Cientistas da Universidade de Coimbra
Uma equipa de investigação da Universidade de Coimbra (UC) desenvolveu uma metodologia rápida, económica e eficiente para o...

O diagnóstico célere desta doença hereditária «pode criar a oportunidade de iniciar o tratamento com maior precisão e rapidez, de modo a permitir que o doente tenha maior benefício e oportunidade de recuperar a visão, se for o caso», explica a docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), coordenadora do Laboratório de Biomedicina Mitocondrial e Teranóstica (LBioMiT) do Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC (CNC-UC) e coordenadora do estudo científico, Manuela Grazina. «A rapidez é fundamental para o diagnóstico diferencial da doença e para prosseguir a investigação diagnóstica com maior precisão», sublinha a professora da UC.

Denominada “GenEye24”, esta nova metodologia «permite a identificação das três variantes patogénicas mais frequentes – Top3 (95% do total de alterações genéticas identificadas) na Neuropatia Ótica Hereditária de Leber, num período de 24 horas, com grande sensibilidade e especificidade», explica Manuela Grazina. «Com as tecnologias usadas habitualmente, o diagnóstico genético pode chegar a demorar mais de um mês», contextualiza a coordenadora da investigação.

Com este estudo científico, a equipa da Universidade de Coimbra propõe «uma nova abordagem metodológica económica, simples, robusta e rápida, recorrendo à PCR (reação da polimerase em cadeia) em tempo real, para identificação com alta especificidade de alterações no genoma mitocondrial», elucida a investigadora da UC. «Este teste é feito por amplificação do material genético do doente, extraído a partir do sangue, com “sondas” e “detetores” (primers) complementares da sequência onde podem encontrar-se as alterações genéticas deletérias», acrescenta Manuela Grazina.

Depois de revelados os impactos positivos que pode ter no diagnóstico precoce da Neuropatia Ótica Hereditária de Leber, a equipa de investigação espera que «a “GenEye24” possa vir a ser usada em grande escala no rastreio de doentes, pela rapidez de obter uma resposta de precisão, com grande

utilidade clínica e já está disponível no LBioMiT, tendo sido já rastreados alguns doentes, de entre os quais dois eram portadores de uma das mutações Top3», remata a investigadora.

O estudo científico contou ainda com a participação de Sara Martins (Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra), Maria João Santos (Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra e Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra), Márcia Teixeira (Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra), Luísa Diogo (Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia e Centro de Referência de Doenças Hereditárias do Metabolismo do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra), Maria do Carmo Macário (Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia e Centro de Referência de Doenças Hereditárias do Metabolismo do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra), João Pedro Marques (Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra) e Pedro Fonseca (Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra).

De referir que o Laboratório de Biomedicina Mitocondrial e Teranóstica do Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC é centro afiliado do Centro de Referência de Doenças Hereditárias do Metabolismo do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra desde 2021.

O artigo científico “GenEye24: Novel Rapid Screening Test for the Top-3 Leber’s Hereditary Optic Neuropathy Pathogenic Sequence Variants” encontra-se publicado na revista Mitochondrion, e disponível em https://doi.org/10.1016/j.mito.2023.01.006.

Projeto OVERWATCH
Para responder à necessidade de abordar com o máximo de eficácia as catástrofes naturais que se têm registado na Europa, com...

Coordenado pela empresa italiana ITHACA, este projeto conta com 10 parceiros de 5 países (Portugal, Itália, Polónia, Dinamarca e Alemanha), num investimento total de 3M€ para os próximos 3 anos. O OVERWATCH irá desenvolver um sistema holográfico integrado para apoio aos operacionais na gestão dos meios de combate a incêndios e inundações, com recurso a inteligência artificial.

Para Pedro Matias, Presidente do ISQ, “a utilização de algoritmos de aprendizagem automática é da maior relevância no mundo atual. Este novo sistema irá permitir analisar e consolidar dados recebido através da Observação da Terra e por Veículos Aéreos Não-Tripulado, e identificar zonas alvo de catástrofe naturais, por exemplo incêndios florestais e inundações, e até mesmo auxiliar na busca e salvamento. Os algoritmos de inteligência artificial serão, no fundo, utilizados no processamento de dados, permitindo delimitar frentes de incêndio/água, identificar pontos de água, etc., e contribuir para a disponibilização, ao utilizador, de ferramentas de ajuda à decisão. Tudo com o objetivo de fornecer informação relevante e mais detalhada aos decisores no terreno por forma a que a tomada de decisão seja mais rápida, levando a uma gestão mais eficiente dos meios disponíveis.

De realçar que Portugal será o palco de realização de uma de duas demonstrações previstas no projeto, onde se irá simular um incêndio florestal e respetiva resposta das equipas de combate a incêndios florestais auxiliadas pelo sistema OVERWATCH.

“O sistema combinará vários serviços já oferecidos pelo EGNSS (European Global Navigation Satellite System) e Copernicus Emergency Management and Security, com tecnologias digitais, inteligência artificial e drones. O objetivo será o de fornecer informação atualizada, detalhada e interativa, atempadamente aos responsáveis pela tomada de decisão no combate e mitigação de catástrofes naturais”, explica Nelson Matos, Gestor de Projetos do ISQ.

Hugo Silva, investigador do INESC TEC acredita que “o OVERWATCH é um projeto que visa capacitar as equipas de emergência com uma ferramenta avançada de perceção sensorial de elevada resiliência em cenários de catástrofe”. O investigador explica que “o módulo a desenvolver pelo INESC TEC será um sistema de comunicações móvel que utiliza um “drone tethered” e uma ligação de banda larga via satélite, como forma de fornecer serviços de comunicações (Wi-Fi e 5G) às equipas de emergência e ao sistema Overwatch em caso de falha das comunicações, algo que acontece por vezes neste tipo de cenários”.

Em termos práticos, “para além de uma solução de comunicações de fallback, este sistema pretende complementar a rede de emergência legada, na medida em que introduz suporte a novos casos de uso com requisitos de comunicações mais exigentes do que o tradicional serviço de voz, como por exemplo, a utilização de plataformas robóticas para recolha massiva e automatizada de informação, e o suporte à operação de sistemas holográficos para melhor reconhecimento situacional”, continua.

O projeto OVERWATCH enquadra-se no programa de investigação europeu Horizonte Europa, estando este projeto diretamente sob a alçada da EUSPA (Agência da União Europeia para o Programa Espacial).

