Uso da tecnologia para responder às necessidades das pessoas ao longo da pandemia por COVID-19
A app SNS 24 foi destacada como exemplo de boas práticas no uso de soluções digitais para promover cuidados de saúde de...

Esta menção surgiu, de acordo com os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, “no âmbito da primeira reunião de mentores sobre a qualidade dos cuidados de saúde”, organizada pelo departamento de Qualidade de Cuidados e Segurança do Utente da OMS (Europa), e que se centrou no uso adequado da tecnologia para responder às necessidades das pessoas ao longo da pandemia por COVID-19.

Portugal é destacado como bom exemplo, através da aplicação SNS 24, referida como uma solução móvel que simplifica a transformação digital em saúde e melhora a experiência dos utentes.

“Com a app SNS 24, que já registou cerca de 7,6 milhões de downloads, o cidadão pode aceder facilmente a vários serviços digitais do SNS, tais como realizar uma teleconsulta, renovar a medicação habitual, consultar o Boletim de Vacinas, as receitas, as requisições, os resultados de exames médicos, entre outros serviços”, refere a nota dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde. 

 

Dia Internacional das Lesões na Coluna Vertebral assinala-se a 5 de setembro
Todos os anos, em todo o mundo, mais de 500 mil pessoas sofrem uma lesão na coluna e diariamente cer

De um acidente ou trauma na coluna vertebral resultam, em especial, deformidades secundárias ao traumatismo, potencialmente dolorosas e incapacitantes, e a paralisia. Os sinais e sintomas de lesão na coluna vão depender da gravidade da situação, mas podem incluir dor e rigidez no pescoço, ombros e costas, eventualmente irradiada para os membros, náuseas, cefaleias ou tonturas; alterações da sensibilidade como formigueiros, dormência, diminuição da força nos braços ou pernas; estado de consciência alterado, dificuldades respiratórias e de concentração; perda de controle da bexiga e intestinos.

As medidas de prevenção podem fazer toda a diferença na saúde da nossa coluna vertebral, visto que estas lesões podem levar à incapacidade ou à morte. É, assim, muito importante que as pessoas modifiquem alguns comportamentos e apostem na prevenção.

As lesões da coluna vertebral podem constituir emergências médicas que requerem tratamento imediato para minimizar os danos. Cuide da sua coluna vertebral, não adote comportamentos de risco e em caso de lesão ligue para o 112!

No âmbito das comemorações do Dia Internacional das Lesões na Coluna Vertebral, em todo o mundo, realizam-se iniciativas de consciencialização, dirigidas à sociedade, para alertar para as consequências negativas deste problema e apelar à sua prevenção, relembrando que algumas complicações das lesões na coluna podem ser evitadas ou minoradas com tratamento adequado. Para mais informações consulte: http://worldsciday.org/

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Post vacation blues
O fim do mês de agosto significa também o fim das férias e o regresso à rotina – o que, para muitos, pode ser motivo de stress....

Esta síndrome caracteriza-se por sintomas como falta de motivação para realizar tarefas de rotina, fadiga e alterações de sono, que surgem com o fim das férias.

Portugal é o terceiro país com maior nível de stress da Europa, segundo um estudo desenvolvido pela Eachnight, que avalia três fatores (stress financeiro, pessoal e laboral) na população europeia. Para evitar esta propensão, Catarina Lucas, psicóloga especialista em desenvolvimento pessoal, deixa quatro conselhos para um retorno à rotina sem stress:

1. Caso vá de viagem, regresse um ou dois dias antes para organizar a rotina e as tarefas domésticas antes do regresso ao trabalho – Este tempo pode servir até para "descansar" das férias que possam ter sido mais atribuladas e para não haver um choque grande da passagem direta das férias para a semana de trabalho;

2. Não tenha pressa – A readaptação deve ser feita de forma gradual, dando tempo para ajustar-se à nova rotina;

3. Programe o recebimento de e-mails apenas para um dia após o regresso – Antes de ir de férias, deixe a resposta automática ativa até ao dia seguinte ao de regresso de férias. Assim, o seu primeiro dia será mais tranquilo e poderá tratar dos assuntos mais urgentes primeiro. Desta forma, será menos perturbado nesse dia com novos assuntos e poderá mais tranquilamente dar resposta aos assuntos mais recentes;

4. Chegue mais cedo – Para iniciar o primeiro dia de volta com calma, chegue um pouco mais cedo ao trabalho.

“As férias ajudam-nos a repor energias e retomar a vida normal pode ser bastante desafiador. O essencial é que as pessoas se lembrem de que é natural haver alguma irritação, cansaço e alterações de humor nesta fase, daí ser tão importante adotar estratégias para minimizar sentimentos mais negativos”, sublinha Catarina Lucas.

Hipertiroidismo
A intolerância ao calor pode ser normal durante o verão, sobretudo quando a temperatura está mais al

A intolerância ao calor pode ser uma manifestação de uma disfunção da glândula tiroideia, mais concretamente o hipertiroidismo. “As hormonas tiroideias (T3 e T4) controlam todas as funções do organismo, no qual se inclui a regulação da temperatura corporal. Ao funcionar corretamente, a tiroide é capaz de responder às mudanças de temperatura, ajustando de forma apropriada a taxa metabólica basal e libertando hormonas para promover a libertação de energia ou a retenção de calor, mantendo assim o corpo com uma temperatura confortável e funcional. No entanto, quando a tiroide não está a funcionar adequadamente, o corpo perde muita da sua capacidade de regular a temperatura”, começa por explicar Sara Correia do serviço de Endocrinologia do centro hospitalar Gaia / Espinho.

No hipertiroidismo, acrescenta, “ocorre uma libertação excessiva de hormonas tiroideias, o que provoca um metabolismo celular acelerado, resultando em múltiplos sintomas, incluindo a sensibilidade ao calor, que é independente da época do ano e persistente, caso não seja realizado o tratamento adequado”.

No entanto, há outros sinais aos quais deve estar atento e que compõe o quadro desta disfunção, como é o caso das alterações do humor, irritabilidade, agitação, perda inexplicada de peso apesar de aumento do apetite, tremor, suores, palpitações, diarreia, irregularidades menstruais e aumento do volume cervical (bócio). “Quando a intolerância ao calor é mais exagerada que o habitual, prolongada e principalmente se surgir acompanhada de outros sintomas, deve aumentar a suspeita de puder tratar-se de um hipertiroidismo, pelo que dirigir-se ao seu médico assistente”, aconselha a médica especialista.

Afetando maioritariamente as mulheres, de qualquer idade, o Hipertiroidismo surge, em grande parte dos casos, na sequência de uma doença autoimune da tiroide, designada de Doença de Graves e cujo o pico de incidência se situa entre os 30 e os 60 anos. Esta doença caracteriza-se pela presença de “anticorpos produzidos pelo organismo que atuam na tiroide e estimulam o aumento da síntese das hormonas tiroideias”.

“Outra causa relaciona-se com nódulos na tiroide que autonomamente podem produzir excesso de hormonas tiroideias. Com um excesso de T3 e T4, o organismo fica “acelerado”, podendo causar “exaustão” em alguns dos órgãos, nomeadamente no coração”, explica Sara Correia, advertindo para o facto do seu diagnóstico ser realizado o mais atempadamente possível.

Quanto ao seu tratamento, diz a especialista, este deve ser adequado a cada caso. “A escolha do tratamento varia, dependendo das características clínicas e eventuais preferências do doente”, afirma.

Deste modo, refere que “no caso da Doença de Graves, o tratamento pode incluir: uso de fármacos antitiroideus de síntese, como o metibasol, utilizados para normalizar a produção de T3 e T4, e em casos refratários pode-se realizar tratamento com iodo radioativo ou cirurgia de remoção da tiroide”.

