DECO exige celeridade na reforma dos cuidados de saúde mental e especial atenção às zonas mais carenciadas de recursos
Apesar das melhorias sentidas nos últimos anos no que toca aos serviços de saúde mental do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e da...

Enquanto maior organização portuguesa de defesa dos consumidores, a DECO PROTESTE alerta para esta situação desde há mais de duas décadas, mas os mínimos continuam por cumprir em vários aspetos. E um dos pontos destacados pelo estudo realizado entre maio e julho de 2022 refere-se, por exemplo, ao elevado tempo de espera a que os pacientes estão sujeitos, fruto da insuficiência de profissionais, problema transversal a todas as especialidades do SNS.

Tempo de espera para uma consulta

Depois de referenciado pelo médico de família para uma consulta de especialidade, é atribuída a prioridade ao paciente: muito prioritário, prioritário ou normal. A lei estabelece que cada nível de prioridade tenha um tempo máximo de resposta entre os 30 e os 150 dias, mas a realidade não é essa. Analisando os dados relativos às consultas de psiquiatria para adultos, psiquiatria para crianças e adolescentes, e psicologia clínica, os prazos definidos por lei, são muitas vezes ultrapassados, volta a alertar o estudo da DECO PROTESTE.

Para psiquiatria para adultos, em 57 unidades, 13 não cumpriam os tempos máximos de resposta garantidos (TMRG). No caso de psiquiatria da infância e da adolescência, destinada até aos 18 anos, dos 35 estabelecimentos a nível nacional que disponibilizam esta informação e monitorizados pela DECO PROTESTE, apenas 11 ultrapassaram os TMRG, pelo menos numa das prioridades.

Para os muito prioritários, o Hospital de Braga lidera o ranking com uma demora de, em média, 79 dias a marcar consulta, logo secundado pelo Hospital de Loures, com 50 dias de espera, quando o estabelecido por lei são 30 dias. Nos casos prioritários, o pior registo pertence ao Hospital da Nossa Senhora da Graça, em Tomar, com mais de seis meses até a consulta acontecer. É também em Braga que as consultas de prioridade normal tardam mais a ser agendadas, quase 10 meses, o dobro do previsto na lei. Já as consultas de psicologia rareiam tendo sobretudo em conta a escassez de profissionais no SNS, prova de que esta realidade nacional influencia o acesso dos cidadãos a esta especialidade – apenas nove hospitais reportaram tempos de espera

Procura pelos serviços privados

Na esperança de uma resposta mais célere, são muitos os que procuram os serviços privados. Numa análise a mais de 600 locais a nível nacional, a DECO PROTESTE deparou-se com cenários comuns entre as várias especialidades: ofertas limitadas e valores muito elevados.

Nos privados, o preço daa consultas de psiquiatria de adultos pode chegar aos 150 euros, e o respetivo agendamento não é garantido, acima de tudo quando se procuram médicos especializados em infância e adolescência. Porém, é em Psicologia que as coisas correm melhor neste setor, onde se regista uma maior facilidade na marcação de consultas, isto apesar de ainda se registar uma certa escassez na oferta para consultas de adolescência.

Quanto aos valores praticados em vários pontos do País, importa aqui destacar que os que surgem com mais frequência são 50 e 60 euros para adolescentes e adultos, respetivamente, com uma primeira consulta a poder chegar aos €100, em Aveiro, Portimão e Braga.

As consultas de Psiquiatria trazem consigo outros desafios: agendas fechadas para os próximos meses, profissionais que só se deslocam no caso de haver mais que um paciente, ou falta de vagas. As agendas pediátricas são as mais preenchidas, com maior dificuldade registada em Portalegre, Madeira, Viana do Castelo e Viseu.

Uma primeira consulta de Psiquiatria para adulto custa, em média, 79 euros, enquanto que para os adolescentes, o preço médio da primeira consulta ronda os 83 euros.

Face aos resultados deste estudo, a DECO PROTESTE reivindica perante responsáveis políticos e executivos do Ministério da Saúde rigor e foco na reorganização dos serviços, assim como o reforço da rede de cuidados continuados integrados de saúde mental, a alocação de especialistas, incluindo psicólogos e enfermeiros, entre outros, de modo a normalizar a saúde mental e aproximar os serviços do cidadão.

Dia Mundial da DPOC assinala-se a 16 de novembro
A 16 de novembro assinala-se o Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), um problema de saúde com elevado...

As comorbilidades da DPOC contribuem de modo significativo para a incidência crescente de mortalidade, bem como para o agravamento dos sintomas, exacerbações, hospitalizações ou pior prognóstico, sendo fundamental a sua rápida identificação, para que haja uma melhoria da saúde e qualidade de vida dos doentes.

A principal comorbilidade da DPOC são os problemas cardiovasculares, sendo esta doença respiratória considerada um fator de risco independente para os mesmos. Efetivamente, há um aumento do risco cardiovascular e de hospitalização duas a três vezes maior nas pessoas com DPOC, havendo um risco mais elevado de doença arterial coronária, enfarte do miocárdio (EAM), insuficiência cardíaca (IC) e arritmia.

Isabel Saraiva, presidente da RESPIRA explica que “no dia Mundial da DPOC, depois de dois anos em que a pandemia começou a assumir uma preocupação enorme e crescente para quem vive com esta patologia, queremos alertar para o facto de que, muitas das pessoas que vivem com DPOC, têm também outras patologias, como as doenças cardiovasculares, que têm um enorme impacto na morbilidade e mortalidade. Por isso, queremos apelar a todos os doentes e cuidadores, para que cumpram as indicações do seu médico assistente, sobretudo no que diz respeito ao tratamento, para evitar exacerbações. Aos profissionais de saúde, queremos pedir atenção redobrada para as doenças concomitantes, de forma a que os tratamentos sejam complementares e contribuam para uma maior qualidade de vida”.

Além de ser atualmente a terceira principal causa de morte a nível mundial, a DPOC tem também um grande impacto económico nos sistemas de saúde. De acordo com o relatório de 2022 da Global Iniciativa for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD), o custo total das doenças respiratórias ronda os 6% do orçamento anual para os cuidados de saúde na União Europeia, sendo que a DPOC representa 56% dessa despesa (38.6 mil milhões de euros). O custo advém, sobretudo, do tratamento das exacerbações.

“Os dados internacionais apontam no sentido de um impacto crescente da DPOC em todo o mundo. Não podendo escamotear o peso que os hábitos tabágicos têm no desenvolvimento desta doença, sendo que a poluição atmosférica tem também um peso e uma interferência enorme no desenvolvimento e agravamento da patologia. A GSK está ativamente empenhada em contribuir para o aumento da qualidade de vida das pessoas com DPOC, uma prioridade com mais de 50 anos, quando iniciamos a nossa atividade na área respiratória”, explica Neuza Teixeira, Country Medical Manager da GSK.

A DPOC é uma doença respiratória crónica que se caracteriza pela limitação crónica do fluxo de ar, falta de ar/dispneia, tosse, pieira e aumento da produção de expetoração, sintomas que podem limitar a capacidade da pessoa para realizar as atividades diárias normais.

