Durante um ano
Os hábitos alimentares de mais de 12 mil portugueses vão ser estudados durante um ano com o objetivo de investigar as causas...

“Além da recolha de informação junto de uma população representativa da população portuguesa, esta investigação pretende melhorar a saúde pública no geral”, explicou Helena Canhão, investigadora principal do estudo.

O projeto denominado “Saúde.Come”, que recebeu 715 mil euros de um mecanismo financeiro europeu, pretende usar tecnologias como a televisão interativa ou a internet para promover hábitos alimentares saudáveis junto dos idosos e dos jovens.

Numa primeira fase, que deverá durar cerca de seis meses, os investigadores vão tentar perceber que percentagem da população portuguesa vive em insegurança alimentar, ou seja, tendo acesso limitado ou incerto a uma alimentação adequada ou ter receio de não ter comida no dia seguinte.

A insegurança alimentar pode estar ligada a fatores económicos, mas também, sobretudo no caso dos idosos, a problemas de mobilidade aliados a isolamento ou solidão que dificultem o acesso a comida saudável e adequada.

A investigação é conduzida pela Sociedade Portuguesa de Reumatologia, Nova Medical School da Universidade Nova de Lisboa, Católica Lisbon School of Business and Economics, pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto e ainda por uma universidade da Noruega, país onde está a ser feito um estudo semelhante.

No total serão abrangidos cerca de 10 mil adultos portugueses e mais de 2.000 adolescentes.

Na segunda parte deste projeto, que é apresentado na quarta-feira à tarde em Lisboa, os autores vão pretender perceber de que forma as tecnologias como a internet ou a televisão interativa podem intervir na mudança de hábitos de saúde junto de idosos e de jovens.

Para a população idosa vai ser desenvolvida uma ferramenta “motivacional e educativa” que promove hábitos alimentares saudáveis e exercício físico através de uma aplicação de televisão.

Ao longo do estudo, os participantes devem ser avaliados através de consultas médicas, avaliação nutricional e de aptidão física.

Para os adolescentes vai ser criada uma plataforma online que contém inquéritos, vídeos e dicas de nutrição e será testada em 400 alunos dos 7º e 8º anos de uma escola do distrito de Leiria.

Inverno saudável
Portugueses têm ideias erradas sobre os alimentos que devem consumir no Inverno. Medicina Tradicional Chinesa esclarece como...

Chegada a estação mais fria, o corpo requer outros hábitos que ajudem a reforçar o organismo e sistema imunitário e o previnam da chegada das gripes e constipações, sendo por isso a altura ideal para introduzir ou retirar alguns alimentos nas nossas rotinas. Sempre com o foco na prevenção, o Dr. Hélder Flor, especialista em medicina tradicional chinesa, indica algumas plantas e alimentos que podem contribuir para que as alterações da estação fria não se façam sentir nocivamente na nossa saúde. “Há um ditado na China que diz: Se uma pessoa se alimentar bem no inverno, terá forças para caçar um tigre na Primavera.” Descreve Hélder Flor.

A alimentação é uma das chaves mestras da medicina tradicional chinesa, a par da inclusão de terapêuticas como a acupuntura, a fitoterapia (plantas medicinais) ou a moxabustão (técnica terapêutica da MTC). “A temperatura dos alimentos tem um papel importante no equilíbrio corporal existindo, por isso, a distinção entre alimentos frios e alimentos quentes.” Começa por explicar o médico terapeuta. “Nos meses mais frios devemos privilegiar a ingestão de alimentos de natureza quente, como os condimentos e as especiarias, de forma a reforçar e restabelecer a estabilidade do nosso corpo.”

Os alimentos devem ser, além disso, consumidos apenas na sua época de colheita, mais concretamente no que diz respeito à fruta. Por exemplo a laranja, sendo rica em água, é considerada uma fruta fresca ou de natureza fria e por isso não deve ser consumida no inverno, sendo preferível consumir frutas neutras como a maçã ou a pera, de época ou com uma característica mais quente. Para além disso, “O elevado grau de acidez da laranja ao cair no estômago, muitas vezes de manhã em jejum, pode causar gastrites e um esvaziamento da vesícula biliar acompanhado de leves indisposições tais como náuseas ou sensação de peso abdominal, principalmente em pessoas que já tenham algumas fragilidades a nível gastrointestinal e que façam deste gesto um hábito.” Outros alimentos que têm altas dosagens de vitamina C, mas sem os inconvenientes do ácido cítrico e que são benéficos devem ser, assim, eleitos como substituição como o caju, kiwi, brócolos, couve-flor, morangos, couve portuguesa, segundo indica o especialista em medicina tradicional chinesa e osteopatia.

Outros alimentos recomendados:

Gengibre, cardamomo, canela, malagueta, pimenta preta, tomilho, orégãos, manjericão, aveia, alho francês, cebola, romã, castanhas, figos, peras, avelãs, nozes ou uvas - “exemplos de alimentos com características mais quentes que reforçam o nosso corpo e ajudam a lidar melhor com o contraste de temperatura”, reforça Hélder Flor. “Também as frutas cozidas como a banana com mel e canela podem ser uma boa alternativa aos doces pois além de aquecer, nutrir e fortalecer o organismo, ainda trazem leveza ao estômago, sendo de fácil digestão e exigem menor uso de energia corporal para metabolizá-las.”

Outro dos conselhos que o especialista não esquece é a hidratação: “A maioria das pessoas não tem o hábito de beber água no inverno o que leva a uma menor hidratação do corpo podendo provocar problemas metabólicos e assim agredir o maior órgão do nosso corpo, a pele”, indica o especialista. Como alternativa à água, a ingestão de infusões e chás quentes é também indicada já que os rins são fortalecidos e purificados.

Por fim, no que à alimentação diz respeito, Hélder Flor explica que se deve optar por sopas, legumes cozidos, grelhados ou salteados em vez de saladas e alimentos frios ou crus. “Os alimentos devem ser cozinhados por mais tempo, preferindo-se os guisados, estufados, sopas e pratos do género. Devem evitar-se os alimentos de energia fria e ter em conta os frescos.” Remata o especialista, salvaguardando sempre que cada pessoa é um caso diferente e que por isso é tão importante um diagnóstico individual de forma a perceber quais as necessidades específicas de cada um.

Especialista diz
O diretor do Serviço de Psiquiatria do Hospital Gaia/Espinho afirmou que os casos depressivos que derivam da desilusão e da...