Por sua vez, “o tratamento dos nódulos autónomos quase sempre obriga a terapêutica com iodo”, acrescenta referindo que “há ainda fármacos (bloqueadores beta adrenérgicos) que podem ser utilizados temporariamente para controlar os sintomas de hipertiroidismo”.

Para quem já tem o diagnóstico desta disfunção da tiroide, Sara Correia deixa alguns conselhos para que evite outros problemas associados a esta época do ano:

“Com o aumento do calor, o organismo procura baixar a temperatura do corpo através da transpiração. Mas se este objetivo não for alcançado, pode haver golpes de calor, esgotamento devido ao calor, cãibras e desidratação”, por isso é fundamental manter-se hidratado, fazer refeições ligeiras, proteger-se do calor, evitar a exposição solar direta e prolongada, sobretudo nos períodos de maior calor (entre as 11 e as 17 horas), usar roupa fresca e leve e sempre que possível preferir locais climatizados.

“O excesso de hormonas tiroideias em circulação provoca um aumento no metabolismo, ou seja, na velocidade a que o organismo funciona. O metabolismo acelerado provoca uma maior libertação de calor, o hipotálamo (termóstato do nosso corpo) também está desregulado para uma temperatura superior, tornando todo o corpo mais quente. A pele torna-se mais quente, avermelhada (por aumento da circulação sanguínea) e suada.  Assim, os doentes com hipertiroidismo têm grande intolerância ao calor”, estando mais sujeitos aos efeitos nefastos do calor.

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Equipa liderada pela Universidade de Coimbra
Uma equipa de investigação internacional, liderada pela Universidade de Coimbra (UC), identificou um dos casos mais antigos de...

O estudo “A 1000-year-old case of Klinefelter’s syndrome diagnosed by integrating morphology, osteology, and genetics”, agora publicado na prestigiada revista científica The Lancet, foi coordenado por João C. Teixeira, investigador português em genética humana afiliado da Universidade de Coimbra, atualmente a desempenhar funções na Universidade Nacional da Austrália. Participaram no estudo especialistas em genética, estatística, arqueologia e antropologia, nomeadamente investigadores do Centro de Estudos Interdisciplinares da Universidade de Coimbra (CEIS20), da Faculdade de Letras da UC (FLUC) e do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde (CIAS) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC). Este contacto entre vários domínios do saber revela «o enorme potencial que advém do diálogo entre áreas disciplinares distintas, mas que se complementam no estudo do passado», explica o coordenador do estudo.

Além desta descoberta, a equipa de investigação desenvolveu ainda um novo método estatístico, que pode permitir, no futuro, «diagnosticar outras anomalias cromossómicas, como por exemplo casos de síndrome de Down, podendo ser também aplicado a contextos forenses e de diagnóstico pré-natal», revela João C. Teixeira.

Na primeira etapa da investigação, a equipa obteve ADN a partir de um esqueleto do século XI, encontrado em Castro de Avelãs, em 2012, pela equipa de arqueologia coordenada por Pedro C. Carvalho, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. «Este lugar tem uma forte carga histórica, uma vez que foi provavelmente a capital dos Zoelas, um povo referido por Plínio (autor romano do século I), e sede da paróquia sueva de Brigantia, que está na origem da atual cidade de Bragança», contextualiza o investigador da UC.

Seguiu-se a recuperação do ADN do indivíduo, que decorreu no laboratório especializado do Australian Centre for Ancient DNA (na Universidade de Adelaide, Austrália). Neste processo de análise de ADN antigo, um dos objetivos rotineiros passa por «estabelecer o sexo genético dos indivíduos, através de análises computacionais que mapeiam os fragmentos de ADN obtidos nos cromossomas X e Y do genoma humano», explica Xavier Roca-Rada, aluno de doutoramento e primeiro autor do estudo. Os resultados obtidos sugeriram que o indivíduo de Castro de Avelãs teria duas cópias do cromossoma X e uma do cromossoma Y, indicativo de Síndrome de Klinefelter.

Após a confirmação dos resultados genéticos, uma equipa de antropólogos da Universidade de Coimbra encontrou evidências morfológicas no esqueleto compatíveis com Klinefelter, em particular «elevada estatura e o diâmetro da anca alargado», adianta Sofia Tereso, antropóloga da UC. Por outro lado, a equipa não detetou evidências de osteoporose, que afeta cerca de 40% dos indivíduos com Síndrome de Klinefelter.

O artigo científico está disponível em www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(22)01476-3/fulltext.

Sustentabilidade
O campus partilhado da Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Politécnico de Coimbra (ESTeSC-IPC) e da Escola Superior de...

Esta é a primeira edição do FEE EcoCampus, um programa suplementar ao projeto Eco-Escolas, que promove a melhoria contínua da gestão ambiental das instituições de ensino superior, planeando e monitorizando ações que envolvam todos os serviços e valências do Campus, assim como a adoção de comportamentos sustentáveis nas comunidades académica e local.  Coordenado a nível internacional pela Foundation for Environmental Education, o projeto envolve as diversas valências do campus, promovendo uma avaliação, identificação e implementação de ações de melhoria para a sustentabilidade e monitorização das instalações e serviços dos campi.

“A ESTeSC-IPC reforça o seu papel de pioneira, no nosso país, com este reconhecimento”, assume o docente Hélder Simões, que, a par com a docente Cristina Nazaré, coordena o projeto na ESTeSC-IPC. “O EcoCampus promove um pensamento transformador e ajuda a aprimorar os curricula e unir toda a instituição em torno de algo tão importante como a Educação para a Sustentabilidade”, explica.

Recorde-se que a ESTeSC-IPC foi, em 2009, a primeira instituição de ensino superior a ser distinguida com a Bandeira Eco-Escolas – galardão que será necessário renovar anualmente para manter o estatuto de EcoCampus. “Ter sido a primeira Eco-Escolas do Ensino Superior é muito responsabilizante, quer do ponto de visto interno, quer pelo impacto externo que tivemos, que incentivou instituições congéneres a aderir ao programa”, assume Hélder Santos, recordando que, ao longo dos últimos 14 anos, a Escola tem desenvolvido uma cultura para a sustentabilidade, com ações com impacto no dia-a-dia da instituição.

A cerimónia de entrega do galardão FEE EcoCampus está agendada para outubro.

 

Entrevista | Dr. José Cunha
Ao longo das últimas décadas vários estudos têm demonstrado que os homens produzem menos espermatozo

Estima-se que cerca de 15% dos casais em idade reprodutiva, em Portugal, são inférteis e apesar de, em quase metade dos casos, não ser possível atribuir uma causa, estima-se que em 20% se deve a um problema no masculino. No entanto, continuamos a olhar para a mulher como a raiz do problema. Por que motivo, ainda falamos pouco sobre a infertilidade masculina?

Estima-se que atualmente o fator masculino possa ser responsável não por 20%, mas por quase 30 % do número total de casos de infertilidade. Uma percentagem sobreponível ao fator feminino, sendo que noutros 30% dos casos as causas são mistas (ambos os elementos do casal são “responsáveis”) e nos restantes 10 % das situações de infertilidade as causas permanecem inexplicadas.

Penso que o principal motivo está relacionado com um certo machismo existente na nossa sociedade que faz com que exista um mito no imaginário coletivo que a infertilidade do casal está associada sobretudo à mulher. Outro elemento muito importante é uma enorme falta de informação sobre este assunto aliada ao facto de o homem ter mais dificuldade, que a mulher, em lidar, aceitar e compartilhar este problema.

Como se caracteriza, quais as causas associadas e como se diagnostica a infertilidade nos homens?

A infertilidade masculina caracteriza-se pela incapacidade do homem em produzir espermatozoides em quantidade e/ou qualidade suficiente de modo a que consigam fecundar o óvulo e resultar em gravidez ou no caso de haver fecundação o embrião resultante não consiga dar origem a uma gravidez evolutiva.