O projeto é financiado pelo Programa Horizonte Europa (CALL:HORIZON-EUSPA-2021-SPACE) ao abrigo do Acordo de Subvenção 101082320.

Entorses e Fraturas
Entorses ou fraturas estão entre as principais lesões que acometem os tornozelos.

De acordo com Krystin Hidden, cirurgiã ortopedista da Mayo Clinic, “a articulação do tornozelo é composta pelas extremidades da tíbia e pelos ossos da fíbula que estão conectados por múltiplos ligamentos que ajudam a estabilizar as articulações.”

A lesão em qualquer um dos ossos, ligamentos ou tendões, e os diversos tipos de artrite, podem causar dores no tornozelo.

A entorse no tornozelo, que é “uma lesão que ocorre quando alguém gira, torce ou vira o tornozelo de forma estranha” forçando-o a sair da sua posição normal, é o tipo de lesão mais frequento. Sendo que, a falta de tratamento adequado para um tornozelo torcido, o envolvimento em atividades muito rapidamente após a torção ou a torção recorrente pode levar a complicações contínuas.

Quanto às fraturas, explica a médica, estas atingem sobretudo a fíbula, mais especificamente no maléolo lateral. “As fraturas do maléolo lateral podem ser tratadas isoladamente sem cirurgia, caso nenhuma outra lesão ligamentar seja identificada usando incidências especiais nas radiografias. Se ocorrerem combinadas, as fraturas do maléolo lateral, maléolo medial e maléolo posterior necessitam com frequência de cirurgia, devido à instabilidade do tornozelo e tendência à artrite”, adianta.

“Essas articulações são translacionais, permitindo que uma parte translade, e não gire, em relação à outra. Mas, historicamente, está demonstrado que apenas 1 milímetro de translação da articulação reduz 42% da área de contato. Se essa relação estável não for restaurada, a artrite no tornozelo poderá progredir rapidamente”, refere ainda.

Segundo esta especialista, as fraturas podem variar de pequenas rachaduras nos ossos até fraturas expostas.

As fraturas no tornozelo podem ser causadas por múltiplos fatores, inclusive lesões rotatórias de baixa energia em desportos recreativos ou acidentes de alta energia com veículos motorizados. “O tratamento de um tornozelo fraturado depende exatamente do local e da gravidade da fratura óssea. Um tornozelo gravemente fraturado pode necessitar de cirurgia para o implante de placas, hastes ou parafusos no osso fraturado para manter a posição adequada durante a cicatrização”, explica.

A prevenção destas lesões é multifatorial e começa com uma dieta saudável e exercícios diários, sublinha a médica, incluindo a reposição dos níveis adequados de vitamina D.

“Medidas preventivas adicionais para evitar as lesões no tornozelo incluem exercícios propriocetivos para aprimorar o equilíbrio e a coordenação. Esses exercícios fortalecem os ligamentos e músculos estabilizadores da articulação do tornozelo, inclusive a tibial anterior, a tibial posterior e os músculos peroneais. Além disso, um estilo de vida saudável com atividades físicas diárias ajudará esses músculos a estabilizar o tornozelo nas superfícies irregulares”, acrescenta.

Por outro lado, o uso de calçado confortável “palmilhas que ajudam a posicionar o antepé” também podem ajudar a posicionar melhor a articulação do tornozelo, sobretudo entre aquelas que têm pés altamente arqueados. “O alongamento diário dos músculos da barriga da perna ajuda a combater o desequilíbrio na articulação do tornozelo e pode ajudar a evitar completamente as lesões no tornozelo”, diz a cirurgiã.

O tratamento para as lesões no tornozelo pode depender da gravidade do problema. Para uma torção, as medidas de autocuidado e medicamentos para dor podem suficientes, no entanto, pode ser necessária uma avaliação médica para determinar o tratamento adequado e evitar lesões recorrentes. “É importante procurar a ajuda de um profissional de saúde, como um ortopedista, fisioterapeuta ou especialista em medicina esportiva. A consulta com um fisioterapeuta pode fazer parte do programa de recuperação e prevenção, dependendo das suas necessidades específicas”, salienta a especialista da Mayo Clinic.

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Formação conjunta de profissionais de saúde
A Escola Superior deEnfermagem do Porto (ESEP), a Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto e a Faculdade de Medicina da...

Esta iniciativa, apoiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência, pretende fomentar a partilha de recursos humanos, técnicos, científicos e materiais para a educação e formação que permitirá uma nova resposta interprofissional.

Miguel Padilha, diretor executivo da Aliança, explica que “este projeto colaborativo proporciona uma visão multidisciplinar e multiprofissional, fundamental para os profissionais de saúde enfrentarem os novos desafios globais em saúde e para a qual as respostas atuais se têm revelado insuficientes”.

O diretor executivo refere ainda que “esta Aliança será uma plataforma partilhada entre as três instituições, capaz de enfrentar a crescente complexidade dos desafios colocados aos profissionais de saúde, contribuindo para a aceleração da transição digital na educação e formação, um fator que exige investimento na atualização e conversão de competências, estratégias pedagógicas e espaços de formação”.

Este projeto foca-se, assim, na criação de sinergias que, no futuro, vão permitir aprofundar os pontos comuns em que as áreas da medicina, da enfermagem e dos técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica se complementam.

Com vista a corporizar esta iniciativa, a Aliança vai criar um Centro de Educação para a Saúde que vai permitir a criação e disponibilização de atividades de formação interprofissional dedicadas aos profissionais de saúde, três Centros de Simulação Clínica, com vista a otimizar a qualidade e segurança das intervenções.

Financiado pelo fundo Recuperar Portugal, com fundos europeus através do instrumento NextGenerationEU, esta é uma das plataformas disruptivas que permitirá uma resposta mais eficiente e eficaz aos novos desafios da sociedade e aos objetivos de desenvolvimento sustentável.

 

 

Inquérito
De acordo com um inquérito da Deco Proteste, o tamanho dos rótulos dos alimentos é um dos principais obstáculos para mais de...

A principal organização de defesa dos consumidores em Portugal tem um longo historial de reivindicações relacionadas com a legibilidade dos rótulos dos alimentos e com a melhoria qualitativa da respetiva informação.

No seu mais recente inquérito sobre “O que diz a embalagem”, os resultados revelam que 15% dos consumidores não despende tempo para os ler. As principais razões prendem-se pelo tamanho diminuto da letra, a compreensão e extensão da informação ou a inexistência de interesse. 5% simplesmente não confia na informação apresentada no rótulo.

