamento regular do médico oftalmologista para que se consigam implementar as estratégias de prevenção e tratamento mais adequadas, de modo a evitar danos irreversíveis na visão dos doentes”, destaca Rufino Silva, médico oftalmologista e presidente da SPO.

No entanto, a DMI tem a particularidade de em fases precoces poder evoluir silenciosamente e ser praticamente assintomática, o que traz alguns desafios acrescidos ao diagnóstico. Nesta fase inicial, as pessoas não conseguem perceber que existem lesões maculares e apenas a observação do médico oftalmologista vai permitir fazer o diagnóstico correto e determinar o risco de cada doente desenvolver formas avançadas da doença.

“O fator tempo é determinante nos casos de DMI, uma vez que a doença vai progredindo e pode levar a alterações da visão de contraste, da visão das cores e da visão em ambientes com má luminosidade, por exemplo. Com o progredir desta patologia, o doente poderá ficar incapacitado para várias situações da vida diária, tais como ler, escrever, ver as horas, conduzir, entre outras. Por este motivo, a SPO alerta para que todas as pessoas com mais de 50 anos, caso notem distorção das imagens acompanhadas de um ponto preto, consultem imediatamente um especialista para que se inicie os tratamentos o mais rápido possível”, reforça ainda o presidente da SPO.

Existe atualmente tratamento para as formas húmidas da doença nas que é realizado através de injeções intraoculares e pode evitar a perda visual progressiva. Esta terapêutica é eficaz e que pode ser necessária manter por vários anos.

Para reduzir o risco de desenvolvimento de DMI, ou retardar a sua progressão, recomenda-se a adoção de hábitos de vida saudável, como evitar fumar; praticar exercício físico regularmente; manter uma dieta rica em frutas e vegetais; monitorizar os níveis de tensão arterial e colesterol; toma de vitaminas e antioxidantes quando indicadas e o acompanhamento regular de um médico oftalmologista a partir dos 50 anos.

Para mais informações sobre DMI, consulte: https://spoftalmologia.pt/wp-content/uploads/2014/03/degenerescencia_macular_da_idade.pdf

Dia 23 de julho
A obesidade infantil, infelizmente, é um problema que está a tomar alguma proporção, em Portugal. Por isso, sensibilizar a...

Esta iniciativa, inserida no Movimento S, atingiu no decorrer deste ano letivo cerca de 50.000 crianças com o filme Dimensão S, e comemora o impacto pedagógico e a capacidade do projeto para introduzir boas práticas e alterar os comportamentos dos jovens, no âmbito de um estilo de vida saudável.  

Diverso e recheado de atividades lúdicas a partir das 10h da manhã.

Promovido pela Filmideia, o roadshow teve início a 8 de julho na Festa da Juventude, em Lagoa. O projeto tem o Alto Patrocínio do Presidente da República e conta com o apoio de diversas entidades, como: DGE, CONFAP, AEEP, ABAE, Associação 5 ao Dia, Cinemas NOS, Águas de Portugal, Porto Editora, CPE Clínicas, Oculista das Avenidas, Strong Tribe, Fundação BF, DGE, CONFAP, AEEP, ABAE, Associação 5 ao Dia, Cinemas NOS, entre outros, já a comunicação está a cargo da agência Creative Minds.  

Este projeto é divido em três momentos, o lançamento do filme Dimensão S, um roadshow pelo país e a grande novidade: a estreia de uma série televisiva ‘’Movimento S’’. A série ‘’Movimento S’’ contará com a participação de várias caras conhecidas, entre elas, Carolina Patrocínio, Tia Cátia, Isabel Zibaia, Nuno Queiroz Ribeiro, Ricardo Pereira, Vírgul, Ann Luísa de Castro, Tia Cátia, Miguel Costa, Margarida Serrano, João Frizza e mais.  

 

Recomendações
A chegada das temperaturas quentes é sinónimo de sol, campos com flores, praia, piscina e momentos d

As alergias de exterior são muitas vezes designadas por sazonais, uma vez que os sintomas aparecem apenas em determinadas épocas do ano, quando as árvores e as plantas polinizam. Uma alergia é uma resposta exagerada do sistema imunitário desencadeada com a exposição a agentes – alérgenos – normalmente encontrados no exterior, como o pólen de flores ou árvores, fungos, ácaros, insetos, pelos de animais, entre outros.

