Em França
A morte de uma pessoa e as lesões cerebrais irreversíveis em vários voluntários foram provocadas pela molécula desenvolvida...

A morte de uma pessoa e as lesões cerebrais irreversíveis em vários voluntários podem ter sido provocadas por uma molécula desenvolvida pela Bial e testada pela Biotrial em Rennes, França, adianta um grupo de especialistas que aponta para um efeito cumulativo das doses administradas.

"O elemento comum entre as vítimas é a molécula" BIA 10-2474, produzida pelo grupo farmacêutico português Bial, concluiu na segunda-feira Dominique Martin, diretor-geral da Agência Nacional de Segurança dos Medicamentos (ANSM) francesa.

Seis voluntários que participaram no teste clínico de fase 1 desta substância analgésica foram hospitalizados em janeiro em Rennes. Um deles acabou por morrer. Quatro dos sobreviventes ficaram com lesões cerebrais irreversíveis. Apenas um dos voluntários não apresenta qualquer tipo de sequelas graves, escreve o Sapo.

Os especialistas encarregados da investigação notam o "carácter surpreendente e inédito" deste acidente, lê-se no relatório preliminar publicado na segunda-feira.

Os investigadores realçam que alguns voluntários tinham uma idade relativamente avançada para este tipo de testes (até 49 anos) e que alguns apresentavam fatores de risco que deveriam ter sido suficientes para descartá-los dos testes.

Os especialistas apontam ainda para o "efeito ligado à dose acumulada" da molécula testada, dada a "a ausência de toxicidade" nos outros voluntários que "receberam uma dose única até 100 mg" ou "administrações repetidas de 10 vezes 20 mg", ou seja uma dose acumulada de 200 mg.

As pessoas hospitalizadas receberam 250 a 300 mg no total. Os especialistas julgam "problemática" a administração de uma dose diária de 20 mg. Para eles, as progressões nas doses deveriam ter sido "mais razoáveis e prudentes".

Em declarações enviadas por e-mail, escreve o Sapo, a BIAL indica que "o Comité cientifico considera que os estudos pré-clínicos foram realizados de acordo com as orientações existentes, tal como os ensaios de toxicidade, considerando que nenhuma toxicidade (quer central quer periférica) comparável com a ocorrida no acidente de Rennes, aconteceu em animais, apesar do uso de 4 diferentes espécies".

"O Comité Cientifico identifica diferentes hipóteses de explicação para o sucedido, cuja análise está em curso e que serão objeto de futura discussão do referido comité", explicou ainda.

Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária
Os acidentes rodoviários provocaram 73 mortos nos dois primeiros meses do ano, menos seis do que em igual período de 2015, mas...

A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), que reúne dados da PSP e da GNR, adianta que, entre 1 de janeiro e 29 de fevereiro, ocorreram 21.205 acidentes rodoviários, mais 1.966 do que no mesmo período de 2015, quando se registaram 19.239.

Segundo a ANSR, os 21.206 acidentes provocaram 73 vítimas mortais, menos seis do que em janeiro e fevereiro de 2015, escreve o Sapo.

O maior número de mortos ocorreu nos distritos de Lisboa (12), Aveiro (nove) e Setúbal (oito).

Já no distrito de Viana do Castelo não se registou qualquer vítima mortal.

A ANSR indica também que, nos dois primeiros meses do ano, ficaram gravemente feridas 306 pessoas, menos uma do que em igual período de 2015.

Os feridos ligeiros aumentaram ligeiramente este ano, tendo sofrido ferimentos ligeiros 6.045 pessoas, mais 579 do em que 2015.

Os dados da ANSR dizem respeito aos mortos cujo óbito ocorreu no local do acidente ou a caminho do hospital.

Dia Internacional da Mulher
Cabeleireiras e maquilhadores voluntários vão juntar-se hoje, Dia Internacional da Mulher, para um dia de destaque da beleza...

A iniciativa é do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC). Vai sensibilizar doentes oncológicos do Instituto Português de Oncologia de Coimbra (IPOC) e do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) para a importância de cuidarem da sua imagem, escreve o Sapo.

Cabeleireiras e maquilhadoras voluntárias vão estar durante o dia nas unidades de saúde de Coimbra, onde a LPCC tem voluntariado hospitalar, a mostrar como diminuir algumas das marcas que a doença oncológica deixa no corpo, no cabelo e mesmo nas unhas.

Encorajar o doente oncológico a cuidar da sua imagem tanto contribui para reduzir os efeitos físicos colaterais da doença e dos tratamentos, como representa um importante cuidado psicológico que o doente deve ter.

A pensar nisso, o Núcleo Regional do Centro da LPCC tem o projeto Espaço Imagem que promove ensinamentos, presta apoio gratuito de corte e tratamento de perucas, venda de materiais a custos reduzidos e em condições preferências para doentes carenciados.

Um Salão de Cabeleireiro e Maquilhagem estará instalado no Hotel de Doentes do IPOC, de manhã, das 10h00 às 12h30, e à tarde, entre as 14h30 e as 17h00. No Hospital de Dia de Oncologia e Radioterapia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), das 9h30 às 13h00, decorrem sessões de maquilhagem e cuidados com a imagem.

Especialista alerta
São tão baratos que não nos deixam pensar duas vezes. Mas os óculos falsificados ou sem selo de garantia podem representar um...

Os óculos escuros provocam a dilatação da pupila, e, caso não tenham lentes com filtros para os raios ultravioleta UVA e UVB, deixam a visão mais exposta à radiação.

O alerta é do Conselho Argentino de Oftalmologia, depois de um recente e anormal aumento de casos de perda de visão ou visão danificada registados no país, escreve o Sapo.

"Os raios ultravioleta afetam a pele e, logicamente, os olhos, produzindo desde irritações passageiras a tumores malignos", diz o médico Ernesto Ferrer, ex-presidente e assessor do Comité Executivo do Conselho Argentino de Oftalmologia.

"Nos olhos, essa radiação afeta a conjuntiva, produzindo irritação e tumores na córnea, cristalino e retina", comenta em declarações à BBC.

