Dia Mundial das Hepatites assinala-se a 28 de julho
A Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF) está a promover uma ação de consciencialização sob o mote “A Hepatite...

“Com esta iniciativa pretendemos alertar para a importância de prevenir e tratar precocemente estas doenças. Quanto mais cedo forem detetadas, melhores as chances de viver uma vida longa e saudável. O não tratamento da hepatite B e C implicará a evolução para Cirrose Hepática, e nalguns casos, o desenvolvimento de doenças mais graves, tais como o Cancro do Fígado”, explica José Presa, presidente da APEF.

E acrescenta: “Atualmente, a taxa de cura para a Hepatite C situa-se em 97 por cento, sendo fundamental que o diagnóstico seja feito atempadamente. Os medicamentos inibem a multiplicação do vírus da Hepatite B, mas conseguimos eliminar o vírus da Hepatite C, e, desse modo, reduzir as lesões causadas ao fígado. Na maioria das vezes, o tempo é o melhor amigo do tratamento das Hepatites. Não adie a consulta ao seu médico”.

A Hepatite é uma doença evitável, tratável e, no caso da Hepatite C, é curável. As hepatites virais B e C afetam 325 milhões de pessoas em todo o mundo, causando 1,4 milhões de mortes por ano.

Em Portugal, estima-se que existam aproximadamente 50 mil doentes, a maioria por diagnosticar. Os principais afetados são os consumidores de drogas injetáveis e as pessoas que receberam transfusões de sangue antes de 1992. Pode evoluir para doença hepática grave, sendo uma das principais causas de cancro do fígado e uma das mais importantes causas de cirrose (25 por cento dos casos). A gravidade e o prognóstico da Hepatite variam consoante o tipo de Hepatite e as comorbilidades já existentes. Os tratamentos são simples, rápidos e sem custos para o doente.

 

Estudo
Um estudo liderado pela Fundación Lucha contra las Infecciones em conjunto com o IrsiCaixa AIDS Research Institute e a Gerencia...

Esta investigação, realizada com amostras de saliva de pessoas infetadas que foram tratadas em centros de cuidados primários, confirma a capacidade do CPC de romper a membrana do vírus. O estudo permitiu demonstrar in vivo que o SARS-CoV-2 perde a sua capacidade infeciosa uma vez que com a membrana destruída não consegue penetrar nas células. Portanto, os colutórios com CPC podem ser uma ferramenta a considerar na prevenção contra a infeção causada pelas diversas variantes do coronavírus. São comercializados, em Portugal, alguns produtos com CPC na sua composição, tais como alguns dos colutórios da Dentaid: Vitis Orthodontic, o Vitis Gingival, o Halita ou o Perio-aid.

“Concluir que um colutório com CPC tenha uma atividade contra o SARS-CoV-2 é uma notícia muito boa, pois o uso desse colutório poderá reduzir a transmissão do vírus entre as pessoas”, celebra a Dra. Andrea Alemany, pesquisadora da Fight Against Infections Foundation e a primeira autora do estudo.”

A Dra. Núria Prat, Diretora dos Cuidados Primários da Área Metropolitana Norte do ICS, destaca o papel destes centros em investigações deste tipo: “o facto de se ter acesso direto a grandes amostras de pessoas e o trabalho conjunto entre profissionais de

Medicina Geral e Familiar, Enfermagem e Medicina Dentária, permitiu o trabalho de campo necessário para a realização do estudo”.

Um relatório recente da Organização Mundial de Saúde (OMS) enfatiza o importante papel que a saúde oral desempenha na manutenção de um bom estado de saúde geral, incluindo por exemplo a sua relação com a Doença Cardiovascular e a Diabetes. “Os resultados deste estudo permitem-nos confirmar que os cuidados com a saúde oral podem também ajudar prevenir a propagação do Sars-Cov-2”, conclui o Dr. Joan Gispert, diretor de I+D+i da DENTAID.

Metodologia do estudo

Este estudo, publicado na revista científica Journal of Dental Research, é o resultado de um ensaio clínico aleatório, duplo-cego, paralelo e controlado por placebo, que foi realizado em 19 centros de cuidados primários da região metropolitana do Nord de Catalunya durante os meses de fevereiro a junho de 2021. Participaram 118 adultos com infeção assintomática por SARS-CoV-2 ou com sintomas leves de COVID-19, nos quais a quantidade de vírus (na saliva?) com capacidade infeciosa foi analisada através do teste ELISA. "Com este teste, ao contrário do PCR, podemos avaliar a capacidade do CPC em romper a membrana do vírus uma vez que ele deteta as proteínas do nucleocapsídeo do SARS-CoV-2”, explica a Dra. Nuria Izquierdo-Useros, investigadora principal do IrsiCaixa e coautora do artigo. As equipas de Medicina Dentária dos centros de cuidados primários foram responsáveis pela realização dos procedimentos do estudo, com a coordenação da equipa de pesquisa da Fundação de Combate às Infeções. Por outro lado, todas as amostras foram analisadas no departamento de Microbiologia do Laboratório Clínico da Metropolitana Nord e na IrsiCaixa.

Um hábito saudável

As conclusões do estudo apontam para que a utilização de colutórios com CPC pode ser adicionada a outras estratégias para evitar a disseminação do SARS-CoV-2, especialmente agora que as medidas de proteção, como o uso de máscaras, está em declínio.

Shaping the Future of Health
A transformação digital na área da saúde, os desafios em nutrição e as novas abordagens na prática clínica de medicina dentária...

A transformação digital na área da saúde foi o tema do primeiro dia destas jornadas, com uma primeira sessão dedicada às “Oportunidades na Transição Digital da Saúde” que, com a participação de Hugo Marques (head of sales and operations@digital & automation da Siemens Healthineers) e de João Correia Louro (fundador e CEO da Newbridge Digital), e moderação de José Mendes Ribeiro (coordenador do curso de especialização Digital Health da Universidade Europeia), permitiu compreender de que forma a digitalização da saúde permite juntar novas competências e ferramentas, como a análise de dados, a inteligência artificial e a IoT para otimizar o desempenho de dois segmentos essenciais da atividade do setor: a prática clínica e a eficiência da gestão.

A segunda sessão, dedicada ao tema do “Valor em Saúde” concluiu que as propostas de valor envolvem todos os stakeholders da saúde - financiadores, prestadores e fornecedores - criando compromissos de todas as partes de forma a garantir a melhoria da saúde dos cidadãos. Estas propostas na saúde deverão, por isso, ser centradas nos cidadãos, sãos e doentes, cobrindo ações de prevenção, de literacia, de cuidados e de gestão da saúde, de acordo com Francisco Rocha Gonçalves (head of market access and public affairs na Sanofi) e Luís Drummond (board member Lusíadas Saúde), numa conversa conduzida por Luís Lopes Pereira (coordenador do curso de especialização Valor em Saúde da Universidade Europeia).