Para aproveitar o verão de forma mais tranquila e saudável, existem alguns cuidados que o podem ajudar a aliviar os sintomas de alergia, tais como:

  1. Deixar os sapatos à entrada de casa;
  2. Trocar de roupa e lavar bem as mãos e o rosto, quando chegar da rua;
  3. Tomar um duche rápido à noite – Recomenda-se tomar banho antes de ir para a cama, o que ajuda a eliminar possíveis alérgenos que estejam agarrados à sua pele e cabelo;
  4. Manter a casa limpa – Mesmo que faça limpeza com frequência, a acumulação de pó em casa é inevitável. O ideal é que dedique, todos os dias, 10 minutos do seu dia a limpar o pó e a aspirar o chão, para reduzir a exposição a este alérgeno;
  5. Lavar as roupas de cama em água quente (pelo menos a 60ºC);
  6. Monitorizar os níveis de humidade em casa – Os ácaros e fungos desenvolvem-se em ambientes quentes e húmidos. Por essa razão, se possível, adquira um higrómetro para medir a humidade da sua casa. Caso o nível de humidade esteja superior a 50%, use um desumidificador para reduzir os valores.
  7. Consultar o Boletim Polínico diariamente;
  8. Ter sempre à mão o seu anti-histamínico – As alergias podem surgir subitamente, e por isso, mesmo com todas as precauções, é importante assegurar que leva consigo um anti-histamínico sem efeito sedativo. Desta forma, se os sintomas de rinite alérgica se manifestarem fortemente, pode tomar um comprimido e continuar a aproveitar o seu dia;
  9. Ensinar às crianças as causas e consequências das suas alergias – As crianças têm mais facilidade em distraírem-se e esquecerem-se de cuidar das alergias. Por este motivo, é importante que fale com eles e lhes explique os sintomas mais comuns das suas alergias e o que as pode desencadear. Assim, as crianças ficam a saber como agir para reduzir os seus sintomas e estarão mais atentas para os estímulos que as provocam.

Os sintomas mais comuns das alergias de exterior são o corrimento nasal, espirros, olhos lacrimejantes e com comichão; prurido (comichão) e congestão nasal. Em caso de dúvida, pode consultar um alergologista e fazer um teste às suas alergias, como um teste de sensibilidade cutânea, para identificar a causa dos seus sintomas alérgicos e assim saber o que os desencadeia.

Fonte: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Anualmente, morrem cerca de 2 mil portugueses com este tumor
A Associação Portuguesa de Doentes da Próstata (APDP), com o apoio da Bayer, acaba de lançar um questionário, dirigido a...

O lançamento deste questionário é uma das iniciativas que fará parte da campanha promovida pela Bayer por ocasião do mês de sensibilização para o cancro da próstata que se assinala em novembro, juntamente com o movimento MOVEMBER. Ao longo destes meses estarão a ser recolhidos dados, em diferentes dimensões, sobre a temática do cancro da próstata, para posteriormente serem divulgados em parceria com a APDPróstata, com a Associação Portuguesa de Urologia (APU) e a Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO).

Em Portugal, o número de novos casos por ano foi estimado em cerca de 6.700, com uma mortalidade aproximada de 2.000 doentes por ano e é neste contexto que a realização deste inquérito à população que sofre de cancro da próstata é um primeiro passo essencial para avaliar o que pode ser feito de diferente, ou melhor, nas diferentes fases que antecedem a opção de tratamento escolhida, quer seja no processo de diagnóstico, quer seja na fase de referenciação.

Joaquim Domingos, presidente da APDPróstata e sobrevivente de cancro da próstata, realça “Esperamos conseguir muita adesão na resposta a este questionário por parte dos homens que sofrem deste tumor, tendencialmente com mais de 50 anos, para em conjunto com os vários intervenientes na área da saúde identificarmos o que pode ser melhorado – prioritariamente no sistema nacional de saúde que está acessível a todos – para aumentar cada vez mais o diagnóstico precoce e deste modo permitir opções de tratamento que impactem o menos possível a qualidade de vida destes doentes”.

Para mais informações consulte o seu médico assistente e para participar no questionário clique aqui: https://cawi.spirituc.com/index.php/265929?lang=pt

 

 

Diploma vai "criar as condições para a estabilização dos médicos" no SNS
O Conselho de Ministros aprovou, esta semana, um diploma para criar as condições de estabilização das equipas médicas das...