Ernesto Ferrer alerta que as crianças também devem usar óculos de sol adequados para a sua idade quando estão na praia, ao ar livre ou em locais expostos à radiação ultravioleta. "Pessoas de todas as idades devem proteger-se da radiação, principalmente os mais sensíveis: crianças e pessoas mais velhas", refere o especialista.

As lentes devem ser adequadas ao meio: as dos óculos de sol para a neve têm de ser diferentes das usados para a areia da praia, porque a radiação é diferente. E segundo o médico, os "óculos de sol, mesmo que não tenham graduação, devem ser comprados em locais apropriados como as óticas", pois só aqui é possível exigir os selos de garantia de qualidade.

Para o especialista, é fundamental que as pessoas se exponham o mínimo possível ao sol e também fiquem atentas aos índices de raios ultravioleta divulgados diariamente pelas agências de meteorologia dos países.

12º Congresso da Sociedade Portuguesa de Diabetologia
As pessoas com diabetes têm um risco duas vezes maior de vir a sofrer de um episódio de doença cardiovascular do que a...

“As pessoas com diabetes têm um risco acrescido de sofrer de doença cardiovascular, continuando este risco a aumentar exponencialmente depois de o diabético ter um evento cardiovascular, como por exemplo um enfarte do miocárdio ou um AVC. Nestes casos, o risco passa a ser quatro vezes maior e não apenas duas”, explica Pedro Matos, cardiologista e membro da Sociedade Portuguesa de Diabetologia.

Segundo o Diário Digital, o especialista alerta para a diferença dos sintomas da doença cardiovascular no doente diabético: “Nas pessoas com diabetes, os sintomas da doença cardíaca podem ser diferentes e mais insidiosos. Nem sempre ocorrem os habituais sinais de alarme, como a angina ou a dispneia, devido à presença frequente de neuropatia autonómica, uma complicação da diabetes nem sempre identificada.”

“Para tentar prevenir episódios cardiovasculares, os doentes diabéticos devem ser rigorosos no controlo da pressão arterial e do colesterol, nunca descurando a importância do controlo da glicémia e a modificação do estilo de vida através de uma alimentação saudável e prática de atividade física regular”, conclui.

A relação entre a diabetes e a doença cardiovascular é um dos temas que estará em destaque no 12º Congresso da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, um evento que vai juntar mais de 1000 especialistas, de renome nacional e internacional na área da diabetes, entre os dias 17 e 20 de Março, no Tivoli Marina Hotel, em Vilamoura.

Estudo
Investigadores descobriram uma associação entre o histórico de abuso (físico, sexual ou emocional) na infância ou na juventude...

O trabalho, realizado na Universidade de Toledo, em Ohio, nos EUA, incluiu dados de quase 14.500 pessoas de 24 a 32 anos, dos quais 14% sofriam desse tipo de dor de cabeça, que também inclui náusea e sensibilidade à luz.

Os resultados, escreve o Diário Digital, mostraram que indivíduos que sofreram algum tipo de abuso na juventude foram 55% mais propensos a sofrer de enxaqueca.

Entre os que tinham a doença, 61% relataram alguma forma de abuso na infância. Já entre os que não tinham enxaqueca, 49% afirmaram ter sido abusados.

Os autores ressalta, contudo, que o estudo não comprovou causa e efeito – ou seja, são necessárias mais pesquisas para entender melhor a ligação entre enxaqueca e abuso.

Investigadores de Coimbra
Investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra descobriram a origem das células...

“Uma equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC) descobriu as células precursoras que dão origem às células estaminais do sangue (CES) durante o desenvolvimento embrionário e como podem dar origem a todos os tipos celulares sanguíneos”, afirma a UC, numa nota divulgada.

A obtenção de CES “compatíveis com as características de cada pessoa é crucial na transplantação celular em casos de doença grave, como o cancro do sangue”, sublinha a UC.

A identificação de precursores de células estaminais do sangue em ratinhos “abre o caminho para os desvendar em humanos no futuro, contribuindo para o desenvolvimento da medicina regenerativa”.

As células precursoras das CES, “localizadas no tecido embrionário e na placenta, foram identificadas em ratinhos através de ‘marcadores’ nas células, ‘etiquetas’ que permitem mapear e descrever o seu comportamento”, sustenta Filipe Pereira, coordenador do estudo desenvolvido no CNC, durante os últimos três anos.

“A descoberta procura dar resposta a um desafio de longa data da hematologia, ramo científico que estuda o sangue”, salienta o investigador.

A equipa de especialistas do CNC criou igualmente um método que atribui às células precursoras as já conhecidas propriedades das CES – a autorrenovação e a multipotencialidade –, o que “permite dar origem a todos os tipos celulares sanguíneos”, adianta a UC.

A investigação já foi publicada na ‘Developmental Cell’, uma das revistas científicas internacionais com mais “impacto na área da biologia do desenvolvimento”.

A descoberta surge na sequência de um estudo realizado, em 2013, pela mesma equipa de especialistas, na “conversão” de células da pele em células estaminais do sangue, através de reprogramação celular.

As ‘etiquetas’ das células foram originalmente identificadas durante aquele processo de reprogramação, as quais permitiram identificar precursores em embriões e placentas – posteriormente foi desenvolvido “um método para provocar a maturação destes precursores que origina as CES”, acrescenta a UC.

“Além de providenciar uma nova fonte potencial de CES, os resultados obtidos podem levar ao desenvolvimento de métodos mais eficazes para aumentar as CES do cordão umbilical e da medula óssea, de modo a que as transplantações tenham mais sucesso”, afirma Filipe Pereira, citado pela UC.

Adicionalmente, este estudo fornece “informação preciosa para melhorar a ‘criação’ de CES a partir de fontes alternativas como as células da pele ou células estaminais embrionárias”, adianta o investigador.

A investigação foi realizada em colaboração com o Ichan School of Medicine at Mount Sinai, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, e o Weatherall Institute of Medicine da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e teve apoio do National Institutes of Health e Revson Foundation, de Nova Iorque.

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Reunião, nos próximos dias 10, 11 e 12 de março, junta, na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, peritos de vários pontos...

A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) organiza, entre os dias 10 e 12 de março, o 2º Congresso Internacional em Enfermagem de Reabilitação, subordinado ao tema “A pessoa, função e autonomia: reabilitar nos processos de transição no ciclo de vida”.

