Associação Nacional de Amputados

Conferência para “ensinar” amputados a serem felizes

O que fazer perante uma amputação? Continua a existir vida? Como fica a vida? Estas poderão ser algumas das questões que a Associação Nacional de Amputados, em parceria com a Câmara Municipal de Gaia, vai esclarecer na conferência 'O amputado, novas etapas, novos rumos, nova vida', tentando transmitir nos presentes novas formas de viver e de continuar com uma vida mais digna. A sessão acontece no próximo dia 17 de outubro, pelas 14h00, na Assembleia Municipal de Gaia.

A ação vai valorizar todas as etapas pelas quais a pessoa amputada deveria passar, desde a recém amputação até à reintegração na sociedade. Será discutida a importância do voluntariado específico, logo no hospital, a ajuda imprescindível do psicólogo, o saber do médico fisiatra e a minuciosidade do fisioterapeuta e do ortoprotésico no aconselhamento dos produtos de apoio e a utilidade dos mesmos para a sua qualidade de vida. Abordar-se-á também a relevância da reabilitação psicossocial e profissional, como apoio para a reintegração familiar, social e profissional dos amputados. Para tal a conferência vai reunir especialistas de várias áreas que pretendem fazer com que os amputados não desistam dos seus sonhos e aprendam a viver com a sua condição física. A Dra. Ana Isabel Paiva, psicóloga clínica; o Dr. Pedro Cantista, médico fisiatra; o Dr. Jerónimo de Sousa, diretor do CRPG - Centro de Reabilitação Profissional de Gaia; de Gonçalo S´Ant Águeda, Ortoprotésico; e de Adão Ferreira, fisioterapeuta e especialista em treino de marcha de amputados, serão assim os oradores da sessão que contará também com a presença de Paula Leite, sócia fundadora e presidente da Associação Nacional de Amputados (ANAMP) que considera essencial este tipo de ações para as pessoas conseguirem ser felizes com elas mesmas. ‘Temos de tirar as pessoas amputadas de casa e mudar mentalidades, criando um coletivo de aceitação, não só social, como focada num objetivo “eu próprio me aceitar”. Romper barreiras, valores, desbravar caminhos para a felicidade, abrir horizontes e afirmar a qualidade de vida.’, defende Paula Leite.

A conferência pretende também informar e sensibilizar a classe médica para a importância que todas as etapas, desde a amputação, têm no futuro do amputado. ‘É de extrema importância que a classe médica entenda que o recém amputado tem de se reinventar para sobreviver na sua nova condição e para isso tem de ter acompanhamento especializado e faseado para que o seu futuro e a sua mobilidade seja a melhor possível, para o seu novo eu. E para isso acontecer, tem de haver o interesse da classe médica juntamente com o paciente em articularem-se entre eles, descobrir as suas necessidades, os seus medos, os passos que realmente importam para que a recuperação seja a desejada e não abandonar o amputado numa selva urbana logo após a sua amputação, para que ele seja autodidata de uma realidade que desconhece e aprenda sozinho baseado no erro’, refere Paula Leite, em modo de desabafo.

A ANAMP tem vindo a apostar em sessões que ajudem a esclarecer os amputados. A última foi uma sessão de esclarecimento sobre 'O impacto da Medicina Chinesa na dor fantasma' e aconteceu a 19 de setembro, nas Instalações do IEETC - Instituto Europeu dos Estudos Tradicionais Chineses, e mostrou como a Medicina Tradicional Chinesa pode ser uma boa aposta para quem vive com a perturbação do membro fantasma. Um piquenique, com o objetivo de, mais uma vez, tirar as pessoas amputadas de casa; a sessão “E depois da Amputação?”, nas instalações do Centro Profissional de Reabilitação de Gaia e a assinatura do protocolo de prestação de serviços de saúde com o novo Hospital Privado de Gaia, foram outras iniciativas que a ANAMP promoveu sempre a pensar no amputado.

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