“Atualmente são cada vez mais frequentes episódios de ansiedade, depressão, stresse, fenómenos de dependência e de desenvolvimento de novas perturbações, associadas ao uso das novas tecnologias e do fácil acesso a redes sociais”, sustentou Jorge Bouça, que falava a propósito das VIII Jornadas de Saúde Mental, sob o tema “A Psiquiatria e a Saúde Mental - Entre as Redes Neuronais e as Redes Sociais”.

Organizado pelo Serviço de Psiquiatria do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E), o encontro visa debater o impacto que as redes sociais e as novas tecnologias têm no comportamento das pessoas, assim como nas suas relações pessoais e em grupo.

“A esfera digital e virtual tornou-se um catalisador de novas formas de voyeurismo e exibicionismo, acentuando efeitos de imitação de comportamentos autodestrutivos nas camadas mais jovens, como a automutilação e o suicídio”, afirmou o especialista.

Segundo Jorge Bouça, a perda de fronteiras entre a vida privada e pública a que assistimos nas redes sociais, através da publicação de conteúdos e imagens íntimas, levanta questões éticas que serão debatidas nas Jornadas.

Outros temas como a radicalização, a violência e o apelo a causas “purificadoras” como o Jihadismo serão também abordados.

Nos dois dias do encontro “pretende-se refletir e lançar pistas sobre a interação entre a psiquiatria enquanto ciência médica, as emoções, o comportamento e o contexto social e humano onde se desenvolve o indivíduo”, sublinhou o psiquiatra.

Ainda associado às mais recentes interações com a tecnologia, a forma como o nosso cérebro reage ao excesso de utilização das mesmas, impedindo o descanso e tornando-se causa inevitável de stresse, será também um dos pontos em análise, num momento em que os estudos científicos nesta área “ainda dão os primeiros passos”.

A discussão alargar-se-á tematicamente, envolvendo um estudo efetuado por profissionais do CHVNG/E, onde se analisa a utilização de termos do campo lexical da saúde mental nos media portugueses, nomeadamente a incidência da palavra esquizofrenia, “que tem vindo a ser utilizada de forma depreciativa nos últimos 10 anos, levando a uma maior estigmatização quer do termo, quer da doença”, referiu Jorge Bouça.

29 de outubro - Dia Mundial do AVC
Para assinalar o Dia Mundial do AVC, celebrado a 29 de outubro, a Associação Nacional AVC apresenta os resultados de um estudo...

Uma das principais conclusões do inquérito “AVC em Portugal – O olhar dos Portugueses sobre a doença”1 revela que 67% da população identifica a necessidade de reconhecer a figura do cuidador na Sociedade, com direitos laborais especiais e com a criação de uma Carta de Direitos.

Entre as pessoas que assumiram o papel de cuidador de um amigo ou familiar que sofreu um AVC, 61,5% admitem ter sentido repercussões a nível pessoal, como depressão, cansaço e isolamento. As dificuldades financeiras são também uma preocupação para alguns destes cuidadores. “Temos casos de pessoas que acolhem no seu seio doentes dependentes com muitas vulnerabilidades sociais, económicas e psicológicas. Contextos com carência de alimentos e medicação e com um acompanhamento médico altamente deficitário”, sublinha Clara Fernandes, Presidente da Associação Nacional AVC.

A resistência à redução dos fatores de risco que estão na origem do AVC é um aspeto alarmante e bem visível nas conclusões deste estudo. 67,2% dos indivíduos admite conhecer alguém que sofreu um AVC, mas destes, menos de metade reconhece ter alterado os seus hábitos diários. De entre os 45,4% de inquiridos que admite ter alterado os seus hábitos depois de ter assistido de perto a uma situação de AVC, mais de 70% indicam que mudaram a alimentação, procuraram reduzir o stress, passaram a fazer exames médicos com mais frequência e pesquisaram mais informação sobre a doença. Ainda, 58,8% reconheceram que aumentaram a prática de exercício físico e 42,1% reduziram o consumo de bebidas alcoólicas.

Contudo, apenas 26,8% indicaram ter reduzido ou deixado de fumar. Diogo Valadas, Diretor Técnico da Associação Nacional AVC salienta a importância de reduzir os fatores de risco, indicando que “os estudos mais recentes na área indicam que os fumadores têm uma probabilidade de sofrer AVC três vezes superior em comparação com os não fumadores”.

1 O estudo “AVC em Portugal – O olhar dos Portugueses sobre a doença”, de cariz quantitativo, foi realizado pela Spirituc, através de 600 questionários telefónicos aplicados de forma aleatória junto da população portuguesa com telefone fixo ou móvel, residente em território nacional, de ambos os géneros, com idade superior a 18 anos. As entrevistas telefónicas foram realizadas entre os dias 06 e 15 de julho de 2015

Sobre o AVC
Um AVC surge quando o fornecimento de sangue para uma parte do cérebro é impedido. O sangue leva nutrientes essenciais e oxigénio para o cérebro. Sem o fornecimento de sangue, as células cerebrais podem ficar danificadas, impossibilitando-as de cumprir a sua função.

O cérebro controla tudo que o corpo faz, por isso, uma lesão no cérebro afetará as funções corporais. Por exemplo, se um AVC danificar a parte do cérebro que controla o movimento dos membros, ficaremos com essa função alterada.

A doença é repentina e os efeitos no corpo são imediatos. Os sintomas incluem:

  • Dormência, fraqueza ou paralisia de um lado do corpo (pode ser um braço, perna ou parte inferior da pálpebra descaídos, ou a boca torta e salivante).
  • Fala arrastada ou dificuldade em encontrar palavras ou discurso compreensível.
  • Visão subitamente enublada ou perda de visão.
  • Confusão ou instabilidade.
  • Forte dor de cabeça.

Use um teste simples que o pode ajudar a reconhecer se uma pessoa teve um AVC:

  • Fraqueza Facial: a pessoa pode sorrir? Tem a sua boca ou um olho caído?
  • Fraqueza no braço: a pessoa consegue levantar os braços?
  • Problemas de expressão: a pessoa consegue falar com clareza e entender o que lhe dizem?

Se reconhecer algum destes sinais, ligue o 112 imediatamente.

Somos todos responsáveis…
A não adesão do paciente ao regime terapêutico prescrito é um flagelo mundial de saúde pública.