Caberá a Walter Hesbeen, professor da Escola de Saúde Pública da Universidade Católica de Lovaina (Bélgica), laureado pela Fundação Van Goethem-Brichant para a Readaptação e responsável pedagógico do GEFERS - Groupe francophone d'Etudes et de Formations en Ethique de la Relation de Service et de soin, proferir, pelas 11h15 do dia 10, a conferência inicial, intitulada “Reabilitação no ciclo de vida”.

Seguir-se-á, pelas 12h15, a abertura solene do Congresso, cujos trabalhos – a primeira sessão plenária começa logo pelas 9h30 – decorrerão sempre nas instalações da ESEnfC em S. Martinho do Bispo (Polo B) e para os quais, até ao momento, já se inscreveram quase 300 interessados.

O 2º Congresso Internacional em Enfermagem de Reabilitação, que reúne dezenas de especialistas portugueses, da Bélgica (Walter Hesbeen) e do Brasil, compreende cinco sessões plenárias, que vão dedicar-se às intervenções da Enfermagem de Reabilitação em neonatologia e na infância, na adolescência, no adulto (seja em contexto hospitalar, seja em contexto domiciliar) e na pessoa idosa.

Ainda no primeiro dia do Congresso, serão apresentadas duas obras da série monográfica “Educação e Investigação em Saúde”, que é editada pela Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E), da ESEnfC. “Enfermagem de Reabilitação: Percursos de Investigação” e “Enfermagem de Reabilitação: Resultados de Investigação” são os títulos das novas publicações, que têm lançamento marcado para as 15h15.

“Na sociedade atual emergem novas problemáticas de saúde decorrentes das alterações demográficas, estilos/comportamentos de vida pouco saudáveis, dos acidentes de viação e de trabalho e da forte incidência e prevalência de doenças crónicas, com importantes custos individuais, familiares, profissionais, sociais e económicos. E assiste-se a um grande número de internamentos, mais ou menos prolongados, que ocasionam um grande número de pessoas com deficiência ou com necessidades especiais e com baixa qualidade de vida”, afirma a organização do Congresso.

Para os responsáveis deste encontro científico, «a resposta, em termos de cuidados de saúde, terá de caminhar de forma integrada, numa visão global de cuidados às pessoas, em todo o ciclo de vida, colocando-as no centro de decisão e deslocando progressivamente os cuidados para a comunidade».

A sessão de encerramento do Congresso será no sábado (dia 12), às 12h45, após o debate “Enfermagem Avançada: a reabilitação no ciclo de vida – que articulação?”, para o qual foram convidados membros dos vários colégios da especialidade da Ordem dos Enfermeiros.

Dois cursos – “Eletroestimulação em Enfermagem de Reabilitação” e “A Enfermagem de Reabilitação em Portugal, da formação à intervenção prática” – decorrem, ainda, no dia 9 de março, no âmbito da programação pré-congresso.

Mais informações poderão ser encontradas no sítio do Congresso na internet, em www.esenfc.pt/event/congenfreab2.

Em Portugal
O número de histerectomias (remoção do útero) em Portugal baixou 23,8% na última década, em parte por solicitação das mulheres...

De acordo com o presidente da Federação das Sociedades de Obstetrícia e Ginecologia, Daniel Pereira da Silva, que falava durante um encontro com jornalistas sobre a “Saúde da Mulher”, em 2004 foram realizadas 12.046 histerectomias e 9.294 em 2014.

“Cada vez mais mulheres têm consciência e defendem a integridade do seu corpo”, disse o médico, que dirigiu o serviço do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra.

Por outro lado, também se regista uma “maior sensibilidade da classe médica” para a preservação do útero, optando os clínicos por outras soluções, nomeadamente medicamentosas.

“Estamos mais conservadores, principalmente ao nível dos miomas que, no passado, resultavam em histerectomias”, adiantou.

A título de exemplo, Daniel Pereira da Silva referiu que o Centro Hospitalar e universitário de Coimbra (CHUC) realizou, em 2004, 916 histerectomias e, dez anos depois, esse número baixou para as 655.

Os miomas justificaram 530 destas intervenções (em 2004) e 233 em 2014.

As histerectomias aumentaram por razões oncológicas, passando de 63 em 2004 para 78 em 2014 e devido a prolapso urogenital (de 124 para 154).

Em relação aos miomas uterinos – que atingem cerca de dois milhões de mulheres em Portugal, a maioria dos quais assintomáticos e, por isso, sem necessitar de intervenção – os tratamentos passam pela terapêutica com agonistas GnRH ou pelo acetato de ulipristal, substância que tem reduzido o tamanho dos miomas.

Este fármaco é comparticipado a 37% pelo Serviço Nacional da Saúde (SNS), sendo gratuito nos hospitais públicos.

VIII Jornada de Recolha de Medicamentos
A VIII Jornada de Recolha de Medicamentos do Banco Farmacêutico, realizada no dia 27 de fevereiro, angariou 10.500 medicamentos...

Os medicamentos e produtos de saúde doados pelos portugueses, num valor estimado em cerca de 42.500 euros, serão encaminhados para as instituições particulares de solidariedade social (IPSS) que se associaram a esta iniciativa e chegarão a mais de 93 mil utentes destas instituições.

A campanha de 2016 contou com a participação de 166 farmácias dos distritos de Lisboa, Setúbal, Santarém, Leiria, Coimbra, Évora, Beja, Faro, Aveiro, Braga, Porto, Vila Real e Bragança.

Apesar das condições climatéricas adversas que se fizeram sentir em algumas regiões no dia da recolha terem diminuído a afluência às farmácias, o balanço é positivo e os portugueses que se deslocaram às farmácias aderiram com entusiasmo e generosidade. Com mais farmácias, instituições e voluntários (600) do que no ano passado “este resultado prova que os portugueses mantêm a tradição de ser um povo solidário e atento às necessidades dos mais desfavorecidos”, afirma Luís Mendonça, presidente do Banco Farmacêutico.