As causas são várias e podem ser divididas em 4 grupos:

  1. Anomalias no esperma consequentes a alterações na produção de espermatozoides provocada por:
  • Varicocelo
  • Estilo de vida: obesidade, tabagismo, consumo de álcool/anabolizantes/drogas, contacto com substâncias químicas/tóxicas e sobreaquecimento dos testículos (determinadas profissões /vestuário).
  • Infeções / inflamações urológicas (epididimites e prostatites
  • Criptorquidia e cancro testicular
  • Traumatismo e torção testicular
  • Causas cromossómicas/genéticas (Sind. Klinefelter, microdeleções braço longo Y)
  • Alterações hormonais (hipogonadismo hipogonadotrófico)
  1. Problemas de obstrução no sistema de ductos que transportam o sémen, sendo a produção de espermatozoides normal:
  • infeções no epidídimo, vesiculas seminais e próstata
  • lesões iatrogénicas (cirurgias na uretra, próstata ou bexiga) e vasectomia
  • obstruções congénitas (epidídimo, por quistos na região dos ductos ejaculadores)
  • agenesia bilateral congénita dos canais deferentes (fibrose quística)

      3. Problemas psicossexuais, de ereção, de ejaculação e alterações do trato genital que impossibilitam o depósito do esperma no fundo da vagina durante o coito

      4. Inexplicada/ idiopática que no homem atinge valores entre os 25%-30% dos casos.

O principal exame que é realizado para diagnosticar e avaliar a infertilidade masculina é o espermograma. Este exame deve ser sempre realizado quando um casal é incapaz de obter uma gravidez ou de levar uma gestação ao seu termo, depois de pelo menos um ano de relações sexuais regulares sem usar qualquer método contracetivo.

Existindo anomalias nos parâmetros do espermograma (concentração de espermatozoides < de 15 milhões/ml, percentagem de móveis progressivos < de 32% e percentagem de formas normais < de 4%), o homem deve ser orientado para uma consulta de Urologia/ Andrologia, onde para além dum exame físico completo serão pedidos outos exames complementares de diagnóstico como análises hormonais, ecografia do aparelho reprodutor masculino, entre outros, exames que podem permitir uma avaliação mais completa da causa do problema.

Um estudo da Universidade da Virgínia, relativamente recente, veio demonstrar que a fertilidade masculina tem vindo a decrescer nas últimas décadas. Que fatores podem estar a contribuir para este declínio?

Na realidade, nos últimos anos tem sido publicada uma quantidade significativa de literatura sobre a diminuição, nas últimas 3-4 décadas, da qualidade do esperma e da sua relação com:

  • Efeitos de poluentes ambientais designados desreguladores/moduladores endócrinos
  • Taxas crescentes de criptorquidia (testículo fora da bolsa escrotal) e de tumores do testículo
  • Aumento da incidência de infeções do aparelho genital masculino.
  • Estilo de vida: obesidade, tabagismo, consumo de álcool/anabolizantes/drogas

De acordo com a Agência de proteção do Ambiente "Environmental Protection Agency" (EPA), um desregulador endócrino (“endocrine disrupting”) é definido como um "… agente exógeno que interfere com síntese, secreção, transporte, ligação, ação ou eliminação de uma hormona natural no corpo que são responsáveis pela manutenção, reprodução, desenvolvimento e/ou comportamento dos organismos …". Estas substâncias que podem ser naturais ou sintéticas e são usadas ou produzidas para uma infinidade de finalidades, podem ser agrupadas em duas classes:

  1. Substâncias sintéticas - utilizadas na agricultura e seus subprodutos, como pesticidas, herbicidas, fungicidas; utilizadas nas indústrias e seus subprodutos, como dioxinas, alquilfenóis e seus subprodutos como HAP, bisfenol A, metais pesados, entre outros; e ainda compostos farmacêuticos, como os estrogênios sintéticos DES e 17α-etinilestradiol.
  2. Substâncias naturais - fitoestrogénios, tais como, genisteína e metaresinol e estrogénios naturais como o 17β-estradiol, a estrona e o estriol. Resíduos de vários pesticidas têm sido encontrados em alimentos, água potável e corpos hídricos. Os pesticidas foram largamente utilizados no mundo por várias décadas, sendo o maior grupo de substâncias classificadas como desreguladores endócrinos. Na classe dos pesticidas, estão incluídos inseticidas, herbicidas e fungicidas, que são utilizados na agricultura, na aquacultura e no uso domiciliar. Por outro lado, a dieta dos países ocidentais é rica em gorduras animais, proteínas e hidratos de carbono refinados e leva a um aumento nas concentrações de estrogénio endógeno, o que pode afetar o desenvolvimento do feto do sexo masculino. Agricultores que praticam agricultura biológica têm nas suas amostras de esperma concentrações de espermatozoides significativamente mais altas do que agricultores que contactam com pesticidas e do que homens de outras profissões, como aqueles que trabalham com tintas, produtos químicos, eletricistas e metalúrgicos.

Estas constatações científicas dão claramente suporte aos possíveis efeitos das toxinas ambientais na espermatogênese.

Na prática, quais as consequências associadas a um número de espermatozoides inferior, menos saudável e com mobilidade cada vez mais reduzida? Na presença deste problema, o que pode ser feito para obter uma gravidez tão desejada? Quais os tratamentos disponíveis e quais as taxas de sucesso?

Na prática as consequências, dependendo da gravidade das alterações na concentração, motilidade e morfologia dos espermatozoides, são o casal demorar mais de um ano para obter uma gravidez (no caso duma mulher saudável e com idade ≤35 anos) ou mesmo nunca a conseguir obter, a não ser com a ajuda da Medicina da Reprodução.

Os tratamentos na área da Procriação Medicamente Assistida (PMA) disponíveis para ajudar a resolver este problema vão depender da gravidade das alterações nos parâmetros do espermograma (concentração, motilidade e morfologia dos espermatozoides) mas também da idade da mulher e da duração da infertilidade. No caso de uma alteração ligeira dos parâmetros e dependendo da idade da mulher pode ser ponderada a utilização da inseminação intrauterina (IIU). Se houver uma   alteração moderada desses parâmetros a fertilização in vitro (FIV) pode ser o tratamento indicado e nos casos em que existam alterações graves ou muito graves no espermograma a eventual solução é a realização da injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI).

As taxas de sucesso dependem do tipo de tratamento e da idade da mulher:

Que medidas podem/devem ser tomadas para “combater” este declínio na fertilidade masculina?

 As principais medidas para combater o declínio da fertilidade masculina são:

  • Prevenir as doenças sexualmente transmissíveis com ênfase na utilização na contraceção com métodos de barreira
  • Ter, desde jovem, um estilo de vida e uma alimentação saudáveis, combatendo o sedentarismo e a obesidade, evitando o consumo de tabaco, álcool, drogas e a exposição a substâncias poluentes/tóxicas e a radiações.
  • Diagnóstico e tratamento precoce do varicocelo
  • Prevenção e diagnóstico precoce do cancro
  • Redução da produção poluentes estrogénicos ambientais (“desreguladores endócrinos”)
  • Proteção eficaz dos trabalhadores das indústrias químicas e poluentes
  • Atenção aos testículos que não desceram para as bolsas – orquidopexia precoce
  • Criopreservação de esperma (antes da quimioterapia/ radioterapia)
  • Não adiar a paternidade para depois dos 50 anos.

A partir de que momento deve ser considerada a consulta na especialidade?

Sempre que um casal é considerado infértil temos que ter a noção que em cerca de 30 % dos casos a causa dessa infertilidade vai ser o fator masculino e segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS): “A infertilidade é uma doença do sistema reprodutivo, que se traduz na incapacidade de um casal conseguir uma gravidez ou de levar uma gestação ao seu termo, depois de pelo menos 1 ano de relações sexuais regulares sem usar qualquer método contracetivo”

Assim todo o elemento masculino dum casal nesta situação deve efetuar um espermograma e realizar conjuntamente com a sua parceira uma consulta de Infertilidade.

