Dizem os cientistas
Um novo estudo da Unidade de Neuropsiquiatria da Fundação Champalimaud questiona uma ideia antiga, mas controversa, de que a...

Nos EUA, a EMTr foi reconhecida pela Food and Drug Administration (FDA) em 2008 como um método para tratar doentes que sofrem de depressão resistente ao tratamento, ou por outras palavras, doentes que não respondem a medicamentos antidepressivos. Desde então, foi aprovada, e recomendada, em vários países. As principais vantagens da EMTr é tratar-se de uma opção de tratamento que não é invasiva, que não recorre ao uso de medicação, que é segura, e que mostrou ser eficaz em até metade dos doentes para os quais outras estratégias antidepressivas não funcionaram.

Este tratamento seria perfeitamente adequado para pessoas mais velhas, já que muitas vezes sofrem de outras doenças para as quais tomam vários medicamentos que podem dificultar o uso de antidepressivos. No entanto, desde o início dos anos 2000, difundiu-se amplamente a crença de que a EMTr não é benéfica para doentes idosos. Gonçalo Cotovio, estudante de doutoramento na Unidade de Neuropsiquiatria e interno de psiquiatria no Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, é o primeiro autor de um novo artigo publicado na Frontiers, abordando esta problemática. Segundo Gonçalo, “embora os tratamentos atualmente aprovados exijam pelo menos quatro a seis semanas de tratamento, muitos dos primeiros artigos publicados usaram dados recolhidos em doentes submetidos a apenas duas semanas de tratamento com EMTr, e isso pode ser insuficiente para o tratamento ser eficaz, particularmente em doentes mais velhos.”

Gonçalo acrescenta: “Entre o nosso grupo [a Unidade de Neuropsiquiatria] e os nossos colaboradores nos Estados Unidos [Harvard Medical School e Iowa University] esta ideia simplesmente não fazia sentido. Ao seguir os nossos próprios doentes mais velhos, observámos boas respostas com EMTr e sentimo-nos frustrados pelo facto do acesso a este tratamento estar a ser negado a outros doentes, sem haver evidência clara a sustentar esta decisão. Em particular se considerarmos que, nomeadamente nos EUA, algumas seguradoras não cobrem o uso de EMTr em doentes idosos. Sentimos que era essencial investigar esta questão mais a fundo."

Ao trabalhar em conjunto com outros centros que oferecem EMTr nos EUA, num estudo multicêntrico, foi possível recolher uma das maiores amostras, mais de 500 doentes, que receberam EMTr para tratar depressão. Os doentes foram divididos em dois grupos: um com menos de 65 anos e outro com 65 ou mais. Os resultados obtidos ao comparar estes dois grupos corroboraram as dúvidas levantadas pelos investigadores - os mais velhos respondem igualmente bem à EMTr, ainda que demore um pouco mais de tempo até o efeito ser notado. «Nas primeiras duas semanas de tratamento, e tal como sugeriam os dados mais antigos, é verdade que os doentes mais velhos mostraram pouca ou nenhuma resposta à EMTr», confirmou Gonçalo, “mas o grupo mais velho acabou por responder e, no final do tratamento, foi possível verificar que a EMTr foi tão eficaz nesse grupo quanto no grupo dos doentes mais jovens.”

“Na verdade, estes resultados vão ao encontro dos dados que recolhemos num outro estudo do nosso grupo, publicado o ano passado no Journals of Gerontology e que resultou de uma colaboração com a Universidade de São Paulo. Neste artigo, analisámos a literatura disponível e encontrámos evidência que corrobora o uso de EMTr enquanto estratégia antidepressiva eficaz e segura para pessoas mais velhas, e também que melhores respostas foram observadas nos casos de tratamento mais prolongado,” explica Albino J. Oliveira-Maia, psiquiatra e diretor da Unidade de Neuropsiquiatria da Fundação Champalimaud, e investigador principal de ambos os estudos.

O artigo sugere uma revisão completa das políticas e protocolos em torno do uso de EMTr no tratamento de doentes mais velhos com depressão resistente, levantando ainda a hipótese de que mais estudos poderão ser necessários para examinar se o plano de tratamento atual (geralmente quatro a seis semanas) deve ser aumentado para doentes com mais de 65 anos. Atualmente, há muitos idosos que não têm acesso a este tratamento viável e eficaz. Gonçalo conclui, “Esperamos que este estudo contribua para o reconhecimento da utilidade da EMTr enquanto uma ferramenta importante no tratamento da depressão para pessoas de todas as idades.” De facto, as conclusões deste estudo suportam a evidência já disponível que mostra que a EMTr é um tratamento eficaz para a depressão, “o que suporta uma utilização mais abrangente da EMTr”, acrescenta Albino, “Neste momento, em Portugal, e apesar de existir evidência sólida, tanto do nosso grupo como de outros centros em todo o mundo, a defender a utilização da EMTr em diferentes condições nas quais as necessidades não estão a ser satisfeitas, a EMTr continua a não ser um tratamento oferecido pelo serviço nacional de saúde de forma generalizada, nem financiado pelas seguradoras. É fundamental disponibilizar estes tratamentos a quem precisa e que tem poucas alternativas.”


Imagem e legenda: A Estimulação Magnética Transcraniana é um tratamento eficaz da depressão em adultos de todas as idades.
Crédito: Alexandre Azinheira, Fundação Champalimaud

Investigadores “desenham” um Mapa do Apetite no Cérebro
Os animais veem o mundo de forma diferente, dependendo do seu estado reprodutivo e do quão famintos se sentem. Num estudo...

Temos de admitir que, por mais tentadora que seja a ideia de começar o almoço por um belo bolo de chocolate, poucos seriam aqueles que fariam esta escolha. E, no entanto, no final da refeição, muitos escolheriam o mesmo bolo sem hesitar.

A explicação para este fenómeno prende-se com o facto do "estado interno" do corpo se encontrar em constante mudança: à hora do almoço, o corpo geralmente precisa de proteína, então o cérebro promove essa escolha alimentar específica. No entanto, depois da proteína ser ingerida, os carboidratos podem ser uma boa opção para garantir as reservas de gordura do corpo.

Mas os estados internos raramente são unidimensionais. Um indivíduo pode estar carente de vários nutrientes em simultâneo (como proteína e sal) ou até também estar grávida, um estado que acarreta o seu próprio conjunto de necessidades. Como é que o cérebro integra todos estes estados internos, que acontecem em paralelo, e controla o comportamento?

Um estudo publicado na Nature fornece uma nova visão sobre este complexo problema. "Mostrámos que a forma como o cérebro processa a entrada de inputs sensoriais depende dos animais estarem privados de certos nutrientes ou de estarem grávidas.” disse o autor principal do estudo, Carlos Ribeiro, investigador principal na Fundação Champalimaud, em Portugal. “Através deste trabalho, identificámos um princípio geral no qual os estados internos são integrados para moldar a função cerebral e a tomada de decisão. Além disso, a nova estratégia, baseada em microscopia, que desenvolvemos neste estudo, pode ser valiosa para a compreensão da base neural do comportamento, tanto no que respeita às escolhas alimentares, como de uma forma geral."

Aventurando-se em território neural desconhecido

Para investigar como os estados internos moldam o comportamento, a equipa de Ribeiro concentrou-se numa região relativamente mal compreendida do cérebro da mosca-da-fruta chamada SEZ (do inglês subesophageal zone, em português, zona sub esofágica). Acredita-se que esta região desempenhe um papel crucial na escolha de alimentos, uma vez que recebe a maioria dos inputs de sabor e contém os neurónios motores que controlam a alimentação. No entanto, como esta região é composta principalmente por fibras neurais densamente emaranhadas, a sua subestrutura anatómica não se encontrava bem definida.

