Estudo revela
Investigadores da Academia de Sahlgrenska, em Gotemburgo, descobriram que os suplementos com antioxidantes podem acelerar a...

Publicada na revista norte-americana “Science Translational Medicine”, a investigação revela que os antioxidantes, presentes em alguns suplementos nutricionais, duplicaram o ritmo a que o melanoma maligno - uma forma grave de cancro de pele – se espalhou para os gânglios linfáticos de ratinhos de laboratório, escreve o Sapo.

Quando repetida a experiência em células humanas desenvolvidas em laboratório, os cientistas descobriram que as células cancerosas multiplicavam-se na presença de antioxidantes.

Apesar de ainda serem necessários mais estudos para confirmar as descobertas, os cientistas desaconselham a toma de antioxidantes a todas as pessoas com cancro ou com maior risco de desenvolver a doença.

Outros estudos preliminares
Estudos anteriores já tinha avançado que os pacientes que tomavam suplementos de vitamina E tinham maior risco de ter cancro da próstata e que os antioxidantes estavam ligados ao desenvolvimento de tumores nos pulmões quer em ratos quer em células humanas.

O estudo agora divulgado é o primeiro a demonstrar os efeitos nocivos que alguns antioxidantes podem causar em melanomas e metástases.

Martin Bergö, professor do Centro de Cancro Sahlgrenska da Universidade de Gotemburgo e líder do estudo, relembrou que as investigações apenas tiveram em conta suplementos nutricionais. Por isso, as pessoas devem continuar a ingerir alimentos ricos em antioxidantes.

Segundo o professor, as pessoas que tiveram cancro ou que têm um risco alto de o desenvolver (fumadores ou familiares com historial de cancro) devem evitar os suplementos nutricionais que contenham antioxidantes.

"Não há estudos conclusivos que mostrem que os suplementos antioxidantes são benéficos para eles e há uma crescente evidência de que podem ser prejudiciais. Os antioxidantes não causam cancro, mas se já existirem pequenos tumores pode acelerar o processo. Simplesmente, os antioxidantes ajudam quer as células saudáveis quer as cancerígenas", conclui.

No Norte
A estimativa é da Ordem dos Médicos. A redução da oferta resulta do menor número de vagas abertas para especialistas em...

Pouco mais de 50 mil. Será este, segundo a Ordem dos Médicos, o número de utentes da Região Norte que está na iminência de ficar sem médico de família, em resultado da redução do número de vagas para especialistas em medicina geral e familiar, escreve a Rádio Renascença.

Este ano, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte) abriu 74 lugares para 102 candidatos. Há, por isso, 28 médicos que ficam automaticamente excluídos do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Um cenário que, nas contas de Miguel Guimarães, presidente da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, deixa “pouco mais de 50 mil pessoas que, objetivamente, vão perder o seu médico de família, que fazia um seguimento regular há pelo menos seis meses. Em muitos casos, há um ano e meio". Com escassas alternativas ao SNS, restam dois caminhos aos médicos recém formados: "ou a emigração ou a atividade exclusiva no setor privado".

Sair do país é cada vez mais uma possibilidade
O número de médicos disponíveis para emigrar não pára de subir. No ano passado, a Ordem dos Médicos recebeu quase 400 pedidos de emissão do certificado internacional de competências, indispensável para os clínicos que pretendam exercer no estrangeiro.

Miguel Guimarães admite que, no final de 2015, o número de médicos emigrantes possa ser ainda maior do que em 2014. "Este ano, o número de pessoas que já pediu o certificado acompanha a tendência do ano passado. E até finais de Junho, o número de médicos que emigraram já ultrapassou as duas centenas".

Falta de médicos é mais grave no Baixo Tâmega
André Ribeiro é um dos 28 excluídos do concurso de admissão de novos médicos da ARS Norte.

Sem médico de família ficam, agora, mais de mil e setecentos utentes da Unidade de Saúde Familiar de Longara a Vida, em Felgueiras. "1793", precisa o clínico.

Uma instabilidade também vivida pelos outros 27 colegas, também eles excluídos do concurso. Todos médicos de família na zona Norte desde Abril. André Ribeiro faz contas ao futuro e dúvidas não lhe restam. “Terei mesmo que decidir entre a emigração e o exercício exclusivamente privado da medicina geral e familiar”.

A decisão ainda não está tomada. Mas André Ribeiro garante que não teria de ser assim. Até porque, os números não batem certo com a realidade do país. “Abriram mais vagas do que candidatos na ARS de Lisboa e Vale do Tejo e abriram menos vagas do que os médicos que terminaram a especialidade na região Norte”.

E conclui que isto se traduz "numa tentativa de empurrar os médicos que terminaram a especialidade no norte para a região de Lisboa. Não podemos tirar acessibilidade dos utentes do norte de forma a privilegiar utentes de outras zonas".

Enquanto isso, a falta de médicos continua a ser um problema por solucionar em vários concelhos a norte do país: “em Felgueiras, em Amarante, no Marco de Canaveses, em Ribeira de Pena, em Santa Marinha do Zêzere, concelho de Baião". 

Hospital de Gaia diz
O Hospital de Gaia garantiu que não há, neste momento, nos seus cuidados intensivos doentes infetados com a bactéria,...

De acordo com a Coordenadora do Grupo Coordenador Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeção e Resistência aos Antimicrobiano do Centro Hospitalar Gaia/Espinho (CHVNG/E), Margarida Mota, atualmente estão identificados 30 doentes com a bactéria, dos quais oito apresentavam evidência clínica de infeção, sendo os restantes considerados portadores assintomáticos.

“Verificou-se a ocorrência de oito óbitos. Contudo, a causa dos mesmos não pode ser atribuída diretamente a esta infeção dada a complexidade e gravidade dos quadros clínicos de base (situações oncológicas e de elevada comorbilidade)”, afirmou a responsável.

Revelada pelo Jornal de Notícias, esta situação de infeção pela bateria Klebsiella Pneumoniae foi detetada a 07 de agosto.

Em comunicado, Margarida Mota refere que “todos os doentes internados que se encontram sinalizados estão em regime de isolamento em unidade individual ou corte em enfermaria”.

De acordo com a responsável, após identificação do primeiro caso foi reforçada a capacidade do Laboratório de Microbiologia, nomeadamente através da aquisição de métodos específicos de identificação da bactéria (Biologia Molecular), do reforço da equipa nos turnos de fim de semana para resultados mais rápidos e procedeu-se à implementação de protocolo de rastreio de contactos.

Margarida Mota diz ainda que, entre outras medidas, se procedeu à notificação de estirpes à Direção-Geral da Saúde (DGS) e iniciou-se o processo de análise do genótipo das unidades isoladas.

Sobre o risco de contágio para profissionais de saúde e outros doentes, a responsável refere que “segundo vários estudos publicados sobre o risco ocupacional, verifica-se que o mesmo é pouco significativo ou nulo, desde que asseguradas as medidas de precauções básicas”.

“Segundo a análise de rastreio de contacto entre doentes, verifica-se a ocorrência de 8 doentes positivos em 44 casos”, acrescenta.

Refere ainda que atualmente encontra-se em curso “a análise dos genótipos dos isolamentos efetuados”.

“Com base na análise dos dados atualmente existente, o caso índex terá sido um doente do foro cirúrgico, com complicações pós-operatórios e com necessidade de vários esquemas de antibioterapia. A presença de ferida exsudativa potenciou as vias de transmissão”, conclui.