De acordo com os dados do estudo, 75% dos inquiridos reconhece, por exemplo, a utilidade da informação nutricional, sendo que 61% admite que os ajuda na sua decisão de compra.

Informação crucial para comprar

Em contramão com os fatores de desinteresse está a informação valorizada por uma larga maioria dos inquiridos: prazo de validade, lista de ingredientes, informação nutricional, instruções de utilização, país ou região de origem. A estes dados somam-se ainda as promoções, os conselhos de conservação e o peso líquido.

As alegações nutricionais são claramente um fator muito importante no momento da compra. Como sublinha a Deco Proteste, as informações mais valorizadas pelos inquiridos refletem as tendências atuais da alimentação: sem açúcar adicionado, baixo teor de sal, baixo teor de gorduras saturadas e zero ou baixas calorias. A este top de alegações somam-se outras quatro informações decisivas – rico em vitaminas, natural, rico em fibras e sem sal.

Sobre os resultados do inquérito nacional, Rita Rodrigues, diretora de Comunicação e Relações Institucionais da Deco Proteste, não tem dúvidas: “os rótulos dos alimentos são uma importante fonte de informação que permite ao consumidor realizar compras informadas, mais conscientes, adequadas às suas necessidades nutricionais, condições de saúde, sem esquecer o combate ao desperdício alimentar. É fundamental saber ler e interpretar os rótulos dos alimentos. A sua leitura atenta possibilita conhecer a composição dos alimentos, e desta forma realizar as melhores escolhas, desde o momento da compra, até ao momento do consumo”

“A Deco Proteste quer continuar a ser um parceiro ativo na promoção de mais e melhor literacia sobre as informações que constam nos rótulos e nas diversas dimensões, como a lista de ingredientes, alergénios e informação nutricional”, conclui a responsável.

10 de fevereiro
O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, inauguram a...

A obra que consiste num conjunto escultórico da autoria do mestre Rogério Abreu, partiu da reflexão sobre a entrega dos médicos no combate à pandemia que nos assolou e que ainda persiste entre nós, o seu altruísmo, dedicação, espírito de sacrifício e resiliência. Presta uma merecida homenagem a todos os médicos, homens e mulheres, que estiveram na linha da frente do momento difícil que vivemos.

A soldadura foi a técnica utilizada nesta obra que permitiu uma grande expressividade criativa através da relação com a mão e no construir/desfazer, cortar/moldar, agarrar/soldar, avançar/ recuar, observar/pensar constantes no processo artístico.

O objeto é composto por materiais em aço inox cuja principal característica é a sua resistência à oxidação atmosférica. As dimensões do conjunto são de aproximadamente 3,50 metros de largura por 1,50 metros de altura, inserindo-se no espaço à sua volta e criando uma relação pictórica e envolvente com quem o observa.

 

XIII Congresso Nacional de Cirurgia Ambulatória
A Associação Portuguesa de Cirurgia Ambulatória (APCA) vai organizar o XIII Congresso Nacional a realizar de 15 a 17 de junho,...

A iniciativa, dirigida a médicos, cirurgiões, anestesiologistas, enfermeiros, administradores e gestores hospitalares, pretende promover a colaboração interdisciplinar para discutir e desenvolver estratégias que visem a melhoria da eficácia dos procedimentos cirúrgicos ambulatoriais.

“O caminho para progresso da cirurgia ambulatória assenta na pesquisa e desenvolvimento de novas técnicas e tecnologias para melhorar a segurança e qualidade no tratamento dos doentes”, explica Carlos Magalhães, presidente da APCA.

E acrescenta: “É isso que almejamos com este Congresso Nacional. Identificar e debater desafios e questões críticas desta área, valorizando a discussão com a multidisciplinaridade dos profissionais presentes e a partilha de boas práticas na gestão e administração de serviços de cirurgia ambulatorial”.

Para mais informações e inscrições, consultar: https://diventos.eventkey.pt/geral/detalheeventos.aspx?cod=422&lingua=pt-PT.

 

Menções Honrosas para estudos nas áreas dos Tumores Cerebrais e da Hipertensão Arterial
O Prémio BIAL de Medicina Clínica 2022 distinguiu a obra “Os desafios da Neurodiversidade: um percurso na área da medicina...

O trabalho, premiado com um valor de 100 mil euros, representa uma visão de 15 anos de percurso na investigação básica e clínica na área do neurodesenvolvimento, em particular no autismo, influenciada pela história pessoal do autor, pai de um jovem com esta condição, com responsabilidades associativas e federativas.

Alicerçada na procura de biomarcadores e novas terapias, a investigação teve como foco os conceitos chave de Neurodiversidade e Medicina Personalizada. O conceito de Neurodiversidade aplicado à Medicina, em particular ao autismo, mostra que, apesar das semelhanças entre indivíduos, o nosso cérebro transporta marcas únicas que levam a manifestações biológicas e do comportamento muito diferentes, originando a necessidade de tratamentos diferenciados e ajustados a cada pessoa, isto é, Medicina Personalizada.

Com esta visão da “molécula ao homem”, ligando a biologia molecular, imagiologia cerebral e neurociência cognitiva, foram realizados diversos ensaios clínicos, usando fármacos, mas também terapias não farmacológicas com base científica, sobretudo interfaces homem-máquina e jogos imersivos, para tentar melhorar aspetos como o reconhecimento de emoções, a regulação emocional e a ansiedade no autismo.

“O trabalho confirmou que para compreender e reabilitar melhor o autismo é preciso ter em conta marcadores neurobiológicos que permitam caracterizar melhor a Neurodiversidade, de forma a concretizar abordagens de Medicina Personalizada e de Precisão, tendo sido crucial o trabalho de equipas multidisciplinares”, explica Miguel Castelo-Branco, coordenador científico do Coimbra Institute for Biomedical Imaging and Translational Research (CIBIT/ICNAS) e Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

Para o presidente do júri do Prémio BIAL de Medicina Clínica 2022, Manuel Sobrinho Simões, “o trabalho vencedor reflete um percurso de vida dedicado à investigação, alicerçado na história pessoal do autor, que contribuiu substancialmente para a compreensão da dualidade saúde/doença, permitindo o desenvolvimento de tratamentos personalizados de forma a melhorar competências sociais e de regulação emocional no autismo”.

