Especialista diz
O diagnóstico precoce da doença renal crónica nas crianças, principalmente nas que têm histórico familiar, é fundamental para...

“A hipertensão arterial pode ser uma manifestação da doença renal mas existem outros sintomas que podem levantar a suspeita como o atraso de crescimento, o cansaço, o edema a urina com espuma ou uma alteração na sua cor”, refere Fernando Nolasco, Presidente da Sociedade Portuguesa de Nefrologia.

“A medição da tensão arterial na consulta de rotina, que é obrigatória a partir dos três anos mesmo em crianças saudáveis, ou um teste de urina, que deteta sangue ou proteínas na urina, podem alertar para o diagnóstico”, conclui o especialista.

Em Portugal, segundo o Sapo, uma em cada 10 pessoas sofre de doença renal crónica e anualmente são registados 2.500 novos casos de insuficiência renal crónica terminal, existindo, atualmente, cerca de 16 mil doentes em tratamento substitutivo renal (diálise e transplante). Nas crianças, ocorrem cerca de 15 novos casos por ano, na população com idade inferior aos 18 anos e a prevalência estima-se em 100 casos de doença renal crónica terminal neste grupo etário.

A Doença Renal Crónica caracteriza-se pela existência de uma lesão renal que se faz acompanhar de um declínio mais ou menos lento mas progressivo das funções dos rins. É uma doença que pode atingir qualquer pessoa, independentemente do género ou idade, mas cuja incidência é maior no sexo masculino e nos adultos, o que faz com que seja considerada uma doença que atinge sobretudo as idades mais avançadas.

Em 2014
Em 2014, renunciaram à ADSE 1.614 trabalhadores, o que levou à renúncia de 1.351 familiares que beneficiavam do sistema. No...

Mais de 1.600 funcionários públicos optaram, em 2014, por deixar a ADSE, o que contribuiu para a redução do número de beneficiários do regime de proteção da administração pública, que se fixou nos 1,2 milhões de beneficiários, escreve o Observador.

De acordo com o relatório de atividades de 2014, renunciaram à ADSE 1.614 trabalhadores, o que, consequentemente, levou à renúncia de 1.351 familiares que beneficiavam do sistema. No total, renunciaram 2.965 beneficiários, mas o relatório desvaloriza o impacto dessa redução salientando que apenas os beneficiários titulares contribuem financeiramente.

O secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP), José Abraão, disse que a maioria das desistências teve a ver com o aumento do encargo mensal pois os trabalhadores descontavam 2,25% e passaram a descontar 3,5%, ao mesmo tempo que têm reduzido as comparticipações.

No final de 2014, o número de beneficiários da ADSE era de 1.275.356. No ano anterior, o número era de 1.290.816. Nos mesmos períodos, os titulares no ativo eram 508.100 e 523.234, respetivamente.

A quebra registada no número de beneficiários e contribuintes não parece ter afetado os resultados financeiros da entidade, que ultrapassaram os 132 milhões de euros em 2014. Em 2013 a ADSE tinha tido um resultado liquido de 5,2 milhões. A ADSE depende em termos orçamentais do Ministério da Saúde mas é tutelada pelo Ministério das Finanças.

Estudo
Uma equipa de cientistas franco-russos anunciou ter encontrado um novo vírus gigante na Sibéria, batizado "Mollivirus...

Esta descoberta mostra que os vírus gigantes "não são incomuns e são muito diversificados", disse à AFP Jean-Michel Claverie, um dos coordenadores do estudo publicado na revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciências (PNAS).

Com a revelação do "Mollivirus sibercum", passa para quatro o número de famílias de vírus gigantes identificados desde 2003, incluindo dois já encontrados em terreno de gelo permanente ('permafrost'), disse Jean-Michel Claverie, professor de medicina na Universidade de Aix-Marseille e diretor do Laboratório do Genoma e Informações Estruturais de Marselha.

Segundo o cientista, esta descoberta deve levantar questões sobre o risco potencial de alguns destes vírus gigantes acordarem um dia, caso se comecem a agitar porões muito profundos do Ártico em busca de minerais valiosos ou petróleo.

Os vírus gigantes, que têm um diâmetro maior do que 0,5 micron (0,5 milésimo de um milímetro) são facilmente visíveis com um microscópio ótico simples, ao contrário dos outros vírus, podendo ser facilmente confundidos com uma bactéria.

Os investigadores 'acordaram' o vírus num laboratório usando amebas (organismo unicelular) como as células hospedeiras com a intenção de verificar se são ou não patogénicos para o homem ou rato.

No ano passado, a equipa tinha conseguido reavivar um outro tipo de vírus gigante mantido na mesma amostra de 'permafrost', chamando-o de "Pithovirus".

O mundo científico, que sempre pensou que os vírus eram necessariamente muitos pequenos e compostos apenas por um punhado de genes, passou a denominar vírus gigantes após uma descoberta em 2003 de um vírus composto por mais de mil genes, com o nome "Mimivírus", da família de "Megavirus chilensis".

A análise do ADN contido na amostra 'permafrost' confirmou a presença de genoma intacto "Mollivirus" embora com uma concentração extremamente baixa.

O aquecimento global tem libertado o gelo nas zonas polares, fornecendo o acesso à Sibéria Oriental e do Norte por rotas marítimas, que antes não existiam.

"Se não tivermos cuidado, corre-se o risco de acordar um vírus como a varíola, considerada erradicada", observou o Jean-Michel Claverie.

DGS
O diretor geral da Saúde, Francisco George, anunciou que estão internadas cinco pessoas com a Doença dos Legionários no Grande...

Em conferência de imprensa no Porto, Francisco George explicou que desde a última semana de julho foram notificados 16 casos de pessoas com a Doença dos Legionários no Grande Porto, dois dos quais foram adquiridos durante viagens ao estrangeiro, ou seja, com incubação da doença fora de Portugal.

Neste momento, disse o diretor geral, estão cinco doentes internados na rede hospitalar do Porto, que apresentam uma "evolução clínica favorável".