China
Uma empresa chinesa de biotecnologia anunciou que vai produzir em grande escala uma vacina contra o vírus Ébola, criada pelo...

As instalações da CanSino Biotechnology, em Tianjin, cidade portuária do norte da China, deverão estar concluídas em setembro de 2018 e terão um custo de dois mil milhões de yuan (278 milhões de euros).

A vacina foi desenvolvida em 2014 por cientistas da Academia Chinesa de Ciências Médicas Militares, recorrendo a mutações genéticas do vírus, e poderá adaptar-se ao clima tropical da África Ocidental, onde uma epidemia causou a morte de 11.000 pessoas desde o ano passado.

Estudo revela
A esterilização feminina histeroscópica, que consiste em colocar um dispositivo para bloquear as trompas de falópio, apresenta...

A esterilização é o método contracetivo feminino mais utilizado no mundo, sendo que, nos últimos anos, a esterilização histeroscópica começou a ser cada vez mais escolhida pelas mulheres, uma vez que é feito no consultório médico, sem recurso a anestesia geral, nem cirurgia.

Entre 2005 e 2013, uma equipa de investigadores realizou um amplo estudo em Nova Iorque, tendo analisado os dados de 8.048 mulheres que se submeteram a uma esterilização histeroscópica e de 44.278 que optaram pela esterilização laparoscópica.

A esterilização laparoscópica era o principal método utilizado nas últimas décadas e consiste num procedimento cirúrgico à base de clips, suturas ou queimaduras das trompas de Falópio para evitar a gravidez.

Com o desenvolvimento da esterilização histeroscópica, que desde o início deste século é feito na Europa e nos Estados Unidos da América através do dispositivo “Essure”, as queixas começaram a aumentar.

A Agência de Medicamentos e Alimentos (FDA) norte-americana recebeu "milhares de queixas", refere o documento hoje publicado no British Medical Journal, que acrescenta que foi com base nessas queixas que a equipa de investigadores decidiu analisar a segurança deste método, as gravidezes não desejadas e a necessidade de intervenção nos três anos seguintes ao procedimento inicial.

Os investigadores concluíram que as mulheres que tinham optado pela esterilização histeroscópica apresentavam um risco de novas intervenção 10 vezes superior – ou seja, houve 21 reoperações adicionais por cada mil pacientes - do que as que foram intervencionadas com laparoscopia.

Quanto ao risco de gravidez, o dispositivo também se revelou menos eficaz, com uma taxa situa-se em um em cada 100 casos.

Região Centro
O coordenador científico de um consórcio que reúne diversas entidades do Centro de Portugal, João Malva, realçou que a região...

Segundo este investigador da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), as soluções a desenvolver pelo consórcio ageing@coimbra “têm de ser muito inovadoras” para que a região Centro possa “reforçar o seu compromisso no espaço europeu” neste domínio.

João Malva falava a propósito de uma mesa redonda subordinada ao tema “Demographic Changes and Ageing - Networks across Europe” (“Mudanças Demográficas e Envelhecimento – Redes na Europa”), promovida pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), na Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia (UE), em Bruxelas.

Os trabalhos contaram com a intervenção inicial da presidente da CCDRC, a professora universitária Ana Abrunhosa, e testemunhos de representantes de outras regiões europeias que dinamizam projetos sobre alterações demográficas.

“Queremos encontrar mecanismos para replicarmos as nossas boas práticas ao nível do envelhecimento ativo e saudável e darmos-lhes escala na Europa”, disse João Malva.

Na sua opinião, o desenvolvimento e partilha de boas práticas nestas áreas constitui “um desafio e uma grande oportunidade” para criar negócios e promover o emprego, dando resposta ao reconhecimento do Centro de Portugal pela Comissão Europeia “como região de referência” para o envelhecimento ativo.

“Esta é uma oportunidade para o tecido académico e empresarial da região”, sublinhou.

O ensino, a investigação e o empreendedorismo são algumas das apostas do ageing@coimbra, que integra a própria FMUC, a Universidade de Coimbra, a Faculdade de Educação Física e Ciências do Desporto, a Administração Regional de Saúde do Centro, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, a Câmara Municipal de Coimbra e o Instituto Pedro Nunes.

Este encontro, realizado no âmbito da Semana Europeia das Regiões e Cidades – Open Days, permitiu “dar visibilidade à região Centro” e aos seus projetos sobre envelhecimento ativo e saudável, frisou João Malva.

Participaram ainda no painel responsáveis de outros empreendimentos regionais da Polónia, Espanha, França, Holanda e Alemanha.

A comitiva do Centro ao Open Days integra ainda Amílcar Falcão (vice-reitor da Universidade de Coimbra), Duarte Nuno Vieira (catedrático da FMUC), Ramiro Miranda (diretor da Segurança Social em Coimbra), Teresa Mendes (presidente do Instituto Pedro Nunes), António Cunha (diretor do Laboratório de Sistemas e Automação do IPN), José Martins Nunes (presidente do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, e José Tereso, presidente da Administração Regional de Saúde.

Organizado pelo Comité das Regiões e pela Direção Geral de Política Regional da Comissão Europeia, o Open Days – o maior evento anual no calendário das regiões europeias – decorre até quinta-feira, em diferentes locais da capital belga, contando o programa com a cooperação do Parlamento Europeu, da presidência da União Europeia e de quase 200 regiões e cidades de mais de 30 países.

DGS
O neurocirurgião João Lobo Antunes é o distinguido com o Prémio Nacional de Saúde 2015, anunciou a Direção-Geral da Saúde, que...

“Cirurgião reputado, sábio homem da ciência e eticista, João Lobo Antunes é uma das figuras que mais contribuiu para o desenvolvimento da ciência médica em Portugal e é considerado um dos neurocirurgiões mais conhecidos do mundo”, refere a Direção-Geral da Saúde (DGS) na nota de imprensa em que anuncia o vencedor do Prémio Nacional de Saúde deste ano.

Este galardão pretende distinguir, anualmente, uma personalidade que tenha contribuído “inequivocamente para a obtenção de ganhos em saúde ou para o prestígio das organizações de saúde no âmbito do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

A Direção-Geral da Saúde explica que a entrega do prémio a Lobo Antunes se deve à “sua notabilíssima e duradoura contribuição para o desenvolvimento da ciência médica e da neurocirurgia em Portugal e pelo seu contributo para o prestígio internacional do sistema de saúde português”.

João Lobo Antunes, 71 anos, licenciou-se em Medicina pela Universidade de Lisboa com uma média final de 19,47 valores.

Professor catedrático de neurocirurgia da Faculdade de Medicina de Lisboa, foi diretor de serviço de neurocirurgia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

“Ganhou excelente formação técnica, reteve a filosofia da profissão, nunca esquecendo os critérios do mérito”, refere a nota da DGS, adiantando que se deve a Lobo Antunes “uma vigorosa expansão de fronteiras institucionais do SNS”, especialmente com a criação do Instituto de Medicina Molecular.

João Lobo Antunes, atual presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, foi o primeiro médico da história a implantar um olho eletrónico num cego, um implante que desde então já foi feito em 15 invisuais, permitindo-lhes ver algumas formas e distinguir certas cores.

Estudo
A incidência de cancro do pulmão está a aumentar entre não fumadores e afeta principalmente mulheres, revela um estudo do...

Trata-se do primeiro estudo efetuado a nível nacional que caracteriza a população portuguesa relativamente a Carcinoma do Pulmão de Não-pequenas Células (CPNPC), o tipo mais comum de cancro do pulmão, em não fumadores e um dos maiores estudos efetuados a nível europeu, onde os dados sobre cancro do pulmão em não fumadores são escassos.