No domínio da Nutrição, o segundo dia foi dedicado às “Atualizações e Desafios em Nutrição”, uma sessão conduzida por Alexandra Bento, bastonária da Ordem dos Nutricionistas e coordenadora da área de nutrição da Universidade Europeia, com a participação de Graça Ferro (diretora do serviço de nutrição da unidade local de saúde do Alto Minho) e de Luján Soler (professora de nutrição da Universidad Europea de Madrid e presidente do Colégio Profissional de Dietistas-Nutricionistas da Comunidade de Madrid), onde foi destacado o papel fundamental da nutrição na saúde, consolidando-se com uma importante área dentro desta.

Neste dia debateu-se a forma como os alimentos, e as doenças associadas aos maus hábitos alimentares, estão intimamente relacionados com o risco de maior ou menor gravidade na doença e, como é importante reconhecer a preocupação crescente relacionada com a emergência das redes sociais como principais meios de consumo de informação das camadas mais jovens.

Novas abordagens na Prática Clínica de Medicina Dentária deu o mote ao último dia das jornadas. Nesta sessão foi discutida como, ao longo dos tempos, a cirurgia oral tem apresentado uma evolução nas técnicas e conceitos ao nível da regeneração óssea. A mesma foi conduzida por Paulo Maia (coordenador da área de Medicina Dentária da Universidade Europeia) e contou com a presença de profissionais com larga experiência clínica e académica, nomeadamente, Alvaro Farnós Visedo (médico dentista graduado em implantologia pela Universidade de Lomalinda, Los Angeles), Helena Costa (professora e médica dentista, doutorada pela Universidade Internacional da Catalunha) e José Silva Marques (médico dentista, doutorado pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar e especialista em cirurgia oral pela Ordem dos Médicos Dentistas).

“A forte adesão que temos vindo a notar neste tipo de iniciativas reforça a importância do trabalho que temos desenvolvido e ao qual é necessário dar continuidade. É neste sentido que a Universidade Europeia tem apostado em formação, investigação e em infraestruturas que nos irão permitir o desenvolvimento de um projeto de qualidade na área das Ciências da Saúde em Portugal”, afirma Lourdes Martin, diretora executiva da área de Ciências da Saúde da Universidade Europeia.

As Ciências da Saúde representam uma área estratégica para a Universidade Europeia, na qual tem investido e promovido um processo inovador de educação integrada, através da qual os estudantes, das diferentes áreas disciplinares, adquirem conhecimentos e competências, de forma partilhada, tendo em vista as experiências futuras, ao longo da sua vida profissional, assente num Modelo Académico inovador, centrado na aprendizagem experiencial e transversal a todas as áreas da instituição e evidenciado nesta área de conhecimento.

 

Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira
O Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira está a implementar um projeto inovador de transporte pneumático de medicamentos...

Este sistema, que alia as potencialidades do PharmaTrac, uma solução que valida a administração de medicação por leitura de código de barras, a um sistema de tubagem para transporte pneumático de medicamentos, tornará possível a rastreabilidade integral dos fármacos, desde que estes são expedidos da farmácia, até ao momento em que são administrados aos utentes. Para além da segurança potenciada por este processo, aumentará também a disponibilidade dos profissionais de saúde que se encontram à cabeceira do utente, para outras tarefas associadas à prestação de cuidados. 

Este projeto, que visa a integração de sistemas na área do medicamento, resulta de uma parceria entre o CHUCB e a empresa BIQ Health Solutions. 

Onda de calor e incêndios
Perante a atual onda de calor que está a atingir Portugal, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), através da Comissão de...

A exposição prolongada a temperaturas elevadas é prejudicial à saúde, em geral, e, em particular, ao aparecimento ou descompensação das doenças respiratórias. A agudização de doenças respiratórias crónicas é frequente neste período, constatando-se também o aparecimento de doenças agudas, como as broncopneumonias, que não acontecem somente no Inverno.

Vários estudos demonstram que, nos dias de calor excessivo, ocorre um aumento da mortalidade, sobretudo por doenças respiratórias e cardiovasculares. Na época de Verão, principalmente nos dias de temperaturas muito elevadas, associada à poluição automóvel, é produzida uma grande quantidade de ozono que contribui para a descompensação das doenças respiratórias crónicas em ambientes urbanos. Já nos meios rurais, esta altura do ano é marcada por incêndios que libertam grandes quantidades de poluentes com repercussões importantes na qualidade do ar e com consequências gravosas na saúde das populações expostas.

Para prevenir complicações respiratórias nestes dias de temperaturas mais elevadas e durante os incêndios, a SPP divulga um conjunto de recomendações para a população.

10 Conselhos para minimizar os riscos respiratórios durante os incêndios:

  1. Proteja boca e nariz com máscara ou lenços húmidos.
  2. Permaneça no interior das habitações, mantendo as portas, janelas e tampas de lareiras fechadas. Se necessário, tapar frinchas existentes com panos molhados.
  3. Utilize sistemas de purificação de ar, se os tiver. Se tem ar condicionado, deve acionar a opção de recirculação de ar (não utilize aparelhos elétricos se o incêndio é na sua habitação ou no seu prédio. Nesse caso, saia imediatamente da habitação).
  4. Se precisar de ir para a rua, numa zona com fumo, utilize um pano molhado para tapar o nariz e a boca.
  5. Se a temperatura estiver muito elevada dentro de casa e se não tiver ar condicionado, procure outro abrigo ou tente ser evacuado para uma zona com menos fumo.
  6. Se permanecer em casa, não fume, não acenda velas nem qualquer aparelho que funcione a gás ou a lenha. Evite tudo o que puder aumentar a poluição dentro de casa.
  7. Se tem de atravessar de carro uma zona com fumo, mantenha as janelas e os ventiladores fechados. Se o carro tiver ar condicionado, ligue-o em recirculação.
  8. Perante uma atmosfera com fumo, respire devagar, controle-se e não entre em pânico.
  9. Deve ter consigo a medicação de socorro (SOS) e usá-la, caso necessário. Se tiver ou mantiver as queixas, deve recorrer ao médico ou ao serviço de urgência mais próximo.
  10. As pessoas que sofrem de doença grave ou de outra situação que as debilite nas situações de calor, não devem colaborar no combate aos incêndios.

5 Conselhos para os dias de temperaturas elevadas:

  1. Evite permanecer no exterior e exposto ao sol, sobretudo entre as 11 e as 17 horas.
  2. Use roupas frescas e largas, sem grande exposição da superfície corporal ao sol. Opte por tecidos naturais, como algodão, e cores claras. Tecidos sintéticos não são recomendados.
  3. Hidrate-se bem (atenção às crianças e aos idosos): beba sobretudo água ou sumos de fruta natural, bebendo mesmo sem ter sede, evite bebidas alcoólicas, gaseificadas, com cafeína, ricas em açúcar ou quentes.
  4. Faça atividade física com reservas e nunca se esqueça da hidratação: os exercícios devem ser feitos em horários com menos intensidade de radiação e em local fresco e deve tentar sempre repor os sais minerais e o sal.
  5. Esteja atento aos sintomas de agudização de doença crónica de que sofra: tome diária e corretamente a sua medicação, siga os conselhos do seu médico e consulte-o se houver agravamento das queixas.
Reforçar o ensino na área das Ciências da Saúde
A Universidade Europeia e o Fórum Saúde para o Século XXI acabam de estabelecer uma parceria com o objetivo comum de reforçar o...