Em oito anos de Jornadas de Recolha de Medicamentos tem-se registado um crescimento contínuo do número de farmácias e instituições apoiadas. Desde 2009, ano em que a iniciativa decorreu pela primeira vez em Portugal, o Banco Farmacêutico já recolheu 60.000 medicamentos e produtos de saúde.

E em 2017 Luís Mendonça ambiciona chegar ainda mais longe: incluir mais farmácias, mais instituições e chegar a novas regiões do país é o objetivo do Banco Farmacêutico para o próximo ano.

Farmácias, IPSS ou voluntários que queiram participar na próxima edição desta recolha de medicamentos devem contactar o Banco Farmacêutico, acedendo a http://www.bancofarmaceutico.pt/, onde encontrarão mais informação sobre este projeto.

A VIII Jornada de Recolha de Medicamentos contou com o apoio de cada uma das farmácias aderentes, da Ordem dos Farmacêuticos, da Associação Nacional de Farmácias (ANF), da Logista Pharma e da Guess What.

Através da prestação de cuidados de saúde gratuitos
A Delegação Portuguesa da Médicos do Mundo está a assegurar consultas desde a primeira hora, uma vez por semana e sempre que...

Entretanto, através da sua rede internacional, e no âmbito da cimeira UE-Turquia, a Médicos do Mundo (MdM) denuncia a ausência de resposta política e pede uma reação coletiva para a pior crise humanitária desde a II Guerra Mundial.

A Delegação Portuguesa da MdM está a participar na prestação de cuidados de saúde no Centro de Acolhimento Temporário de Refugiados (CATR), no âmbito do Programa Municipal de Acolhimento de Refugiados (PMAR LX) da CML. Um apoio de continuidade que assegura acompanhamento médico e de enfermagem uma vez por semana e sempre que cheguem novos refugiados a Portugal.

O trabalho da Associação é coordenado pela médica especialista em Saúde Pública Maria de Fátima Dias, que é também voluntária da MdM.

“A Delegação Portuguesa da MdM tem acompanhado com preocupação a questão dos refugiados na Europa e no Mundo e apoia veemente as posições da Rede Internacional da MdM sobre esta catástrofe humanitária. Daí que desde a primeira hora tenha integrado a Plataforma de Apoio aos Refugiados e PMAR LX da CML”, explica Fernando Vasco, Vice-Presidente da Delegação Portuguesa da MdM.

“Consequentemente, e dentro das suas possibilidades, a MdM está a mobilizar recursos médicos, de enfermagem e outros para apoiar os refugiados que a partir de hoje cheguem a Portugal. Serão realizadas avaliações do estado de saúde de cada pessoa que nos chegue e sempre que necessário serão prestados os primeiros cuidados médicos e, nas situações mais complicadas, far-se-á o encaminhamento para estruturas do SNS”, acrescenta Fernando Vasco.

Rede Internacional da MdM denuncia falta de resposta política
Através da sua rede internacional a Médicos do Mundo denunciou a falta de resposta política por parte dos Estados europeus e pede uma reação coletiva para a pior crise humanitária na Europa desde a II Guerra Mundial. Milhares de pessoas fogem aos conflitos e extrema pobreza nos seus países, assistindo-se a um verdadeiro êxodo de famílias inteiras: na Grécia, 60% dos doentes assistidos pelas equipas da MdM são crianças e, em Calais, 300 menores esperam acolhimento e proteção.

Desde o encerramento das fronteiras que a solidariedade Europeia foi fortemente posta à prova. As respostas de cada país são desordenadas e desprovidas de visão a longo prazo.

A rede internacional da MdM está presente ao longo de todo o percurso dos migrantes e constata a clara degradação da situação humanitária:

12 Mil pessoas encontram-se actualmente bloqueadas em Idomeni, na fronteira entre a Grécia e a Macedónia, em preocupantes condições sanitárias e de segurança. As equipas da MdM têm identificado patologias dermatológicas, gastroenterites e infecções respiratórias. 

Mais de 25 mil pessoas estão bloqueadas em Atenas, cidade já atingida por mais de 7 anos de crise económica e social.

Por todo o lado a população grega apoia as equipas da MdM e de outras organizações presentes no terreno que tentam aliviar o sofrimento e proteger os mais vulneráveis.

A 2 mil Km de distância, em França, teve início o desmantelamento do bairro de lata de Calais e as soluções de realojamento, propostas de forma precipitada, não correspondem à diversidade dos migrantes.

De acordo com Françoise Sivignon, Presidente da Rede Internacional da Médicos do Mundo, “a situação sanitária e humanitária degrada-se rapidamente, em particular entre as pessoas mais vulneráveis, mulheres e crianças, expostas a maiores riscos de violência e abusos. Enquanto a Grécia mostra a sua solidariedade e acolhe os exilados como pode, a França desmantela e outros países constroem muros. Confiamos nas capacidades da Europa em criar um espaço solidário”. 

Testamento vital
O Ministério da Saúde quer que mais portugueses preencham o testamento vital, o documento que permite registar quais os...

"É uma número fraquíssimo", diz o consultor do Ministério da Saúde, Constantino Sakellarides, que diz ao Diário de Notícias que "todos deviam subscrever este documento, porque determina a forma como não se quer morrer ".

O testamento vital é um dos temas selecionados para um projeto sobre como circular no sistema de saúde, que faz parte do novo Programa Nacional para a Educação para a Saúde, Literacia e Autocuidados, que é apresentado dia 10. O programa vai dar contributos para uma vida mais ativa, "para dar informação às pessoas para que possam decidir e para conduzir à ação", tanto a jovens como a idosos, diz Constantino Sakellarides, membro da task force da Direção-Geral da Saúde para a reforma da saúde pública em Portugal, que trabalha no programa.

Por um lado, pretende-se trabalhar e partilhar a informação e projetos que já existem, em áreas como a " alimentação, o exercício físico, até à parte afetiva, sempre em todos os ciclos de vida".