“Como sabemos, o tabagismo é responsável por 85% 90% dos cancros do pulmão em todo o mundo, sendo o principal fator de risco para esta doença. Contudo, doentes não fumadores também têm cancro do pulmão e pela nossa experiência clínica e também de acordo com os mais recentes estudos epidemiológicos internacionais, estes doentes não fumadores são cada vez mais”, explicou à Lusa Cátia Saraiva, do Departamento de Pneumologia do Instituto Português de Oncologia (IPO).

Nesse sentido, a equipa da investigadora realizou no IPO de Lisboa um estudo envolvendo 1.411 doentes com CPNPC, para procurar as diferenças entre os dois tipos de doentes tratados no IPO nos últimos 25 anos.

“Foram incluídos neste grupo 504 doentes não fumadores e, para termos comparativos, 907 doentes fumadores. Analisaram-se várias características clínicas, patológicas, epidemiológicas e a sobrevida destes doentes, no intuito de perceber fatores que pudessem estar relacionados com um melhor prognóstico”, explicou.

As principais diferenças encontradas entre fumadores e não fumadores foram uma maior predominância de cancro no sexo feminino (54% no grupo dos não fumadores e 9,4% nos fumadores), bem como o predomínio do subtipo histológico Adenocarcinoma (69,9% contra 43,6%).

No entanto, o estudo revelou que existe menor prevalência de patologias associadas ao fumo do tabaco, como cancro da laringe, Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) ou doença cardíaca isquémica, entre os não fumadores.

Da mesma forma, foi detetada uma menor mortalidade deste grupo (78,4% entre não fumadores contra 92,9% entre fumadores) e uma maior sobrevida global desde o diagnóstico (51 meses versus 25 meses).

Em suma, indica a investigadora, o CPNPC em não fumadores é mais frequente em mulheres, o subtipo histológico mais frequente é o adenocarcinoma, as co-morbilidades associadas com o tabaco são menos frequentes e a sobrevida é melhor.

“Isto leva-nos a concluir que o CPNCP em não fumadores é uma entidade clínica diferente com melhor prognóstico, ou talvez se manifeste de forma diferente em não fumadores”, acrescentou.

Ao contrário do que seria de esperar, contudo, ambos os grupos de doentes continuam a ser diagnosticados no último estádio da doença, pelo que é importante que quer os médicos, quer a população em geral, fique alerta para o cancro do pulmão em não fumadores, para que o diagnóstico seja feito mais atempadamente, com maior benefício para os doentes, considera Cátia Saraiva.

No grupo de não fumadores foram frequentemente diagnosticados estádios avançados da doença, mais de metade (59%) estavam já no estádio IV, em que o cancro se tinha espalhado a outras partes do corpo: diferentes áreas do mesmo pulmão, pulmão oposto, ossos e cérebro.

“Parece plausível que a população de não fumadores portugueses não está ciente dos riscos de cancro de pulmão, mas precisamos de confirmar os nossos resultados através de estudos de base populacional”, refere a investigadora.

Ordem dos Médicos Dentistas associa-se à iniciativa da DGS
A Direção-Geral da Saúde assinala, esta sexta-feira, 16 de outubro, o Dia Mundial da Alimentação com uma campanha de alerta...

O cartaz que ilustra a campanha vai chegar a todas as Bibliotecas Escolares e conta com a colaboração do Plano Nacional de Leitura e do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável.

A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) associa-se a esta iniciativa distribuindo os cartazes da campanha pelos médicos dentistas que podem depois utilizá-los nas clínicas e consultórios para aconselhar os seus pacientes.

Dirigida sobretudo às crianças, mas também a profissionais de saúde e professores, a campanha traça com textos curtos e incisivos, de forma simples e direta, os riscos que alguns alimentos representam para a saúde oral e aqueles que ajudam a prevenir doenças orais. 

Com imagens divertidas e apelativas, o cartaz da campanha explica como o açúcar é um dos principais inimigos de uma boca saudável, contribuindo para a destruição do esmalte dos dentes. Como o açúcar está escondido em muitos alimentos sob diversos nomes, o cartaz elenca as substâncias a que todos devemos estar alerta.

Alimentos refinados, sumos e refrigerantes e as batatas fritas também são de evitar. Sem proibir, o cartaz aconselha as crianças a guardarem estes alimentos para dias de festa.

Na alimentação diária, o conselho é incluir nas refeições legumes e leguminosas, fruta fresca e frutos secos, leite e seus derivados.

Rui Manuel Calado, Chief Dental Officer da Direção-Geral da Saúde (DGS), afirma que a “prevenção é o melhor remédio, e com esta campanha estamos a educar crianças que têm uma grande capacidade de influenciar os pais e outros familiares. É urgente mudar comportamentos e começar pela base. A ajuda dos profissionais de saúde e professores, vai seguramente garantir-nos resultados no futuro. A saúde oral tem impacto em doenças como a diabetes e as cardiovasculares, que infelizmente são das mais comuns em Portugal. Tudo o que se fizer hoje para alterar comportamentos de risco proporcionará ganhos de saúde no futuro”.

A cárie dentária é a doença mais comum em todo o mundo, com 90% da população atingida.

Paulo Ribeiro de Melo, secretário-geral da OMD, salienta que “estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS) sugerem que as taxas mais altas de cárie dentária ocorrem quando o nível de ingestão de açúcares é superior a 10% da ingestão calórica total. Além disso, em estudos populacionais realizados em três países, foi observada uma menor ocorrência de cáries dentárias quando a ingestão de açúcares per capita era inferior a 10 kg/pessoa/ano (aproximadamente 5% da ingestão calórica total). É urgente tomar medidas para reduzir a ingestão de açúcar. Prevenir as doenças orais é também prevenir uma série de outras doenças com efeitos extremamente negativos, quer para a qualidade de vida, quer para a longevidade”.

A OMS recomendou a redução da ingestão de açúcares, tanto em adultos como em crianças, para menos de 10% da ingestão calórica total, o equivalente a 50 gramas por dia.

Pedro Graça, diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) defende que “a promoção de hábitos alimentares saudáveis e a prevenção de doenças crónicas podem e devem ser trabalhadas a par com a prevenção das doenças orais”.

Perda da cartilagem
O 'American College of Rheumatology' define a osteoartrite como uma doença heterogénea que

O número de casos de osteoartrite (OA) tem vindo a aumentar devido à maior esperança de vida, sendo que a OA tem um impacto importante na sociedade por ser uma das principais causas de incapacidade nas idades avançadas, particularmente pelo envolvimento dos joelhos e anca. O estudo de Rotterdam que avaliou 1.040 indivíduos, com idades compreendidas entre os 55 e 65 anos, mostrou que só 135 dos indivíduos estudados, não apresentavam sinais radiográficos de OA, um outro estudo mostrou que em Itália, a prevalência de sintomas de OA em indivíduos com mais de 65 anos, era de 15% para as mãos, 30% para os joelhos e 8% para a anca. Entre os americanos, ocorre dor e limitação funcional relacionada com OA nos joelhos em mais de 13% dos indivíduos entre os 55 e 64 anos e em mais de 17% dos que possuem idades compreendidas entre 65 e 74 anos.

A osteoartrite afecta com maior frequência as mãos, joelhos, coluna vertebral, ombro e anca, podendo atingir, na mesma pessoa, vários tipos de articulações.