"Foi possível identificar em seis equipamentos de torres de arrefecimento a existência da bactéria, em locais que produzem aerossóis. Esses equipamentos foram de imediato encerrados e sujeitos a tratamento de desinfeção", revelou, sem querer identificar quais os edifícios públicos em causa.

O diretor geral da Saúde deixou ainda bem claro que "esta situação é totalmente diferente daquela que se verificou em Vila Franca de Xira" no ano passado, onde em muito poucos dias surgiu "uma epidemia explosiva com 402 casos confirmados", com registo de 14 óbitos.

Francisco George acrescentou que quatro dos 14 casos incubados no Grande Porto surgiram desde sexta-feira e que apesar de as fontes identificadas terem sido encerradas, tratadas e desinfetadas, poderá acontecer, “atendendo ao período de incubação, que ao longo dos próximos 10 a 12 dias surjam outros casos”.

“À luz do princípio de precaução e perante a identificação de colonização com bactérias naquelas torres, elas foram imediatamente encerradas e foram sujeitas a tratamento de acordo com os procedimentos que estão previstos para este fim. Não sabemos ainda se este aglomerado de doentes que estão nas camas hospitalares do Porto têm uma bactéria correspondente aquela que foi identificada”, observou.

Apesar da insistência dos jornalistas, o diretor geral da Saúde não quis dizer quais os edifícios em causa “por razões de proteção dos interesses”, mas garantiu que “em termos de saúde pública já foram encerradas as torres e os edifícios” e por isso “já não há exposição a esse risco”.

Para além desta situação, o responsável esclareceu a questão que se prende com o hotel Boa-Vista, evidenciando que se trata de “dois campos distintos, dois problemas diferentes, apenas coincidentes no tempo e no Porto.

Francisco George explicou que há uma rede europeia que liga os diretores gerais de toda a União Europeia que recebe comunicações quando se diagnosticam casos de doenças de legionários em doentes cuja história demonstra que viajaram nos últimos 14 dias.

Assim, houve uma notificação de um doente sueco e de uma doente francesa que tinham pernoitado naquele hotel, tendo depois das devidas análises a equipa de saúde pública demonstrado a existência de bactérias de 'legionella'.

No entanto, o diretor geral da Saúde acautelou que ainda não foi possível comprovar que se a bactéria que agora foi identificada na rede interna do hotel, não na rede camarária, será ou não a mesma que fez adoecer os turistas estrangeiros.

“O hotel está fechado ao público agora. A autoridade de saúde local está em contacto com a administração do hotel para verificar o cumprimento das medidas e só após a regularização da situação e não existência de risco é que o hotel reabrirá”, explicaram.

Um milhão de euros
O Prémio António Champalimaud de Visão 2015, no valor de um milhão de euros, foi atribuído a três instituições que trabalham em...

O Kilimanjaro Centre for Community Opththalmology (KCCO), a Seva Foundation e a Seva Canada são os vencedores desta edição do maior prémio do mundo na área da visão e que foi ontem entregue na fundação.

O projeto “reúne três áreas: combate à pobreza, combate à cegueira e promoção económica e social das populações através de programas de microcrédito e microfinanciamento”.

“Estes programas de microcrédito abrem novas perspetivas e dão um novo sentido a atividades tradicionais, como o artesanato, pondo o resultado destas atividades ao serviço das populações e garantindo a estas comunidades esquecidas uma nova forma de vida e desenvolvimento sustentável”, segundo a Fundação.

O Projeto Kilimanjaro atua num dos cenários mais dramáticos de África, num território devastado pela pobreza extrema, pelos flagelos naturais, pela doença e pela cegueira, que atingiu nesta área números inimagináveis.

Em declarações, o diretor do KCCO, Paul Courtright, sublinhou que o trabalho desta organização não se limita à assistência clínica: “Temos de envolver toda a comunidade, saber onde estão os doentes. Muito do nosso trabalho é focado em busca de capacidades” junto as populações.

Paul Courtright destacou a dimensão da cegueira em África, onde “há muita gente cega”.

Sobre as cataratas, que “são a principal razão da cegueira em África”, há pouco a fazer ao nível da prevenção. “O que podemos fazer é levar as pessoas a procurar os serviços” de saúde, o que “não é fácil”, tendo em conta a rede de transportes neste continente, que “é muito fraca”, disse.

“Por isso, temos de criar pontes entre a comunidade e os serviços de saúde”, adiantou.

O glaucoma “também é um grande problema em áfrica” e, nesta área, o trabalho do KCCO incide no treino das pessoas para que façam determinadas cirurgias que previnam a cegueira causada pelo glaucoma, ou que recebam os devidos medicamentos para a prevenção da doença”.

A KCCO está muito preocupada com a cegueira pediátrica que atinge muitas crianças em África.

“Mais uma vez, temos de encontrar formas de chegar às crianças, junto da comunidade. As mães não sabem o que fazer e nós temos de encontrar uma forma de identificar as crianças e fazer com que elas acedam aos serviços de saúde”, disse.

Sobre a atribuição do prémio, Paul Courtright congratulou-se com a mesma, sobretudo por tratar-se do “reconhecimento” de uma forma de trabalhar que envolve a comunidade.

“Não é só mandar pessoas para África e esperar que as pessoas de fora resolvam os problemas. Isso não faz sentido. É preciso envolver e encontrar as ferramentas em África”, adiantou.

O Prémio António Champalimaud de Visão 2015 reconhece “o esforço de organizações que, com poucos meios, ultrapassaram dificuldades desenvolvendo um combate cujos resultados já são visíveis”, segundo a fundação.

Este prémio foi lançado em 2006 e conta com o apoio do programa “2020 – O direito à Visão” da Organização Mundial de Saúde.

No ano passado o prémio foi para sete cientistas: Napoleone Ferrara, Joan W. Miller, Evangelos S. Gragoudas, Patricia A. D’Amore, Anthony P. Adamis, George L. King e Lloyd Paul Aiello.

Assistência Médica Internacional
A campanha de reciclagem de radiografias da Assistência Médica Internacional inicia-se na terça-feira e pede a entrega de...