Menções Honrosas para trabalhos sobre Tumores Cerebrais e Hipertensão Arterial

O júri do Prémio BIAL de Medicina Clínica 2022 decidiu ainda atribuir duas Menções Honrosas, no valor de 10 mil euros cada uma. Sobrinho Simões realça a relevância das obras galardoadas com Menção Honrosa, destacando que “foram distinguidos dois trabalhos, no âmbito da patologia molecular dos tumores cerebrais e da epidemiologia da hipertensão arterial na população moçambicana, que demonstram a importância da investigação científica para a evolução da medicina em particular e da sociedade em geral”.

Distinguido com uma Menção Honrosa, “Brain Tumors 360º: from biological samples to precision medicine for patients” é um trabalho  da autoria de Cláudia Faria, Neurocirurgiã no Hospital de Santa Maria (Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte – CHULN),  investigadora no Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (iMM) e professora na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), que pretende contribuir para melhorar o conhecimento científico dos tumores cerebrais, através do desenvolvimento da Brain Tumor Target (BTTarget), uma plataforma centrada no doente que permite simular a doença humana e testar modelos e terapias inovadoras para Medicina Personalizada.

O primeiro passo consistiu na criação de um Banco de Tumores Cerebrais no Biobanco-iMM CAML, que inclui amostras biológicas de aproximadamente 2000 doentes.

A BTTarget permite uma visão 360º dos tumores cerebrais, que começa na análise do material biológico, passando pela integração de dados clínicos e de anatomia patológica, pela criação de modelos que simulam a doença humana, e culminando na descoberta de biomarcadores ou novos tratamentos que voltam ao doente sob a forma de ensaios clínicos.

Esta plataforma promove a colaboração em projetos de investigação nacionais e internacionais, com o objetivo de ajudar a compreender melhor como se formam os tumores cerebrais e de que forma podemos melhorar o tratamento dos doentes.

Cláudia Faria explica que “apesar dos avanços no conhecimento da biologia molecular, os tumores cerebrais malignos continuam a ser uma importante causa de morbilidade e mortalidade em crianças e adultos, por isso estas descobertas, após validação em ensaios clínicos em doentes, podem contribuir para a melhoria da sua sobrevida e qualidade de vida”.

O júri atribuiu também uma Menção Honrosa ao trabalho “Contribuição para o estudo da Hipertensão Arterial em Moçambique e na África subsaariana: Resultados de um combate de 25 anos”, coordenado por Albertino Damasceno, cardiologista no Hospital Central de Maputo e professor catedrático jubilado da Universidade Eduardo Mondlane, reconhecido pela Ordem dos Médicos de Moçambique como o “Pai da Cardiologia em Moçambique”.

Este trabalho apresenta os resultados de uma ampla pesquisa no domínio da hipertensão arterial na população de Moçambique, realizada nos últimos 25 anos, fruto de uma colaboração entre a Universidade Eduardo Mondlane de Moçambique e a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), bem como outras instituições académicas africanas e grupos de trabalho internacionais.

Pretendeu-se recolher novas informações relativamente à hipertensão arterial nos indivíduos negros da África Subsaariana, e especificamente de Moçambique, conhecer melhor a sua epidemiologia e fisiopatologia, bem como identificar vários fatores determinantes que possam suportar decisões sobre medidas preventivas e terapêuticas mais adequadas para reduzir a morbilidade e mortalidade associadas à hipertensão arterial.

O trabalho mostrou que, na população de Moçambique, um em cada três adultos tem hipertensão arterial, identificou as suas causas, tipos e os baixos níveis de controlo constatando a sua responsabilidade por uma anormalmente elevada mortalidade por acidentes cardiovasculares. Identificou ainda quais os medicamentos mais eficazes para tratar a hipertensão arterial na população africana bem como as medidas de saúde pública que deverão ser aplicadas para minimizar no futuro as graves consequências desta situação.

De acordo com Albertino Damasceno, “a hipertensão arterial é o principal fator de risco para a insuficiência cardíaca, para o acidente vascular cerebral e para a cardiopatia isquémica em África”, explica o coordenador da obra, acrescentando que “este trabalho poderá ajudar a individualizar estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento da hipertensão arterial para muitos portugueses ou imigrantes de origem africana residentes em Portugal”.

Além de Albertino Damasceno, a obra distinguida contou com a coautoria de Jorge Polónia (FMUP e Hospital Pedro Hispano), Nuno Lunet (FMUP e Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto), António Prista (Universidade Pedagógica de Maputo), Carla Silva Matos (Ministério da Saúde de Moçambique) e Neusa Jessen (Hospital Central de Maputo e Universidade Eduardo Mondlane).

A cerimónia de entrega do Prémio BIAL de Medicina Clínica 2022 decorre no dia 8 de fevereiro, na Aula Magna da FMUP e conta com o Alto Patrocínio do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, bem como o patrocínio do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas e da Ordem dos Médicos.

1 milhão de dólares
Está a decorrer o processo de submissão de propostas a um Programa Competitivo de Bolsas no âmbito da Aliança Merck-Pfizer....

Estas bolsas estão inseridas no programa Global Medical Grants (GMG) e pretendem apoiar iniciativas independentes, com o objetivo de melhorar os resultados em saúde e responder a necessidades médicas não satisfeitas, alinhadas com a estratégia científica da Aliança Merck-Pfizer.

Este Request for Proposal (RFP) público fornece detalhes sobre a área de interesse, estabelece o período de submissão e datas de revisão e aprovação. Os projetos serão analisados por um painel de revisores internos que integram a aliança entre as companhias e que tomarão a decisão final sobre a atribuição das bolsas.

As companhias não têm influência sobre nenhum aspeto dos projetos e apenas solicitam relatórios sobre os resultados e sobre o impacto dos mesmos com o intuito de compartilhá-los publicamente.

 

Frieiras, micoses e unhas encravadas
Durante o inverno, e perante a vaga de frio prevista para os próximos dias em Portugal, há um conjun

Com a chegada da estação mais fria do ano, a tendência é que os pés passem a maior parte do tempo cobertos, o que poderá causar o aparecimento de frieiras, micoses e unhas encravadas.

Por isso, devemos agir de forma preventiva e cumprir as seguintes recomendações:

  1. Secar bem os pés após o banho

Nos dias frios é comum que as pessoas saiam do banho apressadas para colocar as meias. Este comportamento é imprudente pois usar meias com os pés molhados facilita o aparecimento de bactérias, fungos e frieiras.