Mas há áreas e temas menos conhecidos "que podemos tratar mais a fundo, como o testamento vital, que determina o conjunto de cuidados que os portugueses querem ou não ter, sobretudo em situação de risco de vida." O consultor do Ministério da Saúde, e um dos subscritores do manifesto pela despenalização da eutanásia, realça a importância de se exercer um direito que já é permitido. "É um documento muito importante porque nos permite exercer a nossa autonomia, controlar o futuro e decidir como não queremos morrer". Apesar de estar disponível há um ano e meio, apenas 2201 portugueses assinaram as diretivas antecipadas de vontade, segundo os últimos dados da Serviços Partilhados do Ministério da Saúde. "Estes instrumentos não estão a chegar à população portuguesa e é para isso que serve um programa de literacia."

O médico acredita que "nos devemos preparar em todas as fases da vida, para o emprego, reforma, saída da família ou para a fase depois da vida. Temos de ter uma opinião prévia sobre as circunstâncias que podemos passar e que podem ocorrer em qualquer momento. Morrer é certo, mas podemos tentar morrer bem".

A diretiva será para aplicar em fase de incapacidade, inconsciência ou doença terminal, mas não só, já que também permite decidir sobre a entrada ou não em estudos ou sobre a sujeição a transfusões de sangue.

Hoje é possível decidir se se quer ser reanimado, receber medidas paliativas ou meios de suporte artificial de funções vitais. Antes, os serviços tinham pouca margem para cumprir a vontade. "Mesmo que um familiar dissesse que o doente não queria algo ou apresentasse um documento, era difícil provar e era difícil para os hospitais legitimar a vontade. Agora há uma plataforma para isso, legal, e que permite selecionar representantes." A aposta no portal do utente, e no registo de informação pessoais, também vai ajudar a que os serviços do País conheçam todos os dados de um doente.

O grande foco deste programa vai estar no Portal do Serviço Nacional de Saúde, onde estará toda a informação sobre os projetos existentes, o sistema de saúde, direitos e dados de transparência, como os tempos de espera. Inúmeros parceiros vão colocar lá vídeos e outras informações relevantes e previamente validadas.

Estas informações poderão chegar aos utentes via aplicações, folhetos e pelos meios de comunicação social. Mas há uma intenção de as levar "através das televisões que estão nas unidades de saúde. Ainda no outro dia estive numa unidade de saúde familiar, que tinha a televisão apagada", conta o especialista. "Podemos aproveitar esta oportunidade e divulgar estas informações do portal através da televisão e em papel nas unidades, onde passam milhares de pessoas".

A aposta em campanhas, nesta e noutras áreas, ajudará a população a decidir melhor. "Quem tem melhor informação tem melhor saúde. Precisamos de literacia para tomar decisões inteligentes."

Imagens científicas
Duas imagens de células, recolhidas pelas cientistas portuguesas Paula Alexandre e Sílvia Ferreira, a trabalharem no Reino...

Paula Alexandre, que coordena um grupo de investigação no Institute of Child Health, da University College London, ganhou com uma imagem inédita, obtida com um microscópio confocal, da divisão celular no cérebro de um embrião de um peixe-zebra.

Sílvia Ferreira, investigadora no King's College London, venceu, juntamente com Cristina Lopo e Eileen Gentleman, com a imagem de uma célula estaminal humana (célula que se diferencia noutras células e usada na reparação de tecidos) do osso ilíaco de uma pessoa saudável, que doou medula óssea para ajudar a tratar doentes que tiveram complicações após um transplante, escreve o Sapo.

Os prémios, promovidos pela fundação britânica Wellcome Trust, distinguem os criadores das imagens mais informativas, e tecnicamente notáveis, sobre detalhes significativos da ciência biomédica, e serão entregues a 15 de março, numa cerimónia onde será revelado o grande vencedor.

O trabalho da cientista Paula Alexandre incide na compreensão de como as células neuronais se formam normalmente e de como existem alterações quando ocorrem anomalias no cérebro.

O microscópio confocal que utilizou permitiu obter imagens de amostras vivas da sequência de uma divisão celular, neste caso de um 'progenitor neuronal', que dá origem a neurónios (células do sistema nervoso), e de células cerebrais.

Sílvia Ferreira, engenheira biomédica, faz parte da equipa liderada pela investigadora Eileen Gentleman, que se debruça sobre a engenharia de tecidos e a medicina regenerativa.

As 20 imagens vencedoras foram selecionadas por um júri que inclui peritos em artes visuais, medicina, comunicação de ciência e ciências biomédicas.

As imagens podem ser visualizadas na Wellcome Images, um repositório que disponibiliza o acesso ilimitado, e gratuito, a um vasto catálogo de imagens medico-científicas, incluindo de manuscritos, livros raros e ilustrações.

Os prémios Wellcome Image são promovidos, desde 1997, pela Wellcome Trust, uma fundação, com sede em Londres, que apoia a investigação e a educação a favor da melhoria da saúde.

As imagens vencedoras vão ser expostas em 16 centros científicos, museus e galerias no Reino Unido, na Rússia, nos Estados Unidos e na África do Sul, nomeadamente no Museu da Ciência de Londres.

Segundo as estatísticas
Em Portugal nascem mais meninos do que meninas mas, aos 85 anos, por cada cem mulheres, subsistem apenas 46 homens, números que...

Em 1976, por cada cem mulheres com 85 ou mais anos, havia 37 homens, um valor que subiu 10 pontos desde então. A evolução positiva para os homens verifica-se em todas as faixas etárias, mas é sempre desfavorável para eles, a partir dos 30 anos.

Cruzando dados do portal estatístico Pordata, da Fundação Francisco Manuel dos Santos, por ocasião do Dia da Mulher, na terça-feira, conclui-se que, em termos gerais, foi no sexo feminino a maior evolução nas últimas décadas, havendo, por exemplo, hoje, mais médicas, magistradas e advogadas, do que médicos, magistrados e advogados.

E, no entanto, as mulheres têm à partida uma desvantagem aparente, escreve o Sapo. É certo que são mais do que os homens, em termos de total da população (cerca de mais 500 mil, uma superioridade constante), mas nascem em menos quantidade.

Tomando por base 2014 (a relação é idêntica em todos os anos), desde os zero aos 19 anos, há sensivelmente 104 homens para 100 mulheres. A partir dos 20 anos começa o “descalabro” para os homens e, na faixa etária 30-34, já são só 95 por cem mulheres. A descida vai-se acentuando e, entre os 65-69 anos, há 83 homens para cem mulheres, acabando em menos de metade a partir dos 85 anos.