 

Os ganhos em saúde para o utente exigem regimes de tratamentos efetivos e a sua adesão, sendo que a adesão (também denominada de Concordância ou Cumprimento) à terapêutica é um dos 4 pilares da denominada adesão ao regime terapêutico, são eles:

 

  • Tomar os medicamentos/fármacos de forma apropriada;
  • Agendamento de consultas de cuidados de saúde e comparecer às mesmas;
  • Fazer mudanças no estilo de vida, incluindo na dieta, exercício, cessação do tabagismo e gestão do stress;
  • Autogestão de outros comportamentos que melhoram a saúde e os resultados dos cuidados. (Continuum de Saúde).

Nos países desenvolvidos, a taxa de não-adesão ao regime terapêutico nos doentes crónicos (Diabetes; Doenças Cardiovasculares, Demências, etc…), com múltipla medicação farmacológica é, em média, de 50%, sendo mais alta nos países em desenvolvimento (OMS 2003).

Numa investigação quantitativa acerca desta problemática, realizada por DiMatteo 2004), verificou que em média 24,8% dos utentes não aderem às recomendações por motivos muito variados, sendo que no caso dos utentes do foro psiquiátrico, as taxas médias de não-adesão encontradas são ainda mais elevadas, entre 37 e 42% (Cramer & Rosenbeck 1998).

Estima-se que entre 11 a 17% dos episódios urgências, consultas e internamentos se devam a incorrecção ou não-adesão ao regime terapêutico.

Podemos assim facilmente concluir que a não-adesão ao regime terapêutico é um “problema mundial de magnitude impressionante”, mesmo um flagelo mundial de Saúde Publica! (OMS, 2003)

São várias as implicações da não-adesão ao tratamento, sendo as mais significativas:

  • O aumento da morbilidade e mortalidade;
  • Redução da qualidade de vida;
  • Insatisfação dos utentes, das suas famílias e dos prestadores de cuidados;
  • Complicações médicas e psicológicas da doença;
  • Probabilidade de desenvolvimento de resistência aos fármacos;
  • Desperdício de recursos de cuidados de saúde e o desgaste da confiança do público nos sistemas de saúde.

Factores que influenciam a adesão ao regime terapêutico

A adesão é influenciada por vários factores. Estes incluem:

  • Baixo estatuto socioeconómico;
  • Analfabetismo e baixo nível educacional;
  • Desemprego;
  • Distância dos centros de tratamento;
  • Custo elevado do transporte ou da medicação;
  • As características da doença;
  • Fatores relacionados com a terapêutica: complexidade e duração do tratamento, efeitos secundários;
  • Crenças culturais acerca da doença e do tratamento.

Alguns destes fatores estão relacionados com o doente e com a medicação, enquanto outros estão relacionados com os profissionais de saúde. Por exemplo, o baixo estatuto socioeconómico é um factor relacionado com o doente, que inibe a adesão, enquanto os efeitos secundários de um regime farmacológico estão relacionados com a medicação. Dada esta interacção complexa de factores a afectar a adesão, os doentes precisam de ser apoiados e não culpabilizados.

Melhorar a adesão o que significa?
Uma melhor adesão está relacionada com a segurança do doente, traduz­‑se em melhores resultados de saúde e diminui os custos com os cuidados de saúde. Eficiência, quer para o SNS, quer para o utente.

A boa adesão melhora a efetividade das intervenções, promove a saúde e melhora a qualidade de vida e a esperança de vida dos doentes.

Não há uma forma única de promover a adesão aos regimes de tratamento. Para melhorar a adesão, têm de combinar-se várias estratégias educativas e comportamentais.

- As estratégias comportamentais incluem os lembretes e o reforço do comportamento do doente. Além disso, os prestadores de cuidados de saúde (profissionais de saúde) podem investigar as preferências dos doentes, simplificando os regimes de dosagem, etc.

- As estratégias educativas, que melhoram a adesão entre as pessoas com doenças crónicas, incluem a redução do número de medicamentos e da frequência das doses, o facultar de informação acerca dos efeitos secundários esperados e a motivação das pessoas para as alterações no estilo de vida causadas pela terapêutica.

É muito importante educar os doentes acerca das suas doenças crónicas, benefícios do tratamento e complicações associadas à não-adesão. A educação é necessária para a autogestão, uma vez que a maioria dos cuidados prestados para doenças crónicas exigem que os doentes estejam envolvidos no seu próprio autocuidado.

A educação é uma estratégia importante para melhorar a adesão, mas os doentes não precisam só de ser informados, mas também de ser motivados e encorajados a aderir ao tratamento e aos objectivos relacionados com o estilo de vida.

É necessária uma abordagem multidisciplinar para tratar as doenças crónicas e melhorar a adesão. A família, a comunidade e as organizações de doentes são parceiros-chave na promoção da adesão. Precisam de ser envolvidos de forma activa no plano de cuidados e nos resultados esperados dos cuidados.

A melhoria da adesão irá exigir a cooperação contínua entre os profissionais de saúde, investigadores, responsáveis pelas políticas, famílias e, mais importante que tudo, o doente.

Reconciliação terapêutica
A reconciliação da terapêutica é reconhecida como uma solução importante para a segurança do doente, em especial para a prevenção de erros de medicação. Permite evitar, entre outras situações, sobreposições e interações de medicamentos resultantes de informações incompletas ou mal comunicadas aquando da transição de cuidados do doente (admissão ao hospital, transferências dentro do hospital, alta).

A Reconciliação Terapêutica é um processo que consiste na identificação da lista mais precisa de todos os medicamentos que um doente está a tomar e que deve tomar - incluindo o nome, dosagem, frequência, via finalidade e a duração - e usar essa lista para fornecer/prescrever medicamentos correctos aos doentes em qualquer lugar dentro do sistema de saúde.

No momento da Admissão, um profissional de saúde (Enfermeiro) obtém a Melhor História de Medicação Possível (MHMP). A MHMP é a lista mais precisa da medicação que o doente deve estar a tomar e inclui os medicamentos que o doente está efetivamente a tomar no momento imediatamente anterior à admissão. Esta lista deve ser claramente documentada e atualizada durante o internamento se existir mais informação disponível.

O conhecimento sistematizado da medicação total de cada doente é um contributo indispensável para a segurança do doente, atendendo ao facto de a população portuguesa ser cada vez mais idosa, maioritariamente polimedicada e sujeita a transferências frequentes de tipologia de cuidados de saúde.

A importância da enfermagem…
Enquanto prestadores de cuidados de saúde em quem as pessoas confiam no contínuo de cuidados, os enfermeiros encontram-se numa posição única e privilegiada para avaliar, diagnosticar, intervir e avaliar resultados nas questões relacionadas com a adesão ao regime terapêutico.

No que à Enfermagem diz respeito, a adesão ao regime terapêutico significa ainda “tornar o doente mais autónomo no seu autocuidado”.