Para entender como funciona, a equipa decidiu criar um “atlas funcional” da SEZ. Por outras palavras, identificaram as subestruturas que compõem esta região e atribuíram funções específicas a cada uma. Para conseguirem atingir estes objetivos, Daniel Münch, principal autor do estudo, começou por colocar um repórter de atividade fluorescente em todos os neurónios do cérebro da mosca. Depois, pode realizar neuroimagem 3D em quatro grupos de moscas, cada um representando distintos estados internos.

"Queríamos entender como dois poderosos moduladores de apetite de proteína - privação de proteína e status reprodutivo - interagem no cérebro. Definimos quatro grupos experimentais: virgens totalmente alimentadas, virgens privadas de proteína, moscas acasaladas totalmente alimentadas, e moscas acasaladas privadas de proteína. E registamos a atividade neural na SEZ enquanto as moscas provavam sacarose, água e levedura (fonte de proteína natural da mosca)", explicou Münch.

Um mapa do apetite

O atlas que a equipa criou consiste em 81 regiões que abrangem toda a SEZ. Estas regiões correspondem à maioria das áreas sensoriais e motoras descritas anteriormente na SEZ, e incluem também novas regiões nunca antes identificadas.

"O nosso atlas identificou algumas regiões conhecidas. Por exemplo, uma com a forma de uma banana, que recebe estímulos de neurónios sensoriais que estão localizados na probóscide (boca da mosca)", referiu Münch. "Também descobrimos uma área em forma de asa à qual chamamos Borboleta Region, localizada na parte de trás da SEZ. Esta região acabou por, mais tarde, desempenhar um papel fundamental no controlo do apetite por proteínas."

Além de identificar novas regiões, o atlas também revelou o efeito do estado interno na atividade neural, identificando a “região Borboleta” como capaz de controlar o apetite por proteína. As respostas à água e à sacarose pouco mudaram nos quatro grupos, já a dieta rica em proteína teve um efeito impressionante.

"Nos animais privados de proteína, a atividade provocada pela comida rica em proteína foi fortemente aumentada em grandes partes da SEZ. Por seu lado, o acasalamento, afetou principalmente a atividade nas regiões motoras da SEZ. Isto foi algo surpreendente, uma vez que tanto o acasalamento como a privação de proteína são conhecidos por aumentar o apetite por proteína e, por isso, não esperávamos encontrar padrões de resposta tão diferentes", disse Münch.

Além destes resultados, os autores também testemunharam o efeito sinérgico que os estados internos combinados têm na atividade neural. “As fêmeas acasaladas e privadas de proteína tiveram a maior atividade nas regiões motoras da SEZ”, explicou Münch. “Isto significa que, embora esse par de estados internos coexistentes – privação de proteínas e gravidez – sejam processados em circuitos neurais distintos, acabam por convergir na mesma área e promover o apetite por proteínas”.

Manipular neurónios para induzir o desejo de proteína

A equipa identificou novas regiões na SEZ e caracterizou como diferentes gostos e estados internos influenciam a atividade neural nessas regiões. Mas como fizeram para conseguir apurar se essas áreas estavam realmente envolvidas no controlo da preferência alimentar?

"Foi então que nos focámos na recém-descoberta Região Borboleta, onde o sabor da proteína evocava uma atividade neural robusta", disse Münch. “A nossa hipótese era que, se esta estivesse realmente envolvida neste comportamento, então poderíamos influenciar o apetite proteico ativando artificialmente os neurónios nesta região”.

Os investigadores alinharam o seu recém-criado atlas com outro atlas pré-existente que mapeia os padrões de inervação de grupos de neurónios. Tendo depois selecionado os neurónios na chamada região borboleta e ativaram-nos em moscas totalmente alimentadas, que normalmente preferem a sacarose à proteína. Esta manipulação resultou num aumento acentuado do apetite proteico.

"Sentimos que tínhamos fechado o círculo: da observação à função", lembrou Münch. "Primeiro, observámos a preferência alimentar nos quatro grupos e identificámos que moscas privadas de proteína e acasaladas têm uma elevada preferência por proteína. De seguida, visualizámos a atividade neural na SEZ, criámos o atlas e identificámos novas regiões e confirmámos que uma dessas regiões está envolvida na geração do comportamento que observámos inicialmente ao manipular a sua atividade.”

“Em conclusão, a nossa abordagem permite identificar e fazer corresponder neurónios a comportamentos específicos, relacionados com a escolha de alimentos e potencialmente com outros comportamentos também”, acrescentou Ribeiro. "Seria difícil implementar a nossa abordagem em qualquer outro sistema que não na mosca-da-fruta. As ferramentas que temos hoje fazem deste modelo animal um sistema experimental incrível que nos permite dissecar como o cérebro funciona. Importa ainda referir que a SEZ é semelhante ao tronco cerebral dos vertebrados. Assim, os nossos resultados têm amplas implicações para a neurociência e podem inspirar estudos futuros que procurem fazer a ponte entre o mapeamento da atividade cerebral como um todo e a dissecação dos circuitos funcionais. Estes são tempos realmente entusiasmantes para se ser um neurocientista!", conclui.

Prof. José Castro Lopes
Faleceu, esta segunda-feira, dia 18 de julho, José Remísio Castro Lopes, neurologista e antigo Professor do Instituto de...

Dedicou a sua carreira ao estudo do acidente vascular cerebral (AVC), a primeira causa de mortalidade e incapacidade em Portugal, sendo um dos pioneiros a estudar esta doença em Portugal. No contexto da SPAVC, o neurologista desenvolveu um extenso trabalho de promoção do conhecimento sobre esta patologia, tanto junto dos profissionais de saúde como da população em geral. O seu trabalho árduo e apaixonado ao longo de décadas refletiu-se num enorme contributo para a obtenção de ganhos em saúde e para a mobilização de um conjunto de profissionais orientados para o estudo e tratamento desta patologia.

Além da excelência do seu percurso profissional, clínico e académico, foi tido pelos seus pares como um colega amável, bondoso, empático e com uma boa disposição sem igual. O seu espírito inovador e energético conseguiu unir várias gerações em torno de um propósito, sendo o crescimento da SPAVC (e todas a suas metas alcançadas até ao dia de hoje), o reflexo desse motor ativo e contagiante.

Licenciado em Medicina pela Faculdade de Medicina da U.Porto (FMUP) em 1959, José Remísio Castro Lopes iniciou a carreira no Serviço de Neurologia no Hospital Geral de Santo António, serviço que viria a dirigir desde 1977 e no qual criou a primeira unidade de AVC (acidente vascular cerebral) do país. Durante este período, foi também Professor Catedrático de Neurologia no ICBAS. Ao longo do seu percurso, foi Diretor Clínico do Hospital Geral de Santo António, tendo ainda presidido o Colégio de Especialidade de Neurologia da Ordem dos Médicos e a Sociedade Portuguesa de Neurologia.

 

Próximos workshops
A BebéVida regressa com novos workshops para futuros papás e mamãs, a decorrer na segunda quinzena de julho. Desde a preparação...

O laboratório de criopreservação de tecidos e células estaminais, BebéVida, continua a realizar workshops online, totalmente gratuitos, focados em vários desafios da parentalidade, de forma a garantir que todos os futuros pais possam participar, independentemente da sua localização.

No dia 22 de julho, a BebéVida realiza um workshop presencial na HolyFox Puericultura, em Rio Tinto, com o tema “O sono do bebé e o enxoval do bebé”. A sessão está divida em três momentos, entre as 18h45 e as 20h00: em abertura está o tema “O sono do bebé” com dicas da terapeuta Ana Maria Pereira; “Enxoval do bebé: o essencial”, onde a enfermeira Dora Cardoso partilha a lista dos elementos indispensáveis que os futuros papás e mamãs devem ter no enxoval do seu bebé; por fim, a sessão termina com o tema “Para quê guardar as células do sangue do cordão do seu bebé”, com a explicação da formadora Maria Costa, para os casais que aguardam a chegada do seu bebé.