Mulheres vivem mais três anos
Dizem as estatísticas que as mulheres vivem em média mais três anos do que os homens, uma diferença que vem desde os anos de 1970 (desde quando a Pordata dispõe de números sobre esta matéria), acompanhando o aumento da esperança média de vida. Assim, um homem com 65 anos, em 2013, podia esperar viver mais 17,2 anos, uma mulher “contaria” com mais 20,6, uma média das mais altas da União Europeia.

Além de mostrar a faceta de sobrevivente, o cruzamento de números da base dados da Pordata mostra também que a mulher de hoje é diferente do que era noutras décadas.

Em 1960, casava e tinha filhos aos 25 anos, casou mais cedo ainda nos anos de 1970 e de 1980, e hoje casa e tem o primeiro filho aos 30. E tem menos filhos: 1,21 por mulher em idade fértil (em 2013), contra os 3,16, em 1960. É o valor mais baixo da União Europeia.

Depois também é mais escolarizada do que em 1992, quando quase metade (44,2 por cento) das jovens mulheres adultas deixava de estudar sem completar o ensino secundário, sendo hoje apenas 11 por cento (os rapazes 16,4 por cento). E, no ensino superior, passaram de 42 por cento, em 1978, para mais de 53 por cento, hoje, sendo a maioria dos diplomas superiores atribuídos a mulheres, que representaram 54,8 dos doutoramentos de 2013 (eram 6,7 por cento em 1970).

Uma evolução que faz outros números lógicos, embora impensáveis há poucas décadas: em 2014, estavam inscritas 15.647 advogadas na respetiva ordem, contra 13.690 homens (em 1990 os homens eram três vezes mais), em 2013, eram mulheres 53 por cento dos médicos (40,2 em 1991).

Apesar de todas as conquistas, o cruzamento de dados da Pordata indica que o campo económico não evoluiu da mesma forma e, em alguns casos, até regrediu.

A mulher portuguesa é das que menos trabalha a tempo parcial na União Europeia, é das que sofre maior disparidade salarial, em relação aos homens (aumentou quase para o dobro desde 2007), e uma em cada cinco é considerada pobre, dos números mais altos da União Europeia.

E ainda que o número de mulheres empregadoras tenha aumentado cinco vezes, em relação à década de 1970, ainda só representam 29 por cento do total. Em números concretos, havia em 1974 cerca de 12.000 mulheres empregadoras, que passaram para 62.000, em 2015. Trabalhadoras por conta de outrem eram, no ano passado, quase dois milhões.

De resto, de acordo com a mesma fonte, os homens ainda suplantam as mulheres na utilização de computadores e da internet, são mais do dobro os praticantes de desporto tradicionalmente masculinos (400 mil homens para 141 mil mulheres em 2014) e, na política, também prevalece o homem.

Uma questão de anos, pela tendência evolutiva desses números. Em 1975, para 250 deputados havia 19 mulheres. Em 1991, quando os deputados passaram a 230, elegeu-se mais uma deputada (20 ao todo). E, nas últimas eleições, entraram na Assembleia da República 76 mulheres, quatro vezes mais do que em 1975.

Partilha de experiências
“Deixe de tomar a pílula/porque ela não deixa os nossos filhos nascerem.” Era 1970 e Odair José cantava sobre os comprimidos...

Mais de 40 anos depois, porém, as mulheres dizem-se “presas” à pílula. Elas fazem parte de um movimento que tem vindo a crescer nas redes sociais e discute como parar de tomar o contracetivo e quais são os métodos alternativos, incluindo a tabela. No Facebook, grupos sobre o assunto chegam a ter 25 mil participantes.

Uma página, com 80 mil likes, ajuda a explicar o motivo: em “Vítimas de Anticoncepcionais, unidas pela vida”, mulheres contam as experiências negativas que tiveram ao tomar os contracetivos orais, escreve o Diário Digital.

Os relatos vão de mudanças de humor a enxaquecas diárias e casos de trombose (formação de coágulo nos vasos sanguíneos). Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária brasileira), contracetivos com drospirenona, gestodeno ou desogestrel levam a um risco quatro a seis vezes maior de desenvolver tromboembolismo venoso num ano.

Os laboratórios que produzem as pílulas mais populares no país, Bayer (Diane 35, Yaz), Eurofarma (Selene) e Libbs (Elani Ciclo), afirmam que os benefícios para o corpo superam os problemas. Dizem também que os efeitos estão descritos na bula e, com orientação médica, o uso é seguro. Mesmo assim, as participantes dos grupos reclamam que o acompanhamento é insuficiente.

“Nem todos os efeitos colaterais são falados pelo médico”, diz a designer Gabriela, de 28 anos, que faz parte de grupos de discussão online. Utilizadora dos comprimidos desde os 19 anos, ela diz que tinha enxaquecas que duravam semanas.

“Quando as crises pioraram, vomitava. No meu aniversário, foi tão forte que, durante uma hora, perdi a visão completa de um olho.”

Gabriela foi a vários neurologistas, que a aconselharam a parar com o contracetivo oral. Ela poderia ter uma trombose nos olhos. A recomendação é seguida há dez meses.

“Meninas de 14, 15 anos começam (a ingerir) hormonas e nem entendem como o seu corpo funciona”, diz Débora

Outra queixa recorrente são as mudanças de humor, também descritas nas bulas. Distúrbios psiquiátricos e estados depressivos estão nas contraindicações de vários medicamentos.

Estudo
Os efeitos benéficos de alimentar bebés com produtos à base de amendoins para diminuir o risco de alergia foram endossados por...

No ano passado, um outro estudo afirmou que o consumo de amendoins poderia reduzir em 80% as hipóteses de reações alérgicas futuras. Mas os cientistas agora foram além: proteção a longo prazo contra alergias não apenas pode ser obtida, mas mantida mesmo se produtos à base de amendoim forem evitados pelas crianças por um ano.

