Estudo
A perda de função ovárica em mulheres com menos de 40 anos poderá vir a ser tratada com recurso a células estaminais. De acordo...

Estima-se que a Insuficiência Ovárica Prematura (IOP) afete cerca de um por cento das mulheres até aos 40 anos. Nestes casos, a disfunção hormonal provoca alterações no ciclo menstrual, que conduzem frequentemente à perda de fertilidade.

Fatores genéticos, doenças autoimunes ou tratamentos para o cancro (quimio ou radioterapia) podem estar na origem desta doença.

“Na procura de uma solução capaz de recuperar a função ovárica e a fertilidade em mulheres com IOP, a terapia com células estaminais mesenquimais tem-se destacado pelos seus resultados promissores, tanto em modelo animal como em ensaios clínicos”, afirma Bruna Moreira, investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal.

”Ainda assim, aguardamos com grande expectativa a realização de mais ensaios clínicos que confirmem a eficácia desta terapia e permitam estabelecer a metodologia ideal, nomeadamente no que se refere à quantidade de células e à melhor via de administração, determinantes para o sucesso do tratamento”, conclui.

O estudo, em modelo animal, recentemente publicado veio reforçar o potencial da terapia com células estaminais do tecido do cordão umbilical para o tratamento de IOP e restauração da fertilidade.

O tratamento com células estaminais foi capaz de diminuir a gravidade das alterações observadas no ciclo reprodutivo dos animais com IOP, aliviar a disfunção hormonal e normalizar o tamanho dos ovários.

Além disso, verificou-se que a terapia com células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical aumentou o número de folículos saudáveis nos ovários, incluindo dos que se encontravam em fase de pré-ovulação, e diminuiu o número de folículos em fase de morte celular.

Observaram-se também efeitos do tratamento com células estaminais na fertilidade: a taxa de sucesso de acasalamento foi de 83% nos animais tratados com células estaminais por via intravenosa e de 100% nos que receberam células estaminais diretamente nos ovários.

Além do efeito positivo na fertilidade, os investigadores verificaram que o número de fetos foi superior nos animais tratados com células estaminais, sobretudo nos que receberam células diretamente nos ovários, cujo número de fetos foi semelhante ao dos animais saudáveis.

O estudo evidencia ainda a importância da via de administração na eficácia do tratamento, tendo-se registado maior eficácia na aplicação direta das células estaminais diretamente nos ovários do que na administração por via intravenosa.

Estes resultados sugerem que a terapia com células estaminais do tecido do cordão umbilical é capaz de promover melhorias significativas na função ovárica em modelo animal de IOP.

Para aceder aos estudos científicos mais recentes sobre os resultados promissores da aplicação de células estaminais, visite o Blogue de Células Estaminais.

Referências:

Zhang M, et al. Umbilical Cord Mesenchymal Stem Cells Ameliorate Premature Ovarian Insufficiency in Rats. Evid Based Complement Alternat Med. 2022. 2022:9228456. 

Chon SJ, et al. Premature Ovarian Insufficiency: Past, Present, and Future. Front Cell Dev Biol. 2021. 9:672890.

Desenvolvidas por investigadores portugueses
Peça de vestuário, habitualmente utilizado no desporto, terá incorporadas estruturas têxteis avançadas com sistemas...

É uma boa notícia para os amantes e entusiastas do desporto. O CeNTI, instituto de I&DT de referência, e mais quatro entidades - TINTEX, HATA, CITEVE e Faculdade de Desporto da Universidade do Porto - estão a desenvolver umas leggings, que irão permitir otimizar e acelerar o processo de recuperação muscular após a prática de exercício físico. Além de diminuir o tempo de recuperação, a solução tecnológica irá aumentar a eficácia e o desempenho desportivos.

Única e disruptiva no mercado, esta peça será composta por estruturas têxteis avançadas com sistemas de eletroestimulação, aquecimento e massagem e compressão localizados. É na conjugação e integração destas tecnologias que reside o seu carácter inovador.

“Estes sistemas inteligentes atuam ao nível da estrutura têxtil, sendo a combinação de ambos o aspeto diferenciador face a outras soluções comerciais. Para o desenvolvimento dos sistemas de massagem e compressão serão integrados, por processos têxteis, materiais com memória de forma; para o desenvolvimento dos sistemas de eletroestimulação serão incorporados, por processos têxteis, fios condutores e, para a criação dos sistemas de aquecimento, serão incluídos, na estrutura têxtil, circuitos de aquecimento através de eletrónica impressa”, revelam os investigadores.

“É, ainda, importante referir que a componente wearable destas tecnologias permite a utilização das leggings no domicílio, sem dependência de terceiros para o seu manuseamento”, referem os responsáveis do Projeto, denominado Wear2Heal.

Apesar de ainda estar em desenvolvimento, nomeadamente na fase de prototipagem e validação/otimização, as expetativas quanto à sua entrada e recetividade no mercado são positivas, segundo indicam os estudiosos.

“Há um elevado interesse do consórcio em comercializar as soluções desenvolvidas. Estas serão comercializadas pela TINTEX que, além dos mercados onde já se afirma – Portugal, Alemanha, Suécia, entre outros –, pretende dinamizar novos mercados, como os Estados Unidos da América e Japão, por serem países com elevado potencial económico e propensos à aquisição de novos produtos e de elevada qualidade”, acrescentam.

Além das leggings, as estruturas têxteis avançadas podem ser aplicadas, no futuro, noutras peças de vestuário. Nesta fase, os investigadores optaram pelas leggings por serem “um dos tipos de vestuário mais utilizados durante a prática desportiva”.

O Projeto Wear2Heal, que se iniciou em julho de 2019 e termina em dezembro deste ano, é o resultado do conhecimento e know-how de um consórcio composto por cinco entidades, nomeadamente as empresas TINTEX e HATA, os centros tecnológicos CeNTI e CITEVE e a Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

A investigação surgiu do levantamento de necessidades identificadas pelo consórcio, tendo em conta a evolução e as tendências de um mercado cada vez mais competitivo e focado em soluções mais sustentáveis, eficientes e inovadoras, tanto ao nível da saúde como ao nível do desporto. O Projeto visa, assim, corresponder ao mercado com uma solução de valor acrescentado.

Urgências/Obstetrícia
Entre junho e julho, 41% das reclamações dirigidas ao setor da Saúde denunciam problemas nos serviços de ginecologia e...

As reclamações dos utentes relacionadas com constrangimentos nos serviços de ginecologia e obstetrícia registaram um aumento de 113% nos primeiros sete meses do ano, indica uma análise do Portal da Queixa. Só entre junho e julho, 41% das reclamações reportam problemas com estes serviços em várias unidades hospitalares do país. O Hospital de Faro é a entidades de saúde com mais queixas.

De norte a sul do país, vários serviços de urgência de ginecologia e obstetrícia têm registado constrangimentos consecutivos desde junho, sobretudo, durante o fim-de-semana. A insatisfação dos utentes é visível através do número de reclamações que chegam ao Portal da Queixa. 

Segundo a análise efetuada ao setor da Saúde, nos primeiros sete meses do ano verificou-se um crescimento de 30% do número de reclamações relacionadas com a subcategoria ‘Hospitais e Maternidades’, em relação ao período homólogo. Este ano, cerca de 20% das queixas apresentadas enquadram-se em ambiente de urgência. 

Relativamente às queixas com foco nos serviços de ginecologia e obstetrícia, os dados revelam uma subida de 113%, de janeiro até julho, comparativamente a 2021. 

Destacam-se na análise os últimos meses de junho e julho - período em que se agudiza a crise nas urgências hospitalares deste serviço específico -, com 41% das reclamações dirigidas ao setor da Saúde a estarem relacionadas com problemas nos serviços de ginecologia e obstetrícia de várias unidades de saúde do país.

Entre os principais motivos de reclamação apresentados pelos utentes: mais de 60% das queixas reporta a falta de qualidade de atendimento destes serviços (atendimento em urgência, atendimento em consulta, atendimento telefónico, etc.). Problemas com o parto é outra das causas apontadas.