As radiografias com mais de cinco anos ou sem valor de diagnóstico podem ser entregues até 29 de setembro nas farmácias de todo o país, explica a Assistência Médica Internacional (AMI) em comunicado.

Desde 1996, a iniciativa, já na sua 20ª edição, totalizou mais de 1.500 toneladas de radiografias recolhidas e recicladas, das quais 60 toneladas em 2014.

A entrega das radiografias permite que os seus materiais sejam reciclados e evita o envio para o lixo de produtos que ficariam sem utilização.

"A venda da prata extraída permitirá à AMI gerar financiamento para fazer face ao constante aumento das necessidades sociais", salienta a organização.

A iniciativa permite angariar fundos equivalentes ao custo de um dos 17 equipamentos e respostas sociais da AMI em Portugal.

A organização tem neste projeto "uma das suas fontes estratégicas de angariação de fundos, demonstrando que, independentemente das dificuldades financeiras de cada um, todos podem contribuir sem custo".

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, avisou que é necessário baixar os custos por cada doente diabético tratado, uma vez que a...

Na sessão de apresentação do projeto “Não à Diabetes” promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian, Paulo Macedo revelou que, no primeiro semestre deste ano, os medicamentos para a diabetes, excluindo as insulinas, aumentaram 5,5% em termos de embalagens vendidas, enquanto cresceram cerca de 15% em termos de custos.

“Esta relação é totalmente impossível de manter face aos crescimentos previstos [da doença]. Se sabemos que vamos ter mais pessoas a tratar é preciso que, por tratamento, se consiga ter menores custos ”, declarou o ministro.

Já em resposta aos jornalistas no final da sessão, Paulo Macedo frisou que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está disponível para tratar mais doentes, mas os custos só serão comportáveis caso haja uma redução do preço por tratamento:

“De certeza que no futuro vamos ter de tratar bastantes mais pessoas e queremos tratá-las desde já. Se estamos numa doença com a maior prevalência, e sabemos que vai aumentar, temos de ter a certeza que, embora possamos gastar mais em termos absolutos, por doente devíamos gastar menos. Porque senão será incomportável. Estamos disponíveis para ter maiores custos, o que não podemos é ter custos exponenciais porque a inovação é sistematicamente muito mais cara”, afirmou, relembrando o acordo recente com a indústria farmacêutica para tratar os doentes com hepatite C.

O tratamento da diabetes e das suas complicações representa 10% da despesa de saúde em Portugal, o que corresponde a cerca de 1% do Produto Interno Bruto.

Segundo dados da Gulbenkian, num cenário em que nada seja feito para inverter a situação, os gastos diretos com a diabetes podem chegar aos três mil milhões de euros, representando 15% da despesa de saúde dentro de duas décadas.

Neste mesmo “cenário negativo”, o número de casos de diabetes diagnosticados pode duplicar em 10 anos, passando dos atuais 60 mil novos casos para os 120 mil.

“Os serviços de saúde não terão capacidade para atender, acompanhar e tratar com qualidade um número tão elevado de doentes. Os custos com medicamentos poderão ser incomportáveis para o SNS”, refere o documento da Gulbenkian sobre o projeto “Não à Diabetes”.

Esta iniciativa, que vai envolver municípios, empresas e sociedade civil, pretende evitar que 50 mil pessoas pré-diabéticas desenvolvam a doença no prazo de cinco anos. O outro objetivo é identificar no mesmo período de tempo 50 mil pessoas diabéticas mas que desconhecem ser portadoras da doença.

Segundo João Raposo, da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, existem cerca de dois milhões de portugueses com pré-diabetes que é importante identificar para evitar que desenvolvam a doença.

O objetivo é que o projeto arranque com um mínimo de 160 municípios, fazendo uma avaliação de 25% de toda a população adulta de cada concelho parceiro, mediante um questionário de avaliação de risco, numa iniciativa que terá o apoio das farmácias da rede da Associação Nacional de Farmácias (ANF).

As pessoas identificadas no rastreio como potencialmente diabéticos ou pré-diabéticos são depois encaminhados para centros de saúde, onde serão desenvolvidos programas educativos para promover a adoção de estilos de vida saudáveis.

O projeto, que decorre do estudo “Um Futuro para a Saúde – Todos temos um papel a desempenhar” apresentado pela Fundação Calouste Gulbenkian em 2014, contempla ainda formação de profissionais de saúde e de funcionários autárquicos.

No Porto
O Instituto Portucalense de Neuropsicologia e Neurociências Cognitiva e Comportamental anunciou que dispõe de um novo centro de...

Em declarações, o diretor do instituto, Enrique Vazquez Justo, explicou que os métodos a utilizar podem prever com até três anos de antecipação as pessoas que vão desenvolver Alzheimer, referindo que a instituição irá estabelecer parcerias com hospitais portugueses.

“Talvez nos próximos dois anos possamos começar a ver resultados. Realizaremos um recrutamento para fazer estudos, o que dará acesso as pessoas para fazer diagnóstico, realizando parcerias dentro do país com os diferentes centros de avaliação e intervenção em Alzheimer para que os usuários desses centros tenham acesso a esta tecnologia”, sustentou Enrique Vazquez Justo.

Segundo o responsável, o novo centro de investigação da Universidade Portucalense dispõe de “tecnologia única” em Portugal para o diagnóstico precoce desta patologia.

Com uma equipa de mais de 40 doutorados, provenientes de diferentes pontos do mundo, “o novo centro de investigação da Portucalense contribui assim para o desenvolvimento da neurociência enquanto instrumento de biomédica, mas também de marketing e comportamento social”, sublinhou.

A equipa está também envolvida em projetos sobre as aplicações de conectividade cerebral ao comportamento nos âmbitos económico, político-social e de tendências de consumo.

O Instituto Portucalense de Neuropsicologia e Neurociências Cognitiva e Comportamental (INPP) foi criado em “estreita parceria” com o Laboratório de Neurociência Cognitiva e Computacional do Centro de Tecnologia Biomédica das Universidades Politécnica e Complutense de Madrid, e do Centro de Investigação Mente, Cérebro e Comportamento (CIMCYC), da Universidade de Granada.