Causas da OA
A OA caracteriza-se por perda da cartilagem à qual se associa alteração do osso com esclerose, colapso do osso subcondral, quistos ósseos e formação de osteófitos. A perda da cartilagem pode iniciar-se a partir de um ponto específico que se estende e envolve o compartimento articular conduzindo à perda progressiva da cartilagem. A perda de proteinoglicanos de pequenas e grandes dimensões associa-se à degradação do colagénio tipo II e de muitas outras moléculas fundamentais e a progressão da doença conduz à perda maior ou menor da cartilagem da superfície da articulação. Todo este processo envolve mecanismos complexos de reacções enzimáticas e outras, responsáveis pela degradação progressiva da articulação e desenvolvimento de processos inflamatórios que podem acelerar a degradação da articulação.

Sintomas
O sintoma principal é a dor articular difusa que alivia com o repouso, não existindo relação directa entre o grau de alterações e as imagens radiológicas, dado que só 30% dos doentes com imagens radiológicas sugestivas de OA se queixam de dor. Há doentes que acordam com a dor e é comum a existência de uma certa rigidez matinal de curta duração e, à medida que a doença progride, pode haver limitação de movimentos, contracturas, espasmos musculares e bloqueio mecânico. Os ruídos que podem surgir com o movimento da articulação podem ser atribuídos à perda de cartilagem, a irregularidades da superfície da articulação e ao aumento de volume das articulações que pode ser atribuído à sinovite secundária, ao aumento do líquido sinovial ou a alterações proliferativas da cartilagem ou do osso (osteófitos). Nas fases avançadas da AO, as articulações apresentam deformações marcadas pela perda de cartilagem, colapso do osso subcondral, formação de quistos e crescimento ósseo excessivo.

Factores de risco para a OA
Considera-se que existem factores que podem contribuir para o desenvolvimento da OA, sendo eles:

Idade e sexo
A idade é um dos principais factores de risco para a OA qualquer que seja o local onde se desenvolva. A prevalência da OA aumenta muito após os 40 anos na mulher e os 50 anos no homem, afectando cerca de 50% dos indivíduos com 65 anos ou mais, chegando a atingir 85% dos indivíduos após os 75 anos.

O sexo também influencia a prevalência e incidência de OA, sendo mais frequente a OA isolada na mão ou joelho na mulher e, na anca no homem.

Etnia
A influência étnica na OA não está bem definida. No entanto há estudos que sugerem uma maior prevalência da OA no joelho na mulher negra mas não no homem. O estudo Johnston County sugere que não existem diferenças na prevalência da doença de joelho, enquanto para a OA da anca, o homem negro tenha uma probabilidade de mais 35% do que o homem branco.

Genética
A influência genética pode ser importante como factor de risco da OA como confirmam alguns estudos epidemiológicos na OA da mão, joelho e anca, admitindo-se que alterações genéticas envolvem defeitos estruturais do osso e da cartilagem.

Estado hormonal e densidade óssea
Após a menopausa, a mulher está mais susceptível à OA, dado que se admite que os estrogénios exercem efeito protector da OA. Considera-se também que a osteoporose possa ter efeito protector contra o início da OA dado que a maioria dos estudos mostrou que a densidade óssea elevada se associa a um aumento da frequência da OA no joelho, anca e mãos.

Factores nutricionais e metabólicos
Há dados que sugerem que os níveis elevados de glucose no sangue estão associados a um aumento da frequência da AO e, parece também que níveis reduzidos de vitamina D contribuem para o aumento do risco de OA.

Obesidade
Os indivíduos com excesso de peso e obesidade possuem maior probabilidade de desenvolverem OA, sendo que a perda de peso pode reduzir esse risco.

Lesão aguda e deformação da articulação
São situações que podem constituir factores de risco para desenvolver OA por aumento da instabilidade da articulação.

Factores ocupacionais
Exercício e tarefas repetitivas das articulações sobrecarregam-nas bem como aos músculos que as suportam, o que aumenta o risco de OA.

Desportos
Há desportos que podem aumentar o risco de OA, particularmente os que exercem impacto directo sobre as articulações e os que exigem intensidade elevada.

Fraqueza muscular
A fraqueza dos quadriceps pode constituir um factor de risco para a OA do joelho.

Consequências da OA
À OA associa-se geralmente a incapacidade física que se reflecte em problemas sociais em termos de perdas de dias de trabalhos e aposentação antecipada. Factores ligados à incapacidade envolvem dor, fraqueza muscular, fraca capacidade aeróbica e imagens radiológicas.

Diagnóstico
Actualmente, o diagnóstico efectua-se essencialmente pelas imagens radiológicas que podem ser inespecíficas, não havendo ainda um teste específico para o diagnóstico claro da OA.

Marcadores bioquímicos da cartilagem e osso
Têm sido realizados diversos estudos no sentido de encontrar marcadores bioquímicos específicos da OA que permitam um diagnóstico precoce e efectivo, no entanto ainda não existe um teste laboratorial específico e definitivo para as anomalias da AO, apesar de vários testes estarem em investigação e haver indícios de alguns parâmetros que estão alterados na osteoartrite.  

Aspectos gerais do tratamento da OA
Os principais objectivos do tratamento da OA consistem no controlo da dor, na melhoria funcional e na redução da incapacidade. Considerando a evolução da OA, as medidas aplicadas devem ser reavaliadas e reajustadas face a essa evolução. Considera-se que a educação dos doentes constitui uma medida importante por permitir uma melhor gestão da doença pelo indivíduo bem-educado.

Terapêutica medicamentosa da OA

Analgésicos
A dor moderada de OA no joelho e anca pode ser aliviada com analgésicos simples como paracetamol na dose de 1 g, tomado de 6 em 6 horas, substância considerada segura.

O paracetamol tomado em doses superiores pode causar toxicidade para o fígado e rins.

Anti-inflamatórios
Há estudos que sugerem que os anti-inflamatórios são mais efectivos que analgésicos ligeiros. A dor moderada de OA no joelho e anca pode ser aliviada com ibuprofeno na dose de 1,2 g por dia a 2,4 g por dia dividida em 2-3 tomas, isto é, 400 mg a 800 mg de 8 em 8 horas, que é bem tolerada.

Existem diferenças entre os vários anti-inflamatórios, sendo que a intolerância gastrointestinal que ocasionam frequentemente (dispepsia, dor abdominal, náuseas) também varia entre eles, podendo ainda ocasionar ou agravar uma doença renal, para a qual contribui, caso existam, a desidratação, hemorragias, insuficiência cardíaca moderada a grave, diurese excessiva e cirrose com ou sem ascite. Os idosos possuem risco aumentado de doença renal pelos anti-inflamatórios.

Alguns anti-inflamatórios causam problemas gastrointestinais com menor frequência sendo os de escolha para doentes idosos e mais susceptíveis.

O risco de agravamento de hipertensão e edema é análogo para todos os anti-inflamatórios.

Analgésicos opióides
O tratamento com analgésicos mais potentes do que o paracetamol está indicado para dores moderadas a graves de OA. Utiliza-se o tramadol, que pode ser associado ou não ao paracetamol, escolhendo-se quando o paracetamol e os anti-inflamatórios falham no alívio da dor.

Note-se que o uso crónico e contínuo deste tipo de analgésicos opióides conduz a redução da sua eficácia e obriga a aumentos progressivos de doses necessárias para produzir o mesmo grau de analgesia. De considerar ainda que estes medicamentos ocasionam sempre obstipação e que geralmente requerem a toma de laxantes para o seu controlo, durante o tratamento.