Entre as unidades hospitalares que registaram o maior número de reclamações dirigidas ao serviço de Ginecologia e Obstetrícia estão o Hospital de Faro e o Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos. 

Casos no Portal da Queixa

Negligência, mau atendimento e até complicações no parto. Estas são algumas das experiências partilhadas por várias utentes no Portal da Queixa.

Ana Rodrigues denunciou ter tido complicações com o parto na reclamação dirigida à Maternidade Alfredo da Costa, onde descreve o mau atendimento e prestação por parte da equipa médica. 

Thaysla Oliveira - grávida de 35 semanas - reportou na queixa dirigida ao Hospital de Faro, o facto de estar à espera há dois meses para fazer ecografia naquela unidade de saúde.

Carolina Pina – também grávida – partilhou na sua reclamação a má experiência no atendimento que teve no serviço de urgência de obstetrícia do Centro Hospitalar do Barreiro-Montijo. 

O mesmo motivo deu origem à queixa registada pela utente Márcia Dórdio onde relata a alegada negligência por parte de uma médica que a assistiu nas urgências do Hospital de Faro. 

“Falta de assistência, empatia e paciência no parto”, é o motivo da reclamação de Daniela Dias contra o serviço da maternidade do Hospital de Vila Franca de Xira.

“Feche a torneira enquanto lava os dentes”
Campanha “Feche a torneira enquanto lava os dentes” alerta para o desperdício de água numa altura em que o país enfrenta a pior...

A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) apela aos portugueses para que fechem a torneira da água enquanto escovam os dentes.

Numa ação inédita de apoio à situação de seca meteorológica que Portugal enfrenta, a OMD lança a campanha “Feche a torneira enquanto lava os dentes” que visa sensibilizar os portugueses para a necessidade de não desperdiçarem água.

Uma torneira aberta durante dois minutos, o tempo recomendado para a escovagem dos dentes, pode gastar até 24 litros de água. Tendo em conta que a escovagem dos dentes deve ser realizada, pelo menos, duas vezes ao dia, a poupança de água pode chegar por dia e por pessoa aos 48 litros, ou seja, 17.520 litros de água por ano.

Miguel Pavão, bastonário da OMD, considera que “mais do que nunca, poupar água não é apenas uma decisão sustentável, mas um compromisso com a adequada gestão dos recursos naturais. Num momento em que o país está numa situação de seca severa e extrema, a Ordem dos Médicos Dentistas pretende consciencializar a população para a adoção de pequenos hábitos que fazem toda a diferença na hora de poupar água”.

A campanha alerta não só para o desperdício de água, mas também para a regra de ouro de uma boa saúde oral: a fórmula 2x2 - lavar os dentes durante dois minutos, pelo menos duas vezes por dia.

Esta campanha, que alia sustentabilidade e literacia em saúde, estará visível na rede nacional de multibanco em todo o país.

Programa Operacional CENTRO2020
Cinco projetos do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC-UC) vão contar com financiamento...

O projeto relacionado com a doença de fígado gordo não alcoólico vai ser conduzido por Paulo Oliveira, investigador do CNC-UC. Chama-se “MitoBOOST v2.0 - Prova de Conceito para o Uso de Polifenóis Dirigidos à Mitocôndria para Tratar a Doença do Fígado Gordo Não- Alcoólico” e pretende efetuar uma prova de conceito relativa ao uso de uma nova molécula, AntiOXBEN2, ainda em fase de pré-clínica, para o tratamento desta doença, que tem vindo a crescer nas últimas décadas e que afeta cerca de um quarto da população mundial. O projeto resulta de um consórcio entre o CNC-UC, a empresa Mitotag e a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, que desenvolveu a molécula em causa.

Para o estudo de exossomas, Lino Ferreira, investigador do CNC-UC, vai coordenar o projeto “BIO-MED: Engenharia Biomolecular de Vesículas Extracelulares para Medicina Regenerativa” que tem como foco a utilização destas pequenas vesículas, naturalmente existentes no organismo, como sistemas de libertação de fármacos para fins terapêuticos.

Os restantes três projetos têm um foco comum, a doença de Machado-Joseph, uma doença neurodegenerativa rara, com prevalência em Portugal, mas ainda sem cura. Luís Pereira de Almeida, professor da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra e presidente do CNC-UC, coordena o projeto “MJDedit - Sistemas de edição génica para o gene ATXN3: Uma terapia para a doença de Machado-Joseph”, que visa encontrar uma terapia para esta doença, através de ferramentas de edição genética. Estratégias eficazes para esta doença são potencialmente aplicáveis a outras doenças do cérebro.

Já o projeto “BDforMJD - Desenvolvimento de um biomarcador para a Doença de Machado-Joseph”, liderado pela investigadora do CNC-UC Magda Santana, pretende desenvolver um biomarcador (identificador biológico) para monitorização da progressão da doença Machado-Joseph e para avaliar a resposta a terapias em estudos intervencionais.

O projeto “ModelPolyQ 2.0 - Modelos animais avançados para doenças de poliglutaminas”, é coordenado por Rui Jorge Nobre, também investigador do CNC-UC, e tem como propósito o desenvolvimento de modelos celulares e animais para doenças de poliglutaminas, como é o caso da doença de Machado-Joseph, recorrendo a um estojo de vetores virais criado no CNC-UC.

Os projetos são vencedores do concurso "Aviso 01/SAICT/2021 - Reforçar a investigação, o desenvolvimento tecnológico e a inovação - Projetos de Prova De Conceito (Pdc)" que pretende valorizar atividades de desenvolvimento científico e tecnológico promovendo a translação da ciência e tecnologia para a sociedade.

Cada um dos cinco projetos vencedores, tem a duração aproximada de um ano e podem ser consultados aqui: http://www.centro.portugal2020.pt/index.php/projetos-aprovados.

Opinião
Verão é para muitos de nós sinonimo de sol, luz, calor, água, natureza, desporto.

E quando muitos de nós gostamos de cobrir nossos corpos com protetor solar para proteger a nossa pele enquanto apanhamos sol, é fácil esquecermo-nos de proteger nossos olhos com a mesma preocupação. De facto, a nossa pele pode mostrar os danos do sol mais visivelmente do que os nossos olhos.  Mas os nossos olhos também sofrem o efeito das radiações solares. Então, nada melhor do que seguir algumas indicações importantes.

A luz solar é composta por raios ultravioleta (UV), luz visível e raios infravermelhos. Cada uma dessas radiações afeta o corpo humano de maneira diferente. A radiação UV é uma das principais causas de lesões oculares. Induz a formação de pterígio (um crescimento anormal de tecido sobre a córnea), de tumores das pálpebras, de lesões da córnea (da parte mais anterior do olho) e de cataratas. Além disso, a radiação UV que não é absorvida pela córnea e estruturas adjacentes pode atingir a retina e contribuir para o aparecimento de degenerescência macular. A luz visível é composta por comprimentos de onda entre 400 e 700 nm, e a luz de comprimentos de onda ≤ 450 nm (luz ultravioleta) pode induzir também a retinopatia solar. É por isso que não se deve olhar para o sol ou para um eclipse do sol diretamente e sem a proteção adequada. 

É, pois, muito importante usar óculos de sol com proteção ultravioleta. Uns óculos escuros sem esta proteção não são bons e são mesmo perigosos para os nossos olhos porque a pupila dilata e entra mais radiação ultravioleta no olho. Em vez de proteger provocam doença.

Em suma: Use sempre óculos de sol de alta qualidade que o protejam totalmente de todos os tipos de luz UV, pelo menos 99% a 100% dos raios UVA e UVB. Proteja os olhos com chapéus ou guarda-sol, mantendo uma área de sombra de 10 cm ao redor do rosto. E quando for à água?  Aí também é importante que você sempre use óculos de proteção para os olhos enquanto estiver na piscina.