Também, qualquer homem independentemente da sua história reprodutiva se apresentar um espermograma com alterações associado, ou não, a antecedentes de infeções urológicas ou de doenças sexualmente transmitidas, a varicocelo ou que no exame físico apresente alterações no volume testicular, massa ou tumefação nos testículos, ausência de testículos nas bolsas, alterações na fisiologia masculina deve recorrer a uma consulta de especialidade (Urologia-Andrologia).

Que ideias-chave devemos reter quanto a este tema?

Nunca esquecer que 30 % das causas de infertilidade se devem ao fator masculino e que nos tempos atuais o peso da responsabilidade do homem na infertilidade é praticamente igual ao da mulher.

No estudo da infertilidade dum casal é indispensável a realização dum espermograma por parte do homem, assim como, a sua total colaboração na realização de outros exames que forem necessários.

As duas medidas mais importantes para prevenir e combater o declínio da fertilidade masculina, no meu entender, são:

  1. A prevenção das doenças sexualmente transmissíveis.
  2. Ter, desde a idade jovem, um estilo de vida e uma alimentação saudáveis, combatendo o sedentarismo e a obesidade, evitando o consumo de tabaco, álcool, drogas e a exposição a substâncias poluentes/tóxicas e a radiações.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Equipa do Centro Hospitalar Universitário São João (CHUSJ) é liderada pela epidemiologista Ana Azevedo
O projeto PREVENTABLE, liderado pela investigadora Carla Oliveira, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da...

O projeto, cujo nome original é «Cancer prevention vs cancer treatment: the rare tumour risk syndromes battle», pretende ainda delinear diretrizes para a comunicação entre equipas clínicas e entre clínicos e doentes. A ambição, acrescenta Carla Oliveira, é demonstrar que uma estratégia europeia de redução de risco em doentes com RTRS, baseada na prevenção e diagnóstico precoce, permitirá reduzir a elevada mortalidade associada a estas doenças e diminuir os custos dos sistemas de saúde.

Este projeto envolve uma equipa multidisciplinar de 15 parceiros europeus, dos quais cinco são portugueses, três espanhóis, dois franceses e os restantes da Noruega, Países Baixos, Alemanha, Reino Unido e Bélgica. Enquanto entidade coordenadora, o i3S irá receber 1,660 milhões, sendo que as restantes instituições nacionais receberão cerca de um milhão de euros: Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup), NOVA Medical School da Universidade NOVA de Lisboa e Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI). O projeto conta ainda com a colaboração da EVITA - Associação de Apoio a Portadores de Alterações nos Genes Relacionados com Cancro Hereditário.

Um novo desafio para o i3S nas ciências da saúde

Trata-se de um projeto «sem precedentes, completamente inovador e abrangente» já que, pela primeira vez, um estudo deste género vai basear-se em dados clínicos reais complexos de doentes com oito síndromes raras, e não em modelos económicos preditivos. A mesma síndrome, explica Carla Oliveira, «pode causar muitas doenças diferentes na mesma pessoa e doenças diferentes em pessoas diferentes da mesma família. Vamos prever todos os cenários clínicos que podem acontecer no contexto de cada síndrome e, a seguir, vamos confirmar com os dados clínicos recolhidos pelos parceiros. Depois comparamos os cenários em que houve prevenção de doença com os cenários dos que receberam tratamento, para aferir se há vantagem, em termos económicos e em termos de sobrevida dos doentes, quando se aplicam medidas preventivas».

O PREVENTABLE nasce no seguimento do primeiro estudo sobre o modelo de custo-benefício em síndromes de cancro hereditário da mama e do ovário, também coordenado por Carla Oliveira e distinguido, em 2021, com o Prémio de Investigação Alfredo da Silva. «Já temos este piloto, pelo que será mais fácil trabalhar agora com as outras síndromes. Além disso, enquanto investigadores na área da Saúde, sentimos que é nosso dever demonstrar os grandes benefícios sociais e financeiros da prevenção, não só para os portadores e doentes com estas síndromes, mas também para os prestadores de cuidados de saúde, os cuidadores e para a sociedade em geral».

A equipa do i3S ficará também responsável por recolher os dados de duas síndromes, a que causa o cancro gástrico difuso (Carla Oliveira) e outra responsável por tumores gastrointestinais estromais (Paula Soares), e por desenvolver e implementar a infraestrutura informática onde serão inseridos e partilhados todos os dados recolhidos pelos parceiros do consórcio.

Sobre as síndromes tumorais hereditárias muito raras (RTRS)

As síndromes RTRS são doenças raras, que afetam entre 1:250.000 e 1:5.000 pessoas à nascença, e são causadas por variantes genéticas hereditárias. Quando não diagnosticados ou não examinados, muitos pacientes assintomáticos de famílias com estas síndromes desenvolvem cancros particularmente agressivos, levando à morte prematura. «Mas estes cancros podem ser prevenidos se os pacientes assintomáticos forem vigiados sistematicamente, se os órgãos propensos ao cancro forem removidos cirurgicamente (se possível) antes da doença se manifestar, ou se as lesões cancerosas ou pré-cancerosas muito pequenas forem removidas ou tratadas», sublinha a coordenadora do projeto.

O certo é que a maioria dos sistemas de saúde continua a optar pelo tratamento do cancro, apesar dos elevados custos que isso acarreta, em vez de seguir o caminho da prevenção ou do diagnóstico precoce e tratamento curativo. Como tal, esclarece Carla Oliveira, «é urgente demonstrar o custo-benefício da aplicação de medidas preventivas nas síndromes RTRS. No âmbito deste projeto vamos estimar quanto custa intervir precocemente e delinear diretrizes com o objetivo de implementar na Europa uma rede de cuidados centrados nestes doentes com uma boa relação custo-benefício».

As síndromes tumorais hereditárias muito raras (RTRS) constituem uma parte dos cancros hereditários que são raros e negligenciados, uma realidade reconhecida recentemente pela Comissão Europeia e que levou ao lançamento de uma Rede Europeia de Referência (ERN), em 2017, especialmente dedicada aos Síndromes de Risco de Tumor Genético (GENTURIS) e que em Portugal é liderada pela investigadora Carla Oliveira.

Nas oito síndromes raras de cancro consideradas nesta proposta existe uma predisposição elevada a muito elevada para desenvolver um ou vários cancros precoces. Uma vez que apenas 20-30% das pessoas com síndromes de risco de tumor genético foram diagnosticadas até à data, a ERN GENTURIS está a trabalhar para melhorar a sua identificação, minimizar a variação nos resultados clínicos, conceber e implementar diretrizes clínicas, desenvolver registos e biobancos, apoiar a investigação, melhorar a qualidade e interpretação dos testes genéticos, e a aumentar a participação dos doentes em programas de investigação clínica. A GENTURIS, acrescenta a investigadora, reúne centros de referência deste tipo de tumores em 23 países europeus e nove dos 15 parceiros do projeto PREVENTABLE são membros da GENTURIS.

Foco nos modelos de cuidados de saúde das RTRS

A investigação da NOVA Medical School da Universidade NOVA de Lisboa (NMS-UNL), parceira deste consórcio, vai focar-se na análise comportamental das tomadas de decisão em relação aos modelos de cuidados de saúde em síndromes RTRS.

Segundo a investigadora Marta Marques, co-PI da unidade EpiDoc no Comprehensive Health Research Centre (CHRC) da NMS-UNL, «usaremos uma abordagem metodológica mista: recolha de dados por questionário e grupos focais, nos vários países que constituem o consórcio. Especificamente, vamos utilizar como base os quadros conceptuais da ciência comportamental para identificar as barreiras e facilitadores à implementação de modelos de prestação de cuidados de saúde focados na prevenção das síndromes RTRS, com equipas clínicas, com os pacientes e com a sua rede de apoio».