Além do workshop presencial, a BebéVida tem ainda planeadas várias sessões para a segunda quinzena de julho, dirigidas por especialistas na área da saúde materna e obstetrícia:

O sono do bebé – dicas úteis para noites tranquilas”: dia 15 de julho , das 19h00 às 20h00, com a participação de Ana Maria Pereira, terapeuta do sono.

Prevenção de acidentes no 1º ano de vida”: dia 18 de julho, das 18h00 às 19h00, conduzido pelo enfermeiro Carlos Carraco, autor do livro Nascimento e Parentalidade.

Dicas para construir o seu plano de parto”: no dia 19 de julho, a partir das 21h00 até às 22h00, apresentado pela enfermeira Cátia Costa, especialista em saúde materna e obstetrícia.

Quando o bebé chora – Manual de sobrevivência dos pais (parte 2)”: a 25 de julho, pelas 19h00, com a presença da enfermeira Alice Araújo, especialista em saúde materna e obstetrícia.

Durante os dias 15 a 30 de julho, vão ainda realizar-se múltiplas experiências “Eco My Baby”. As sessões de ecografias 3D/4D são destinadas a grávidas a partir das 17 semanas de gestação e vão realizar-se de norte a sul do país, em cidades como: Canedo (15/7), Figueira da Foz (16/7), Anadia e Custóias (ambas no dia 19/7), Bragança e Elvas (dia 20/7), Castelo Branco (21/7), Batalha e Marco de Canaveses (ambas em 25/7), São João da Madeira e Rio Maior (ambas dia 26/7), Quinta do Anjo e Coimbra (ambas no dia 27/7), Viseu (28/7), Almada (29/7), Lisboa (30/7) e, por fim, Expo Lisboa (no dia 31/7). A inscrição prévia é obrigatória e pode ser feita aqui.

Na segunda quinzena de julho, a BebéVida traz um workshop presencial para estar mais perto dos papás e mamãs, ainda assim, continua a realizar workshops em formato digital de forma a estar ao lado de todos os casais numa fase tão especial das suas vidas, independentemente da sua localização. Embora a participação nos workshops seja gratuita, é necessária a inscrição prévia no website da BebéVida.

 

Pela European Migraine and Headache Alliance (EMHA)
A Teva Pharmaceuticals recebeu o Selo de Local de Trabalho Amigo da Enxaqueca. Esta nova iniciativa reconhece as empresas que...

A empresa ajudou a desenvolver esta iniciativa em 2021 com a European Migraine & Headache Alliance (EMHA), trabalhando com um painel de especialistas em enxaquecas de toda a Europa, incluindo neurologistas e médicos de medicina do trabalho, para desenvolver o programa.

A iniciativa foi estabelecida em reconhecimento dos 41 milhões de pessoas na Europa que vivem com enxaqueca, o que tem um impacto pessoal e um fardo significativo sobre o local de trabalho. A gravidade da enxaqueca tem sido salientada em muitos estudos, incluindo o inquérito europeu da Teva - "Para além da enxaqueca", realizado a 12.545 adultos com enxaqueca - no qual 49% dos inquiridos afirmaram que a enxaqueca reduz a sua capacidade de agir eficazmente no local de trabalho.  O Selo de Local de Trabalho Amigo da Enxaqueca visa fornecer aos funcionários ferramentas de apoio aos que sofrem de enxaqueca e destaca o seu empenho em criar um ambiente de trabalho amigo da enxaqueca.

O programa Selo de Local de Trabalho Amigo da Enxaqueca foi concebido para reduzir o impacto da enxaqueca no local de trabalho e reconhece as empresas que realizam formação EMHA, bem como a criação de um ambiente de trabalho adequado – que pode ir desde a disponibilidade de fontes de água até salas escurecidas.

Orgulhosa de apoiar e fazer parte desta iniciativa, a Teva tem como objetivo ajudar muitos doentes com enxaqueca a sentirem-se mais confortáveis e menos estigmatizados no local de trabalho, e a não terem de esconder uma parte de quem são, quer se trate do facto de terem enxaqueca ou mesmo de aspetos de maior diversidade.

Richard Daniell, Vice-Presidente Executivo e Director Comercial da Teva na Europa, afirmou, "este Selo é um grande passo em frente para ajudar os nossos funcionários que sofrem de enxaqueca a obterem o apoio de que necessitam no local de trabalho. A enxaqueca é uma importante área de enfoque para a Teva, uma vez que muitos pacientes permanecem sub-diagnosticados e lutam para receber o tratamento correto. Esta iniciativa reflete o nosso compromisso global de melhorar o bem-estar dos doentes com enxaqueca em todas as áreas das suas vidas.”

Fundação Champalimaud
É a fase final da competição. Oito atletas estão alinhados na pista, os pés tensos contra os blocos de partida. Ouve-se: &quot...

Um estudo publicado no início do mês na revista Nature, revela como uma área do cérebro nos impede de agirmos precipitadamente. "Descobrimos uma área do cérebro responsável por desencadear a ação e outra por suprimir esse impulso. E, além disso, conseguimos também provocar comportamentos impulsivos mediante a manipulação de neurónios nessas áreas", afirmou o autor sénior do estudo, Joe Paton, Diretor do Programa de Neurociência do Champalimaud Research, em Portugal.

A equipa de Paton decidiu resolver um quebra-cabeças que emergiu, em parte, das Doenças de Parkinson e Huntington. Ambas se manifestam através de distúrbios do movimento, mas com sintomas completamente opostos. Enquanto os doentes com Huntington apresentam um quadro de movimentos involuntários e descontrolados, os doentes com Parkinson revelam problemas em dar início à ação. Curiosamente, ambas as doenças decorrem da disfunção da mesma região do cérebro: os gânglios basais. Como é que a mesma estrutura pode suportar funções contraditórias?

Segundo Paton, uma importante pista surgiu de estudos anteriores que identificaram a existência de dois circuitos principais nos gânglios basais: as vias direta e indireta. Acredita-se que enquanto a atividade da via direta promove o movimento, a via indireta suprime-o. No entanto, a forma como essa interação acontecia era, até agora, desconhecida.

Usar tempo para medir a impulsividade

Paton e a sua equipa decidiram abordar o problema de forma original: em vez de, à semelhança de estudos anteriores, focarem a sua investigação nos gânglios basais durante o movimento, decidiram concentrar-se na supressão ativa da ação.

A equipa desenhou uma experiência em que os ratinhos tinham que determinar se um intervalo que separava dois sinais sonoros era superior ou inferior a 1,5 segundos. Se fosse mais curto, receberiam uma recompensa do lado esquerdo da caixa e, se fosse mais longo, a recompensa seria disponibilizada do lado direito.

"O factor crucial era que o ratinho tinha que ficar imóvel no período entre os dois sons", explica Bruno Cruz, então aluno de doutoramento no laboratório. “O que implicava que, mesmo que o ratinho tivesse a certeza de que a marca dos 1,5 segundos já tinha passado, precisava suprimir o impulso para se mover até ouvir o segundo som e só depois podia ir buscar a recompensa”.

Uma mudança na impulsividade

Os investigadores controlaram a atividade neural de ambas as vias - direta e indireta - enquanto o ratinho realizava esta tarefa. Observaram então que, tal como tinha acontecido em estudos anteriores, os níveis de atividade foram semelhantes quando o ratinho estava em movimento, mas o mesmo não aconteceu durante o período de supressão da ação.

“Curiosamente, ao contrário da co-ativação que tanto nós, como outros investigadores, observaram durante o movimento, os padrões de atividade das duas vias durante o período de supressão de ação eram diferentes. A atividade da via indireta era no geral mais elevada e aumentava de forma contínua enquanto o ratinho aguardava pelo segundo som”, lembra Cruz.