Diário da República
As empresas condenadas por despedimento ilegal de grávidas, puérperas e lactantes vão ficar impedidas de beneficiarem de...

Segundo o decreto lei hoje publicado, é criado um mecanismo para proteção das trabalhadoras grávidas, puérperas e lactantes, ao impedir que as empresas condenadas dois anos antes da candidatura a apoios estatais não possam vir a beneficiar destes.

O diploma determina que os tribunais vão ter comunicar à Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego as sentenças transitadas em julgado que tenham condenado empresas por despedimento ilegal das grávidas.

Fica então a Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego como a entidade responsável, nos termos da Lei de Proteção de Dados Pessoais, pelo registo de todas as sentenças condenatórias transitadas em julgado por despedimento ilegal de grávidas, puérperas ou lactantes saídas no território nacional.

Segundo o decreto as entidades que procedam à análise de candidaturas a subsídios ou subvenções públicos ficam obrigadas a consultar a Comissão para a Igualdade no

Trabalho e no Emprego sobre a existência de condenações transitadas em julgado por despedimento ilegal de grávidas, puérperas ou lactantes relativamente a todas as entidades concorrentes.

Esta comissão, sempre que consultada no âmbito de procedimento de eventual atribuição de subsídios ou subvenções públicos, irá elaborar e remeter informação escrita contendo o resultado da pesquisa no registo das sentenças no prazo de 48 horas.

As entidades nacionais que procedam à análise de candidaturas a subsídios ou subvenções públicos ficam ainda obrigadas a juntar ao processo a informação emanada pela Comissão.

Diário da República
O pagamento de taxas moderadoras para interrupção voluntária da gravidez entra em vigor a 1 de outubro, segundo legislação hoje...

A lei, promulgada a 26 de agosto pelo Presidente da República, Cavaco Silva, prevê “o pagamento de taxas moderadoras na interrupção de gravidez quando for realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas de gravidez”.

Segundo o Ministério da Saúde, o valor da taxa moderadora para a interrupção voluntária da gravidez (IVG) vai ser de 7,75 euros, valor que é igual ao aplicado numa consulta de especialidade.

No início de agosto, o Ministério da Saúde avançou que decidiu “dar seguimento a um parecer da Direção-Geral da Saúde, no sentido de a taxa moderadora, a ser cobrada, vir a corresponder ao valor de uma consulta de especialidade”, ficando isentas os restantes procedimentos associados à interrupção.

“Tendo em conta o objetivo de promover o planeamento familiar e proteger a saúde da mulher grávida, a taxa moderadora para a IVG é apenas referente ao ato de interrupção da gravidez”, explicou o Ministério.

No passado dia 22 de julho, a maioria PSD/CDS-PP aprovou a introdução de taxas moderadoras para a IVG, assim como a obrigatoriedade de aconselhamento psicológico e social e de consultas de planeamento familiar às mulheres que recorrem a este ato e o fim do registo dos médicos objetores de consciência.

Entre 2008 e 2013 houve um decréscimo de 1,6 por cento do número de abortos por opção da mulher e, em 2014, manteve-se a tendência decrescente – menos 9,5 por cento em relação ao ano anterior.

Hoje também foi publicada em Diário da República a primeira alteração à Lei n.º 16/2007, de 17 de abril, sobre exclusão da ilicitude nos casos de interrupção voluntária da gravidez — proteção da maternidade e da paternidade.

“A maternidade e a paternidade são valores sociais eminentes, pelo que, em caso algum, podem a mulher ou o homem ser discriminados, preteridos, menorizados ou prejudicados em função do seu estado de gravidez ou de prestador de cuidados aos filhos na primeira infância”, refere a legislação.

A nova lei determina a obrigatoriedade de acompanhamento psicológico e também por um técnico de serviço social durante o período de reflexão.

“Para efeitos de garantir, em tempo útil, o acesso efetivo à informação e ao acompanhamento obrigatório (…) os estabelecimentos de saúde, oficiais ou oficialmente reconhecidos, para além de consultas de ginecologia e obstetrícia, devem dispor de serviços de apoio psicológico e de assistência social dirigidos às mulheres grávidas”, refere a legislação.

Estes estabelecimentos de saúde devem garantir às mulheres grávidas que solicitem a IVG o encaminhamento para uma consulta de planeamento familiar, com caráter obrigatório.

Doentes com Fibrilhação Auricular Não-Valvular
A Bayer HealthCare e o seu parceiro de desenvolvimento Janssen Pharmaceuticals, Inc. anunciaram os resultados de dois estudos...

Ambos demonstraram que as taxas de hemorragia major em doentes com fibrilhação auricular (FA) a tomar o inibidor de factor Xa, Xarelto® (rivaroxabano), oral, para prevenção do AVC foram baixas, em contexto de prática clínica de rotina, consistentes com os resultados do ensaio clínico de Fase III, ROCKET AF. Os resultados dos dois estudos, que incluíram coletivamente mais de 45 mil doentes de toda a Europa, Canadá e EUA, foram apresentados no Congresso de 2015 da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC). As conclusões do estudo XANTUS foram simultaneamente autorizadas para publicação no European Heart Journal.

“A evidência em contexto de vida real é cada vez mais importante para os médicos, uma vez que complementa e expande o que já é conhecido a partir de ensaios clínicos", disse o principal investigador de XANTUS, A. John Camm, Professor de Cardiologia Clínica no Cardiovascular and Cell Sciences Research Institute da Universidade de St George em Londres, Reiuno Unido. "XANTUS é um estudo em contexto de vida real que faz exatamente isso – os resultados demonstram a segurança e eficácia de rivaroxabano numa gama mais ampla de doentes do que a incluída no ensaio de Fase III, especificamente aqueles doentes com menor risco de acidente vascular cerebral, ainda assim com necessidade de terapêutica anticoagulante. XANTUS dá aos médicos confiança para prescrever rivaroxabano como uma opção de tratamento eficaz, geralmente bem tolerado, tanto para doentes de alto como de baixo risco com FA ".