Com base nos resultados deste trabalho, irão ser desenvolvidas recomendações para a comunicação dos modelos de prestação de cuidados de saúde neste contexto, utilizando uma abordagem centrada na pessoa.

Dar visibilidade às RTRS e estimular a prevenção

Enquanto parceiro deste consórcio, o Ipatimup, mais especificamente a Unidade de Prevenção de Cancro, fará uso da sua experiência na área com o objetivo de dar visibilidade às RTRS e estimular a prevenção. Segundo explica Nuno Teixeira Marcos, coordenador desta Unidade, «trata-se de um projeto sobre síndromes raras de cancro, e uma das dificuldades destas doenças de baixa incidência é que têm muito pouca visibilidade, tanto por parte do público, como da comunidade médica e dos policy makers. Mas é exatamente por serem raras, que estas síndromes precisam de uma abordagem dedicada, incisiva e criativa, para podermos ajudar os indivíduos de risco a tomarem decisões informadas, os médicos a estarem alerta para os critérios de risco e para as opções preventivas, e para fazer melhores políticas de gestão destas doenças».

O trabalho deste parceiro, acrescenta o investigador, «fará uso dos resultados gerados pela componente clínica do projeto, pela componente económica e pela componente sociológica, para criar um programa de informação especificamente segmentado para indivíduos de risco, médicos de primeira linha e decisores políticos».

Equipa do Hospital São João vai mapear trajetórias dos doentes

A equipa do Centro Hospitalar Universitário São João (CHUSJ) é liderada pela epidemiologista Ana Azevedo e inclui profissionais de múltiplas categorias (médicos, enfermeiros, geneticistas, técnico superior do registo oncológico, gestor, nutricionista e psicólogo) das seguintes áreas e serviços: Centro de Epidemiologia Hospitalar, Genética Médica, Oncogenética, Cirurgia Geral, Centro de Mama, Gastrenterologia, Oncologia Médica, Cirurgia Plástica, Anatomia Patológica, Planeamento e Controlo de Gestão, Nutrição, Psicologia, Registo Oncológico.

Enquanto instituição prestadora de cuidados de saúde reconhecida como membro efetivo da Rede Europeia de Referência GENTURIS, e incluindo os referidos especialistas, o CHUSJ vai mapear as trajetórias dos doentes diagnosticados e tratados com síndromes raras de cancro, e as medidas de prevenção primária e secundária que lhes foram aplicadas, bem como outros tipos de tratamento, os respetivos custos e os resultados clínicos daí decorrentes. «Trata-se de inputs fundamentais, de vida real, para a análise de custo-efetividade das diferentes alternativas para a gestão dos casos», explica Ana Azevedo.

Maximizar o impacto dos resultados e facilitar a inovação em medicina preventiva

A Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI), enquanto empresa de consultoria com ampla representatividade global por meio dos seus escritórios em Portugal, Espanha, USA e China, abraçou a missão de gerir projetos de inovação, investigação e desenvolvimento, e procura promover a cooperação internacional e a transferência de conhecimentos. Ambicionando expandir a sua área de atuação a projetos relacionados com a temática da saúde, a SPI tem procurado fortalecer a sua rede de cooperação e colabora com diferentes instituições de investigação no cenário internacional e nacional, como é o caso do i3S.

Enquanto parceiro deste consórcio, a SPI utilizará a sua vasta experiência em projetos financiados internacionalmente para atuar como agente facilitador da inovação. A SPI será responsável pela implementação das estratégias de comunicação e disseminação do projeto PREVENTABLE, de forma a assegurar uma divulgação adaptada e adequada aos diferentes públicos-alvo identificados. O projeto PREVENTABLE permitirá à SPI intervir em domínios da medicina preventiva, posicionando-se como multiplicador do impacto dos resultados de investigação e promovendo a sensibilização e a divulgação da importância da medicina preventiva na sustentabilidade dos sistemas de saúde.

Opinião
Nascida em Itália em 1870, Maria Montessori foi uma das primeiras mulheres a formar-se em Medicina,

Iniciou o seu trabalho com crianças com perturbações do foro mental e, através dos seus estudos suportados pelas premissas do método científico, rapidamente chegou à conclusão, sentida como chocante, de que muitos problemas dessas crianças, e até da sociedade em geral, poderiam ser resolvidos através de uma profunda transformação da visão social da criança.

Após trabalhar com crianças e estudar alguns métodos de educação infantil existentes, estabeleceu um ponto de partida para a criação da sua própria abordagem pedagógica. Uma abordagem que reflete uma vida inteira dedicada ao estudo da infância e da sua função social, ao ser indissociável de uma reflexão sobre os contornos da sociedade/humanidade atual.

Numa época em que a educação era baseada essencialmente pela rigidez, padronização, autoridade e punições, Maria Montessori lutou para mudar o rumo da educação tradicional ao incentivar o desenvolvimento do potencial criativo e individual desde o nascimento, ao invés de uma cultura educacional direcionada para a opressão. “Educação como ajuda a vida.” Uma premissa básica de uma urgente “ciência da Paz.”

Montessori constatou que todas as crianças, independentemente do local onde nascem, atravessam as mesmas fases de desenvolvimento, num processo que culmina na construção da personalidade e de um ser adulto, pronto a integrar a sociedade de forma independente. A forma como esse desenvolvimento acontece está em correlação direta com as experiências vividas durante o processo natural de desenvolvimento, que marcam o resto da vida.

Para nos ajudar nesse caminho de Educar para a Paz, Maria Montessori estabeleceu uma abordagem que se materializa em três grandes aspetos: o adulto preparado, o ambiente preparado e os materiais. Através do estudo e da observação de cada criança, individualmente e em conjugação com aquilo que é comum a todas, vão sendo então estabelecidas as adaptações necessárias em cada um desses pilares, para que a criança siga aprendendo por si mesma, ao seu ritmo e segundo o seu processo natural e único de desenvolvimento. Um respeito que se assume como revolucionário pois exige uma visão totalmente renovada da infância e da dinâmica relacional entre adultos e crianças.

Aquilo que Montessori nos propõe é a construção de uma ciência da Paz, que depende de um reencontro e de um resgate do espírito humano na sua essência. Uma reforma construtiva social onde o respeito pela natureza humana é base onde se estabelece.

Convidamos todos os interessados ou curiosos com esta abordagem, a estarem presentes na sessão “Especial Grávida” organizada pelas Mamãs Sem Dúvidas no dia 29 de agosto às 18h, onde poderão saber mais sobre o tema e esclarecer dúvidas.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Mas mantém-se nos hospitais e lares de idosos
A utilização de máscara nos transportes públicos de passageiros e nas farmácias de venda ao público vai deixar de ser...

“Atendendo à manutenção da evolução favorável, com uma tendência controlada da utilização dos cuidados de saúde e também com a informação científica disponível, [o Conselho de Ministros] entendeu ser adequado pôr fim à obrigatoriedade de utilização de máscaras ou viseiras nos transportes públicos de passageiros e também em táxis e TVDE”, afirmou a Ministra da Saúde após a reunião.

O fim da obrigatoriedade do uso da máscara de proteção vai estender-se ainda às farmácias de venda ao público. No entanto, Marta Temido ressalvou que continua a ser necessário usar máscara nos hospitais e em lares de idosos.

“Mantém-se a obrigatoriedade de utilização de máscaras em estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde, face à particular exposição das pessoas que a eles recorrem, e nos estabelecimentos residenciais para idosos e estruturas semelhantes”, sublinhou.

 

 

Ministra da Saúde
A vacinação contra a Covid-19 e a gripe sazonal deve arrancar na semana de 5 de setembro, de acordo com informação avançada...