Referências: 

https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/chronic-obstructive-pulmonary-disease-(copd)

https://goldcopd.org/2022-gold-reports-2/

http://www.respira.pt/#/content/303f0827-19b1-49c0-ad6c-097ab4445b21

 

 

Candidaturas à 1ª edição do Prémio terminam no dia 31 de dezembro
A Associação Portuguesa das Empresas de Dispositivos Médicos (APORMED) lança a 1ª edição do Prémio de Jornalismo na área dos...

A 1ª edição deste prémio distinguirá o melhor trabalho produzido por um jornalista detentor de carteira profissional, em língua portuguesa, que tenha sido publicado na imprensa, rádio, televisão ou internet, no ano de 2022; e o melhor trabalho produzido, em língua portuguesa, por um estudante ou por uma equipa de estudantes do ensino superior de jornalismo ou de comunicação que tenha sido publicado num órgão de comunicação legalmente registado em Portugal, um órgão de comunicação ou sítio web de uma instituição do ensino superior ou que seja um trabalho académico de cariz jornalístico.

O júri será constituído por Filipe Granjo Paias, presidente da APORMED; João Gonçalves, diretor executivo da APORMED; Carlos Morais, Diretor do Serviço de Cardiologia do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca; Mafalda Fateixa, Especialista em Comunicação Digital do grupo B. Braun; Nicole Matias, responsável de comunicação da Fresenius Medical Care; Rafaela Duarte, Head of Medical Education & Communication da Skymedical, e Andreia Garcia, doutorada em ciências da comunicação e professora universitária.

As candidaturas são admitidas em duas categorias: “Jornalista” e “Estudante”, terminando o prazo de submissão das mesmas no próximo dia 31 de dezembro.

O prémio será atribuído a um único trabalho candidato, independentemente da categoria em que o mesmo se insere, recebendo o vencedor um cheque no valor de 1.000€ (mil euros).

Todos os trabalhos devem ser enviados para [email protected] acompanhados pela fotocópia da carteira profissional do autor e declaração do órgão de comunicação da respetiva publicação, atestando a veracidade dos elementos referentes à publicação e à data da mesma. Os estudantes devem enviar comprovativo de inscrição no curso.

O regulamento do Prémio pode ser consultado em www.apormed.pt.

 

 

 

 

 

Benchmarking Saúde 2022
A GS1 Portugal, entidade responsável pela implementação de standards para a promoção de maior eficiência ao longo de toda a...

No evento que acolhe este debate serão apresentados os resultados da 7ª edição do Benchmarking Saúde, o estudo que analisa de modo direcional, entre parceiros do setor da saúde, os pontos fortes de eficiência colaborativa e oportunidades de melhoria.

Liderado pela GS1 Portugal desde 2016, com base em metodologia desenvolvida pela AECOC- Asociación de fabricantes y distribuidores espanhola, entidade que integra a congénere de GS1 Portugal, o Benchmarking Saúde, no evento de apresentação de resultados da sua 7.ª edição, contará com a participação de Jordi Mur, Director de Innovació, Proyectos y Servicios, da AECOC, que apresentará a perspetiva do impacto deste estudo em Espanha. Em Portugal, a 7.ª edição do Benchmarking Saúde contou com 657 participantes, dos quais mais de 600 farmácias, totalizando o número mais elevado desde o lançamento. Entre os participantes contam-se laboratórios, armazenistas, farmácias e parafarmácias de retalho.

Nesta iniciativa serão premiados os participantes melhor classificados pelos respetivos parceiros e partilhados os testemunhos de João Teixeira, Head of Sales Pharma, da Reckitt e de Pedro Vasques, CEO da Rede Claro, quanto ao impacto do estudo nos níveis de serviço das respetivas organizações.

Os resultados do Benchmarking Saúde promovem a análise interna nas organizações participantes sobre dimensões da colaboração entre parceiros, em múltiplas variáveis, constituindo uma ferramenta de consultoria estratégica fundamental. Ao aportar informação relevante sobre a perspetiva de parceiros de negócio quanto à qualidade e eficiência logística do serviço prestado, a performance e a relação comercial, comparando com os concorrentes, o Benchmarking Saúde é um instrumento de melhoria contínua para as organizações.

 

Iniciativa é promovida pela Farmácia Central de Bragança e pela BebéVida
Bragança prepara-se para receber as II Jornadas da Grávida do Nordeste, que se vão realizar no dia 19 de novembro, entre as...

Vários especialistas vão abordar diferentes temas relacionados com a maternidade, tais como os cuidados ao recém-nascido; os óleos essenciais na amamentação e gravidez; a criopreservação das células estaminais; a amamentação; a segurança rodoviária - transporte do bebé em segurança; e os cuidados de saúde e higiene íntima a ter na gravidez e no pós-parto.

No evento, as grávidas podem ainda participar em diversas atividades lúdicas, entre as quais o Mercadinho do Bebé, ecografias 4D, sessão fotográfica, sorteios e ofertas de parceiros.

A participação nas II Jornadas da Grávida do Nordeste é gratuita, sendo apenas necessária inscrição prévia no site da BebéVida. Ao participar, as futuras mamãs podem habilitar-se a receber um cabaz de produtos diversos.  

Dia Mundial do Sangue do Cordão Umbilical
O sangue do cordão umbilical é, atualmente, utilizado para o tratamento de várias doenças.

“De desperdício hospitalar a opção terapêutica utilizada já em mais de 45 mil tratamentos de crianças e adultos, como resposta a mais de 90 doenças cujo tratamento exigiu a realização de um transplante hematopoiético. Foi até aqui que nos trouxeram, em pouco mais de 30 anos de investigação, as células estaminais do sangue do cordão umbilical, desde a sua descoberta em meados da década de 80”, salienta a CEO da Crioestaminal, Mónica Brito.

As últimas estatísticas demonstram que uma em cada 400 pessoas, até aos 70 anos, podem vir a necessitar das suas células estaminais para um transplante hematopoiético. Já se juntarmos a esta probabilidade a necessidade de um transplante com células doadas por outra pessoa, esta estimativa passa para cerca de uma em cada 200 pessoas, de acordo um estudo científico[1],publicado no jornal Biology of Blood and Marrow Transplantation.

Comparativamente com o sangue periférico ou a medula óssea, o sangue do cordão umbilical apresenta alguns benefícios, como, por exemplo, maior permissibilidade no grau de compatibilidade entre dador e doente e menor risco de transmissão de agentes infeciosos. Estas células são de colheita fácil e indolor, após o nascimento, sem qualquer risco para a mãe ou para o bebé, e apresentam ainda disponibilidade imediata para transplantação, evitando o período de espera por um dador compatível.

O número de novas aplicações do sangue do cordão umbilical em estudo tem aumentado ao longo dos anos

Na maioria dos transplantes já realizados, o sangue do cordão umbilical foi utilizado para o tratamento de doenças do sangue e do sistema imunitário. No entanto, as células do sangue do cordão umbilical também podem ser aplicadas na área da medicina regenerativa, fora do contexto do transplante hematopoiético, em doenças tão variadas como a diabetes tipo 1, a doença vascular periférica, a paralisia cerebral, as lesões da espinal medula, entre outras.

A primeira utilização de sangue do cordão umbilical em medicina regenerativa terá ocorrido em 2005 nos Estados Unidos, no tratamento de uma criança com lesões neurológicas.

Desde então o potencial das células estaminais do cordão umbilical tem sido cada vez mais estudado, estando atualmente em curso mais de 400 ensaios clínicos com recurso a células estaminais do sangue do cordão umbilical.