Visando a aplicação do conhecimento e da evidência científica para melhoria da qualidade e segurança dos cuidados de saúde prestados à população, o estabelecimento desta parceria prevê o alargamento do número de profissionais qualificados que acedem a uma carreira universitária, a inclusão das atividades de ensino, docência e formação profissional pós-graduada, tendo em vista a valorização e melhoria contínua do desempenho profissional e o incremento das atividades de investigação através da promoção de um crescente número de projetos de dimensão nacional e internacional.

“O Ensino Superior assume particular importância na dinâmica de crescimento económico e social de um país, através da elevação da qualidade e eficiência do ensino ao nível dos padrões de referência internacionais. A Universidade Europeia tem feito um investimento significativo na área de Ciências da Saúde em Portugal (tecnologia, inovação, capital humano e novos programas), agora reforçado com o know-how e o networking do Fórum Saúde para o Século XXI”, salienta a reitora da Universidade Europeia, Hélia Gonçalves Pereira.

“Procuramos estabelecer pontes entre a academia e o mundo real. O protocolo que assinamos com a Universidade Europeia é um bom exemplo disto, representa um importante passo no sentido de aproximarmos o conhecimento científico à prática do dia a dia de quem trabalha na saúde.”, acrescenta Andrea Lima, diretora executiva do Fórum Saúde para o Século XXI.

O Fórum Saúde para o Século XXI é uma organização que tem por missão a promoção do diálogo e da cooperação entre todas as pessoas e organizações que atuam nas áreas da saúde, da educação e da ação social, e que se tem assumido como um dos principais promotores de todas as iniciativas que inspirem mais saúde nas políticas públicas, procurando agregar os esforços desenvolvidos pelos diferentes atores, sejam eles do setor público, privado ou social.

Com o conhecimento profundo que tem adquirido nos últimos anos, a nível ibérico, através da abordagem One Health (Saúde Humana, Animal e Ambiental) e de um vasto portefólio de programas (Biomedicina, Veterinária, Medicina Dentária, Meio Ambiente e Sustentabilidade, Nutrição, entre outros), esta é uma área estratégica para a Universidade Europeia que pretende fortalecer a sua capacidade de diferenciação no âmbito do ensino das Ciências da Saúde e, desta forma, ajudar ao enriquecimento da rede de ensino superior em Portugal, formando profissionais qualificados para ir ao encontro das necessidades da sociedade portuguesa.

Médica alerta
Catarina Peixinho, do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Pedro Hispano, dá cinco conselhos para prevenir e evitar...

Nos períodos mais quentes, como no verão, as Infeções do Trato Urinário (ITU) nas mulheres parecem ser mais frequentes, sendo a principal causa desta associação a desidratação (suor e respiração), alerta a médica Catarina Peixinho, do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Pedro Hispano. A especialista explica que as infeções acontecem quando esta desidratação “não é compensada devidamente pela maior ingestão de líquidos, o que gera menor produção de urina, e mais concentrada”.  

A ginecologista chama ainda a atenção para o aumento da humidade na região íntima durante o verão (transpiração, uso de biquínis, etc.), que fomenta uma maior proliferação de microrganismos. Por isso recomenda que as mulheres tenham “um cuidado redobrado com a hidratação (2 litros de água/dia), bons hábitos de higiene durante as micções, bem como micções mais frequentes, além de um trânsito gastrointestinal regularizado e a preferência pela utilização de roupa íntima de algodão como forma de prevenir as ITU”.   

De acordo com Catarina Peixinho a ITU é uma das infeções bacterianas mais incidentes no adulto, com elevados custos para a sociedade. “Considera-se infeção urinária, a presença de bactérias que promovem doença em qualquer parte do sistema urinário (rins, ureteres, bexiga), com exceção da uretra, que poderá ser colonizada com flora normal, como os lactobacilos e as neisserias não patogénicas”. A especialista salienta que os microrganismos podem chegar ao aparelho urinário por via hematogénea ou linfática, mas a via habitual é a ascendente, com origem no reservatório intestinal.  

Fatores de risco 

As mulheres apresentam uma prevalência maior, principalmente “devido a fatores fisiológicos, como a maior proximidade da uretra feminina ao ânus e o facto de ser uma uretra muito mais curta do que a masculina”, explica Catarina Peixinho. Acrescenta que, “em mulheres jovens, os maiores fatores de risco para cistite são atividade sexual recente ou frequente, uso frequente de espermicida nonoxinol-9 (presente em alguns preservativos) e antecedente de ITU”. Mas existem ainda outros fatores que aumentam o risco de ITU: as alterações na flora vaginal devido à gravidez ou menopausa, uso de antibióticos, alterações no esvaziamento vesical e problemas estruturais no trato urinário.  

Pico de incidência entre os 18 e os 30 anos 

Segundo a ginecologista, é difícil determinar em Portugal a incidência real da ITU adquirida na comunidade, mas “estima-se que 50 a 60% apresentará, pelo menos, um episódio ao longo da sua vida”. Quanto ao pico de incidência de infeções não complicadas do trato urinário baixo em mulheres “observa-se entre os 18 e os 30 anos, coincidindo com a idade de máxima atividade sexual na mulher e idade fértil”. Nas mulheres em fase de pós-menopausa, embora seja mais difícil estimar o número de infeções urinárias, calcula-se que, “aos 70 anos, 15% das mulheres apresentem bacteriúria assintomática, número que aumenta para 30-40% em mulheres hospitalizadas/instituições de geriatria e praticamente para os 100% em portadoras de sonda urinária permanente”.  

Diagnóstico e tratamento 

Catarina Peixinho adianta que “a história clínica é o instrumento mais importante para se fazer o diagnóstico de cistite aguda não complicada e deve ser apoiada por um exame objetivo orientado, podendo associar-se a uma análise de urina (tira-teste, urocultura)”. Os principais sintomas são o aumento da frequência e urgência em urinar, ardor ou dor ardor em cada ida à casa de banho, urina turva e com mau cheiro, dor na região púbica e sangue na urina.  

A médica sublinha que “a diferenciação entre cistite complicada e não complicada é vital devido aos aspetos relacionados com a evolução clínica e a escolha e duração da antibioterapia”. Explica que, nos últimos anos, em Portugal, a E. coli tem mostrado elevada resistência às quinolonas e ao cotrimoxazol, o que provavelmente se deve ao elevado consumo destes antibióticos.  