“Aquilo que se mantém como planeamento do Ministério da Saúde é o início da campanha de vacinação combinada entre Covid-19 (reforço sazonal) e gripe sazonal na semana que se inicia a 05 de setembro”, afirmou a governante, na conferência de imprensa no final da reunião do Conselho de Ministros, quando questionada sobre a preparação do período de outono e inverno na Saúde.

A apresentação da estratégia de reforço de vacinação contra a Covid-19 e a gripe sazonal vai decorrer no dia 2 de setembro, mas a Ministra avançou que o processo de vacinação deve arrancar na semana seguinte

Segundo Marta Temido, espera-se que a Agência Europeia de Medicamentos emita um parecer no dia 1 de setembro a propósito utilização de vacinas combinadas contra a Covid-19 e a gripe e que, nessa mesma semana comecem a chegar os primeiros lotes da vacina ao país.

A ministra garantiu que a tutela já está a trabalhar “nesse contexto e no sentido de que a resposta seja sobretudo destinada à proteção da população mais vulnerável, num contexto em que antecipamos um aumento da procura dos serviços de saúde”.

Além da estratégia de vacinação, na mesma conferência de imprensa prevista para o dia 2 de setembro, a Direção-Geral de Saúde e o Ministério vão também apresentar as linhas orientadoras para a Covid-19 e outras infeções respiratórias durante o período de outono e inverno.

 

 

 

 

Investigação Mayo Clinic
Investigadores do Centro de Medicina Individualizada da Mayo Clinic descobriram assinaturas genómicas importantes que podem...

O estudo revela que variações nos genes ACE2 e TMPRESS2 podem levar ao aumento ou à diminuição na expressão de proteínas. O aumento na expressão de proteínas pode resultar na elevação da suscetibilidade e da gravidade da COVID-19, enquanto a sua diminuição pode causar um efeito de proteção contra o vírus. As proteínas desempenham muitos papéis importantes no corpo. Neste caso, os genes ACE2 e TMPRESS2 fornecem pontos de entrada importantes para o SARS-CoV-2 invadir e infetar as células humanas.

Os resultados do estudo, publicado na revista científica Human Molecular Genetics, sugerem a possibilidade de uma nova abordagem de diagnóstico baseada na variação nas células hospedeiras ao invés do próprio vírus em constante evolução.

“O vírus causador da COVID-19 é um mestre da frequência de alteração das sequências dos seus genes, mas isso é apenas metade da história. As nossas descobertas sugerem que a interação do vírus com proteínas codificadas pelo genoma humano também pode contribuir para o desfecho da doença”, diz Lingxin Zhang, autora principal do estudo e investigadora do Programa de Farmacogenómica do Centro de Medicina Individualizada.

“Esses resultados agora podem ser aplicados aos dados de sequenciamento de ADN de doentes infetados com o SARS-CoV-2 para possivelmente determinar o grau de suscetibilidade à doença”, acrescenta Zhang. “Espero que essa metodologia possa ser expandida para outros genes envolvidos na COVID-19 e que cientistas e médicos de todo o mundo possam usar essas informações para ajudar seus pacientes.”

Para o estudo, Zhang e a sua equipa investigaram profundamente os dados de sequenciamento de ADN de quase 71.000 pessoas em todo o mundo, incluindo cerca de 30.000 minorias raciais e étnicas, para identificar variações de sequência nos genes ACE2 e TMPRESS2. Em seguida, a equipa analisou centenas de variações de proteínas codificadas por esses genes e identificou os genes variantes que geraram níveis de expressão altos e baixos. Para fazer isso, Zhang projetou células capazes de expressar as variantes da proteína e, em seguida, usando uma codificação de cores, ela e a sua equipa analisaram as variantes para ver quais eram mais ou menos estáveis.

O estudo usou quase um milhão de células geradas e produziu bilhões de pontos de dados, que foram analizados usando diversas tecnologias, incluindo classificação de células, genómica moderna, sequenciamento de ADN de alto rendimento e um algoritmo de computador.

“Até onde sabemos, é a primeira vez que alguém aplica essa abordagem para a COVID-19”, diz Richard Weinshilboum, coautor do estudo e farmacologista do Centro de Medicina Individualizada e do Departamento de Farmacologia Molecular e Terapias Experimentais. “Esse trabalho não teria sido possível sem os avanços extraordinários no sequenciamento de ADN, com avanços paralelos na nossa capacidade de testar as implicações funcionais e médicas das variações individuais da sequência de ADN e, como resultado, da variação individual das proteínas codificadas por nossos genes.”

Weinshilboum diz que o estudo também foi possibilitado pela grande quantidade de informações de sequenciamento de ADN humano que estão agora disponíveis publicamente, com a condição de que esses dados devem ser cuidadosamente protegidos e devem ter seu uso revisado e aprovado para evitar qualquer possível violação de privacidade.

Livros técnicos
O Grupo editorial Lidel marca presença, como habitual, na nova edição da Feira do Livro de Lisboa, que começa hoje e decorre...

Nesta 92ª edição da Feira do Livro, o Grupo Lidel destaca ao público visitante livros com temas diversificados, tais como a saúde, o ensino especial, a relação entre animais e humanos, a proatividade e o bem-estar físico e emocional.

No decurso da Feira em Lisboa, serão lançadas várias novidades das marcas Pactor e Lidel e destacados outros títulos recentemente publicados. No total serão realizadas oito sessões de apresentação, com a duração de 45 minutos, sete delas no Palco Amarelo e uma oitava, para dar a conhecer a chancela Pactor Kids, no stand das Bibliotecas de Lisboa (BLX).

O ciclo de apresentações tem início no próximo sábado, dia 27, às 18h00, com o livro “Animais e Pessoas - Maus-tratos a Animais, Link para a Violência contra Pessoas e Intervenção Assistida”, que aborda os laços entre pessoas e animais, a violência e crueldade animal e as intervenções e atividades assistidas por animais, e tem uma vertente solidária. Em associação com a Casa dos Animais de Lisboa, estarão presentes vários amigos de quatro patas com o intuito de sensibilizar e incentivar à adoção.

A pensar em quem não tem oportunidade de visitar presencialmente as feiras, o grupo Lidel lançou no site www.lidel.pt a campanha especial “Livros em Festa”, com descontos que vão até aos 40%, até dia 11 de setembro.

 

 

Reunião com a Secretária de Estado da Saúde
Há um “conjunto de arestas que falta limar” e uma “série de particularidades que urge clarificar” para precaver, a contento da...

Da reunião com a Secretária de Estado da Saúde, Maria de Fátima Fonseca, na manhã desta quarta-feira, saiu a convicção de que está negocialmente “bem encaminhada”, de acordo com Pedro Costa, a contagem de todo o tempo de serviço, a todos os enfermeiros, independentemente do vínculo, para efeitos de progressão na carreira, com a correspondente atribuição de pontos.

De resto, tal como a complexidade da Avaliação do Desempenho (Sistema Integrado de Avaliação de Desempenho da Administração Pública), “repleta de mecanismos de opacidade, que promovem arbitrariedades”, na ótica do Sindicato dos Enfermeiros. “Estamos perante um sistema impeditivo do desenvolvimento profissional e salarial, que é de aplicação extremamente complexa e que, na verdade, não tem em conta a natureza e especificidades da profissão”, recorda o presidente do SE.

A carência de enfermeiros no SNS está na ordem do dia, colocando em causa o cumprimento das dotações seguras emanadas da Ordem dos Enfermeiros, que deveria garantir a admissão de um número de profissionais que assegurasse a assistência clínica e a segurança dos doentes.

De uma outra forma, o SE considera urgente reconhecer o risco e a penosidade inerentes à profissão e que não são compensados, tal como rever as condições de acesso à aposentação, algo que foi agravado pela última revisão de carreira.