Segundo Marta Temido, o diploma, “por um lado, vai criar as condições para a estabilização dos médicos das equipas dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e, por outro, criar um regime remuneratório para o trabalho suplementar realizado por médicos para assegurar o funcionamento dos serviços de urgência desses mesmos hospitais”.

De acordo com a ministra, este diploma tem “duas vias” para assegurar estes objetivos, entre as quais a atribuição às administrações dos hospitais do SNS da autonomia para celebrarem contratos de trabalho sem termo com especialistas que pudessem ser prestadores de serviços e que sejam necessários para o funcionamento dessas unidades de saúde.

A segunda via prevê a atribuição aos conselhos de administração de autonomia para a remuneração de forma específica do trabalho suplementar prestado pelos médicos do quadro dos hospitais para garantir o “normal funcionamento dos serviços de urgência”, disse Marta Temido.

Os valores foram definidos em 50 euros por hora a partir da hora 51 e até à hora 100 de trabalho suplementar, 60 euros a partir da hora 101 e até à hora 150 e 70 euros a partir da hora 151 de trabalho suplementar, disse Marta Temido.

Além disso, os médicos especialistas do mapa de pessoal das instituições do SNS, quando tenham um valor por hora determinado pela carreira, categoria e posição remuneratória superiores aos 50, 60 ou 70 euros por hora, “podem beneficiar de um acréscimo de 15% ao respetivo valor/hora”, afirmou a ministra.

De acordo com Marta Temido, para os médicos internos que integrem as escalas de urgência, o diploma aprovado pelo Governo permite que 50% dos valores referidos (50, 60 e 70 euros) possam ser abonados ou, caso seja mais favorável, que possam receber uma majoração de 10% sobre o seu valor/hora na categoria e posição remuneratória.

Está ainda prevista a possibilidade de atribuição de ajudas de custo e despesas de transporte nas situações em que os postos de trabalho distem entre si 30 quilómetros ou se situem em concelhos distintos, quando os médicos se deslocam de um para outro hospital, para assegurar o funcionamento em rede das urgências.

Final decorre em setembro
Um produto na área da saúde que garante maior celeridade a detetar a posição da sonda nasogástrica que permite o acesso à parte...

Intitulado Easy Check Tube, o projeto classificado em primeiro lugar, apresentado pelo estudante de enfermagem da ESEnfC, Hugo Félix (que contou com a colaboração da professora Rosa Melo, enquanto tutora), vai receber o prémio regional monetário de 2 mil euros, que ajudará a iniciar a implementação empresarial deste produto.

De acordo com o estudante Hugo Félix, o produto a desenvolver terá como vantagens a prevenção de situações como a pneumonia de aspiração, o refluxo gástrico e outras complicações respiratórios e traumáticas. Além de que aumenta o conforto do utente e tem um baixo custo de produção.

Em segundo e em terceiro lugar nesta fase regional do Poliempreende, realizada na ESEnfC, ficaram os projetos Traqueobreathe (produto para realizar, simultaneamente, aspiração de secreções e oxigenação em doentes traqueostomizados) e BactriGloves (produto que permite minimizar a disseminação de uma bactéria multirresistente).

Apresentados, respetivamente, pelas estudantes Daniela Marques de Almeida e Maria João Fernandes, vão receber, também, prémios pecuniários, no valor de 1.500 euros e de mil euros. Estes três projetos de ideias de negócio foram apreciados por um júri constituído por Aida Cruz Mendes (Presidente da ESEnfC), Áurea Andrade (enfermeira diretora do CHUC), Nuno Barbosa (Vygon Portugal), Nuno Mendonça (professor e coordenador da UC Business), e Pedro Maranha (professor na Coimbra Business School).

Em setembro de 2022, o projeto vencedor na ESEnfC vai concorrer com os principais projetos de vocação empresarial de cada um dos institutos politécnicos do país, que se vão defrontar na final do Concurso Nacional Poliempreende, a decorrer em Beja.

O Poliempreende é um concurso de ideias e planos de negócios que visa promover a cultura empreendedora no seio de instituições de ensino superior politécnico, fomentando a criação de empresas baseadas no conhecimento e, assim, contribuindo para o desenvolvimento regional.