Nestes ensaios clínicos, que envolvem centenas de participantes em várias partes do Mundo, tem sido demonstrado que a administração de sangue do cordão umbilical em medicina regenerativa é segura e que pode efetivamente ser uma opção terapêutica determinante em situações de doença grave.

Referências:

1 Nietfeld JJ, et al. Lifetime probabilities of hematopoietic stem cell transplantation in the U.S. Biol Blood Marrow Transplant. 2008. 14(3):316-2

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Risco acrescido
Em Portugal, estima-se uma prevalência de diabetes em pessoas entre os 20 e os 79 anos seja de 13,6%

A diabetes é uma alteração do metabolismo dos hidratos de carbono (açúcar, dito de forma simplificada), proteínas e lípidos e que se associa, frequentemente, a múltiplas outras alterações metabólicas nomeadamente obesidade ou hipertensão. Todas estas alterações contribuem para o depósito de gordura nas paredes dos vasos sanguíneos, processo designado por aterosclerose, e que se traduz, muitas vezes, na formação de trombos que, ao impedirem a normal passagem de sangue nos vasos sanguíneos, podem levar a complicações como o AVC. Assim, as pessoas com diabetes têm um risco acrescido, de cerca de 1,5 vezes superior, de AVC em comparação com quem não tem esta patologia e, por outro lado, nas pessoas que sofreram um AVC, mesmo depois de avaliados outros fatores de risco, a diabetes revela ter uma relação privilegiada com o AVC, sobretudo isquémico.

Geralmente, a doença evolui de forma silenciosa, pelo que um diagnóstico atempado e um tratamento incisivo de todos os fatores de risco associados são fundamentais para evitar complicações, sobretudo a longo prazo. E falar de tratamento não é apenas falar de escolher o melhor fármaco levando em consideração as características específicas da pessoa, mas é, também, investir cada dia mais na criação de hábitos de vida saudável, nomeadamente numa alimentação cuidada evitando, por exemplo, produtos processados e na prática de atividade física. 

Apesar deste risco acrescido, quando se mantêm as diferentes comorbilidades associadas à diabetes controladas, cumprindo os objetivos preconizados pelas sociedades científicas, o risco de desenvolver AVC e outras complicações associadas à diabetes diminui consideravelmente e isto só é possível unindo esforços entre as pessoas com diabetes, as suas famílias e os profissionais de saúde das diferentes especialidades  focando-se na prevenção, no diagnóstico precoce bem como num tratamento incisivo que se traduza numa redução das complicações nomeadamente das complicações vasculares como o AVC.

 

 

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Recomendações
Os dados mais recentes destacam que a taxa de prevalência de diabetes em Portugal está situada nos 9

De acordo com os dados do relatório do Observatório Nacional da Diabetes e APIFARMA, cerca de 1,7 milhões de portugueses estão em risco de ter diabetes. Para o desenvolvimento desta doença, contribuem o sedentarismo e a má alimentação, pelo que a adoção de estilos de vida saudáveis são cruciais na sua prevenção.

Por outro lado, o diagnóstico precoce da diabetes e o tratamento adequado são fundamentais para evitar complicações crónicas associadas a esta doença, tais como lesões dos olhos (retinopatia diabética que pode levar a cegueira), rins (nefropatia diabética e em casos de insuficiência renal grave, necessidade de diálise), nervos (neuropatia diabética, disfunção sexual e pé diabético) e artérias (doença cardíaca, enfarte, doença vascular periférica e amputações).

Para os doentes com diagnóstico de diabetes, é fundamental ter uma alimentação saudável e adequada à sua situação clínica, praticar exercício físico regulamente e realizar o tratamento adequado, pelo que é recomendado:

1. Alimentação e Exercício Físico saudável

Alimentação: Os principais objetivos da alimentação de uma pessoa diagnosticada com diabetes são controlar a glicemia, o colesterol e os triglicéridos, assim como a pressão arterial. Atingir e manter um peso saudável é também uma finalidade, de modo a prevenir o aparecimento de possíveis complicações, tais como o pé diabético e as doenças cardiovasculares.

Assim sendo, é fundamental aplicar seguintes cuidados na dieta: moderar a ingestão de hidratos de carbono; limitar o consumo de gorduras saturadas, como é exemplo o bacon, preferindo as gorduras insaturadas, como as que constam no peixe; aumentar a ingestão de fibras; consumir frutas e legumes diariamente e de forma equilibrada; fazer ente cinco a sete refeições ao longo do dia; e beber cerca de um litro e meio a dois litros de água diariamente.

Atividade física: É fundamental combater o sedentarismo, que é o responsável pelo começo de múltiplas doenças. Para tal, praticar exercício físico é peça-chave, uma vez que ajuda a controlar os níveis de glicemia. O exercício estimula a produção de insulina e facilita o seu transporte para as células. Desta forma, as pessoas melhoram a ação da insulina no organismo, o que ajuda no controlo da diabetes.

Se vai começar a praticar exercício físico, consulte o seu médico, porque pode haver alguma atividade que não é adequada para si e, além disso, pode ser necessário ajustar a medicação que está a fazer.

2. Cuidados com a Medicação

Medir a glicemia: Medir a glicemia é muito importante, pois permite avaliar o equilíbrio da diabetes. Cada doente é aconselhado em relação aos momentos e à frequência com que deverá medir o valor de açúcar no sangue.

Para fazer a recolha destes dados, é fundamental que tenha um aparelho de medição de glicose. Desta forma, vai conseguir identificar a hipoglicemia (níveis de glicose muito baixos, ou seja, abaixo de 70mg/dL) e também a hiperglicemia (níveis de glicose elevados, ou seja, iguais ou superiores a 126 mg/dL). Além deste método, existe outra solução para medir a glicemia, que dispensa as picadas nos dedos. Trata-se do sistema de monitorização contínua da glicose (MCG), um dispositivo constituído por um sensor redondo descartável, que deverá ser mudado a cada 14 dias. Este é instalado na parte de trás do braço e que faz a medição dos níveis de glicose de forma automática.

Insulina: Os doentes com diabetes tipo 1 ou os doentes com diabetes tipo 2 que não conseguem obter um bom controlo da glicémico com medicamentos não insulínicos, são medicados com insulina (injeção no tecido adiposo debaixo da pele). Esta pode ser administrada na área abdominal, nas coxas, nos braços e nas nádegas, uma vez que são zonas do corpo que têm maior quantidade de tecido adiposo subcutâneo. O doente deve proceder à rotação dos locais de administração, injetando a uma distância de, pelo menos, três centímetros da aplicação anterior, para evitar um aumento de volume de gordura naquele local.

Se tiver todos estes cuidados, combinando-os com a medicação adequada para si, conseguirá controlar a diabetes, mantendo os níveis de glicose no sangue dentro dos valores definidos pelo seu endocrinologista.

Porém, esta pode descontrolar-se, dando origem à hipoglicemia, que se caracteriza pela queda dos níveis de glicose no sangue e à hiperglicemia, que é pautada pelos níveis elevados de glicose no sangue, podendo ter origem devido à falta de insulina.

Por esse mesmo motivo, tenha sempre consigo um cartão, uma pulseira, ou um colar de identificação, onde seja visível que foi diagnosticado com diabetes e qual o tipo da doença, para o caso de ser necessário prestar-lhe cuidados de primeiros socorros.