Compreendendo o doente e a sua família o enfermeiro pode, diariamente, renovar a vontade dos sujeitos em se auto cuidarem. Para isso é necessário encontrar respostas dinâmicas e avançar com muita perseverança.

São os enfermeiros que garantem a proximidade e continuidade de cuidados aos cidadãos, (Cuidados de Saúde Diferenciados, Cuidados de Saúde na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados e Cuidados de Saúde Primários).

São igualmente os enfermeiros, em colaboração com outros prestadores de cuidados de saúde, numa abordagem multidisciplinar, que desempenham um papel importante na optimização da adesão ao tratamento ao nível do indivíduo, da família, da comunidade e do sistema de saúde.

Neste contexto, a figura do enfermeiro de família ou enfermeiro de referência é uma realidade que permite, não só o acompanhamento do doente, como o seu encaminhamento para os restantes profissionais e recursos existentes na comunidade.

Por outro lado, continua a ser necessária mais investigação para aumentar a compreensão dos profissionais de saúde relativamente ao problema complexo e multidimensional da não-adesão ao regime terapêutico.

As intervenções dirigidas aos determinantes de não-adesão precisam de ser avaliadas quanto aos respetivos efeitos e possibilidade de generalização. As intervenções baseadas na investigação (a Prática Baseada na Evidência) podem ser colocadas em prática com o objetivo de melhorar os resultados de cuidados de saúde, e a qualidade dos cuidados de saúde em todo o mundo.

Bibliografia:
Cramer JA & Rosenbeck R (1998). Compliance with medication regimens for mental and physical disorders. Psychiatric Services, 49, 196-201.
DiMatteo MR (2004). Variations in patients’ adherence to medical recommendations: A quantitative review of 50 years of research. Medical Care, 42 (3),200-209.
International Council of Nurses (2001). International Classification for Nursing Practice – Beta 2 Version. Geneva, Switzerland: International Council of Nurses.
International Council of Nurses (2005). International Classification for Nursing Practice – Version 1.0. Geneva, Switzerland: International Council of Nurses.
International Council of Nurses (2008). Guidelines for ICNP® Catalogue Development.
Geneva, Switzerland: International Council of Nurses.
Ordem dos Enfermeiros (2009). Estabelecer parcerias com os indivíduos e as famílias para promover a adesão ao tratamento – Catálogo da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (Cipe ®). Genebra, Suíça.
International Council of Nurses, World Health Organization (2003). Adherence to long term therapies: Evidence for action. Geneva, Switzerland, World Health Organization.
www.emro.who.int/ncd/Publications/adherence_report.pdf

Nota Biográfica:
Hélder Abel Chaves Ferreira Lourenço nasceu em 1969.
Iniciou a atividade de enfermeiro em Janeiro de 1992 no Hospital Distrital de Lamego. Desde 1995 exerce no Hospital São Teotónio de Viseu (Centro Hospitalar Tondela-Viseua. E.P.E.).
É Enfermeiro Especialista em Saúde Mental e Psiquiátrica desde 2001. Em 2012 é um dos três enfermeiros em Portugal a obter o grau de Sexólogo Clínico, pela Sociedade Portuguesa de Sexologia.
Desde janeiro de 2012 é Presidente do Conselho de Enfermagem Regional do Centro da Ordem dos Enfermeiros.
É secretário e tesoureiro da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Saúde Mental (SPESM).

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Quercus
A criação da fiscalidade verde, nomeadamente a taxa sobre os sacos de supermercado, veio aumentar o consumo de sacos do lixo,...

“O que é natural, e faz sentido, é que o consumo global de sacos de plástico tenha diminuído, embora tenha aumentado o consumo de sacos do lixo. Mas, como diminuíram muito os sacos das compras, a nível ambiental, houve uma vantagem nesta medida”, disse Rui Berkemeier, especialista de resíduos da Associação Nacional de Conservação da Natureza (Quercus).

Para Rui Berkemeier, era expectável o aumento do consumo de sacos de plástico para o lixo, pois as pessoas já não levam para casa os sacos das compras que antes eram oferecidos nos supermercados, embora alguns ainda o façam.

O jornal Público revela que a medida de fiscalidade verde, colocada em prática em fevereiro, fez aumentar o consumo de sacos de lixo em 40%, um efeito colateral da taxa sobre os sacos de plástico dos supermercados esperado pelo governo, mas que pode reduzir os benefícios ambientais da medida.

Segundo Rui Berkemeier, deixaram de ser utilizados “milhões de sacos”. Estima-se, agora, que a quantidade utilizada atualmente seja “inferior à dos sacos que eram oferecidos”.

“Quando recebiam sacos gratuitamente, era um número abusivo, [os supermercados] davam a mais. Agora, quando têm de comprar para o lixo, só compram o que precisam”, refere o especialista, sublinhando que o problema dos sacos de plástico é o “facto de estes se romperem, serem deixados no ambiente e irem poluir a natureza e contaminar os oceanos e prejudicar a fauna marítima”.

Rui Berkemeier lembrou ainda que a medida da fiscalidade verde “não foi uma inovação portuguesa”, mas antes uma sequência das medidas que são seguidas a nível mundial.

O responsável da Quercus recordou que todos os estudos realizados indicam que é “vantajoso para o ambiente” deixar de oferecer os sacos de plástico nos supermercados.

De acordo com o responsável da Quercus, o ambiente também ficou a ganhar pelo simples facto de o plástico dos sacos do lixo ser reciclado, substituindo o saco de plástico das compras que era verde.

No entanto, Rui Berkemeier advertiu que a fiscalidade verde, criada para induzir boas práticas nos cidadãos e nas empresas, quer nos serviços quer no dia-a-dia, não está a premiar quem está a cumprir e a ser amigo do ambiente no que aos resíduos diz respeito.

“O problema é que a Taxa de Gestão de Resíduos não penaliza o suficiente quem envia resíduos para aterro ou quem envia resíduos para incinerar, o que quer dizer que quem recicla, acaba por não ver o seu esforço reconhecido”, sublinhou o responsável.

Rui Berkemeier referiu que a TGR esqueceu o ponto de premiar as autarquias que deviam pagar menos por reciclarem mais.

Estudo
Os tratamentos hormonais para mudança de sexo têm efeitos bem documentados no que se refere à aparência física. Mas uma...

O trabalho, conduzido por investigadores da Universidade de Viena, mostra que a administração de testosterona nas mulheres, além de produzir características masculinas, eleva os níveis de uma proteína chamada Sert, que transporta a serotonina para as células nervosas, escreve o Diário Digital.