E se usar lentes de contacto? Bom aqui mantêm-se os cuidados de proteção solar, mas há outros cuidados a ter:

  • De preferência usar lentes de contacto diárias ou usar apenas óculos;
  • Ao mínimo desconforto tirar a lente de contacto. Se se mantiver a sensação de corpo estranho e sobretudo se aparecer olho vermelho doloroso e/ou dificuldade em encarar a luz, deve consultar o seu médico Oftalmologista;

Afinal, o verão pode ser calmo, saudável, relaxante e ao mesmo tempo saudável também para os seus olhos.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
ANtiOxCIN4 é a designação do antioxidante patenteado pela Universidade de Coimbra (UC) e pela Universidade do Porto (UP), que...

O resultado desta investigação abre portas para estudos de prova de conceito do AntiOxCIN4. Contribui, igualmente, para a sua potencial utilização na terapia contra o fígado gordo não alcoólico, uma doença que afeta cerca de um quarto da população mundial e que está frequentemente relacionada com obesidade e diabetes. Apesar da elevada incidência, ainda não existe um fármaco aprovado para o tratamento desta condição.

O fígado gordo não alcoólico traduz-se numa acumulação excessiva de gordura no fígado, não proveniente do consumo excessivo de álcool (superior a 10 g/dia na mulher e a 20 g/dia no homem), nem do uso prolongado de fármacos hepatotóxicos ou da ocorrência de outro tipo de doenças, como a hepatite C. Está sim, frequentemente relacionada com maus hábitos alimentares e sedentarismo. Esta condição, muitas vezes silenciosa, pode, com o tempo, trazer consequências graves para a função hepática e, consequentemente, para a saúde. Após uma fase inicial benigna, esta condição pode prosseguir para estados mais severos, como a inflamação hepática, cirrose ou mesmo cancro hepático. 

O estudo, que lança novas pistas para a prevenção desta doença, foi publicado na prestigiada revista Redox Biology e resulta da colaboração entre duas equipas de investigadores:  uma liderada por Paulo Oliveira, investigador principal do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC-UC), responsável pela avaliação da eficácia biológica do novo composto, e outra liderada por Fernanda Borges, Professora associada da Faculdade de Ciências da UP, coordenadora do grupo de Química Medicinal do Centro de Investigação em Química da UP (CIQUP), que idealizou, sintetizou e efetuou os ensaios antioxidantes preliminares do AntiOxCIN4.

Ricardo Amorim, primeiro autor do trabalho científico e investigador do CNC-UC e do CIQUP, explica que o estudo «é o resultado de vários anos de pesquisa com esta molécula (AntiOxCIN4) e a primeira prova de conceito relativa ao uso deste antioxidante modificado na prevenção da FiGNA num modelo animal».

Para validar a eficácia da molécula, os investigadores usaram um modelo animal de ratinhos que receberam o AntiOxCIN4 na sua alimentação diária, durante 16 semanas. Parte dos animais recebeu uma dieta padrão, normal, enquanto que outra parte foi alimentada com uma dieta ocidental, rica em gordura e açúcar. «Verificámos que os ratinhos alimentados com a dieta ocidental, portanto, animais obesos e com fígado gordo, aos quais foi administrado AntiOxCIN4, tiveram uma redução do peso corporal e do fígado (43% e 39%, respetivamente). Nestes animais, verificámos ainda menor dano hepático, com o melhoramento de marcadores sanguíneos hepáticos e a redução da gordura acumulada no fígado», explica Ricardo Amorim. A investigação permitiu concluir que «o AntiOxCIN4 preveniu as consequências do fígado gordo não alcoólico num modelo de ratinhos, tendo um efeito protetor na progressão da doença», esclarece o investigador.

Neste trabalho também participaram investigadores do Nencki Institute of Experimental Biology of Polish Academy of Sciences e do The Children's Memorial Health Institute, na Polónia. O estudo foi financiado por fundos do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através do Programa Operacional Factores de Competitividade (COMPETE) e da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

O artigo científico está disponível em https://doi.org/10.1016/j.redox.2022.102400.

Psicóloga Catarina Lucas
Um estudo da Small Business Prices colocou Portugal no topo de uma lista de 26 países europeus cujos trabalhadores sofrem ou...

O burnout, também conhecido como síndrome de esgotamento profissional, acontece como resultado de uma resposta prolongada no tempo a fatores que causam stresse no trabalho, motivado pelo desejo de ser bem-sucedido, de atingir determinada posição ou a permanência num trabalho desinteressante por falta de oportunidades. A psicóloga Catarina Lucas, especializada em diversas áreas do desenvolvimento humano, deixa, por isso, alguns conselhos para que possa ir de férias descansado: 

1. Delegar – tente ao máximo deixar o trabalho adiantado e aquilo que não for possível delegue em alguém de confiança e que conheça o seu trabalho tão bem que não precise de contactá-lo enquanto estiver ausente. 

2. Avisar – é importante alertar colegas, clientes e fornecedores de que irá de férias e quem estará a substituí-lo. Assim, a tentação de o importunarem com trabalho será menor. Catarina Lucas explica que “se este trabalho não for feito previamente, continuará a ser incomodado nas férias e não conseguirá deixar de dar uma resposta”. 

3. Desconectar – deixar de lado os telemóveis (principalmente o do trabalho), portáteis, ou tablets para ajudar a descansar a mente.  

4. Quebrar a rotina – “Aproveitar as férias para fazer coisas diferentes e para deixar horários de lado é essencial para desconectar e reequilibrar”, advoga Catarina Lucas.  

5. Estabeleça um horário para consultar o email – em casos excecionais, onde o tipo de função não permita uma desconexão total, reservar 15 minutos por dia (em horário a definir) para consultar o email e dar resposta a coisas urgentes, inadiáveis ou indelegáveis. 

6. Out of office um dia antes das férias oficiais – Deixar uma mensagem de aviso no email sobre o período de férias e configurá-lo um dia antes das férias. Assim, aproveita o último dia para colocar todo o trabalho em dia. 

7. Tempo individual – mesmo de férias e estando com pessoas que amamos, retirar algum tempo para estar sozinho ou fazer as nossas coisas, pode ser muito importante. “Por muito que gostemos daqueles que connosco gozam férias, 24 horas por dia durante vários dias, em total convivência, pode ser desgastante”, defende a especialista.

Para a Pfizer Portugal e para os Calema
Em 2022, o tom volta a ser 100% positivo. Protagonizada pelos Calema, a mais recente iniciativa dedicada à sensibilização para...

Escrita, interpretada e coreografada pelos irmãos António e Fradique Ferreira, “Toca a todos” vai ter forte presença nas redes sociais, com particular destaque para o TikTok, onde os fãs da dupla podem aprender uma nova coreografia que os unirá na sensibilização de doenças graves como a Meningite. Já pode assistir ao teaser e, a partir das 16.00 de hoje, ao vídeo completo AQUI.

Depois do sucesso alcançado no ano passado com “O Meu Maior Sonho” de Fernando Daniel, a Pfizer Portugal volta a apostar na música para alertar para a importância da Meningite. E se em 2021 o objetivo era mostrar aos mais novos e às suas famílias que nada os pode impedir de sonhar, em 2022, o destaque do conhecimento individual e da educação para a saúde de todos relativamente a esta patologia é a grande mensagem. Para a Pfizer Portugal, e para os Calema, a sensibilização “Toca a todos”.

Acabada de lançar, esta iniciativa vai estar em força nas redes sociais. Para além do vídeo protagonizado pela dupla, “Toca a todos” vai ter forte presença no TikTok, onde os irmãos vão disponibilizar uma coregrafia para unir os seus fãs.

Os fãs de António e Fradique estão convidados a replicar estes movimentos e a partilhar o resultado nas suas próprias redes. Podem começar já, ou esperar para assistir à grande estreia de “Toca a todos” no próximo dia 11 de agosto, no Festival Sol da Caparica.

