Modalidades presencial e à distância
Estão abertas as inscrições para os Cursos Pós-Graduados de 'Introdução à Epidemiologia', 'Introdução à...

Estes cursos realizam-se nas modalidades presencial e à distância (em tempo real), de acordo com a preferência do aluno, de modo a proporcionar uma maior flexibilidade aos participantes. As aulas à distância serão participadas por videoconferência e também vídeogravadas, sendo posteriormente acessíveis aos participantes.

Os Cursos Pós-Graduados que agora se divulgam têm como finalidade principal construir competências transversais e capacitar todos os profissionais de saúde e a investigadores que pretendam aprofundar conceitos-chave em Epidemiologia, Bioestatistica e Investigação, bem como desenvolver a capacidade crítica na análise de estudos de investigação clínica e epidemiológica.

Para mais informações consulte a página oficial da UEPID.

 

Balanço
– O Programa abem: chegou a novas regiões do país e apoiou mais 1.310 pessoas que, assim, passaram a poder aceder com a...

O Programa abem: é um projeto inovador, dinamizado pela Associação Dignitude, que apoia as pessoas mais carenciadas no acesso aos medicamentos prescritos e comparticipados pelo Estado Português. Esta ajuda só é possível devido à rede colaborativa abem:, que conta atualmente com 202 entidades parceiras locais, mais de 1.100 farmácias e dezenas de empresas doadoras e cidadãos solidários que, juntos, já ajudaram 30.242 pessoas vulneráveis.

Filipe Almeida, Presidente da Iniciativa Portugal Inovação Social, destaca “o Programa abem: é um belíssimo exemplo de inovação social porque veio dar resposta a um problema social para o qual ainda não existia uma solução consistente, justa e eficaz. E é demonstração de que a justiça distributiva não está só na mão do Estado, está igualmente na poderosíssima mão provocadora da sociedade civil organizada que, neste caso, encontrou uma solução na interseção da Saúde com a proteção e a inclusão social, um lugar frequentemente esquecido, mas de paragem obrigatória, onde se podem salvar muitas vidas. Além do impacto direto na vida dos beneficiários deste Programa, o abem: também alerta consciências, promove a cidadania participativa, reforça laços intracomunitários e desperta a humanidade que em cada um de nós pode ser a salvação de todos. Um exemplo de inovação e uma inspiração de humanidade. Aconteceu assim no resto do país. E acontece também assim no Algarve!”

As entidades parceiras locais (Autarquias, Cáritas, Misericórdias e IPSS) são responsáveis pela referenciação das famílias em situação de carência socioeconómica. Cada beneficiário referenciado recebe um cartão abem: e pode deslocar-se a qualquer farmácia abem: do país e aceder, sem qualquer custo e total descrição, aos medicamentos sujeitos a receita médica e comparticipados pelo Estado Português. Atualmente, o abem: já está presente em todos os distritos e regiões autónomas.

O Programa abem: é uma iniciativa que continua a ser apoiada pela Portugal Inovação Social, através de Fundos da União Europeia, através do Programa Operacional Regional de Lisboa (Lisboa 2020) e do Programa Operacional Inclusão Social e Emprego (POISE).

 

 

 

XIX Jornadas de Senologia
Nos próximos dias 28 e 29 de outubro, a Sociedade Portuguesa de Senologia (SPS) realiza as XIX Jornadas de Senologia, no Centro...

De acordo com José Carlos Marques, Presidente da SPS, “trata-se de uma percentagem bastante representativa de novos casos diagnosticados de cancro da mama em Portugal, que coincide precisamente com os grupos de idades que, muitas vezes, estão fora do âmbito dos programas nacionais de rastreio”.

Estas Jornadas serão compostas por oito sessões multidisciplinares, três simpósios e três Meet the Expert, durante as quais serão debatidas várias questões na área da patologia mamária, nas faixas etárias abaixo dos 40 e acima dos 70 anos, desde o diagnóstico ao tratamento, passando pela investigação.

Evolução do cancro da mama em idades extremas; Mudar mentalidades para diminuir incidência; Cancro hereditário - a idade conta?; Desafios e oportunidades no diagnóstico precoce e Tratamento individualizado na jovem: o que pode ser diferente? são as sessões que marcam o primeiro dia das jornadas.

Já no segundo dia, estarão em foco temas como Tratamento de acordo com a avaliação geriátrica - discussão multidisciplinar baseada em casos clínicos; Suporte e (re)habilitação dos sobreviventes e Cancro da mama em Portugal, indicadores de qualidade.

Durante as Jornadas de Senologia serão apresentados trabalhos científicos originais e inovadores, culminando na distinção dos melhores, na cerimónia de encerramento.

O programa completo está disponível em www.jornadassenologia.pt.

 

 

Dia Nacional da Luta Contra a Dor – 21 outubro
Quando se pergunta a qualquer grupo de pessoas, independentemente da idade, sexo ou condição social,

Ironia do destino, a dor pode ser simultaneamente um dos mecanismos mais importantes na preservação do nosso organismo e, quando no contexto de uma doença crónica, um dos maiores fatores de sofrimento e consequente perda de qualidade de vida. De facto, frequentemente a dor ultrapassa a condição de sintoma e torna-se ela própria a doença, autónoma e dominadora.

É por tudo isto que se torna impossível abordar a dor como um fenómeno específico, suscetível de se definir de forma simples, de se enquadrar numa classificação linear.

Existem atualmente várias classes farmacológicas disponíveis para o controlo da dor. São dezenas de fármacos, cada um com a sua indicação ou peculiaridade e ainda assim a dor enquanto sintoma é frequentemente mal compreendida e até mal-aceite pelos próprios clínicos. Talvez porque seja um sintoma pelo qual mais tarde ou mais cedo todos passamos ou do qual temos memória em alguém próximo ou ainda porque não o podendo confirmar ou quantificar preferimos desvalorizar.

E os exemplos repetem-se todos os dias. Confesso que em quase 30 anos de atividade médica ainda me surpreende a leviandade com que frequentemente dizemos “esse tipo de lesão não pode doer tanto!” ou “essa dor é porque está deprimido!” como se a intensidade da dor dependesse daquilo que nós achamos adequado, como se na ausência de uma evidência anatómica a dor sentida fosse menos importante. E o que me parece ainda mais grave é que tendo consciência de tudo isto, também eu próprio me ouço a repetir este tipo de sentenças.

É verdade que temos agora consultas de dor com a capacidade de atuar a um nível muito mais elaborado, mas a consciencialização de que a dor tem um carácter social que vai muito além do sintoma ou doença médica ainda está longe de acontecer e mais distante ainda está a capacidade de promover mudanças significativas na prática clínica e na compreensão destes doentes.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Prémio de 20 mil euros
O projeto «Estudo do papel neuronal sobre a interação entre as células NK e o mieloma múltiplo (NeuriMM)», liderado pela...

O prémio, no valor de 20 mil euros, permitirá, durante um ano, desvendar, numa primeira fase, «a arquitetura e distribuição das fibras neuronais na medula óssea (MO) dos doentes com mieloma múltiplo (MM)» e, numa segunda fase, «determinar a proliferação de células MM e os resultados de sobrevivência após modulação de células com neurotransmissores e neuropeptídeos presentes no microambiente da MO, utilizando ensaios avançados in vitro».

«Em conjunto, estas abordagens trarão novos conhecimentos sobre como a inervação neuronal muda nos doentes com MM e como estes sinais controlam a progressão da doença, tanto direta como indiretamente através das células imunitárias, abrindo caminho para a conceção de novas estratégias terapêuticas para o MM», salienta Cristina João, responsável por uma equipa constituída por mais nove investigadores da Fundação Champalimaud.

«As evidências sugerem que as interações neurónio-MM e neurónio-NK controlam o desenvolvimento e a progressão do MM. No entanto, falta uma compreensão detalhada destes circuitos periféricos, o que dificulta o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas. Como tal, este estudo pode ser decisivo nessa compreensão e com futura aplicação no tratamento do MM. Parabéns aos vencedores, vamos ficar à espera dos seus preciosos contributos», realça Maria Gomes da Silva, vice-presidente da SPH.