Os problemas nas unidades hospitalares do Serviço Nacional de Saúde têm vindo a agravar-se. E o caderno reivindicativo do Sindicato dos Enfermeiros contempla chaves para resolver muitos desses problemas.

A resolução de todas estas questões “é igualmente do interesse” do Ministério da Saúde, nota Pedro Costa, sobretudo para antecipar o período de outono e inverno, que se prevê de ainda maior pressão para o SNS.

"Numa altura em que há escassez de profissionais de saúde, torna-se evidente que é necessário que o Ministério da Saúde invista nas carreiras, nos profissionais e na valorização, para que não perca cada vez mais profissionais", remata o presidente do SE.

 

Área dedicada a patologia degenerativa e traumática do ombro e cotovelo
O Centro Hospitalar de Leiria acaba de criar a Unidade Funcional de Patologia do Ombro e Cotovelo, uma área diferenciada para o...

A constituição desta Unidade permite promover uma consulta especializada de patologia do Ombro e Cotovelo, devidamente articulada com os Cuidados de Saúde Primários, reduzindo o tempo de espera para as primeiras consultas de Ortopedia para esta área anatómica. A nova Unidade conta com uma equipa de dois médicos especialistas em Ortopedia, Paula Helena Silva e Marco Lucas, e promove alternativas ao internamento convencional, como o ambulatório hospitalar e a hospitalização domiciliária, com o objetivo de diminuir a demora média de internamento. 

«Pretendemos realizar procedimentos percutâneos e abertos, mini open ou não, em cirurgia de ambulatório e com internamento convencional, e efetuar cirurgia de ponta nesta área, especificamente artroplastia do ombro e cotovelo e artroscopia do ombro e cotovelo, bem como o tratamento de patologia traumática e degenerativa do ombro e cotovelo», explica Paula Helena Silva, assistente graduada de Ortopedia e membro da equipa da nova Unidade. «Para além da atividade assistencial, a nossa equipa propõe a realização de atividades de formação pré e pós-graduada, bem como de investigação médica com impacto positivo na nossa instituição.» 

«A criação de uma unidade diferenciada do Ombro e Cotovelo para tratamento deste tipo de patologia vai ao encontro da missão do CHL na prestação de cuidados de saúde diferenciados e incentivando a cirurgia de ambulatório», destaca Paula Helena Silva. «Pretende-se criar uma maior proximidade com a população, adequando e maximizando do ponto de vista técnico e de recursos uma resposta mais rápida por parte da instituição à procura cada vez mais frequente de especialistas em áreas diferenciadas segundo a região anatómica afetada.» 

Licínio de Carvalho, presidente do Conselho de Administração do CHL, reforça «a importância de investir em novas áreas de especialização, que trazem claros benefícios para a saúde dos utentes que servimos e permitem uma atividade cirúrgica mais inovadora, promovendo o aprofundamento de novas técnicas e procedimentos dos nossos profissionais de saúde». 

Entrevista
Apresentando um papel determinante na manutenção da saúde do nosso organismo, a microbiota intestina

Para além do papel de efeito barreira e de estimulação do sistema imunitário, vários estudos têm apontado outras funções para a microbiota intestinal, nomeadamente que terá um efeito protetivo contra doenças inflamatórias e metabólicas ou até problemas do foro neurológico e comportamental. Deste modo, começo por lhe perguntar, qual a importância da Microbiota intestinal para a saúde humana?

A microbiota intestinal é essencial para a saúde humana. O desequilíbrio desse sistema delicado que habita cada um de nós parece estar na base de diversas patologias - desde as doenças digestivas, a diversas patologias não digestivas muito comuns como a obesidade, a diabetes, as doenças cardiovasculares, doenças do foro neurológico, etc. Existe mesmo a teoria do ser holobionte defendida por diversos cientistas - o holobionte é definido como a soma do organismo hospedeiro (o ser humano, no nosso caso) e toda a sua microbiota simbiótica. Este ser funciona como uma unidade biológica evolutiva e inseparável mais capaz de se adaptar ao meio e perpetuar a espécie. Isto significa que os microrganismos são tão importantes que podemos considerá-los como uma parte integrante de nós mesmos.

Afinal, que microrganismos compõem a microbiota intestinal? Destas, quais as espécies dominantes e as mais raras? Quais as que podem pôr em risco a nossa saúde e quais as mais benéficas?

Existem cerca de 10 triliões de microrganismos no corpo humano, dos quais 95% estão presentes no trato digestivo, desde o estômago até ao cólon. Incluem bactérias, fungos, vírus e parasitas. A maioria das estirpes do intestino são do grupo dos Firmicutes ou Bacteroidetes. Desequilíbrios nestas colónias podem causar disbiose. Espécies como Campylobacter jejuni, Salmonella enterica, Vibrio cholera, Escherichia coli e Bacteroides fragilis, que sendo raros (<0,1%da microbiota intestinal) podem ser causar infeção.

Neste sentido, o que pode causar o desequilíbrio da microbiota intestinal? Sendo os hábitos alimentares responsáveis pela multiplicação de bactérias nocivas, que alimentos devemos evitar? E quais devemos privilegiar?

A exposição alimentar do nosso trato digestivo a uma dieta ocidental, algumas patologias, o uso de fármacos como por exemplo a toma frequente e repetida de antibióticos pode provocar disbiose. Privilegiar o consumo de produtos naturais, sazonais e de proximidade são boas práticas. Beber bastante água também. E um aspeto fundamental é o uso racional e justificado de antibióticos.

Sabendo que a nossa microbiota intestinal evolui de acordo com a idade, e que algumas alterações fisiológicas podem contribuir para o empobrecimento da mesma, que cuidados devemos ter?

Evitar o uso de antibióticos desnecessário, evitar o excesso de açucares e conservantes artificiais presentes numa grande quantidade de produtos que ingerimos diariamente, mesmo os que nós consideramos menos nocivos.

Prebióticos, probióticos, simbióticos: em que consiste e para que servem?

Os prebióticos são os nutrientes que melhoraram a composição e a atividade da nossa microbiota. Os probióticos são os microrganismos vivos que quando administrados em adequada quantidade terão um efeito benéfico para a nossa microbiota intestinal. Os simbióticos são uma combinação desses probióticos e prebióticos. Servem para reequilibrar a nossa microbiota intestinal após algum evento condicionador de disbiose como por exemplo uma infeção com necessidade de toma de antibiótico. Os simbióticos (combinação de probióticos e prebióticos) parecem ser a opção mais eficaz embora as espécies ou estirpes mais eficazes não estejam identificadas.

De que forma o consumo de determinados medicamentos pode contribuir para o desequilíbrio da microbiota intestinal? Que cuidados devemos ter, por exemplo, com a toma de antibióticos?

Os antibióticos, falando genericamente, podem condicionar um desequilíbrio no rácio dos vários grupos de bactérias do nosso organismo, perdendo a diversidade e composição relativa de cada grupo de microrganismos.

E todos os antibióticos são iguais e têm este efeito? Ou há exceções, por exemplo, em relação aos antibióticos intestinais com pouca absorção sistémica?

Os antibióticos não têm todos o mesmo efeito na nossa microbiota intestinal. No caso dos antibióticos intestinais com pouca absorção sistémica como é o caso da rifaximina, estudos demonstram o seu benefício na reposição do equilíbrio da nossa microbiota intestinal, combatendo a disbiose e com mínimos efeitos sistémicos, isto é, sem dano para os outros órgãos e sistemas do corpo humano.

Na área da gastrenterologia, que doenças podem estar associadas ao desequilíbrio da microbiota intestinal?

A esteato-hepatite metabólica, a que chamamos vulgarmente o “fígado gordo inflamado”, as patologias do eixo cérebro-intestino denominadas habitualmente de doenças funcionais como por exemplo a dispepsia, a síndrome do intestino irritável.

No âmbito deste tema, que mensagens-chave gostaria de deixar?