«Embora rara, a Meningite Meningocócica é uma doença grave1,2 que pode deixar sequelas e provocar a morte em 24 a 48 horas.3,4 A sua incidência é maior na infância, nos países industrializados, onde também apresenta um pico secundário na adolescência.5 No caso do doente, como para a sua família, o impacto da Meningite Meningocócica é muito impactante e pode ser devastador.6-9 Um diagnóstico de Meningite Meningocócica pode pôr em causa os planos de uma vida. O conhecimento “toca a todos” e felizmente este está nas nossas mãos. É essa a grande mensagem da iniciativa de sensibilização para a doença este ano, num tom que pretendemos que continue muito positivo.», explica Susana Castro Marques, Diretora Médica da Pfizer Portugal.

  1. Pelton, SI. Journal of Adolescent Health 2016; 59:S3-11.
  2. World Health Organization. Fact Sheets – Meningococcal Meningitis, de 19 de fevereiro de 2018. Disponível em: http://www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/meningococcal-meningitis. Acedido a 22 de julho de 2022.
  3. McNamara LA, et al. Centers for Disease Control and Prevention. Manual for the Surveillance of Vaccine-Preventable Diseases, Chapter 8: Meningococcal Disease. Disponível em https://www.cdc.gov/vaccines/pubs/surv-manual/chpt08-mening.html. Acedido a 22 de julho de 2022.
  4. Judelsohn R, et al. J Pediatric Infect Dis Soc 2012;1(1):64-73.
  5. Vetter V, et al. Expert Rev Vaccines 2016; 15(5):641-58.
  6. Borg J, et al. Pediatrics 2009;123(3):e502-9.
  7. Vyse A, et al. Expert Rev Anti Infect Ther 2013;11(6):597-604.
  8. Le P, et al. Trop Med Int Health 2014;19(11):1321-7.
  9. Griffiths UK, et al. Pediatric Infect Dis J 2012;31:189-95.
  10. Meningitis Research Foundation. What are meningitis and septicaemia? Disponível em: https://www.meningitis.org/meningitis/what-is-meningitis. Acedido a 22 de julho de 2022.
  11. World Health Organization. Meningococcal vaccines: WHO Position Paper, November 2011. Weekly Epidemiological Record 2011; 86(47):521-39.
  12. Centers for Disease Control and Prevention. Meningococcal Disease. Disponível em: https://www.cdc.gov/meningococcal/index.html. Acedido a 22 de julho de 2022.

 

Crescimento contínuo do papel do laboratório
Depois de um adiamento de dois anos motivado pela pandemia, vai decorrer, nos dias 28 e 29 de outubro, o VIII Congresso da...

“Neste momento, mais de 70% das decisões clínicas são apoiadas em diagnóstico laboratorial o que se deve a um desenvolvimento científico e organização dos laboratórios no sentido de dar uma resposta eficaz (exata e atempada)”, destaca Manuel Carvalho, presidente da comissão científica do congresso. É, por isso, importante promover a análise e discussão deste papel entre todos os profissionais da área da Medicina Laboratorial.

O patologista clínico destaca ainda, neste papel fundamental que o laboratório desempenha, o reforço e esforço que houve nos últimos dois anos. “Se não existissem testes laboratoriais como teria corrido a pandemia? Conseguimos identificar, isolar e acompanhar a doença a par e passo. Já trabalho há muitos anos nesta atividade e tenho verificado que o laboratório passou de um papel de documentação de uma doença para a sua identificação, algo que é completamente diferente na perspetiva da sua importância no diagnóstico e acompanhamento das doenças”.

Apesar de ter sido delineado antes da pandemia, uma vez que este congresso se ia realizar-se em 2020, o programa foi adaptado para incluir também o debate sobre a COVID-19. Embora este não seja o tema central, não podem ser ignoradas as mudanças que a pandemia exigiu à Medicina Laboratorial – “no laboratório tivemos de adaptar procedimentos e métodos às necessidades de uma resposta à população e também nos conseguimos organizar do ponto de vista de saúde pública. Estamos na altura de olhar e analisar este caminho”, refere Manuel Carvalho.

Com um programa bastante abrangente, o presidente da comissão científica do congresso destaca ainda o facto de “este ano, pela primeira vez no congresso da ANL, vamos ter também apresentações livres no sentido de ter ali uma montra da nossa atividade científica - no setor assistencial público e privado, e nos institutos de investigação - que permita mostrar e debater com os pares o que está a ser feito, o conhecimento e as experiências que estão a ser adquiridos e ganhar informação importante para o desenvolvimento da sua investigação”. 

Consulte AQUI o programa do VIII Congresso da ANL. 

Mês de Sensibilização para a Atrofia Muscular Espinhal
A Biogen, empresa de biotecnologia pioneira na área das Neurociências, em parceria com a Associação Portuguesa de...

A história, inspirada no livro com o mesmo nome, conta a experiência de uma zebra que vive com Atrofia Muscular Espinhal, sendo o objetivo da sua mensagem ajudar na educação e na consciencialização desta doença que, até ao aparecimento das primeiras terapêuticas modificadoras da doença, era a principal causa genética de mortalidade e incapacidade infantil.

No vídeo “O Dia de Brincadeiras do Zac”, a criança pode acompanhar a história do Zac, uma pequena zebra que é questionada pelos seus curiosos amigos sobre o porquê de esta estar numa cadeira de rodas e de estar doente. Ao longo do vídeo, o Zac explica-lhes em que consiste a Atrofia Muscular Espinhal e como esta o afeta.

“Com o lançamento deste vídeo, quisemos de uma forma simples e lúdica explicar aos mais novos e aos pais a realidade da vida de uma criança com esta doença rara e incapacitante, a relação com os seus pais, cuidadores e amigos, incluindo tanto as limitações quanto as capacidades que podem ter no seu dia a dia”, explica Anabela Fernandes, Diretora Geral da Biogen Portugal.

“O Dia de Brincadeiras do Zac” resulta da colaboração entre a Biogen e duas organizações internacionais – a Cure SMA e a SMA Europe. Conta, também, com o apoio e colaboração de dois médicos internacionais, especialistas no tratamento da Atrofia Muscular Espinhal, Robert Graham e Crystal Proud. As ilustrações que fazem parte do vídeo são da autoria do ilustrador Charles Santoso.

Com o propósito de dar a conhecer esta história a mais pessoas, a Biogen, em parceria com a Associação Portuguesa de Neuromusculares (APN), juntaram-se à FNAC para a realização de um conjunto de sessões de leitura desta história, que será narrada em Lisboa por Fernanda Freitas, ex-jornalista e fundadora da Associação Nuvem Vitória, e no Porto por Ana Isabel Gonçalves, testemunho que vive com a doença e atual vice-presidente da APN. Estas iniciativas terão lugar nas lojas FNAC Colombo (Lisboa) e FNAC Santa Catarina (Porto), ambas a 2 de outubro, a partir das 11 horas.

Para assistir ao vídeo e saber mais sobre a doença, poderá visitar o website “Together in SMA”: https://www.togetherinsma.pt/

A Atrofia Muscular Espinhal é uma doença neuromuscular hereditária rara que resulta na diminuição gradual da massa muscular e da força dos músculos – por conta do processo degenerativo de neurónios motores na medula espinhal – o que pode originar a paralisia progressiva e perda de capacidades motoras. Esta doença pode dividir-se em cinco tipos principais: o tipo zero com sintomas pré-natais, os tipos I a III com aparecimento de sintomas em idade pediátrica, e o tipo IV com aparecimento dos sintomas na idade adulta.

Em relação aos sintomas, estes podem variar de pessoa para pessoa, sendo a fraqueza e atrofia muscular os mais comuns e transversais a todos os tipos. Pode ainda verificar-se fraqueza geralmente igual nos dois lados do corpo e mais acentuada nas pernas do que nos braços, e, nos casos mais severos, observam-se frequentemente dificuldades respiratórias, na mastigação e na deglutição, e em idades mais avançadas podem surgir escolioses acentuadas, não existindo qualquer impacto a nível cognitivo ou sensitivo.

Estudo
O aleitamento materno existe há tanto tempo quanto nós existimos. Estamos também mais conscientes que nunca acerca dos seus...

No âmbito da Semana Mundial da Amamentação (1–7 Agosto), para compreender alguns dos desafios que os pais enfrentam quando alimentam os seus bebés e para os apoiar a fazê-lo à sua maneira, a Philips questionou mais de 6000 mulheres em 25 países sobre aquilo que as impedia de amamentar os seus bebés em qualquer altura e em qualquer lugar.