XANTUS, o primeiro estudo internacional, prospetivo, com evidência em contexto de vida real em doentes com FA com um novo anticoagulante oral (NOAC) que não é um antagonista da vitamina K, reafirma o perfil de benefício-risco positivo de Xarelto para a prevenção de AVC em doentes com FA. Esta evidência foi demonstrada pela primeira vez no ensaio clínico de fase III ROCKET AF, em que Xarelto mostrou estar associado com um perfil geral de hemorragia semelhante à varfarina, com taxas significativamente mais baixas dos eventos de hemorragia mais temidos, tais como os intracranianos, hemorragias fatais, mas com um aumento significativo de hemorragias gastrointestinais. Enquanto os doentes incluídos no ROCKET AF foram de moderado a alto risco com uma pontuação média de 3,5 na escala CHADS2, os doentes estudados no XANTUS tiveram um risco médio menor de acidente vascular cerebral, com uma pontuação média de 2,0 CHADS2. No estudo ROCKET AF a incidência de hemorragia major em doentes a tomar rivaroxabano foi de 3,6 por 100 pessoas-anos. No XANTUS, a incidência de hemorragia grave associada com rivaroxabano foi de 2,1 por 100 pessoas-ano. Além disso, os resultados do estudo de pós comercialização em 39.052 doentes confirmam ainda o perfil de segurança favorável de rivaroxabano com uma incidência de hemorragia major de 2,9 por 100 pessoas-ano.

“A Bayer está comprometida em apoiar médicos e doentes quanto ao uso seguro e responsável de Xarelto," disse o Dr. Michael Devoy, membro do Comité Executivo da Bayer HealthCare e Chief Medical Officer da Bayer HealthCare. "E como parte desse compromisso, esses estudos são inestimáveis, bem como as observações em contexto de vida real para ajudar os médicos a tomar decisões de tratamento mais informadas na gestão da AF para os vários tipos de doentes que seguem na prática clínica diária."

XANTUS e o estudo PMSS fazem parte da extensa avaliação de rivaroxabano – tanto a já concluída como em curso - que incluirá mais de 275 mil doentes em ensaios clínicos em contextos da vida real.

Estudo
Há pouco mais de um ano, a Academia Americana de Pediatria divulgou uma diretriz a dizer que todos os cuidados pediátricos...

Isso significa que os pediatras deveriam aconselhar rotineiramente os pais da grande importância da leitura, mesmo para as crianças menores. A diretriz, segundo o Diário Digital, contava com uma análise crítica da pesquisa volumosa sobre os vínculos entre crescer com livros e leitura em voz alta e o desenvolvimento posterior da linguagem e do sucesso escolar.

Porém, embora se saiba que ler para uma criança pequena esteja associado a bons resultados, existe uma compreensão limitada de qual mecanismo pode estar envolvido. Dois estudos novos examinam as interações inesperadamente complexas que acontecem quando se coloca uma criança no colo e se abre um livro com gravuras.

Neste mês, a revista Pediatrics publicou um estudo que utilizou ressonância magnética funcional para estudar a atividade cerebral de crianças de três a cinco anos enquanto ouviam histórias adequadas à idade. Os cientistas encontraram diferenças na ativação do cérebro de acordo com a quantidade de leitura que as crianças estavam acostumadas em casa.

Crianças cujos pais relataram mais leitura em casa demonstraram ativação significativamente maior de áreas cerebrais numa região do hemisfério esquerdo chamada córtex de associação parietal-temporal-occipital. “Essa área cerebral é toda voltada à integração multissensorial, que integra som e estimulação visual”, afirmou o autor principal, John S. Hutton, pesquisador clínico do Centro Médico Hospitalar Infantil de Cincinnati, nos Estados Unidos.

Estudo revela
Cirurgias de redução do estômago curaram, pelo menos durante cinco anos, metade dos doentes com diabetes do tipo 2 que...

Com base em 60 voluntários, os cientistas concluíram que não é possível curar-se da diabetes apenas através de uma dieta restritiva combinada com medicamentos. Somente a cirurgia consegue melhorar os sintomas da doença a longo prazo, tal como a perda de peso, escreve o Sapo.

Os especialistas consideram os resultados do estudo "notáveis" e alertam para a necessidade de mais pessoas terem acesso à cirurgia bariátrica, que reduz o tamanho do estômago e deixa o intestino menos exposto à comida, escreve a BBC.

As equipas do King's College London e da Universitá Cattolica, em Roma, compararam os resultados da cirurgia com o obtido através de terapias tradicionais.

"A cirurgia é capaz de produzir uma remissão prolongada em 50% dos casos, em que pacientes apresentam níveis normais de glicose no sangue por cinco anos. E 80% deles conseguiram manter sob controlo estes níveis usando apenas um medicamento ou mesmo nada", explicou Francesco Rubino, médico da instituição italiana, que conduziu as cirurgias, cita a referida estação de televisão.

Os pacientes submetidos a cirurgia também mostraram menor tendência para desenvolver problemas cardíacos, talvez pela necessidade de menor prescrição de medicação.

"A cirurgia parece ser segura, eficiente em termos de controle glicémico. Temos agora de saber se a cirurgia está ou não associada a uma redução de mortalidade", explicou o cirurgião.

Em Nelas
O responsável das Termas da Felgueira, Adriano Ramos, disse que há cada vez mais crianças a fazerem tratamentos para as vias...

"Tem havido um grande aumento de crianças a fazer tratamentos em termas, talvez pela maior incidência de um certo tipo de patologias como as alergias e as asmas brônquicas. Sentimos que há cada vez mais crianças a procurar estas terapias porque não têm contraindicações", explicou.

Em declarações, o responsável pela estância termal do concelho de Nelas, no distrito de Viseu, sublinhou que os efeitos dos tratamentos com água mineral são seguros: não provocam sono e não agridem outro órgão.

"Sempre tivemos uma atenção especial para o termalismo pediátrico - entre o um ano e os 18 anos - que é uma das nossas apostas. Temos uma sala específica para tratar as vias respiratórias de crianças, com técnicas que usamos especificamente nestas idades", informou.