Por isso, recomenda-se a devida secagem dos pés, sobretudo os espaços entre os dedos, garantindo que nenhuma região estará húmida quando colocarmos as meias.

  1. Usar meias de algodão em vez de nylon

As meias de algodão apresentam dois benefícios fundamentais para esta época do ano: aquecem devidamente os pés e absorvem o suor dos pés, assegurando um ambiente seco que evita a propagação de bactérias e fungos.

  1. Privilegiar o calçado confortável

Utilizar calçado que se adeque e não aperte os pés nem as unhas é fundamental para evitar quaisquer condicionamentos na circulação sanguínea e consequente encravamento das unhas dos pés.

  1. Usar talco

Utilizar talco no próprio calçado e/ou entre os dedos dos pés reduz a humidade, evitando assim a proliferação de fungos e bactérias.

  1. Deixar os pés "respirarem" em casa

Se possível, quando estiver em casa fique com os pés descalços para que possam, durante algum tempo, “respirar” sem estarem cobertos por sapatos e meias.

  1. Colocar creme hidratante

No Inverno é usual que a pele dos pés fique seca. Para melhorar e aliviar esta condição é recomendável passar um creme hidratante específico para os pés.

  1. Cortar devidamente as unhas

Cortar as unhas em linha reta é importante para que as mesmas não encravem e causem dor ou desconforto nos pés.

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Opinião
Tratar a acne de forma natural, não significa que existe um suplemento ou uma superfood que irá faze

A alimentação é uma das partes mais controversas no que diz respeito a acne: será o problema o chocolate, os lácteos ou as comidas gordurosas? 

Vários estudos descobriram que uma associação entre uma dieta de alto índice glicêmico e a acne. Com isso afeta a pele? Comer alimentos ricos em açúcar elevam os níveis de insulina e consequentemente pode aumentar a produção de sebo, afetar os níveis de SHGB (globulina ligadora de hormonas sexuais) e aumentar a concentração de hormônios andrógenos. Uma dieta com baixo índice glicêmico aumenta a quantidade de SHGB e reduz a quantidade de hormônios andrógenos. Isso é de interesse pois níveis mais altos de SHGB foram associados com uma menor gravidade de acne.

Outro alimento muito controverso são os lácteos. Aqui vale a pena saber que a evidência para o açúcar é muito mais forte do que para os lácteos. De facto, algumas pessoas notam melhorias quando retiram ou reduzem os lácteos, especialmente o leite. A recomendação é que se sofre de acne deve evitar o leite. O restante dos lácteos, se consumidos devem ser com moderação e não como um dos grupos principais da sua alimentação diária.

Atualmente, a alimentação das sociedades modernas é pobre em ômega 3 e rica em ômega 6, e isso deveria ser ao contrário. Vários estudos sugerem que este desequilíbrio aumenta os marcadores de inflamação, uma vez que ômega-6 é pró-inflamatório e ômega-3 é anti-inflamatório. Uma maneira eficaz de aumentar a ingestão de ômega-3 é ingerir peixes como sardinha, cavala, robalo, atum, pescada ou salmão selvagem. Fontes vegetais incluem: nozes, chia, linhaça e sementes de cânhamo.

Se você comer muitas carnes criadas convencionalmente e/ou não comer peixe em quantidades suficientes, considere tomar um suplemento de óleo de peixe. O óleo de fígado de bacalhau é uma boa escolha que contém as vitaminas D e A.

A carne pode afetar o acne de várias maneiras.  A carne vermelha e processada contém uma quantidade significativa de gordura saturada, que pode contribuir para o aumento dos níveis de colesterol e triglicerídeos no sangue.

Em segundo lugar, a carne vermelha e processada também pode ser rica em hormônios e antibióticos, que podem desequilibrar a biologia hormonal do corpo, o que pode desencadear a produção de sebo e a obstrução dos poros.

Por último, a carne vermelha e processada geralmente é rica em sódio e geralmente pobre em nutrientes como antioxidantes, vitaminas e minerais, que são importantes para a saúde da pele.

De acordo com estudos, a melhor dieta para a acne é a de baixo índice glicémico, que se concentra em alimentos com baixo índice glicêmico (IG), ou seja, alimentos que causam uma liberação gradual de açúcar no sangue. Os alimentos com baixo IG incluem frutas, vegetais, grãos integrais, legumes e proteínas magras. A dieta também geralmente recomenda limitar ou evitar alimentos com alto IG, como açúcar, pão branco e massas refinadas.

Dietas vegetarianas e veganas

Vários pacientes chegam ao consultório a seguir uma alimentação vegetariana ou vegana. A maior parte nota melhorias na pele quando começam a seguir esta dieta.

Se conseguirmos tratar a acne apenas com alterações na alimentação, o problema é fácil de ser resolvido. Na maior parte das vezes, os clientes que chegam até mim já tem uma alimentação saudável e notaram melhorias entretanto desejam melhorar ainda mais, e é então que entra o tratamento com a suplementação e restantes  fatores.

Evite alimentos processados, açúcares refinados, gorduras saturadas e laticínios, pois eles podem agravar a acne. Consumir água suficiente também é importante para manter a pele hidratada e limpa.

É importante mencionar que a acne é uma condição multifatorial e uma dieta saudável pode ser apenas um componente do tratamento.

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Curso de Raciocínio e Registo Clínico
O Núcleo de Estudos de Formação em Medicina Interna (NEForMI) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) vai realizar...

Para João Araújo Correia, um dos formadores responsável pelo curso, “o Registo Clínico é parte integrante da qualidade assistencial. É a colheita da história clínica, encarada como um interrogatório inteligente, capaz de dar respostas que permitam alcançar o diagnóstico, com maior rapidez e menos exames subsidiários. O Raciocínio Clínico como a marca distintiva do exercício da Medicina Interna”.

A 2ª edição deste curso tem como objetivos dar a conhecer o conceito de Heurísticas e a importância da sua utilização no Raciocínio Clínico e alertar para as armadilhas do Raciocínio Clínico, os diferentes tipos de viés e normas para tornar mais difícil o erro médico.

Quanto ao registo clínico João Araújo Correia saliente que “está amplamente provado que um bom registo clínico leva a melhores cuidados de saúde prestados aos doentes. Devemos sempre adotar como dogma que aquilo que não está registado não foi efetuado. Associar o registo clínico ao Método de Weed será um objetivo extra”.

