Ministro da Saúde

Meta para reduzir infecções hospitalares classificada como ambiciosa

O ministro da Saúde classificou como ambicioso o compromisso assumido por 12 hospitais públicos para reduzir para metade as infecções hospitalares, mas mostrou-se convicto de que o objectivo será atingido.

Os 12 hospitais do Serviço Nacional de Saúde seleccionados por concurso formalizaram o compromisso com a Fundação Gulbenkian para reduzir em 50%, em três anos, a ocorrência de infecções hospitalares.

“Através deste apoio da Fundação Gulbenkian é possível estabelecer um objectivo ambicioso de redução da infecção hospitalar em 12 hospitais, com uma meta quantificada. Dos trabalhos feitos em termos internacionais de outros programas chegou-se, em alguns hospitais de outros países, a taxas de sucesso superiores”, afirmou o ministro Paulo Macedo aos jornalistas, no final da cerimónia que decorreu em Lisboa.

Aliás, o presidente da Fundação Gulbenkian deu o exemplo de programas semelhantes aplicados na Escócia, Inglaterra ou Dinamarca onde, nalguns casos, se alcançou até 85% de redução das infecções hospitalares.

O próprio ministro da Saúde reconheceu que Portugal tem apresentado taxas de infecções hospitalares acima da média europeia, embora tenha frisado que no ano passado foram alcançados resultados mais positivos do que em anos anteriores, nomeadamente ao conseguir uma redução na resistência a antibióticos nos hospitais.

Segundo estimativas feitas por especialistas, Portugal gasta entre 200 a 300 milhões de euros por ano com as infecções hospitalares.

Mas Paulo Macedo lembrou que, ao reduzir as infecções hospitalares, o “maior ganho é em vidas”, seguindo-se a diminuição de complicações nos doentes e depois os ganhos de sustentabilidade nos serviços de saúde.

Depois de seleccionados os 12 hospitais, entre 30 candidatos, o programa definido pela Fundação Gulbenkian prevê que se estabeleça em cada unidade um ponto de partida para que seja possível medir e avaliar as metas a alcançar.

Desta forma, em cada hospital participante serão medidos, no período de seis meses, todos os casos que se incluem no programa, que contempla quatro grupos de infecção, entre elas as pneumonias associadas à intubação em cuidados intensivos e infecções do local cirúrgico.

Os hospitais que participam têm pelo menos 200 camas hospitalares e candidataram pelo menos um serviço de cuidados intensivos de adultos, um serviço de cirurgia geral e/ou ortopedia e um serviço de medicina interna.

A redução da infecção hospitalar em Portugal foi um dos três Desafios Gulbenkian definidos no Relatório Um Futuro para a Saúde, apresentado em Setembro do ano passado.

O Instituto for HealthCare Improvement (Estados Unidos) é parceiro deste projecto, depois de ter desenvolvido iniciativas semelhantes noutros países.

Os doze hospitais portugueses que vão participar do projecto “STOP Infecção Hospitalar” são: Centro Hospitalar de Lisboa Central e de Lisboa Norte, Unidade Local de Saúde de Matosinhos, Instituto Português de Oncologia do Porto, Centro Hospitalar Alto Ave, Centro Hospitalar Barreiro-Montijo, Unidade Local de Saúde do Nordeste, Centro Hospitalar de São João, Centro Hospitalar da Cova da Beira, Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, Hospital de Braga e Serviço de Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira - Hospital Nélio Mendonça.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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