«Os resultados deste estudo poderão ser uma importante peça do puzzle que falta para compreender melhor o comportamento do MM. Aguardamos com todo o interesse os seus resultados, sabendo desde já que a equipa da Fundação Champalimaud irá trabalhar com todo o profissionalismo e paixão neste projeto de investigação», sublinha Manuel Abecasis, presidente da APCL.

«Foi com enorme satisfação que recebemos a notícia do trabalho vencedor desta 4.ª Edição da Bolsa de Investigação em Mieloma Múltiplo. É para nós um orgulho fazer parte deste percurso, em conjunto com a APCL e com a SPH, no qual se procura o caminho para descobrir e desenhar novas abordagens terapêuticas», conclui Tiago Amieiro, diretor-geral da Amgen Biofarmacêutica.

O Mieloma Múltiplo é a segunda neoplasia hematológica mais frequente com cerca de 539 novos casos por ano. Esta patologia tem uma grande incidência a partir dos 50 anos e apresenta sintomas muito inespecíficos, que são desvalorizados ou confundidos com outras doenças mais comuns. A Bolsa de Investigação em Mieloma Múltiplo tem como objetivo promover e premiar projetos de investigação nacional que contribuam para o progresso do conhecimento científico e estado da arte numa doença hemato-oncológica rara, sem cura até ao momento.

“Contraceção sem Tabus”: Campanha nacional promove uso correto de métodos contracetivos
Segundo o relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), intitulado “O Estado da População Mundial 2022”, cerca de 50% das...

“A maioria das mulheres e casais que tenciona evitar uma gravidez não utiliza os métodos contracetivos mais adequados e seguros. Isso deve-se, muitas vezes, à falta de informação, e é nesse sentido que nós, farmacêuticos, somos chamados a intervir. Enquanto profissionais de saúde, sensibilizamos os utentes, incluindo as camadas mais jovens, para esta problemática, educando e apresentando soluções.

Os farmacêuticos são agentes de saúde pública e os profissionais a quem as pessoas recorrem primeiramente quando têm um problema de saúde ou dúvidas com os seus medicamentos. Também na área da contraceção, as mulheres recorrem às farmácias em situações de sexo desprotegido, por isso assumimos um papel preponderante na área da educação sexual”, explica Ana Sofia Ramos, farmacêutica e responsável por esta campanha nas Farmácias Holon.

A Campanha “Contraceção sem Tabus” tem também uma forte componente educativa dirigida aos jovens adolescentes nas escolas secundárias, tendo em vista a melhoria da saúde sexual e reprodutiva dos jovens, contribuindo quer com a difusão de informação baseada em evidência, quer com o aconselhamento/monitorização da correta utilização dos métodos contracetivos.

“Os adolescentes, por não estarem informados, estão mais predispostos a apreender e disseminar informações inadequadas e preconceitos que, somados à negação do risco de engravidar devido a um pensamento “mágico” característico da adolescência e da sua imaturidade psicoemocional, contribuem para que as experiências sexuais possam vir a ter riscos acrescidos, tanto a nível pessoal, como de Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) e problemas na gravidez.

A precariedade dos conhecimentos sobre sexualidade, associada à precocidade do início da atividade sexual cada vez mais frequente, ao maior número de parceiros, à desresponsabilização e ao uso inadequado e negligência no uso de contraceção, ligada ainda à ausência de consultas de planeamento familiar, contribuem para um maior risco de gravidez na adolescência”, conclui a Ana Sofia Ramos.

Esta campanha tem como objetivo mostrar que a escolha do método contracetivo mais adequado para cada adolescente, mulher ou casal depende das suas preferências e estilo de vida, mas que é imperativo o aconselhamento e a recomendação médica, para que seja o mais adequado possível a cada condição clínica. O farmacêutico, enquanto profissional de proximidade, poderá esclarecer todas as dúvidas relacionadas com a utilização dos métodos no momento da dispensa, a nível de segurança, eficácia, efeitos secundários ou reversibilidade de cada um.

A Campanha é promovida pelas Farmácias Holon, em parceria com a Organon Portugal.

Consulte o calendário das ações da Campanha em: https://www.farmaciasholon.pt/

Fundação José Neves lança guia
A valorização da saúde mental e bem-estar dos trabalhadores é fundamental para a criação de um ambiente de trabalho saudável....

Carlos Oliveira, Presidente Executivo da Fundação José Neves, refere que “torna-se imperativo que as empresas não só apostem cada vez mais no bem-estar e saúde mental dos trabalhadores, mas que também percebam que o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional só traz benefícios: na produtividade, no ambiente de trabalho e nos índices de satisfação gerais dos trabalhadores. Metade das 16h disponíveis do dia são passadas no local de trabalho, pelo que é extremamente importante investir em saúde mental e em práticas que se traduzam numa melhoria das condições no local de trabalho. Este Guia contempla várias estratégias para sensibilizar gestores e decisores para fomentar um ambiente de trabalho mais saudável a todos os níveis.”

A falta de saúde mental no trabalho surge devido a várias fontes de risco como o stress, a falta de identificação com o papel que se executa ou na relação com os colegas. As empresas que investem na saúde mental dos seus trabalhadores poderão ter um retorno económico de 9x, através do aumento de produtividade ou menor rotatividade entre trabalhadores.

Dados do novo Guia revelam que 1,39 milhões de portugueses em idade ativa sofrem de doença mental e que Portugal é o 4º país europeu onde se trabalham mais horas por semana (cerca de 41,7 horas semanais em comparação com as 40,9 horas semanas da média europeia). Os trabalhadores apresentam cada vez mais dificuldade em encontrar o equilíbrio entre a vida profissional e outras esferas da sua vida, e ainda se estima que 298 horas de trabalho por ano – o equivalente a 12 dias - não apresentam os níveis de produtividade adequados.

Uma conclusão importante é a de que cerca de 70% das pessoas com problemas de saúde mental recuperam totalmente nas empresas que reconhecem os sinais da falta de saúde mental, valorizam-nos e tomam medidas para contribuir para a sua melhoria.

Na Europa, por ano, a falta de saúde mental corresponde ainda a gastos na ordem dos 240 mil milhões de euros, dos quais 136 milhões se devem a perdas de produtividade e 104 mil milhões a despesas associadas à falta de saúde mental.

Comparado com a média europeia, situada nos 34,6%, apenas 18,2% das empresas portuguesas têm planos de ação para combater o stress laboral, 42,8% das empresas portuguesas apresentam estratégias para lidar com possíveis casos de ameaças, insultos ou agressões (em comparação com 52,6% da média europeia) e 41,6% apresentam estratégias para lidar com possíveis casos de bullying ou assédio (em comparação com 46,3% da média europeia).

Segundo a OMS, existem quatro fatores que se traduzem num ambiente de trabalho mais saudável, nomeadamente o ambiente físico, psicossocial – que engloba atitudes, valores e práticas quotidianas empresariais -, recursos de saúde e o envolvimento da empresa na comunidade. Se não forem reconhecidos nas empresas, os problemas de saúde mental derivados da falta destes fatores poderão traduzir-se em perdas de cerca de meio milhão de euros por ano por trabalhador devido às taxas de absentismo/presentismo, custos de contratação para colmatar as falhas de produtividade e outras despesas relacionadas com cuidados de saúde.

Existem várias práticas que podem ajudar a mitigar os problemas de saúde mental e bem-estar no local de trabalho, nomeadamente:

  • Criar locais de descanso e lazer para os trabalhadores usufruírem durante as pausas;
  • Permitir intervalos de 5 a 15 minutos durante o dia de trabalho;
  • Oferecer 20 minutos de ginástica laboral;
  • Fomentar a escuta ativa;
  • Oferecer psicoterapia, meditação ou outras formas de promoção de saúde mental;
  • Realizar reuniões mais individualizadas e pontos de situação frequentes para a equipa ou trabalhadores específicos.