Já transexuais que recebem estrogénio, a hormona feminina, passam a apresentar níveis reduzidos dessa proteína no cérebro, segundo os resultados publicados na revista Biological Psychiatry.

A proteína transportadora de serotonina exerce um papel importante no tratamento dos transtornos de humor e ansiedade, tanto que muitos antidepressivos interferem nesse mecanismo. Estudos genéticos já sugeriram que níveis altos de Sert podem aumentar a tolerância ao stresse, por exemplo.

Como as mulheres são duas vezes mais diagnosticadas com depressão, os cientistas acreditam que os níveis da proteína de facto têm relação com transtornos de humor e ansiedade. Portanto, ao receber hormonas, os transexuais poderiam tornar-se mais ou menos propensos a desenvolver o problema.

Os resultados do estudo também podem explicar por que a terapia com testosterona melhora os sintomas de alguns casos de depressão.

Análise de estudos conclui
O cálcio, ingerido em alimentos ou tomado como suplemento, tem pouco ou nenhum efeito sobre a densidade óssea ou o risco de...

Uma análise concentrou-se em 59 estudos clínicos aleatórios controlados sobre o efeito do cálcio na dieta e em suplementos sobre a densidade óssea. Em conjunto, escreve o Diário Digital, a pesquisa avaliou 13.790 homens e mulheres com mais de 50 anos. Os dados mostraram que mais cálcio na dieta ou ingerido como suplemento aumentava a densidade óssea entre um e dois por cento - pouco para ter qualquer efeito em fraturas.

A outra análise agrupou os resultados de 55 estudos sobre a ingestão de cálcio e fraturas e não constatou associação significativa do total do produto tomado com ossos partidos. Alguns estudos com suplementos mostraram um risco levemente reduzido de fratura vertebral, mas não no caso da bacia e antebraço.

“Não encontramos provas de que a ingestão de cálcio esteja associada ao risco de fratura. Assim, se tiver uma dieta normal, não é necessário preocupar-se com a ingestão de cálcio”, disse o principal autor, Dr. Mark J. Bolland, professor associado de medicina da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia.

Cientistas dizem
A ser verdade, um teste à saliva seria o suficiente para aferir a orientação sexual de cada um. Um grupo de cientistas norte...

Uma equipa de investigadores da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, diz saber identificar a orientação sexual dos homens com base na sequenciação genética do ADN, escreve o Sapo.

Segundos os cientistas, liderados por Tuck Ngun, existem nove partes do código genético que podem ter um papel na determinação da hetero, homo ou bissexualidade nos homens.

As conclusões foram obtidas depois de compararem o ADN de 47 pares de gémeos do sexo masculino, incluindo irmãos com orientações sexuais diferentes, explica o jornal britânico Guardian.

"Este é o primeiro exemplo de um modelo de previsão para a orientação sexual baseado em marcadores moleculares", comenta Tuck Ngun.

"Estudos anteriores já tinham identificado regiões dos cromossomas envolvidas na orientação sexual, mas nós fomos capazes de definir essas áreas. A atração sexual é uma parte fundamental da vida, mas não é algo que saibamos muito do ponto de vista genético e molecular. Espero que esta investigação nos ajuda a compreender-nos melhor", acrescentou.

"Os próximos passos serão explorar como a genética e os fatores ambientais interagem para produzir variações nas orientações sexuais ao longo da vida", disse ainda.

O estudo, que foi apresentado esta semana no encontro anual da Sociedade Americana de Genética Humana, em Baltimore, alega ainda ter provas que influências ambientais podem afetar a orientação sexual.

Estudo
Um estudo publicado na revista The Lancet revela que já é possível prever a possibilidade de um paciente vir a sofrer um ataque...

Um simples teste de sangue pode aferir se um paciente que sofra de dores agudas no peito irá sofrer um ataque de coração fatal. O teste, segundo o Observador, permite prever a probabilidade de ocorrência de um ataque cardíaco, o que pode não só tranquilizar muitas pessoas que se deslocam à urgências com dores no peito como poupar milhões aos serviços de saúde. Como é possível fazer tal previsão? Através da medição do nível de uma proteína no sangue, a troponina.

Um grupo de cientistas da Universidade de Edimburgo descobriu que existe uma relação entre o nível dessa proteína no sangue e a ocorrência de um enfarte. O estudo, publicado no The Lancet, analisa as amostras de sangue de seis mil pessoas internadas em quatro hospitais na Escócia e nos EUA , que foram seguidas ao longo de 30 dias. E os resultados obtidos indicam que o nível de troponina (a proteína do sangue) estava diretamente ligado à possibilidade de os pacientes virem a sofrer um ataque cardíaco no espaço de um mês. Se uma pessoa apresentar uma concentração inferior a cinco nanogramas por litro de troponina (de alta sensibilidade) isso significa um risco muito baixo de vir a sofrer ter um ataque cardíaco.

Os autores do estudo afirmam que cerca de 400 mil pessoas que se deslocam às urgências queixando-se de dores no peito poderiam ser mandadas para casa após a verificação dos níveis de troponina, o que permitiria poupar milhões de libras ao serviço de saúde britânico, segundo o Telegraph. Porque baixos níveis de troponina no sangue sugerem que é improvável que ocorra um ataque cardíaco.

“Esta investigação descobriu uma forma rápida de diagnosticar um ataque cardíaco. Com mais resultados deste ensaio clínico esperamos ter provas suficientes para mudar as diretrizes clínicas para assegurar um diagnóstico mais preciso de ataques cardíacos,” disse Atul Anand, co-autora da pesquisa da Universidade de Edimburgo e da Edinburgh Royal Infirmary ao Telegraph.

Atualmente, cerca de um milhão de pessoas por ano são admitidas nas urgências com queixas de dores lancinantes no coração, mas a maioria das quais acabam por não ser graves.

Consórcio
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e a Universidade de Coimbra consideraram que a entrada do consórcio entre estas...

Numa declaração, Martins Nunes, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), disse que este “novo passo na internacionalização da saúde portuguesa, protagonizado pelo consórcio CHUC/Universidade de Coimbra (UC), insere-se no esforço nacional de posicionar Portugal no contexto internacional, como já ocorre a nível europeu através da rede europeia de centros de referência”.

João Gabriel Silva, reitor da Universidade de Coimbra, disse também que a “entrada do consórcio CHUC/UC na M8 Alliance resulta do reconhecimento de que em Coimbra se desenvolve uma atividade na área da Saúde com grande relevância internacional, nos cuidados de saúde, no ensino, na investigação e translação para o tecido económico”.