“A fosfomicina e a nitrofurantoína, têm sido os antibióticos recomendados como primeira linha no tratamento de cistites não complicadas, revelando um elevado perfil de sensibilidade por parte da E. coli”, acrescenta. Mas avisa que estes podem prejudicar também as bactérias benéficas para o nosso organismo e levar a um círculo vicioso de infeção, tratamento e reinfeção. 

Por isso, frisa que “há um interesse crescente em métodos alternativos de prevenção das infeções do trato urinário e alternativa aos antibióticos”. Dá como exemplo o consumo de cranberrys, D-manose e o uso de probióticos contendo lactobacilos, que ajudam arestaurar a microbiota vaginal em mulheres com tendência para infeções urinárias. Diversos estudos sugerem que os probióticos podem prevenir a adesão, o crescimento e a colonização de bactérias uropatogênicas. 

Outra possibilidade é a utilização de uma vacina capsular oral composta por fragmentos de 18 estirpes de E. coli para as mulheres que não desejam utilizar antibióticos, ou quando os mesmos não se revelarem eficazes. 

CINCO CONSELHOS PARA O VERÃO 

  1. Hidrate-se bem. Como está calor e transpiramos mais é importante repor a perda de líquidos. É uma boa forma de prevenir infeções urinárias.  
  2. Não adie a ida à casa de banho. A falta de hidratação aliada a uma urina mais concentrada faz aumentar o risco de uma infeção. Por isso, quando a bexiga der sinal, vá à casa de banho. 
  3. Faça uma alimentação rica e variada. Junte às boas escolhas alimentares cranberrys e probióticos contendo lactobacilos para prevenir as infeções. Um bom trânsito intestinal também é importante para o sistema urinário. 
  4. Deixe secar bem o fato de banho ou biquíni antes de se vestir e sair da praia para evitar humidade excessiva na região íntima. Prefira roupa íntima de algodão em vez da sintética. Evite roupas muito apertadas. 

Escolha produtos adequados para lavar a zona íntima. Uma higiene excessiva ou o uso de produtos inadequados que podem causar irritação ou favorecer o aparecimento de infeções. Evite produtos antissépticos e opte por soluções de lavagem suaves sem sabão. Deve lavar-se bem (de frente para trás) e secar-se cuidadosamente. Se necessário, aplicar um cuidado calmante. Durante a menstruação troque os pensos ou os tampões com regularidade.

“Volta ao Cérebro em 4 Dias!"
De 26 a 29 de julho, estudantes de licenciatura e de mestrado vão poder frequentar a escola de verão “Volta ao Cérebro em 4...

Com foco nas Neurociências, a iniciativa “dá uma oportunidade de aproximar a investigação que se faz no CIBIT/ICNAS da comunidade académica, no contexto da translação da ciência básica para a aplicação”, explica o diretor do Centro de Imagem Biomédica e Investigação Translacional e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), Miguel Castelo-Branco.

A escola de verão vai contar com diversas atividades, como oficinas práticas, conversas com investigadores e palestras, que vão permitir aos estudantes perceber como se faz investigação na área das Neurociências, contactando, nomeadamente, com as diferentes técnicas usadas para estudar o funcionamento do cérebro e com investigadores.

Durante os quatro dias de formação, vão ser abordadas diversas temáticas, nomeadamente comunicação de ciência, ensaios clínicos, envelhecimento, publicação científica ou doenças neuropsiquiátricas. O diretor do CIBIT e docente da FMUC acrescenta que “as temáticas abordadas são eminentemente interdisciplinares, da neurociência cognitiva, às interfaces homem-máquina, imagem médica molecular e os estudos de intervenção terapêutica”.

A formação é aberta a estudantes de várias áreas do saber, como Biomédica, Engenharia, Psicologia, Física, Medicina, Biologia e Bioquímica, mas também a outras áreas que dialoguem com as Neurociências. Miguel Castelo-Branco adianta que “este tipo de iniciativa permite aos participantes ter uma modalidade de treino e aquisição de conhecimentos diferente, mais orientada para a aquisição de competências de investigação, incluindo práticas experimentais”. O docente da Universidade de Coimbra destaca ainda que as competências adquiridas durante a escola de verão “podem ser muito úteis para uma futura escolha de carreira, não necessariamente de investigação, pois são dados exemplos de aplicações em várias áreas da Biomedicina, Psicologia e Engenharia Biomédica”.

Os quatro dias de atividade presencial vão decorrer no Polo III da Universidade de Coimbra.

Mais informações sobre o programa e as inscrições da escola de verão estão disponíveis em https://cibit-uc.github.io/summerschool/.

Em debate
Nos dias 7 e 8 de Julho em Siena (Itália), a GSK reuniu 65 especialistas em imunologia, vacinologia, epidemiologia e...

Investigação científica recente demonstrou que as alterações climáticas, a perda da natureza e a saúde humana estão profundamente interligadas. Os dados mostram que a ameaça de doenças infecciosas está a crescer à medida que as alterações ambientais estão a exacerbar os problemas de saúde respiratória, aumentando a propagação de doenças como a malária e fomentando a resistência antimicrobiana. Esta evidência realça a importância da prevenção de doenças na construção da resiliência sanitária, através da utilização e distribuição equitativa de vacinas e intervenções ambientais.

Para abordar estes desafios e procurar encontrar soluções, as sessões plenárias e discussões dos grupos de trabalho dos especialistas vão concentrar-se em debater os seguintes temas:

  • Como podem as vacinas mitigar os efeitos das alterações ambientais?
  • Desenvolver estrategicamente vacinas para prevenir a transmissão de doenças humanas-animais
  • Dar prioridade aos agentes patogénicos para o desenvolvimento de vacinas para a resistência antimicrobiana (AMR)
  • O papel das vacinas na proteção da diversidade microbiana
  • Como assegurar o acesso equitativo às vacinas no futuro
  • Maximizar o impacto das vacinas nos objetivos de desenvolvimento sustentável

"Com as questões de saúde global a tornarem-se cada vez mais graves, à medida que o ritmo das mudanças ambientais acelera, a prevenção de doenças está a tornar-se cada vez mais importante. As vacinas têm um papel fundamental na resposta a estas ameaças. A reunião “Palio” é uma oportunidade para a comunidade científica refletir sobre como podemos maximizar o impacto das vacinas", considera Rino Rappuoli, Head External R&D & Chief Vaccine Scientist da GSK, um dos fundadores da iniciativa “Palio”.

A reunião Palio 2022 sustenta o propósito da GSK de se antecipar às doenças e reflete o empenho da biofarmacêutica em colocar a saúde no centro da intervenção ambiental. A GSK tem um longo legado de inovação para responder a doenças que afetam, de forma desproporcional, países de baixo e médio rendimento, ao tornar as suas vacinas e medicamentos acessíveis e disponíveis.