Pode associar-se, se necessário, o tramadol a um anti-inflamatório para obter melhores resultados.

Analgésicos tópicos
A aplicação local de analgésicos, como o creme de capsaicina ou de anti-inflamatórios é frequentemente efectuada, com ou sem prescrição médica. Podem ser utilizados isoladamente ou se necessário, podem constituir um tratamento adicional aos analgésicos ou anti-inflamatórios referidos anteriormente. Este tipo de fármaco aplicado localmente é efectivo e apresenta menos efeitos secundários, sendo de preferir em situações localizadas.

Corticosteróides intrarticulares
Para tratamento de crises dolorosas agudas de OA, particularmente se houver evidência de inflamação e inchaço da articulação, as injecções intrarticulares de corticosteróides têm sido utilizadas com bons resultados quando a restante terapêutica não se mostra suficiente.

Ácido hialurónico intrarticular
Também se tornou um tratamento aceite no controlo da dor, a injecção intrarticular de ácido hialurónico, cuja eficácia e segurança tem sido demonstrada.

Agentes modificadores da doença - osteoartríticos
Há algumas substâncias que estão em estudo como sendo capazes de modificar o curso da osteoartrite embora não haja ainda resultados definitivos. Estão neste caso as tetraciclinas e alguns derivados (doxiciclina e minociclina), factores de crescimento, manipulação de citoquinas, terapia génica e açúcares sulfatados e não sulfatados.

O sulfato de glucosamina tem sido administrado por via oral e intramuscular, sugerindo-se que é uma substância capaz de modificar o curso da doença, na dose de 1,5 g por dia. Também tem sido estudada a diacereína, 50 mg duas vezes ao dia, que mostrou efeitos benéficos num estudo de 3 anos.

Apesar destes dados há necessidade de mais estudos que comprovem a utilidade destas substâncias.

Tratamento não medicamentoso da OA
Apesar de também serem muito utilizadas medidas não medicamentosas em doentes com OA, não há grande evidência da sua utilidade.

Exercício físico
O exercício físico tem gerado muito interesse como medida não medicamentosa na OA, particularmente o exercício aeróbico e de aumento de força, que parecem igualmente efectivos no alívio da dor e melhoria funcional em doentes obesos com OA. Associado a dieta, o exercício pode apresentar bons resultados em termos de melhoria da qualidade de vida e funcionalidade física.

Suporte e calçado
Medidas de suporte e calçado correctivo podem ser benéficos e alternativas a intervenções mais complexas, no entanto existem poucos estudos que avaliem estas intervenções embora haja indicações de alívio sintomático.

Reabilitação física
Têm sido estudadas várias modalidades de reabilitação física no tratamento da AO, designadamente a terapia térmica (calor, frio, ultrassons), a estimulação eléctrica transcutânea (TENS), terapia electromagnética, lazer, e estimulação eléctrica têm sido medidas adjuvantes utilizadas na OA. Apesar da sua utilização, não há resultados definitivos de estudos que demonstrem a sua eficácia.

Intervenções comportamentais
Intervenções comportamentais podem melhorar a OA embora raramente eliminem a dor, contudo, reduzem frequentemente o sofrimento e os custos. A educação do doente sobre a gestão da OA é central no tratamento para melhoria do estado de saúde.

Tratamentos alternativos da OA
Muitos são os doentes que recorrem a terapias alternativas ou complementares dos medicamentos. Estão neste caso as plantas medicinais, dietas, homeopatia, intervenções mente-corpo, calor manual, terapia electromagnética e acupunctura.

Tratamento cirúrgico da OA
A cirurgia é apenas considerada após a falha das medidas de tratamento enunciadas, existindo vários tipos de intervenções cirúrgicas que são decididas face ao tipo de OA, localização e doente.

Guidelines para o tratamento
O tratamento da OA deve ser efectuado de forma individualizada face às necessidades de cada doente, tendo sempre em conta a relação benefício/risco.

É importante considerar inicialmente se existe dor e se é acompanhada de inflamação. Caso não pareça existir inflamação basta administrar analgésicos mas, se ela estiver presente, é necessário usar os anti-inflamatórios.

O tratamento medicamentoso oral pode beneficiar se for acompanhado pela aplicação local, na articulação em causa, de medicamentos em creme. Se for necessário, devem ser tomados analgésicos mais potentes, como o tramadol.

Em casos de persistência dolorosa, há frequentemente, a necessidade de recorrer a infiltrações de corticosteróides ou de ácido hialurónico.

Bibliografia
Piercarlo Sarzi-Puttini, Marco A. Cimmino, Raffaele Scarpa, Roberto Caporali,
Fabio Parazzini, et al. Osteoarthritis: An Overview of the Disease and Its Treatment Strategies. Semin Arthritis Rheum. 2005. 35 (suppl 1):1-10.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Lesão da articulação
Pensava-se que a osteoartrite era uma artrite não inflamatória no entanto alguns investigadores obse

Apesar de a osteoartrite poder afectar qualquer articulação, as mais frequentemente afectadas são o joelho, anca, coluna e mãos, sendo a do joelho, a mais estudada e conhecida.

A osteoartrite possui uma origem complexa e está associada a múltiplos factores de risco, designadamente à idade, traumatismo da articulação, alterações biomecânicas e obesidade, entre outras. Assim, a osteoartrite deve ser considerada como uma doença complexa que ocasiona incapacidade de uma ou mais articulações pela perpetuação da destruição da articulação.

Contrariamente ao que se tem passado em outras doenças, na osteoartrite o tratamento mantém-se limitado ao controlo da dor sem que existam fármacos que previnam ou impeçam a progressão da doença, isto é, não existem ainda medicamentos específicos que consigam alterar o curso da osteoartrite.

Inflamação e osteoartrite
Estudos recentes da osteoartrite identificaram a presença de mediadores da inflamação no fluido sinovial e no plasma dos doentes, particularmente citoquinas havendo também dados que sugerem existir um estado de inflamatório geral associado à osteoartrite. Análises epidemiológicas demonstraram níveis séricos elevados de proteína C reactiva fortemente associados à presença e progressão de osteoartrite do joelho.

Já se tornou claro que a inflamação está presente nas articulações surgindo mesmo antes de se desenvolverem alterações radiológicas correspondentes à degeneração visível da cartilagem e ainda um estado de inflamação crónica que parece constituir factor de degeneração da articulação. Uma lesão inicial, quer seja aguda, subaguda ou crónica, induz uma resposta inflamatória que ocasiona perda posterior da cartilagem e lesão progressiva da articulação.

Com base nestes dados, parece que deveriam existir medicamentos que actuassem nas fases iniciais inflamatórias da osteoartrite para alterar o curso do processo inflamatório e que fossem eficazes na prevenção e tratamento da osteoartrite.

Inflamação como alvo para a modificação da evolução da osteoartrite
Até ao momento não existem medicamentos cujo efeito se dirija à modificação dos efeitos da evolução da doença sobre a progressão estrutural da osteoartrite.

Utilizam-se actualmente os anti-inflamatórios não esteróides (AINE), selectivos e não selectivos, a injecção intrarticular de ácido hialurónico ou de corticosteróides e analgésicos opióides, que apenas se destinam ao alívio dos sintomas.