Inscrições em: https://www.spmi.pt/curso-registo-e-raciocinio-clinico/

 

 

Formação profissionais dos Cuidados de Saúde Primários
O auditório do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil (IPO Lisboa) vai acolher, no dia 19 de maio, a sexta...

Divulgar as recomendações atuais em torno de problemas clínicos da gastrenterologia oncológica e da endoscopia digestiva, bem como promover a discussão de casos clínicos e a interação entre gastrenterologistas do IPO Lisboa e colegas especialistas em medicina geral e familiar é o principal objetivo deste encontro.

Isabel Claro, diretora do Serviço de Gastrenterologia do IPO Lisboa, explica que «as neoplasias digestivas são muito frequentes, sendo uma causa major de mortalidade. A implementação de estratégias que visem a sua prevenção e diagnóstico precoce são fundamentais para a alteração desta realidade. De igual modo, a correta abordagem diagnóstica e terapêutica tem impacto na esperança e qualidade de vida dos doentes. Neste contexto, a integração entre os cuidados primários e hospitalares assume grande relevo e justifica a importância deste curso».

Este curso resulta de uma iniciativa conjunta dos Serviços de Gastrenterologia dos três Institutos Portugueses de Oncologia, tendo a primeira edição decorrido em 2015.

 

Lançada nova campanha de sensibilização
“O planeta de amanhã é feito das escolhas de hoje” é o mote da campanha para 2023 da VALORMED – Sociedade Gestora de Resíduos...

Tendo a consciência de que é urgente adotar medidas para alcançarmos um futuro mais sustentável, a VALORMED lança esta campanha. Vai ter o apoio de estações de televisão, através de publicidade institucional, e de autarquias do norte, sul e regiões autónomas do país, serviços de transportes públicos, que vão disponibilizar de painéis de publicidade e partilhar conteúdos nas suas redes sociais e websites. Além disso, a partir de abril, a VALORMED vai marcar presença na rádio Renascença com a sua rúbrica “Faz Eco”, que pretende passar uma mensagem de cariz ecológico e de promoção do ambiente.

Como os mais jovens serão os adultos de amanhã, a campanha vai estar presente em estabelecimentos do ensino pré-escolar e escolas de 1º e 2º ciclos, através de aulas digitais que vão procurar explicar aos mais novos o impacto ambiental do descarte indevido dos resíduos de medicamentos fora de uso e de prazo e ensinar a forma correta de o fazer.  Às escolas vai, ainda, ser facultada a possibilidade de se envolverem num concurso de disfarces de Carnaval relacionado com a VALORMED, que seja capaz de suscitar a curiosidade e envolver as crianças nesta causa.

Sendo os medicamentos utilizados para a melhoria das condições de saúde, proporcionando segurança e qualidade de vida às sociedades atuais, a sua utilização crescente tem sido acompanhada de uma preocupante tendência de serem eliminados no lixo comum ou vazados nos esgotos domésticos.

Os Indicadores e Dados Gerais VALORMED de 2022 apontam para 1.300 toneladas de resíduos de embalagens e medicamentos recolhidas. É um valor superior em quase 5% quando comparado com o alcançado em 2021, mas, ainda assim, existe muito trabalho a fazer no sentido de sensibilizar e educar a população para que os entregue apenas nas farmácias e parafarmácias.

Segundo Luís Figueiredo, diretor-geral da VALORMED, “esta campanha surge com o objetivo de alertar a sociedade para o erro que uma parte muito significativa dos portugueses comete relativamente às embalagens e medicamentos fora de uso e de prazo, que é não depositar nos contentores da VALORMED que se encontram disponíveis na quase totalidade das farmácias e já em muitas parafarmácias do País e as consequências que daí poderão advir para o ambiente.”

Nas redes sociais podem ser encontrados posts informativos, com dados atuais, que pretendem ajudar a população a compreender os muitos erros cometidos no dia-a-dia e esclarecer dúvidas frequentes. A campanha decorrerá ao longo de todo o ano e estará também presente no website da VALORMED.

Projeto do IPO Porto “Cancro sem Temor”
No âmbito do Dia Mundial da Luta contra o Cancro, que se assinalou este sábado, é divulgado hoje o terceiro episódio do podcast...

Com a participação de Cláudia Vieira, Oncologista Médica na Patologia de Mama, Deolinda Pereira, Diretora do Serviço de Oncologia Médica e Ana Paula Lopes, sobrevivente de cancro da mama, a conversa centra-se na importante fase da vida do doente, em que o foco é o regresso às rotinas e aos sonhos por concretizar no futuro, em como lidar com a notícia da alta hospitalar e na gestão das relações pessoais e profissionais.

Conta ainda com intervenções de Susana Almeida, Psiquiatra, que apresentou algumas ferramentas de como o doente e também os cuidadores podem enfrentar a fase de sobrevivência e de Sérgio Chacim, Onco-hematologista, que testemunha a sua experiência com jovens doentes.

“Estamos aqui” envolve 45 minutos de conversa intimista, durante a qual se visitam receios, expectativas, visões clínicas e recomendações, sem deixar de lado o humanismo e, sobretudo, a esperança.

“Cancro sem Temor” é um projeto do IPO do Porto, dirigido a toda a população, com o objetivo de realçar a importância de aprender a viver com o diagnóstico de cancro e desmistificar conceitos e ideias sobre esta vivência. Através de diferentes testemunhos e perspetivas, procura-se simplificar e retirar a carga negativa, o medo associado à doença, clarificando diferentes aspetos, para ajudar a lidar melhor com ela. Olhar para a doença de diferentes perspetivas, psicológico, emocional, farmacológico, médico e social. O impacto do diagnóstico no indivíduo e no seu mundo.

O podcast, que conta com o apoio da Novartis, está disponível no canal Youtube do IPO do Porto e nas plataformas de podcast (Spotify e Apple Podcasts).

 

Perceção da Diabetes em Portugal
Mais de 98% dos portugueses afirmam saber o que é a diabetes, mas cerca de 60% não identificam a morte como uma das...

“A diabetes é facilmente identificada pela maioria da população, que a associa a um tema problemático, devido à sua elevada prevalência”, afirma João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP, acrescentando, “Contudo, o impacto que a diabetes tem na perda de qualidade de vida e como causa de morte, ainda não é suficientemente conhecido. A diabetes é responsável por cerca de 8 anos de vida perdida e, em 2018, foi a causa direta de morte de 3,8% de portugueses, sem conseguirmos quantificar o seu impacto real, conhecido, na mortalidade por outras causas, das infeciosas, ao cancro ou às doenças cardiovasculares.”