"As vacinas têm um papel importante na proteção da saúde das pessoas, mas a nossa compreensão do seu impacto mais amplo, como a redução da propagação e do risco de bactérias resistentes aos antibióticos, ainda é incipiente. A reunião Palio 2022 salienta que há um reconhecimento crescente das interligações entre saúde, clima e natureza. Assim, a comunidade científica deve utilizar este momento para aumentar conhecimento e, em última análise, encontrar soluções para os desafios globais de saúde e sustentabilidade", defende Eliora Ron, Professora de Microbiologia da Universidade de Tel-Aviv e Presidente da UISM (União Internacional de Sociedades Microbiológicas).

8 de julho – Dia Mundial da Alergia
Assinala-se hoje, 8 de julho, o Dia Mundial da Alergia. Esta iniciativa conjunta da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da...

É precisamente neste âmbito e com o objetivo de esclarecer a população que a SPAIC vai realizar hoje, na sua página de Facebook, pelas 21h00, o Consultório Online dedicado à alergia alimentar.

As alergias alimentares são frequentemente a primeira manifestação de doença alérgica e embora sendo mais frequentes na infância podem surgir em qualquer idade decorrendo habitualmente da ingestão do alimento, mas também a inalação ou o contacto cutâneo com os alergénios alimentares podem desencadear sintomas. Mundialmente, cerca de 250 milhões de pessoas podem sofrer de alergias alimentares sendo este um problema sério de saúde.

Apesar de qualquer alimento poder ser responsável por causar alergia alimentar, existem alguns que mais frequentemente são implicados nas alergias alimentares na infância, como o leite de vaca, o ovo e o trigo. Relativamente ao seu tratamento, baseia-se essencialmente no tratamento dos episódios agudos provocados pela ingestão e na identificação e evicção dos alimentos, ingredientes ou aditivos alimentares responsáveis pela ocorrência dos sintomas.

A SPAIC integra um Grupo de Interesse em Alergia Alimentar cuja principal missão passa precisamente por educar e apoiar os doentes com este tipo de alergia e os profissionais de saúde que os acompanham.

Pessoas com atividade profissionais ao ar livre
A iniciativa “De Sol a Sol”, em parceria com a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC), tem como objetivo aumentar o...

A sensibilização da população para os riscos do Sol e do Trabalho ao ar livre é importante ao permitir alertar para os riscos da exposição solar excessiva e cumulativa decorrente de atividades profissionais no exterior, bem como informar sobre medidas de prevenção.

O número de casos de cancro da pele está a aumentar a nível mundial e estima-se que em Portugal sejam diagnosticados anualmente mais de 12 mil novos casos, sendo que 11 mil são cancros de pele não melanoma.

As profissões que envolvem trabalho ao ar livre (como por ex. agricultura, pesca, construção civil, jardinagem, …)  estão associadas à exposição a doses elevadas de radiação UV durante muitas horas, por vezes nas horas de maior perigo2. Zonas como as orelhas, rosto e antebraços são especialmente afetadas e gestos simples como o uso de chapéu de abas largas e camisolas de manga comprida, aplicação de proteção solar nas partes do corpo expostas ao sol e evitar as horas de maior intensidade dos raios UV poderão ajudar a prevenir um problema oncológico grave e com elevadas consequências físicas e emocionais. Mudando comportamentos simples diários podemos prevenir a ocorrência de número significativo de cancros da pele.3

De acordo com João Maia e Silva, Presidente da APCC, “Queremos alertar para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. É fundamental que as pessoas com profissões onde ocorre uma maior exposição aos raios UV tenham cuidados redobrados em relação à sua pele pois a mesma memoriza as agressões pelo Sol ao longo da vida. O excesso de exposição ao Sol e sobretudo as vermelhidões ou queimaduras solares são fator de risco. Por outro lado, importa também destacar a importância do diagnóstico precoce para o tratamento dos Cancros da Pele, relembrando que a realização do autoexame, e a consulta de um médico dermatologista sempre que existam dúvidas sobre um sinal é importante para uma deteção atempada.”.

A realização do autoexame e a marcação rápida de uma consulta de Dermatologia são determinantes, uma vez que quando diagnosticados precocemente, a maioria dos cancros da pele é curável.

O ano passado, esta iniciativa impactou centenas de profissionais ligados aos principais setores associados ao trabalho de exterior, como a pesca, agricultura e construção. Este ano, a campanha irá decorrer a nível nacional, nomeadamente através da iniciativa “De Sol a Sol vai às compras”, que estará representada no dia 9 de julho na loja Bricomarché de Arcozelo e no dia 6 de agosto na loja Bricomarché de Malveira, com o objetivo de informar e alertar a população para este tema.

 

 

Irmãs Hospitaleiras
O projeto NO STRESS integra-se no âmbito do Programa Nacional para a Saúde Mental (Saúde Mental da infância e adolescência) e é...

Perante o grande impacto, ao nível da saúde mental, da pandemia por COVID-19 nas crianças e adolescentes, o NO STRESS procura promover a prevenção de perturbações mentais entre jovens e adolescentes em meio escolar, contribuindo assim para o bem-estar psicossocial nesta faixa etária.

Ao longo do ano letivo 2021/2022 foi desenvolvida uma intervenção junto de cerca de 500 crianças e jovens, procurando aumentar o conhecimento sobre os sentimentos e pensamentos negativos associados à pandemia COVID-19 e promover a autorregulação das emoções e a esperança, garantindo a aquisição de estratégias preventivas.

Capacitámos famílias/encarregados de educação e comunidade educativa para a deteção precoce de sinais de sofrimento mental e consequente aumento do acesso a respostas de apoio.

Em outubro deste ano, será ainda disponibilizado um manual com descrição da metodologia de intervenção, de forma a possibilitar a replicação do projeto. 

8 de julho - Dia Mundial da Alergia
A chegada das temperaturas quentes é sinónimo de sol, campos com flores, praia, piscina e momentos de lazer, mas também acaba...

As alergias de exterior são muitas vezes designadas por sazonais, uma vez que os sintomas aparecem apenas em determinadas épocas do ano, quando as árvores e as plantas polinizam. Uma alergia é uma resposta exagerada do sistema imunitário desencadeada com a exposição a agentes – alérgenos – normalmente encontrados no exterior, como o pólen de flores ou árvores, fungos, ácaros, insetos, pelos de animais, entre outros.

Para aproveitar o verão de forma mais tranquila e saudável, existem alguns cuidados que o podem ajudar a aliviar os sintomas de alergia, tais como:

  1. Deixar os sapatos à entrada de casa;
  2. Trocar de roupa e lavar bem as mãos e o rosto, quando chegar da rua;
  3. Tomar um duche rápido à noite – Recomenda-se tomar banho antes de ir para a cama, o que ajuda a eliminar possíveis alérgenos que estejam agarrados à sua pele e cabelo;

  4. Manter a casa limpa – Mesmo que faça limpeza com frequência, a acumulação de pó em casa é inevitável. O ideal é que dedique, todos os dias, 10 minutos do seu dia a limpar o pó e a aspirar o chão, para reduzir a exposição a este alérgeno;

  5. Lavar as roupas de cama em água quente (pelo menos a 60ºC);

  6. Monitorizar os níveis de humidade em casa – Os ácaros e fungos desenvolvem-se em ambientes quentes e húmidos. Por essa razão, se possível, adquira um higrómetro para medir a humidade da sua casa. Caso o nível de humidade esteja superior a 50%, use um desumidificador para reduzir os valores.