O guia refere ainda vários casos de sucesso que podem inspirar e motivar o processo de mudança para um ambiente de trabalho mais saudável, nomeadamente da Accenture, BIAL, EDP, Farfetch, GALP e REN. Práticas como a disponibilização de serviços de medicina, psicologia, nutrição, aulas de yoga, sessões de meditação, ações de informação, adoção do modelo de trabalho híbrido ou linhas de apoio psicológico são disponibilizadas pelas várias empresas de forma a promover a saúde mental.

Destaque ainda para o programa de desenvolvimento pessoal da FJN, a App 29k FJN, que disponibiliza exercícios, meditações e grupos de partilha que promovem competências de desenvolvimento pessoal. A aplicação está disponível para iOS e Android e pode ser descarregada também no link https://joseneves.org/pt/29-k-fjn, onde consta informação sobre esta ferramenta.

Entrevista | Dr. Ciro Oliveira
Dados divulgados em 2021, revelam que, em Portugal, 48 mil pessoas sofrem de esquizofrenia, dos quai

Estima-se que a Esquizofrenia afete 1% da população mundial e, embora esta patologia não seja tão comum como outras perturbações mentais, os sintomas podem ser muito incapacitantes. Neste sentido, começo por lhe perguntar em que consiste e quais os principais sintomas?

A esquizofrenia é uma doença médica do foro da Psiquiatria que é crónica e que provoca alterações a nível cerebral que afetam múltiplas áreas: pensamento, perceção, afetos, cognição e comportamento global. Tem, por isso, um elevado impacto na pessoa que está doente, na sua família e na sociedade.

Caracteriza-se, entre outros sintomas, pela presença de sintomas positivos (também chamados, sintomas psicóticos), isto é, sintomas que não são reais, mas nos quais a pessoa acredita intensamente; e sintomas negativos, isto é, sintomas ligados aos afetos e à capacidade de interagir com os outros.

Os sintomas mais típicos são os delírios, que são ideias falsas nas quais a pessoa doente acredita com total convicção, mas que não são partilhadas pelos demais (por exemplo, achar que os vizinhos montaram um sistema de câmaras e microfones para o vigiar); e as alucinações, isto a sensação de estarem presentes vozes que só a pessoa doente consegue ouvir (por exemplo, achar que terceiras pessoas, não presentes, falam entre si, comentando o seu comportamento, ou que se dirigem a si diretamente). As alucinações, ainda que menos frequentes do que as auditivas, podem também ser olfativas, táteis e visuais.

Tipicamente, se estiverem presentes delírios e alucinações, tais alterações farão com que a pessoa doente passe a apresentar um pensamento desorganizado, nem sempre fácil de acompanhar, e também um comportamento desorganizado que, por regra, é globalmente congruente com aquilo em que a pessoa doente crê estar a acontecer.

Além dos sintomas positivos, mais exuberantes e visíveis para os outros, estão presentes sintomas negativos que são uma parte muito revelante da morbilidade desta doença. Os mais comuns são a diminuição da expressão emocional (menor reação às coisas; expressão facial e gestual empobrecidas; menor contacto olhos nos olhos) e a avolia, ou seja, a diminuição da iniciativa para se envolver em atividades.

Qual a sua prevalência e quais as faixas etárias mais acometidas por este transtorno? A partir de que idade pode ser diagnosticada?

Estima-se que a prevalência ao longo da vida da Esquizofrenia seja de aproximadamente 0,3-0,7%, variando de acordo com os estudos, sendo a prevalência semelhante a nível mundial. Pode estar aumentada em alguns grupos como, por exemplo, entre migrantes e refugiados, mas também depender do estatuto socioeconómico (mais comummente mais baixo) ou de viver em meio urbano. Afeta ambos os sexos, sendo a sua distribuição semelhantes entre os sexos, muito embora alguns estudos revelem rácios mais elevados no sexo masculino, sobretudo em apresentações com maior proeminência de sintomas negativos e maior duração da doença. O início da doença ocorre, habitualmente, de forma mais precoce no sexo masculino, entre o final da adolescência e o início da idade adulta (isto é, entre os 18 e os 25 anos); já no sexo feminino, o início é um pouco mais tardio (no final da segunda década de vida) e tem um outro pico de incidência pelos 40 anos de idade.

Sabendo que existem alguns sintomas precoces associados a esta perturbação, quais os sinais de alerta?

A apresentação da doença pode ser ou insidiosa ou mais súbita e, por ter uma apresentação bastante heterogénea, é difícil definir que sinais são mais reveladores da possibilidade de estar doente. Ainda assim, devemos ter atenção a alterações como a diminuição progressiva do envolvimento social nos jovens (muitas vezes as famílias pensam ser uma fase da vida, um período depressivo por uma qualquer razão circunstancial, um momento de dificuldades de integração académica), muitas vezes acompanhado de uma deterioração do desempenho escolar ou académico, assim como da qualidade dos relacionamentos interpessoais (maior dificuldade em manter amizades, ou afastamento; ausência de relações amorosas); a verbalização de ideias estranhas (como ideias persecutórias, ideias místicas) e a presença de comportamentos desadequados ou pouco compreensíveis (frequentemente com alguma ligação às ideias verbalizadas); alguns sintomas que aparentam quadros depressivos, como a diminuição do envolvimento em atividades ou diminuição do prazer em atividades de que anteriormente gostava, ou ainda a diminuição com os cuidados de higiene e de alimentação.

Sei que existem diferentes tipos de esquizofrenia. Que tipo são estes e como se caracterizam? Qual ou quais são as formas mais graves da doença?

Atualmente, os sistemas de classificação mais usados (DSM-5-TR e CID-11) já não distinguem diferentes subtipos de Esquizofrenia. Contudo, classicamente, a Esquizofrenia era dividida em vários subtipos. A saber: a esquizofrenia paranoide é, de longe, a mais comum e caracteriza-se pela presença de ideias persecutórias, por regra bem sistematizadas, e alucinações auditivas; a esquizofrenia hebefrénica ou desorganizada é caracterizada por um pensamento desorganizado que se acompanhada de um discurso incoerente e difícil de acompanhar, assim como por uma interação social desadequada; a Esquizofrenia catatónica é, nos dias de hoje, pouco frequente, predominando alterações da psicomotricidade como, por exemplo, agitação, mutismo, negativismo e estereotipias; a esquizofrenia indiferenciada é um subtipo que se atribui às pessoas que, cumprindo critérios para Esquizofrenia, não se enquadram em qualquer um dos subtipos anteriores; e, por fim, a Esquizofrenia residual é um subtipo que corresponde à fase crónica da doença, predominando os sintomas negativos e, consequentemente, uma disfuncionalidade global.

Quais os fatores que podem contribuir para o desenvolvimento desta perturbação?

Não existe uma causa definida para o desenvolvimento de Esquizofrenia, conquanto se saiba que a sua manifestação depende de múltiplos fatores, nomeadamente contributos genéticos (não existindo, ainda assim, alterações específicas que determinem a sua manifestação), alterações do neurodesenvolvimento e diversos fatores do meio (por exemplo, gravidez ou parto complicado, traumatismo craniano e, muito importantemente, o uso de substância como a canábis e os alucinogénios).

Sem cura, para que está indicado o tratamento e em que consiste?

O tratamento farmacológico é absolutamente fundamental para todas as pessoas diagnosticadas com Esquizofrenia. Atualmente, os fármacos existentes atuam ao nível da Dopamina — um neurotransmissor cujo funcionamento está alterado —, permitindo a sua regulação e, assim, a diminuição dos sintomas positivos. É advogado que o tratamento seja instituído o mais precocemente possível e a sua utilização é, à partida, crónica. Podem usar-se fármacos de administração oral (isto é, comprimidos) ou, por terem muitos benefícios aos níveis da adesão ao tratamento, tolerabilidade, diminuição das recaídas, melhor qualidade de vida e menores custos associados à doença, fármacos de administração injetável que pode ser, dependendo da molécula usada, quinzenal, mensal, bimensal, trimestral ou até semestral.

Qual o papel da terapia no tratamento da esquizofrenia?