Os principais desafios que se colocam na criação de medicamentos que alterem o desenvolvimento da osteoartrite incluem a necessidade de melhorar os processos de medição das alterações estruturais e a compreensão do estadio da doença. Considera-se também como desafio, o facto de a osteoartrite ser um estadio final de um conjunto de processos e factores predisponentes que se seguem à lesão inicial, não existindo estudos dirigidos à fase inicial da osteoartrite, altura em que a intervenção anti-inflamatória poderia ser mais efectiva.

Há autores que admitem que a capacidade de identificar e quantificar a sinovite antes de ocorrer a deficiência irreversível da articulação pode ser prometedora para o tratamento de inflamação antes de ser visível radiologicamente. Considera-se prometedor que o conhecimento de factores de risco para a osteoartrite e o desenvolvimento de técnicas imagiológicas, capazes de visualizar precocemente alterações da cartilagem e a sinovite, permitirá identificar os indivíduos em risco e que podem beneficiar de tratamento anti-inflamatório precoce.

Bibliografia
Jeremy Sokolove, Christin M. Lepus. Role of Inflammation in the Pathogenesis of Osteoarthritis. Latest Findings and Interpretations. Ther Adv Musculoskel Dis. 2013; 5(2):77-94. 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Reduzir a dor
A osteoartrite é a forma de artrite mais frequente e que se associa à incapacidade e redução da qual

Não havendo tratamento curativo para a osteoartrite, a terapêutica deve ser individualizada e destina-se à redução da dor, da rigidez das articulações e à manutenção funcional das articulações.

O tratamento habitual da osteoartrite passa pelo exercício físico, terapêutica com frio ou calor, protecção da articulação, perda de peso, fisioterapia e a toma de medicamentos. Os mais vulgarmente utilizados são os anti-inflamatórios não esteróides (AINE) e o paracetamol. Apesar dos AINE serem efectivos no alívio da dor associada à osteoartrite possuem reacções adversas frequentes e não são capazes de reverter a doença.

Actualmente tem-se verificado uma tendência para a utilização de nutracêuticos destinados a reduzir a dor e o desconforto que a osteoartrite ocasiona. Os nutracêuticos são definidos como alimentos funcionais, sendo produtos naturais ou parcialmente naturais com algum efeito terapêutico ou com benefícios para a saúde, tal como a capacidade de prevenir ou tratar uma doença. São geralmente bem tolerados e seguros.

Os nutracêuticos recentemente utilizados na osteoartrite são a glucosamina, a condroitina, abacate, soja e diacereína. Destinam-se ao alívio da dor associada à artrite, tendo sido demonstrado efeito ligeiro a moderado no alívio dos sintomas da osteoartrite. Note-se contudo que existem medicamentos comercializados que possuem glucosamina, diacereína e condroitina.

Medicamentos como o sulfato de glucosamina e o sulfato de condroitina estimulam a produção de componentes da cartilagem e têm efeito no alívio da dor e da função, e possivelmente um efeito benéfico sobre a lesão estrutural. Devem ser tomados por períodos longos de tempo, pois o seu efeito não é imediato. 

A diacerina estimula a síntese de proteoglicanos, melhora os sintomas e existe alguma evidência radiológica de melhoria estrutural da cartilagem. Existe também já alguma evidência de que as vitaminas, nomeadamente a C, a D e a E, possam ter algum efeito benéfico sobre a dor e possivelmente sobre a progressão da lesão estrutural. 

Surgiu recentemente um novo nutracêutico que está em estudo na osteoartrite, é um derivado do colagénio tipo II desnaturado, derivado da cartilagem do esterno do frango ou de origem bovina. Este produto demonstrou alguma eficácia no tratamento da artrite reumatóide e, estudos em animais e no homem mostraram alguma efectividade no tratamento da osteoartrite tendo induzido alívio da dor durante o período de tratamento. O suplemento de colagénio tipo II melhorou as actividades diárias ocasionando melhoria na qualidade de vida dos doentes com osteoartrite.

Dado que todos os medicamentos possuem algum grau de insegurança, houve recentemente conclusões sobre estudos dirigidos ao uso da diacereína na osteoartrite, que foram divulgados pelo Infarmed e que se transcrevem.

Infarmed. Diacereína - Restrições de utilização. Circular Informativa. N.º 067/CD/8.1.7. de 21/03/2014
A diacereína é um medicamento usado no tratamento de doenças como a osteoartrite (dor e inchaço das articulações). Face à revisão de segurança agora concluída e para que os benefícios da diacereína superem os riscos conhecidos, a EMA e o Infarmed recomendam o seguinte:

A diacereína não deve ser utilizada em doentes com doença hepática ou história de doença hepática. Os médicos devem monitorizar a função hepática dos seus doentes, para que possam identificar precocemente problemas hepáticos e ensinar os doentes a reconhecer os primeiros sintomas e sinais deste tipo de situações.

Para minimizar risco de diarreia grave é recomendável iniciar o tratamento com metade da dose normal (50 mg/dia) nas primeiras 2 a 4 semanas, após as quais, a dose recomendada é de 50 mg 2 vezes ao dia. O tratamento deve ser interrompido se surgir diarreia. 

Estes medicamentos não devem ser utilizados em doentes com mais de 65 anos.

Recomenda-se aos doentes que:
Se tiverem diarreia enquanto tomam medicamentos contendo diacereína interrompam o tratamento e contactem o seu médico para que este possa avaliar a situação e, eventualmente, indicar uma alternativa terapêutica.

Se tiverem mais de 65 anos e estiverem a tomar estes medicamentos, contactem o seu médico para que este possa reavaliar a terapêutica.

Se têm ou tiveram problemas de fígado não devem tomar diacereína.

Se estiverem a tomar estes medicamentos, o médico irá vigiar a sua função hepática e ajudar a identificar eventuais sinais e sintomas de problemas de fígado (tais como prurido e icterícia). 

Bibliografia
David C. Crowley, Francis C. Lau, Prachi Sharma, Malkanthi Evans, Najla Guthrie et al.  Safety and efficacy of undenatured type II collagen in the treatment of osteoarthritis of the knee: a clinical trial. Int. J. Med. Scic. 2009; 6(6):312-321.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
‘Stop Depression’
Tratar a depressão com recurso às novas tecnologias e livros de autoajuda é a finalidade do programa ‘Stop Depression’ a ser...

“Nestes tratamentos com menores gastos de recursos e sem medicação, a pessoa é acompanhada por um profissional devidamente treinado, mas onde também se faz apelo aos recursos e capacidades do paciente para conseguir ultrapassar a depressão”, revela, em comunicado, o psicólogo João Salgado, responsável pelo projeto.

O docente explica que “no tratamento assistido por computador, o utente terá à sua disposição uma série de atividades que podem ajudar a pessoa a voltar ao seu estado de humor normal”.

“O mesmo se passa nos grupos de psicoeducação ou na terapia apoiada por livros de autoajuda. Além disso, estes recursos tecnológicos também irão ajudar a avaliar de modo mais sistemático a evolução da situação clínica”, assinala o mentor do ‘Stop Depression’.

O projeto resulta de uma parceria entre o Instituto Superior da Maia (ISMAI), o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores (INESC) e Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte e assenta em três pontos essenciais: detetar mais precocemente novas situações de depressão ou de risco de suicídio, tratar as situações consoante a sua gravidade e apoiar os tratamentos com tecnologias de informação, tais como a Internet e ‘smartphones’.

“Cuidar mais. Vamos vencer a depressão” é o nome da campanha pública do ‘Stop Depression’ que até outubro de 2016 será implementada no terreno e envolve 175 mil pessoas de quatro freguesias do Porto onde será dada formação específica a mais de 250 profissionais.