Amamentar em público – ainda não é considerado ‘normal’

Os resultados mostram que ainda há trabalho a fazer para apoiar e capacitar as mães na sua escolha de amamentar em público. Cerca de dois terços (66%) das mães a nível mundial diz que se sentiriam mais confiantes e confortáveis a amamentar em público, se fosse considerado “normal”.

Sentir-se envergonhada ou desconfortável para amamentar ao pé de pessoas que não conhece (52%), é a principal razão para as mulheres se sentirem hesitantes ou não considerarem a  amamentação em público. Os resultados também revelaram que muitas mães (40%) não consideram a possibilidade de extrair leite em público, com cerca de 69% em França e 17% nos EUA.

Os resultados variam entre culturas e países e a amamentação ou a extração de leite em público não é algo que todas as mães desejem fazer. Na Philips, reconhecemos que cada viagem de amamentação é única e pessoal para os pais e para o bebé, não existe uma forma certa ou errada. Os pais podem escolher alimentar o seu bebé diretamente do peito da mãe, ou com leite de fórmula, em biberão, ou ambos. Alguns podem optar por dar de mamar em público ou no conforto da sua própria casa. Qualquer que seja a escolha, a Philips quer capacitar e apoiar todos os pais com soluções que apoiem cada uma destas escolhas.

As mães devem sentir que têm o “direito”

Os resultados continuam a revelar que embora a maior motivação para as mães a nível mundial, de amamentar em público, é serem capazes de alimentar os seus bebés assim que necessitam (59%), quase metade (47%) a nível mundial diz que ter o “direito” de amamentar em público também as motivaria a fazê-lo, subindo para 57% na Áustria e Canadá e descendo para 31% na África do Sul.

Só através de uma maior sensibilização para o aleitamento materno, encorajando a mudança de políticas de amamentação e criando comunidades mais solidárias em torno das mães, que as habilitam a alimentar à sua maneira, é que mais pessoas começarão a reconhecer e a promover a amamentação como um direito humano básico.

As mães merecem um maior apoio

Muitas mães dizem que um maior apoio por parte de outras mães as ajudaria a sentirem-se mais confortáveis a amamentar em público, com 33% das mães nos EUA e 30% em Espanha e México. Um apoio dos parceiros é igualmente importante, na Colômbia (41%), México e Chile (ambos 40%), em comparação com Áustria (17%) e Alemanha (13%).

Estes números indicam que muitas mães adorariam ver a compreensão e perceção geral da sociedade sobre a amamentação, a passar de algo impróprio ou desnecessário, para um dos mais naturais e fundamentais atos de cuidados, a nível mundial. Esta mudança só pode acontecer educando mais pessoas sobre o valor do aleitamento materno, iniciando mais conversas sobre o mesmo e defendendo as escolhas dos pais para a alimentação que melhor lhes convier – algo que está nas nossas mãos de todos.

BreastStories: apoiar e fortalecer os pais

Acreditamos que os pais se devem sentir apoiados e capacitados ao longo desta viagem e que devem ser pais à sua maneira. Isto inclui alimentar o seu bebé quando e onde quiserem – em restaurantes, bares, parques e em transportes públicos. É por esse motivo que durante a Semana Mundial da Amamentação, a Philips reforça a conversa em torno deste tópico, criando uma comunidade online de apoio às mães e aos pais, para que nunca se sintam sozinhos. Há um grande poder em falar das suas experiências com profissionais de saúde, consultores de lactação, em aulas pré-natais, através de aplicações e comunidades online e com a família, amigos e outras mães.

Através da aplicação Bebé+ os pais de todo o mundo podem registar informações de alimentação, bem como acompanhar o desenvolvimento do seu bebé, como o peso, a altura e o perímetro da cabeça, durante o primeiro ano de vida. A amamentação pode ser maravilhosa, mas nem sempre é simples ou fácil para as mães. Sentir-se confortável é a chave para uma experiência de amamentação positiva, uma vez que facilita a libertação de leite.

É importante a comunidade estar unida para apoiar os pais na sua maneira de ser e capacitá-los a alimentar o seu bebé, em qualquer altura e em qualquer lugar, da forma que pretendem.

Outras estatísticas chave da investigação global:

  • 36% das mulheres sentir-se-iam mais confiantes e confortáveis a amamentar em público se vissem outras mulheres à sua volta a fazê-lo.
  • Cerca de 1 em cada 4 mães grávidas sente-se incomodada em exprimir a sua opinião sobre este tema em público.
  • 30% das mulheres gostariam de poder amamentar ou extrair leite enquanto viajam, trabalham, lavam a roupa/ realizam tarefas domésticas, durante o jantar com amigos/ família num restaurante, ou enquanto visitam amigos e familiares.
Em setembro
De 21 a 24 de setembro de 2022 realiza-se, no Auditório da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, na...

Um congresso organizado pelos Serviços de Internato Médico do Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira (CHUCB), Aces Cova da Beira, ULS Guarda e ULS Castelo Branco, sendo que este ano compete ao CHUCB, a dinamização do mesmo, na cidade da Covilhã. Será composto por:

– CURSOS PRÉ E PÓS-CONGRESSO (21, 23 e 24 de setembro) 

– CONGRESSO: PAINÉIS TEMÁTICOS / CONFERÊNCIAS / SIMPÓSIOS (22 e 23 de setembro) 

– CONGRESSO: PÓSTERES, COMUNICAÇÕES, IMAGENS E VÍDEOS (22 e 23 de setembro)

Todas as INFORMAÇÕES / PROGRAMA / INSCRIÇÕES já se encontram disponíveis em:  www.chcbeira.min-saude.pt/8-cmbi/ 

O 8º CMBI conta com o Patrocínio Científico de várias Sociedades e Associações Médicas, Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior e Centro Académico Clínico das Beiras.

MEDICINA EM CONTRARRELÓGIO é o tema central que pauta o Programa Científico desta edição, um tema que invoca a importância de uma abordagem rápida e eficaz, em torno das mais variadas patologias, numa fase em que o extraordinário aumento da pressão exercida sobre os serviços de saúde, seja pela pandemia de covid-19, seja por outras doenças que, pelo mesmo motivo, têm estado mais afastadas do sistema, exige agora um esforço redobrado por parte de todos os intervenientes, no complexo mas decisivo processo, que vai do diagnóstico ao tratamento. Visa também refletir, a importância fulcral que abordagens precoces e precisas têm na evolução positiva das mais variadas doenças. 

Com foco nesta matriz, o 8º CMBI vai por esta via reunir internos e especialistas, das mais variadas áreas de medicina, nomeadamente: Especialidades Médicas, Especialidades Cirúrgicas, Medicina Geral e Familiar e Saúde Pública, e ainda outros profissionais de saúde, por forma a fomentar a partilha intergeracional e interdisciplinar e dar a conhecer o que há de mais inovador e aplicável ao campo da saúde, contando, para o efeito, com a presença prestigiante de speakers e convidados reconhecidos profissional e cientificamente. 

Com um programa que aposta estrategicamente na realização de mesas temáticas e conferências, ao nível das sessões plenárias de 22 e 23 de setembro e ainda cursos pré e pós congresso, nos dias 21, 23 e 24 de setembro, transversais às várias especialidades médicas e com interesse prático para o exercício clínico, este evento constituirá uma oportunidade única para a divulgação de trabalhos científicos, sendo que neste sentido a Organização do Congresso pretende distinguir as Melhores Comunicações Orais, Pósteres, Imagens e Vídeos com a atribuição de prémios.

Associação Diab(r)etes
A Associação Diab(r)etes, organização que tem como objetivo principal apoiar pessoas com Diabetes, vai lançar este Verão um...