Segundo os autores, esta observação sugere que a via indireta suporta, de forma flexível, os objetivos comportamentais do animal. "Com o passar do tempo, o ratinho fica mais confiante de que está numa situação de 'intervalo longo'. E assim o seu impulso para se mover torna-se cada vez mais difícil de conter. É provável que o aumento contínuo na atividade da via indireta reflita essa luta interna", explicou Cruz.

Inspirado por esta ideia, Cruz resolveu testar o efeito da inibição da via indireta. Essa manipulação fez com que os ratinhos manifestassem um comportamento impulsivo com maior frequência, aumentando significativamente o número de vezes em que avançavam prematuramente para a porta que seria recompensada. Com esta abordagem inovadora, a equipa descobriu efetivamente uma “mudança na impulsividade”.

“Esta descoberta tem amplas implicações”, refere Paton. “Para além da relevância óbvia para as Doenças de Parkinson e Huntington, também oferece uma oportunidade única para investigar condições relacionadas com o controlo de impulsos, como o vício ou as perturbações obsessivo-compulsivas”.

À procura da motivação para agir

A equipa identificou uma região do cérebro que suprime ativamente o impulso para agir, mas qual a origem desse impulso? Uma vez que se acredita que a via direta promove a ação, o primeiro suspeito foi a via direta dessa região. No entanto, este estudo demonstrou que o comportamento do ratinho praticamente não era afetado quando os investigadores inibiam essa via.

"Sabíamos que os ratinhos estavam a sentir um forte impulso para agir, na medida em que a remoção da inibição promovia uma ação impulsiva. Mas não ficou imediatamente claro onde o local da promoção da ação poderia ser. Para responder a essa pergunta, decidimos recorrer a modelos computacionais", lembrou Paton.

"Os modelos matemáticos são extremamente úteis para dar sentido a sistemas complexos, como este", acrescentou Gonçalo Guiomar, aluno de doutoramento do laboratório. "Tendo por base o conhecimento acumulado sobre os gânglios basais, formulamos matematicamente e testámos como o sistema processa as informações. Combinámos então a previsão do modelo com as evidências de estudos anteriores e identificámos um novo e promissor candidato: o estriado dorsomedial."

A hipótese avançada pela equipa estava correta. A inibição de neurónios da via direta, nessa nova região, foi suficiente para alterar o comportamento dos ratinhos. “Ambas as regiões que estudámos estão localizadas numa parte dos gânglios basais designada estriado. A primeira área é responsável pelas chamadas funções sensoriomotoras de 'baixo nível' e a segunda é dedicada às funções de 'alto nível', como planear”, explicou Guiomar.

Da ação à tentação e mais além

Os autores consideram que as suas descobertas contradizem a perceção geral que existe sobre o funcionamento dos gânglios basais, que é mais centralizada, e que o seu modelo oferece uma nova perspetiva.

“O nosso estudo indica que potencialmente existem múltiplos circuitos neurais no cérebro que estão em constante competição relativamente a qual será a próxima ação a realizar", disse Paton. Esta informação é essencial para entender, de forma mais aprofundada, como este sistema funciona, o que por sua vez pode ser determinante para o tratamento de certos distúrbios do movimento, mas não fica por aqui”, disse Paton. "Observações da neurociência estão na base de muitas técnicas de aprendizagem automática e de IA. A ideia de que a tomada de decisões pode acontecer por meio da interação de vários circuitos paralelos, dentro do mesmo sistema, pode ser útil para desenvolver novas tipologias de sistemas inteligentes", acrescentou.

Por fim, Paton sugere que talvez um dos aspetos mais singulares deste estudo seja a sua capacidade de aceder a experiências cognitivas internas. "A impulsividade, a tentação... estão entre os processos internos do cérebro mais fascinantes, porque refletem a nossa vida interior. Mas também são os mais difíceis de estudar, porque não têm muitos sinais exteriores que possamos medir. Foi desafiante configurar este novo método, mas agora temos uma poderosa ferramenta que nos permite investigar mecanismos internos, como aqueles envolvidos no processo de resistir ou ceder à tentação”, concluiu Paton.

Opinião
A base do sistema nacional de saúde são as duas principais especialidades generalistas: Medicina Ger

Num jogo de batalha-naval seriam 2 tiros na água e ficar sem munições!

O que todos precisamos é de facilitar o trabalho aos Médicos de Família (MF) e aos Internistas para que possam fazer aquilo para que se preparam em 11-12 anos de formação! E, nessa altura, exigir-lhes maior produtividade com salários condignos a quem salva vidas e trata da nossa saúde!

Invistam em sistemas informáticos que trabalhem em rede e facilitem o trabalho dos profissionais de saúde.

Contratem mais assistentes técnicos para atender telefones, contactar doentes e otimizar a agenda médica e de enfermagem.

Contratem mais assistentes operacionais para acompanhar os doentes e familiares e resolver as questões mais simples de quem circula no complexo sistema de saúde.

Contratem mais enfermeiros e deem-lhes mais autonomia para que sejam o primeiro contacto do doente com o sistema de saúde, retirando-lhes tarefas que podem ser executadas por auxiliares e assistentes e dando-lhes outras, anteriormente feitas por médicos, como a gestão dos fármacos prescritos pelos médicos.

Aos MF exijam que orientem todas as situações agudas pouco graves dos seus doentes que conhecem e acompanham por toda a vida e, aos Internistas, que orientem todos os doentes não cirúrgicos do internamento e emergência hospitalar.

Foi nesse sentido que a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar e a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna assinaram, em 2019, um consenso, na presença do Secretário de Estado da Saúde, sobre o seguimento do doente agudo e do doente crónico.

Colocar médicos em tarefa, nos Centros de Saúde, a fazer um trabalho para uma vida é um absurdo e é um absurdo criar uma especialidade para os doentes da urgência que deviam estar nos Centros de Saúde.

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Segundo o U-Multirank 2022
Pelo segundo ano consecutivo, a Escola de Enfermagem (Porto) da Universidade Católica Portuguesa foi considerada a melhor...

“Para nós este é o reconhecimento de todo o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido em prol dos nossos estudantes, dos nossos docentes, investigadores e de proximidade com toda a comunidade”, salienta Paulo Jorge Alves, diretor da Escola de Enfermagem do Porto da Universidade Católica Portuguesa.

O U-Multirank World University Rankings compara o desempenho de instituições de ensino superior nas diferentes atividades em que cada universidade está envolvida, através de 30 indicadores, divididos em 5 áreas de desempenho: ensino e aprendizagem; investigação; transferência de conhecimento; internacionalização; e envolvimento regional. Na avaliação U-Multirank 2022, a Enfermagem da Universidade Católica Portuguesa no Porto surge como a primeira a nível nacional, ocupa o 3º lugar Europeu e surge no 7º lugar entre 192 das instituições com formação em enfermagem avaliadas a nível mundial, considerando o total de classificações máximas em todos os itens avaliados.

Apresenta 4 itens com classificação máxima dentro da categoria “ensino e aprendizagem” (tempo de graduação e corpo docente com doutoramento; contacto com ambientes da prática clínica e paridade de género); três itens com nota máxima na investigação (nomeadamente na produção científica e em acesso livre); e um na internacionalização (referente à produção científica em parceria com outros países).

 

Continuidade de cuidados no pós-alta hospitalar
O Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) assinou um protocolo com o Instituto da Segurança Social para articulação...

“O objetivo é promover a cooperação entre as entidades de saúde e de apoio social, para garantirmos uma continuidade de cuidados no pós-alta hospitalar a utentes que apenas necessitam de apoio social” afirma Alexandra Ferreira, vogal executiva do Conselho de Administração do HFF.

 “Atualmente, existem 45 doentes internados com alta hospitalar atribuída que aguardam uma resposta social. Com este protocolo, agora assinado, estamos confiantes que iremos encontrar novas soluções, melhorando assim a capacidade de resposta aos doentes agudos que necessitam de cuidados de saúde.” conclui Alexandra Ferreira.