O diagnóstico de uma doença crónica como a diabetes pode causar um grande impacto na saúde mental de uma pessoa, uma vez que altera profundamente o modo de vida do doente. A depressão é uma das perturbações mentais, que mais está associada à diabetes.

Como forma de prevenir esta doença é essencial que se faça um diagnóstico precoce junto de um médico, e no caso de ter sido diagnosticado com diabetes, deverá ser seguido por um médico e realizar análises ao sangue regularmente, como indicado pelo seu médico assistente.

Viver com a diabetes não tem de ser um problema, basta fazer acompanhar-se das ferramentas certas e aproveitar a vida sem quaisquer condicionamentos.

 

 

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Primeiro transplante cardíaco em doente portador de dispositivo de assistência ventricular (DAV) de longa duração
Em maio de 2022 a equipa do Serviço de Cirurgia Cardiotorácica e Transplantação (CCT), liderado por David Prieto, do Centro...

A equipa de CCT descreve o percurso dum doente, o Francisco, que em agosto de 2020 chegou ao Serviço. “Chegou até nós um doente de 48 anos de idade, já avaliado noutros centros em Portugal e considerado não ter condições para ser transplantado ao coração devido a uma grave hipertensão arterial pulmonar (HTP), considerada irreversível.

O doente é reavaliado pela equipa da Unidade de Tratamento da Insuficiência Cardíaca Avançada (UTICA) do CHUC. Após cuidadosa revisão clínica e múltiplos exames é demonstrado que a HTP poderá ter alguma hipótese de reversibilidade, se submetido a uma assistência mecânica circulatória. Apesar de o seu coração direito apresentar alguma disfunção que compromete seriamente a exequibilidade e viabilidade deste procedimento, confia-se que haverá condições para implantar um dispositivo de assistência ventricular de longa duração como ponte para ser candidato futuro ao transplante.

Na altura, em plena pandemia, viviam-se tempos difíceis no CHUC e como o doente precisava de implantar o dispositivo rapidamente é enviado para um Centro com muita experiência nestes procedimentos em Barcelona (Hospital de Bellevitge) onde implantou HeartMate 3 com sucesso em outubro de 2020.

Logo a seguir foi transferido para o CHUC e o seguimento que envolvia a cirurgia cardíaca e a cardiologia foi assegurado, desde então, por uma equipa multidisciplinar.”

Sublinhe-se que atualmente este tipo de dispositivos já são implantados no CHUC pelo Serviço de Cirurgia Cardiotorácica.

A equipa prossegue a sua explanação dando conta que “após o implante, o doente esteve sempre muito bem e cerca de seis meses depois é repetido o cateterismo direito. A hipertensão pulmonar estava quase normalizada e começavam a surgir condições para o transplante cardíaco. No entanto era preciso esperar por um coração que fosse compatível e adequado para suportar as pressões pulmonares elevadas que se iriam fazer sentir no pós-transplante.

A “crise” ou falta de dadores prolongou a espera, mas, em maio de 2022, surgiu um coração com as condições ideais para o paciente e a equipa de CCT avançou para o primeiro transplante na zona Centro em doente portador de DAV de longa duração. A cirurgia e o pós-operatório foram um sucesso e o Francisco foi transplantado e já está em casa junto da sua família onde usufrui de uma vida plena. Esta é uma história de sucesso que reflecte bem a resiliência dos doentes e a excelência desta Instituição.”

A equipa de CCT conclui que este caso é um marco importante para o CHUC pois demonstra que “a evolução da tecnologia permite viabilizar a transplantação cardíaca em situações outrora consideradas inoperáveis tornando a lista de contra-indicações ao transplante cada vez mais reduzida. É também uma prova de que o CHUC e neste caso a Unidade de Insuficiência Cardíaca Avançada e o Serviço de Cirurgia Cardiotorácica do CHUC estão na linha da frente no domínio da tecnologia e na inovação.”

Açores e Madeira
Dois projetos de reabilitação respiratória das regiões autónomas dos Açores e da Madeira foram distinguidos com o Prémio Luísa...

O vencedor da 2.ª edição do Prémio Luísa Soares Branco foi o projeto “Reabilitação Respiratória Pediátrica em contexto de pandemia – Telecinesiterapia Respiratória e visitação domiciliária”, da equipa da Unidade de Saúde da ilha de São Miguel. O projeto nasceu com o intuito de melhorar a acessibilidade aos programas de Reabilitação Respiratória por parte das crianças que, como consequência da pandemia, ficaram privadas destes cuidados. Tem subjacentes os objetivos de reduzir as agudizações da patologia respiratória e os internamentos hospitalares evitáveis, levando à melhoria da qualidade de vida das crianças e redução de custos em internamentos hospitalares.

“A pandemia trouxe novas necessidades, motivando o início da visitação domiciliária com a implementação de programas de reabilitação respiratória na casa das crianças com risco elevado de agravamento da sua doença respiratória e consequente internamento hospitalar", explica Elisabete Lima, enfermeira e coordenadora da equipa, composta por sete elementos. Em 2021, com o programa implementado, verificou-se uma significativa redução nos internamentos de crianças, a rondar os 75%. “Este prémio motiva-nos a continuar a fazer sempre mais e melhor em prol da saúde das nossas crianças”, acrescenta a responsável.

Foi ainda atribuída uma Menção Honrosa ao projeto “Reabilitação Respiratória na Região Autónoma da Madeira – Um Projeto com Futuro”, da equipa do Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM, EPERAM), representada por João Carvalho, médico pneumologista. Trata-se de um programa estruturado de reabilitação respiratória na Região Autónoma da Madeira (RAM), pensado para promover comportamentos e cuidados a longo prazo que melhorem a saúde dos doentes. Facilitar o acesso da pessoa com patologia respiratória a um programa de reabilitação respiratória, assim como habilitar o doente a lidar com o tratamento e prevenir complicações decorrentes da sua doença, são os principais objetivos do projeto.


 João Carvalho a representar a Equipa do Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM, EPERAM)

De acordo com João Carvalho, médico pneumologista, “A Menção Honrosa foi importante para o nosso projeto, porque mostra e comprova à nossa equipa que estamos no caminho certo para melhorar os cuidados, neste caso de reabilitação respiratória, aos utentes com patologia respiratória.” O especialista acredita ainda que “Este tipo de iniciativas é de grande importância, uma vez que promove um estímulo para que os profissionais de saúde se dediquem mais à área de investigação e que mais projetos sejam realizados em Portugal.”

O Prémio Luísa Soares Branco é uma iniciativa promovida pela Associação Respira e pela Linde Saúde. Distingue projetos de instituições públicas ou privadas que se destaquem na prestação de serviços e cuidados de saúde a doentes respiratórios crónicos, em particular pessoas com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC).

Doença hepática
A diabetes é uma doença com uma prevalência considerável na população mundial.

Nesta patologia existe um aumento dos níveis da glicose no sangue, ou seja, do açúcar. Existem vários tipos de diabetes, sendo os mais comuns: a diabetes tipo 1, a diabetes tipo 2 e a diabetes gestacional. A diabetes tipo 1 é uma doença autoimune, em que o sistema imunitário destrói as células do pâncreas, onde existe produção de insulina. Já a diabetes tipo 2 é a forma mais frequente e é a consequência direta de estilos de vida e uma alimentação pouco saudável. Por sua vez, a diabetes gestacional refere-se aos problemas que se desenvolvem apenas no período de gravidez e que, normalmente, se resolvem após o parto.