Adriano Ramos destacou a insuflação tubo-timpânica, "uma técnica médica, aplicada por um médico, que é usada sobretudo nas situações de otites crónicas ou de repetição, e que tem efeitos excelentes".

"Essa é uma das razões de sermos muito procurados por crianças. Somos líderes em Portugal no segmento pediátrico: cerca de 25% das crianças que fazem tratamento em termas fazem-no nas Caldas da Felgueira", avançou.

Para além dessa técnica, as Termas da Felgueira dispõem de "uma outra técnica que também é muito apreciada pelos meninos: a nebulização coletiva".

"Esta técnica consiste numa grande câmara de vapor de água mineral, que aproveita toda a mineralização da água. Não é um banho turco, saliento bem a diferença, pois no banho turco o vapor é feito por evaporação, enquanto na nebulização coletiva o vapor é água mineral pulverizada", explicou.

Por ano, passam pelas Termas da Felgueira "entre 900 a mil crianças", num universo de mais de 4.500 aquistas com estadia mínima de sete dias.

"No primeiro ano de tratamento, as pessoas notam logo grande melhoria. Porém, isto é uma terapêutica que não é imediata: não é como um comprimido que uma pessoa toma e o sintoma desaparece. É um tratamento natural, cuja terapêutica tem o seu ritmo", sustentou.

No seu entender, o tratamento deve ter entre sete a 21 dias - dependendo da patologia e da situação do doente - e deve ser repetido vários anos: pelo menos três anos.

As recomendações de tratamento nesta estância termal chegam por parte de termalistas ou amigos, mas "principalmente por parte de médicos".

"Somos a estância termal em Portugal que provavelmente tem o maior índice de prescrição médica. Os nossos clientes são referenciados por médicos, sobretudo por otorrinos que nos conhecem bem, sabem as aplicações médicas que nós temos e que nos distinguem dos nossos concorrentes", frisou.

A pequena Mariana Gaspar, de seis anos, veio de Lisboa pelo terceiro ano consecutivo para estar duas semanas nas Termas da Felgueira "a curar as otites".

"Agora tenho poucas otites e, como vou para o primeiro ano, não vou precisar de faltar à escola por estar doente", descreveu.

De acordo com a avó, Célia Franco, a criança de seis anos ficava todos os meses doente com uma infeção nos ouvidos.

"Tomou sempre muitos antibióticos, mas agora está francamente melhor e, no último ano, só teve uma otite. Já os meus filhos mais velhos fizeram cá tratamentos com ótimos resultados às vias respiratórias", concluiu.

Universidade de Coimbra
Um estudo liderado pela Universidade de Coimbra concluiu que o cérebro dos surdos congénitos se pode modificar, alojando no...

“Os surdos congénitos apresentam uma grande neuroplasticidade (capacidade do cérebro se modificar) de longo prazo, fazendo com que o seu córtex auditivo aloje propriedades visuais típicas do córtex visual”, acaba de revelar uma investigação internacional, afirma a Universidade de Coimbra (UC).

Liderado pelo investigador Jorge Almeida, da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da UC, o estudo vai ser publicado na Psychological Science, “revista internacional de referência na área da psicologia”.

Os resultados da pesquisa poderão ser determinantes para “explorar novas abordagens terapêuticas para tratar lesões cerebrais e doenças neurodegenerativas baseadas na neuroplasticidade, e serão centrais para o desenvolvimento de novas gerações de implantes cocleares mais eficazes”, sustenta Jorge Almeida.

Isto porque, explica o investigador, “os atuais dispositivos estão pensados para explorar a organização típica do córtex auditivo, mas o estudo provou alterações na estrutura”, passando o córtex auditivo a deter informação relativa à visão.

“Será assim necessário repensar a conceção dos implantes cocleares de modo a que estes explorem também a nova organização cerebral”, afirma o coordenador da investigação.

Financiado pela Fundação BIAL e por uma bolsa Marie-Curie (na primeira fase), o estudo, que foi desenvolvido durante os últimos quatro anos, envolveu um grupo de surdos congénitos e um grupo de normo-ouvintes (pessoas sem surdez) chineses, refere a UC.

“Para perceber os mecanismos de receção e reação do córtex auditivo, ambos os grupos foram sujeitos a diferentes estímulos visuais durante a realização de uma ressonância magnética, tendo os investigadores verificado que, no caso dos surdos, o córtex auditivo herda o tipo de processos e potencialmente organização que vemos no córtex visual dos normo-ouvintes”, afirma a UC na mesma nota.

Estas modificações neuroplásticas “deverão ser responsáveis pela perceção visual periférica superior normalmente apresentada por surdos congénitos”, admite Jorge Almeida, citado pela UC.

Entender os mecanismos que “o sistema nervoso central dispõe para se “reprogramar”, modificando o funcionamento do cérebro, é essencial para o desenvolvimento de modelos que expliquem o fenómeno de neuroplasticidade a longo prazo”, sustenta Jorge Almeida.

Isto é, “a compreensão do modo como o cérebro se transforma e adapta a longo prazo, e para a aplicação de terapias baseadas nestes modelos”, explicita o líder do estudo.

A investigação contou ainda com a participação de investigadores da Universidade do Minho, de duas universidades chinesas e uma dos Estados Unidos da América.

A equipa de investigadores pretende agora avançar com novos estudos em Portugal para explorar mais aprofundadamente a neuroplasticiadade na surdez, nomeadamente como forma de compensação da modalidade sensorial afetada, adianta a UC.

Apresentado hoje
Um quarto da população adulta dos municípios da Grande Lisboa, Alto Trás-os-Montes, Lezíria do Tejo e Frente Atlântica vão ser...

Estes serão os primeiros cidadãos rastreados no âmbito deste projeto, embora preveja que toda a população venha a ser abrangida por esta medida preventiva.

Trata-se do Desafio Gulbenkian “Não à Diabetes!”, que junta autarquias e instituições de saúde locais, regionais e nacionais, e tem dois objetivos: evitar que 50 mil pré-diabéticos desenvolvam a doença nos próximos cinco anos e identificar, no mesmo período, 50 mil diabéticos que desconheçam ser portadores da doença.