Os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica New England Journal of Medicine, escreve o Diário Digital. Os investigadores estudaram 550 crianças consideradas sob risco de desenvolver alergias - porque tinham sofrido de eczema quando bebés - e prosseguiram o trabalho feito no ano passado por cientistas americanos e britânicos, em que pela primeira vez cientistas perceberam que a exposição de crianças a pequenas quantidades de amendoim poderia evitar alergias.

O novo estudo argumenta que, se houver consumo nos primeiros 11 meses de vida, uma criança de cinco anos de idade pode parar de comer amendoins durante um ano e, ainda assim, não desenvolver alergias.

“Acreditamos que o medo de alergias alimentares é o que chamamos de profecia auto-realizável: o alimento é excluído da dieta e, como resultado, a criança não desenvolve tolerância”, disse à BBC Gideon Lack, um dos principais autores do novo estudo.

Os investigadores usaram as mesmas crianças testadas no estudo original - metade delas tinham recebido alimentos à base de amendoim enquanto bebés e a outra apenas se alimentado de leite materno. Segundo os cientistas, aos seis anos de idade não havia crescimento estatístico significativo em alergia após 12 meses de interrupção no consumo nas crianças que tinham ingerido amendoins.

Para o professor Lack, novos estudos são necessários para estabelecer se a resistência pode durar mais que 12 meses. Segundo dados do estudo, 20 mil bebés por ano são diagnosticados com alergia a amendoins nos EUA e no Reino Unido. E, entre 1995 e 2005, o número de diagnósticos triplicou. Os cientistas afirmam que os métodos de deteção permaneceram os mesmos.

“Os resultados mostram uma nova maneira de analisar os mecanismos de tolerância para comidas alergénicas em crianças sob risco”, afirmou Barry Kay, cientista do Imperial College, em Londres.

Estudo
Um estudo suíço concluiu que dores no peito e falta de ar podem ser causadas não apenas pelo stress emocional despertado por...

De acordo com investigadores do Hospital Universitário de Zurique, pelo menos um entre cada 20 casos da cardiomiopatia de Takotsubo, uma alteração no ventrículo esquerdo do coração ligada ao stress, é causado por alegria em excesso. As conclusões foram divulgadas na publicação científica European Heart Journal.

A condição costuma ser temporária - os pacientes geralmente recuperam.

O estudo do hospital analisou 1.750 pacientes, escreve o Diário Digital. Os médicos descobriram que alguns deles apresentaram problemas cardíacos causados por uma série de ocasiões felizes, entre elas:

  • Uma festa de aniversário;
  • O casamento de um filho;
  • Um reencontro de amigos após 50 anos;
  • Tornar-se avó;
  • A vitória de uma equipa desportiva;
  • Ganhar num casino.

Segundo os investigadores, a maioria dos casos era de mulheres que passaram pela menopausa.

Jelena Ghadri, uma das cientistas, disse que o estudo revelou a existência de mais mecanismos por trás da cardiomiopatia de Takotsubo, desafiando o estereótipo de quem sofre da doença - geralmente definido como paciente da “síndrome do coração partido”.

“A doença também pode ser causada por emoções positivas. Os médicos precisam de estar a par de que pacientes que chegam às urgências de um hospital também podem estar a sofrer da síndrome de Takotsubo mesmo depois de um evento feliz.”

Ghadri afirma que os resultados sugerem que tristeza e alegria partilham o mesmo “caminho emocional” que leva à doença.

Eutanásia
O bastonário da Ordem dos Médicos desdramatizou as afirmações sobre morte assistida do médico António Pereira Coelho à RTP,...

Em declarações, José Manuel Silva disse ser essencial que todos oiçam na íntegra as declarações de Pereira Coelho e percebam que "aquilo a que se refere não é eutanásia ativa", pelo que não se justifica qualquer "alarme social".

O bastonário da Ordem dos Médicos entende que as declarações de Pereira Coelho sobre situações de morte assistida estão a ser "mal interpretadas", inclusivamente pelo próprio, ao "misturar conceitos" de eutanásia, distanásia e ortotanásia, que são distintos.

José Manuel Silva reconheceu que é frequente haver confusão de conceitos, até pelos próprios profissionais de saúde, e disse ser preciso que o debate sobre o tema prossiga "sereno, profundo, esclarecedor e despolitizado".

O bastonário referiu que o que professor António Pereira Coelho aludiu no programa da RTP foi à "morte natural" do próprio pai que estava numa "situação terminal". Em sua opinião, tal situação não se enquadra naquilo que tem vindo a ser discutido, ou seja a eutanásia ativa.

"Não se trata de eutanásia, mas sim de [situações] de morte natural que assistimos todos os dias nos hospitais", acrescentou, notando que nos centros hospitalares não se pratica eutanásia ativa, antecipando a morte dos doentes.

Questionado sobre o tema da eutanásia, Pereira Coelho, conhecido como o "pai do bebé proveta", ex-membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida e professor da Faculdade de Medicina de Lisboa, admitiu já ter vivido a situações dessas.

"Posso dizer que já assisti a alguns casos destes na minha vida profissional nos hospitais”, disse.

Na entrevista revelou que até colaborou no momento da morte do seu pai: “Eu próprio colaborei quando foi da morte do meu pai. Uma morte muito arrastada, prevista e previsível para um curto prazo”, recordou.

Entretanto, numa resposta enviada à Lusa, a Procuradoria-Geral da República referiu que "o Ministério Público não deixará de analisar as declarações em questão" e que "sempre que tem conhecimento de factos suscetíveis de integrarem a prática de crime, age em conformidade, através da instauração do competente inquérito".

Estudo
A saúde é a principal motivação para estudantes universitários praticarem desporto, seguindo-se o fator “prazer” e a ...

O trabalho científico, denominado “Relação dos hábitos desportivos dos estudantes universitários e suas motivações: estudo de comunidade da Universidade do Porto (UP)”, contou com inquéritos a 311 alunos da Faculdade de Desporto da UP, com idades entre os 17 e os 42 anos, conclui que os fatores relacionados com a saúde foram os mais significativos para a prática desportiva, seguidos do fator prazer e satisfação pessoal.

Em entrevista, Olga Freitas, uma das investigadoras participantes no estudo científico, explica que a “preferência pela categoria saúde pode ser explicada pelo conhecimento por parte dos estudantes de informações relacionadas com uma melhor qualidade de vida”.