Em julho, a Associação levou a cabo a realização de um campo de férias em Póvoa de Lanhoso, no parque aventura Diver Lanhoso, para jovens com idades entre os 14 e os 19 anos e prepara-se agora para levar a cabo mais duas atividades. Um destes programas integrará a ida de crianças que vivem com Diabetes ao Jardim Zoológico de Lisboa, no dia 24 de setembro, acompanhados por profissionais de saúde e monitores. Além da vertente lúdica associada, o principal objetivo desta iniciativa é promover a independência nestas crianças, a sua autonomia e a sua aceitação da doença.

Através desta atividade, a Associação Diab(r)etes pretende juntar os mais pequenos num dia que seja marcante e que lhes permita conviver com os seus pares, permitindo aos pais/cuidadores um dia em que podem aliviar a sua carga emocional associada à doença, sabendo que os seus filhos estão a ser o que devem ser – crianças. A Associação conta com o apoio de médicos e/ou enfermeiros durante as viagens de autocarro (disponibilizado gratuitamente pela Associação), assim como durante toda a visita ao Jardim Zoológico. Existe, também, a opção de os pais/cuidadores deixarem as crianças diretamente no Jardim Zoológico, em Lisboa, a fim de integrarem o restante grupo.

Outra das atividades que a Associação Diab(r)etes irá levar a cabo incluirá a realização de uma aula de iniciação à prática de Surf, no próximo mês de setembro, na Praia de São Pedro do Estoril. Esta será acompanha por 2 técnicos/treinadores do Surfing Clube de Portugal, sendo, no entanto, fundamental o acompanhamento e apoio de técnicos e/ou encarregados de educação durante a prática da atividade dentro de água (2 a 4 acompanhantes). O Surfing Clube de Portugal contará com a colaboração de uma treinadora que tem também diabetes, que acompanhará a realização da atividade.

A Associação Diab(r)etes tem vindo a realizar, desde a sua criação em 2016, várias atividades, desde caminhadas, encontros nacionais, campos de férias e webinars, assim como apoio prestado a todas as pessoas que vivem com diabetes, de forma constante, através das redes sociais, e em particular, do grupo de Facebook criado para este efeito.

Vista ao Jardim Zoológico de Lisboa

Data: 24 de setembro

Horário: 9h30 às 17h00, no Zoo

Local: Jardim Zoológico de Lisboa

Idades: 8 aos 15 anos, inclusivé

Custo: 12,50€ por criança, valor destinado ao bilhete de entrada no Jardim Zoológico

Deslocação: a Associação disponibiliza um autocarro com partida em Braga e paragem no Porto, Coimbra, Fátima e Santarém.

A deslocação de um autocarro proveniente do sul estará dependente das inscrições.

Alguns dos locais estarão, também, dependentes das inscrições.

Para mais informação e inscrição, consulte em https://vamosaozoo.diabretes.pt ou contacte através do 964 198 817.

Iniciação às aulas de Surf – Praia de São João do Estoril

Data: 18 de setembro

Horário: 11h00-12h30 (concentração pelas 10h30 junto ao centro de formação)

Local: Praia de S. Pedro do Estoril

Destinatários: jovens dos 6 aos 14 anos

Número de participantes: mínimo de 6 e máximo de 12

Requisitos: saber nadar

Material: fato de banho, toalha, chinelos, água e lanche

Inscrição obrigatória, através do e-mail [email protected] ou pelo número 964198817.

Dia Mundial do Cancro do Pulmão | 1 de agosto
“Men Made Cancer” (“cancro criado pelo homem”, em português) é o mote da nova campanha do Grupo de Estudos do Cancro do Pulmão ...

“Partindo do dado conhecido de que 80 a 85% dos casos de cancro do pulmão são devidos ao tabagismo, cabe-nos incentivar o público para a modificação deste comportamento através da cessação tabágica”, alerta a Dr.ª Teresa Almodovar, presidente da Direção do GECP. “Lembramos que o consumo tabágico é uma das principais causas de morte evitáveis no mundo – eliminar o tabaco e, por essa via, atuar na prevenção de diversas patologias, entre as quais o cancro do pulmão, está nas nossas mãos”.

Isto significa que quem não fuma pode escolher não iniciar o hábito de fumar e quem fuma tem também a escolha de deixar de fumar. Neste âmbito, a médica lembra que “deixar de fumar é sempre benéfico e faz toda a diferença, quer na presença, quer na ausência de diagnóstico de cancro”.

Adicionalmente, a poluição ambiental tem sido também apontada como causa considerável para este tipo de cancro. “Há vários estudos que referem a exposição aos gases de escape dos automóveis, nomeadamente dos diesel. Temos ainda a exposição ao amianto, muito utilizado na construção civil e a exposição ao radão (um gás natural radioativo), bem como a exposição a certos químicos”. Também a este nível, “o homem (ser humano) é o responsável por todos estes fatores que podem estar na origem de um tumor no pulmão”, aponta a especialista de Pneumologia.

Em 2020, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), registaram-se 5400 novos diagnósticos de cancro do pulmão em Portugal, 4797 dos quais resultando em mortes.

Na campanha para esta data, “o foco é nas ações que cada um de nós poderá ter para diminuir o impacto desta doença, quer na redução da exposição ao fumo do tabaco (ativo e passivo), quer na redução da exposição aos poluentes mencionados”.

Por ser uma doença silenciosa, o que dificulta o diagnóstico e tratamento precoces, e que progride rapidamente, “o combate deverá ser do lado da prevenção”. Embora com componentes por explicar e por estudar sobre todos os fatores na origem desta patologia, “podemos (e devemos) agir sobre o que já conhecemos”.

As pré-inscrições já estão abertas
A Associação Abraço vai abrir em setembro a primeira creche pública baseada na pedagogia Montessori. A Nido Montessori Lisboa...

Localizada na Rua Portugal Durão, Nº 60-62, Nido Montessori Lisboa nasce com a missão de fazer parte de uma educação transformadora e acessível a todas as crianças.

Nido é a palavra italiana para “ninho” e Nido Montessori Lisboa pretende ser exatamente isso, um ninho para as crianças crescerem e se desenvolverem de acordo com a filosofia de Maria Montessori.

Um espaço especial, pensado para que as crianças desenvolvam os seus interesses, cultivem a sua independência, explorem a sua curiosidade natural e consciência do meio ambiente e empatia pelos outros, sem descurar a sua felicidade, gosto pela aprendizagem e autoconfiança.

Os espaços da Nido Montessori Lisboa estão pensados para a faixa etária dos 4 aos 36 meses e oferecem o ambiente preparado, no qual as crianças são livres para responder à sua tendência natural de serem ativas e produtivas. As salas são reconfortantes, familiares e convidativas, desenhadas com o intuito de fornecer estímulos calmos para melhorar o desenvolvimento da criança. A simplicidade e a ordem estética do ambiente apoiam a descoberta segura do mundo, à medida que a criança explora sensorialmente o ambiente.

Cristina Sousa, presidente da Abraço, afirma que “a educação Montessori em toda a sua plenitude prepara as crianças de maneira única para o mundo e o amor que nutrimos por elas e o respeito que temos pelas suas capacidades, são a base desta pedagogia que ajuda as crianças a desenvolverem todo o seu potencial”. Com um acordo de cooperação com a Segurança Social, Nido Montessori Lisboa trará certamente contributos de mudança para a educação em Portugal.

 

Opinião
A intervenção psicológica com adolescentes e jovens em contextos de acompanhamento e internamento em

A saúde mental de uma população é determinada por um vasto conjunto de fatores que transcendem, em larga escala, as respostas efetivas para cada população, sobretudo no caso dos cuidados continuados integrado em saúde mental na infância e na adolescência.