“É uma entrada que beneficia Portugal, pois através de Coimbra todo o país terá acesso a um dos mais importantes fóruns, ligado ao G8, onde a saúde global é discutida e onde são desenhadas muitas das iniciativas que são depois concretizadas em todo o mundo”, disse João Gabriel Silva.

Martins Nunes acrescentou que o consórcio das duas instituições “atingiu hoje um patamar relevante e histórico no seu posicionamento internacional, ao ver aceite por unanimidade a candidatura à mais exclusiva organização de centros universitários mundial: a M8 Alliance”.

“O CHUC é o único hospital português integrado nesta organização inovadora, resultante da iniciativa política dos líderes do G8. Esta consagração mundial traduz o elevado nível de diferenciação e o grande esforço e dedicação dos seus profissionais nas tarefas assistenciais, de ensino e de investigação - agora reconhecidos pela integração do consórcio CHUC/UC na M8 Alliance".

A Aliança M8 tem como missão principal a melhoria da saúde a nível global e tinha até hoje 17 membros de 13 países diferentes.

Promove a investigação translacional, bem como a inovação na abordagem da prestação de cuidados, almejando o desenvolvimento de sistemas de saúde eficazes na prevenção da doença.

Esta rede é a base académica de excelência e na qual está assente a organização da Cimeira Mundial de Saúde, um fórum anual para o diálogo sobre os cuidados de saúde.

A Cimeira Mundial de Saúde é a conferência anual da M8 Alliance de Centros Médicos Saúde Académico, Universidades e Academias Nacionais.

É organizada em colaboração com autoridades nacionais, academias de ciências em mais de 67 países e está sob o patrocínio do governo alemão.

G8 da Saúde
Portugal, representado pelo consórcio Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e Universidade de Coimbra, foi admitido na...

A candidatura de Portugal, que foi aceite por unanimidade e que tinha sido muito bem recebida pelos decisores a 16 de julho, aquando de uma visita à Alemanha de uma comitiva lusa e do ministro da Saúde português, Paulo Macedo, viu agora ser concluído todo o processo, no decorrer da Assembleia-Geral da Cimeira Mundial de Saúde, que se realizou em Berlim.

A Aliança M8 tem como missão principal a melhoria da saúde a nível global e tinha até hoje 17 membros de 13 países diferentes.

Promove a investigação translacional, bem como a inovação na abordagem da prestação de cuidados, almejando o desenvolvimento de sistemas de saúde eficazes na prevenção da doença.

Esta rede é a base académica de excelência e na qual está assente a organização da Cimeira Mundial de Saúde, um fórum anual para o diálogo sobre os cuidados de saúde.

A Cimeira Mundial de Saúde é a conferência anual da M8 Alliance de Centros Médicos de Saúde Académicos, Universidades e Academias Nacionais.

É organizada em colaboração com autoridades nacionais, academias de ciências em mais de 67 países e está sob o patrocínio do governo alemão.

A comitiva portuguesa é constituída por Martins Nunes, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), João Gabriel Silva, reitor da Universidade de Coimbra, Manuel J. Antunes, diretor do centro de cirurgia cardiotorácica do CHUC, Diana Breda, diretora do departamento de internacionalização do CHUC, Luis Fareleiro, consultor para a internacionalização e desenvolvimento internacional do CHUC, Alexandre Lourenço, coordenador da rede de referenciação do CHUC e das candidaturas horizonte 2020, e João Redondo, coordenador de programas de saúde mental e psiquiatria do CHUC.

A candidatura de Portugal, via Coimbra, foi organizada durante mais de um ano e submetida em julho, em Berlim, ao presidente da aliança, Detlev Ganten.

A proposta lusa contou com o patrocínio do Brasil e da Academia Portuguesa de Medicina e com o apoio do Charité, hospital universitário e universidade berlinense, e do ex-presidente da União Europeia Durão Barroso.

Maior número dos últimos cinco anos
Nos primeiros oito meses do ano registaram-se em Portugal 218 dadores de órgãos, o maior número dos últimos cinco anos, e 521...

Este aumento de dadores cadáveres (mais 14 do que no mesmo período do ano passado) é acompanhada por uma ligeira diminuição, de 24% para 22%, de casos em que a morte é traumática, o que significa que as causas são mais médicas (78%).

Segundo a responsável, resulta daqui que a grande maioria dos dadores morre envelhecido ou doente, ou ambas, comprometendo muitas vezes a saúde dos órgãos a doar.

Quanto aos 521 transplantes realizados, dizem respeito a órgãos provenientes de todo o tipo de dadores - em morte cerebral, sequencial e vivo – sendo que 160 foram transplantes hepáticos e 34 cardíacos, o que traduz um crescimento destes transplantes para níveis superiores aos últimos quatro anos.

Os restantes transplantes realizados foram de rins (305), de pulmões (9) e de pâncreas (13).

Ana França revelou ainda que se registaram 20,9 dadores em morte cerebral, até agosto de 2015, por milhão de habitantes.

“Se conseguirmos manter esta atividade, conseguiremos atingir os 31,4 dadores por milhão de habitante”, acrescentou.

A maior lista de espera para transplantação de órgãos de dador vivo diz respeito ao rim.

Até julho deste ano realizaram-se 37 transplantes de rim de dador vivo, um de fígado de dador vivo e oito de fígado de dador sequencial.

Segundo a coordenadora, no final do ano passado, havia uma lista de espera de 2.216 para órgãos, dos quais 81 morreram à espera.

Só para rim, a lista de espera ascendia aos 1.970, 43 dos quais acabaram por morrer.

Os objetivos do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) são diminuir as listas de espera e aumentar as oportunidades de transplante, designadamente de dadores vivos, em que “o país ainda está muito atrás”.

Em Holanda, por exemplo, mais de 50% dos transplantes de rins são de dadores vivos.

Ana França disse mesmo que Portugal está a “estudar a possibilidade da doação cruzada com Espanha”, já que a lei o permite, sendo contudo necessário criar normas em relação aos procedimentos e o consentimento informado.

“A doação renal cruzada é mais uma forma de tentar aumentar a doação em vida”, sublinhou Hélder Trindade, presidente do IPST.

Ana França anunciou ainda que se vai iniciar em novembro a fase piloto do Registo Português de Transplantação e que serão desenvolvidos acordos com as sociedades científicas, Ordem dos Médicos e Direção-Geral da Saúde.