Idealmente, o tratamento da Esquizofrenia implica uma equipa multidisciplinar que integre, entre outros profissionais, médicos, enfermeiros, psicólogos e terapeutas ocupacionais. Os psicólogos são fundamentais, por exemplo, para trabalhar a crítica para a doença, a adesão ao tratamento, diminuir o estigma da doença e fazer psicoeducação quer junto da pessoa doente, quer da sua família. Também os terapeutas ocupacionais são essenciais para a promoção da autonomia dos doentes em múltiplas áreas do quotidiano.

De que modo a doença condiciona o dia-a-dia do doente? É possível manter uma rotina profissional?

A Esquizofrenia é uma doença crónica, pelo que não tem cura, mas tem tratamento. Deve, por isso, ser tratada o mais precocemente possível, por forma a tentar garantir que a pessoa mantém a melhor funcionalidade possível, uma vez que, dependendo do número de episódios e do tempo de doença não tratada, pode condicionar diversas limitações com impacto na cognição e nas capacidades ocupacionais e sociais, como, por exemplo, a manutenção de um trabalho ou de relações sociais e familiares satisfatórias. A forma como a doença vai impactar na pessoa depende depois de vários fatores como a resposta ao tratamento, a adesão ao plano de tratamento, a ausência de consumo de substâncias e os meios a que a pessoa tenha acesso que possam permitir mitigar eventuais défices que a doença possa condicionar. Felizmente, a existência de fármacos eficazes e bem tolerados permite, nos dias de hoje, que a pessoa tenha um melhor desempenho e uma importantíssima redução do impacto que a doença por si só condiciona, pelo que é hoje muito comum vermos estas pessoas a ter uma vida plena e pouco, ou relativamente pouco limitada, pela doença.

Em termos sociais, quais as principais dificuldades / barreiras que se apresentam a estes doentes? Estes podem ter uma vida ativa e “funcional”?

Socialmente, a principal barreira que estas pessoas enfrentam é o estigma associado à doença, uma vez que a sociedade ainda perpetua muitos preconceitos relativamente à doença. Evidentemente, a doença, nomeadamente em períodos de descompensação ou de maior cronicidade, pode gerar na pessoa doente um discurso mais difícil de compreender ou mesmo a verbalização de ideias estranhas que causam perplexidade nos outros, o que contribuiu para um certo afastamento dos outros, uma vez que a nossa tendência geral é para não tolerar o que foge daquilo que consideramos ser normal. Da mesma forma, a doença pode condicionar na pessoa uma maior dificuldade na expressão de emoções e de sentimentos, o que também pode diminuir a sua capacidade de interagir com os outros e de ter iniciativa. Tudo isto pode condicionar disfuncionalidade laboral e períodos de inatividade. Contudo, quando devidamente tratadas, estas pessoas podem manter uma vida ativa e funcional quer aos níveis pessoal, familiar e social, quer ao nível laboral.

Qual o seu peso para as famílias? E para a sociedade?

A doença tem um peso elevado no microcosmo das famílias que têm maior dificuldade em lidar com o estigma associado à doença ou uma menor compreensão da doença, daí que a psicoeducação e a integração das famílias seja essencial ao sucesso terapêutico e a um melhor desempenho da pessoa doente. A família é, inquestionavelmente, essencial a um bom funcionamento da pessoa doente, podendo contribuir de forma decisiva para a adesão aos diversos aspetos do plano terapêutico e para a integração familiar e social. Já na sociedade, ou seja, no macrocosmo, o estigma associado à Esquizofrenia é muito elevado, sobretudo por desconhecimento ou ignorância. Assim, devem existir campanhas de sensibilização e de informação sobre o que é a Esquizofrenia, o que creio que permitirá diminuir o estigma, identificar e tratar casos mais precocemente (diminuindo a morbilidade) e ajudar a promover alterações sociais e/ou legislativas que ajudem a uma melhor integração social destas pessoas. Tal permitirá, igualmente, reduzir o impacto social direto da doença, desde logo a nível económico, com uma clara redução de custos.

Por que motivo esta é uma doença tão estigmatizante? Que mitos existem associados? E o que pode ser feito para mudar esta realidade?

A doença é muito estigmatizante porque, desde logo, não havia qualquer tratamento eficaz até aos anos 50 do século XX. Isso fazia com que a doença evoluísse de forma crónica, o que se traduzia numa muito marcada incapacidade de funcionamento das pessoas acometidas pela doença. Tal ajudou a criar as ideias erradas de que estas pessoas são perigosas, agressivas e incapazes, pelo que havia (e ainda há!) a ideia de que o diagnóstico era uma sentença de incapacidade permanente, o que levava à exclusão dessas pessoas. Os asilos psiquiátricos eram, assim, «depósitos» destas pessoas em cuja doença ia evoluindo até fases muito incapacitantes. Dada a ausência de tratamento, estas ideias populares foram perpetuadas durante séculos, pelo que nos cabe agora, com os avanços científicos e com os psicofármacos, melhorar a qualidade de vida das pessoas doentes e assim, juntamente com campanhas informativas para a população geral e sensibilizando a classe política acerca das necessidades destas pessoas, contribuirmos todos para que se derrubem barreias e mitos e se olhe para esta doença como outra qualquer doença crónica grave.

No âmbito do dia Mundial da Saúde Mental, que se assinalou no início deste mês, que mensagem gostaria de deixar?

A saúde mental é essencial ao nosso bem-estar. Saúde mental consegue-se arranjando tempo para descansar, ter férias, fazer exercício, para nos alimentarmos corretamente e nos relacionarmos com os outros, para fazer atividades que nos deem prazer e, obviamente, também para trabalhar porque, desde logo, é a nossa forma de nos sustentarmos financeiramente e uma fonte de realização pessoal muito importante. Tudo isso irá ajudar-nos a evitar alguns fatores que nos podem levar a ficar doentes, preservando a saúde mental.

No caso de ficarmos doentes e de a doença ser mental, devemos saber que a doença mental é uma doença também do corpo, porque não há mente sem corpo. Somos um só organismo. Por isso, quem tem doença mental, não é fraco, não tem falta de caráter, não é preguiçoso ou esquisito, nem tem falta de vontade, não é defeituoso. O que tem é uma doença. E quem tem uma doença, o que procura? Ajuda e, quando necessário, tratamento. Logo, ter uma doença mental é como ter uma diabetes, uma doença da pele ou um pé partido. Assim, se acharmos que não estamos bem do ponto de vista mental, não descuremos o problema ou achemos que conseguimos dar a volta sozinhos. Procuremos ajuda profissional junto do médico de família, do enfermeiro do centro de saúde, do psicólogo, do psiquiatra, ou junto de um qualquer profissional de saúde.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dia Mundial de Combate ao Bullying
A Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) lança, a propósito do Dia Mundial de Combate ao Bullying, que se assinala a 20 outubro...

O documento começa por explicar que bullying é “qualquer comportamento, exercido por um indivíduo ou grupo, com intenção de controlar, prejudicar ou magoar alguém, física ou psicologicamente” e que se distingue de outras discussões, desentendimentos, actos isolados de agressão/desrespeito/intimidação ou outros conflitos entre pares pela intencionalidade, pela repetição e pelo desequilíbrio de poder ou de força.

Os vários tipos de bullying incluem:

  • Bullying físico: bater, arranhar, cuspir, roubar, empurrar, partir objectos; bullying de cariz sexual (por exemplo, acariciar, tocar contra a vontade do próprio).
  • Bullying verbal: insultar, ameaçar, ofender, provocar, gozar, chamar nomes, usar alcunhas depreciativas, etc.
  • Bullying socio-emocional: espalhar boatos ou difamar alguém, isolar socialmente alguém (às vezes referido como “cancelamento”), excluir alguém de um grupo, fazer com que alguém se sinta rejeitado, etc.
  • Cyberbullying: Utilizar a Internet (por exemplo, as redes sociais) para enviar mensagens ameaçadoras ou insultuosas, partilhar informação sobre alguém, divulgar fotos de alguém contra a sua vontade, etc.

Qual é a frequência do Bullying?

O bullying entre crianças e adolescentes é um fenómeno muito comum, que ocorre, maioritariamente, em ambiente escolar.