 

 

Produto é único no mercado internacional
É um ovo, mas não nasceu de nenhuma galinha. Adequado para diferentes dietas e para consumidores com restrições alimentares e...

Atualmente, segundo o Relatório de Análise “The Green Revolution Portugal 2021” (Lantern 2021), mencionado pelos promotores do projeto, há mais de um milhão de pessoas que seguem uma alimentação vegetariana ou tendencialmente vegetariana: 43 mil veganos, 180 mil vegetarianos e 796 mil flexitarianos. Alguns deles, num questionário online, realizado pela notEggo, revelaram, no entanto, sentirem a falta de comer ovo. Nomeadamente, 36,2% num universo de 288 respondentes.

Fonte de vitamina B5 (ácido pantoténico), rico em vitamina B12, com baixos teores de açúcar e gordura e fonte de proteína, o notEggo é composto por uma gema à base de tremoço, batata-doce e cenoura, e por uma clara que contém creme de soja, farinha de arroz e amido de tapioca. À exceção da levedura nutricional sal kala namak, todos os ingredientes do ovo 100% vegetal são de produção nacional e de agricultura biológica.

Uma embalagem de notEggo é composta por três ovos vegetais, cada um com 20 gramas repartidas pela gema com cinco gramas e a clara com 15. Além de assegurar a qualidade e segurança do produto, a embalagem permitirá simular a experiência de verdadeiramente partir um ovo.

O notEggo acaba por ser um substituto vegetal ao ovo, com forma e consistência parecida ao mesmo. É um produto único, já que os potenciais concorrentes são em pó ou líquidos, aplicados em receitas como ovos mexidos, omelete ou elemento de ligação. Surge ainda numa altura que, segundo o estudo da Lantern, a maioria dos consumidores (72%) de produtos vegan considerou a oferta do mercado português insatisfatória.

“Os desafios climáticos e a cada vez maior escassez dos recursos do nosso planeta têm sido um forte incentivo para que a comunidade científica, em conjunto com a indústria alimentar, inovar e alcançar soluções que garantam a nossa sobrevivência e reverta o impacto no planeta Terra. Projetos como este são de grande importância e mostram que Portugal está na linha da frente destas preocupações”, sublinha João Borga, administrador da ANI.

O Prémio ECOTROPHELIA tem como ambição promover a inovação, empreendedorismo e competitividade no setor agroalimentar a nível nacional e europeu, reunindo e desafiando estudantes, professores, investigadores e profissionais do setor a refletir sobre os produtos eco-inovadores do futuro. Destinado a equipas multidisciplinares de dois a seis estudantes do ensino superior, o Prémio ECOTROPHELIA visa o desenvolvimento de um produto alimentar inovador e sustentável a vários níveis, desde o conceito, formulação, produção, packaging até aos planos de marketing, negócio e vendas, sem descurar as vertentes nutricional e sensorial.

Vamos falar sobre Melanoma
A MSD Portugal convida todos os profissionais de saúde com interesse na área do Melanoma, com particular foco nas...

O projeto “Melanoma Talks” inclui cinco vídeos, conduzidos por três especialistas, que visam aprofundar os conhecimentos dos profissionais de saúde sobre a referenciação dos doentes com suspeita de melanoma, os tratamentos disponíveis em estadios precoces, bem como o acompanhamento no pós-tratamento, entre outros tópicos pertinentes. Para abordar estes temas, contamos com a opinião de médicos de diferentes especialidades, nomeadamente: Dr.ª Cecília Moura, médica dermatologista no IPO de Lisboa; Dr. Hugo Nunes, médico oncologista da mesma instituição; e Dr. Pedro Barreira, médico de medicina geral e familiar, na Clínica CUF Belém.

Sendo o risco de recorrência do Melanoma bastante elevado quando detetado nos estadios II e III, a MSD Portugal desenvolveu este projeto para apoiar os profissionais de saúde na deteção desta doença de forma cada vez mais precoce, para que os doentes com melanoma tenham acesso atempado a todas as alternativas terapêuticas disponíveis.

Em Portugal, são diagnosticados cerca de 1 000 novos casos de melanoma todos os anos. Apesar da crescente incidência deste tumor, quando identificado em estadio precoce, é passível de ser curado. Para isso, é fundamental a articulação entre as principais especialidades envolvidas na identificação, referenciação e tratamento do melanoma, para que cada vez mais doentes possam viver livres de recidiva ou até mesmo, doença.

Descubra mais sobre o projeto e consulte a websérie completa aqui: https://bit.ly/3z01DoY

 

 

Com o objetivo de reforçar o ensino na área das Ciências da Saúde
A Universidade Europeia e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa acabam de estabelecer um protocolo com o objetivo de reforçar...

O estabelecimento desta parceria prevê o reforço, a valorização e o alargamento da capacidade institucional e de desenvolvimento de ofertas formativas ao nível do ensino, da investigação e do desenvolvimento das componentes de prestação de cuidados de saúde e de cuidados continuados integrados. As duas instituições pretendem que os estudantes dos diferentes ciclos de estudos da área das Ciências da Saúde tenham acesso a uma formação profissional e académica plena, capaz de assegurar uma interligação entre a prática e as atividades de ensino, formação e investigação, com recurso a valores como a solidariedade, a cooperação institucional e a partilha de responsabilidades, numa ótica de reciprocidade, proximidade e confiança.

“Este é mais um passo dado pela Universidade Europeia no investimento que tem feito na área das Ciências da Saúde em Portugal (tecnologia, inovação, capital humano e novos programas). Podermos estar associados a uma instituição com a dimensão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, é reforçar o nosso papel, enquanto instituição do Ensino Superior, enquanto instituição de conhecimento, na dinamização do crescimento económico e social do nosso país. Não tenho dúvidas que as duas instituições, com competências diferentes, mas juntas, permitirão a partir de hoje elevar ainda mais a qualidade e eficiência do ensino superior.” destaca a Reitora da Universidade Europeia, Hélia Gonçalves Pereira.

“A Saúde é um dos pilares basilares da ação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, providenciando diariamente diferentes valências à população, através dos seus serviços de proximidade, clínicas e hospitais, sem esquecer a vertente da investigação, com a atribuição das maiores bolsas nacionais na área das neurociências, e a componente do ensino, através da Escola Superior de Saúde do Alcoitão. É por isso que esta parceria com a Universidade Europeia na área das Ciências da Saúde surge com toda a naturalidade e pertinência, tendo a Santa Casa a expetativa de poder criar novas sinergias entre as duas entidades, através da partilha de conhecimento e experiência.”, acrescenta Edmundo Emílio Martinho, Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa é uma organização que tem por missão contribuir para a promoção e dignificação da pessoa humana, no compromisso pelos respeito e defesa dos direitos humanos, através da melhoria do bem-estar das pessoas, nomeadamente nos domínios da ação social, saúde, educação e ensino, cultura e promoção da qualidade de vida, bem como a promoção, apoio e realização de atividades que visem a inovação, a qualidade e a segurança na prestação de serviços e, ainda, o desenvolvimento de iniciativas no âmbito da economia social  e que desenvolve atividades de serviço ou interesse público que lhe sejam solicitadas pelo Estado ou outras entidades públicas.

Com o conhecimento profundo que tem adquirido nos últimos anos, a Universidade Europeia pretende dar  continuidade ao reforço da sua capacidade de diferenciação no âmbito do ensino das Ciências da Saúde, promovendo a integração entre as componentes académicas de Ensino, de Formação e de Investigação ancoradas na indispensável ligação ao "mundo real" das entidades do terceiro setor e, desta forma, ajudar ao enriquecimento da rede de ensino superior em Portugal, formando profissionais qualificados para ir ao encontro das necessidades da sociedade portuguesa.

A partir de polímeros naturais
Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra (UC) desenvolveu um novo aerogel a partir de polímeros naturais, com...