Verifica-se ainda que existe uma relação desta comorbidade com outras doenças, como é o caso das doenças hepáticas, e os números comprovam-no: estima-se que entre 65 e 70 por cento das pessoas com diabetes tenham também doença hepática. Este tipo de ligação pode estabelecer-se de duas formas:

  • Diabetes como complicação da doença hepática crónica;
  • Diabetes do tipo 2 como fator de risco no desenvolvimento e na progressão das doenças hepáticas.

A resistência à insulina enquanto complicação costuma verificar-se em estados precoces da doença hepática crónica, uma vez que os problemas no fígado levam à regulação alterada da glicose no sangue e podem vir a causar diabetes. A presença da diabetes contribuiu ainda para a resistência aos tratamentos antivirais, pior prognóstico e maior morbimortalidade nos pacientes com cirrose. Esta anomalia do metabolismo da glicose pode manifestar-se em várias doenças deste tipo, como a hemocromatose, doença hepática alcoólica e o carcinoma hepático (cancro do fígado).

Já a diabetes enquanto fator de risco das doenças do fígado acontece por esta patologia estar associada a fatores como a obesidade, tensão arterial alta e a elevação das gorduras do sangue. Assim, a resistência à insulina leva a que sejam libertados ácidos gordos que se vão acumular nas células do fígado e gerar esteatose hepática (denominado comummente por fígado gordo), e induzir inflamação crónica. Todos os espectros das doenças do fígado podem aparecer em diabéticos tipo 2, desde a esteatose hepática não alcoólica (a doença hepática crónica mais frequente) até à cirrose e ao carcinoma hepático.

O tratamento da diabetes, conjuntamente com a presença da doença hepática, necessita de uma abordagem multidisciplinar, que envolta tanto o profissional de saúde da área da Hepatologia como da Diabetologia. Uma vez que estas doenças estão associadas a questões como a obesidade, a prevenção é o melhor caminho para evitar o seu desenvolvimento. A adoção de uma dieta saudável e a prática regular de atividade física, pode fazer a diferença a longo prazo.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Prémio Maria de Sousa - promovido pela Ordem dos Médicos e pela Fundação BIAL
O Prémio Maria de Sousa distinguiu Carina Soares-Cunha (ICVS – U.Minho), Sandra Tavares (i3S – U.Porto), Ana Melo (IST – ID),...

Na segunda edição, o Prémio Maria de Sousa, distingue cinco projetos, com o valor de até 30 mil euros cada, num total de até 150 mil euros. Os vencedores foram escolhidos por um Júri liderado pelo neurocientista Rui Costa, presidente e diretor executivo do Allen Institute, nos EUA.

Lançado em 2020, em homenagem à imunologista e grande investigadora Maria de Sousa, o prémio destina-se a investigadores científicos portugueses, com idade igual ou inferior a 35 anos, com projetos de investigação na área das ciências da saúde, incluindo obrigatoriamente um estágio num centro internacional de excelência.

Na primeira edição, em 2021, foram premiados trabalhos de investigação em doenças cardiovasculares, cancro, doença do sono e funcionamento celular.

Os vencedores do Prémio Maria de Sousa 2ª edição – 2022 serão distinguidos na cerimónia que terá lugar no dia 14 de novembro de 2022, às 18:00, no Teatro Thalia, em Lisboa, e será realizada em formato híbrido, para que todos possam assistir online. O evento será presidido pela Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

 

Ciências ULisboa coordena projeto Twinning
A Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (Ciências ULisboa) coordena projeto europeu Twinning em colaboração com a...

O projeto “Twinning for excellence in biophysics of protein interactions and self-assembly“ (TWIN2PIPSA), iniciado em outubro, com a duração de três anos, é coordenado por Cláudio M. Gomes, professor do Departamento de Química e Bioquímica (DQB) e investigador do Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas (BioISI) na Ciências ULisboa. Este projeto é financiado pela União Europeia (UE) no valor de 1 228 957€, no âmbito do programa Widening do Horizonte Europa.

O TWIN2PIPSA conta com a participação de 30 cientistas da Ciências ULisboa e daquelas três universidades. Além de Cláudio M. Gomes, outros dez professores e investigadores da Ciências ULisboa participam no projeto, nomeadamente Bárbara HenriquesBruno VictorFederico HerreraMiguel Machuqueiro e Paulo Costa, do DQB e BioISI; Patrícia FaíscaAna CarapetoAna Nunes e Mário Rodrigues, do Departamento de Física e BioISI; e Romana Santos, do Departamento de Biologia Animal e do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE).

Os resultados das candidaturas Twinning-Horizon-Widera-2021-Access-03 foram divulgados este ano: 216 projetos conseguiram financiamento, 13 são projetos liderados por instituições portuguesas, como é o caso do TWIN2PIPSA, que deverá terminar em setembro de 2025. A candidatura referente ao TWIN2PIPSA obteve a classificação máxima.

De acordo com Cláudio M. Gomes e Patrícia Faísca, que promoveram e desenvolveram a candidatura, o financiamento do projeto TWIN2PIPSA é uma oportunidade única para alavancar a investigação e as competências de um cluster de cientistas da Ciências ULisboa, pessoas com diferentes formações que partilham um interesse comum no estudo de proteínas e no seu envolvimento em várias doenças humanas – as designadas doenças conformacionais, que incluem cataratas, doenças metabólicas ou neurodegenerativas como a doença de Alzheimer.

Segundo os cientistas, desenvolver aplicações biomédicas e biotecnológicas para o diagnóstico ou terapêutica das doenças conformacionais exige um novo tipo de abordagem multidisciplinar, colaborativa e conhecimentos científicos e metodológicos específicos, que passam a estar acessíveis aos professores e investigadores da Ciências ULisboa devido à cooperação com estas universidades de referência.

O TWIN2PIPSA prevê a realização de um conjunto de atividades, com destaque para o desenvolvimento de um projeto de investigação exploratório, que assenta em duas linhas de investigação baseadas em aplicações de proteínas em problemas da Biomedicina (agregação proteica e sua regulação em neurodegeneração) e Biotecnologia (investigação e desenvolvimento de bioadesivos proteicos). Os cientistas envolvidos neste projeto e os seus alunos de pós-graduação também vão ter acesso, ao longo destes três anos, a intercâmbios, training schools, conferências e workshops entre a academia e a indústria.

“Estas atividades têm um forte impacto na formação dos jovens investigadores da Ciências ULisboa e são uma oportunidade para ampliar conhecimentos, contribuindo para a investigação de vanguarda nestas áreas e para o conhecimento gerado em benefício da sociedade, numa perspetiva internacional e em rede”, conclui Cláudio M. Gomes.

As ações Twinning são financiadas pelo programa Widening do Horizonte Europa, promovido pela REA, um órgão de financiamento da Comissão Europeia.

O TWIN2PIPSA foi submetido ao Twinning-Horizon-Widera-2021-Access-03 pela FCiências.ID - Associação para a Investigação e Desenvolvimento de Ciências e nesse sentido também possibilita a criação de um grant office especializado no apoio à preparação de candidaturas e gestão de projetos europeus, através de formação e partilha de conhecimento entre as universidades envolvidas neste projeto.

