Solução desenvolvida pela IPLEXMED, spin-off da Universidade do Minho

Diagnóstico de doenças respiratórias em 20 minutos em vez de sete dias e em casa vence distinção BfK nos AIIA

Solução permite reduzir infeção por bactérias multirresistentes a que doentes com DPOC são particularmente vulneráveis.

Existem atualmente cerca de um bilião de pessoas que sofrem de doenças respiratórias crónicas. Destas, aproximadamente 380 milhões são diagnosticadas com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), a terceira causa de morte em todo o mundo. Estima-se que a DPOC custe aos países europeus cerca de 48 biliões de euros por ano. Doentes de doenças pulmonares crónicas são altamente vulneráveis a bactérias multirresistentes, a principal causa de exacerbação dos sintomas e de morte. Até aqui, os diagnósticos demorariam entre dois e sete dias, com custos hospitalares e de métodos de diagnóstico complementares, mas com o eRDT IPLEMEXED, projeto que venceu o Born from Knowledge (BFK) Awards, atribuído ontem pela Agência Nacional de Inovação (ANI) no âmbito do Altice International Innovation Award, o diagnóstico pode ser feito em casa e em apenas 20 minutos. 

A IPLEXMED, uma start-up de Braga, que conta com parceiros como Universidade do Minho e INL - International Iberian Nanotechnology Laboratory, apresenta uma plataforma de diagnóstico não invasiva, em contexto doméstico, de infeções respiratórias clínicas.

Existem doenças que não deixam muita margem de manobra para diagnósticos, levando muito tempo a marcar exames. A solução da IPLEXMED é portátil, oferecendo resultados rápidos e práticos. O sistema funciona com um cartucho que recolhe amostras de saliva, por exemplo, inserido no módulo, que por sua vez é ligado ao PC, acedendo à sua base de dados ou à cloud. Tem sensores de grafeno que capturam moléculas, dando resultados em 20 minutos. Pode ser aplicado a qualquer pessoa, reduzindo de dias para minutos a deteção precoce de doenças, salvando dessa forma vidas.

O negócio da IPLEXMED é fornecer os equipamentos a centros de saúde, mas também diretamente aos pacientes. A tecnologia consegue fazer diferentes análises com apenas uma amostra.

“No espaço de uma semana, a Agência Nacional de Inovação premiou com o BfK Awards dois projetos nascidos nas Instituições de Ensino Superior, neste caso, coincidentemente, na Universidade do Minho, que permitem acelerar diagnósticos e salvar vidas. A pandemia veio mostrar-nos como a rapidez na medicina é cada vez mais perentória. Além disso, num cenário em que o nosso Sistema Nacional de Saúde já sente os efeitos do envelhecimento gradual da população portuguesa com aumento de custos que podem colocar em causa a sua sustentabilidade a longo prazo, projetos como o da IPLEXMED assumem ainda mais importância”, destaca João Mendes Borga. O administrador da ANI lembra ainda que os mesmos problemas com que o país se defronta são sentidos por outros países da Europa e do mundo ocidental, pelo que a inovação portuguesa tem um potencial de internacionalização enorme.

A IPLEXMED é uma start-up fundada em 2021 e que se tem dedicado ao desenvolvimento e amadurecimento do eRDT IPLEXMED, encontrando-se atualmente a angariar financiamento privado e público para lançar a tecnologia para níveis de prontidão mais altos. A IPLEXMED já construiu uma rede de importantes parceiros. Para a fabricação e dimensionamento de sensores de grafeno, o INL, a Applied NanoLayers e a Graphenea assumirão o papel de parceiros de negócios. O design e a integração dos sensores num cartucho descartável serão realizadas pela Everythink e a Untile terá a seu cargo o desenvolvimento de software e front end/back end.

A IPLEXMED também já estabeleceu uma colaboração com a Clinic Academic Center 2 CA, uma entidade externa integrada no Hospital de Braga e responsável pelos ensaios clínicos nacionais, para validações clínicas através do acesso a amostras de pacientes.  Aliás, atualmente, a IPLEXMED está a trabalhar na validação da tecnologia com amostras biológicas complexas e amostras de pacientes e iniciou o processo de certificação IVDR.

Desde 2017, a ANI já premiou perto de 50 projetos e start-ups, nascidos da investigação académica, em concursos e prémios de inovação nacionais promovidos por entidades como APDC - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações, Crédito Agrícola, COTEC, BPI e Altice Labs, através do programa BfK.

Fonte: 
Pure
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
IPLEMEXED