O estudo, publicado na revista Materials Chemistry and Physics, foi desenvolvido, ao longo dos últimos quatro anos, no Centro de Investigação em Engenharia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta (CIEPQPF) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), no âmbito do projeto “SterilAerogel”, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), no valor de 230 mil euros.

O “SterilAerogel”, segundo a coordenadora do projeto, Mara Braga, tem como grande objetivo dar resposta a um problema de saúde «que afeta cada vez mais a população mundial, especialmente a população idosa – fraturas ósseas e problemas degenerativos e inflamatórios –, através do desenvolvimento de aerogéis inovadores à base de polímeros naturais, prontos a ser usados na regeneração de tecidos, mas também em pensos para tratar feridas».

Para obter um novo aerogel natural e completamente esterilizado, o projeto envolveu várias fases. Primeiro, após uma exaustiva triagem de combinações de polieletrólitos naturais (dois polímeros com cargas opostas que, quando são postos em contacto no meio adequado, se ligam de forma natural), os investigadores verificaram num dos estudos que o complexo polieletrólito de quitosano e goma xantana era o mais adequado para o fim pretendido.

A partir daqui a equipa de Mara Braga avançou para a produção do novo aerogel, através de um processo integrado, em que a secagem e a esterilização são realizadas sequencialmente e

no mesmo equipamento, evitando procedimentos adicionais. Este processo envolveu diferentes etapas, sendo a primeira a gelificação para obter um hidrogel, que foi depois convertido em alcogel e colocado dentro de uma embalagem de esterilização, para permitir o manuseamento da amostra após o processo sem que haja qualquer risco de contaminação.

Por último, a amostra foi seca e esterilizada com um equipamento específico recorrendo a dióxido de carbono (CO₂) em estado supercrítico, num sistema sequencial nunca antes feito. No final, foi obtido um aerogel natural com todas as propriedades adequadas para aplicação em medicina regenerativa.

A grande inovação do projeto está precisamente na «técnica usada para o processamento do polímero natural. Os biopolímeros caracterizam-se pela elevada biocompatibilidade para utilização nos organismos vivos, no entanto, exigem um processo rigoroso de esterilização, garantindo que não se perdem as propriedades físico-químicas e estruturais, ou seja, que não se degradem no processo de esterilização», afirma a investigadora da FCTUC.

«Ao adotarmos a tecnologia com fluido supercrítico para a preparação e esterilização do aerogel, garantimos a biocompatibilidade ao interagir com o organismo sem causar grandes efeitos secundários, comparativamente aos sintéticos, e resíduos de solventes orgânicos do seu processamento», acrescenta.

Para verificar a eficácia da tecnologia, foram realizados vários testes, com a colaboração do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC), como explica Mara Braga: «contaminou-se a matriz (aerogel) com um bacilo – Bacillus atrophaeus –, que é o bacilo indicado na farmacopeia como referência para métodos de esterilização, e posteriormente aplicámos o nosso método na descontaminação». Das muitas experiências realizadas, nota, «conseguiu-se sempre realizar com sucesso todas as fases, desde o processamento do polímero até ao formato final – já colocado no interior do saco de esterilização –, pronto a ser utilizado, bastando abrir a embalagem e aplicar».

Para que este novo aerogel completamente natural e sem resíduos químicos possa ser utilizado na área da saúde, ainda são necessários mais estudos, nomeadamente aumentar a escala das experiências e determinar o prazo de validade do produto final, porque, tratando-se de um polímero natural, a sua vida útil é inferior à dos polímeros sintéticos, «pretendemos saber se, depois de esterilizado, o aerogel garante seis meses de validade, que é o prazo standard para este tipo de produtos», esclarece Mara Braga.

Embora o projeto se tenha focado na área da saúde, o novo aerogel tem potencial para outras aplicações, por exemplo, como adsorventes para tratamento de águas residuais. 

Estudo resultará de um relatório com recomendações políticas
A Parceria para a Sustentabilidade e Resiliência dos Sistemas de Saúde (PHSSR), uma colaboração global entre organizações...

Ativo em mais de 20 países, a PHSSR e os seus parceiros procuram trabalhar com académicos locais, decisores políticos e outras partes interessadas, para conhecer melhor os sistemas de saúde em cada país, a vários níveis, e orientar ações, baseadas na evidência, para melhorar a sustentabilidade e resiliência dos mesmos.

Em Portugal, sob a coordenação da investigadora Mónica Oliveira, do IST, e em colaboração com a investigadora Aida Isabel Tavares, do ISEG, a PHSSR está a dar início ao estudo do sistema de saúde português, usando “uma estrutura desenvolvida pela London School of Economics para analisar o sistema de saúde do país em sete domínios – financiamento, governança, recursos humanos, medicamentos e tecnologia, prestação de serviços, saúde populacional e sustentabilidade ambiental – e que é o ponto de partida para identificar pontos fracos, oportunidades e riscos para a sustentabilidade e resiliência do sistema de saúde português” explica Aida Isabel Tavares. O resultado final será, adianta Mónica Oliveira, “um relatório que integra recomendações de políticas geradas e discutidas por um grupo alargado de especialistas de diferentes áreas afetas à saúde”, até porque, “para criar sistemas de saúde verdadeiramente sustentáveis e resilientes, é essencial que haja colaboração entre todas as partes interessadas do sistema”.

Este estudo será também uma oportunidade para partilhar conhecimento e boas práticas entre os diversos países onde está a decorrer, como refere Alistair McGuire, Diretor do Departamento de Política da Saúde e especialista em economia da saúde da London School of Economics. “A PHSSR está a aproveitar a oportunidade que a pandemia nos deu para agir e abordar questões globais de saúde. Estamos a transformar a investigação em ação, trabalhando com mais de 20 países para identificar soluções com o maior potencial, apoiar a sua adoção e partilhar conhecimento além-fronteiras”.

Espera-se que os resultados do relatório da PHSSR, em Portugal, sejam divulgados durante o segundo semestre de 2022.

Dany Coutinho Nogueira, investigador do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde (CIAS)
Um estudo realizado ao sistema auditivo de um fóssil encontrado há quase meio século, em Marrocos, permitiu descobrir um dos...

O fóssil em causa – Dar-es-Soltane II H5 – tem cerca de 100 mil anos. A descoberta da patologia, relata o primeiro autor do artigo científico, Dany Coutinho Nogueira, investigador do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde (CIAS) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), só foi possível utilizando micro-CT scan, que é semelhante «a uma TAC de hospital, mas com uma melhor resolução, e que permite uma observação mais detalhada. A observação das micro-CT e a reconstrução 3D foram feitas com um software específico (TIVMI)».

O investigador do CIAS explica que, em paleoantropologia, o osso temporal (onde está alojado o sistema auditivo) é muito importante. «Uma parte desse osso, a pars petrosa, é constituída pelo osso mais denso do corpo humano que, por vezes, permite uma melhor conservação em fósseis antigos. Essa parte contém os órgãos da audição (cóclea) e do equilíbrio (canais semicirculares), que são estudados em paleoantropologia para distinguir os grupos humanos (a morfologia desta estrutura nos Homo sapiens é diferente da dos Neandertais)».

Ao observar os canais semicirculares do Dar-es-Soltane II H5, prossegue, para confirmar a que grupo humano pertencia este fóssil, «notei que os canais estavam parcialmente ossificados, ou seja, tinham osso em partes onde não deviam ter». O estudo revelou que o indivíduo sofria de labyrinthitis ossificans, uma patologia que provoca a ossificação dos canais semicirculares e da cóclea. Esta condição «implica problemas de equilíbrio, tonturas, vertigens e perda de audição. Esta patologia é muito incapacitante para um caçador-recoletor, limitando a capacidade de caçar e encontrar alimentos».