O Porto foi escolhido para implementação do projeto por “ter uma população urbana envelhecida, muito afetada pela crise e com níveis de desemprego elevado”, indica o comunicado.

No âmbito do projeto realiza-se quarta-feira no ISMAI, a partir das 10:30, a conferência internacional “Cuidar + da Depressão: Inovação e Desafios nos Cuidados de Saúde Primários” durante a qual serão debatidas as formas inovadoras de intervenção no tratamento da depressão nos cuidados de saúde primários em Portugal e no estrangeiro.

Instituto de Biologia Molecular e Celular
O investigador do Instituto de Biologia Molecular e Celular da Universidade do Porto Helder Maiato é o vencedor da edição deste...

Em comunicado, o Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) refere tratar-se do “Louis-Jeantet Young Investigator Career Award (YICA)”, no valor de cerca de 100 mil euros, atribuído pela Fundação Louis-Jeantet, sediada em Genebra.

Com o prémio, instituído em 2011, a fundação tem "o objetivo de encorajar e apoiar os melhores talentos jovens a trabalhar em investigação biomédica na Europa. Para premiar, escolhe anualmente um dos que conquistaram uma ERC Starting Grant, as bolsas milionárias do European Reasearch Council, e cujo projeto está a chegar ao fim com sucesso", esclarece o IBMC.

Helder Maiato estuda a divisão celular, em particular das forças responsáveis pelo movimento dos cromossomas durante esse processo.

“Durante muitos anos deu-se apenas atenção às relações e componentes bioquímicos que condicionam a divisão das células, mas nós retomámos a ideia de que a física e as forças desempenham um papel igualmente importante no processo de divisão”, explica o investigador.

Perceber como as células se dividem, como é que podem ocorrer erros, ou como as células ultrapassam esta fase de forma fidedigna tem-se revelado fundamental para entender inúmeras doenças, nomeadamente o cancro.

Em 2010, Helder Maiato foi um dos contemplados com uma ERC Starting Grant, uma bolsa atribuída pelo Conselho Europeu para a Investigação para financiar os melhores projetos e ideias de investigação europeia.

Helder Maiato conta também no seu curriculum com o Prémio da Sociedade Portuguesa de Genética Humana, o prémio “Estímulo à Investigação”, da Fundação Calouste Gulbenkian, o prémio Crioestaminal, e muito recentemente o FLAD Life Science 2015, entre outros reconhecimentos.

A atribuição do prémio, 100.000 francos suíços (cerca de 91.508 euros) para investigação e 10.000 (cerca de 9.150 euros) para gastos pessoais, já veio em 2014 para Portugal. Nesse ano foi Rui Costa, investigador da Fundação Champalimaud e antigo estudante do GABBA, Programa Graduado em Áreas da Biologia Básica e Aplicada da Universidade do Porto, quem recebeu a distinção.

Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral
O acidente vascular cerebral mata um português por hora e é a maior causa de morte e de invalidez em Portugal, mas pode ser...

Este é o mote da campanha EU NÃO ARRISCO, uma campanha de sensibilização para os riscos associados ao Acidente Vascular Cerebral (AVC), promovida pela Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC) e que conta com a fadista Carminho como embaixadora

Aproveitando a efeméride, o Dia Mundial do AVC (dia 29 de Outubro), a campanha EU NÃO ARRISCO e a SPAVC, organiza uma caminhada de sensibilização para o Acidente Vascular Cerebral (AVC) no dia 31 de Outubro, pelas 10h, no Porto, a que deu o nome: Caminhe pelo AVC.

Esta caminhada irá alertar para este flagelo do AVC propondo uma vida mais saudável, num encontro que prevê reunir mais de 2.000 participantes.

O aquecimento desta caminhada será guiado por Rui Barros, treinador do programa “Peso Pesado”, sendo a entrada é livre.

A SPAVC considera absolutamente crucial a sensibilização da sociedade em geral para esta problemática, apelando a uma atitude preventiva ao longo da vida. Em todo o mundo, cerca de 33 milhões de pessoas vivem com as consequências de um AVC e calcula-se que uma em cada seis pessoas venha a ter este problema de saúde. Estes são dados que devemos contrariar através do forte investimento em estilos de vida saudáveis, muitas vezes negligenciados pelo modo vida moderno.

Em 2014
No ano passado, aposentaram-se mais de dois mil assistentes operacionais e técnicos, 712 médicos e 671 enfermeiros.

Em 2014, o Ministério da Saúde (MS) voltou a perder trabalhadores devido às aposentações que aumentaram 60% em comparação com o ano anterior. Mas há duas exceções: o número de médicos cresceu nas unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e também cresceu ligeiramente o de técnicos superiores. Os médicos são o segundo grupo profissional mais representado no MS, o que tem mais funcionários a seguir ao da Educação, escreve o jornal Público.

O reverso da medalha é que no ano passado diminuiu também o número de assistentes técnicos, o que, somado ao decréscimo dos assistentes operacionais, representa uma quebra “significativa” em comparação com o ano anterior, menos 5,6%. “Isto acontece porque estes profissionais são os que se aposentaram em maior número, explica-se no Balanço Social Global do Ministério da Saúde (2014) divulgado esta segunda-feira. No total, refere o documento, no ano passado aposentaram-se 1275 assistentes operacionais, 815 assistentes técnicos, 712 médicos e 671 enfermeiros. Um aumento de 60%, que aconteceu devido ao aumento da idade da reforma para os 66 anos, o que “funcionou como um incentivo à aposentação com mecanismos de antecipação”.

O documento inclui dados de 64 entidades do SNS (hospitais, centros de saúde, organismos centrais e regionais) mais três entidades do inventário de pessoal. No total, o MS soma 124.260 trabalhadores, menos 163 do que no ano anterior, em que se já se verificara uma quebra. Os médicos (26.645) eram então mais de um quinto do total de trabalhadores do SNS.

No final do ano passado, havia mesmo mais cerca de dois mil médicos do que assistentes operacionais. Em 2014, o número de enfermeiros diminuiu igualmente em 1,9%, apesar de esta categoria profissional ser a mais representada no total de trabalhadores do MS (38.089, cerca de um terço do total). No documento destaca-se, porém, que este decréscimo foi “compensado pelo aumento de 1,3% no número de horas efetivamente prestadas”. Lembra-se ainda que, entre Janeiro e Junho deste ano, foram aprovados 1175 pedidos de contratação de enfermeiros “e está para breve a conclusão dos concursos abertos em 2012”.

Mas a diminuição teve um efeito considerável. Aliás, no balanço admite-se que o "acréscimo significativo de horas extraordinárias", tanto nos enfermeiros como nos assistentes operacionais, “pode refletir a falta de profissionais nessas carreiras”.

Depois de diminuir nos anos anteriores, o trabalho extraordinário cresceu ligeiramente (0,3%). Globalmente, em 2014 a quebra do número de empregos no MS foi de 2,5%. Pela positiva, destaca-se neste balanço o decréscimo assinalável do número de dirigentes, justificado pela PREMAC (Plano de Redução e Melhoria da Administração Central). Os dirigentes passaram de um total de 1051 (em 2010) para 726 (2014).

Em sentido inverso, ao longo dos últimos cinco anos observa-se um acréscimo gradual do número de processos disciplinares, que passou de 492 (em 2010) para 728 (em 2014). Não é avançada qualquer explicação para este fenómeno. Também os acidentes de trabalho aumentaram em 2014 (há mesmo registo de duas mortes), facto que é atribuído em parte ao surgimento de um aplicação online para registo destes incidentes.