É difícil obter uma ideia exacta da frequência do bullying, já que, muitas vezes, as vítimas optam pelo silêncio. Todavia, desde há vários anos, que os dados disponíveis revelam motivos para preocupação:

  • [2017] Portugal é o 15.º país com mais relatos de bullying na Europa e na América do Norte, ficando à frente dos Estados Unidos. 31%-40% dos adolescentes portugueses com idades entre os 11 os 15 anos confirma ter sido intimidado na escola uma vez em menos de dois meses
  • [2018] Quase uma em cada quatro crianças (23%) é vítima de bullying (em 2014 a percentagem era de 10%). A percentagem de bullies (17%) duplica face a 2010
  • [2019] Na Europa, 30% dos rapazes e 28,2% das raparigas sofreram bullying e 33% dos rapazes/19,2% das raparigas fizeram bullying. O bullying psicológico é o mais frequente na Europa e o ciberbullying regista uma tendência crescente (UNESCO, 2019). A maioria das crianças e adolescentes considera que o bullying através de meios tecnológicos (cyberbullying) é a forma de bullying mais frequente. 23% considera ter-se sentido perturbados com a exposição a conteúdos negativos no último ano e 16% refere que “teve de fazer coisas que não queria fazer”.
  • [2020 e 2021] A PSP regista cerca de 1400 ocorrências de bullying nas escolas portuguesas
  • [2022] Jovens LGBTQ+ entre os 14 e os 19 anos são vítimas preferenciais de bullying em Portugal

Mais de 60% das vítimas de bullying não denuncia o agressor e quem o faz demora, em média, 13 meses a fazer a denúncia.

Quais são os impactos do Bullying?

TODOS os comportamentos de bullying provocam sofrimento e mal-estar e colocam em causa o desenvolvimento saudável. Trata-se de um problema que pode comprometer a aprendizagem, perturbar as relações interpessoais e o desenvolvimento socio-emocional das crianças e jovens, reduzindo a sua percepção de segurança e protecção.

As crianças e jovens vítimas de bullying podem sentir ou revelar:

  • Preocupação e medo constantes.
  • Agitação, raiva e irritabilidade.
  • Apatia, abatimento, tristeza e baixa autoestima.
  • Sentimentos de vergonha, humilhação e rejeição.
  • Isolamento dos outros.
  • Comportamentos autodepreciativos ou autodestrutivos.
  • Dificuldades de concentração na escola.
  • Dificuldades de aprendizagem.
  • Desconforto físico, dores (por exemplo, dores de cabeça ou de estômago) e outras queixas físicas (por exemplo, cansaço).
  • Perturbações do sono.
  • Dificuldades de relacionamento com os outros, a curto e a longo prazo (por exemplo, retracção social, dificuldade em manter um relacionamento amoroso, baixo sentido de auto-eficácia ou auto-confiança, dificuldade em tomar decisões, dificuldades laborais).
  • Maior vulnerabilidade a problemas de Saúde Psicológica, a curto e a longo prazo (por exemplo, ansiedade, depressão, perturbação de pânico, ideação suicida, stresse pós-traumático ou consumo de substâncias).

O documento tem ainda uma abordagem sobre os bullies e responde a questões como: Como saber se alguém está a ser vítima de Bullying”, como saber se alguém pratica comportamentos de Bullying, o que podemos fazer quando somos vítimas de bullyin, como podemos ajudar um/uma colega que é vítima de Bullying e o que podemos fazer enquanto Pais, Mães ou Cuidadores?

Estudo
O Dia Mundial da Osteoporose assinala-se com uma descoberta que poderá ajudar no tratamento desta doença. É possível melhorar a...

O processo de renovação dos ossos acontece ao longo da vida: o osso é uma estrutura dinâmica, com células responsáveis pela reabsorção óssea, e outras responsáveis pela formação de novo osso, o que permite que os tecidos fragilizados sejam removidos e substituídos por tecido novo.

Porém, quando velocidade de absorção do osso é superior à da formação de novo osso, ocorre uma diminuição da densidade óssea e o risco de fratura aumenta. Este desequilíbrio, conhecido por osteoporose, afeta centenas de milhões de pessoas em todo o mundo, sobretudo mulheres acima dos 60 anos.

Apesar das estratégias atualmente disponíveis para tratar a osteoporose, promovendo o aumento da massa óssea ou prevenindo a progressão da fragilidade óssea, estas revelam-se, muitas vezes, insuficientes.

Na procura por novas soluções que promovam o aumento da massa óssea ou previnam a progressão da fragilidade do osso, as células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical foram testadas neste contexto devido às suas propriedades anti-inflamatórias, imunorreguladoras e regenerativas.

Neste estudo, foi avaliada a administração intravenosa de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical a animais com osteoporose induzida por stress oxidativo – uma condição associada à diminuição da densidade óssea e que tem por base um desequilíbrio entre a geração de espécies reativas de oxigénio e a sua remoção, provocando danos em células e em tecidos.

Durante a investigação, observaram-se melhorias significativas na qualidade dos ossos no grupo tratado com células estaminais, comparativamente ao grupo não tratado, tendo os animais tratados apresentado uma qualidade óssea muito próxima da dos animais saudáveis. Este resultado sugere que as células estaminais mesenquimais têm um efeito preventivo, ainda que parcial, na progressão da osteoporose, no modelo animal testado.

Os autores realizaram, ainda, experiências in vitro, em que procuraram observar os efeitos das células estaminais do cordão umbilical sobre osteoblastos (células precursoras que se podem diferenciar em células do osso) previamente expostos a espécies reativas de oxigénio. Os resultados revelaram que as células estaminais tiveram um efeito benéfico, promovendo a capacidade de proliferação e de migração dos osteoblastos, o que reforça o seu potencial para o tratamento da osteoporose.

“Embora este seja ainda um estudo em modelo animal, os resultados mostram que as células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical têm capacidade de melhorar a densidade óssea, demonstrando o seu potencial para o tratamento da osteoporose, um problema grave que afeta centenas de milhões de pessoas em todo o mundo, podendo no futuro constituir uma possibilidade terapêutica para esta condição”, explica Carla Cardoso, Diretora do Departamento de I&D da Crioestaminal.

Para aceder aos estudos científicos mais recentes sobre os resultados promissores da aplicação de células estaminais, visite o Blogue de Células Estaminais.

Em formato híbrido
A Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), dá hoje início à 11.ª Conferência de Valor APAH dedicada ao...

Os cuidados de saúde são responsáveis por cerca de 5 % das emissões de carbono, tendo por isso um impacto ambiental significativo. Por outro lado, o sector da saúde é fortemente condicionado pelas alterações climáticas e pelas mudanças que estas acarretam na procura de cuidados.

Na 11ª Conferência de Valor APAH, será discutida a forma como se pode desenvolver um sistema de saúde mais sustentável e mais eficiente nas várias dimensões operacionais, como sendo a dimensão energética, hídrica, gestão de resíduos, entre outras. Será por isso um momento importante, que pretende colocar a dimensão sustentabilidade ambiental como tema central para a organização de cuidados de saúde dos próximos anos.

Direcionada a todos os profissionais ligados à gestão em saúde, as Conferências de Valor APAH têm como desígnio fomentar a partilha de boas práticas e a procura de novas abordagens que permitam enfrentar os desafios presentes e futuros e que se traduzam na melhoria da qualidade e excelência dos resultados em saúde em Portugal.

A 11.ª Conferência de Valor APAH é presidida por Ana Escoval, Sócia de Mérito da APAH.

 

19 a 21 de outubro
Entre os dias 19 e 21 de outubro, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) acolhe o III Simpósio de Investigação...

O Enfermeiro Investigador é o mote para comemorar os 10 anos do Núcleo de Investigação em Enfermagem (NIE) do CHUC, um evento que conta no seu programa com a abordagem de várias temáticas que vão desde os desafios em investigação, ciência acessível, inteligência artificial e enfermeiro cientista, com um conjunto de reconhecidos oradores e comentadores nacionais e internacionais.