O tempo de sobrevivência limitado do indivíduo após o começo da doença coloca em questão a causa da morte e os cuidados que poderá ter recebido. «Dar-es-Soltane II H5 morreu alguns meses depois do início da patologia, não poderia ter sobrevivido tanto tempo sem ajuda de outros indivíduos porque já não devia ser capaz de adquirir alimentos e caçar por si próprio, o que nos indica que havia uma forma de acompanhamento do resto do grupo, pelo menos durante alguns meses», descreve.

Dany Coutinho Nogueira realça que só dois fósseis de Homo sapiens caçadores-recoletores apresentam esta patologia, «sendo o outro de Singa (Spoor et al. 1998), são os dois casos mais antigos de surdez adquirida identificados da nossa espécie».

Ainda de acordo com o investigador do CIAS, este estudo fornece novas informações sobre o estado de saúde das populações do passado, «em particular dos caçadores-recoletores, e também mostra que tecnologias recentes permitem descobrir novas informações e detetar patologias sobre fósseis descobertos há quase 50 anos».

 

Recomendações
A chegada do verão traz várias vantagens para a saúde das pessoas.

Apesar de existirem alguns fatores de risco associados – o tabagismo, os níveis de colesterol elevado, a diabetes, a hipertensão arterial, o excesso de peso, o sedentarismo, o stress e o avançar da idade – o calor pode ter influência e propiciar o enfarte agudo do miocárdio. O risco é maior entre o sexo masculino. O que acontece é que as altas temperaturas aumentam a espessura do sangue, fazendo subir a pressão e a frequência cardíaca. Este fator torna-se ainda mais relevante nas pessoas com mais de 50 anos, em que as temperaturas elevadas podem aumentar o risco de morte precoce por doenças cardiovasculares; e nas pessoas que sofrem de colesterol elevado e de hipertensão arterial.

Um outro aspeto a ter em conta é a transpiração excessiva durante esta época, ou seja, a perda de líquidos e de minerais. Com a perda de água, o organismo fecha os vasos sanguíneos para manter a pressão, tornando o sangue mais denso, e, consequentemente, os batimentos cardíacos aceleram para que o corpo continue a funcionar.

Assim sendo, é recomendado que durante o verão se ingira uma maior quantidade de líquidos, preferencialmente água. Esta é a recomendação mais aconselhada por todos os especialistas, tanto no verão, como também em todas as épocas, de forma a manter a hidratação.

Cansaço, sede, dores de cabeça, tonturas e fraqueza muscular, são alguns dos sintomas da desidratação. Evitar a exposição direta ao sol e fazer refeições leves, neste caso, as saladas, que exigem menor esforço do organismo durante a digestão, são outros conselhos que devem ser tidos em conta para lidar com o aumento das temperaturas.

As pessoas que sofrem de alguma doença cardiovascular devem também consultar o seu cardiologista nesta altura do ano, por forma a avaliarem se a medicação deve ou não ser alterada e adaptada a esta estação. Ainda assim, todas as pessoas devem realizar consultas de rotina, quer sofram ou não de alguma patologia.

É importante que continue atento aos principais sintomas de enfarte, tais como: dor no peito, suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade. Na presença destes sintomas, as pessoas devem evitar deslocar-se para o hospital num veículo próprio. Recomenda-se que liguem rapidamente para o 112, que sigam as instruções que lhe forem dadas e que aguardem pela chegada da ambulância, que encaminhará para um centro especializado, onde tratará a situação como prioritária, instituindo o tratamento mais adequado.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Evento organizado pela Liga Portuguesa Contra o Cancro decorre dia 23 de julho
A cidade de Barcelos é o palco para mais uma edição do “Um Dia Pela Vida”, 10 anos depois da primeira edição, no próximo dia 23...

O evento inicia pelas 9h30 e encerra por volta das 2h00 da manhã do dia seguinte, em plena margem do Rio Cávado. Uma arruada, acompanhada pela Banda do Galo, pelos motards dos Moto Galos, vencedores, Fanfarra e pela “Chama da Vida”, dá o mote para o arranque do evento. A meio do percurso, há uma paragem em frente ao edifício da Câmara Municipal de Barcelos, onde o Presidente Mário Constantino, e vereadores, aguardam, sendo convidados a seguir na arruada até ao seu final, junto ao Templo do Senhor Bom Jesus da Cruz. Nesse momento, haverá cerimónia de agradecimentos, pelo Presidente da Câmara, pelo Presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional do Norte, Vítor Veloso, pela Comissão Regional e por um/a vencedor/a. 

Mas o dia e a noite estarão repletos de eventos e atividades. Uma Praça da Alimentação aberta durante todo o tempo e dinamizada pelas equipas participantes, assim como eventos de animação infantil. Haverá atividades desportivas – destacando-se uma Maratona de Cycling juntando todos os Ginásios do concelho de Barcelos –, concertos e atuações no palco principal, terminando com um rol de cerimónias de pendor mais sentimental (NB1: segue, em anexo, programa provisório). 

Resumidamente, o “Um Dia Pela Vida” é um projeto organizado pela Liga Portuguesa Contra o Cancro no âmbito de um programa internacional da American Cancer Society.  No mundo, 30 nações já fazem parte deste projeto que, a nível internacional, é designado por Relay For Life. Tem como objetivos: (a) Alertar para a prevenção; (b) Afastar os medos da doença; (c) Apelar aos rastreios; e (d) Angariar fundos para as atividades da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), nomeadamente, para os programas de prevenção, rastreio, apoio ao doente oncológico e à investigação (NB2: segue, em anexo, documento mais extenso sobre o “Um Dia Pela Vida”, de autoria de Conceição Clavel, Coordenadora-Geral do UDPV Norte). 

 

Medicamentos considerados essenciais, como a insulina
A Sanofi Global Health anuncia o lançamento da Impact®, uma nova marca de medicamentos standard de cuidados produzidos pela...

A marca que inclui insulina, glibenclamida e oxaliplatina entre outros, permitirá a distribuição segura de 30 medicamentos da Sanofi em 40 países de baixos rendimentos. Considerados essenciais pela Organização Mundial de Saúde, os medicamentos abrangem uma vasta gama de áreas terapêuticas, incluindo diabetes, doença cardiovascular, tuberculose, malária e cancro.

O lançamento da marca faz parte das medidas tomadas desde a formação no ano passado da Sanofi Global Health, uma unidade sem fins lucrativos dentro da companhia que visa aumentar o acesso aos cuidados de saúde através da distribuição de medicamentos, assim como a construção e reforço dos sistemas locais de saúde em países com um PIB per capita mais baixo. A Sanofi Global Health é a primeira e única iniciativa global a dar acesso a um portefólio tão vasto de medicamentos em tantos países e em múltiplas áreas terapêuticas, ao mesmo tempo que financia programas de apoio local e fortalece negócios locais inclusivos.

“Na Sanofi, acreditamos que temos a responsabilidade de fazer a diferença para a saúde dos mais necessitados, e sabemos que temos a capacidade e a ambição de promover uma mudança duradoura. Com medicamentos críticos, motivação incansável e parcerias com impacto, podemos levar a nossa inovação além do laboratório e utilizá-la para fortalecer os sistemas de saúde e o acesso a medicamentos das comunidades de doentes mais vulneráveis. A Sanofi Global Health visa melhorar a vida de milhões de pessoas que agora não conseguem obter a ajuda que precisam. O objetivo renovado da Sanofi é procurar os milagres da ciência para melhorar a vida das pessoas. E a nossa missão de melhorar a vida de todas as pessoas tem de incluir ajudar a garantir um melhor acesso a cuidados e medicamentos de qualidade para as populações carenciadas”, afirma Paul Hudson, Diretor Executivo da Sanofi.