 

Dia Mundial da Diabetes
Dia 14 de Novembro é o Dia Mundial da Diabetes estabelecido pela IDF – International Diabetes Federa

Em todo o Mundo existem mais de 500 milhões de pessoas que vivem com diabetes, a maioria não sabe que a tem, nunca lhes foi diagnosticada e outros recusam admitir que a têm. Em Portugal haverá cerca de um milhão de pessoas com diabetes e provavelmente mais meio milhão que a ignoram.

O Alerta Mundial no dia 14 de novembro é o alerta para todos com o lema “Prevenir hoje para proteger o amanhã “.

Num mundo globalizado de preocupações múltiplas em que as alterações climáticas dominam a agenda, a diabetes deve ser também uma preocupação máxima de todos nós – Nós porque também nós “somos diabetes “.

Os excessos de uns e a carência de outros criam um déficit em todo o Mundo que com urgência de mudança – a doença também é uma alteração de bem-estar humano e é nossa responsabilidade evitá-la ou criar condições para que não chegue a outros tantos milhões. Em Portugal não é diferente.

Os hábitos alimentares em excesso (e também em carência) e o estilo de vida são provavelmente a principal causa para o “caminho “para a diabetes e a obesidade que tanto contribuem para uma vida sem saúde.

O caminho é contribuir para a saúde, não para a doença, com dinâmica comunicacional eficaz, não com alarmes diários do desastre, mas sim com atitudes positivas.

Os profissionais e as instituições de saúde têm a carga de tratar a doença, mas têm também a responsabilidade da prevenção e contribuir para que todos tenham um papel dinâmico na prevenção.

“Educar hoje para prevenir o amanhã”, é sem dúvida um lema com impacto se for realmente interiorizado por todos nós como nosso contributo para estancar o caminho para a doença – a Diabetes e a Obesidade.

Numa era em que para tratar a diabetes a evolução foi gigante, em especial em termos farmacológicos, mas também com a grande evolução tecnológica e digital, somos sobretudo responsáveis pela Prevenção – e aí embora com enorme esforço não temos sido verdadeiramente eficazes.

Algo tem de mudar no nosso esforço diário educativo não só para aqueles que já são diabéticos, mas sobretudo para aqueles que ainda não a têm, mas muito provavelmente a viram a ter a curto ou médio prazo. A mudança está numa nova forma de organização e comunicação sobre o estilo de vida que tanto se fala atualmente, mas não basta falar, há que atuar já para não termos um amanhã com doença.

A velocidade e as alterações do mundo de hoje merecem um novo olhar e, tal como no clima não temos muito tempo.

Trinta por cento dos doentes internados em hospitais em Portugal têm diabetes. Este fenómeno tem mesmo de ser alterado, e não é apenas com meios tecnológicos e farmacológicos modernos e eficazes que a mudança acontecerá. A responsabilidade educativa dos profissionais de saúde é grande, mas também a responsabilidade e o empenho da sociedade devem ser concretas e estimuladas por todos.

A Diabetes na realidade somos mesmo todos nós.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
VI Jornadas do Pé Diabético decorreram a 12 de novembro
No âmbito do Dia Mundial da Diabetes, a Associação Portuguesa de Podologia (APP) realizou no dia 12 de novembro, em Vila Nova...

A APP, que tem como principal objetivo a promoção da Podologia em Portugal, promoveu uma vez mais esta iniciativa que junta vários especialistas em torno da prevenção, diagnóstico e tratamento das alterações dos pés e respetivas repercussões no corpo humano, em casos que constituam uma complicação da diabetes.

As complicações que ocorrem nos pés destes doentes proporcionam uma diminuição da qualidade de vida destes indivíduos e um grande custo aos serviços de saúde. Manuel Portela, Presidente da APP, adianta que “15% dos doentes diabéticos desenvolvem uma úlcera nos membros inferiores durante os anos de doença e que 85% das amputações têm um historial de úlceras diabéticas”.

As Jornadas do Pé Diabético são fulcrais no combate a esta problemática pois promovem o debate de ideias, partilha de conhecimento e a análise regular da intervenção dos podologistas que “têm sido fundamentais na melhoria da qualidade de vida da população, na prevenção e diminuição das taxas de amputação do pé diabético”, esclarece Manuel Portela.

A iniciativa contou também com a participação de especialistas de várias áreas como Medicina Interna, para abordar assuntos relacionados com o controlo da infeção, sinais e sintomas do pé diabético; Angiologia e Cirurgia Vascular, uma necessidade, sobretudo, quando são identificados problemas de isquemia; entre outras áreas, como por exemplo o tratamento de feridas e de úlceras, com diferentes metodologias, e, ainda, o tipo de calçado mais indicado para a pessoa com diabetes.

O Pé Diabético é visto como a principal causa de amputação da extremidade inferior, sendo também a principal causa de internamento da pessoa com diabetes. Mais do que uma complicação da diabetes, deve ser considerado como uma condição clínica complexa. É caracterizado pelo desenvolvimento da perda de sensibilidade nos pés, presença de feridas complexas, deformidades, limitação de movimento articular, infeções, amputações, entre outras.

 

Opinião
No dia 14 de novembro celebra-se o Dia Mundial da Diabetes.

Os principais tipos são: a diabetes tipo 1, na qual ocorre destruição das células produtoras de insulina no pâncreas, e a diabetes tipo 2 (forma mais comum), que é consequência da obesidade, do sedentarismo e de um padrão alimentar menos saudável. Nestes dois tipos de diabetes há uma associação familiar importante relacionada com a existência de vários genes que aumentam a predisposição para diabetes. A nível global, a diabetes afeta mais de 500 milhões de pessoas e é, em países desenvolvidos, a principal causa de doença cardiovascular, cegueira, insuficiência renal e amputação do membro inferior. Em Portugal, mais de um milhão de pessoas têm diabetes e uma percentagem significativa permanece por diagnosticar.

O dia 14 de novembro assinala a data de nascimento de Frederick Banting que, em conjunto com Charles Best, John Macleod e James Collip, descobriram a insulina no ano de 1921. Esta celebração é particularmente relevante em 2022 por ter sido há 100 anos (em janeiro de 1922) que pela primeira vez se utilizou a insulina para tratamento de pessoas com diabetes. Desde este momento marcante, muito tem evoluído na forma como tratamos a diabetes. Nos últimos anos assistimos a uma constante evolução na compreensão dos mecanismos responsáveis pelo desenvolvimento da diabetes, na identificação de fatores associados ao risco de diabetes e das suas complicações, e no desenvolvimento de novos fármacos que permitem às pessoas com diabetes terem uma melhor qualidade de vida e maior esperança de vida.

No entanto, muito tem ainda de ser feito pelas pessoas com diabetes. Neste Dia Mundial da Diabetes, continua a ser essencial reforçar a necessidade de investimento em educação terapêutica e capacitação das pessoas com diabetes. Poucas doenças haverá que tanto dependam da própria pessoa no processo de prevenção, monitorização, controlo de complicações e adesão terapêutica. É também essencial que seja garantida uma adequada acessibilidade das pessoas com diabetes aos serviços de saúde e a todas as atividades de rastreio necessárias na diabetes (como o rastreio da retinopatia diabética). Neste momento de rápida evolução científica e tecnológica, é essencial garantir que as pessoas com diabetes têm acesso às novas terapêuticas com evidência de benefícios. Isto inclui a utilização de bombas infusoras de insulina na diabetes tipo 1 e a utilização de novos fármacos com benefício na redução de complicações crónicas na diabetes tipo 2.