Os indivíduos identificados no rastreio como potencialmente diabéticos ou pré-diabéticos serão encaminhados para os centros de saúde, onde serão desenvolvidos programas educativos para promover a adoção de estilos de vida saudáveis.

Este projeto – que será coordenado pela Associação Protetora dos Diabéticos em Portugal - decorre do estudo “Um Futuro para a Saúde – Todos temos um papel a desempenhar”, apresentado pela Fundação Calouste Gulbenkian em 2014.

Portugal é o país europeu com a taxa de prevalência de diabetes mais alta: 13% da população com idade entre os 20 e os 79 anos, segundo o relatório de Saúde de 2014, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

OMS
A resistência aos antibióticos pode custar 10 milhões de vidas e 100 biliões de dólares até 2050 se não forem tomadas medidas...

Os dados foram compilados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que se mostra cada vez mais preocupada com o crescente problema dos 'supermicróbios' e do seu impacto nos sistemas de saúde.

"O custo da inação nesta matéria pode representar uma queda de entre 2 e 3,5% do PIB mundial", disse Swarup Sarkar, diretor do Departamento de Doenças Contagiosas do escritório regional do Sudeste Asiático da Organização Mundial de Saúde (OMS), num encontro com jornalistas em Díli.

"Estamos perante a maior ameaça nos esforços de combate às doenças contagiosas", explicou, referindo que até 2050 a resistência aos antibióticos pode matar mais pessoas que o cancro: 4,15 milhões em África, 4,73 milhões na Ásia e cerca de 400 mil nos Estados Unidos e Europa.

E os dados são "muito preocupantes" com, por exemplo, uma criança a morrer em cada cinco minutos na India, Paquistão, Afeganistão, Nepal e Bangladesh devido a septicemia.

O tema da Resistência Anti microbial (AMR, na sua sigla em inglês) faz parte da agenda de debate da 68ª sessão do Comité Regional do Sudeste Asiático da OMS, que decorre entre hoje e sexta-feira em Díli com delegações de 11 países.

Depois de nos anos 50 do século XX se ter chegado a antecipar o fim das doenças contagiosas, o uso indiscriminado e inadequado de antibióticos e a capacidade de sobrevivência dos micróbios alterou a situação.

Hoje, explicou Swarup Sarkar, a proliferação dos 'supermicróbios' está a aumentar com alguns a resistirem a praticamente todos os antibióticos disponíveis.

Só na União Europeia, destaca, a estimativa é que o custo anual seja de 1,5 mil milhões de dólares por ano, com mais de 25 mil mortes.

"Quando há resistência o impacto na saúde pública é imenso. Tratamentos mais longos, mais hospitalizações, maior mortalidade. Tratar um paciente com tuberculose resistente, por exemplo, custa o mesmo que tratar 100 pacientes com tuberculose não resistente", explica.

No caso da febre tifoide, por exemplo, a mortalidade antes dos antibióticos era de 12 a 13% e agora, porque antibióticos como a penicilina já não são suficientes, em alguns regiões a mortalidade já ultrapassa os 10%.

Na Tailândia 69% de algumas das formas da pneumonia já resistem à penicilina e em vários pontos do planeta mais de metade dos pacientes infetados com variantes mais resistentes de dois dos supermicróbios hospitalares (Staphylococcus aureus e Acinetobater baumannii) morrem.

"Pessoas que são admitidas para cirurgias ou outras intervenções médicas, que não têm doenças infeciosas e que acabam por morrer, vitimas de bactérias endémicas e resistentes nos hospitais", explicou Sarkar.

O problema é "complexo", devendo-se a questões biológicas e técnicas, mas particularmente a questões comportamentais, como o excessivo consumo de antibióticos, o seu uso inadequado (automedicação e dosagem desadequada) ou até o seu uso no setor veterinário, na carne para consumo humano.

Produzir novos antibióticos, recordou, é um processo complexo, com custos elevados e resultados demorados: "a última classe de antibióticos descoberta data de 1987".

"Daí que é necessário alterar o comportamento. Temos que promover um uso racional de antibióticos que são um recurso precioso que todos temos que preservar", afirmou Sarkar.

"Mas também temos que reduzir a pressão das doenças melhorando as condições que as causam. Estamos fascinados sobre novos avanços e menos sobre as coisas mais simples, como saneamento, melhoria básica das condições de vida", afirmou.

DGS
A Direção-Geral de Saúde disse que a saúde das duas pessoas internadas com a Doença dos Legionários na região Norte continua a...

No último mês e meio foram registados 12 casos da Doença dos Legionários em pessoas residentes na região de saúde do Norte e duas delas estão hospitalizadas.

No sábado transato, o hotel da Boa-Vista, na Foz do Porto, desencadeou um tratamento da rede predial de águas por suspeita de contaminação pela bactéria da Doenças dos Legionários, todavia, a iniciativa não tem relação com os casos registados recentemente na região Norte, referiu a Direção-Geral de Saúde (DGS).

Em declarações, o diretor-geral da Saúde, Francisco George, adiantou que as duas pessoas que foram internadas por causa da Doença dos Legionários continuam a evoluir de forma positiva.

Continuam a evoluir de forma positiva, mais num caso do que noutro”, acrescentou.

Francisco George vai estar hoje no Porto para dar uma conferência de imprensa sobre os casos que têm sido registados com a Doença dos Legionários na região Norte do país.

A conferência de imprensa está marcada para as 17:30h, na sede da Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN) e com a presença da delegada da ARSN, Maria Neto.

Dos 12 casos identificados, e de acordo com a informação epidemiológica disponível, há duas pessoas que estiveram fora do país durante o período provável de ocorrência da infeção.

Os restantes dez casos com a Doença dos Legionários ocorreram em pessoas residentes na região do Grande Porto.

Em novembro de 2014, um surto de ‘legionella’ em Vila Franca de Xira causou 12 mortes e infetou 375 pessoas.