No campo da prevenção, tem sido realizado um trabalho de sensibilização da população, que se comprova pelo facto de 77,3% dos inquiridos do estudo conhecerem os fatores de risco para a diabetes tipo 2, como é o caso do excesso de peso ou da obesidade, do sedentarismo e da hereditariedade. Já 83,5% sabem como é possível prevenir a doença, indicando a alimentação saudável, a prática de exercício físico e ter um estilo de vida saudável como principais formas de o fazer. Ainda assim, apenas 10,1% e 8,8% destas pessoas consideram que o acompanhamento em consulta de endocrinologia ou por uma equipa especializada em obesidade, respetivamente, são as melhores formas de controlar o peso. Em contrapartida, 66% apontam a dieta orientada por um nutricionista como a melhor tática.

No que diz respeito às complicações da diabetes, quase 90% dos inquiridos afirmam saber quais são, mas apenas 43,2% indicaram a morte como uma delas. Ainda sobre as complicações, 90% dos inquiridos afirma saber quais as principais complicações da diabetes e as mais identificadas são a cegueira/ problemas de visão (90%), amputações (77%) e dificuldades na cicatrização de feridas (76%).

“Este estudo demonstra que os portugueses sabem o que é a diabetes e quais as suas principais complicações, mas, mesmo assim, somos um dos países com maior percentagem de população com diabetes na Europa. Assim sendo, não podemos só atuar em campanhas de sensibilização e informação. Para mudarmos os comportamentos, temos de ter respostas concretas, de acompanhamento e suporte, para melhorar os tratamentos e a qualidade de vida de quem tem diabetes. Faltam políticas públicas mais ambiciosas para mudar o curso global da doença, com compromissos das autarquias e da sociedade civil”, aponta José Manuel Boavida, presidente da APDP.

O estudo levado a cabo pela empresa Spirituc, com o apoio da Bayer, baseia-se em 1000 inquéritos realizados a portugueses entre os 18 e os 80 anos, entre os dias 26 de outubro e 6 de novembro de 2022, com o objetivo de avaliar as perceções destes relativamente à diabetes.

Atividade física, sono, alimentação, ciclo menstrual ou meditação
Segundo um questionário do Grupo Euroconsumers, organização europeia que agrega várias organizações de defesa do consumidor,...

Nos últimos dois anos, o confinamento fez com que as aplicações dedicadas a um estilo de vida mais saudável ganhassem destaque nas listas de downloads dos consumidores. Aproximadamente metade dos portugueses, durante esse período de tempo, tentaram melhorar os seus hábitos alimentares (58%), a sua condição física (48%) e os seus hábitos de sono (31%).

A saúde no seu todo mantém-se igualmente como uma preocupação: 37% admitem que fazem, no mínimo, 30 minutos de exercício físico três dias ou mais por semana, contra 19% que afirma nunca o fazer.

Segundo os dados do inquérito, as aplicações de saúde e fitness integradas no smartphone (64%) e as aplicações dedicadas à prática de exercício físico são as preferidas dos portugueses (59%).

A Deco Proteste identificou a Garmin Connect, a Nike Run/Training, a Adidas Run/Training e a Strava como as favoritas dos inquiridos para a realização de atividade física e a Samsuns Fit Health, FitBit, Zepp, Google Fit/Heath e Apple Fit/Health, como as preferidas dos inquiridos quanto à monotorização da saúde em geral.

Além das aplicações de exercício físico, as aplicações de saúde e de nutrição também têm registado uma procura elevada. Com efeito, 43% dos inquiridos que usam estes três tipos de aplicações afirmaram que estas os ajudam bastante a alterar alguns hábitos pouco saudáveis na sua rotina diária, como forma de atingir um estilo de vida mais equilibrado.

As pulseiras de fitness e os relógios inteligentes também começaram a ser mais utilizados mas, ainda assim, apenas 29% dos inquiridos afirmou usar aparelhos para monitorizar a saúde ou a condição física. Motivos como o preço (30%), ou o facto de não precisarem de equipamento eletrónicos para terem hábitos saudáveis (47%), foram apresentados como fatores para não os usarem.

Como a oferta deste tipo de aplicações é, regra geral, gratuita, a Deco Proteste considera que se deverá experimentar várias aplicações até que se encontre a que melhor responde às necessidades de cada individuo. Mas, no final, antes de remover a aplicação, deverá apagar a sua conta e respetivos dados pessoais.

Muitas são as aplicações que permitem monitorizar vários aspetos relacionados com o bem-estar de cada um. Independentemente do que se usa (smartphone, relógio ou pulseira) o importante é procurar seguir um estilo de vida saudável.

“Guia de Alimentação na Pessoa com Cancro”
No dia 4 de fevereiro assinalou-se o Dia Mundial do Cancro e importa sempre relembrar o importante papel da alimentação ao...

Dada a importância que um bom estado nutricional tem no aumento da tolerância aos tratamentos oncológicos, uma equipa multidisciplinar de profissionais de saúde que cuidam diariamente de pessoas com cancro, nomeadamente uma Oncologista, uma Enfermeira e duas Nutricionistas, decidiram preparar um “Guia de Alimentação na Pessoa com Cancro”. Trata-se de uma ferramenta escrita de forma acessível e organizada de uma forma prática e intuitiva para que doentes e familiares/cuidadores possam esclarecer as suas dúvidas relativas à alimentação e gestão de sintomas durante e após os tratamentos.

Para além de Elsa Madureira, são também autores deste manual Andreia Capela, Presidente da AICSO e Médica Oncologista no Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho; Luciana Teixeira, Nutricionista no Centro Hospitalar e Universitário de São João e Sara Parreira, Enfermeira Coordenadora na CUF Oncologia.

Este Guia foi desenvolvido pela Associação de Investigação de Cuidados de Suporte em Oncologia (AICSO) com o apoio da Danone Nutricia e da Liga Portuguesa contra o Cancro. A completar este Guia há um pequeno livro de receitas apelativas, preparadas com Suplementos Nutricionais Orais, como forma alternativa de os tomar, quando estes são recomendados. Este Guia está disponível para consulta ou download (gratuito) no site da AICSO.

Clique na imagem para aceder ao Guia

Tratamento de lesões
Os meniscos medem aproximadamente 25mm de diâmetro e as suas funções são múltiplas, sempre relaciona

Permitem a adaptação de duas superfícies incongruentes, o fémur e a tíbia, nos movimentos de flexão e extensão do joelho. Por outro lado, são estruturas essenciais na transmissão de força durante a transferência de peso/descarga de peso, para a distribuição das forças compressivas durante o movimento articular.