Cuidem da vossa microbiota intestinal porque a nossa microbiota intestinal também cuida de nós.

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Opinião
Verão é sinónimo de sol, bom tempo e dias longos, mas também de viagens.

Os comuns enjoos que muitos sentem podem ser sentidos em qualquer meio de transporte, devendo-se ao movimento e sendo, por isso, chamados de “enjoos de movimento”. Esta condição ocorre quando os mecanismos de controlo do equilíbrio são estimulados em demasia e/ou quando o cérebro recebe informação contraditória sobre os movimentos do contexto envolvente. O cérebro recebe dois tipos de informações sensoriais opostas — o corpo está parado, mas o ambiente em movimento — e não consegue interpretá-las, confundindo-se e manifestando-se em vários sintomas. Os mais comuns são vómitos, tonturas, mal-estar geral, suores frios, vertigens e dores de cabeça.

Nem todas as pessoas sentem enjoos quando viajam, havendo quem tenha mais tendência para sofrer desta condição, nomeadamente, as crianças, as mulheres, as grávidas e quem sofre de cefaleias. Ainda assim, a habituação ao movimento pode reduzir a frequência do problema.

Apesar de se poderem tratar estes enjoos, são sempre uma situação desagradável, principalmente para quem está a ir de férias. Desta forma, a prevenção pode ser essencial. Cocculine® é um medicamento homeopático que pode ser administrado como prevenção dos sintomas dos enjoos, não provocando sonolência. Contudo, também pode recorrer a esta solução natural se os sintomas já se começaram a manifestar, ajudando no tratamento das náuseas e vómitos, dos suores frios, das tonturas, da hipersalivação e das dores de cabeça.

Quando for de viagem, não se esqueça: aposte nas soluções homeopáticas, não deixe que os enjoos lhe estraguem a viagem e comece as férias com o pé direito.

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São necessárias "medidas estruturais e organizativas no SNS"
Os Internos de Medicina Interna enviaram uma carta aberta à Ministra da Saúde, assinada por 416 dos 1061 Internos em formação...

Segundo a sociedade científica, “a atividade na Urgência é fundamental para a formação do Interno de Formação Específica e deveria ser obrigatória nos dois primeiros anos para todas as Especialidades Médicas e Cirúrgicas”.

No entanto, salienta em comunicado que, “em Portugal, apenas os Internos de Medicina Interna fazem Urgência durante os 5 anos da sua Especialidade, e as várias Subespecialidades vão encurtando cada vez mais o tempo de Serviço de Urgência”. Deste modo, “nas equipas médicas da maioria dos hospitais, para além dos Especialistas, só os Internos de Medicina Interna preenchem as escalas, muitas vezes abaixo do número mínimo admissível”.

A fuga de muitos Especialistas de Medicina Interna do SNS, sublinha a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, “compromete a formação dos Internos e fragiliza as Equipas de Urgência”.

“O Serviço de Urgência é importante para a criação da experiência clínica do Interno de MI, mas não pode ser tão avassalador que impeça a formação noutras áreas essenciais. A Medicina Interna é uma especialidade com múltiplas outras competências nas suas diferentes valências que têm de ser desenvolvidas pelos futuros internistas”, afirma a Presidente da SPMI, Lèlita Santos.

A SPMI realça a necessidade de serem tomadas medidas estruturais e organizativas no SNS, “sem as quais os múltiplos problemas dos Serviços de Urgência, serão apenas os primeiros de muitos outros a nível do funcionamento normal dos Serviços”.

 

Veterinários e proprietários podem detetar doenças subjacentes
Investigadores da Mars Petcare pertencentes às equipas do Instituto de Ciências Waltham Petcare e do Hospital Banfield Pet...

“O bem-estar dos cães importa tanto para os donos quanto para os veterinários”, disse Nefertiti Greene, Presidente de Ciência e Diagnóstico da Mars Petcare. “Este projeto permitir-nos-á obter dados mais precisos sobre a saúde e o bem-estar dos cães, o que é essencial para continuar a investigação sobre a saúde dos animais de estimação e, assim, para avançar no nosso propósito: UM MUNDO MELHOR PARA OS ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO”, acrescentou.

Para realizar o projeto, os resultados do questionário foram confrontados com os prontuários do Banfield. Assim, os níveis de mobilidade e energia revelaram-se menores em cães com osteoartrite; os níveis de sociabilidade e felicidade diminuíram à medida que os cães envelheceram e desenvolveram doenças crónicas, e o apetite dos animais era menor em cães com doenças dentárias. Além disso, graças aos dados extraídos e às informações específicas desses parâmetros, os investigadores conseguiram identificar uma dor subjacente que poderia passar despercebida, uma vez que é difícil de detetar.

“Do ponto de vista de um veterinário, este estudo da condição geral e da qualidade de vida de um animal de estimação fornecerá informações valiosas sobre como os cuidados veterinários podem ajudar a melhorar a qualidade de vida dos animais de estimação”, disse Jennifer Welser, DVM, DACVO, Diretora Médica de Mars Veterinary Saúde: “Com base nestes conhecimentos, podemos aferir quais os tratamentos e intervenções que têm impacto mais positivo na saúde e bem-estar dos animais de estimação, e melhorar a comunicação entre donos e animais de estimação para ter maior conhecimento sobre a saúde destes últimos; avançando assim no nosso propósito: UM MUNDO MELHOR PARA OS ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO", acrescentou Welser.

O estudo pode ainda servir de suporte para futuras aplicações ou ferramentas digitais que veterinários e proprietários podem utilizar para monitorizar de forma mais precisa o bem-estar e a saúde dos cães em qualquer fase das suas vidas, bem como perceber quais os tratamentos e intervenções que estejam a contribuir mais significativamente para a saúde dos animais de estimação.

Um novo estudo publicado na Scientific Reports valida este estudo para medir a saúde e o bem-estar canino.

Estudo
A redução da fibrose e da inflamação das vias aéreas, características da asma, estão entre os resultados mais significativos de...

Segundo a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, no nosso país, a asma afeta cerca de 700 mil portugueses, dos quais 175 mil são crianças e adolescentes.

Apesar de, nas últimas décadas, se terem verificado melhorias no tratamento dos doentes asmáticos, a eficácia das soluções disponíveis ainda apresenta limitações, havendo, por isso, necessidade de desenvolver tratamentos mais eficazes.

“Pela sua capacidade de regulação do sistema imunitário, e de acordo com alguns estudos que sugerem o seu efeito anti-inflamatório e antiasmático, as células estaminais mesenquimais têm vindo a ser testadas para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes para a asma”, afirma Bruna Moreira, investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal.

Neste estudo, em modelo animal de asma, os investigadores procuraram, numa primeira fase, avaliar se a liproxstatina-1, uma molécula com atividade antioxidante, tinha capacidade de aumentar o efeito terapêutico das células estaminais mesenquimais, conforme sugeriam os resultados de um estudo anterior. Após algumas experiências, verificaram que a exposição das células estaminais mesenquimais à liproxstatina-1 poderá, efetivamente, potenciar o seu efeito terapêutico na asma.

Os investigadores concluíram, ainda, que a administração intratraqueal das células estaminais esteve associada à redução da fibrose e da inflamação das vias aéreas, características da asma.

Os resultados mostram, também, que as células estaminais mesenquimais pré‑tratadas com liproxstatina-1 ajudam a reverter alterações induzidas pela asma nas populações de macrófagos – células do sistema imunitário que se pensa desempenharem um papel importante nesta doença –, o que poderá estar na base do seu efeito terapêutico.

Este estudo evidencia o efeito antiasmático das células estaminais mesenquimais do cordão umbilical pré-tratadas com liproxstatina-1, sendo necessário confirmar o seu potencial para o tratamento de doentes asmáticos através da realização de ensaios clínicos.

 

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