A Companhia também anuncia a criação de um fundo Impact que apoiará empresas start-up e outras entidades inovadoras que possam fornecer soluções escaláveis para cuidados de saúde sustentáveis em regiões carenciadas. Ao oferecer financiamento e assistência técnica a empresas inclusivas, o fundo irá complementar a missão da GHU de alavancar o investimento global, regional e local para apoiar a formação de profissionais de saúde e ajudar as comunidades na operação de sistemas de cuidados sustentáveis. Estes anúncios surgem no momento em que a Sanofi reúne os principais representantes da saúde global para debaterem a forma de criar programas de saúde eficazes e abrangentes, que estejam integrados nas comunidades que servem, de modo a alcançar, tratar e gerir melhor a saúde dos doentes de forma eficaz e sustentável.

“O lançamento da marca Impact® e do nosso Fundo Impact são as nossas medidas mais recentes para disponibilizar os nossos medicamentos e para ajudar a levar cuidados de saúde de qualidade e sustentáveis às pessoas nos países mais pobres do mundo. Mas sabemos que não podemos fazer isto sozinhos e, por isso, estamos a construir parcerias a nível global, regional e local que irão ajudar a melhorar e a estabelecer sistemas de saúde para alcançar o nosso objetivo de um mundo mais saudável e mais resiliente”, acrescenta Jon Fairest, Diretor da Unidade Global Health da Sanofi.

A Sanofi Global Health é um dos três elementos da abordagem multiníveis da Sanofi relativamente ao impacto social, que inclui a Foundation S – o coletivo Sanofi dedicado à filantropia e uma estratégia de Responsabilidade Social Empresarial incorporada nas atividades comerciais.

Associação preocupada com o impacto da subida acentuada da taxa de inflação no setor da saúde
A Associação Portuguesa das Empresas de Dispositivos Médicos (APORMED) está preocupada com a constante subida da taxa de...

Em Portugal, o impacto gerado pela subida da inflação, pelo agravamento exponencial dos custos das matérias-primas, transporte, logística, energia, custos regulamentares, taxas suplementares e pelas dificuldades existentes nas cadeias de abastecimento, conduz a uma necessidade imediata de aprovação de medidas de natureza financeira que permitam a sustentabilidade das empresas de dispositivos médicos.

Tipicamente, a estrutura de custos das empresas fabricantes compreende 45 por cento energia, 25 por cento produção, 10 por cento pessoal, 15 por cento logística e 5 por cento de outros custos. Quanto às empresas distribuidoras, a sua estrutura engloba 62 por cento logística, 30 por cento pessoal e 8 por cento de outros custos.

“Trata-se de uma situação grave, uma vez que afeta o fabrico, a distribuição e a comercialização dos dispositivos médicos no sistema de saúde português e que vai influenciar a disponibilidade e a continuidade de acesso às tecnologias de saúde por parte dos utentes e cidadãos”, alerta João Gonçalves, Diretor Executivo da APORMED. 

“É primordial serem criadas condições para a estabilidade financeira das empresas, medidas de mitigação passíveis de serem adotadas a curto prazo e que permitam contrariar, pelo menos, o efeito da inflação, nomeadamente a criação urgente de um regime jurídico que determine a revisão do preço dos dispositivos médicos contratualizados ou em processo de contratualização; a revisão ou atualização dos preços nos contratos em vigor e dos cadernos de encargos dos futuros procedimentos, celebrados com os serviços e entidades do Serviço Nacional de Saúde”, acrescenta.

O setor dos dispositivos médicos nacional equivale a 1.600 milhões de euros. Este é um setor caracterizado por um forte e regular investimento na inovação, de forma a permitir o acesso dos doentes a terapias que garantem importantes ganhos em saúde.

 

Ordem dos Psicólogos Portugueses deixa conselhos
Ter memórias vividas e repetidas do incêndio, sentir-se ansioso, assustado ou triste são reações comuns. Podem ainda surgir...

A Ordem dos Psicólogos Portugueses lembra que “o choque e a negação são respostas imediatas normais” a quem vive um evento como um incêndio. É natural ainda que nos possamos “sentir mais irritáveis do que o habitual”, explica o documento “Como lidar com uma Catástrofe Natural”.

O documento refere ainda que num incêndio os padrões de pensamento e comportamento podem ser afetados. “Podemos ter memórias vividas e repetidas do incêndio. Estas memórias podem ocorrer a qualquer altura e levar a reações físicas (por exemplo, o coração acelerado ou suar). Podemos sentir-nos particularmente ansiosos ou nervosos, assustados, angustiados ou mesmo muito tristes. Os nossos padrões de pensamento e comportamento são afetados. Podemos sentir dificuldades de concentração ou em tomar decisões. Podemos dormir e comer pior. Podem ainda surgir sinais físicos, como dores de cabeça ou náuseas. E ainda dificuldades em dormir”, alerta o documento.

O que podemos fazer?

  • Aceitar que as emoções intensas são parte da resposta normal e universal ao impacto emocional e ao stresse causado pelo incêndio. Pode parecer melhor ignorar ou evitar experienciar emoções dolorosas, mas elas existem quer lhes prestemos atenção ou não. Por muito dolorosas que sejam, para que os sentimentos intensos passem e diminuam é preciso dar espaço para expressá-los, sozinhos ou junto de outro adulto ou de um profissional especializado, como o caso do psicólogo ou de outro profissional de saúde.
  • Dar tempo a nós próprios para nos adaptarmos e fazermos o luto pelas perdas que tivemos, materiais, emocionais ou a perda de um ente querido.
  • Pedir o apoio e a ajuda da família e dos amigos, assim como de profissionais ou de grupos de apoio social e organizações, se for necessário. O isolamento não é saudável.
  • Dormir bem, comer bem, fazer exercício (mesmo que seja a última coisa que nos apeteça) também é importante para a saúde e o bem-estar psicológico, assim como fazer atividades que nos ajudem a relaxar.
  • Partilhar emoções com outras vítimas do incêndio. Voltar à rotina e às atividades habituais (ou estabelecer novas rotinas).
  • Minimizar a nossa exposição às reportagens dos media (televisão, internet, rádio, jornais) sobre o impacto devastador do incêndio. É importante mantermo-nos informados, mas a sobre-exposição às notícias do incêndio podem causar ainda mais stresse e sofrimento.

 E no caso das crianças e adolescentes?

O documento alerta que o medo e a preocupação com a sua segurança e a segurança dos outros, o medo de serem separados dos familiares, ficarem mais agitados e chorarem facilmente, terem dificuldade em concentrarem-se, isolarem-se dos outros e ficarem zangados e “fazerem birra” são algumas reações comuns.

Podem ainda tornar-se mais agressivos com os pais, irmãos ou amigos e terem queixas físicas, como dor de cabeça ou dor de barriga, terem mudanças no desempenho escolar e dificuldades em dormir ou pesadelos.

Como é que os pais ou cuidadores podem ajudar?

As crianças e adolescentes lidam melhor com os desastres naturais quando compreendem o que se está a passar. Os pais ou cuidadores devem passar algum tempo a falar sobre o incêndio com a criança ou adolescente, deixando-os saber que podem colocar questões e partilhar as suas preocupações e fazendo-os saber que as suas reações (o que estão a pensar e a sentir) são normais.

No caso das crianças mais novas, para que se sintam mais seguras e calmas após conversarem sobre o incêndio, os pais ou cuidadores podem ler-lhe a sua história preferida ou fazer uma atividade calma em família.

Mantenha a criança ou adolescente perto de si e sempre que sair diga-lhe onde vai e quando regressará.

E tenha atenção à forma como conversam sobre o incêndio na presença das crianças e adolescentes, uma vez que estes podem interpretar mal o que ouvem e ficar desnecessariamente assustados.

O documento, criado em conjunto pela Ordem dos Psicólogos Portugueses e pela Direcção-Geral da Saúde tem ainda uma parte dedicada às pessoas idosas e outra à comunidade.

Link do documento completo:

https://www.ordemdospsicologos.pt/ficheiros/documentos/como_lidar_com_um_desastre_natural.pdf

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