O menisco medial é comparado com um C muito aberto, ocupando cerca de 50% do contacto do compartimento interno do joelho. O menisco lateral, em forma de O, é maior do que o medial, envolvendo quase 70% do prato tibial externo, é também o menisco com maior grau de mobilidade durante o movimento do joelho.

As lesões meniscais são comuns em todos os grupos etários e funcionais. O aumento da vascularização do menisco medial, na periferia, aumenta a hipótese de maior sucesso de cicatrização após reabilitação. As lesões em jovens ocorrem devido a forças e tensões a que a estrutura está sujeita, podendo estar associado ao desporto, posturas incorretas, profissão e a fatores genéticos.

De uma forma geral, as lesões surgem devido à carga com rotação, durante a flexão ou extensão do joelho. Tal acontece porque, no movimento de extensão, o joelho possui estruturas que lhe conferem estabilidade impedindo movimentos de varismo/valgismo.

Se existir uma fraqueza ou laxidão dessas estruturas, as lesões meniscais terão maior probabilidade de ocorrerem. A lesão do menisco é acompanhada, sempre, de edema, podendo existir também lesões sinoviais, capsulares ou ligamentares. As lesões centrais do menisco não cicatrizam ao contrário do que acontece nas periféricas, que apresentam potencial de recuperação.

A cirurgia meniscal está entre os procedimentos ortopédicos mais comuns realizados atualmente, podendo ocorrer alterações estruturais e biomecânicas da articulação do joelho.

Muitos estudos confirmaram a importância do menisco na articulação do joelho, e a sua lesão está associada à instabilidade e desgaste articular.

Existem 2 grupos principais de pacientes com lesões meniscais submetidos à artroscopia: aqueles com lesões agudas e os que desenvolvem lesões degenerativas.

  • As lesões agudas geralmente ocorrem quando uma carga axial é transmitida diretamente ao joelho fletido associada à rotação.
  • Em contraste, as lesões degenerativas são típicas dos idosos e de pessoas obesas e acompanhadas de alterações degenerativas na cartilagem. Quando lesado, o menisco apresenta pouca capacidade regenerativa, principalmente devido ao seu sistema vascular.

Embora grande parte das roturas meniscais sejam tratadas de forma conservadora, aquelas que são sintomáticas e produzem um bloqueio e instabilidade da articulação podem ser tratadas cirurgicamente.

O tratamento depende do estado morfológico do menisco determinado pela artroscopia, pela correlação clínica, pela idade, localização da lesão, correlação com os dados clínicos usados, extensão da lesão meniscal, lesões associadas e nível de atividade física.

Uma grande variabilidade de programas de reabilitação tem sido usada para tratar pacientes em recuperação após este tipo de cirurgias.

Existe uma grande variabilidade de protocolos de reabilitação pós-operatória, que defendem diferentes aspetos de várias variáveis, tais como, a restrição da amplitude de movimento, o suporte de peso e a taxa na qual os pacientes progridem de um estadio do protocolo para o seguinte. O fortalecimento é parte integrante e de grande importância nos programas de reabilitação. Os exercícios isotónicos e isocinéticos são duas opções para a recuperação de força após cirurgia, podendo ser usados ao mesmo tempo durante a reabilitação.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Universidade de Coimbra
A investigadora do Centro de Imagem Biomédica e Investigação Translacional (CIBIT) do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas...

Através do uso de técnicas de imagem cerebral funcional de ponta, e também de microscopia de alta resolução, a investigação pretende aprofundar o conhecimento sobre o desenvolvimento da unidade neurovascular durante o período neonatal, que pode contribuir para melhorar o diagnóstico e tratamento de patologias cerebrais em recém-nascidos.

Em concreto, o projeto de investigação “Desvendar a mudança neonatal no acoplamento neurovascular: uma abordagem multimodal” foca-se no estudo do desenvolvimento da comunicação entre os vasos sanguíneos e os neurónios, necessária para a obtenção de energia e oxigénio, cruciais para o bom funcionamento cerebral. Esta investigação pré-clínica vai ser realizada em murganhos recém-nascidos, através da «análise da resposta cerebrovascular após estimulação neuronal, recorrendo a várias metodologias de neuroimagem que irão ser complementadas com análise molecular», contextualiza Vanessa Coelho-Santos.

A imagem cerebral funcional é «uma valiosa ferramenta não invasiva amplamente utilizada em estudos do cérebro na área da saúde, que se baseia no fluxo sanguíneo e no estado de oxigenação para fornecer informações sobre a função cerebral, e desempenha um papel importante para detetar problemas e lesões no cérebro do recém-nascido e na previsão de alterações do neurodesenvolvimento a longo prazo associadas a essas lesões», explica a investigadora da UC.

«Curiosamente, em recém-nascidos, há uma discrepância na resposta cerebrovascular quando comparada com adultos, o que dificulta muitas vezes o diagnóstico e caracterização de patologias», elucida Vanessa Coelho-Santos. Até ao momento, «existe uma lacuna no conhecimento para explicar esta discrepância que precisa ser abordada para uma melhor compreensão dos dados de imagem cerebral funcional», contextualiza a investigadora. Explicar o que está na origem desta mudança pode vir a permitir «intervir em patologias quando este acoplamento neurovascular fica comprometido não

só durante o desenvolvimento, mas em outras patologias tais como na doença de Alzheimer ou num Acidente Vascular Cerebral», acrescenta.

Com esta investigação, que vai estar em curso até ao final de 2025, a equipa coordenada por Vanessa Coelho-Santos pretende «avançar com conhecimento que pode abrir caminho para estudos de biomarcadores para uma eficaz identificação de lesões ou outros processos adversos que podem inviabilizar o desenvolvimento normal do cérebro, podendo vir a ter impacto num diagnóstico precoce e tratamento de patologias cerebrais neonatais, como a paralisia cerebral ou doenças do neurodesenvolvimento, como autismo», destaca a investigadora.

Com recurso a metodologias de imagem cerebral de ponta, complementadas por uma abordagem molecular, este estudo laboratorial vai envolver uma equipa multidisciplinar. O financiamento competitivo conquistado por Vanessa Coelho-Santos vai ainda permitir a integração de novos elementos na equipa de investigação.

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