Sociedade Portuguesa de Transplantação
O número de rins colhidos em dadores cadáver para transplantação está a aumentar, mas cerca de 30% não são aproveitados, por...

Este dado foi revelado pelo presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação, Fernando Macário, durante a abertura do 17º Dia Europeu da Doação de Órgãos, uma iniciativa promovida anualmente pelo Conselho da Europa e que este ano se realiza em Lisboa.

Apesar do número de transplantes de rins ter estabilizado nos últimos anos – entre janeiro e julho de 2015 foram transplantados 305 rins -, a doação é um problema que preocupa os responsáveis, não só por não existirem tantos dadores vivos como seria desejável, mas também porque os rins provenientes de dadores cadáveres não estão muitas vezes em condições.

A agravar este quadro está a realidade da doença em Portugal, país com a maior taxa de insuficiência renal crónica de toda a Europa, explicou o responsável, acrescentando que só a Grécia e a Turquia se aproximam de Portugal, mas ainda assim com menos casos.

“Colhemos, analisamos e não aproveitamos muitos rins. Apesar do aumento da colheita, não se consegue o aumento do transplante de rim na mesma proporção, porque os dadores estão mais velhos e mais doentes”, disse.

"A taxa de dador cadáver de rim, em 2014, foi de 27,8 por milhão de habitantes, o que deveria dar à volta de 55 rins, mas a taxa de transplantação foi de 37,6, porque grande parte não está em condições, 20% a 30% não se aproveitam", acrescentou Fernando Macário.

Isto também se explica por haver hoje muito mais rigor e todos os rins serem sujeitos a biópsias. Deste modo, muitos rins não são aproveitados, mas, quando são, mais de 90% dos transplantes renais estão a funcionar perfeitamente ao fim de um ano, explicou, sublinhando que, neste aspeto, “os números melhoraram muito”.

Apesar de Portugal ocupar um lugar cimeiro em doação cadáver, o mesmo já não se verifica para as doações em vida.

Do total de transplantes renais registados este ano, apenas cerca de 10% foram de rins provenientes de dadores vivos (37 dadores).

A lista de espera para rim, em 31 de dezembro de 2014, era de 1.970 pessoas e, destas, 43 morreram à espera.

A incidência (novos casos) de doentes renais é de 230 novos casos por milhão de habitantes e a prevalência é superior a mil doentes por milhão de habitantes, só em diálise.

Mais de 34 mil vacinas numa semana
Mais de 34 mil pessoas vacinaram-se nas farmácias durante a primeira semana da campanha de vacinação contra a gripe. Este valor...

Este ano, a campanha de vacinação nas farmácias iniciou-se a 1 de Outubro, contando com uma participação de mais de 3.725 farmacêuticos formados e certificados para efectuar a sua administração, em mais de 2.200 farmácias. Estima-se que logo no primeiro dia, mais de 9 mil pessoas tenham preferido vacinar-se na farmácia.

Estão disponíveis mais de 750 mil vacinas.

Vacinação nas farmácias vence prémio internacional
O poster científico da ANF sobre a “Análise das 7 campanhas contra a gripe realizadas pelas farmácias”, mereceu a distinção da International Pharmaceutical Federation (FIP). O prémio foi atribuído em Düsseldorf, na Alemanha, no passado dia 2 de Outubro, durante o congresso anual da FIP.

Entre 150 trabalhos científicos de 33 países, apresentados no âmbito da Farmácia Comunitária, o poster da ANF mereceu o segundo lugar.

A FIP é a organização mundial mais representativa de farmacêuticos e das ciências farmacêuticas, agregando 126 organizações-membro e representando a profissão farmacêutica na Organização Mundial de Saúde.

Este é mais um reconhecimento internacional das farmácias portuguesas relativamente à vacinação contra a gripe e que, anualmente, conta com mais de 2 mil farmácias do país preparadas para administrar a vacina com toda a segurança, de forma rápida, sem listas de espera ou hora marcada, numa alternativa mais cómoda e mais disponível que os centros de saúde.

Fique a conhecer mais em www.farmaciasportuguesas.pt/pub/LP/vacinacao

Neurologista defende
O neurologista Alexandre Castro Caldas defendeu que o rendimento académico dos alunos pode ser melhorado se o horário escolar...

Em declarações, o especialista exemplificou que nos Estados Unidos da América os resultados dos alunos melhoraram quando decidiram começar as aulas mais tarde.

“Os miúdos estavam mais despertos, conseguiam trabalhar melhor. É preciso perceber os horários de sono dos adolescentes”, afirmou o diretor do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa.

No entanto, defendeu que as medidas não devem ser replicadas de forma universal: Primeiro “é preciso ver o que as escolas estão a fazer” e estudar a realidade de cada país.

As neurociências e a educação é o tema que Castro Caldas leva no sábado ao Congresso Mundial de Educação, iniciado hoje em Lisboa por iniciativa do setor privado.

De acordo com o neurologista, as ciências do cérebro devem contribuir para melhorar o ensino, sendo este um dos temas mais em foco no mundo atual.

A investigação em torno do funcionamento do cérebro pode contribuir “de forma muito significativa” para a forma de ensinar, frisou, acrescentando que nos EUA esta temática está “muito mais desenvolvida”.

Além de perceber os ritmos de sono dos adolescentes e adequar o horário escolar, pode também contribuir para melhorar o rendimento dos alunos a presença de atividades na escola como teatro e a música.

“As pessoas trazem a ideia de que é preciso introduzir muito cedo os computadores na escola, mas Portugal é dos países com mais computadores e se calhar não é o mais correto, porque Portugal não é dos que tem melhores resultados”, disse.

Para Castro Caldas, é preciso “perceber a importância do teatro e da música nas escolas”, uma vez que o exercício da memória e a concentração também se trabalham por aí.

“O teatro, por exemplo, é uma forma de estimular a memória é preciso decorar um texto”, referiu.

A dimensão das turmas tem também o seu papel. “Turmas grandes não é o melhor modelo, é preciso uma maior proximidade entre o aluno e o professor. Num país com tantos professores, isso não deve ser um problema”, sustentou.

“É preciso que os miúdos percebam que têm dentro da cabeça um computador muito melhor do que qualquer outro”, afirmou, defendendo aqui a importância do papel do professor.

O congresso é dedicado tema “A Nova Educação na Era Digital”.

Durante dois dias, estarão em Lisboa vários agentes do setor, mas também convidados de outras áreas como o sociólogo Zigmunt Bauman, Prémio Príncipe das Astúrias.