A amostra global revela também que mais de 40% dos indivíduos não exerce qualquer tipo de prática física, o que mostra que o número é “muito elevado e talvez preocupante”, tendo em conta a idade dos inquiridos.

Dos que praticam exercício físico, a frequência é de duas a três vezes por semana. Mas essa frequência regular de exercício é resultante, principalmente, do elevado número de praticantes do sexo masculino (aproximadamente 55%), em comparação com o género feminino (34%).

“O facto de o sexo masculino apresentar maiores níveis de frequência podem ser explicados pelas diferenças biológicas, socioculturais e de perceção do corpo e atributos de género”, lê-se no estudo.

No âmbito da escolha da prática desportiva, ficou-se a saber que os indivíduos do sexo feminino são mais orientadas para “atividades leves”, fundamentado pela “fragilidade e delicadeza do corpo”, e que os indivíduos do sexo masculino são dirigidos para atividades mais “vigorosas”, com ideias de corpos “fortes e vigorosos”.

Os dados revelam que são os homens que apresentam maior frequência na prática desportiva, enquanto as mulheres têm uma linha mais ténue neste assunto.

Em termos de idades, há uma maior frequência de prática nos sujeitos com idades superiores a 18 anos, e uma menor frequência nas idades iguais ou abaixo de 18 anos, um facto que talvez explique pelo tempo mais limitada de um estudante que está numa fase de preparação para a entrada da faculdade e porque há um maior abandono da prática desportiva antes dos 18 anos.

“A adaptação à nova realidade pode levar mais tarde ao (re) ingresso duma atividade física, levando por isso a um aumento da frequência”, lê-se no estudo.

O número de estudantes universitárias a praticar desporto diminui à medida que a frequência da prática de desporto aumenta é outra das conclusões.

Em Londres
Um médico português envolvido num projeto criado por um clínico britânico para mitigar as dificuldades de acesso da comunidade...

Cristiano Figueiredo, atualmente médico interno na USF Ribeirinha, do Centro de Saúde do Barreiro, foi distinguido com o Prémio Hippokrates 2015, atribuído no início deste ano, pelo intercâmbio junto do colega Vikesh Sharma em Lambeth, no sul de Londres.

"Foi considerado diferente e o melhor estágio de 2015 porque não se limitou a observação, mas foi ativo e interventivo", justificou Figueiredo.

O programa Hippokrates, do Movimento Vasco da Gama, que é composto por 15 países incluindo Portugal e está ligado à Organização Mundial de Médicos de Família [WONKA na sigla inglesa], promove anualmente intercâmbios internacionais.

Interessado pelo sistema de cuidados primários do Reino Unido, Cristiano Figueiredo pretendia inicialmente juntar-se a uma clínica na província, mas foi seduzido pelo projeto de Vikesh Sharma na capital britânica.

"Fui atraído pela possibilidade de trabalhar num projeto com a comunidade portuguesa. Eu gosto da parte social e das determinantes sociais na saúde, nomeadamente migração e interculturalidade", disse.

A zona é conhecida por "Little Portugal" devido à elevada população lusófona: em Lambeth, um sexto dos cerca de 300 mil habitantes fala português.

Esta concentração ainda é mais notória entre os 6.000 utentes do centro de saúde Grantham Centre Practice, pois um terço são lusófonos.

"Precisamos de um intérprete três dos cinco dias da semana e 20 a 30% das consultas são feitas em português", revelou o médico britânico Vikesh Sharma à Lusa.

Além da barreira linguística, apercebeu-se, quando chegou ao centro de saúde, em 2013, que existia um óbice cultural.

"Existe uma relutância no relacionamento com o médico britânico. Há pessoas que ainda vão a Portugal pedir consultas", referiu.

O resultado, lamentou, é o agravamento de doenças como diabetes e a falta de assistência e acompanhamento em problemas de saúde mental como depressão, alcoolismo ou toxicodependência.

A chegada de Cristiano Figueiredo permitiu compreender melhor as diferenças entre os sistemas de saúde português e britânico e desenhar uma solução para contornar as dificuldades.

"Algumas pessoas notava-se que não confiavam completamente no médico britânico, mas não há dúvidas que têm a mesma qualidade, competência técnica e meios técnicos, senão melhores", enfatizou.

Uma das cismas é a menor frequência na realização de exames médicos no Reino Unido.

"Muitos portugueses habituaram-se a essa medicina preventiva, mas isso já mudou em Portugal, já não se fazem exames sem objetivo específico. A ciência mostrou que os exames preventivos não têm benefícios", referiu o clínico português.

Durante a estadia de duas semanas em 2015, Figueiredo adaptou e traduziu para português uma série de folhetos informativos, que os médicos da área podem agora aceder no sistema informático e imprimir durante as consultas.

Àqueles juntaram-se entretanto uma seleção de folhetos da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), que estão acessíveis aos médicos britânicos de acordo com palavras-chave.

Entretanto, Vikesh e Cristiano começaram a preparar a criação de um dossiê de boas vindas para os utentes, com um sumário com a lista de direitos, como os exames médicos, e um documento para transferência de cuidados para escrever sobre os problemas existentes.

E em breve terá início uma sessão mensal de informação e sensibilização para os portugueses no centro comunitário em Lambeth.

Além de querer aumentar o número de inscrições no posto médico e reduzir intervenções tardias em certas doenças, Sharma acredita que é importante mudar hábitos.

Por exemplo, num estudo feito descobriu-se que os portugueses ordinários da Madeira têm sete vezes mais propensão a procurar as urgências hospitalares locais do que cidadãos de outras nacionalidades.

Em Londres existem mais opções para serviços de cuidados agudos: além do médico de família e das urgências hospitalares, há médicos "fora de horas" e centros de atendimento permanente [walk-in centres[.

"Os portugueses que emigram para Londres replicam o comportamento que tinham em Portugal: recorrem às urgências para situações que não são graves", admitiu Cristiano.

Mesmo à distância, continua envolvido no projeto porque, salientou, "é importante explicar e passar a mensagem que os cuidados de saúde [no Reino Unido] são diferentes, mas não inferiores".

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