O que o balanço social também permite perceber é que os cuidados hospitalares continuam a absorver o grosso dos funcionários do SNS (79%). Apenas 21% trabalham nos cuidados de saúde primários, o que significa que se agravou a desproporção entre o total de funcionários nos hospitais e nos centros de saúde, ao contrário do que tem sido preconizado por todos os especialistas e era recomendado no Memorando de Entendimento assinado entre o Estado português, o FMI, o Banco Central Europeu e a União Europeia.

Analisando as remunerações, destaca-se que a maior parte dos funcionários (67,2%) não foi abrangida "por qualquer corte salarial” porque ganha menos de 1500 euros por mês. Cerca de 18% recebem mais de 2 mil euros por mês e, neste subgrupo, 1,1% auferem mais de 6 mil euros mensais. Os encargos com o pessoal ascenderam a 2,9 mil milhões de euros, cerca de 34% da despesa pública em saúde.

Especialista diz
Os distúrbios do sono afetam o desenvolvimento e o desempenho escolar das crianças e, no caso dos adultos, estão associados à...

“Os distúrbios do sono apresentam repercussões negativas no desenvolvimento das crianças e no seu rendimento escolar mas, na maioria das vezes, os sintomas são desvalorizados pelos pais e o diagnóstico é feito tardiamente. Esta situação é preocupante, tendo em conta as consequências físicas e psicológicas associadas a estas patologias”, explica Luísa Monteiro, coordenadora da Unidade de Otorrinolaringologia do Hospital Lusíadas Lisboa.

E acrescenta, escreve o Diário Digital, “uma criança com apneia obstrutiva do sono apresenta-se, geralmente, magra, com olheiras, com adenoides e amígdalas aumentadas, muito irritada e com comportamentos antissociais. Por outro lado, um adulto com este problema é geralmente obeso, com tendência para sonolência diurna, e apresenta, na maioria das vezes, um risco acrescido de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.”

“Este é um problema com uma prevalência muito elevada junto da população portuguesa e os quadros clínicos podem variar de gravidade e intensidade, podendo ir desde o ressonar primário até às apneias obstrutivas do sono graves com morbilidade e mortalidade significativas”, conclui a especialista.

Este e outros temas como, por exemplo, a obesidade na criança e no adulto, o cancro do cólon, as urgências pediátricas, os cuidados a ter com os idosos e o papel do exame de imagem no tratamento do doente oncológico vão estar em destaque no 2º Congresso Lusíadas Saúde no dia 17 de Outubro, no Hotel The Oitavos, na Quinta da Marinha, em Cascais.

Em 2016
Investigadores estão cada vez mais empenhados em usar a impressão 3D para melhorar o trabalho nas áreas de saúde e biologia....

O governo dos EUA aprovou recentemente a produção do SPRITAM, droga usada no tratamento da epilepsia, a partir de tecnologias de impressão 3D. O medicamento é o primeiro aprovado pelo órgão responsável no país, escreve o Diário Digital.

Don Wetherhold, CEO da empresa responsável pelo SPRITAM, afirmou que o medicamento é feito para preencher uma necessidade dos pacientes que lutam com as atuais medicações. Ele disse que a empresa visa transformar o modo com que os pacientes lidam com o tratamento.

A diferença do remédio em impressão 3D é, segundo a empresa, a dissolução eficaz do comprimido no organismo. Assim, o efeito ocorre de modo mais rápido, sem necessidade de ter que engolir pílulas grandes.

Outra característica a destacar é que os medicamentos feitos a partir de impressão 3D podem ser personalizados de acordo com as necessidades de cada paciente. Sendo assim, os médicos podem receitar remédios sob medida para cada tratamento e paciente. O SPRITAM deve estar disponível no primeiro trimestre de 2016.

Centro de Neurociências e Biologia Celular
Duas instituições norte-americanas vão financiar uma equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular de...

Uma equipa do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC), liderada por Cláudia Cavadas, vai ser financiada por “duas instituições americanas”, para estudar a progeria, doença rara incurável em que as crianças envelhecem muito rapidamente e não chegam à vida adulta”, afirma a UC, numa nota divulgada.

O grupo de especialistas do CNC vai investigar o potencial do neuropeptídeo Y (NPY), uma molécula que estimula uma espécie de “reciclagem” de partes envelhecidas das células, denominada de autofagia.

Apoiados em estudos realizados anteriormente em ratinhos de laboratório, os cientistas da UC consideram que esta molécula poderá ser “um regulador de envelhecimento, contrariando os efeitos” da doença (síndrome de progeria de Hutchinson-Gilford), acrescenta a UC.

“Este financiamento vai permitir continuar a nossa investigação nesta doença fatal e, no futuro, poderá auxiliar na descoberta de uma estratégia terapêutica que contrarie o envelhecimento acelerado destas crianças e, quem sabe, atrasar o envelhecimento natural de todos nós”, admite a responsável pelo projeto, Cláudia Cavadas.

As instituições dos EUA que vão financiar, durante dois anos, a continuação da investigação, são a Fundação The Progeria Research Foundation (PRF) e a organização Carly Cares.

A fundação tem apoiado “projetos em todo o mundo que resultaram em descobertas importantes sobre a progeria” e a parceria agora estabelecida “permitirá o surgimento de investigação inovadora nesta doença rara”, acredita Audrey Gordon, diretora executiva da PRF, citada pela UC.

Por seu lado, a Carly Cares “angaria verbas para financiar investigação que aumente a vida dos doentes e que tenha um impacto positivo nas famílias”, explica Heather Kudzia, presidente da Carly Cares – instituição com o nome da sua filha, de cinco anos de idade, diagnosticada com progeria.

A Carly Cares “não poderia estar mais orgulhosa de apoiar este estudo”, do CNC, assegura Heather Kudzia.

A progeria é uma doença genética rara, caracterizada por um envelhecimento acelerado.

A mortalidade das crianças atingidas pela progeria é provocada por “problemas cardíacos resultantes da arteriosclerose (espessamento e endurecimento das paredes das artérias), associada tipicamente à velhice”, podendo ocorrer em crianças “logo aos dez anos de idade”.

As capacidades mentais destas crianças permanecem intactas, apesar de apresentarem um corpo envelhecido, caracterizado, por exemplo, por rugas, perda de cabelo, problemas nas articulações e perda de massa muscular, refere a UC.

Infarmed
A revisão anual de preços dos medicamentos em 2015 conduziu a uma poupança superior a 13,3 milhões de euros para os utentes e...

Esta revisão abrangeu 4209 apresentações de fármacos, tendo-se registado reduções que vão desde os 10 aos 60%. Os medicamentos para as doenças do aparelho cardiovascular e do sistema nervoso central foram os que mais contribuíram para a descida global de preços.

Em 2014, as reduções realizadas através deste mecanismo tinham sido menores: 11,6 milhões de euros para os utentes e 14 milhões para o SNS. Esta medida tem como objetivo reduzir os preços praticados em Portugal para os níveis médios de três países de referência (tendo em conta o PIB e o preço dos medicamentos) e que em 2015 são a Espanha, a França e a Eslovénia.

Em 2015, foram sujeitas a análise 6612 apresentações de medicamentos, de 226 empresas, embora algumas tenham sido isentas de revisão, nomeadamente por serem comercializadas a preços inferiores a 5 euros por embalagem.

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