Neste evento será também apresentada a sinopse destes 10 anos de atividade do NIE com a apresentação da investigação realizada, os resultados e os projetos implementados no CHUC, sem perder de vista o futuro com abordagens centradas em temáticas ligados à enfermagem como ciência em Portugal e à valorização da enfermagem como profissão e ciência, entre outras.

 

APIC atribui Prémio Jovem Cardiologista de Intervenção 2022
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) acaba de atribuir o Prémio Jovem Cardiologista de Intervenção a...

Este ano os trabalhos foram subordinados aos seguintes temas, nas categorias de Intervenção Coronária e Intervenção Estrutural: “Uma imagem vale mais do que 1000 palavras”, “Complicações”, e “Casos clínicos out-of-the-box (desafio clínico ou técnico)”. “Recebemos cerca de 50 candidaturas, um fator que superou as nossas expectativas. Acreditamos que estas iniciativas são de extrema importância, uma vez que fomentam a formação e a integração dos jovens na área da Cardiologia de Intervenção”, afirma Rita Calé Theotónio, presidente da 13.ª Reunião Anual da APIC.

Beatriz Silva, do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte – Hospital de Santa Maria, ficou em primeiro lugar na categoria de Intervenção Coronária, distinguindo-se pela apresentação do trabalho “Um caso raro de vasculite coronária isolada com enfarte agudo do miocárdio recorrente”. Mariana Martinho, do Hospital Garcia de Orta, ficou em primeiro lugar na categoria de Intervenção Estrutural, distinguindo-se com o trabalho “Long-term effectiveness of Balloon Pulmonary Angioplasty”. As primeiras classificadas de cada categoria, Intervenção Coronária e Estrutural respetivamente, recebem, assim, uma edição digital do PCR – EAPCI Textbook, com a duração de três anos.

De acordo com Rita Calé Theotónio: “Estes jovens vão ser o pilar da Cardiologia nos próximos anos. Quer venham ou não a diferenciar-se na área da hemodinâmica, necessitam de ter um contacto próximo com todas as técnicas da Cardiologia de Intervenção para que possam ter uma voz ativa na decisão clínica dos doentes que vão orientar. Na Reunião Anual da APIC tiveram a oportunidade de apresentar os seus casos clínicos de intervenção e de representar os próprios centros que integram”.

Foram ainda distinguidos com menções honrosas, na categoria de Intervenção Coronária: Ana Vera Marinho, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, pelo trabalho “Negotiating a leaping tavi – keep the coronaries safe”, e Ana Rita Teixeira, do Hospital de Santa Marta, pelo trabalho “INOCA”. Já na categoria Intervenção Estrutural foram distinguidos com menções honrosas: Mariana Paiva, do Hospital de Santa Cruz, pelo trabalho “Acute left main coronary artery obstruction after a TAVI procedure – when the calcium gets on the way”; André Grazina, do Hospital de Santa Marta, pelo trabalho “Tricvalve pop-out”; e Ana Vera Marinho, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, pelo trabalho “A Tortuous Journey To the Aortic Valve: Can We Get There?”.

A APIC atribui o Prémio Jovem Cardiologista de Intervenção aos melhores trabalhos apresentados na sua Reunião Anual, que este ano se realizou de 13 a 15 de outubro, no Centro de Conferências de Tróia. Concorreram ao Prémio cerca de 50 trabalhos de internos de Cardiologia e jovens cardiologistas, de todas as regiões do país.

Com o apoio da Câmara Municipal de Oeiras
O projeto quer conhecer e ouvir propostas pensadas pelos cidadãos dos municípios na área da saúde. A organização compromete-se...

A Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde (SPLS) lança um projeto inédito em Portugal: mini-assembleias municipais constituídas por jovens e idosos que vão debater medidas e propostas para melhorar o setor da saúde. A primeira edição conta com o apoio da Câmara Municipal de Oeiras e vai ter lugar no Auditório Municipal Maestro César Batalha, no próximo sábado, 22 de outubro. A primeira sessão é direcionada aos jovens.  

Através de dinâmicas de grupo, a SPLS ambiciona criar um espaço comum e aberto à discussão de diversos temas que se prendem com assuntos relacionados com o acesso a saúde, a sua melhor compreensão e uso dos recursos. Para isto, o grupo de cidadãos do município vai sugerir medidas, debater ideias e votar nas propostas mais significativas e que tenham maior impacto na sociedade para a área da saúde.  

A iniciativa, além de ser um ponto de partida para refletir sobre o estado do setor em Portugal, pretende ser uma ferramenta de literacia em saúde. “Sendo mais bem esclarecidas e compreendidas, as pessoas poderão melhorar o seu nível de conhecimento, capacidade, formas de lidar com as crenças e as barreiras e tornar as pessoas mais ativas na defesa da sua saúde e de todos os que delas dependem”, defende a presidente da SPLS e coordenadora do projeto, Cristina Vaz de Almeida.  

A SPLS convida os cidadãos interessados a participarem nas mini-assembleias, de forma a “dar voz” aos problemas da sua comunidade. Com os contributos de cada sessão, a organização da iniciativa compromete-se a redigir um e-book com as propostas mais debatidas e votadas, que será submetido às respetivas autarquias para avaliação e implementação.  

A primeira edição, a acontecer em Oeiras, vai prolongar-se até dezembro, em quatro sábados espaçados. 

A primeira sessão acontece a 22 de outubro e vai juntar vários oradores ligados à situação dos jovens, especialmente migrantes: “A importância desta oportunidade de debate e esclarecimento de muitos temas que interessam ao cidadão e à sua saúde levou-nos a reunir um conjunto de especialistas, ativos, construtivos, que podem dar orientações e pistas muito importantes para a saúde dos indivíduos, das famílias, da comunidade”, avança a presidente da Comissão de Ética da SPLS e também coordenadora do projeto, Cecília Nunes. 

Para esta sessão, a SPLS apela à participação dos grupos de jovens e associações de estudantes de Medicina. No entanto, até dezembro, Oeiras pretende dar voz aos vários ciclos da vida. Por isso, o município ainda vai receber no seu “parlamento” pessoas com deficiência, mas também adultos mais velhos — como comunidades de centros de dia e universidades séniores.  

De 20 a 22 de outubro
Ativista dos direitos humanos moçambicana, Graça Machel Mandela, e diretora do Escritório de Genebra do Fundo das Nações...

Entre amanhã (dia 20 de outubro) e sábado, a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) será palco do 1º Seminário Internacional da Rede de Enfermagem de Saúde da Mulher de Países de Língua Portuguesa (RESM-LP).

Subordinado ao tema “As Mulheres e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - Contributos da RESM-LP”, o seminário, a decorrer presencialmente no Polo A da ESEnfC (Avenida Bissaya Barreto, na freguesia de Santo António dos Olivais), contará com a participação de cerca de uma centena de congressistas, entre investigadores, professores, técnicos, pessoas ligadas a organizações internacionais e a órgãos de poder político.

Durante três dias, a reflexão incidirá sobre «a estratégia global para a saúde das mulheres no mundo, com enfoque nos países de língua portuguesa», sobre a forma de «divulgar os direitos das mulheres à saúde sexual e reprodutiva» e «sobre a importância do ensino superior em Enfermagem para a saúde das mulheres».

A ex-primeira-dama de Moçambique e da África do Sul e ativista dos direitos humanos, Graça Machel Mandela, e a diretora do Escritório de Genebra do Fundo das Nações Unidades para a População, Mónica Ferro, são protagonistas no primeiro dia de trabalhos. Embora com participações à distância (por videoconferência), proferirão, respetivamente, as conferências "Mulheres: a estratégia global para sobreviver, transformar e prosperar (ODS 2016-2030)" (10h00) e "Os direitos das mulheres à saúde: quem ganha com o investimento na saúde sexual e reprodutiva?" (14h30).

Antes, na sessão de abertura (9h00), intervirão o Presidente da ESEnfC, Fernando Amaral, a coordenadora executiva da RESM-LP e docente da ESEnfC, Maria Neto Leitão, e a diretora-geral do Ensino Superior, Maria da Conceição Bento.