Sabemos que uma adequada intervenção numa fase inicial de um transtorno mental, tem benefícios, tais como: uma recuperação mais célere e evidente, conservação de aptidões e funcionalidades, suportes sociais e familiares e melhoria do prognóstico global. Estes benefícios refletem-se, consequentemente, na melhoria do prognóstico geral do paciente, nas taxas de internamento e mesmo na taxa de mortalidade em saúde mental. As pessoas que sofrem de patologias do foro mental, carregam, ao longo de toda uma vida, inevitavelmente, um estigma. Este acaba por interferir na sua procura de tratamento antecipado, o que resulta, muitas vezes, numa intervenção tardia em episódios de crise agravados por anos de patologia não diagnosticada e alvo de intervenção. Assim, urge elaborar estratégias que permitam a interferência antecipada dos profissionais de saúde mental, visando reduzir a incidência e a gravidade das consequências dessas patologias. Em suma, é evidente que, quanto mais cedo os transtornos mentais forem diagnosticados, melhor será o seu prognóstico. Neste âmbito, o modelo RECOVERY tem-se mostrado de real eficácia no que concerne ao tratamento de adolescentes e jovens. O conceito de recovery não tem uma tradução exata para o português, mas podemos assemelhá-lo, numa tradução literal, a recuperação ou terapeuticamente restabelecimento de funções. O princípio norteador deste modelo de intervenção assenta na premissa de que é possível que um indivíduo portador de um transtorno mental, ainda que grave, recupere uma vida significativa e funcional. Este processo fornece uma visão holística do transtorno mental que passa a concentrar-se no indivíduo como um todo e, não apenas, na sintomatologia decorrente da sua patologia. A recuperação de uma patologia psíquica grave é possível, trata-se de um caminho a percorrer e não de um destino inevitável de segregação. Não se trata de voltar a ser o que era antes do aparecimento da patologia, acontece com oscilações e, como a vida, tem muitos altos e baixos.

No que concerne à intervenção na infância e na adolescência, é primordial a existência de uma equipa profissional multidisciplinar (psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, monitores, entre outros) que abranja todas as áreas da vida do jovem. É também necessária a intervenção e envolvimento do contexto familiar, assim como, o comprometimento dos pares. Pretende-se que esta população trabalhe e adquira conceitos como: a conexão, a esperança, a identidade, o significado e o empoderamento.

Centrando-me, agora, na Instituição RECOVERY IPSS, os jovens encontram dois espaços com respostas distintas, mas que se complementam.

A USO (Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Saúde Mental na Infância e Adolescência, unidade sócio ocupacional - ambulatório). Tem como objetivo principal desenvolver programas de reabilitação psicossocial em jovens com perturbações mentais (desenvolvimental ou de personalidade) com reduzido ou moderado grau de incapacidade psicossocial, estáveis do ponto de vista clínico O espaço físico situa-se em comunidade e a sua intervenção é realizada em articulação com os serviços de saúde mental da infância e da adolescência, beneficiando de serviços de consultoria e supervisão técnica. Esta unidade dispõe de uma equipa multidisciplinar com o objetivo de assegurar níveis adequados de qualidade dos serviços prestados

Outra resposta da RECOVERY IPSS é a UCCI-SM-RTA (Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Saúde Mental) com o formato de residência de treino de autonomia em regime de internamento. Esta unidade também se localiza na comunidade e tem como foco principal o desenvolvimento de programas de reabilitação psicossocial e terapêutica em jovens que apresentam patologias mentais graves e moderado grau de incapacidade, clinicamente estabilizados. Neste espaço, os jovens treinam as suas competências no âmbito das suas rotinas, apoiados por uma equipa multidisciplinar que desenvolve atividades no âmbito terapêutico e assegurando a estes jovens os cuidados e supervisão que ainda necessitam nesta fase.

Focando o papel do psicólogo, sempre no contexto de uma equipa multidisciplinar, é fundamental ter como objetivo primordial melhorar a qualidade de vida e o bem-estar psicofísicosocial e relacional do paciente. Neste caso, dos adolescentes e jovens, acompanhando os comportamentos e funções cognitivas no que remete às dimensões da vida: individual, familiar, escolar, profissional social e comunitária em todos os contextos do desenvolvimento humano, tais como, na infância, na adolescência e na idade adulta, em situações de promoção da saúde mental e/ou gestão da doença mental. O trabalho do psicólogo engloba, também, o diagnóstico, o suporte, as condições de reabilitação, utilizando, para tal, recursos específicos.

Culmino, parafraseando Fernando Pessoa:

"A criança que fui chora na estrada. Deixei-a ali quando vim ser quem sou. Mas hoje vendo que o que sou é nada, quero ir buscar quem fui onde ficou.”

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Especialista aborda temática no próximo workshop da BebéVida
A BebéVida vai promover no dia 1 de agosto, entre as 19h00 e as 20h00, um novo workshop dirigido a futuros papás, centrado nos...

A Enfermeira Sandra Evangelista, especialista em saúde materna e obstetrícia, vai explicar aqueles que são os desafios mais comuns que surgem com o nascimento do bebé, dando importantes conselhos para os enfrentar da melhor forma e harmoniosa possível. Também os mitos e as verdades inerentes às células estaminais do cordão umbilical do bebé serão um dos temas abordados, dando oportunidade aos papás de esclarecerem as suas dúvidas.

A participação dos casais é totalmente gratuita, embora efetuar a inscrição prévia seja obrigatório, devendo ser feita no website da BebéVida. O uso da câmara é obrigatório e a gravação da sessão não é permitida.

As primeiras semanas de agosto trazem ainda novas experiências “Eco My Baby”, sessões de ecografia 3D/4D que se destinam a grávidas a partir das 17 semanas de gestação. As experiências vão realizar-se por todo o país, nomeadamente: Estarreja e Silves (ambos a 3/8), Felgueiras e Beja (ambos a 4/8), Ílhavo e Évora (ambos a 5/8), Santa Maria da Feira (6/8), Figueira da Foz (8/8), Mangualde (9/8), Arazede (10/8), Trofa (11/8) e Barcelos (12/8).

Para saber mais detalhes de cada sessão e fazer a inscrição consulte o website da BebéVida.

 

 

 

Avaliação
A Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca (AADIC), com o apoio da Bayer, acaba de lançar um inquérito que...

A caracterização clínica e sociodemográfica, o diagnóstico e acompanhamento, o impacto da doença nas várias esferas (Pessoal, Social e Profissional), o controlo e a gestão da doença, a educação, literacia e formação, a experiência pessoal, os desafios, os sucessos, as frustrações e os desejos, as atitudes e crenças em relação à doença são alguns dos parâmetros avaliados pelo inquérito, que tem também como objetivo averiguar a perceção dos doentes face à saúde, à qualidade de vida e ao SNS.

“Queremos descobrir qual é a perceção das pessoas que vivem com IC, percebendo as suas necessidades e expectativas, bem como se estas estão a ter a resposta adequada. É crucial termos a ajuda de todos os que no último ano recorreram aos cuidados de saúde do SNS para percebermos o que podemos fazer para melhorar o paradigma desta doença”, explica Luís Filipe Pereira, presidente da AADIC.

Em Portugal, cerca de 340 mil pessoas sofrem de IC, uma doença grave e crónica, e a previsão é que até 2035 existam 480 mil pessoas no país a sofrer desta patologia. Esta representa um fardo para os sistemas de saúde, sendo que, apesar dos tratamentos, as taxas de morbilidade e mortalidade continuam a ser elevadas. Mais de 30% dos doentes têm um evento de agravamento que leva à hospitalização, ou necessidade de tratamento imediato, e 20% destes morrem até dois anos após o evento.

Ou seja, no país, esta doença representa cerca de 53 mil episódios de atendimento urgente, dos quais 36 mil resultam em hospitalizações. Estes eventos têm assim um custo anual estimado de 405 milhões de euros.

"É urgente mudar este cenário, não só pela melhoria da qualidade de vida dos doentes, mas também pelo custo que estes episódios representam na despesa em saúde do país”, alerta o presidente da associação, reforçando a importância de evitar os episódios graves que levem à necessidade de hospitalizações ou re-hospitalizações.

Para o fazer, é importante que o doente aprenda a gerir a sua doença, estando atento aos sintomas e sendo acompanhado por um profissional de saúde. Além disto, a adesão à terapêutica é fundamental para uma melhor gestão da mesma.