  7. Consultar o Boletim Polínico diariamente;

  8. Ter sempre à mão o seu anti-histamínico – As alergias podem surgir subitamente, e por isso, mesmo com todas as precauções, é importante assegurar que leva consigo um anti-histamínico sem efeito sedativo. Desta forma, se os sintomas de rinite alérgica se manifestarem fortemente, pode tomar um comprimido e continuar a aproveitar o seu dia;
  9. Ensinar às crianças as causas e consequências das suas alergias – As crianças têm mais facilidade em distraírem-se e esquecerem-se de cuidar das alergias. Por este motivo, é importante que fale com eles e lhes explique os sintomas mais comuns das suas alergias e o que as pode desencadear. Assim, as crianças ficam a saber como agir para reduzir os seus sintomas e estarão mais atentas para os estímulos que as provocam.

Os sintomas mais comuns das alergias de exterior são o corrimento nasal, espirros, olhos lacrimejantes e com comichão; prurido (comichão) e congestão nasal. Em caso de dúvida, pode consultar um alergologista e fazer um teste às suas alergias, como um teste de sensibilidade cutânea, para identificar a causa dos seus sintomas alérgicos e assim saber o que os desencadeia.

Desafios pós pandemia em debate
O ministro da Educação, João Costa, participa no debate sobre a necessidade urgente de pensar estrategicamente a digitalização...

Num mundo cada vez mais digital, os espaços escolares ainda são os projetados para o século XIX, os modelos pedagógicos e curriculares em vigor foram estruturados no século XX e os docentes preparados para a formação no modelo presencial. Fala-se hoje, a nível global, em aprofundamento das desigualdades: disparidade económica, disparidade social e disparidade de género ("pandemia sombra").

Dois anos com vários períodos de confinamento tiveram impacto no sistema de educação um pouco por todo o mundo. As poucas ferramentas disponíveis e ainda pouco utilizadas foram resgatadas para acorrer de forma urgente às necessidades de comunicação. “O objetivo foi dar uma resposta tão rápida quanto possível num contexto adverso e inesperado, procurando garantir um acesso democrático a ferramentas de aprendizagem que permitissem restaurar uma ‘nova normalidade’ e evitar o encerramento dos sistemas de ensino”, refere Ana Paula Laborinho, diretora da OEI em Portugal.

Este seminário resulta da necessidade de nos questionarmos sobre a resposta que foi dada, apontar estratégias para aproveitar o salto que ocorreu e compreender o que pode ser melhorado. É este o momento certo para definir um “modelo educativo para o futuro”, nas palavras do secretário-geral da OEI, Mariano Jabonero.

Neste quadro, a OEI está a promover um projeto-piloto em sete países para antecipar o apoio à transformação digital da educação. É já o culminar de diversos estudos publicados por esta organização internacional ao longo destes três anos e direcionados ao espaço ibero-americano. Constata-se que as escolas terão que alternar o presencial com o virtual, construir currículos para a educação a distância e definir novos conteúdos educativos e outras formas de trabalho em equipa. Não se trata apenas de estar conectados, mas também interconectados, o que implica comunicação, diálogo e pontos de convergência – a Escola Digital. Na publicação da OEI “A educação de amanhã: inércia ou transformação?” (2021), a quarta revolução industrial é identificada como o primeiro dos elementos inovadores que afeta o setor.

“O mundo educativo digitalizou-se e, por isso, mais ou menos acesso à internet significa ter mais ou menos qualidade, inclusão e equidade de ensino; consequentemente, a exclusão digital está diretamente associada à exclusão educacional e social”, acrescenta Mariano Jabonero.

A Universidade do Minho é uma instituição de referência nacional e internacional, desenvolvendo formação e investigação e promovendo a criação de conhecimento sobre projetos de ensino, de investigação e de interação com a sociedade na área da Educação. Neste âmbito, tem desenvolvido investigação, nomeadamente, sobre as questões éticas e técnicas que o digital coloca, ambientes virtuais de aprendizagem, abordagens de ensino e aprendizagem virtual, práticas pedagógicas inovadoras utilizando tecnologia como a aprendizagem mista, a aprendizagem invertida, a aprendizagem baseada no jogo, para dar alguns exemplos.

Em Portugal, foi aprovado o Programa de digitalização para as Escolas . Este plano contempla a disponibilização de equipamento individual para utilização em contexto de aprendizagem e conectividade móvel gratuita para alunos, docentes e formadores do Sistema Nacional de Qualificações, bem como o acesso a recursos educativos digitais. O Plano prevê ainda uma capacitação de docentes que garanta a aquisição das competências necessárias ao ensino neste novo contexto digital.

A sessão de abertura conta, na quarta-feira, às 14h30, com o ministro da Educação, João Costa, o secretário-geral da OEI, Mariano Jabonero, o secretário executivo da CPLP, Zacarias da Costa (por vídeo), o presidente do Município de Braga, Ricardo Rio, e o reitor da UMinho, Rui Vieira de Castro. Segue-se a conferência inaugural “Educação e o ciberespaço,” pelo presidente da Associação Portuguesa de Proteção de Dados e professor da Escola de Engenharia da UMinho, Henrique Santos.

Às 15h30 decorre o painel “Digitalização sustentável, segura e inclusiva”, com o ministro João Costa a juntar-se ao homólogo da República Dominicana, Roberto Fulcar, a Mariano Jabonero e ao diretor de Ação Cultural e Língua Portuguesa, João Ima-Panzo. Prevê-se, ainda, um debate sobre modelos híbridos de ensino, com investigadores de Portugal, Espanha e Brasil e moderação da subdiretora da Direção-Geral da Educação, Maria João Horta.

Oradores de vários continentes

Na quinta-feira, às 12h00, a mesa redonda “Digitalização na educação”, integrada no Ano Europeu da Juventude, reúne a participação do secretário-geral do Organismo Internacional de Juventude para a Iberoamérica, Max Trejo, dos presidentes do Conselho Nacional da Juventude de Portugal e do Brasil, respetivamente Rui Oliveira e Marcus Barão, da presidente do Fórum da Juventude da CPLP, Aissatu Forbs Djaló, e da coordenadora para a Juventude da Conferência de Ministros da Juventude e Desporto da CPLP, Miriam Madre Deus.