No dia inaugural do seminário, destaque, ainda, para a comunicação de Maria Neto Leitão, intitulada “RESM-LP: da visão à sua operacionalização para a promoção dos ODS. Realidades interpaíses” (9h30).

Sexta-feira, dia 21 de outubro, as conferências principais ficam a cargo do Presidente da ESEnfC – Fernando Amaral dissertará sobre "Educação superior em Enfermagem: impacto na saúde das mulheres" (9h30) – e da enfermeira obstétrica e cofundadora da RESM-LP/Brasil, Maria Antonieta Tyrrel, que falará de "Políticas de Saúde das Mulheres – da universalidade à equidade global" (14h00).

Ministra da Ciência, Elvira Fortunato, no encerramento do seminário

Entre muitos assuntos relevantes, registe-se, ainda, no mesmo dia, a alocução “Comemorações do centenário da International Confederation of Midwives. Sob o tema "100 anos de progressos" (17h00), por Franka Cadée, presidente deste organismo.

Já a sessão de encerramento (dia 22 de outubro, às 12h30) contará com as palavras da ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal, Elvira Fortunato, de Cristina Parada (representante da coordenação de Enfermagem na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, no Brasil), de Manuel Duarte Varela (diretor provincial de Saúde de Luanda, em Angola) e de Teresa Silva (enfermeira e docente na ESEnfC, cofundadora da RESM-LP).

Sediada em Portugal, na ESEnfC (eleita para a coordenação transcontinental), a RESM-LP beneficia da cooperação de enfermeiros e parteiras empenhados na promoção da melhoria da saúde da mulher e da saúde sexual e reprodutiva nos países que partilham a quarta língua mais falada no mundo, tendo os homens como parceiros estratégicos nesta missão.

A RESM-LP é constituída, sobretudo, por enfermeiras e parteiras de oito países – Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste –, que integram organizações políticas, instituições académicas, organizações profissionais e que prestam cuidados de saúde nos serviços públicos de cada uma destas nações.

A RESM-LP procura contribuir «para que cada mulher e cada menina que vivem em países de língua portuguesa desenvolvam o seu potencial de saúde, conheçam os seus direitos, sejam capazes de se autodeterminar face ao seu projeto de vida e de saúde, tenham oportunidades sociais e económicas e possam participar plenamente na construção de sociedades sustentáveis e prósperas».

Em 2019, a RESM-LP foi reconhecida pelos ministros da Saúde da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), os quais, reunidos em Genebra, à margem da 72ª Assembleia Mundial da Saúde, notaram «o trabalho fundamental de análise da situação de saúde da mulher, da saúde sexual, reprodutiva e neonatal e a possibilidade de desenvolver respostas sustentáveis que promovam a interligação entre investigação, formação e prática clínica». E sublinharam, por isso, «a necessidade de os Estados-Membros da CPLP identificarem pontos focais nos respetivos ministérios da Saúde para integrarem a Rede de Enfermagem de Saúde da Mulher de Países de Língua Portuguesa».

Opinião
A reconstrução mamária envolve uma variedade de procedimentos cirúrgicos que têm por finalidade rest

O envolvimento da Cirurgia Plástica no plano de tratamento da paciente é fundamental pois o tipo de cirurgia oncológica proposta para o tratamento afeta significativamente as escolhas e os resultados da reconstrução mamária.

Reconstrução pós mastectomia

Reconstrução com recurso a implante

Neste tipo de intervenção o material usado para recuperar a forma e volume mamários é externo à paciente, isto é, não provém de nenhuma outra área do seu corpo. Assim, o implante (expansor de tecido) é colocado no local onde estava a mama, e recorrendo a uma série de injeções (que são na maioria dos casos, indolores) de soro, este vai sendo preenchido até que as características mamárias pretendidas sejam alcançadas. O tecido que ficou, depois de removida a mama é expandido (de forma semelhante ao que acontece na gravidez, mas neste caso é mais rápido) e “preparado” para depois vir a alojar um implante definitivo. Este processo reconstrutivo pode demorar um ano para completar.

Reconstrução com recurso a “tecido” da própria doente

Este procedimento refere-se à “utilização” de pele e gordura da própria doente, proveniente, na maioria dos casos,  da sua região abdominal (o excesso que ficou depois da gravidez, por exemplo) para recuperar a forma, o volume e a projeção da mama. A utilização do músculo da parede abdominal também pode acontecer, porém, tem indicações específicas e a preocupação é sempre, preservar o maximo possível o tecido muscular.

Por vezes, quando não é possível, por motivos clínicos, ou pela vontade da doente, o recrutamento do tecido abdominal, pode recorrer-se a outro tecido muscular localizado nas costas da doente. Nestes casos, a reconstrução faz-se à custa do músculo grande dorsal e, como este é um músculo pouco volumoso, é associado um implante mamário para que as características da “nova mama” sejam mais realistas.


Um caso de mastectomia radical modificada à esquerda. Reconstrução mista com associação de uma prótese ao tecido autológo (musculo grande dorsal).

Reconstrução pós cirurgia conservadora da mama

A cirurgia conservadora da mama corresponde à remoção de uma parte da mama (tumorectomia/ quadrantectomia) e associa-se à radioterapia no período pós operatório. Em determinadas circunstâncias (mama muito pequena, tumor muito grande face ao volume da mama ou quando se localiza em regiões mais desfavoráveis do ponto de vista reconstrutivo) é essencial a remodelação do tecido mamário depois da cirurgia oncológica.

A recuperação da forma, contorno e volume mamários pode ser alcançada através da remodelação do tecido mamário para “preencher” o local onde foi removido o tumor. Como há necessariamente uma redução do volume mamário é frequente a realização de uma mamoplastia de simetrização na mama contra lateral para se alcançar a melhor simetria.

Quando o volume retirado com o tumor é demasiado grande para que possa ser restaurado com o próprio tecido mamário, outras opções podem ser equacionadas, tais como a utilização de um implante ou de um musculo, designadamente o musculo grande dorsal.


Um caso de cirurgia conservadora da mama à esquerda (tumorectomia e radioterapia). O resultado final depois da ressecção tumoral, remodelação da mama doente e simetrização da mama direita. Radioterapia já concluída também.

A reconstrução do complexo areolomamilar é, normalmente, o “ponto final” da etapa reconstrutiva e reveste-se de grande simbolismo. É importante que a simetria no posicionamento e no tamanho sejam bem estudadas porque o impacto que a reconstrução do mamilo da areola tem no resultado final é muito importante. O volume mamário e o contorno podem estar perfeitos, mas esta etapa é crucial para que a mama volte a ressurgir. Com recurso a tecidos da própria doente ou através da tatuagem, os resultados são muito gratificantes, embora dificilmente se aproximem da verdadeira aérola e mamilo perdidos.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Entre 28 e 29 de outubro
“A Enfermagem e a Ecossaúde”, “O empoderamento comunitário e o envelhecimento ativo”, “Mudanças Climáticas e o Empoderamento da...

Neste evento, que se realiza online, serão apresentados os principais resultados do “Modelo de Avaliação, Intervenção e Empoderamento Comunitário - MAIEC”, um projeto que pretende identificar os contributos da utilização deste modelo na melhoria do estado de saúde de diferentes comunidades e no aumento do seu nível de empoderamento para solucionar os seus problemas. Haverá também uma palestra sobre “Empoderamento Comunitário e Saúde Pública” de Glenn Laverack, da Universidade de Trento (Itália).

Pedro Melo, docente do Instituto Ciências da Saúde (Porto) e investigador do CIIS da Universidade Católica Portuguesa, destaca que dois dos grandes resultados que serão apresentados são “a identificação do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Comunitária e de Saúde Pública, como uma peça fundamental para garantir com eficiência e efetividade a saúde das comunidades e populações, e a identificação de indicadores de melhoria do estado de saúde de várias comunidades, relacionadas com a melhoria do diagnóstico de enfermagem ‘Gestão Comunitária Comprometida’ em diferentes contextos e comunidades.” Pedro Melo refere também que “as temáticas e os oradores convidados traduzem a interdisciplinaridade de que se reveste a Enfermagem”. De salientar que do painel de oradores nacionais e internacionais fazem parte Ulisses Miranda Azeiteiro, da Universidade de Aveiro da área da Biologia, Robert Ryan da Universidade de Massachussets, EUS da área de arquitetura; Maria João Costa, bolseira FCT do CIIS, representando a enfermagem, e Inês Sousa Real, deputada do PAN, em representação da política.