Participam igualmente Maurice de Hond, cofundador das primeiras escolas Steve Jobs e John Jones, especialista em mudança educativa.

O encontro é organizado pela Confederação Mundial de Ensino Privado (COMEP), com sede na Argentina, pela Confederação Europeia de Ensino Privado, com sede em Espanha, e a Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo de Portugal (AEEP).

Este ano
A GNR realizou desde o início do ano 233 transportes de órgãos entre vários centros hospitalares, sendo o serviço mais...

Em comunicado, a Guarda Nacional Republicana adianta que para o transporte dos 233 órgãos foram empenhados, durante este ano, um total de 465 militares da valência do trânsito, que percorreram 38.717 quilómetros.

Segundo a GNR, os distritos com mais transportes requisitados foram Lisboa (62), Setúbal (40) e Coimbra (31).

Desde 1994 que a GNR, através da sua valência do trânsito, desempenha a missão de transporte de órgãos entre vários centros hospitalares de todo o país.

Após ser contactada pela unidade de saúde que detém o órgão a ser transportado, a GNR mobiliza de imediato uma patrulha de trânsito para o transportar nas exigidas condições térmicas até ao bloco operatório do estabelecimento hospitalar requisitante, explica a corporação.

Aquela força de segurança refere ainda que “a qualidade e segurança da transplantação de órgãos depende do tempo necessário para o seu transporte, competindo assim à GNR, e em respeito das condições de segurança, chegar ao destino no menor tempo possível, contribuindo deste modo para o salvamento de mais uma vida”.

Estudo
Pessoas que são submetidas a uma cirurgia para redução de peso têm um risco 50% maior do que a média da população de tentar...

A pesquisa envolveu 8.815 habitantes da província canadiana de Ontário que passaram por cirurgia bariátrica (banda gástrica, gastroplagia, bypass, etc.) entre 2006 e 2011 e foi publicada no Journal of the American Medical Association (JAMA).

As pessoas analisadas no estudo foram acompanhadas durante seis anos: três anos antes e três após a cirurgia bariátrica para aliviar a obesidade mórbida, uma epidemia nos países desenvolvidos, onde cerca de 6% da população é afetada, escreve o Diário Digital.

Embora os cientistas já soubessem há algum tempo que os problemas de saúde mental podem resultar do excesso de peso, não tinham sido capazes de identificar se os riscos de auto-mutilação aumentavam antes ou após a cirurgia.

O número real de emergências por auto-mutilação entre as 8.800 pessoas acompanhadas pelo estudo foi baixo - 111 pacientes tiveram 158 emergências derivadas de tentativas de suicídio.

Mas os pesquisadores descobriram que o risco destas emergências aumentou significativamente - aproximadamente 50% - após a operação.

“Envenenamento auto-infligido intencionalmente por medicamentos foi o mecanismo mais comum de tentativa de suicídio”, argumenta o estudo.

Outros métodos de auto-mutilação incluem a ingestão excessiva de álcool, trauma físico e envenenamento por produtos químicos tóxicos.

Segundo Junaid Bhatti, principal autor da pesquisa feita pelo Instituto de Investigação Sunnybrook, em Toronto, os resultados sugerem a necessidade de maiores cuidados no acompanhamento dos pacientes que passaram pela cirurgia bariátrica.

Cerca de 200.000 destas operações foram feitas em 2014 nos Estados Unidos.

“Estes efeitos colaterais prejudicam os benefícios gerais da cirurgia bariátrica”, disse Bhatti.

Estudo
Amamentar tem muitos benefícios, mas um novo estudo sugere que não há efeito sobre a inteligência da criança entre a fase de...

A ideia de que o leite materno pode ter um efeito na cognição é plausível, por causa das longas cadeias de ácidos gordos polinsaturados, importantes para o desenvolvimento neurológico, que são mais abundantes em bebés que mamaram no peito, escreve o Diário Digital.

Investigadores britânicos estudaram 11.582 crianças nascidas entre 1994 e 1996. Quase dois terços receberam leite materno, em média durante quatro meses. Os cientistas acompanharam as crianças até aos 16 anos e efetuaram nove testes de inteligência, a intervalos regulares ao longo dos anos. O estudo foi publicado na revista científica PLOS One.

Depois de controlos para a educação dos pais, idade materna, condição socio-económica e outras variáveis, constataram que as meninas amamentadas no peito tinham uma vantagem pequena, mas insignificante nos primeiros anos em relação a quem foi alimentado com biberão. O efeito não transparecia nos meninos. O leito materno não foi associado a ganhos no Q.I. até à adolescência nem para meninos nem para as meninas.

A principal autora, Sophie von Stumm, da Universidade Goldsmiths, de Londres, afirmou que as mães que não oferecem o leite materno são por vezes criticadas.

“Soa quase como uma acusação hoje dia, como se estivesse a prejudicar o filho de propósito. Não é nada disso, e não ajuda as mães. As crianças fazem muitas coisas que influenciam o Q.I. O leite materno não tem efeito que possa ser diferenciado da formação familiar ou da condição socio-económica.”

Em Portugal
A Associação Portuguesa para o Estudo da Dor vai promover uma Sessão comemorativa do Dia Nacional de Luta Contra a Dor, no...

“Na sessão comemorativa várias figuras públicas de diversos quadrantes irão debater, em mesa redonda, este tema que nos parece da maior atualidade e premência. O conceito dor será abordado em diferentes perspetivas ou conceitos, consequente a uma visão e formação dos intervenientes, provenientes de áreas tão díspares como a literatura, as artes, o teatro, a economia ou da política,” explica Duarte Correia, presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED).

Na sessão comemorativa, segundo o Sapo, serão também anunciados os laureados das bolsas “APED de apoio à formação na área da dor” e entregues os prémios “Vou Desenhar a Minha Dor”, “Revista Dor/Bene Farmacêutica” e “Jornalismo Dor – 4ª Edição”.

A dor é um grave problema de Saúde Pública, em todo o Mundo. De acordo com a Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP), a dor é uma experiência multidimensional desagradável, envolvendo não só uma componente sensorial mas também uma componente emocional, e que se associa a uma lesão tecidular concreta ou potencial, ou é descrita em função dessa lesão. Em Portugal, mais de 30% da população adulta sofre de dor crónica com implicações diretas na produtividade, incapacidade laboral e na qualidade de vida dos portugueses.

A Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED) tem por objetivos promover o estudo, o ensino e a divulgação dos mecanismos fisiopatológicos, meios de prevenção, diagnóstico e terapêutica da dor.

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