O programa inclui, também, debates sobre inteligência artificial na educação e sobre as respostas regionais, nacionais e alianças estratégicas, através da participação do ex-ministro da Educação do Peru, Ricardo Cuenca, da Diretora para a Educação da OEI, Tamara Díaz, e do coordenador da Estrutura de Missão Portugal Digital, Bernardo Sousa. A conferência de encerramento vai ser proferida, às 17h30, pelo presidente do Conselho Assessor da OEI, Otto Granados, sob a moderação de Ana Paula Laborinho, Diretora da OEI em Portugal, e José Augusto Pacheco, professor da Universidade do Minho, coorganizadores do seminário.

Ensaio clínico
Realizou-se, nos Países Baixos, o primeiro ensaio clínico para avaliar a exequibilidade e a segurança de tratar recém-nascidos...

Os Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) encontram-se entre as dez principais causas de morte em idade pediátrica. Uma parte dos AVC infantis ocorre no período perinatal, entre as 20 semanas de gestação e os 28 dias após o nascimento. Apesar de raros, os AVC perinatais são graves e podem levar a paralisia cerebral, défice cognitivo, epilepsia e atrasos na linguagem, deixando sequelas para o resto da vida.

Por não existir nenhum tratamento eficaz para tratar estes recém-nascidos, a procura de soluções terapêuticas é urgente. “As células estaminais mesenquimais já tinham apresentado capacidades neurorregenerativas em modelo animal e a sua segurança já foi demonstrada em vários ensaios clínicos”, explica Bruna Moreira, investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal. “Foi esta a base para a realização do novo estudo, que procurou averiguar a exequibilidade e a segurança de tratar recém-nascidos que sofreram um AVC com células estaminais mesenquimais, nos primeiros sete dias de vida”, acrescenta.

Neste ensaio clínico, participaram dez recém-nascidos, com diagnóstico de AVC, que apresentavam convulsões, em alguns casos acompanhadas de dificuldades respiratórias. O tratamento experimental consistiu na administração intranasal de células estaminais mesenquimais, sob a forma de gotas. Os autores consideraram todo o processo que envolveu o tratamento experimental exequível e não observaram quaisquer efeitos adversos graves durante o tratamento ou nos três meses seguintes, o que indica a segurança desta terapia a curto-prazo.

Para além da segurança, foi avaliada a extensão dos danos neurológicos, comparando imagens de ressonância magnética crânio-encefálica obtidas antes do tratamento experimental, na primeira semana de vida, com imagens obtidas aos três meses de idade. Antes do tratamento experimental foram observadas alterações neurológicas em todos os recém-nascidos, que pareceram melhorar em seis dos bebés, aos três meses de idade.

Tratando-se de um ensaio clínico sem grupo controlo, com reduzido número de participantes e com um período de seguimento curto, pensado para avaliar a exequibilidade e segurança deste método de tratamento inovador, não é possível concluir acerca da sua eficácia na prevenção de sequelas de AVC pediátrico. Ainda assim, os resultados indicam que o tratamento de AVC com células estaminais mesenquimais é seguro nesta população de doentes, abrindo caminho para a realização de estudos mais alargados, que permitam avaliar a sua eficácia.

Para aceder aos estudos científicos mais recentes sobre os resultados promissores da aplicação de células estaminais, visite o Blogue de Células Estaminais.

 

GS1 Portugal anuncia
A GS1 Portugal, organização neutra, sem fins lucrativos, responsável pela implementação de standards para a promoção de uma...

 

Já amanhã, a 07 de julho, decorrem o webinar “Introdução à Rastreabilidade” e o curso “Sistema de Segurança Alimentar, metodologia HACCP”.

 

 

A primeira ação formativa, com início previsto para as 10h, e com uma duração prevista de três horas, permitirá aos participantes:

  • Contextualizar a missão e valores da GS1 Global e GS1 Portugal
  • Analisar a relação entre a rastreabilidade e impacto na segurança alimentar:
    • Conceitos
    • Aspetos e requisitos legais
    • Registos
    • Desafios e vantagens da rastreabilidade
  • Perceber as vantagens do Sistema GS1 para efeitos de rastreabilidade:
  • Identificação e captura de dados
  • Etiqueta Logística GS1
  • Gestão de fluxos para a rastreabilidade

A segunda ação formativa decorre da parte da tarde, a partir das 14h00, e permitirá aos participantes entender e identificar os requisitos e aplicação do Sistema de Segurança Alimentar (HACCP), nomeadamente:

  • Elementos do Sistema de Gestão de Segurança Alimentar
  • Programa de Pré-Requisitos: boas práticas de higiene e de fabrico
  • Sistema HACCP e diretrizes para a sua aplicação
  • Rastreabilidade e recolha

A GS1 Portugal mantém a sua aposta na melhoria das competências e capacitação da comunidade empresarial portuguesa, evidenciando as diversas ferramentas que disponibiliza aos mais diversos setores de atividade.

Esta formação é, por isso, um incentivo para uma cadeia de abastecimento uniformizada, eficiente, sustentável e inclusiva.

Para informação adicional e inscrições neste curso, por favor preencher este formulário ou contactar através de [email protected].

APAH, Ordem dos Médicos e Instituto Diplomático
Por iniciativa da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), da Ordem dos Médicos (OM) e do Instituto...

O presente livro tem coordenação de Delfim Rodrigues, Presidente do Conselho Fiscal e Disciplina da APAH, e de Francisco Pavão, Coordenador do Gabinete de Diplomacia da Saúde da Ordem dos Médicos, através da apresentação de oportunidades, de estratégias perante os desafios e de orientações programáticas para o país.

Com este pressuposto a OM, a APAH e o ID convidaram Diplomatas, Académicos, Políticos e Organizações, a contribuir com a sua reflexão e ideias sobre os desafios globais em saúde, as influências diplomáticas no contexto da saúde, assim como o papel e posicionamento das instituições.

Com edição e publicação da Editora Almedina o Livro conta com o prefácio do Professor Augusto Santos Silva.

 

Campanha “1€ abem:”
A campanha solidária “1€ abem:”, promovida pela Associação Dignitude, angariou mais de 8.000 donativos, no valor de 10.715,67€,...

A campanha decorreu de 16 a 25 de maio, tendo desafiado os portugueses a doarem 1€ a favor do Fundo Solidário abem:. O valor angariado permite ajudar cerca 107 pessoas em situação de vulnerabilidade, a aceder aos medicamentos essenciais à garantia da sua qualidade de vida e controlo de doenças.

A nível nacional, até abril de 2022, o Programa abem: Rede Solidária do Medicamento apoiou 28.067 beneficiários de 15.835 famílias, dos quais 13% são crianças.

A Associação Dignitude apresentou recentemente os resultados da Avaliação de Impacto Social do Programa abem:, que estimou que, contando apenas episódios de urgência e internamentos evitados pelo cumprimento das terapêuticas proporcionado pelo Programa através do apoio no acesso aos medicamentos, foram poupados mais de 15 milhões de euros ao Serviço Nacional de Saúde, entre maio de 2016 e dezembro de 2020.