O inquérito representa a fase 2 do estudo de perceções sobre insuficiência cardíaca na população portuguesa. Na primeira fase, foi realizado um questionário telefónico a 20 doentes entre março e maio de 2022, com o objetivo de recolher insights qualitativos relevantes para a realização do inquérito. Concluiu-se que 70% dos inquiridos não sabiam nada sobre a sua doença no momento em que esta lhes foi diagnosticada, sendo que mais de metade dos inquiridos apontam uma perda significativa da sua qualidade de vida.

Pode aceder ao inquérito aqui: https://cawi.spirituc.com/index.php/911992?lang=pt

 

Entrevista | Prof. António Araújo
Com uma incidência que não para de aumentar, o Cancro do Pulmão é a principal causa de morte por doe

O cancro do pulmão, quase sempre, diagnosticado em fases muito avançadas, é responsável por cerca de 16,5% das mortes relacionadas com cancro, sendo considerado um dos tipos de cancro com maior incidência e com elevadas taxas de mortalidade no nosso país. Assim sendo, começo por perguntar o que está a falhar para que continue a persistir atrasos no seu diagnóstico?

Continuam a persistir atrasos no diagnóstico do cancro do pulmão por dois motivos. O primeiro por falta de consciencialização (awareness) da população sobre esta patologia e, muitas vezes, dos próprios médicos de Medicina Geral e Familiar. Este cancro simula, em termos de sintomas e sinais, doenças muito frequentes e benignas, tais como as infeções respiratórias ou as agudizações da doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), pelo que se suspeita sempre destas em primeiro lugar e apenas se não respondem ao tratamento(s) instituído(s) então pensa-se na possibilidade de poder ser um cancro.

O segundo motivo está relacionado com o modo de funcionamento das instituições, com a dificuldade que o cidadão tem em aceder ao seu médico de família, em realizar os primeiros exames solicitados, em ser referenciado para uma consulta de especialidade e, finalmente, em realizar o diagnóstico e estadiamento nos hospitais.

Considera que a população está devidamente esclarecida quanto a esta doença? A que sinais de alerta devemos estar atentos?

Tal como já afirmei, existe uma falta de literacia em saúde transversal a quase toda a população e, mais ainda, uma falta de consciencialização acerca do que é e como se pode manifestar o cancro do pulmão.

Este tem como sinais de alerta principais o surgimento, agravamento ou alteração das características de falta de ar, de tosse ou expetoração, ou o aparecimento de dor torácica.

Apresentando, por vezes, sinais inespecíficos, com que outras patologias respiratórias se pode confundir?

As patologias respiratórias com que se pode confundir são, mais frequentemente, com infeções respiratórias ou agudizações de DPOC pré-existente. Mas pode, ainda, ser confundido com uma tuberculose pulmonar ou um trombo-embolismo pulmonar.

No que diz respeito aos fatores de risco, embora o tabagismo esteja frequentemente associado ao desenvolvimento do cancro do pulmão, existem outros fatores que podem condicionar o seu desenvolvimento. Que fatores são estes? Quem está em risco? Só os fumadores e os mais idosos?

O tabaco é o principal fator de risco. Assim, o tabagismo em “segunda mão” – permanecer num ambiente onde se fuma e respirar esse fumo que foi expelido por um fumador, é também um fator de risco muito importante. Depois existem outras causas, como o rádon (gás radioativo, incolor e inodoro, que existe, por exemplo, no granito), a exposição a fibras de amianto e a outras fibras de asbestos. Assim, não é uma doença só de fumadores, cerca de 25-30% de todos os cancros do pulmão ocorrem em não fumadores. A idade de maior incidência é na 5ª e 6ª décadas de vida, mas atinge todas as idades a partir dos 30 anos.

Que tipos de cancro do pulmão existem e, destes, quais os que apresentam um melhor prognóstico?

O cancro do pulmão pode ser dividido em carcinoma de pequenas células (cerca de 12-15% do total) e carcinoma de células não pequenas (cerca de 85-88% do total). Este último tipo subdivide-se, principalmente, em adenocarcinoma (50%), carcinoma epidermoide (40%), carcinoma de grandes células (5%) e carcinoma misto adenoescamoso (3%). Mas estes são melhor caracterizados através da realização de sequenciação genética dos tumores e avaliação da presença, ou não, de mutações genéticas para as quais, atualmente, temos medicamentos inibidores das suas vias de ativação. No caso de estas não estarem presentes, então determinamos o nível de expressão de PD-L1, um recetor transmembranar das células tumorais e dos linfócitos, para nos guiar no uso da imunoterapia.

Os tumores que apresentam melhor prognóstico normalmente são os dos não fumadores, porque mais frequentemente têm apenas uma única mutação que é responsável pelo desenvolvimento do tumor.

Como é feito o seu diagnóstico? E quais os principais desafios associados?

O diagnóstico do cancro do pulmão é feito através da biópsia do tumor. Esta pode ser realizada através da broncofibroscopia, particularmente quando o tumor é mais central, ou por radiologia de intervenção guiada por TAC, nas lesões mais periféricas.

O estadiamento, a avaliação do grau de desenvolvimento do tumor, faz-se por TAC e/ou por PET-Scan (tomografia por emissão de positrões). Esta última é usada sobretudo em estádios em que se pensa poder realizar um tratamento curativo. Complementa-se estes exames, com TAC ou RMN cerebral, para despiste de metástases cerebrais, e com EBUS (citologia de gânglios do hilo e do mediastino por ecografia endobrônquica).

Os desafios no diagnóstico prendem-se com a existência de massas pulmonares em localizações difíceis de biopsar ou em doentes com lesões pulmonares, por exemplo de DPOC concomitante, que elevam o risco de complicações provocadas pela biópsia a um nível não aceitável.

Como se trata o cancro do pulmão e quais as grandes novidades nesta área?

Se for num estadio inicial, a principal arma é a cirurgia, hoje realizada preferencialmente através de vídeo-toracoscopia, com uma baixa taxa de complicações e um internamento curto. Para um doente em que a cirurgia esteja contraindicada, a radiocirurgia pode ser a solução.

Se o doente se apresentar com uma doença avançada loco-regionalmente, o que se propõe é a realização de radioterapia com quimioterapia concomitantes, seguido de um tratamento de imunoterapia durante um ano.

Se estamos perante uma doença metastática, primeiro temos de saber qual tipo histológico, depois se existe mutação genética do tumor e, por fim, qual a expressão do PD-L1. Porque, a primeira opção de tratamento será a utilização de inibidores da tirosina cínase dirigido a uma mutação genética que possa estar presente. Na ausência destas, se a expressão de PD-L1 for superior a 50%, poderá utilizar-se a imunoterapia. Se esta expressão for inferior a 50%, poderemos propor uma combinação de quimioterapia com imunoterapia.

E é o tratamento com imunoterapia o maior avanço terapêutico deste século. Pois, pela primeira vez, não atuamos diretamente no tumor, vamos modelar o sistema imunológico do doente, para que seja este a controlar o cancro. Se com a terapia dirigida a alvos terapêuticos estamos a personalizar o tratamento do cancro do pulmão, com a imunoterapia é todo um paradigma diferente e que permite vir a combinar com outros tratamentos já existentes e, no futuro, personalizar também esta área.

O que pode condicionar o sucesso do tratamento?

Primeiro, a realização de um correto diagnóstico e estadiamento do tumor, assim como é fundamental conhecer o resultado da sequenciação genética e a expressão de PD-L1, para que se escolham os tratamentos de forma correta.

Em segundo lugar, é importante que o doente consiga manter-se em boas condições físicas e psicológicas. Isto é, que realize uma alimentação saudável, que ingira 1-1,5 litros de água, que pratique exercício com regularidade e que mantenha uma perspetiva positiva sobre a situação.  

No âmbito da campanha “O Cancro do Pulmão não tira férias”, que mensagens devemos reter?

Sempre que desenvolver os sintomas ou sinais descritos acima, não espere e consulte o seu médico. Se as queixas persistirem, discuta com o seu médico a necessidade de realizar exames complementares de diagnóstico e faça-os o mais rapidamente possível. Não aguarde pelo fim de férias para esclarecer o seu quadro clínico, porque o cancro do pulmão não tira férias!

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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