De acordo com o balanço feito na altura, as vítimas mortais tinham entre 43 e 89 anos e eram nove homens e três mulheres. A taxa de letalidade do surto foi de 3,2%.

O surto teve início a 7 de novembro e foi controlado em duas semanas.

Câmara de Lisboa quer avançar
A Câmara de Lisboa debate na quarta-feira a celebração de um protocolo com a Estamo e a Administração de Saúde de Lisboa e Vale...

Prometido há vários anos, o centro de saúde do Martim Moniz terá “capacidade para prestar cuidados de saúde primários a cerca 20.900 mil utentes de centros de saúde circundantes, alguns dos quais sem condições ideais de atendimento, pretendendo contribuir para a oferta de boas instalações na cidade, com vista à prestação de cuidados de saúde primários de qualidade à população”, indica a proposta assinada pelo vereador do Urbanismo, Manuel Salgado.

Em abril deste ano, o vereador dos Direitos Sociais do município de Lisboa, João Afonso, disse à agência Lusa esperar que a unidade de saúde familiar prevista para o Martim Moniz esteja a funcionar em 2016.

De acordo com a proposta, o centro de saúde será instalado em duas frações autónomas das Residências do Martim Moniz que pertenciam à Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL), extinta no final do ano passado e cuja gestão passou para a Câmara de Lisboa, por se tratar de uma zona com vantagens como a “centralidade e acessibilidade para cidadãos de mobilidade reduzida”.

Em 2012, a EPUL celebrou um contrato promessa de compra e venda com a Administração de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) para alienação dessas frações, com vista a instalar o centro de saúde, mas tal venda ficou condicionada à “autorização formal expressa dos Ministros das Finanças e da Saúde”, bem como à “obtenção de visto prévio favorável do Tribunal de Contas (TdC)”, refere o documento.

Apesar de o prazo ter sido alargado para março de 2013, as autorizações e o visto prévio do TdC não chegaram, pelo que “as obrigações assumidas pelas partes caducaram”.

Acresce que, adianta a proposta, a Estamo (empresa pública gestora das participações imobiliárias do Estado) é credora do município em mais de 17,8 milhões de euros, valor a que acrescem juros de perto de 727 mil euros devido à aquisição do Convento do Desagravo e do Complexo Desportivo da Lapa.

A Estamo disponibilizou-se, entretanto, a reduzir o valor do crédito sobre o município após a receção das frações autónomas (no valor de 2,5 milhões de euros) que irão acolher o centro de saúde do Martim Moniz, “uma vez que a ARSLVT irá tomá-las de arrendamento ou permutá-las” por edifícios situados nos números 120 a 122 da Avenida 24 de Julho e no 147 a 155 da Rua da Madalena.

De acordo com o documento, que ainda terá de ser submetido à Assembleia Municipal, estas frações foram entregues à Estamo no passado dia 17 de agosto, “para o início imediato das obras”, que têm um custo estimado de 1,2 milhões de euros.

Especialista
Os filhos têm, por vezes, perceção de que os pais preferem um dos irmãos, o que pode ser falso, mas é decisivo que os adultos...

"Se não houver uma comunicação direta, aberta, honesta entre pais e filhos, se os pais tiverem a perceção de que podem transmitir essa ideia e não conversarem com os filhos sobre isso, se não desmistificarem a questão da preferência, é provável que haja alguns comportamentos e atitudes de ambas as partes que vão refletir-se na relação familiar", disse a psicóloga Fátima Almeida.

Por isso, salientou, é essencial falar sobre o assunto independentemente da idade da criança.

"O diálogo é a base de tudo, se a comunicação com as crianças for simples, franca e honesta elas percebem, muitas vezes mais cedo do que nós achamos", apontou Fátima Almeida, referindo que, "mesmo essa falsa perceção de preferência, pode iniciar-se muito cedo, no primeiro ou segundo ano de vida da criança" e depois vai juntando mais informação ao longo do tempo.

A psicóloga é autora, juntamente com Laura Alho, do livro "O Filho Preferido", lançado na semana passada, e que tentou responder à questão da existência, ou não, de preferência por um dos filhos da parte dos pais, um assunto "tabu" de que não se gosta de falar.

A obra foi construída a partir da análise de vários estudos científicos e trabalhos publicados, dividindo-se em 12 capítulos, com outros tantos temas, desde a gravidez, à relação entre os pais, a forma como geriram o nascimento do filho e o seu crescimento.

"Não podemos concluir se existe ou não um filho preferido, porque não foi feito um estudo científico sobre isso, o que podemos concluir efetivamente é que tanto pais como filhos têm perceções diferentes e tipos de personalidades diferentes que levam a que tenham alguma tendência para se identificar mais com um filho do que com outro", explicou Fátima Almeida.

Tendo em conta as personalidades e características de pais e filhos, pode acontecer uma maior empatia entre uns e outros, mas identificar-se mais com uma criança do que com outra "não é considerado ter uma preferência, mas os filhos podem percecioná-la como uma preferência e é ai que reside o foco da questão", resumiu.

E pode ter consequências na sua ligação com os pais, com os irmãos e ter mesmo implicações no seu desenvolvimento, e a especialista avançou que a própria relação entre os irmãos vai ser influenciada, "de forma profunda", por esta perceção, tornando-a "mais conflituosa, até de rivalidade".

"Se uma criança alimentar a ideia de que há um filho preferido que não seja ele próprio, o que acontece muitas vezes é afastar-se da família, vai procurar outros adultos, alguém com quem se identificar", se for da mesma idade e os pais não considerarem adequado, pode vir a criar atritos cada vez maiores, alertou.

A especialista resumiu: "No fundo, é como se se sentisse a mais na família e acaba por procurar apoio fora da família".

Questionada acerca da frequência da existência desta questão da preferência dos pais, Fátima Almeida disse: "É mais comum do que pensávamos, praticamente todas as famílias com mais do que um filho já pensaram ou já falaram sobre o assunto ou, pelo menos, já experimentaram alguma situação constrangedora, porque nem sempre as famílias e os próprios filhos gostam ou sentem-se confortáveis a abordar" o tema.

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