Este Dia Mundial da Diabetes deve por isso ser visto, não só como um dia de celebração pelos importantes avanços no tratamento da diabetes nos últimos anos, mas também como uma chamada de atenção para a necessidade de mantermos a prevenção, diagnóstico e tratamento da diabetes como uma prioridade dos nossos sistemas de saúde e das nossas comunidades.

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Projeto UPSEE Health
Daniela Rodrigues, investigadora do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde da Faculdade de Ciências e Tecnologia da...

Segundo a investigadora, este projeto pretende «expandir a compreensão de como os jovens são expostos, experimentam e interagem com os lugares urbanos, e de como é que essa experiência se associa ao seu estilo de vida e à sua saúde».

Para Daniela Rodrigues, ser uma das premiadas desta segunda edição do Prémio BIAL «significa não só um reconhecimento, por parte de colegas da área da Saúde, do trabalho que tenho desenvolvido nos últimos anos, nomeadamente sobre o papel do estilo de vida (ativo e sedentário) como determinante da obesidade infantil em Portugal, mas serve também como uma chamada de atenção para o papel da atividade física como uma estratégia para a prevenção e promoção de saúde».

Como tal, o UPSEE Health pretende analisar a experiência sensorial dos jovens adultos, por exemplo o bem-estar, felicidade, ansiedade ou stress, mas também os comportamentos de atividade física e sedentarismo dos mesmos ao longo do dia e, ainda, interpretar os padrões de variação na atividade física e sedentária de acordo com o ambiente, nomeadamente a experiência social, física, sensorial e emocional.

Neste novo estudo, Daniela Rodrigues escolheu como foco os jovens adultos, por duas principais razões, nomeadamente porque «estão num período crítico para a fixação de atitudes e comportamentos, que possivelmente estarão presentes na vida adulta», e também por existirem «poucos estudos sobre como os jovens experienciam e interagem com o ambiente ao seu redor».

Para a concretização do UPSEE Health será utilizado um novo método que concilia e analisa diversos fatores, designadamente um «Dispositivo Sensorial Móvel (MSD), que mede sinais vitais, localização, movimento/aceleração; uma aplicação móvel inovadora, que regista a experiência em lugares, local de nascimento, alimentação, exercícios, hábitos de sono; medidas antropométricas, como a estatura, o peso e a circunferência abdominal e ainda, uma análise das características do espaço, por exemplo elementos naturais, mobiliário urbano», explica a investigadora da FCTUC.

No final do projeto, que terá um estágio no Health Research Institute, da Universidade de Limerick, na Irlanda, a investigadora espera, em colaboração com outros colegas da área, «trazer uma reflexão sobre os efeitos dos ambientes urbanos no estilo de vida dos jovens. É fundamental que Portugal adote políticas de saúde mais focadas na promoção da saúde e prevenção da doença», alerta.

O Prémio Maria de Sousa, promovido pela Ordem dos Médicos e pela Fundação BIAL, visa galardoar e apoiar até cinco jovens investigadores científicos portugueses, com idade igual ou inferior a 35 anos, em projetos de investigação na área das Ciências da Saúde, incluindo obrigatoriamente um estágio num centro internacional de excelência.

Este galardão foi criado com o intuito de homenagear a médica e investigadora Maria de Sousa.

Estimativa da APOGEN até 2025
Na data em que se assinala o Dia Mundial da Diabetes, a APOGEN – Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e...

A APOGEN recorda que os medicamentos genéricos e biossimilares apresentam diferentes opções terapêuticas para o tratamento das pessoas diabéticas e têm permitido ganhos de saúde significativos. “A diabetes é uma doença crónica relevante, não só pela sua incidência, prevalência e riscos acrescidos como pelos encargos que representa. A indústria de medicamentos genéricos e biossimilares está atenta a esta realidade e à necessidade de disponibilizar soluções que ajudem a melhorar a vida das pessoas diabéticas, assim como de contribuir para a sustentabilidade do Estado e das famílias. Apesar das dificuldades que a indústria atravessa no âmbito da atual crise económica, novos medicamentos genéricos que têm vindo a ser lançados este ano para esta área terapêutica dando-nos uma perspetiva de poupança para o doente e para o SNS muito positiva”, afirma a presidente da APOGEN, Maria do Carmo Neves. A APOGEN estima que o lançamento de novos medicamentos genéricos antidiabéticos irá gerar uma poupança para o Estado e para os utentes superior a 600 milhões de euros até 2025.

Segundo os dados mais recentes do Infarmed, entre janeiro e abril deste ano, a despesa do SNS com antidiabéticos (insulinas não incluídas) no mercado ambulatório aproximou-se dos 117,7 milhões de euros, ou seja 23,5% da despesa total e apresenta um crescimento de +21,3%.

Insulina biossimilar representa enorme potencial de poupança

Também as insulinas, com encargos de cerca de 24,4 milhões de euros, segundo o mesmo relatório, têm alternativa através da utilização de insulina biossimilar cuja quota de mercado é de apenas 20,6%.

Maria do Carmo Neves sublinha: “Os medicamentos biossimilares são soluções terapêuticas alternativas eficazes para o tratamento de uma variedade de doenças, nomeadamente a diabetes. A insulina biossimilar tendo um preço mais acessível contribui para a redução da despesa com medicamentos, promove a sustentabilidade do sistema e a melhoria do acesso ao tratamento, ajudando a transformar uma doença crónica, debilitante e dispendiosa, associada a complicações graves, numa doença controlável”.

A diabetes é uma doença metabólica crónica e progressiva, que se caracteriza por níveis elevados de glicose no sangue quando o corpo não produz insulina suficiente ou não a consegue utilizar, o que conduz a complicações de saúde, aumentando o risco de morte prematura. Todos os anos, morrem mais de 4000 pessoas em Portugal devido à diabetes, sendo esta a quinta causa de morte no nosso país. Segundo o relatório do Observatório Nacional da Diabetes, 2,7 milhões de portugueses sofrem da doença ou correm o risco de vir a desenvolvê-la. Dados da OCDE revelam que a prevalência da diabetes em Portugal triplicou nos últimos 20 anos, sendo hoje a segunda mais elevada da UE4. Em média, são registados cerca de 60 mil novos casos de diabetes por ano em Portugal5. É expectável que a crise de saúde pública devida à pandemia da COVID-19 tenha agravado o número de casos de diabéticos não diagnosticados.

 

Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM)
Portugal vive a uma velocidade diferente do resto da Europa comunitária quanto ao acesso a terapêuti

A acessibilidade na Diabetes coloca-se a quatro níveis: 1) acessibilidade a terapêuticas inovadoras; 2) acessibilidade a tecnologias inovadoras; 3) acessibilidade a cuidados médicos e programas de rastreio e vigilância de complicações; e 4) acessibilidade a programas de educação terapêutica.

O acesso a terapêuticas inovadoras é lento e tardio

Foram recentemente noticiados problemas de abastecimento e aquisição do semaglutido, que se estendeu recentemente ao dulaglutido, medicamentos que em Portugal estão comparticipados apenas para doentes com diabetes tipo 2. Todavia, este não é exemplo único de dificuldade no acesso à terapêutica, alerta a SPEDM. Um exemplo é o próprio semaglutido, cuja formulação oral está já disponível em vários países, mas que em Portugal é ainda uma miragem.