Nas palavras de Maria de Belém Roseira, associada fundadora da Associação Dignitude: “é com uma enorme alegria que apresentamos estes resultados e uma vez mais agradecemos o apoio de todos quantos contribuem para esta causa. Infelizmente, muitas famílias têm grande dificuldade em fazer face às suas despesas de saúde, tendo muitas vezes que optar entre a compra de medicamentos e a compra de outros bens essenciais. Esta ajuda permite-lhes obter sem custos a sua medicação e o consequente cumprimento da terapêutica libertando-lhes, desta forma, os recursos para a aquisição de outros bens essenciais. Todos juntos conseguimos fazer a diferença e garantir o acesso digno ao medicamento imprescindível.”

A qualquer momento é possível apoiar o Programa abem: através de:

- Transferência bancária para o IBAN: PT50 0036 0000 9910 5914 8992 7

- MBWAY: 932 440 068

A Associação Dignitude, promotora do Programa abem:, emite recibos de donativo no âmbito do Estatuto de Benefícios Fiscais. Para tal, os doadores devem enviar comprovativo de transferência, nome e NIF para [email protected].

 

Prémios Alfredo da Silva
Kit de ferramentas para monitorização e acompanhamento das úlceras do pé diabético pretende capacitar o doente e aliviar a...

A monitorização remota de pessoas com diabetes à distância foi um dos três projetos distinguidos na passada quinta-feira pelos Prémios de Investigação Alfredo da Silva. O projeto da equipa de João Filipe Raposo, da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) e da Universidade Nova de Lisboa, foi distinguido na categoria Sustentabilidade em Saúde, dispondo agora de 25 mil euros para apostar na criação de um kit de proteção para pessoas com diabetes e cuidadores.

“Este projeto, que vai decorrer nos próximos três anos, tem como objetivo criar um kit com um penso inteligente que contém sensores para monitorizar a temperatura e as úlceras e ainda um novo sensor que facilite a medição de marcadores inflamatórios”, revela João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP.

Em Portugal, estima-se que existam mais de um milhão de pessoas com diabetes diagnosticada ou por diagnosticar. Já a nível mundial, estima-se que até 2030 o número de pessoas com diabetes passe de 537 milhões (2021) para 643 milhões1. “E a previsão para 2045 é ainda mais assustadora, com o valor a chegar aos 783 milhões”, refere João Filipe Raposo.

Estudos existentes indicam ainda que 15% dos doentes irão desenvolver úlceras de pé diabético, que são propensas a desenvolverem infeção. Isto poderá resultar na necessidade de amputação do membro, que aumenta de 50 para 80% a mortalidade a cinco anos2,3.

“Esta condição é responsável por mais internamentos hospitalares do que quaisquer outras complicações a longo prazo”, explica o médico, acrescentando: “Além do stress emocional, tem um peso económico considerável, exercendo uma pressão também avultada sobre os sistemas de saúde”.

O projeto tem como objetivo diminuir esse fardo. Para o fazer, a investigação leva mais além as ligaduras e os pensos inteligentes que têm vindo a ser desenvolvidos nos últimos anos e apresenta o kit de proteção para pessoas com diabetes e cuidadores como solução.

“Este projeto é o trampolim para o desenvolvimento de ligaduras verdadeiramente sustentáveis e inteligentes para monitorização das úlceras do pé diabético. No final do projeto, a equipa terá conhecimento e experiência suficientes para desenvolver um kit de ferramentas para capacitação do doente e monitorização e acompanhamento das úlceras. O objetivo final é melhorar a qualidade de vida dos afetados e reduzir a carga sobre os sistemas de saúde”, remata. Este kit de ferramentas incluirá ligaduras com sensores embutidos para controlo de temperatura e avaliação do tamanho da ferida e sensores óticos baseados em papel de uso único para monitorização da Proteína C reativa (PCR), biomarcador que pode circular na corrente sanguínea em níveis anormais.

Através de três categorias de prémios (Alfredo da Silva e o Empreendedorismo, Inovação Tecnológica, Mobilidade e Indústria e Sustentabilidade em Saúde), a Fundação Amélia de Mello destaca os três projetos mais inovadores e que mais contribuam para áreas chave. Os vencedores da segunda edição dos Prémios de Investigação Alfredo da Silva levam para casa 25 mil euros para desenvolverem a investigação. 

Celebra-se a 6 de julho
A Ordem dos Médicos Veterinários assinala o Dia Mundial das Zoonoses que se celebra no dia 6 de julho, quarta-feira, e reforça...

O dia 6 de julho foi instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para relembrar o combate às zoonoses dado que nesta data, em 1885, o cientista francês Louis Pasteur administrou pela primeira vez, com sucesso, a vacina antirrábica, por ele desenvolvida, numa pessoa mordida por um cão com raiva.

As zoonoses são doenças infeciosas naturalmente transmissíveis de animais para os seres humanos. De acordo com a OMS, existem atualmente mais de 200 tipos de zoonoses, cerca de 60% das doenças infeciosas humanas têm a sua origem em animais e 75% das novas doenças que infetaram os seres humanos nas últimas décadas têm origem nos animais, segundo a OMS.

Em Portugal, diversas doenças dos humanos têm origem nos animais ou são partilhadas com estes. Para além das zoonoses mais clássicas, como a brucelose, a tuberculose e a raiva, que não deixam de causar preocupação, destacamos a campylobacteriose, a colibaciolose, a salmonelose, a leptospirose, a Febre da Carraça e a Gripe das Aves, entre muitas outras. Algumas mais recentes, como a varíola dos macacos e mesmo a covid-19, vieram reforçar a ideia da necessidade de se cuidar de Uma Só Saúde.

A estreita interação entre as pessoas e os animais, bem como o aumento da atividade comercial, o desenvolvimento da mobilidade, o progressivo envelhecimento da população mundial, as alterações climáticas e a poluição, estão entre os fatores potenciadores das doenças que passam constantemente do reino animal para os seres humanos.

Jorge Cid, Bastonário da OMV, refere: “É cada vez mais comum encontrar doenças que migram de uma espécie hospedeira para outra e que se disseminam entre a população humana. O Médico Veterinário é um dos atores mais importantes na prevenção e no combate a estas doenças, assegurando a saúde da população humana e animal. O seu trabalho é fundamental para o sucesso das ações desenvolvidas no conceito One Health, que integra a saúde humana, animal e ambiental, para melhorar a qualidade de vida de todos”.

“As zoonoses geram impacto não apenas na saúde pública, mas também a nível económico. A procura de soluções para estes problemas, dada a sua complexidade, implica uma abordagem de cooperação entre profissionais de saúde, governo e outros stakeholders e exige a contribuição, intervenção e colaboração de equipas profissionais dos setores da saúde humana, animal e ambiental”, destaca ainda Jorge Cid.

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