“Ao longo do evento vamos deixar tácito como a Enfermagem pode ajudar na promoção da educação para a sexualidade e afetos em comunidades escolares (envolvendo de forma efetiva os professores, alunos, familiares e outros membros da comunidade); na melhoria do estado de saúde de uma comunidade de crianças em Moçambique, relacionada com o seu Status Nutricional; na melhoria do clima organizacional de uma empresa;na melhoria dos casos de stress profissional e burnout numa comunidade hospitalar nos Açores; na criação de Observatórios dos Diagnósticos de Enfermagem em diferentes Agrupamentos de Centros de Saúde, permitindo melhorar a vigilância epidemiológica das populações; e nas competências de três comunidades intermunicipais (Gaia, Porto e Matosinhos), para a adaptação e mitigação às alterações climáticas”, conclui Pedro Melo.

O projeto MAIEC tem como finalidade avaliar o impacto do Modelo de Avaliação, Intervenção e Empoderamento Comunitário (MAIEC) em várias comunidades, considerando a comunidade como unidade de cuidados e o empoderamento comunitário como processo e como resultado. O projeto surgiu no contexto de doutoramento de Pedro Melo e está sediado no Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde da UCP. O mesmo conta e atua em quatro domínios distintos: “MAIEC e Comunidades Escolares”, “MAIEC e Comunidades Hospitalares”, “MAIEC e Processos Ambientais” e “MAIEC e Observatórios dos Diagnósticos de Enfermagem” e foi desenvolvido no Porto e em Moçambique.

Para mais informações e consulta do programa completo: https://ics.porto.ucp.pt/pt-pt/faculty-research/scientific-events/1o-congresso-maiec-desafios-das-alteracoes-climaticas-enfermagem-como-inovacao

É hoje, no NorteShopping, que se vai realizar uma ação de sensibilização
Hoje, 19 de outubro, assinala-se o Dia Mundial do Cancro da Mama. Para marcar esta data e o Outubro Rosa, a Farmácia Ferreira...

Entre as 15h00 e as 20h00, os visitantes do Centro podem dirigir-se em frente da farmácia, no Piso 0, e receber aconselhamento personalizado sobre nutrição e suplementação na doença oncológica. Às 15h00 e as 18h00, decorrem palestras sobre como atuar o Linfedema, no Cancro da Mama.

Esta iniciativa contempla, também, workshops de maquilhagem corretiva, que vão acontecer em dois horários: 16h00 e 19h00. Todos estes momentos são gratuitos e estão disponíveis para todos os visitantes.

 

Tratamento à Obesidade
O balão Ajustável é colocado vazio por endoscopia sob anestesia no estômago e posteriormente é enchi

A colocação demora em média 15-20 minutos sendo um procedimento rápido, simples e não invasivo. O tempo de recobro são 2-3h e o paciente tem alta no próprio dia. A recuperação é feita com 2-3 dias de repouso em casa.

Efeito do Balão

Ao preencher uma porção do estômago, o balão permite a diminuição da ingestão de alimentos, diminuição do apetite e saciedade precoce permitindo assim perder peso.

O balão é um excelente auxiliar na modificação dos hábitos alimentares pois permite a adoção de novos hábitos sem a dificuldade inicial associada à fome e falta de saciedade.

Perda de Peso

A perda de peso média registada com o Balão Ajustável é de 16kg aos 6 meses e 25kg após os 12 meses. Na nossa experiência observamos que no primeiro mês a perda de peso costuma variar entre 4-10kg. Estes resultados são comparáveis a métodos mais invasivos como o método Apollo (Endosleeve).

A quantidade de peso perdido irá depender do seu peso inicial, quanto mais peso maior a perda e da aderência ao plano alimentar, podendo ser superior à média. A motivação para alterar os hábitos alimentares e a aderência ao plano são fatores determinantes para uma perda de peso superior e manutenção do peso perdido.


Reprodução Gastroclinic

Vantagens do Balão Ajustável

1 Ano de Tratamento

O Balão Ajustável é o único balão que está aprovado para utilização durante 12 meses – o dobro do tempo relativamente aos outros tipos de balão utilizados até agora.

Ajustável

O seu médico poderá modificar o tamanho e volume do balão ao longo dos 12 meses de tratamento, ajustando o balão às suas necessidades específicas. Desse modo, pretende-se manter a sensação de saciedade ao longo do tratamento e diminuir a intolerância.

Maior Perda de Peso

Com os balões usados até agora, 80% do peso é perdido nos primeiros 3 meses de tratamento. A partir de então, o estômago vai recuperando a sensação de apetite pelo que nos 3 meses seguintes a perda de peso é menor (20%). Com o balão Ajustável, a perda de peso é mais uniforme ao longo do tratamento uma vez que a sensação de saciedade pode ser recuperada graças ao ajuste do volume e tamanho do balão.

Mais Tolerância

Se um paciente se apresentar muito intolerante após a colocação do balão, é possível reajustar o tamanho do balão e, desse modo, evitar a extração prematura do balão.

Acompanhamento

Durante os 12 meses de tratamento, existe um acompanhamento contínuo por parte do médico gastroenterologista e da nutricionista. Este acompanhamento é essencial para a obtenção dos melhores resultados possíveis.

Após os 12 meses de tratamento é expectável que o paciente tenha aprendido e integrado na sua vida hábitos alimentares saudáveis que permitam a manutenção do peso perdido.

Candidatos

Para a colocação do balão intragástrico é necessária a realização de uma consulta de avaliação onde a sua história clínica e dados serão analisados detalhadamente.

O critério de colocação é o Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 27.

Dispomos de outras opções de tratamento para pessoas com um IMC inferior a 27 ou que por qualquer motivo não possam realizar a colocação do balão intragástrico.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Município de Faro
“Saúde em Dia: Gripe nos idosos – vacinar para proteger” é o tema da próxima sessão informativa promovida pelo Espaço Saúde...

A sessão acontece já no próximo dia 20 de outubro, das 15h30 às 17h00, no auditório do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA). A iniciativa pretende alertar para a importância da vacinação no idoso e nas pessoas consideradas com alto risco de desenvolver complicações pós gripe, que são responsáveis por inúmeros episódios de urgência e internamento.

Serão também abordados alguns dos fatores a considerar, nomeadamente, quando deve ser feita a vacinação, quem deve ser vacinado, como é feita a convocatória para a vacina, quais as pessoas abrangidas pela vacinação gratuita, como agir quando ocorrem efeitos secundários, bem como dicas e formas de implementar hábitos preventivos contra a gripe.

“Esta sessão tem como objetivo sensibilizar as pessoas para esta problemática tão presente no nosso país, ao mesmo tempo que pretende promover a literacia em saúde e potenciar a mudança para hábitos preventivos, de forma a consciencializar e preservar a saúde dos cidadãos”, afirma Ricardo Valente Santos, psicólogo e gestor do projeto Espaço Saúde 360º Algarve.

“Este tipo de iniciativas abertas ao público permite-nos chegar a uma população mais idosa e com menos acesso a informação de saúde credível e atualizada, sensibilizando-a para esta temática” esclarece Margarida Espírito Santo, do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA). Como reforça a outra preletora da sessão, Margarida Querido, da Farmácia da Penha, “prevenir é, sem dúvida, a palavra de ordem e é fundamental que esta população esteja informada e preparada”.

A sessão “Saúde em Dia: Gripe nos idosos – vacinar para proteger” está enquadrada na iniciativa “Saúde em Dia”, um conjunto de sessões informativas que pretendem esclarecer a população algarvia sobre importantes temas da área da saúde, através de uma comunicação simples e objetiva, que desmitifica alguns conceitos erróneos.

A iniciativa é gratuita e aberta ao público em geral. A inscrição deve ser feita aqui.

 

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