O acesso às tecnologias inovadoras é insuficiente

Portugal permanece como um dos países com menos utilização de bombas de insulina a nível europeu. Para melhorar a acessibilidade às bombas de insulina faz-se necessária a intervenção a três níveis:

1) aumentar a acessibilidade às bombas de insulina por parte das pessoas com diabetes tipo 1, inclusivamente os adultos;

2) aumentar a acessibilidade às bombas de insulina mais modernas;

3) diminuir o tempo de espera para o início de tratamento com bombas de insulina, em pessoas com diabetes tipo 1 com indicação para a sua utilização. Muitas vezes o tempo de espera é superior ao recomendável para aceder a esta tecnologia. Mesmo que adquiram a bomba pelos seus próprios meios, os consumíveis mensais têm um custo muito elevado e não são comparticipados. Por outro lado, o acesso lento e tardio a bombas mais modernas constitui uma oportunidade perdida na melhoria do controlo da diabetes de todos os doentes que delas tirariam benefício.

As bombas de insulina são essenciais ao tratamento da diabetes tipo 1, particularmente nas pessoas com hipoglicemias frequentes ou graves, mau controlo com tratamento convencional, variabilidade glicémica, adolescentes e crianças, mulheres grávidas com diabetes tipo 1, entre outros.

As pessoas com diabetes tipo 1 dependem totalmente da insulina, que deve ser administrada a todas as refeições, em função da refeição ingerida e do valor de glicemia antes da refeição, pelo que, geralmente, são necessárias 5 a 8 medições da glicemia capilar e administrações de insulina por dia. As bombas de insulina melhoram o controlo da diabetes, diminuem as hipoglicemias e a variabilidade glicémica e melhoram a qualidade de vida nas pessoas com diabetes tipo 1 e devem estar disponíveis a todos os doentes, que delas beneficiem.

Nos últimos anos, diversos dispositivos tecnológicos, sejam medidores da glicose intersticial ou dispositivos de perfusão subcutânea contínua de insulina, vulgarmente conhecidos por bombas, têm sido aprovados para utilização na diabetes. Os dispositivos de monitorização contínua da glicose intersticial são extremamente úteis em pessoas com diabetes tipo 1 e pessoas com diabetes tipo 2, que necessitem de várias administrações diárias de insulina. A sua utilização reduz, na maioria das situações, a necessidade de “picar o dedo” para avaliar a glicemia, melhora a qualidade de vida dos doentes e melhora o controlo da diabetes. O acesso a estes dispositivos, daqueles que deles beneficiem, é fundamental para o tratamento adequado da diabetes.

O acesso a programas de rastreio e vigilância das complicações é insuficiente

A diabetes é uma doença crónica que, com frequência, leva ao desenvolvimento de complicações, nomeadamente retinopatia, nefropatia, neuropatia e doenças cardiovasculares. De acordo com o Relatório Monitorização e Avaliação do Rastreio da Retinopatia Diabética em 2020, publicado pela Direção Geral da Saúde, apenas 26% das pessoas com diabetes tiveram acesso, nos cuidados de saúde primários, ao rastreio da retinopatia diabética, sendo que, destes, apenas 14% realizaram de facto o rastreio. A vigilância das pessoas com diabetes, tal como demais doenças, sofreu um impacto significativo com a pandemia por COVID-19, de que importa urgentemente recuperar. No ano de 2020, pelo impacto da pandemia, o número de pessoas que tiveram acesso ao rastreio da retinopatia reduziu em cerca de 47% e o número de pessoas que foram rastreadas reduziu em cerca de 55%. É fundamental promover o rastreio e vigilância da retinopatia e das outras complicações da diabetes, de modo a melhorar a morbi-mortalidade e qualidade de vida das pessoas com diabetes.

O acesso a programas de educação e capacitação dos doentes é fundamental para a prevenção e tratamento da diabetes

Paralelamente às intervenções na acessibilidade à terapêutica e às tecnologias inovadoras, a educação terapêutica e a capacitação das pessoas com diabetes são fundamentais para o controlo da doença e aumento da qualidade de vida. Poucas doenças haverá que tanto dependam do próprio doente no processo de prevenção, monitorização da doença e suas complicações, bem como na decisão terapêutica. Estas dimensões são particularmente relevantes nas pessoas com diabetes tipo 1 e carecem de um intenso e contínuo processo de educação e empoderamento terapêuticos, que compete a todos os profissionais de saúde, particularmente aos endocrinologistas para dotar esses doentes.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
E se a sua vida dependesse literalmente da tecnologia?
Por vezes, a nossa vida parece depender da tecnologia. Mas se tivermos diabetes tipo 1 depende mesmo. Neste Dia Mundial da...

Recentemente, a associação lançou a petição pública “pelo acesso aos sistemas híbridos de perfusão subcutânea contínua de insulina (bombas de insulina) e pela qualidade de vida das pessoas com diabetes tipo 1 em Portugal”, que foi assinada por 24.889 pessoas. Será entregue esta segunda-feira, às 15h30, na Assembleia da República, por elementos da APDP, profissionais de saúde e pais de crianças com diabetes tipo 1.

“O dispositivo automático de insulina é já uma realidade em Portugal, mas implica um valor incomportável para os seus utilizadores. Trata-se do sistema que mais se aproxima do pâncreas artificial, administrando insulina automaticamente e ajustando-a de acordo com a variação dos valores de açúcar no sangue.”, explica José Manuel Boavida, presidente da APDP, acrescentando: “É verdadeiramente revolucionário, melhorando substancialmente a qualidade de vida e a saúde das pessoas com diabetes, permitindo-lhes viver quase como se não tivessem a doença.”

Em Portugal, calcula-se que serão mais de 30.000 as pessoas que vivem com DT1, 5.000 das quais serão crianças e jovens, sendo que este número tem vindo a aumentar consideravelmente nos últimos anos. Deste número, estima-se que cerca de 30% terá condições e escolherá utilizar um dispositivo automático de insulina. 

“As pessoas com DT1 precisam de injetar insulina e monitorizar os níveis de glicemia 24 horas por dia, 7 dias por semana. Se o controlo metabólico não for adequado, têm um risco aumentado de mortalidade precoce, chegando a reduzir 17 anos a sua esperança de vida. A utilização do dispositivo automático de insulina pode proporcionar às pessoas com DT1 melhor compensação e prevenir consequências de elevado potencial incapacitante, tais como cegueira, insuficiência renal, doenças cardiovasculares e amputações.”, refere João Filipe Raposo, Diretor Clínico da APDP.

Os dispositivos automáticos de insulina são já comparticipados em países como Espanha, França, Bélgica, Alemanha, Reino Unido, Itália, Eslovénia e Países Nórdicos. Em Portugal, para abranger a população proposta, o custo anual corresponde apenas ao aumento do preço do dispositivo relativamente ao dos sensores e consumíveis, que já são comparticipados. “Calculamos que este acréscimo, de cerca de 2 mil euros, de 4 em 4 anos, poderá ser muito reduzido com o aumento da disponibilidade, para além da grande poupança considerando o impacto na redução de complicações, internamentos e no aumento da esperança de vida.”, pode ler-se na proposta de aditamento ao OE 2023.

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