 

Financiamento inédito na área dos cuidados paliativos a nível europeu
Chama-se PAL-CYCLES - PALliative Care Yields Cancer welLbEing Support e, em Portugal, é coordenado pela investigadora da...

Muitos doentes com cancro incurável e na última fase das suas vidas deixam o hospital com muito pouca informação e com uma grande incerteza sobre como aceder e receber cuidados paliativos de excelência. Consequentemente, esta situação pode levar a uma redução da qualidade de vida, hospitalizações desnecessárias, sobrecarga dos familiares e sofrimento insuportável, que de outra forma poderiam ter sido prevenidos. É precisamente para fazer face a esta realidade que o projeto está a ser desenvolvido para, mais tarde, poder ser aplicado em contexto real.

“Estamos a investigar se uma transição ótima de cuidados pode ser facilitada desde os cuidados hospitalares aos cuidados comunitários, de modo a que os doentes possam permanecer no domicílio durante mais tempo, recebendo cuidados paliativos de elevada qualidade, resultando numa melhor qualidade de vida para doentes com cancro em fase avançada e no fim de vida e seus familiares, promovendo uma comunicação compassiva sobre temas eticamente sensíveis, diminuindo hospitalizações desnecessárias e minimizando o sofrimento”, explica Sandra Martins Pereira, investigadora do Centro de Estudos em Gestão e Economia (CEGE) da Católica Porto Business School e coordenadora em Portugal do projeto em questão. 

A nível de números, o projeto vai receber 5.5 milhões de euros ao longo dos próximos 5 anos, com mais de meio milhão de euros atribuídos à Universidade Católica Portuguesa. A nível prático, as bases do programa de transição de cuidados paliativos ‘PAL-CYCLES’ foram desenvolvidas num estudo previamente realizado nos Países Baixos, que será agora mais desenvolvido e ajustado à realidade de outros países europeus, incluindo Portugal. A equipa portuguesa implementará assim uma série de estudos e avaliará os desafios éticos, socioculturais e políticos inerentes à transição de cuidados paliativos e implementação do programa.

No caso português, este trabalho será desenvolvido pela Universidade Católica Portuguesa, mais concretamente através do CEGE, da Católica Porto Business School, que participará em todas as atividades do projeto, assumindo uma posição de liderança e de coordenação de um work package sobre “Ethical, sociocultural and Policy Analysis” (Análise Ética, Sociocultural e Política). Os próximos passos passarão por participar ativamente no desenho e implementação de todas as atividades de investigação e formação, em articulação com os parceiros clínicos em Portugal.

Sobre o objetivo maior do projeto, Sandra Martins Pereira, perita em investigação em ética em cuidados paliativos e em fim de vida na Universidade Católica Portuguesa, salienta que “o desafio com o ‘PAL-CYCLES’ é facilitar uma comunicação centrada na pessoa doente e a continuidade e integração de cuidados paliativos no contexto comunitário, bem como melhorar a prestação de cuidados de saúde de elevada qualidade às pessoas com doença oncológica em fase avançada e em fim de vida, que necessitam cuidados paliativos, dentro e através de países europeus com uma grande variedade de sistemas de saúde e diferentes modelos de financiamento, organização e prestação de serviços de saúde”.

Outro ponto que faz deste projeto algo inédito é a sua dimensão internacional, interdisciplinar e intersectorial, uma vez que inclui parceiros de nove países europeus, nomeadamente, Bélgica, Inglaterra, Alemanha, Hungria, Polónia, Portugal, Roménia, Espanha e Países Baixos, aportando o know-how e os contextos diferenciados que lhe conferem esta tridimensionalidade. Outro ponto de destaque é o facto de que será implementado através de diferentes países europeus que têm uma grande variedade de sistemas de saúde e distintos modelos de financiamento, organização e prestação de serviços de saúde. Em Portugal, do ponto de vista clínico, o projeto será implementado em contextos de prestação de cuidados oncológicos do sistema público, incluindo a Região Autónoma dos Açores. 

A nível metodológico, vale ainda referir que todos os doentes, familiares e profissionais envolvidos nos estudos clínicos terão acesso à intervenção do programa PAL-CYCLES, o que, além de ser mais uma vez algo inédito, ajudará a diminuir iniquidades no acesso a cuidados e programas de elevada qualidade. 

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